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TRABALHO ESCRITO AFOGAMENTO-PDF

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1 
 
 
CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES – CFP 
UNIDADE ACADÊMICA DE ENFERMAGEM – UAENF 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM 
COMPONENTE CURRICULAR: NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS 
DOCENTE: DRª. KENNIA SIBELLY MARQUES DE ABRANTES 
 
 
 
ANA CAROLINA RODRIGUES CAVALCANTE 
 KELLEN RAVANA DE OLIVEIRA RODRIGUES 
LEANDRO NONATO DA SILVA SANTOS 
SARA SAMIRYS SANTANA ALVES. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AFOGAMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAJAZEIRAS – PB 
2015 
2 
 
ANA CAROLINA RODRIGUES CAVALCANTE 
KELLEN RAVANA DE OLIVEIRA RODRIGUES 
LEANDRO NONATO DA SILVA SANTOS 
SARA SAMIRYS SANTANA ALVES 
 
 
 
 
 
 
AFOGAMENTO 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado ao Curso de 
Graduação em Enfermagem da 
Universidade Federal de Campina Grande, 
como requisito avaliativo e obtenção parcial 
da nota para a conclusão do componente 
curricular Noções de Primeiro Socorros, 
ministrado pela professora Drª Kennya. 
 
 
 
 
 
 
 
CAJAZEIRAS - PB 
2015 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“É uma das grandes ironias da mãe natureza que o homem tenha 
passado os primeiros nove meses de sua existência envolta em 
água, e o resto de sua existência com medo inerente da 
submersão”. 
(B. A. Gorden) 
 
 
4 
 
 
SUMÁRIO: 
 
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 5 
2. OBJETIVOS ............................................................................................................... 6 
2. 1. Geral ..................................................................................................................... 6 
 2. 2. Específicos................................................................................................................6 
3. AFOGAMENTO OU QUASE-AFOGAMENTO ..................................................... 7 
 3.1. Causas a tipos ...................................................................................................... 8 
4. EPIDEMIOLOGIA .................................................................................................... 9 
5. FATORES DE SUBMERSÃO ................................................................................ 10 
6. MECANISMO DAS LESÕES ................................................................................. 12 
 6.1. Sobrevivendo a uma Submersão em Águas Geladas ...................................... 12 
7. AVALIAÇÃO ............................................................................................................. 14 
8. TRATEMENTO ....................................................................................................... 16 
 8.1. Reanimação do doente ...................................................................................... 18 
 8.2. Classificação de afogados..................................................................................21 
9. PREVENÇÃO ............................................................................................................. 23 
10. CONCLUSÃO ......................................................................................................... 24 
11.REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 25 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
Afogamento é a “a falha respiratória por submersão ou imersão com aspiração 
de líquido”, definido em consenso realizado em 2002 no Congresso Mundial de 
Afogamento.( DAMASCENO e PARANHOS, 2010) 
É muito comum os acidentes de submersão em água que provocam lesões. 
Afogamento é a quarta causa de morte acidental em adultos e a terceira em crianças 
e adolescentes de todo o mundo. No Brasil, as características do clima, a vasta rede 
hidrográfica e o tamanho do litoral representam fatores de risco importantes para os 
afogamentos. 
É um trauma que diferente de outras doenças ocorre de maneira inesperada, 
ocasionando uma situação caótica, segundo a OMS é uma doença de maior impacto 
na saúde e na economia do mundo, sendo que a maioria dos óbitos ocorrem por 
afogamento não intencional. 
O tratamento do afogamento começa com a prevenção dos fatores de risco, 
capas de diminuir aproximadamente em torno de 85% dos casos. ( DAMASCENO e 
PARANHOS, 2010) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
2. OBJETIVOS 
 
2.1 GERAL 
 
Proporcionar conhecimento amplo à cerca do conteúdo: Afogamento. 
 
2.2 ESPECÍFICOS 
 
 Conceituar afogamento e quase-afogamento; 
 Apresentar as causas e tipos de afogamento; 
 Falar brevemente da Epidemiologia do afogamento; 
 Citar os principais os fatores de submersão; 
 Explicar os mecanismos das lesões (Fisiopatologia); 
 Apontar os procedimentos de acordo com a classificação dos afogados; 
 Aprimorar conhecimentos com relação à avaliação da vítima e tratamento da 
vitima no APH; 
 Apresentar os Sinais e sintomas do afogado; 
 Citar as medidas de prevenção em afogamentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
3. AFOGAMENTO OU QUASE-AFOGAMENTO 
 
 É muito comum os incidentes de submersão em água que provocam lesões. 
Afogamento é a quarta causa de morte acidental em adultos e a terceira em crianças e 
adolescentes de todo o mundo. No Brasil, as características do clima, a vasta rede 
hidrográfica e o tamanho do litoral representam fatores de risco importantes para os 
afogamentos (VARELLA; 2012). 
 Segundo Cardoso 2013, Um afogamento é a morte por asfixia após imersão num 
fluído, geralmente a água. Quando uma pessoa consciente submerge num meio líquido 
contém a respiração voluntariamente, tendo em conta que é preciso regressar 
imediatamente a superfície para respirar. Pode acontecer que a vítima, por não saber 
nadar ou sentir que não consegue flutuar, entre em pânico e comece a engolir água. 
Inicialmente, desencadeia-se um mecanismo de bloqueio da água na laringe 
(laringospasmo), o que impede a passagem do líquido para os pulmões, acabando o 
líquido por ser deglutido e acumulado no estômago. No entanto, este mecanismo 
provoca a interrupção da troca gasosa a nível pulmonar, podendo assim desencadear-se 
várias situações: 
 Diminuição da oxigenação sanguínea; 
 Progressiva alteração do funcionamento cerebral, com perda de consciência; 
 Insuficiência do reflexo laríngeo destinado a impedir a passagem do ar para os 
pulmões; 
 Paragem respiratória e cardíaca. 
 Quase-afogamento é um termo usado para descrever situações em que a pessoa 
quase morre por sufocamento debaixo de água. Essa é a última etapa antes do 
afogamento real, e muitas vezes resulta em morte. As vítimas de quase-afogamento 
precisam de atenção médica para evitar complicações de saúde relacionadas a esse fato. 
 O quase-afogamento ocorre quando a pessoa fica debaixo d'água e não consegue 
respirar por um período de tempo significativo. Durante o quase-afogamento, a ingestão 
de oxigênio diminui e os principais sistemas do corpo deixam de funcionar devido à 
falta de oxigênio. Em alguns casos (principalmente em crianças), isso pode acontecer 
em questão de segundos. O processo normalmente leva mais tempo em adultos. 
8 
 
