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Historia da Psicologia - Unidade 14 (Gestalt)

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Capíulo 18
0 geíalÍi5mo e o relotno à experiência psicológica
l'|arcia íoraes
No sécdo XDi, as pesquìsâr €m Psicologia cram nìarcaclai pcla tese
dc que a experiência psicoÌógìca fosse eÌa mnênica ou Perceptiva deverìa
se. analisàda a partir de sua reÌação com o mundo lisico, deÍìnido de um
ponto de üsta mccanicista. O mundo fisico sobÌe o qual sc cBlua o 'crreÌIo
da experiència era afirraado como câmpo da extensão e do movimenlo, do
quaì €stavan1 excluídas quaisque. carâcteísrìcas de senrido' vàlor ou oìdem'
TÍatava se de um mundo dcfinido Por rclações mecânicãs quc em nada se
assemelhavam ao qü€ nós, sujeitos i'gênuos, experimeDtamos cm Ììossâ
perccp€o ordinárìa. Anavés de nosa experiência perccptiva vemos um mundo
pÌeno de sentido, de vaÌor, de ordcm O desaíro da PsicoÌogia no sécuÌo xÌx
eÌa enconirar parâmctros que Pcrmitissem üma iNestigação exPerimcntaÌda
cr?erìêndâ psìcoÌógica. O quc esta\a emjogo nessa invcstig'ação cra a delinÌÉo
da speriência como uma partc do mundo lisico, cnlre outÌas q!Ìestões-
Nesse )clerencial, duas noções eran fundanÌentajs: de um Ìado) â
noção de sensação e, de outro Ìado, â hipótese cÌa constância Na psicoÌoga
do século XIX, a noção dc sensação era eÌÌtcÌÌdida como o substrato de toda e
quaìquer crperiência psicológica. A scnsação er'. úsia 'ìomo um acoÍÌecrmfmo
tuioÌógico provocâdo pelo estímuÌo Íisico. Desse modo, a sensação é ao Ìncsmo
tempo Íisica porque provocada por üm excitant€ extcrno , lìsioÌógica
porqu€ dessa excitâção resulta uma modiÂcâção do corpo , e PsicolóSrcâ
- poaue a experiência psicológica tem na sensação o seu fundamcntoi A
scnsação é, portânto, um conceito'chavc Parâ o estabeÌecìmento da relação
entre a cr?eriênciâ e o mundo fisico. Na medida cm que é um acontccinento
âsioÌósico, â sensa!ão demana que o vínculo cntre o p'rcebido e o dado
'objetivo se faz apenas por inteÌmédio do organismo ÊsioÌóSico De 1ãto,
301
o orgàn;Ììo fisiológico nÌarca não só unrâ nãruralização da qucsrão dâ
expeÌiência, ÍÌrào ranbénÌ uÌna possibiÌidade dc dar conta cientificamente
dâ relação entÌe os dojs domínios dc contÌccrrÌcnro
separados desd€ â risrcÁ DE GArIÌ-EÌr, a expe.iendà c a
realìdade objerie.
A ììipórcse da coÌrslância resume o pincípnr
:rcinÌâ descrito, ao afirnrÌ quc a excirabiÌ acle d€ um
eÌemento Ììcn'oso ó iÌrvariantc corn rchção a Dm .erto
cxülantc. A seiìsação sirLra-se, assim, no cnno|camentn
da psicoÌogia com a Íìsicâ c a tìsiologia. Isso poÌquc a
. . n . , , r , , . , o , , , u r , r I i 
" J , . , , 1 , j " i J - " . n , r n a , i , . ,
uma excireção ncnosa quc, porsua vez, é r.sütr:Ìnrc dâ
' , ; - , o i 1 ' o - o , , ' < . ' - r . r . . , . h o t o q i u . o 1 , , . n , , J r r . , ^ .
fisicos cxcitânrcs. ruénr disso, a s.ns.ç;o está lisacl.
apcnas aunra excitaçãoÌoc^Ì, o que sisniíìca dizerque
. xr i r \ . o 5. iô Ì rJ , J en, , , Í FtÊm, ,o , , , 1o\ , , , ,o -
nrodificada pelo que sc pârsi ìôs eÌemenros riziìÌÌìôs.
0 declínio da noção de senroção
No finaÌ do sócüÌo X|{, iniciou-sc na psicoocü um Ìno\oÌ1<:lìÌo ccntÌaclo
na Lcsc dc quc o csmdo tla cxperiència deveria incidir sob fe atgo ÌÌìârs.lo qrÌe
asscnsações. É certo que esta tese já estar? prescnte nos trabalhos dc Wundt,
em pa.iiculâr ììaqueÌcs dedìcados à psicologja dos povos. No entanto, rro
filal cÌo sé.ulo XIX e início do sécuÌo XX, iuìa polêmica ÌÌìaraa o caÌnpo
da psicoÌogìa: aqueta qrì€ consisria râ disiiÌìção .nrÌÌr aros c conteri.los diì
expcriênciâ. Ainda quc feconheccndo os iìmites da $rsação pa.â
.tchniçãú .la cxpcrìència psicoÌógica, \\,Lrndr .ldmitia scr a scnsaçio
uÌn conteúdo dâ e\pcriência. DilèrentcÌncnte dcstc cnÍòquc, nznz
Barrr:r,rrr afirmava uma distinção tÌtre os aros e os conrcuclos
da cxpeÌiência. Pârì clc os coDteúdos não seriâÍì psjquicosJ
mas Ílsìcos. ,À psicoÌoda dcveria ini,cstigar não o cortcí,cÌo d:r
er?eiênciâ, não as represcntações, nras sim o aro cÌe Ì€prescnrar
A díinção enrre aro e contcúdo roüoLr-se lúro:urc!ru para a
conpreensão dâ expcfiênciâ p$cológica.
À DscoÌa de \'Vurzburgo, no início do sécu1o XX, sob a
nÌfluônciâ de B.cnrano, afirÌna\r a exisrênciã .lo pensâmenro
3ü.
'0siÈrer4,
sem iÌnagem, passívei de ser csrudado arràvés da intfospecção cx.p€rimentàI.
Afirmar â existência de uÌì peDsamento scm imase
tradìção da psicoiogia do conreúdo quc acreditâ\Ìa quc o pensâÌneDto, assiÌn
como a experiência psicoÌógica, eraem nraior ou menor mcdida herdeiro da
Ioì no coÌÌtexto dessa disrirÌção enrre ato c conteúdo qnc a noção
dc cÍNtura comcçou a se deseDhaf conÌo uDÌa cÌÌâle pâra o cstudo da
erpeÌiên.iâ, trômovendô ud dcslo.amerto no câüpo des pc,quisas:já nâo
se tralavì dc delìDir a erpcriôÌicia através das sensações, nas siÌn desubtinhar
a importância das rr:lações enrc as seÌìsações- Essc desÌocamcnro do foco
.tê 2tcnçio da pesquisas é fundamcnrol para que pcìssaÌnos co!Ìpreendcr o
alcance das pesquisas propostas pclo gesrâltismo.
