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ROTEIRO_I_-_DIREITO_SUCESSORIO_-_ASPECTOS_GERAIS

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LIGA DE ENSINO DO RIO GRANDE DO NORTE
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE
DIREITO DAS SUCESSÕES
ROTEIRO I – ASPECTOS GERAIS
A professora indicou como autora Giselda Hironaka.
1.0 – Introdução
Na vara de sucessões não há discussão fática, porque já vem pré constituída, portanto, não há audiências.
Previsão legal: 	Artigos 1.784 a 2.027 do Código Civil;
			Artigos 982 a 1.045, do Código Processo Civil.
2.0 - Conceito: 
Fato gerador: MORTE (independente da certidão de óbito)
Em via de regra, está previsto no CC (arts. 1784 a 2027), mas tem o CPC (livro dos procedimentos especiais) como auxiliar viabilizando a parte material.
Elementos da relação jurídica:
Sujeitos X Patrimônio: 
Obs: patrimônio nem sempre é valor, porque ele pode ser bens, direitos e/ou obrigações.
A depender da data do óbito tem que ver qual lei se aplica.
Interdisciplinaridade.
O objeto de estudo é a sucessão causa mortis.
O fato gerador da sucessão é a morte (Art. 6º CC). A morte poder ser real, civil ou presumida (morte sem corpo ou partes do corpo; Art. 7º CC).
Quando o indivíduo morre tem o prazo de 15 dias para ser emitida a certidão de óbito ( o prazo começa a correr no dia do óbito). Caso não seja requerida nesse prazo, ela deve ser requerida no poder judiciário.
Ausência, necessariamente, não é morte. Ausência e morte presumida são ideias parecidas. Ademais, primeiro adquire-se uma sentença declaratória de morte presumida ou ausência, para só depois ser declarada morte.
Em via de regra, na comoriência (Art. 8º CC) não há sucessão.
Morte civil são as causas da exclusão da qualidade de sucessor. O indivíduo está vivo no aspecto físico, mas é visto como inexistente. Aqui não há certidão de óbito.
Inventário negativo é quando não há o que se repartir.
O inventário é no prazo de até 60 dias após a sucessão (a sucessão inicia no dia em que o indivíduo morreu). 
2.1 – Definição: 
Sucessão: Terminologia obrigatória
			Relação jurídica (Artigo 104 do CC): Sujeitos x objeto x conteúdo 
Sucessão significa transmitir, transferir, repassar, continuar, dentre outros. A sucessão causa mortis inicia com o fato gerador morte.
CC.Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
O sujeito ativo é o falecido (de cujus), porque ele constitui o patrimônio. E o autor será o espólio.
Os sujeitos passivos serão os sucessores ou os herdeiros.
O conteúdo (patrimônio) tanto pode ter natureza pecuniária (valorativa) ou também pode não ter. O patrimônio pode ser tecnicamente chamado de herança – herança com caráter patrimonial ou herança com caráter não patrimonial.
Espólio é uma das partes da herança.
A herança tem como características ser universal e indivisível. Essas características podem ser modificadas ou afastadas exclusivamente por testamento. 
A característica “universal” quer dizer que a herança é um todo formado por bens, direitos e obrigações deixados pelo falecido, com ou sem caráter patrimonial e esses elementos pertencem até o final da relação jurídica de direito sucessório ao falecido.
“Indivisibilidade” significa que deve ser feito um ajuste para que cada um tenha uma fração em cada bem. Indivisibilidade é uma segurança jurídica de que os bens dos sucessores serão respeitados nos limites legais e na proporção de cada um.
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II - o direito à sucessão aberta. 
OBS: quando se abre a sucessão os bens serão vistos como imóveis por determinação legal, porque a herança é universal e indivisível, ou seja, a titularidade é do falecido até o final da relação jurídica de direito sucessório e se alguém mexer nos bens deverá restituí-los. Quando acabar a partilha os bens móveis voltam a ser móveis e os imóveis também continuarão imóveis.
3.0 – Fundamentos Constitucionais: 
Artigo 5º, XXX da CF “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXX é garantido o direito de herança;”
Propriedade: é domínio; papel.
Família: é o direito de família que define alcança o conceito de família e do núcleo familiar para fins de sucessão. Não se repete na integralidade os conceitos de direito de família no direito sucessório. Há três correntes sobre a participação da família na herança:
Concentração obrigatória: Advém da sociedade antiga patriarcal. Dessa corrente surge a aceitação da figura das concubinas. Nessa corrente, para que haja a sucessão era necessário ter um filho varão, porque na antiguidade se a conjugue varoa só participava da partilha se ela tivesse dado um filho varão.
Liberdade testamentária: Inicialmente apareceu no código civil de 1916, ela permitia que o possuidor desfizesse do patrimônio da forma que ele queria, podendo até destituir filhos da herança. Atualmente ela não é mais utilizada, porque um filho pode receber mais do que o outro desde que seja respeitado o mínimo.
Divisão necessária: É a utilizada pelo atual código civil na qual possibilita escolher ou não deixar um patrimônio, na ausência dele, a própria lei faz a divisão. 
4.0 – Espécies de sucessão causa mortis (Classificação geral):
	