É importante lembrar que é possível reviver um indivíduo que ficou debaixo d'água por 
um longo tempo. De acordo com os Institutos Nacionais de Saúde (NationalInstitutes 
of Health - NIH) dos Estados Unidos, nesses casos as chances de ressuscitação são 
melhores se o indivíduo for jovem e/ou estava em água muito fria (HELLER E ZIEVE, 
2011). De acordo com Krucik 2012, a maioria dos casos de quase-afogamento é 
atribuída a acidentes que ocorrem perto ou dentro da água. As causas mais comuns de 
quase-afogamento são: 
 Não saber nadar 
 Pânico na água 
 Deixar crianças sem vigilância perto de locais com água 
 Cair em gelo fino 
 Consumo de álcool ao nadar ou em um barco 
 Concussão ou convulsão dentro da água 
 Tentativa de suicídio 
 
 Segundo Mori 2011, as definições mais aceitas para afogamento e quase 
afogamento são: 
 Afogamento: morte dentro das primeiras 24 horas após o incidente de 
submersão. 
 Quase-afogamento: sobrevivência por pelo menos 24 horas após a submersão. 
 
3.1. CAUSAS E TIPOS 
 
 Afogamento primário – é considerado um trauma provocado por uma situação 
inesperada que foge ao controle da pessoa. Sabendo ou não nadar, ela pode ser arrastada 
pela correnteza, por exemplo. É o tipo mais comum, não apresentando em seu 
mecanismo nenhum fator desencadeante do acidente. 
 Afogamento secundário – É denominado como causado por patologia 
associada que precipita o afogamento, já que possibilita a aspiração de água pela 
dificuldade da vítima em manter-se na superfície da água. Ocorre como consequência 
do consumo de drogas, especialmente de álcool (o álcool é a principal causa de morte 
por afogamento em adultos), crises agudas de doenças, como infarto do miocárdio, 
9 
 
AVC e convulsões. Pode ocorrer também em razão de traumatismos cranianos e de 
coluna decorrentes de mergulho em águas rasas, hiperventilação voluntária antes dos 
mergulhos livres, doença da descompressão nos mergulhos profundos, hipotermia e 
exaustão. 
 É importante considerar como causa de afogamento secundário a “síndrome de 
imersão”, popularmente conhecida como choque térmico. Ela pode ser desencadeada 
pela imersão em água com temperatura muito abaixo da temperatura do corpo da pessoa 
que mergulha. A “síndrome de imersão” (immersion syndrome), ou vulgarmente 
chamada de “choque térmico” (immediate disappearance syndrome), é uma síncope 
(provocada por uma arritmia do tipo bradi ou taquiarritmia) desencadeada pela súbita 
exposição à água com uma temperatura 5ºC abaixo da corporal. Pode ocorrer, portanto 
em temperaturas da água tão “quentes” quanto 31ºC, frequentemente presente no litoral 
tropical ou em piscinas. Quanto maior a diferença de temperatura, maior a possibilidade 
de sua ocorrência. A síncope promove a perda da consciência e o afogamento 
secundário. Nenhuma explicação, tais como estímulo vagal levando a súbita assistolia, 
fibrilação ventricular por grande descarga adrenérgica pelo frio ou exercício, ou outras 
razões menos prováveis, foram corroboradas cientificamente como causa ou como 
síndrome comprovada. Estudos mostram que a ocorrência deste acidente pode ser 
reduzida se, antes de entrarmos na água, molharmos a face e a cabeça (SZPILMAN 
2000). 
 
4. EPIDEMIOLOGIA 
 
 Segundo Szpilman 2012, O afogamento é uma das doenças de maior impacto na 
saúde e na economia do mundo. De acordo com a OMS, 0,7% de todos os óbitos no 
mundo ocorrem por afogamento não intencional, perfazendo mais de 500.000 (8.5 
óbitos/100.000 hab) óbitos anuais passiveis de prevenção. Entretanto o número exato é 
desconhecido em razão de casos não notificados, sem confirmação de óbito. A 
incidência predomina em regiões e países de baixo poder aquisitivo e renda per capita. 
Afogamentos por enchentes e Tsunamis não são muitas vezes contabilizados como 
afogamento. Quando consideramos o tempo de exposição ao risco de acidente, o 
afogamento tem 200 vezes mais risco de óbito que os acidentes de transporte. Afora a 
situação do impacto do afogamento na saúde, o fardo econômico gerado é gigantesco. 
 Ainda de acordo com Szpilman 2012, Estimativas nos EUA e no Brasil mostram 
custos anuais de 273 e 228 milhões de dólares, suficiente para promover campanhas 
10 
 