Nâ Austria, voN EHRT,NTDLS clÌamava atenção
parâ uma cârâcleÍislica da cxperiência pcrceptìva,
negligcnciada nas pcsquisas centradas nâ noção d,: ;;;l
. . , : " \ ; o T o m c n r o : . n o r c " " n r p l o . u m , n , F o t i o ' A ' r s o s
Nóspodemos truspô la pa.a oufo ron, fo.nDndo umâ ;;;i
meÌod;a (B). Ncssa tnnsposição de (A)para (B), lodâs c".r
as_notas se ahcmm. No entaDto, sonÌos pcfciiamenle
câpazcs dc pcrccbcr a scmeìhança cnrrc (A) . (ll) ola, sc
tcìdos os clenÌenlos vaiam quandc, fâzc]Ìos a üânsposição da nÌeÌodia, poÌ
que somos capazes de rcconhecer à semelhançâ enhc (A) e (Ìl)? Ìodcmd,
por crcmpÌo. rcconhccet a mísi.a G.tntú ú lpuluta, dc tìtrr Jobnn c
Viniciüs de Nlo.âes, cm qualqueÌ rom qÌrc a e\ecuremos. Por que somos
capazes de rcconhecer a identidacle cìa música mesmo quando aÌteramos
o tom no quaÌ a músicâ ó cxccuiada? A scúclharçr perccbida não pode
adür das sensações, dos eÌementos,j:i que todos os riÌcnÌcDtos s€ moditìcam
quando ocorÌc a úansposição dc unì loÌn pan ouoo. Esra argumentação
dcscn\drida poì IìÌÌrxfcls aporr.Ì pa.a o liÌrÌiÌc .la noçào de senlação, ou
seja, apoDÌa pala â exiÍêDcia dc algo não Ìcduiivci ao câÌnpo dâs scnsaçõcs
considcÌadas úol:rdameÌÌtc- Von lilìÌenfeÌs chanÌa de quaüdadcs cstrutu.ais
cssas ca.adeÌjsricó cÌacrpc!iôncìa que dizem rcspciro não aos cÌementos, Ììas
às reìaçõeseÌÌtft osclcìnentos. Na rrânsposição de (A) para (Ì), sorìos câpãzes
de reconhecer a scmclhança entre as nÌcÌodlaspo.que perebemos as rcÌações
crút os clcrrcrros, e nâo os eÌenìenros isoladaneìÌre.
É interessaÌitc saÌjeniaÍ que as quaÌidades esrruturais pcÌtenccrÌ ao
câmpo da sensibiljdade. São dados scnsí\,eis, ainda que dc oÌctcm supcriolì
ÌlÌÌÌlnlèls não supõe ncúumâ ariúdaclc ÌÌÌcnÌel sìrpeiior responsá\cl pcÌa
l0l
produção das quaÌìdades estruturais. tlas são dados seÌÌsívcis qÌìe parâ
o.oreÌem dependem das sensaçôes. PâÌâ EhrnlèÌs, âs scnsaçõcssão eÌenÌentos
artôoonros e Dìdependenres quc não são modìficados quando oÍraÌrÌ en]
rclãçào. Isso signilìca dizeÌ que as quaìidacÌes esrrutunis não aterrÌn os
eleÌnentos scnsodâis qüe ìhes sÍrnrm cle âÌrôìô
É ctrto rrLre Ehrenfels ampliâ o campo da scnsibili.lâ.Ìe anÌmando ser
eÌe lìrÌÌÌado tanto por sersaçõcs quânto por qualidades esúururâis. Ncste
sentìdo, é pôssjlrÌ afi.mârque a noção dc qualidade estruturaÌ dcniara uma
ÌeÌção às teorÌas psicoÌógicas que circünscrcviam o esrudo da cxpc.iènciâ âo
exanìc clas scnsaçôes. A noção de quaÌidade eslrutural óo fio condürorqu(inos
peÌmitc conìpfeen.Ìer, de uú lado, o prlgrcsli\o .Ìechú da ìoção <Ìe scn:Jação
coÌno Íündâmento da expcfiêìcia psicoÌógicâ ê, dc oÌìrr.o lado, a c(iscürre
Ínportância qrc a noção dc lòrnÌa ou estrutura vei.lssÌrÌnnÌdo nas p6clìììsas
psicôlód.rs- Ncssc contcxto, poderDs situa. a Escola de cÌaz c a Escoìa <lc
tseÌüÌì conÌo duas rclcÌnncias imporrantcs para â redelìüição da rxfuìritNcr
 [scola de 0raz
O filósoír /tìrxIUS \''oN MlINoN.r lcu c pÌrbÌìcou os seus connÌÌtáriGsobÌt o artigo de LhrenleÌs que tratara das cluaÌìdades €stÍutufais. EÌr scu
comeniáÌjo, N{einong concordava cm muitos pontos conì r pc$p{ictì\"a {Ìc
DhrenÍèls. Para N,Ieinong, asim conìo paÍâ [hrenlèÌs, ì rxpcÌiôncia psicoÌógícâ
devia ser conpÌcendidi não apcnas a partí dos seus eleÌÌnÌtos constitu;rtcs,
mâs prnÌcÌpeÌmente atra\és das reÌações cntrc csscs clcmcntos. C)s trabalhos
clcÀlcnrong orìentarânì as pesquisas expcrìn<Ìtais dcscnvoh,idaspor llrNÌrss1
c ü1l.\sr.rK, memb.os da EscoÌa de Crâz.
Dm suas rcflcxõcs sobrc a experiênciâ
psicoÌógica, N,Íciììong p,opôs unìa distinção
cntrc os objetos iilndantes e os objctos tundados
O" obj usfun.r , - r^o, , ,y 'nú,dsd i o \ r i , . . i i r ^ J
o s F p n o . ê n , ê ' . q l r i s e d . u r . r , l r ç r ' .
J . n , o l , r o c í u l . l ' , ì ô o u t ! , ; a . " . " u l t ú . J , ,
m F ì . o ( . L I r t Í r . n r i
.Ìu- o' 'zl ad , d-p, rd, du.
: n t è : a j t . t . t o r p p \ p - , o p n i , ' , , , r , l ' \ , , . ,
104
porquc estas se frìndam a parú dos eÌeÌncntos oü tú'rn;] Tomemos como
exempÌo as duas Êguras abaixo.
'*F*-qgt*
',off;qm"
fisuÍa I Iisúô Z
lodcmos consìderar ciue a figura 2 mantém cora a figrra Ì uma
retação de semelÌrança. No entanto, Meinong advert€ quc a reÌação de
semelhançâ enrre as figuas (!'rqüì,ra) não tcm a mesma existència que âs
IÈuras. Dito de oulro modo, não há um €xisteDte real, um estímulo Íisico,
que colsista em ser semelhança enlrc as Íigurâs Por isso, o ãutoÌ afrrmâ
que os sla;/z não exisrem do mcsn, modo qrtc os ta@,/a. Elcs são ob.jctos
ideais que dcrivam não da sensibilida<le, mas snn dc atiüdades intclcctuâis
superiorcs- Dsta alìrmação é importante porquc marcâ uma distinção cühe o
trabâlho de Mcinongc o de Dhrenlèls. NÍcinorg subÌürha o pàpeÌ do suj€iio
do coDhccimento na produção das r€iaçõcs cÈtrc os elementos, cnquânto
ÈlÌÌ.enfcls, como viÌ'os, considera que as qualidades esÌrLrturìis são sensívcis.