a) Quanto à fonte de que deriva ou a sua regulamentação: Aartigo 1.786, do CC. - Regra geral
a.1) Sucessão legítima ou ab intestato(imediato; instantâneo) ou legal: É subsidiária da testamentária, porque esta é a preferência do ordenamento jurídico de direito material. A sucessão legítima é a que decorre exclusivamente da lei, ou seja, a vontade do falecido coincide com a vontade da lei, ele não deixou nada escrito de forma adversa. Rol estrito, se o indivíduo não se enquadrar no rol previsto no código civil ele não participa da divisão. Ela ocorre quando não há testamento ou ele é nulo ou é caduco (o testamento tem um prazo decadencial de 4 anos contado da data do óbito ou da abertura da sucessão).
a.2) Sucessão testamentária: É ato de disposição de última vontade. É a que decorre de um testamento.
OBS: Também pode haver uma sucessão mista (utilizar regras das duas sucessões).
Quando não existem dependentes, ascendentes, cônjuge ou convivendo o dono do patrimônio pode deixar o patrimônio para quem ele quiser.
Deixar herança para irmão é facultativo.
b) Quanto aos efeitos (análise do conteúdo):
Legado é uma cláusula testamentária, é uma regra, uma disposição de última vontade que está dentro do testamento. Sua ideia está associada à créditos.
Codicilo também é um desdobramento da sucessão testamentária, é um mini testamento, porque as exigências para a sua realização são menores ou está relacionada a uma disposição testamentária pequena, um valor patrimonial pequeno. Aqui a disposição de última vontade vem de forma mais simplificada. Ex: uma carta na qual estão presentes alguns requisitos básicos.
b.1) Sucessão singular ou a título singular 
É a determinação do objeto da relação.
O falecido é certo, os sucessores ou herdeiros são certos, bem como a herança é certa ou determinada.
Aqui ainda há a especificação do objeto.
A singularidade dentro sucessão testamentária é o legado.
b.2) Sucessão universal ou a título universal 
Toda sucessão legítima é universal. É que a figura do falecido sempre é investigado como sujeito certo, ou os sujeitos passivos são certos e determinados ou sobre determináveis.
Universalidade significa indivisibilidade, ou seja, todos sucessores são igualmente titulares de direitos e obrigações ao mesmo tempo, até o final da partilha ou até a homologação da partilha.
A herança pode certa, determinada ou determinável.
Termos que estão presentesnela são cotas hereditárias, frações, percentual, porque enaltecem a condição da indivisibilidade.
O credor pode desfazer uma renúncia, se ele provar que ela foi feita para prejudica-lo.
A partir de agora, mister a utilização de determinadas nomenclaturas a saber:
De cujus – falecido ou autor da herança ou hereditando.
* se começar falando falecido, continue falando até o final. Nesse caso, não é legal ficar mesclando as nomenclaturas. Deve-se uniformizar a nomenclatura.
	b) Herança – Pode ter natureza patrimonial, extrapatrimonial, que são bens imóveis por determinação legal. Lembrando que espólio é apenas a parte patrimonial da herança (herança é o todo deixado pelo de cujus).
	c)Herdeiro - Pode ser:
		c.1) Legítimo – artigo 1.788, do CC
Sucessores ou herdeiros legítimos:
* necessários -> herdeiros mais importantes.
* facultativos -> herdeiros dispensáveis (Ex: colaterais)
c.2) Testamentário;
Sucessores ou herdeiros testamentários: isso significa que o patrimônio disposto no testamento é visto de forma universal. Eles também pode ser vistos como legatários, e caso isso ocorra a sucessão será singular.
C.2.1) Legatário
			Natal/RN, 29 de julho de 2013.
			
Luciana Flávia Nunes Casimiro
		Professora

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