nacionais de prevenção. Embora alguns países terem demonstrado redução no numero 
de óbitos e acidentes, as Nações Unidas antecipam que o problema afogamento deve 
crescer nos próximos anos, principalmente nos países de baixa renda se não houver 
intervenção drástica com o uso de prevenção. 
 As maiores partes dos afogamentos no mundo ocorrem de forma não 
intencional, diferente dos países como Irlanda, Japão e Holanda, onde o suicídio é uma 
das formas mais frequentes. Idade menor de 14 anos, uso de álcool, baixa renda, baixa 
educação, etnia rural, comportamento de risco, e falta de supervisão são todos fatores de 
risco para afogamento. O risco em pessoas epilépticas é de 15 a 19 vezes maior. No 
mundo, homens se afogam e morrem em média 5 vezes mais que as mulheres. O 
afogamento é a maior causa de óbito em homens de 5 a 14 anos e a 5ª entre mulheres. 
Os afogamentos em água doce são mais frequentes em crianças, principalmente em 
menores de 10 anos. Estimativas indicam que 40- 45% ocorrem durante a natação, 
demonstrando desconhecimento do perigo iminente. Na prática de esportes náuticos, os 
afogamentos são responsáveis por 90% dos óbitos (SZPILMAN, 2012). 
 
5. FATORES DE SUBMERSÃO 
 
São fatores que trazem um risco maior de incidentes por submersão. Quando esses 
fatores são reconhecidos o nível de atenção aumenta e estratégias e políticas de 
prevenção são criadas para diminuir o número de ocorrências desses casos. 
 Capacidade de Nadar: Os homens de raça branca, mesmo nadando muito 
melhor do que as mulheres de raça branca, sofrem maior incidência de 
afogamento. As mulheres de raça negra também se afogam menos e não nadam 
muito bem. Então podemos dizer que a capacidade de nadar e número de 
afogamentos não tem nenhuma associação. 
 Desmaio em Água Rasa: “Alguns nadadores desejam aumentar a sua distancia 
de nado hiperventilando de modo intencional antes de nadar debaixo de água, 
em um esforço para diminuir a pressão parcial do dióxido de carbono arterial 
(PaCO²).” (PHTLS, 2011). É um fator de submersão porque o centro respiratório 
no hipotálamo vai aumentar a ventilação, mas vai diminuir o feedback e o 
oxigênio arterial. Sendo assim, quanto mais tempo o individuo passa debaixo da 
água, mais ele corre risco de ter perda de consciência e hipóxia cerebral. 
11 
 
 Imersão Acidental em Água Gelada: essa imersão altera caraterísticas 
fisiológicas, que vai agir para proteger o corpo do frio e o efeito pode ser 
desastroso, pois normalmente causa colapso cardiovascular e a morte súbita 
rapidamente. 
 Idade: é um fator que influencia no número de afogamentos, visto que as 
crianças e os jovens são os mais afetados, pois são mais curiosos e, muitas 
vezes, os pais não estão por perto os observando. O índice é mais elevado para 
as crianças com idade inferior a um ano. 
 Sexo: Mais da metade dos indivíduos que sofrem afogamento são homens. Esse 
alto índice tem uma relação com a idade: primeiro com dois anos de idade esse 
índice é elevado, no decorrer do tempo até os 10 anos ele diminui e com 18 anos 
ele torna a aumentar. 
 Raça: O índice de afogamento em crianças negras é muito superior do que em 
crianças brancas. Esse índice chega a ser até três vezes mais elevado em 
meninos negros comparado a meninos brancos. 
 Localização: Oceanos e piscinas domiciliares são os ambientes mais comuns 
onde ocorrem esses incidentes, mas lugares em como baldes, poços e cisternas 
também acontecem bastantes afogamentos principalmente na zona rural e em 
crianças pequenas. 
 Álcool e Drogas: Dos adultos que se envolvem emafogamentos, de 20% a 30% 
tinham ingerido bebidas alcoólicas. Alguns fatores dessa ingesta são: alta 
velocidade, pouco raciocínio, imprudência e não usam de coletes salva-vidas. “O 
álcool é a principal droga associada a incidentes por submersão, provavelmente 
por causar uma diminuição da capacidade de discernimento.” (PHTLS, 2011). 
 Doença Subjacente do Trauma: Várias doenças patológicas podem ser a causa 
de incidentes por submersão. Exemplos dessas doenças são: epilepsia, 
depressão, diabetes, infarto do miocárdio e outros problemas cardíacos, 
tendências suicidas e outras. “Um estudo recente relatou que o risco de 
afogamento em pessoas com epilepsia é 15 a 19 vezes maior do que observado 
na população geral.” (PHTLS, 2011). Quando não houver testemunhas no local 
ou o acidente envolver surf, bodyboard e for em águas rasas, sempre suspeitar de 
trauma no crânio e na coluna cervical. 
 Abuso Infantil: Vários casos de submersão acontecem devido ao abuso infantil 
que ocorre a cada dia com mais frequência. Esses casos de submersão ocorrem 
12 
 