Para iDdicar quc esta afirmação dc Eh,tnfr:ls carece dc scntido, Meinong
Ievân1â o seguinte problerna: couo podemos suporquc os rzTenìrc são dados
dâ sensibiìidade se não cncoltmmos nenhum cstímuÌo lìsico quc a des
contsponda? Do ponto de vista dr DscoÌa de Gnz, quando pcru:bemos
as figuras acirna somos, dc um Ìaclo, afcados pol dados sensír'eìs quc
conupondem aos cstímulos lisicos. Tratzr-se neste PoÌÌto de uma a{ìÌmação do
papcl das sensaçõcs cou) elemenlos conÍitulivos dâ cxpcÌìê.ciaPsicoÌó$ca
Dc outro Ìado, háum ato iuieÌectüâl qucproduz üma rclação de semelÌiança
entrc os eleÌnentos. Dsse àto não cncotrtra ncnhuma corrcspondônüa
com estímulos Ihicos, não sendo, portanto, onunclo d.Ì sensibiÌidadc. A
sensibilidade só pode oìiginar sensaçõ€s, qucr dizet clcnìentos careÌÌtcs de
oÌgânização, dc valor ou de ordcm. Como conseqüência disso, ã È,scola dc
Graz a6rma ser necessária uma atividadc intcÌecluaÌ dc Produção dc rclâções
enlrr clcmentos scnsívcis. Serdo produtos da atividadc inteÌectual c não cta
excitação sensorial provocadâ pclos cstímuÌ.'s Íisicos, os vld;,ra não têm â
mcsma existência qre os 1'íeri'n. Dnquanto c5tcs são considerados reais,
mâteriais, ãqucles são considcrados como objelos ideais
105
Podemos djzer que há um ponto de concoÌ.dâncja enhÌ: os rnernÌrros
da Escola de cÌzz e EhrenfeÌs, aqueÌe que cìiz respeìto à âtìrmâção do papeì
aulônoÌÌro e ;Ììdepcndentc dos dados eÌemenrares. r-o os -*lt.* a,, òr,l,,
é nítida a auronomiâ dos ,r6?r/d, sobretudo peÌo tàto c1e que é possivcÌ â
ocorência destes sera que por isso ocorram os.tu1,;,a Mâs é pÌe;isanente
nesre ponro que uma ressalva devc serlcita. p2ra os r:rembros ctc Gmz, uma
vez quc ocorm a arividade ìnrelecrual responsáveÌ pcla prodÌìção dos yldn rz,
ocorre tâmbem una modificação enrrc os ?{,Êtla quâl é aimpo.tânciâ dcsta
a h r m J \ ; o l S r â i m p o f r ; n , i l r , u q s i : , 4 - a , , J r ì " L . U r 
. p . r r o n o o " , r r r i o , t r
noçâo dc selr-saçao. PoÌqÌre se de unì Ìado tânto EìrÌcníèLs quanto os meDìbtus de
Graz aceitam a hipótese da consrâncìâ, rÊsguardândo, porraÌro, à aulononÌìa
dos clemenros sensoÌjú, de oÌrrro ìado, a Escola dc cÌ22 âÍilma a possibilicla.lc
dc que as relações os ü1d,,,ra aÌreÌtÌÌÌ as scnsações os r4rál,.
Neste caso, se considoarmos {l!,c a quaììdâdc esrruru.ât c os rzlÌ,io,a
aponLàm pâra os lim;tes da noção de sensâção, tcmos qÌje considemr quc
os mcÌnbros de Graz demarcam corn mais íìrmeza csse Ììnrire, uma vcz
que afirmâm que :rs ÌÌl'ções eDtre os etehcnros podeh altcúÌ os púpios
elcmentos. Dessc modo,podcmosdizerquc a Dscoìa ae ferÌm, ou o gcstairtsmo
propianentc diro leva.ÌÌais Ìonge un movimento cle crítica à noção de
sensaçãô quc se desenhâ\a no sécuÌo XIX. ^ no\,;dadc do gÈsratdsrìo, cono
vercnros, tenr comoponto de pârtidâ uma rccusa radicaj: a rccüsa dc aceirara
seuação c a hipótese da consrância conÌo os tlnclaÌnentos dr cÌpciôncia.
O qre ronos quc cntendcr é o senridopositivo c o a,cúcc dússa rccusa para
o esludo da experiôncìa.
Á [scola de Berlim
DifcrcntemcÌÌre da Escola de Graz e das âÍnmações de EhÌtn1èìs, a
Escola de BcrÌiÌìì, ou o gestaltìsmo propriamerrc diro, invcÍiga ã expcriênciâ
psicoÌógica tonando como relèrência não a noção de sensação, Ìnas sjrn aquìlo
que aparcce tar e quar aparecc na experiêncjâ percêptiva cÌo sujeib nrgêuuo.
O que sigifica esta afirmâtiva? SigÌÌinca que paÌ2 os integranr€s da ljscola clc
BerÌinr a tarelà da psicoÌogiâ ó dar conlâ.la percepção tal co,ìo é ú!.crìciada
por cada um de nós. Nossa experiência perccptiva é marcâdapor relações dc
seütido e dc vaÌor e não apeDas por unl acúrÌìuÌo dc sensàçõcs. Os principâÌs
rntegnnles cta Iscola de Berlim fonm Wolr(ìÁtr\c KoHLD& M^x WtRrHìrÌ,rER
e KuRr' KoFFK,\.
