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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
Avaliação à Distância – AP1 
Período - 2024/1º 
Disciplina: Formação Econômica Brasileira – EAD06005 
Coordenador: Alexis Toribio Dantas 
 
 
 
Pesquise no material didático recomendado para o curso e discuta as seguintes 
questões: 
 
1. Explique a seguinte afirmativa: “Com a descoberta de ouro, iniciou-se um novo 
ciclo na economia colonial, intensificando as relações entre metrópole e colônia. 
A mineração do ouro tornou-se o centro das atenções de Portugal, de onde 
partiram fluxos emigratórios importantes para a colônia. As demais atividades 
econômicas entraram em declínio, ocorrendo o empobrecimento e o 
despovoamento das regiões onde se localizavam”.; 
 
2. De que forma o início da utilização da mão de obra imigrante no regime de 
colonato contribuiu para o início da industrialização no Brasil? 
 
3. Examine as bases do Convênio de Taubaté de 1906 no Brasil e seus principais 
efeitos para a cafeicultura. 
 
NOTA 
 
Pesquise no material didático recomendado para o curso e discuta as seguintes questões:
1. Explique a seguinte afirmativa: “Com a descoberta de ouro, iniciou-se um novo ciclo
na economia colonial, intensificando as relações entre metrópole e colônia. A mineração
do ouro tornou-se o centro das atenções de Portugal, de onde partiram fluxos
emigratórios importantes para a colônia. As demais atividades econômicas entraram em
declínio, ocorrendo o empobrecimento e o despovoamento das regiões onde se
localizavam”.
RESPOSTA:
Outra região brasileira em que se sentiram intensamente os efeitos da atividade
econômica realizada pela colônia foi a região das minas, localizada principalmente no
Estado de Minas Gerais, no Sudeste. No século XVIII, a descoberta de ouro na região
gerou um grande movimento migratório para o interior, inclusive de portugueses. 
Por tratar-se de uma atividade que não dependia da propriedade de terras, o garimpo
atraiu todo tipo de trabalhadores, até mesmo os ex-escravos que conseguiram comprar
sua liberdade. Diferente da fazenda de açúcar, onde havia produção de subsistência, a
atividade garimpeira era totalmente voltada para a produção mercantil. 
Devido à inexistência de agricultura nas áreas de garimpo, o abastecimento da
população garimpeira gerou um comércio de longa distância, incluindo desde os
produtores primários do Sul do país até os criadores do Nordeste. Outra característica
que distinguia a mineração da cultura canavieira era a concentração da população em
cidades, necessitando de abastecimento alimentar, o que impulsionou a economia do
interior da Colônia. 
O isolamento geográfico, conjugado ao curto período do chamado “ciclo do ouro”, fez
com que as atividades manufatureiras voltadas para o mercado interno não se
mostrassem sustentáveis. A crise da economia do ouro, ao contrário dos demais casos
na história brasileira, teve origem na incapacidade de sustentação da oferta.
2. De que forma o início da utilização da mão de obra imigrante no regime de colonato
contribuiu para o início da industrialização no Brasil?
RESPOSTA:
Finalmente, o fator mais importante a favor da cultura cafeeira paulista, em relação à
fluminense, estava nas relações de trabalho, livre no oeste paulista e escravo no Estado
do Rio de Janeiro. A proibição do tráfico negreiro, em 1850, elevou os preços dos
escravos, o que estimulou a emigração de trabalhadores europeus, interessados em se
tornar pequenos proprietários. A necessidade de poupar fez do emigrante um
trabalhador muito mais produtivo do que o escravo. Além disso, o trabalhador livre era
consumidor, e o escravo não era, o que impactava significativamente a formação do
mercado consumidor, necessário para estimular o surgimento de indústrias. 
Por ser uma atividade muito dependente de mão-de-obra (agora constituída de
trabalhadores livres), houve estímulo ao surgimento de muitas cidades: ao deslocar-se o
plantio de novos cafezais, a terra era reconvertida para outros usos agrícolas,
intensificando uma agricultura mercantil iniciada pelos trabalhadores em regime de
colonato. Ao receber permissão para cultivar alimentos paralelamente ao café, os
trabalhadores produziram uma agricultura mercantil que permitiu o abastecimento das
cidades, contribuindo para sua consolidação, e conseqüente não-reversão, como no caso
da Amazônia. 
Quando a economia cafeeira passou a enfrentar crises de superprodução, a partir de
1894, a reação foi o estabelecimento de política de sustentação da renda dos
cafeicultores, inicialmente através das desvalorizações cambiais, que permitiam a
manutenção da receita das exportações, sustentando-lhe a lucratividade ao mesmo
tempo que encarecia as importações. Isso criava estímulo à industrialização substitutiva
de importações. 
A partir de 1906, a política de sustentação da renda da cafeicultura passou a ter como