principalmente em banheiras. Quando houver alguma suspeita de abuso infantil, 
sempre comunicar ao setor de serviço social. 
 Hipotermia: Um afogamento com imersão prolongada pode causar uma 
hipotermia que ocorre quando a temperatura corporal esta inferior a 35ºC, o 
corpo perde mais calor do que ganha e do que pode produzir. 
6. MECANISMO DAS LESÕES 
“Nos acidentes por submersão o fator principal é a hipóxia. O indivíduo entra 
em desespero, prende a respiração sem perceber e acaba aspirando uma certa 
quantidade de água, que em contato com a laringe, provoca constrição das vias 
aéreas. Se não for salvo de imediato, atinge seu limite e faz movimentos 
respiratórios involuntários, aspirando grande quantidade de água, que vai para os 
pulmões, complicando o quadro da vítima, e pode levar à morte. Outras lesões são a 
hipotermia, vasoconstrição periférica, colapso circulatório e parada cardíaca.” 
(SANTOS, Nívea Cristina Moreira, 2010). 
“Há anos existem controvérsias a respeito da fisiopatologia do afogamento e do 
quase-afogamento, principalmente sobre as diferenças entre o afogamento em água 
doce e em água salgada e sobre a entrada ou não de água nos pulmões. 
Aproximadamente 15% doa afogamentos são denominados “afogamentos secos”, 
porque um laringoespasmo intenso impede a aspiração de líquido para os pulmões. 
Os 85% dos incidentes de submersão restante são considerados “afogamento 
molhados”, nos quais o laringoespasmo relaxa, a glote se abre e a vítima aspira água 
para os pulmões. Teoricamente, existem efeitos diferentes sobre o sistema pulmonar 
quando água doce (hipotônica) ou água salgada (hipertônica) entra no pulmão. No 
afogamento em água doce, o líquido hipotônico entra no pulmão e passa dos 
alvéolos para o espaço intravascular, causando uma sobrecarga de volume e um 
efeito dilucional sobre os eletrólitos e outros componentes do plasma. Por sua vez, 
na aspiração de água salgada, o líquido hipertônico entra nos pulmões e provoca a 
passagem de mais líquido do espaço intravascular para os alvéolos, causando edema 
pulmonar e hipertonicidade do plasma.” (MORI, N. D, 2011) 
6.1 SOBREVIVENDO A UMA SUBMERSÃO EM ÁGUAS GELADAS. 
Alguns doentes que tiveram submersão prolongada (mais de 66 minutos) 
chegaram ao hospital em estado de hipotermia grave, mas se recuperaram, com a 
função neurológica completa ou parcial. A menor temperatura que foi registrada 
13 
 
nesses casos foi de uma pessoa adulta do sexo feminino com 13,7°C e em uma 
criança foi de 24°C, que ficou submersa por mais de 40 minutos em água gelada. 
Nesses casos a hipotermia é considerada protetora. Devido à imersão em águas 
geladas a vítima perde calor da superfície ocorrendo o resfriamento central a 
levando a uma hipotermia. Tendo como outros fatores que contribuem para o 
resfriamento rápido a deglutição ou a aspiração da água gelada. A hipotermia de 
início rápido no afogamento em água doce pode resultar em resfriamento central 
pela aspiração pulmonar e rápida absorção de água gelada com subsequente 
resfriamento cerebral. 
O reflexo de mergulho dos mamíferos é um fator que pode explicar a 
sobrevivência de algumas crianças, já que ocorre a diminuição da frequência 
cardíaca e acaba ocorrendo o desvio de sangue para o cérebro e fecha as vias aéreas. 
Mas o reflexo do mergulho está ativo em apenas em 15% a 30% dos humanos. 
Toda vítima que se encontra em submersão deve receber total atenção e o 
máximo de esforços para a reanimação, tendo a presença ou a ausência de alguns 
fatores. Os fatores que vão ser citados podem influenciar quanto ao prognóstico da 
vítima em submersão em água gelada. 
Idade: Devido à presença de massa corporal menor que a de um adulto, a criança 
tem o esfriamento corporal mais rápido, levando a uma menor formação de produtos 
prejudiciais pelo metabolismo anaeróbico, causando assim menos lesões 
irreversíveis. 
Tempo de Submersão: Quanto menos tempo a vítima passar em submersão, menos 
chances de ter uma lesão celular pela hipóxia ela vai ter. Devem ser colhidas 
informações certas sobre o tempo de submersão. Uma imersão superior a 66 
minutos pode ser mortal. Uma abordagem presumível é a reanimação da vítima, mas 
inicia-se caso a duração do incidente seja inferior à uma hora. 
Temperatura da Água: A água com a temperatura igual ao abaixo de 21°C é capaz 
de induzir a hipotermia. Nesse caso, quanto mais fria a água estiver mais chances de 
sobrevivência a vítima terá, isso ocorre por causa da rápida diminuição da 
temperatura cerebral e do metabolismo. 
14 
 
Luta: As vítimas que se debatem no momento do afogamento têm menos chances 
de serem reanimadas. Segundo MORI, Newton Djin (2011) menos esforço significa 
menor liberação de hormônios e menor atividade muscular; isto significa menor 
produção de calor e menor vasodilatação. Por sua vez, isto leva à redução da 
demanda muscular por oxigênio, resultando em menor déficit tecidual da molécula e 
menor produção de CO2 e ácido láctico. Assim, a taxa de resfriamento do doente é 
maior, podendo melhorar as chances de reanimação. 
Qualidade da água: Se a submersão tiver ocorrido em águas limpas as vítimas 
tendem a apresentar uma melhor evolução após a reanimação. 
Qualidade da RCP e dos Esforços de Reanimaçã: Segundo MORI, Newton Djin 
(2011) doentes que recebem RCP adequada e eficiente, associada a medidas 
apropriadas de reaquecimento e de suporte avançado à vida (Advanced Life Support 
– ALS), geralmente apresentam melhor evolução do que os doentes nos quais um ou 
mzix medeidas deixaram de ser apropriadas. O início imediato da RCP é um fator 
crucial para os doentes com hipotermia por submersão. Estudos antigos e atuais 
mostram que a RCP inadequada está diretamente relacionada com a evolução ruim. 
Lesões ou Doenças Associadas: As vítimas que tem alguma lesão ou doença 
preexistentes , ou que sofrem alguma lesão ou ficam doentes durante a submersão, 
tem menos chances de apresentarem bons resultados, quanto a vítimas que não 
apresentam nem doenças e nem lesões. 
7. AVALIAÇÃO 
As prioridades iniciais de qualquer vítima de submersão incluem: 
1. Prevenir lesões tanto para o doente como para as pessoas que prestam 
socorro. 
2. Iniciar rapidamente a retirada da água e o transporte para o pronto-socorro. 
3. Resgatar da água de forma segura (avante a possibilidade de causa 
relacionada a mergulhos e a necessidade de imobilização da coluna cervical) 
4. Avaliar os ABCs (via aérea, ventilação e circulação) 
5. Reverter a hipóxia e a acidose 
6. Restaurar ou manter a estabilidade cardiovascular. 
7. Impedir que ocorra mais perda de calor corporale iniciar os esforços de 
reaquecimento em doentes hipotérmicos. 
15 
 