l0ó
O aspecto sisniÊcatiro cla experièn.iâ Iòi apontaclo p".14ì*ir't.ii'.i'"iì:
eìn Ì I I 2 quaÌìdo estudâ\,â e Percep!:ão do Ìnovnncnto Considcrc dois focos de
Ìuz ( ) € (B) próxilÌros no cst,aço. Sc accndeünos (A) c, após Ììnì inicl\'âb de
tempo de 30 a 200 miÌésimos dc scguncìo, accrÌcrmos (B), pcrceberemos unt
movnnento que "vai dr: (A) para (B)". I o que ocone, por cxcmpb, quando
r"am,rs ao cincma. Sabemosquc o1ì ì€ é coÌÌiPosro Porlotogra âs s'ÌaÌados
quc quenclo aprcmtâdos nuÌÌa (rta reÌâ!ìão de proximiclade rcmporaÌ,
l:sultam naperccpçho cìo moúmcrLo. Seguclo \VeÌllÌciÌÌÌct, aPefccPç:r) Lto
n r o r " , ' , u i r , r , , l , a ' r m a . . . p e r " n : r ì n ' c r e s , , ' r ' i r , u I J J p j i l r r " \
ÌJsì.ólógjcâs porqrc taÌc(mpteensão n:ìo se làz aravirs cla Ìroçio d.'sensaçio'
já que, conro virros. as sensações são.lcsProvidrs dc senrido, dc oÌc1erì' c
na pcrccpção do noi,imcnto cxpcrirnenrenÌos n!ìqÌtiÌo que é Pcr(ú o
una rtìeçào rìe scrticlo, dc pertinôncìa. Pârr \\icÌtìÌeìmer. cssa expciirÌxìiâ
Ìrcruptiva ÌanipoLrco podc scr expÌicada etravés dc ÌnÌÌt ali\'lcladc ilÍeÌectud
capaz dc produzi rc'Ìaçòes enm as scrseçõcs lsso po fqüc, segu indo o poülo cLc
rista .ìd srjeiro ìnlín m, â oÌ.liìn é cxpc dmdrt:Ìdâ coÌÌio uÌ]]rÌ .cÌ:Ìç:Ìo ineÍen lc
ao poccbido, scm que seja ncccssárìo rccorri:r a qtr alqucr atividadr: ìttteÌectual
para prrcÌuzi'La. Dcssr: moclo, \ /cftheinìe. Ìc\rLnta o PÌlblenìa da oÌgan i7âção
iÌa expüiêncirpsicológic:r reú 1àzcÌmc,ição ndÌr à noçào dc sensação' nenì à
hipótcsc da constância, ne'n à idói.Ì de snúcsc, isto é. unl tipo dc vínculo ert'c
ìs sensaçõcs.Ìi,e é prcchÌzido Pof unì ârnìdad. nÍeÌecnìrl, laÌ como ocorre,
por cxcmplo, na opinião dos intcsrâútes d, F,s.ôÌr .ì. CÍâz
Ao rccLìsar a hipótcse da constância como cixo explicadvo para o
probÌema da experiència, o gestaltismo âfirl'a unÌ novo lóxico, no qual cste
probleÌìâ deve ser tÌâduzidô. Já nâô s rrara mais de rclèir o pcrccbido a
t07
um dâdo fisico preconc€bidcì como verdadeiro. Ao contÌ.árìo, trata_se dc ler
no prcpno percebìdo o senricio que cte intriÌÌsecamcnte rcveÌa. O esrlÌdo dâ
experìêucjâ-nos parâÌnerros gesrairistâs impÌicâ dc saída não umaadequação
a um dado lisico, Ìnâs sim a expÌicitação tlo sentido i"tínseco qoc o percebido
asume na perspecrira do sujeito ingônuo. Mâis do que puranrcnta neg-ativa,
a rccusa da Ìripórese dâ constânc;â possui um carárer posìri"o, ì".u;u_ ;
mundo percebido como um espaço legílimo de conhecimcnto. O gestJrismo
recusa a diluiçâo desse espaço pen:ebido num universo de retaçõ;s tormâis,
rrbìú,ìr iò Ê mc.;" i , âs. Há . | . r - Ì rv d" um prr, oa 
" i ,o: o Ì ì ì í on.êiro d,refeú - talvez não fosse exagErado dizer redüzjr - o opoço pri"ofOgi_ 
"oeòpd\. Jìr .ô. Nê€zndo essÊ pre-;urzo. ô . Ì , ,c 
"Ê Jh.mâ " i tu,-nd, ,did- dolcnom.ìo psi , ológr.o rJI r , omo *. ,evcta na p"rsp.. r i ! " do IFiso do t ,om.rr
A este r€speito vale a pena menciona. ô tìtÌne _B,z1aa rd .to mN -p:lúcta
Partc, de MarceÌ Camé. Em uma cÌas cenas rlesse fiÌme, uma moça é acusada
de fuÍtar a cartdra de um rapaz. O poÌìcial se aproxiÌnâ da moça ;â.a p.e"dê,lâ, mas é surprcendido peÌo .,testêfrunho,,de um mímico que pÌcsocjou o
epìsódio do fuío. O mímico cncena o acontecido. T.at enc;naçâo, Ìonge dc
ser uma cópia ficl do faro, ìnaugurz um campo cte conhecimento inteiramcnre
inédito. O 'lestemuDhô,,, nesse cso, vai àÌém do àro objcrivo, prodlzndo
um campo novo para â cxpenência do furto. E iuercssalìte quc Ìio fiÌme essc
testemunho é o que sen€ de referêDciâ paÌa a decisão do poÌicial: a moça é
corsiderada inocmte c o verdâdeiro cutpado é ?Ìeso. Do ponro dc vÀra dapsicotogiâ da gestaLt, podemos dizer que a cncenação aprcscrrada peÌo Ììímico
abârca o campo da eì?eriência tal corno é pcrcebida peÌos sqjcitos nÌgênuos.
PaÌa a psicoÌogia, nno se tntâ de referb ese cânpo <ta expcriêncìa _ que
KoíIka (Ì975)chana de campo Gnomenal ao univcrso lisico e objerivo. Ào
contúrio, é no campo da exper;êDciâ, daqüilo que nós p€rcebenìos râÌ e conìopeÌÌebemos, qúe nós nos coúportmos, asimos c nos .mociorÌadÌo5. podemos
dizer, poltântq quc a moça, o Ìactrão, o poÌiciaÌ e a carleira roübad.x são pàrres
de umâ mesma expcriênciâ aqueÌa que é encenada peto mímico. para ogestaursDo, nossa dpeliência peÌì:eptivã do úu,Ìdú é cono a encrnação doÌnímico: o seu sentido é ll' ra
AjrsicoÌogia da Cestâlr, por oposição à orimtação clásicâ eÌn ps;coÌogia,
câúciozâ$c pôr pÌoúÒvo uma inregração en!Íc cìèrú e cxpcriência.-ú
pe.spectÌva clássica, presente rânto nos üâbathos de Ehrentels quanto nos
da EscoÌa de craz, haüa um disiancianento ent.e o ìrnÌvcÌìo deìÌúico e o
unìr*o per.ebido. TàÌ d;stanciamento soia rcspooávcì por utrÌ es\aziamen o
308
dos conceitos cìentííìcos, isto é, est€s ficaÌiâm restritos ao Ìâbontório. Ao
reverter a orientação m€tódica da psicoÌogia propondo como s€u prim€iro
pâsso a descrição das vivências., o gestaltismo propõe mais do que umâ
simplcs invcrsão metodoÌóSica. D a própria concepção de cientìficidade da
psicoÌogia quc é modificada- A ciênciâ psicoÌógìca ergue-se a partir d€ qu€stô€s
proposlâ! no àmbito mesmo das ú\ônciìs psicológicâs. Assim, a concepção
dc ciência prcposta peÌo geslaÌtismo, long€ dc ser importada dc um modelo
fisìco preconccbido, é abstüída de queslôes relèridas intrìnsecamcnte ao
fenômeno psicoÌógico. ,{ novidade do gestaltismo rcsidc nessa nowa reÌação
entre ciêncja c üda c notc-se que üda, nest€ caso, t€m o mesmo scntido
que üvência. Essc compÌomisso gesïrlrìsta é expìicitado por KoÍRa (1975),
ao atuma. que cab€ à psicoÌogia apontar o camìnho onde a ciência e a üda
hão dc se enconlrar
O mérô.1ô fenomênológìco-dcscritivo é a üa pelâ quâl o geslâ.Ìlismo
incorpoÌ? o percebido enqllanÌo lal à ciêncìa psicológica. No âmbito dessc
método, o primeiro passo dâ idvestìgação cienúfica é a dcscrição do lenômcno
psìcô]óSicô, isto é, daqrìiìo qr:e:p:rece taÌ e.ômô âpaÍece na penpectrva
do Ìeigo. À medida que, do ponto dc üsta do sujeìto ingênuo, o percebido é
imediatâmente organizado e significatiq:, cabe à descrição ÍènomenoÌógica
€$licitàr ã ôrganização inüinseca âo pêÌceüdô, indi.andô eaislì. Ìme
ordem, u)ra Ì?zão que é interna ao domínio da scrÌsibilidadc. Desse Ìnodo, o
gestaÌtismo recusa a dicotomiâ clássica enbÌr mzão e sensibiìidade.
