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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE DIREITO CAMPUS NOVA AMÉRICA DISCIPLINA: DIREITO CIVIL III - CONTRATOS PROFª BIANCA BRASIL NOGUEIRA ROTEIRO DE ESTUDO CONTRATOS Noções Gerais Conceito e função social “ Contrato é o negócio jurídico bilateral, ou plurilateral, que sujeita as partes à observância de conduta idônea à satisfação dos interesses que regularam.” (Orlando Gomes) “ Contrato é o acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial.” (Antunes Varela) Efeitos – criação, extinção ou modificação de direitos e obrigações de caráter patrimonial. OBS: Contrato consigo mesmo ou autocontrato (v. art.117, § único CC) – interesses diversos e anuência prévia. Principais fatores das transformações ocorridas na teoria geral do contrato: A insatisfação de grandes estratos da população pelo desequilíbrio, entre as partes, atribuído ao princípio da igualdade formal; A modificação na técnica de vinculação por meio de uma relação jurídica; A intromissão do Estado na vida econômica (dirigismo contratual). PRINCÍPIOS NORTEADORES DO DIREITO CONTRATUAL 1 – Princípio da Autonomia da Vontade Consiste na prerrogativa conferida aos indivíduos de criarem relações na órbita do direito, desde que se submetam às regras impostas pela lei e que seus fins coincidam com o interesse geral, ou não o contradigam. Esclareça-se que o princípio da autonomia da vontade envolve, além da liberdade de criação do contrato: a liberdade de contratar ou não; a liberdade de escolher o outro contratante; a liberdade de fixar o conteúdo do contrato, escolhendo qualquer uma das modalidades contratuais reguladas pela lei. OBS: Vide art. 421 do CC 2 – Princípio do Consensualismo Prevê que o simples acordo de duas ou mais vontades basta para gerar o contrato válido. 3 – Princípio da Obrigatoriedade da Convenção Estabelece que as estipulações feitas no contrato deverão ser fielmente cumpridas (pacta sunt servanda), sob pena de execução patrimonial contra a parte inadimplente. Este princípio da força obrigatória baseia-se na regra de que o contrato é lei entre as partes, desde que estipulado validademente. 4 – Princípio da Relatividade dos Efeitos do Contrato Determina que o contrato somente produz efeitos entre os contratantes. Exceções: da estipulação em favor de terceiro; dos herdeiros universais (CC art. 1792) 5 – Princípio da Boa-Fé Segundo este princípio as partes deverão agir com lealdade e confiança recíprocas, isto é, proceder com boa-fé. (art. 422 CC) Obs: Pelo art. 51 da Lei 8.078/90, em caso de relação de consumo, haverá nulidade de pleno direito das cláusulas abusivas, desleais ou leoninas – ex: que autorizem o fornecedor a cancelar, modificar o contrato ou a variar o preço unilateralmente) REQUISITOS Os requisitos presentes no contrato se subdividem em: requisitos subjetivos a) existência de duas ou mais pessoas; b) capacidade genérica das partes contratantes para praticar os atos da vida civil (vide arts. 3° e 4°); c) aptidão específica para contratar, pois em determinados casos a própria norma impõe determinadas limitações à liberdade contratual (ex. art. 496 CC); d) consentimento das partes contratantes. requisitos objetivos - > dizem respeito ao objeto do contrato. A validade e a eficácia do contrato, como um direito creditório, dependem da: licitude de seu objeto - ex: empréstimo para a construção de local destinado a execução de crimes, estipulação em moeda estrangeira como indexador para atualização monetária (vide Decreto 22626/33 e Decreto Lei 857/69) possibilidade física ou jurídica do objeto – ex: viajar do Rio ao Japão em trinta minutos; contrato que tenha como objeto a herança de pessoa viva (CC art. 1668, IV) OBS: É possível a contratação sobre coisa futura, logo a validade do contrato dependerá do fato objeto esperado vir realmente a existir. determinação de seu objeto - > este deve ser certo ou, pelo menos, determinável. economicidade de seu objeto. requisitos formais - > atinentes à forma do contrato – CC arts. 107 e 108. Ex: contrato de compra e venda de imóvel requer a celebração através de escritura pública (CC arts. 108, 215 e 166, IV). A TEORIA DA IMPREVISÃO – A CLÁUSULA REBUS SIC STANTIBUS A Cláusula rebus sic stantibus estabelece que nos contratos de trato sucessivo ou a termo, o vínculo obrigatório entende-se subordinado à continuação daquele estado de fato vigente ao tempo da estipulação. (vide arts. 478, 479 e 480 CC) A teoria da imprevisão deixou de ser norma consuetudinária e passou a ser norma legal, cuja expressão mais freqüente é a cláusula rebus sic stantibus. Passou-se a conferir ao juiz o poder de excepcionalmente rever os atos negociais em caso de desigualdade superveniente das obrigações contratadas e conseqüente enriquecimento ilícito de um dos contratantes, podendo, ainda, decretar a resolução do mesmo. É importante lembrar que a cláusula rebus sic stantibus é uma ressalva ao princípio da imutabilidade dos contratos, de aplicação excepcional e restrita. FORMAÇÃO DO CONTRATO Elementos indispensáveis à constituição do contrato Conforme a Profª Maria Helena Diniz disserta, todo o contrato requer o acordo de vontades das partes contratantes ou o consentimento, que não constitui somente um requisito de validade, mas também um pressuposto de sua existência, de tal sorte que sem o mútuo consenso, expresso ou tácito, não haverá qualquer vínculo contratual. a manifestação de vontade/declaração de vontade (expressa e tácita) as informações preliminares (proposta e aceitação)
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