MORI (2011) nos diz que inicialmente, é mais seguro presumir que a vítima de 
submersão está hipóxica e hipotérmica, até que se prove o contrário. Consequentemente, 
devem ser feitos todos os esforços para estabelecer uma respiração eficiente durante o 
resgate na água e para a retirar o doente da água e de outras fontes de frio, para diminuir 
ao máximo a continuação da perda de calor. Deve ser feita uma avaliação rápida do 
doente para procurar lesões com risco de vida e uma avaliação da possibilidade de 
trauma craniano e de lesão de coluna cervical, particularmente se houver suspeita de 
trauma associado ao incidente de submersão. Entretanto, foi demonstrado que a vítima 
típica de submersão tem uma incidência baixa de lesões traumáticas, a não ser que tenha 
mergulhado na água. Verifique os sinais vitais e avalie bem os campos pulmonares das 
vítimas de submersão, pois podem apresentar um ampla variedade de distúrbios 
respiratórios, incluindo falta de ar, estertores, roncos e sibilos. Esses doentes podem não 
ter sintomas inicialmente e depois piorar rapidamente e apresentar sinais e edemas 
pulmonar. 
A avaliação do oxigênio deve ser feita pela oximetria de pulso. Muitas vezes as 
vítimas de submersão apresentam arritmias secundárias devido à hipóxia e a hipotermia. 
Deve-se também avaliar o nível de consciência e a função neurológica de todas as 
extremidades, pois muitas vítimas apresentam lesão neurológica permanente. Avalie a 
glicemia da vítima, pois a hipoglicemia pode ter sido o que ocasionou o incidente. 
Observe a vítima de acordo com a escala de coma de Glasgow e dê continuidade na 
avaliação da sua evolução. Se tiver disponível termômetros adequados e tenha 
possibilidade de realizar, retire a roupa da vítima e faça a avaliação da temperatura retal, 
para que seja determinado o nível de hipotermia e inicie-se os procedimentos para que 
ocorra o mínimo de perda calor possível. 
As vítimas de quase afogamento que apresentam algumas dessas características tendem 
a ter uma evolução mais positiva: 
 Crianças maiores de três anos; 
 Sexo Feminino; 
 Água apresentar temperatura inferior a 10°C; 
 Tempo mínimo de submersão (inferior a 10 minutos); 
 A vítima não ter aspirado à água; 
 Atendimento pré-hospitalar a vítima inferior a 10 minutos; 
 Ter um retorno do débito cardíaco espontâneo rápido; 
16 
 
 Apresentar débito cardíaco espontâneo na chegada ao pronto-socorro; 
 Temperatura central inferior a 35°C; 
 Ausência de coma e escore da GCS acima de 6 na chegada ao pronto-socorro; 
 Pupilas responsivas. 
 
8. TRATAMENTO 
Segundo Damaceno e Paranhos 2010, “o tratamento do afogamento começa com 
a prevenção dos fatores de risco, capaz de diminuir aproximadamente em torno de 85% 
dos casos. O outro passo fundamental está no reconhecimento imediato da situação”, 
lembrando que a segurança da equipe, da vitima e de terceiros é primordial, para que o 
número de vitimas não aumente. É de extrema importância que no momento do 
atendimento inicial, o profissional adquira o maior número de informações possíveis em 
relação ao incidente. Informações de como aconteceu, se a vítima fez uso de álcool, se 
sabe nadar, tempo estimado de submersão e também do passado médico, são dados que 
servirão para definir o tratamento adequado. 
Ainda segundo os autores acima citados, “o socorro na água requer treinamento 
específico, especialmente na suspeita de ocorrência de traumatismo raquimedular”. 
Diante disso a retirada da vitima da água deve ser feita com muita cautela com objetivo 
de não complicar o estado da mesma. Por tanto, essa retirada requer técnicas com a 
finalidade de evitar vômitos, lesão na coluna cervical e outras complicações, com isso a 
remoção da vitima deverá ser feita preferencialmente em posição vertical. De acordo 
com o Phtls 2011, “doentes com suspeita de trauma dever ter a coluna cervical 
imobilizada”. Com a vítima em terra, dar-se continuidade a avaliação inicial . 
Na ausência de respiração espontânea, devem-se iniciar os procedimentos de 
assistência respiratória manual com máscara e ambu e outros instrumentos. Nas vítimas 
inconscientes, use a aspiração para desobstruir a via aérea e mantenha-a aberta com uma 
cânula orofaríngea. De acordo com o Phtls 2011, “todas as vítimas de submersão devem 
receber oxigênio em alto fluxo (12-15 litros/minuto) independentemente do estado 
respiratório ou saturação de oxigênio”, a fim de evitar ou corrigir o desconforto 
respiratório. Faz-se necessário também a avaliação cardíaca com a finalidade de 
averiguar se o paciente apresenta eventos cardíacos, como parada cardíaca, que se 
constatada deverá proceder com a RCP. 
17 
 