O sentido da paìaua G*ta1l adorâda por Kohler (Ì980), c pelos outrcs
rcpresentantes da Escola dc BcÌlim, e+ressa o caráter imanente e autóctonc dâ
oÌSanìzação. Na língsa âÌemã, a paìâvra Ge'rú, possui dojs sìgniÍicados: "alérn
do sentido de íòrma ou ícitio como àÍibuto de coisas, rem a signifìc2ção dc
uma Ìrnidade concretay'' re..." (KohÌet 1980: Ì0a). Assim scndo, não há um
primei.o momcnto aignilìcàtivo - arbitraràmentc considcrado como objetivo.
As lc?ìlsentâções são de saída organizadas e signiÍicativas e se apresentam
na pcrspectiva do Ìeigo apenâs dcstc modo. L neste ponto que podeÌìos dizcr
que o gestaltismo rompe com as perspectivas antedores que Ìidavam com a
noção de forÌna ou estrutura numa d;mcnsão adjctin ou quâItâtia, ;to é,
como ÍeÌações qüe se sobrepõem ao pÌano das sensaçõcs- ÌaÉ o gestaÌtismo,
aexpenência é imcdiatamente organizadâ. O quc pcrcebemos são.elações e
não scnsaçõcs. Dcrsc modo, pÒdemos dizer que para o gcstaÌtisnÌor . torma
é substantiva e não âdjctivâ.
O senúdo intínseco à experiência é expresso através de uma reÌaÉo
funddcntal que é aquela que existc cntrc a lìguÌa c o tundo. Essà ÍeÌação
309
creressa uma heterogeneìdade mínima sem a quaÌ não há cognição possíve1. Ao
destacar-se de um tundo, a figura deÌìm;ra-se como o objeio rcpÌ€sentado. Num
cspaço ondc não exista â distinção entre fignra e fundo não ÌÌá conheciüìento
Já que qaaÌquer conhccìmenro é conÌìecimenro de alguma cojsa. ?ara a
EscoÌa dc BerÌ;m, o objero representâdo ó o resuttado de uma orsânização
mterna do dominio dâ experiência.
A oryanização interna da figrra é explìcada peÌa rcÌação parle/todo
que se pode coÌÌsjderar um caso particulaÌ da retâção íìSu.a/ÍìÌndÕ ÌhÌâ
parte se deÍine pela nção que desempenìana csrrutura Da qual está inserida.
Umapare articuÌada em um rodo é diÍèrente dessa..nesma,,panc ìsoÌa<ìa ou
em outratotaÌìdade. À mcdida qucpossui um signiicado reÌativo. depêndcnte
da estrutura, pode-se dizer que a parte possui um sigìitìcaclo funcionâÌ, ìsto ó,
seu significado decoÌre da suaposìção em uma esrurura dada.
Importa súentar que a noção de pârre nãô se contiln.Ìe com a noção
clássica de elemento ou sensâção. Dstâ é neutra quanto a qualquer scntìdo;
a parlg ao contÍárìo, é sempÌc sjsnificarivâ, já quc ser significariva é unra
ca'?cteústrca essendal. inerenre à sua púpriâ defin;çãô Aìém disso, Âs diveÌsq
pa.tes que compõem uma estrurura ão sc reÌacionam arbirrarianìenre. Há
entre todas elas uma reÌação intrínseca e necesária, pois cada urìa só tcm seu
scntido em rclação à oürìã PoÍtânlo, o per.ebido ou o rcprescntado possui
um sentido intínscco, coerenre e não aÌüilr&io. A rclaçãc, fuDcionaÌ errre
as partes câracteiza üma rclação dc "coesão interna" radicalmenre dir.cÌsa
de uma puÌa asso.;âç;o .le eÌemenlos dispares. Enquanto  èsodação ìjgâ
clcmentos cstranhos cnrre si, a coesão interna unc pâÌr€s que sc exigem
mutuameDtc numâ dinâmica funcionâÌ.
Para o gestãltismo, é a Ìe; da boa fórDÌa que ÒÌpressa a orsa{ização das
estruturas, ao afirmar que uma estrutura dada possui a teìdência de reveÌar as
caracteústcas que a distinguem dc uma torma tão compÌerì quanro as condições
dô mom.nto permiram. Essa lci reaÌiza se através de diversos pnncípios tais
como prcximidade, serneÌhança, lèchamenro, coÌrtinuação apropiada enlre
outms. Em todos esses píncípios podc-se norârum denominador comum: âs
possibiÌidadês da expeiênc;â ul|Iapcsam aquiÌo quc é dadô pclo excitantc
ffsico. A experièncìa, Ìonge dc marcìr uÌna puÌ.:r r€aprcsenrâção do clado,
mâÌra a produção de um domínio pecuÌid e inédjto quc tem no excjtante
uea câusã distantc maìs do quc um hodeÌo do quâÌ pàrriÌl
O princípio do fechanìcÌÌro é uma decorrência dinâmica da boa
lorma e se axpresa peÌa tendência aprcsentada peÌas tonnas impc.r&itas a se
cômplctarem, âIcãnçando ummaior grau dc cstabitidddc e regüÌaÌjdadc. O
í0
princípio da continuação apÌlpriâda indìcâ â tendôncja de contirúdacÌe de
uma figura na direção maìs equitibrada possíveÌ
Á [scola de Berlim e o relorno à expeliência
É possíveJ traçar um padclo cntre a autenticidade do vnìdo e aqD€ìa
do espaço Íìccioral ral coÌro Ìr,o.luzido, por exenplo, Da cxpúiêocìa do
cinema. A história narrada num Íìlme não posui seu sentido tão-somente
peta alusão a acontccìmcnlos e fatos rca;- O sentido do filme é incorporado
âo seu próprio ritmo, da m€smâ mancira.Ìuc o scrtido de un gesto é tr:gívtì
nele mcsmo. O espaço lìccionaÌ engendra uma dimensão dc seÌrlido quc ìhc
é própda. O que eslá em jogo, neste caso, não ó a referêncìa à rcaÌidade da
mesmq mâs sim a produção de um espaço de sentido nrad;to Aìsnì, o íìl]ÌÌe
é mais percebido do quc pcnsado. Do mesnio moclo. o carnpo do viüdo revela
un sentido inédito e coerente. Ese campo é formado por r€Ìaçõcs nÌteÌìgíveis,
comprecnsi\€is. A noFo dc úigrl ou disccrnimenÌo, Pfoposla PeÌo gcs tal( Àrn ),
expressa csa inteligibilidade imanentc do muncÌo percebirto O campo rìrìdo
reveÌa diretamenle o seu s,.nti.lo e é apcnas enquânto tìl que eÌc devc scr
tonado como o ponto de partlda inequivoco da ciència psicoÌógica PodenÌos
então conçluir scr o gestaltismo um relorno àGperiêncìa Não à expeÍiênciâ
functàda na scnsação, âcessívcÌ apena: ao olhar do cienlista trcinado, nÌaa à
crpedêncìa do sujeiro ingênuo, ao nÌrndo Pcrcebido, Plcndde seÌÌtido, dc
0 homorlismo pskoÍisiológico propoío pela Iscola de Berlim
Neste poDto, é impoÌlatrte levantarmos aÌgumas questõcs: quâl o
alcance da dcscrição da spcdência PrcPosta peÌa Èscola de Berlim? Seriant
as descÍìções suficientes para uüa invesligação cientllìca da exp$iência!