base a compra dos excedentes de produção, o que continuava a assegurar a renda do
negócio e, portanto, o nível de emprego nessa atividade. A manutenção do nível de
emprego e o encarecimento das importações levaram à migração dos lucros da atividade
cafeeira para financiar os empreendimentos industriais. 
Portanto, a expansão cafeeira para o oeste paulista criou as bases para a emergência da
indústria. Havia forte complementaridade entre o capital cafeeiro e o industrial. 
Isso significa que a atividade cafeeira, apesar de liderar o processo de acumulação,
contribuiu fortemente também para a ampliação industrial. Nos momentos de bonança,
as indústrias se beneficiavam da renda gerada pelas exportações de café – aumento de
demanda por alimentos, por máquinas de beneficiamento, sacarias, transporte etc. –; nos
momentos de crise, a atividade industrial surgia como um refúgio para a aplicação do
capital, principalmente nos setores urbanos. 
A superação da crise cafeeira pela indústria – uma atividade mais dinâmica, geradora de
maior produtividade – transformou não só a economia paulista, mas a do país. As
indústrias das demais economias regionais tornaram-se zonas de complementação da
indústria paulista, especializando-se em fornecer insumos a serem processados por ela
(como no caso da zona metalúrgica de Minas Gerais). Foram poucos os casos em que
uma economia voltada para o mercado regional conseguiu ampliar seu alcance para o
mercado nacional. A indústria têxtil e a de cerâmica, ambas catarinenses, são exemplos
disso. 
A indústria paulista chegou a ter uma participação de 58,1% no PIB industrial
brasileiro, ao passo que outras antigas economias estaduais perderam participação na
indústria brasileira. Entre essas, o destaque é o declínio da economia fluminense, cuja
indústria foi ultrapassada pela paulista desde a década de 1920. 
 3. Examine as bases do Convênio de Taubaté de 1906 no Brasil e seus principais
efeitos para a cafeicultura.
A estabilidade monetária e a constante pressão para valorização cambial deixavam
insatisfeitos os cafeicultores, que viam suas receitas recorrentemente reduzidas ou
ameaçadas. A situação agravava-se toda vez que havia uma previsão de safra excedente
na produção de café. 
O cenário da virada de 1905 para 1906 caminhava exatamente nessa direção. Além de
uma valorização cambial em torno de 25%, havia uma perspectiva de grande produção
para 1906/7 – em 1906, a safra de café passava de 20 milhões de sacas para uma
demanda internacional de aproximadamente 16 milhões. 
Havia, portanto, a ameaça de mais uma crise de superprodução. Exercendo sua enorme
capacidade de interferência no poder, especialmente através do governo da província de
São Paulo,os cafeicultores conseguiram negociar uma vantajosa solução para o
problema. 
Conhecida como Convênio de Taubaté, esta solução foi firmada em 1906 pelos
presidentes das províncias de São Paulo (Jorge Tibiriçá), Minas Gerais (Francisco
Salles) e Rio de Janeiro (Nilo Peçanha), – os três maiores produtores de café –, mesmo
contando com a oposição de Rodrigues Alves, o então presidente da República. 
O Convênio de Taubaté estabeleceu que: 
(a) haveria a compra de excedentes de produção pelos governos estaduais envolvidos; 
(b) a compra seria viabilizada por meio de um financiamento de 15 milhões de libras
esterlinas; 
(c) o gasto com a compra do excedente de café seria coberto pela criação de um imposto
em ouro aplicado a cada saca exportada de café; 
(d) um fundo seria criado para estabilizar a taxa de câmbio, impedindo sua constante
valorização – que funcionaria na forma de uma CAIXA DE CONVERSÃO; 
(e) seriam tomadas medidas para desencorajar a expansão das lavouras no longo prazo,
como a definição de taxas proibitivas. 
Essas medidas mudariam significativamente a orientação da política econômica do país
no que diz respeito às exportações de café. O Convênio de Taubaté determinou, nesse
sentido, a institucionalização da prática de controle de estoques para regular o preço
internacional, artifício permitido pela enorme parcela do mercado internacional ocupada
pela produção brasileira. 
Todavia, apesar do sucesso alcançado na estabilização dos preços internacionais, a
prática acabou induzindo uma forte concentração na atividade cafeeira. Os maiores
lucros acabaram direcionados para os operadores do mercado financeiro, com destaque
para os banqueiros internacionais e as casas comissárias, que compravam o produto na
baixa e vendiam na alta. 
Os banqueiros internacionais, inclusive, passaram a dominar o comércio do café,
credenciados pela dívida externa crescente, e adquiriram grandes fazendas dos
produtores nacionais. 
Além disso, a manutenção de altos preços e da receita de exportação inviabilizava
qualquer tentativa de desestimular o crescimento das lavouras, tornando o problema
insolúvel no longo prazo.

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