Ás vítimas de afogamento apresenta quadro de hipotermia, hipóxia e acidose, 
que devem ser corrigidos. A correção da hipotermia é feita através retirada de roupas 
molhadas, a medição da temperatura e o aquecimento da vítima. No caso da hipóxia e 
da acidose o processo de correção será por meio de uma ventilação eficaz. Essa 
ventilação pode ser proporcionada através da intubação traqueal. 
A intubação traqueal deve ser considerada precocemente 
para proteger as vias aéreas nos doentes em apneia, cianóticos 
ou com diminuição do nível de consciência, já que as vitimas de 
submersão deglutem uma grande quantidade de água e têm risco 
de vomitar e aspirar o conteúdo gástrico. A manobra de Sellick 
(pressão cricoide) deve ser aplicada durante a ventilação manual 
com máscara e ambu e intubação, impedindo a regurgitação e a 
aspiração (PHTLS, 2011). 
Deve-se obter acesso venoso para infusão de solução fisiológica ou Ringer 
lactato (RL) para manter a veia (PMV). Após o atendimento no local, o paciente deve 
ser conduzido o pronto-socorro ou hospital mais próximo. 
Às vezes as vítimas de submersão apresentam-se assintomáticos no momento da 
avaliação inicial, porém esses sintomas podem aparecer em outro momento, diante do 
fato após o atendimento no local, as vítimas ainda precisam ser encaminhadas ao 
hospital para serem observados, passarem por uma avaliação mais complexa e 
consequentemente tratar os possíveis sintomas tardios. 
Muitos doentes assintomáticos são liberados em 6 a 8 horas, 
dependendo dos achados clínicos no hospital. De modo geral, 
todos os doentes sintomáticos são internados por pelo menos 24 
horas, para cuidados de suporte e observação, uma vez que a 
avaliação clinica inicial pode ser enganosa (PHTLS, 2011). 
Na maioria dos casos, as vitimas assintomáticas rejeitam ir ate o hospital, por 
relatarem estar bem. 
Nesses casos, oriente o doente sobre os sinais e sintomas tardios 
em um incidente de quase-afogamento , explicando que muitas 
vitimas desenvolvem complicações secundárias á lesão 
pulmonar. Caso o doente esteja inflexível na recusa ao 
18 
 
atendimento, deve ser informado sobre as possíveis ramificações 
de sua decisão e assinalar o documento de recusa de 
atendimento contra aconselhamento médico (PHTLS, 2011). 
8.1 REANIMAÇÃO DO DOENTE 
Desde muito tempo as manobras de reanimação cardiopulmonar existem, e vem 
sendo aperfeiçoadas cada vez mais. É de grande importância que todo profissional da 
saúde tenha conhecimento e priorizem esse procedimento. A RCP também faz parte do 
suporte básico de vida-SBV. De acordo com Berg e Abella 2010, “o Suporte Básico de 
Vida (SBV) consiste no pilar do atendimento ao paciente em parada cardiorrespiratória, 
com o objetivo de manter oxigenação e, principalmente, perfusão dos órgãos vitais por 
meio de manobras contínuas”. O inicio instantâneo da RCP podem aumentar as chances 
de sobrevivência em pacientes emparada cardíaca. Segundo Rocha e Alcântara 2011, a 
sobrevivência à parada cardiorrespiratória depende de uma série de intervenções 
fundamentais, que correspondem à “corrente de sobrevivência”. As vitimas podem 
apresentar assistolia, atividade elétrica sem pulso (AESP) ou taquicardia/fibrilação 
ventricular sem pulso. Siga a versão atual das diretrizes da American Heart Association 
(AHA), para o ALS pediátrico e de adultos, e Advanced Cardiac Life Support (ACLS) 
para o tratamento desses ritmos (PHTLS, 2011). 
 
Um quinto elo é implementado na cadeia de sobrevida, os cuidados pós-PCR. 
Este novo elo aperfeiçoa a estabilização da função cardiopulmonar, perfusão dos órgãos 
e remoção para o estabelecimento de saúde adequado (AHA, 2010). 
É necessário está atento quanto à estabilização da coluna cervical durante o 
resgate aquático, uma vez que esse procedimento só é necessário quando a vitima 
estiver com suspeita de trauma, caso contrario a estabilização da coluna cervical na agua 
19 
 
não é necessário, pois pode causar um retardo na assistência da via aérea de modo que a 
reanimação possa ser iniciada. 
Não se recomenda a reanimação cardiopulmonar no resgate 
dentro da água, pois a profundidade das compressões do tórax 
dentro da água não é eficaz. Além de retardar o inicio de uma 
reanimação efetiva fora da água, à tentativa de reanimação 
dentro da água expõe as pessoas que estão prestando o resgate 
ao risco de fadiga, água gelada, ondas e correntes de água 
(PHTLS, 2011). 
Deve- se estar atento também quanto à posição da vitima no solo. Estudos 
evidenciaram que quando a vitima sobreposta no solo em posição supina, na horizontal, 
paralelo à água, associado à ventilação e compressão torácica adequada, a RCP é bem 
mais sucedida. 
Manter o doente no chão na horizontal, evita a diminuição do 
fluxo sanguíneo cerebral durante a compressão do tórax, que 
pode ocorrer quando o doente é colocado com a cabeça para 
cima, ou o aumento da pressão intracraniana, que pode ocorrer 
quando o doente é colocado com a cabeça para baixo. Além 
disso, não existem evidências que indiquem mais eficácia da 
drenagem pulmonar com alguma manobra em particular 
(PHTLS, 2011). 
Na assistência as vitimas de afogamento a sua ordem de prioridade são as 
seguintes: CABDE. De acordo com Timerman 2000, a sequência resumida dos passos 
para execução do Suporte Básico de Vida e manobras de RCP são as seguintes: 
1. Avaliar a responsividade: avaliar o nível de consciência, tocando a vítima pelo 
ombro e chamando-a em voz alta. 
2. Chamar por ajuda: na ausência de resposta da vítima, acionar imediatamente o 
serviço médico de emergência e solicitar desfibrilador. 
3. Detectar presença de pulso (C – Circulation): palpação da artéria carótida ou 
femoral (5 a 10 seg.). Na ausência de pulso, iniciar compressões torácicas: comprimir 
com força e rápido, na frequência de no mínimo 100 vezes por minuto. A profundidade 
das compressões deve ser de 5 cm em adultos e crianças e bebês 4 cm. A relação 
20 
 