A descÌiçào dâ experiência tal como é vivida peÌo leigo não laz da
psicoÌogia umâ ciência naturaÌ. Isso porque apenas o senso comrÌm coÌl\'v(:
.ôm dcscrições sem buscar explicá Ìas. O quc conlìere csPecificidade às
descÌiçõcs propostas pela EscoÌa dc BerÌim é o lato de sereÌì acompanhadas
de explicrções. Para isso, o gcstatdsmo rccorie a tcscs acerca do funcionamento
do sìstcma reÌvoso-
l Í1
O ponto de üsta gestaltisra sobre os viüdos bascia-se em duÀs questões
cÌuciais. A primeira diz respeito à conà\ões significarivas enrre parte/rodo,
conexões estabeÌecidas não peÌa mcra cocxjstènciâ de elcmcntos conrígüosr
mâs sim nâ cssêncìa dos rodos 
€nvoÌvidos. A segunda questão rclere-se à
necessidade de se adotar um ponto de üsta psicolìsico capaz de expÌicaÌ o
poÌquê de tais Ìaços de s€ntìdo entrc todos e parres. Furrâr-sc a adotar a pcrs-
p€ctiva psicoiis;ca nìpficâ um dcsconhedmenro dâ espcc;1ìcìdade do sâbe.
psicoÌósico peüntc qualquer outro sabcr a respeiro dìs üvêncjas. A ciêÌlcia
psicoÌógica, pornaisque se iìe nas 
€TeÌiênciâs psicoÌógicas, pÌocurairâlém
destas, buscando e\T'Ìicaçõ€s.
A atitude específica dâ psicologìa diânte das üvôncias coffesponde a
um ponto de üstâ êIpìicativo. Ko[kâ (1924) aÊrma que a proposta ìncrodo-
lógìcâ da teoía da forma consistc cm derìvaÌ "laros explicativos" dos "fâros
descritivos". Neste sentido, podemos dizer que o gestalrismo Ìançâ nãô ,la
hipótese do isomorturno psicofisico para dar conta de expÌicar aquilo quc
ocorre no pÌano dâs úvências. Irmbremos quc o terno isomorfismo indica
â idéiâ de uma '1Ìesma" (isoì "toÌma" Cmo$sno) ^ssinì scndo, cìo pontô
de ústa do isomoìiìsÌno, os processos psicoÍisicos são marcados píìÌ uma
identidade de lorma, isto é, há unâ lioÌnogeneidade de estrutuÌâs ent.e o
fenômèno ps;coÌógi.o e ô a.ontecimcnto fisioÌógico. O tuo.iôrâú{,nto do
sistema neNoso opcm segundo uma dinâmica isomóíìce àqu€ia descÉta no
domínio das úvências. O isomoúsnÌo psicoÍisico é um princípio eÍrutural:
há umâ ì.ÌÊntidade de cstrutures eúìre o percepto e ô evento cerebral-
Não está em jogo, ncstc caso, uma rriÍìagem cercbral" quc copie o dado
fenomenal. A fisìoÌogia neNosa supõe corÌentes eÌétricas que, atm\,és dc
difererç^ dê potencial, deiimitú doúíniôs heteÌogêncos corrclaros àqueÌes
que se aprcscntam no pÌano do vilido. Assim, à relação cnüc figu.a e lìrndo
correspondc uma diferença de poteüciaÌ no domínio fisìológico. 'l'rata+e,
portânto, de unrâ scmelhança da;s de èstÌuluras ou dc Íòrmas rto que de
A conccpÉo de uma CsioÌogia dinâmica e não DÌccânica c associativa
como supunham EhrenÍì:Ìs e os ncmbros da Ëscola dc Gtz não é ocasìo
nal. A EscoÌa dc BcrÌjm parte daquìÌo que é rer.eÌado no fato descritivo
para então formuÌar suas hipóteses explìcativas- A concepção fisioló$ca
é assim exigida peìo fato descr;tivo- Visto que na pcrspcctiva do lcigo a
uperiência é imediatamente organizada, scria um contra scnso supor uma
íundamentaçao hsro lógiLâ o isdnr" do. Ìur j r n ,usrrd qo p. ' , .b ido. Cn,rc J
fisioÌogia da sensação, pârâmetrc dâ cientificidâde nas pesqutas clássicar eú
)11
psicoÌogia, e a cxpcrìênciâ do slìjeito iÌìgènÌìo ÌÌá urna rclação de ruPlurl.
Assim, a rcÌação enlre a exp€riôncja c o fisioÌógico eü meramente 1àcrÌ4.1,
arbitrária. Na concepção gcstaltista, a ÉÌação eÌÌlre lìsioiogia e psicologra não
pode scrpuramente factuaÌ, arbitrária. Há entl€ ambas uÌÌa relâção racjonâÌ e
coerente- Desse modo. podemos considcrar as descrições da experiência conr o
dadospam â eÌaboração concreta dc hipótcscs fisìológìcas.
PaÌã os gestâltistâs, que pret€ndeÌn dclìnir a psicolosia â coDÌo ciênciâ da
etperiência,o conceito de campo é cÌ-rìcìaÌ. S€gundo cstc conccito. proposto e
dcscnvoivido nali.sicapor NÍ,tnuL o compoÌtamcnto dos coryos é deierminado
peÌadisoibuìção de tensões gravitacìon:ús c cle t.omagétÌcâs-
Câmpo e exp.riência são cor.eÌaros de tâl modo quc
" e g ' r d . , p , , 4 e s c r , , i l i r a d a ' o ' " i r ' d i , " r l " r d " s
proprìcdadcs do primeiro. Assnn scndo, no caso
dâ psi.ôlogiâ, podc se pàrdr.ì. expeÍiên.ia, do
\i\.ido, para sc chcgaf às prcpnedad€s do campo
t , r o l o g i o l u ' . { , n d " n É n , a n ' A I r " J d ' B , , L , n
pr{Ìcndè htegrâ. a psicologia nô dôúnìiô dâs .iênci,s -'(
naiumis, sc'nÌ que con] isso seja ncccssário abrìr mão das noçõcs
de sìgnificação, valor e ordem crplicitadas no iàto descriúvo. Partindo dc una
desc.ição dâ.ixpdên.ia, a lìscoì: dc Bcr1im afirma o fatô explicativo cm t.,üo
do conccito.le câmp., psicofisiológico- O funcioralÍ elto dinânìio do sisrema
ne*oso ccnrai é ìsomórfico em rcìação ìs csttuluras üüdâs c, tìâis do que
;sso, corsiiiuj o aspccto e*plicâtivo do üúdo. A Ì€Ìação isomóÌlìca entre ó
psíquico, ofisiológÌco e o fisico marca um monismo dc pÌìncíPios de |aÌ modo
que, nopÌãnodas cr"licações ÊDais, há apcnâs um univ€fso dc discu$osobre
o quâÌ se siluao as ciênciat nalurais;O scntido !i\'idô .onc.etâmentc nãoPÕde
scr descartado em favor dc expÌicâções fisiolóSicas. Trata-se, ncstc caso, de
dilèrenrcs nivcis de concreção da forma. Lm cada nívcl há umâ especihcjd^de
dc rcÌaçõcs quc, èúbora oco.râìn sc8Ììdô o, de,nÌo, P;nciPios, não Podcm
ser rtdu,idâs umas â]r ouoâs- A dcscrição das €xPcriiìncias nã., é .eduzida à
ÊsioÌogia do sistcna neÂoso, aiÌrda que tanto em uìn nivel como no oulro
haja unra idertidacÌc clc pÌincbios dìnâÌnicos.
Itol*a (1924) saìienta quc a rclèÌência à fisiologia é um fato cscnciaÌ
ro espaço psicoÌógico. O equíroco cia psìcologìa clássica não consistia eÌì se
rcfcnÍ à fisica ou zì tuioÌogia, mâs sin cm a.eita. um modeÌo preconcebido
de funcionamcnto ncnoso, o qu€ rcsultave nüma dicotonÌiâ entre o univeNo
psicolóSico e o ünivcFo dassensaçõcs. Apropostade Ì,ma rclação isolÌìóríìcâ
arca uìnâ Dova corcepção .la cièntiíì.i<ladc dâ
l l l
psìcoÌogia, ou, o que dá Ìâção {:Ìa psicologia coÌn
outns discjplinas, especiâlmenre a lhica e a fi$ologi
Um estudo compÌeto do probÌema da exp€Ìiênciâ nos maÌcos ítâ EscoÌa
de BerÌim coÌnpoÌra uma reÍòrência não só ao clomínìo clo üvido, m:Ls tambóm
ao plano psicoÍìsiológico. A dicoionÌiâ entrc consciêÌìcia e mÌrnclo, pÌcsente
nâpsicoìogia dássicâ, iìsrá difcrentcmentc cotocada no sjsrema gestakisla. A
pdcoÌogia clássica pârria de um pÌrconcciro estâbeÌecido pclâ hipórese .ta
constância. Esta demarcava um tjpo de taço enttr ô psíqui.Ò e ô 1ìsico , unì
ünculo assocjativo e arbirrário. Todo estudo da experiència em termos cÌa-ssicos
é marcado por esse preconceito espccifico accrca do ÌnÌndo objerrvo ao quâl
se releÌia a er"erìêDcia psicoÌógìca. Àtcoria.ìá gestâtt rcjei1â L1ÌprccoD.e;roj
sem que rsso signifique uma recusa ÌadìcaÌ cìa Ìelação do psicoÌó:lico coÌì o
fisico e o fisiológico. Há a recusa dc ìrrÌì ripo específico <le reÌação, e em seu
tuear é afiÌmada uma rcÌaçâo jsoÌÌÌóìtr., É certo que há ncssa aÌtcrnativa uma
renovação da definição da psicolosìa como ciôncia_ À,Ías, em ambos os .asos,
trata-se de uma ciência psicoÌógca, e, neste sentido, a rcferéicia à 1ìsica e à
fidologia é pertìncnte como uìì, üa de oâruralização dâ elpeÌiência. Scü tal
ref€rência, o esrudo psicológico não estarìa ;ntcgrado ao domínio <Ìas ciências
naturais. Na discussão eDrre a oÌient.1Éo dássica em psicoÌogra e o gcstaltismo
não está emjoeô se o cspâçô psi.olóSicô é ou não rcferìdô ao rìsiotógico, DÌas
sim como essa rclerência é â6Ìmada. A novicÌâdc ila Dscola cle Ìcrlln ó g.aÌ?ntn.
a irredutibüdade da psicologia nurÌ marco cientíÍìco_nâloral.
Dcsse mocÌo, sc tivésscmos que deÍìnir nuna frasc a noüclacte rlo
geÍâuÌsmo no que diz respcito ao estudo da expüjência, dirjamos quc o
gestaltismo é um sistema cnì psicologia que propõe umâ integração enrre a
cÌperiêôciâ e â narrreza. O 1àto dèscririvo e o fato 1ìncionaÌ são, pois, daas
faces da Ìnesmâ nÌoeda.
0r deíinos do gedalíhrno
As conscquê.cias do gcsrãÌtismo para e psicoÌogia se 6zemm notâr
mais poÌ suas conrrìbdções desoitìras do que et])licatirzs. l\,Iuitas foran as
frenles cìc pesquisa aberrB sob a innuência da ooção .Ìc lònìa c da aÊrnração
da importância da totatida.ìe sobre :Ìs partes. NcsÌa seção aprcscnto dguns
dcstinos do gestaltismo, scm, nô entànto, pÍeterÌdeÌ esgotar todâs as possí\,eis
ressonâncias produzìdas pcla Dscola de Berjìm o câmpo da psicoÌogiâ
no século XX. Nesta medida, merecem deúaqüe os trab:rÌtros de Kurr
314
LE\\ rN. , {emio, L. r in enLigrou prra
os tslados Unìdos oÌrdc ficou
conhecido peÌa prcposição dâ
teorìã cìc câÌÌìpo. Scgundo esta
leorìa, o comportaÌnento humano
é funlião tanto das cãracteÌisticas
dâ pessoa quanto daclucÌas do
me onde a pi:ssoa está inscrirta.
lsto ind;ca qLÌe nós não agrmos
âpenas cm lìnção dc nossos
impulsos, Ìì.s em Í,rnção também
do meio no qualestamos inscddos.