compressões/ventilações com um socorrista deve ser mantida na proporção de 30:2, em 
qualquer faixa etária (exceto recém-nascidos). Minimizar a interrupção das manobras de 
compressão e quando 2 ou mais profissionais de saúde estão presentes durante a RCP, 
os socorristas devem revezar-se nas compressões torácicas a cada 5 ciclos (2 minutos de 
RCP), visando manter a eficácia do procedimento. 
4. Abrir as vias aéreas (A – Airway): assegurar permeabilidade e desobstrução 
das vias aéreas. Identificar respiração anormal ou gasping. Abolido a “manobra de ver, 
ouvir e sentir”, ao abrir as vias aéreas assegura-se que a percepção de respiração já é 
detectada. Não se recomenda o uso rotineiro da pressão cricóide. 
5. Avaliar respiração (B – Breathing): Realizar ventilação de resgate: 2 
insuflações, com duração de 1 segundo cada. 
 6. Avaliação Neurológica (D–Disfunção Neurológica): Avaliação do sistema 
neurológico, Deve ser feito o exame neurológico rápido; Escala de Coma de Glasgow; 
A V D I. 
 7. Exposição com controle ambiente (E- Exposição):- Examinar a vítima de 
forma global, retirando suas roupas, mas mantendo sua imobilização. Expor todo o 
corpo da vítima para uma avaliação mais completa atentando para o risco de hipotermia. 
Antigamente os socorristas usavam a manobra de Heimlch nas vitimas de 
submersão, essa técnica tem por finalidade expulsar o corpo estranho da via área, 
mantendo-a permeabilidade da mesma. Essa manobra não remove a água da via a aérea 
nem dos pulmões, porem pode induzir o vômito e aumentar o risco de aspiração nas 
vítimas de afogamento. Atualmente se a vítima estiver com a via aérea permeável a 
AHA e o Instituto of Medicine recomendam não usar a manobra de Heimlch. Se o 
paciente apresentar recuperação espontânea, “ele deve ser colocado em decúbito lateral 
direito, com a cabeça em uma posição ligeiramente inferior á do tronco para diminuir o 
risco de aspiração se o doente vomitar (PHTLS, 2011)”. 
Existem diretrizes fundamentais para determinar os critérios de morte evidente. 
De acordo com o Phtls 2011, “as diretrizes aceitáveis para considerar que uma vitima 
está em morte evidente são: temperatura retal normal em um doente com assistole, 
apneia, lividez post-morten,rigor mortis ou outras lesões incompatíveis com a vida”. 
Uma vez que a vítima tenha sido retirada da água com ausência de sinais vitais e sem 
êxito nos procedimentos de reanimação por mais de 30 minutos pode ser considerado 
morto no local. 
21 
 
8.2 CLASSIFICAÇÃO DE AFOGADOS-BLS 
 
De acordo com protocolo de suporte básico de vida (BLS)- afogamento de Szpilman 
2004, dependendo do quadro clinico da vítima e da classificação de afogamento 
apresentada, devem ser realizadas medidas que podem ser vistas no algoritmo asseguir: 
Resgate – Ausência de Tosse ou Dificuldade Respiratória – Avaliar e liberar do local do 
acidente sem necessidade de cuidados médicos. 
Grau 1 – Tosse com Auscuta Pulmonar Normal – Tosse sem espuma, índice de 
mortalidade de 0%. Não necessitam de oxigênio ou suporte ventilatório. Recomenda-se 
o repouso, aquecimento, e tranquilizarão da vítima. 
Grau 2 – Auscuta Pulmonar com Estertores Pulmonares – Pouca espuma na boca/nariz, 
com mortalidade de 0,6%. 93,2% das vítimas necessitam apenas de 5 l/min de oxigênio 
via cânula nasal, repouso, posição lateral de segurança sob o lado direito. Manter a 
vítima em observação de 12 a 24 horas. 
Grau 3 – Edema agudo de pulmão sem hipotensão – Grande quantidade espuma na 
boca/nariz, com pulso radial palpável, apresenta mortalidade de 5,2%. Vítimas com 
SaO2p > 90% em uso de oxigênio a 15 l/min via máscara facial, conseguem suportar 
sem suporte ventilatório invasivo em apenas 27,6% dos casos. Cerca de 72,4% dos 
casos necessitam de entubação e ventilação mecânica, posição lateral de segurança sob 
o lado direito 
Grau 4 – Edema agudo de Pulmão com Hipotensão Arterial – Grande quantidade de 
espuma na boca/nariz, sem pulso radial palpável. Índice de mortalidade 19,4%. 
Oxigênio com suporte de ventilação mecânica é a terapia de primeira linha. Inicialmente 
oxigênio deve ser fornecido com uma máscara facial a 15 l/min até que o tubo 
orotraqueal possa ser introduzido. O Afogado grau 4 necessita de entubação orotraqueal 
em 100% dos casos devido à necessidade de ventilação com pressão positiva. A 
ventilação mecânica é indicada em caso de SaO2p menor que 90%, uma PaCO2 maior 
que 45 mmHg, uma freqüência respiratória alta ou grande esforço respiratório que pode 
levar a fadiga. Os pacientes nessa situação devem ser mantidos relaxados com drogas 
(sedativos, analgésicos e bloqueadores neuro-musculares se necessários)para tolerarem 
a entubação e a ventilação mecânica que deve fornecer um volume corrente de pelo 
menos 5 ml/kg de peso. A fração de oxigênio inspirada (FiO2) pode ser de 100% 
22 
 
inicialmente, mas deve assim que possível ser reduzida para 45% ou menos, afim de 
evitar a lesão pulmonar causada pelo oxigênio. Uma pressão expiratória final positiva 
(PEEP) deve ser inicialmente adicionada com valor de 5 cm H2O e aumentada em 
valores de 2 a 3 cm H2O até que atinja um shunt intrapulmonar (QS:QT) de 20% ou 
menos, ou uma PaO2:FiO2 (P/F) de 250 ou mais. Caso a hipotensão arterial não seja 
corrigida com oxigênio, uma infusão rápida de cristalóides (independente do tipo de 
água responsável pelo afogamento) deve ser tentado antes de se reduzir 
temporariamente a PEEP. 
Grau 5 – Parada Respiratória é geralmente revertida com a chegada do pessoal treinado 
em suporte avançado de vida. Mortalidade de 44%. A vítima em apnéia exige ventilação 
artificial. Os protocolos de ventilação e oxigenação que são os mesmos do Grau 6, 
devem ser seguidos até que a respiração espontânea seja restaurada, então siga os 
protocolos para o Grau 4. 
Grau 6 – Parada cárdio-pulmonar – Apresenta índice de mortalidade 93%. A Vítima 
inconsciente tem presença de muita espuma na boca e no nariz, estresse físico, perda de 
líquidos, pulso carotídeo fraco e parada respiratória. Retirar a vítima da água. Colocar a 
vítima deitada na areia úmida, posicionada paralelamente a linha d`água e em decúbito 
dorsal. O pronto socorrista ficara posicionado de costas para a linha d`água para reduzir 
o risco de cair sobre a vítima. Iniciar as insuflações. A vítima voltando a respirar, passar 
para os procedimentos do nível de risco “E”. 
Vítima inconsciente. Presença de muita espuma na boca e no nariz. Estresse físico. 
Perda de líquidos. Parada cardiorrespiratória. Retirar a vítima da água. Proceder 
imediatamente a RCR, com 30 compressões + 2 ventilações, até retornar a função 
cárdio- pulmonar, ou a chegada da ambulância ou a exaustão do socorrista. Inicie a RCP 
sempre que quando: submersão menor que 1 hora ou desconhecida e em PCR sem 
rigidez cadavérica; decomposição corporal. Havendo pulsação, passar para o nível de 
risco “E”. 
Cadáver – Vítima com tempo de submersão acima de 1 hora ou com sinais físicos 
óbvios de morte (rigor mortis, livores e/ou decomposição corporal). Não iniciar 
ressuscitação, encaminhar o corpo ao IML. 
 
 
23 
 
9. PREVENÇÃO 
Diversas são as medidas de prevenção, e os socorristas e gaurda-vidas são a 
peça fundamental, para difundir essas medidas. 
Os socorristas têm grandes oportunidades de difundir a 
segunda a segurança na água e educar as pessoas de suas 
comunidades, com ênfase na comunicação dos fatores de riscos 
de áreas preveniamente identificadas (PHTLS, 2011). 
Deve-se ressaltar a prevenção para as equipes de socorristas e profissionais que 
vão prestar assistência a vitima, uma vez que um socorrista não preparado, também 
podem torna-se vítima de submersão. Os profissionais devem avaliar a cena e 
assegurar a segurança de todos antes de iniciar o atendimento primário, para isso e 
recomendado que os profissionais estejam habilitados e atualizados em relação à 
assistência a vitima de submersão. 
 
De acordo com o Phtls 2011, são recomendadas as seguintes orientações para o regate 
seguro de uma vítima que está na água: 
 Alcançar: Tente realizar o resgate aquático alcançando a vítima com um mastro, 
pedaço de pau, remo ou qualquer coisa, de modo que o socorrista fique em terra 
ou no barco. Tenha cuidado para não ser inadvertidamente puxado para a água. 
 Jogar: Quando alcançar não é possível, jogue algo para a vítima, como um 
colete salva vidas ou cordas, para que ela flutue. 
 Rebocar: Assim que a vítima tiver uma linha de resgate, reboque-a com 
segurança. 
 Atravessar: Caso a entrada na água seja necessária, é preferível usar um barco 
ou remo para alcançar a vítima, vestindo equipamento de flutuação pessoal 
(EFP). 
Na tabela abaixo segue as instruções sobre as medidas de prevenção em afogamento, em 
Praias e Piscinas, segundo Szpilman , 2005. 
24 
 
 
10. CONCLUSÃO 
O afogamento faz parte do quadro de incidentes que geralmente pode ser 
evitada. A maioria desses incidentes pode ser considerado como o resultado 
final de violências contra o bom senso, abuso de bebidas alcoólicas e a 
negligência para com as crianças. 
O presente trabalho ressaltou a importância do atendimento pré-
hospitalar, já que o mesmo tem por objetivo evitar ou minimizar sequelas, tendo 
em vista o grande o número de casos de incidentes por submersão. Uma 
assistência adequada desde os primeiros socorros prestados até a chegada do 
resgate é essencial para que o paciente não venha a óbito no local. Mostrou-se 
que o uso de técnicas e equipamentos adequados, assim como também rapidez 
no momento da assistência, consequentemente aumentarão as chances de 
sobrevida da vítima. É através da precaução, que são reduzidos o número de 
casos de afogamento, diante do fato faz-se necessário a reeducação da população 
em relação medidas de prevenção. 
25 
 
 
11.BIBLIOGRÁFIA CONSULTADA 
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