O prograÌnã .le peÍltìisas niaugurâdo
por Lcwio reve consè. l i ìên. ias para o descfv. ìv ìnì .nro da d inâmìca dc
grupo c para as pcsquisas na áÌca de motivação social llm dos mór'ìtos do
rrabàlho de I{win foio de tcrdesÌocado as Pesqursas cm psicoÌogie do i:spaço
restito .lôs lâbofâtó;os Pefa o contetto so.ììì (lenrrâ.lo na lese gcÍâldstà
que afirmà\,a a impoÌtânciâ do krdo soÌr.€ âs PaÌtes, os üabaLlÌos dc Lc!'in
produzììanÌ gÌande nnpacro na psnrnogia social dììeÌicanâ Ncste aspccto
dcstacanr sc as teo.iâs do c.Ìuilíb.io, ProPÒstâ Pof Fritz llei.ìcf (18q6-199tÌì..
da dissonânciâ cognitiva, Prcsentc nos tex'Los cÌc Ltrrn |eÍ!rg.r lÌI19-L9tl9) No
cntanto, l,alc destacaÌ quc .ÌilèÌentcmcile daproPosta.le Lcwì1de alìrÌnâÌâ
importância de uma pri.oìosiâ \'in.uÌed. ao e)ntexto so.:iàI, r psicoÌ'ìgi' sô'ìãÌ
americana di,senvoh'cu sc em boa pane como psicoiogìa socìai aìristórica r:
i.diúdualista. No Jìrasil, a psicologia sociaÌ 1òì bastanre rìrarcadr PoÍ essr
;úl'luênciâ amc;câna,Ìré os anos 1960c I970 Àparú desa época â Psi'ôÌo$'
s,ciaÌ ÌrÌ?sileira é maÌtada pof deÌrâtes e discussões quq dn rìraror ou Ìnenor
me.Ìida, rctomam as idéias de L:$'ir, particularrn€nt(i no qne di7 rcspeiLo à
rrção da psicoÌogia nos conicxios soc;al c Politi.o c à pÌoposicào de urÌe
psicologìâ históúca.
A noção de estrutu. Ld conÌo
.'firmada pckJs ;neg, antcs da Èscola
de Bcrlim ploduznr elèitos tambént
ro caÌÌpo dâ psicoPàtologia. Nesc
do'ìÍ,tu. os estudos dc G.Ì.ts c G oLD_
srDN sobre a atÌsiâ suÌrÌinhanÌ a
importânciâ dc considerar todo
cornporraìÌ1ento dos Llo.trtcó, c
i15
não apenas o comportamento veÌbal, para comprccncÌer as aÌterações
comportamenrais de um pacìenrc afásico. A no!ão de estrutura se Íàz nota.
quando Gclb e Goldstein úrÌnam quc os afâicos não são homens nos quais há
uma aÌteração da linguagem, são homens inteiramenre Ìnodificados, incÌusjve
eÌn sua liÌìg1râgcm.
A EscoÌa dc BerÌin scÌviu dc rcferência parâ:rlgxns autorcs que, coÌno
Rudolf Arnhcim, se propuseram a Íàzer uma anáÌisc das reÌações entÌc a arte
e a percepção üsuâI. Arnheim utìÌiza se das noçõcs de forÌna e dos priÌÌcípios
de oryânização dâ forìna pâra comprcender a pcrc€pção visu.l no cmpo das
artes ptásiicâs. No BrâsiÌ, esrì linha dc pesquisâ toi seguicb poÌ !à)gã Ostro$,er
( Ì 920 200 Ì ), artista de renomc internacionaÌ que poÌ muitos anos se dedicou
ao ensino da aÌte. Em seus trabailÌol OÍroweÌ lançava mão do gestaltisno
pâra analjsar o modo como percebemos o mundo e, em particular, o moclo
como as obú.s de artc podern scf compÌccndÌdas atÌa1és dos pÌ.in.íp;os .te
organização da forma. O caráter iDt.rdiscipÌnÌàr dar pesquisas de Ostmwcr
indica a possibiüdadc dr uftâ ;nvesrigação da percepção na intcrface entÌe
O gestaÌtismo iìiflüeÌrciou também as pesciuisas dc imporrantes
rofesso(s brasiÌeiÌos. No Rio dc Janeio, Nn.roN C^ÀiÍpos
e Antônio Gonìes PeÌ Ìna ( ì9ì7- )d i f ln . Ì i rânÌ rs idáas
gesta.Ìtistas através cìo ensino da psicoÌoga c da pubÌieçào
de inúìnems tÌaballÌos sobrc cstc rema.Já crn São Pâulo,
o gcstaÌdsnÌo foi dilnn.li{:lo ârE\'és do trabaÌho uc d,no
Engelmann
No que dizrespcito aos desrinos do gestaÌtismo, parc{.
me existir uma liDhâ inleresante rìe pcsclìrisa: aquèlâ que .onsisn: cm segúr
uma !i,Ì de refÌexão inrerdiscidinar amlisando a psicologia não apenas â pârrir
de suas reÌações com as ciências nalurdis, nÌas ranìbém com ouLros doÌÌìjnios do
sabeÌ-, como, po. cxempìô, Â artes pÌ:Ìstic6. Nesse cão, ab.iríâúús umalinhr
dcpesquisa cujo eixo scria dado â parrir das descÌ.ìções propostas pcÌa Esiìola
de BerÌim, cm detrimento de suâs cxplicâções naruÌatÈras. Mas taÌvez nestc
pônrodeÉssemôs 1ançaf unìe pcrguntâ qtre toi proposra pôrAro. cutr;tsch
(1979): se considerarmos o gesretrismo apenas a parrir dâs suas descriçõcs,
podenÌos afirnìaÍ quc ainda sonÌos g€stait;srâs?
l tó
Indhações bibliográÍicas e eíélhas
No desenìo llorsemaz disponível no site: http://wtav.cs-unc.edu,/
-davemc/Pic/Dsúer/Horsemenjpg observamos a .elação cnue ngura €
iundo como condição da peicePção. Tratâ-se de uúâ obra d.r ârrìsrâ gráfico
M. C. EscÉÈR na qual há uma alternância entre o tundo - ora negro' ora
bmnco - e as figuras percebidas ora negras,
r:lrz brancas. Nsa fuura podoos obsemr ser
a íelaÉo entre as figurâs e o tundo a condição
de possibilìdade da erperiência perceptlva
Na Êgura -B,2l d;Poaívcl no site: httP:
//wvw.cs.unc.edu/'dâvemc/PiclEscher/
Bond.$f pcrcebemos do;s ro' tos. ainda que
csr.s r jam aprescnrados atr . t"s de l i r ìhÁs
intenompidas, ou seja, percebemos os rostos em função dos Princípios de
fechamento e de contìÌuação aproPriâda. A Parú das linhas apresentadas
a figura ilì<lie uma direção Da quaÌ sc lecha e se completa O percebido é'
portânto, o ì.esuÌtado de uma relação dinâmica €ntre o que se apresenrÌ e o
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