Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

64
Unidade II
Unidade II
5 SÍNTESE INDUSTRIAL DE FÁRMACOS
Conforme estudamos, de início, a obtenção de compostos bioativos era feita exclusivamente por 
extração de produtos naturais. As diferenças estruturais e os variados grupos funcionais permitiram que 
fossem usados em diversos tipos de patologia. Esse cenário perdurou por muitos anos, e os fármacos 
na terapêutica ou eram diretamente obtidos deles ou através de análogos baseados em sua estrutura.
O maior problema de ter esse tipo de fonte de fármaco é a obtenção desses compostos em pequenas 
quantidades. Além disso, muitas vezes, eles possuem alta complexidade estrutural e vários pontos 
estereocêntricos, sendo inviável obtê-los sinteticamente de maneira rápida.
Do ponto de vista industrial, o desenvolvimento da síntese orgânica e a busca por lucro rápido fizeram 
com que esse tipo de estratégia fosse usado em menor escala, e os produtos sintéticos e semissintéticos 
se sobressaíram.
O uso do planejamento racional assistido por computador diminuiu o tempo de busca por novos 
candidatos a fármacos e permitiu que sua síntese fosse desenvolvida de modo a se obter realmente 
os candidatos mais promissores.
A síntese de fármacos tornou-se um capítulo à parte da química orgânica, pois eles representam 
mais do que 75% de todo o arsenal que possuímos, o restante dessa porcentagem envolve métodos de 
obtenção variados, como produtos biotecnológicos (os biofármacos) e a síntese inorgânica. Um fármaco 
originado desse tipo de síntese é o carbonato de lítio.
Li2SO4 + Na2CO3 → Li2CO3 + Na2SO4
Sintéticos
75%
25%
Figura 67 – Proporção de fármacos sintéticos comparados a outras tecnologias
65
TECNOLOGIA QUÍMICO-FARMACÊUTICA
5.1 Indústria químico-farmacêutica
Quando se trata da produção de fármacos ou mesmo de medicamentos, alguns questionamentos 
devem ser feitos: qual o tipo de indústria produz um fármaco? Essa mesma indústria produz o 
medicamento? E quanto aos processos químicos de obtenção, quem é o responsável?
Existe, sim, uma diferenciação industrial quanto à obtenção desses produtos, a saber:
•	 Indústria químico-farmacêutica ou farmoquímica: nesse tipo de indústria, são obtidos todos 
os insumos ativos utilizados no preparo de um medicamento. No Brasil, embora tenhamos algumas 
farmoquímicas, elas não dão conta da demanda pela produção de medicamentos. China e Índia 
são os maiores produtores mundiais de fármacos (ou de insumos ativos).
•	 Indústria química: responsável pelo desenvolvimento de processos químicos e novas tecnologias 
para síntese. Fornece tanto os insumos gerais para a produção de medicamentos quanto de 
insumos ativos.
•	 Indústria farmacêutica: responsável direta por pesquisa, desenvolvimento e inovação (P, D & I), 
seja no âmbito de novos compostos bioativos, seja no desenvolvimento farmacotécnico, produção 
de medicamentos, distribuição e comercialização desses produtos.
Em resumo, os setores fundamentais de uma indústria farmacêutica são:
•	 Pesquisa e desenvolvimento.
•	 Registro e patentes.
•	 Controle de qualidade.
•	 Mercado consumidor.
No Brasil, esse tipo de indústria, em sua maioria, está em multinacionais. Das organizações que são 
100% nacionais, menos de 1% possui setor de P, D & I de fármacos, sendo, portanto, grandes produtoras 
de medicamentos genéricos. O campo de inovação fica a cargo do desenvolvimento farmacotécnico ou 
do setor de controle de qualidade.
 Observação
Embora a via sintética seja a mais utilizada, muito tem se pesquisado 
para o desenvolvimento de novos fitoterápicos. A biodiversidade da 
Amazônia ainda é pouco explorada, mas pode gerar uma gama muito 
grande de princípios ativos.
66
Unidade II
5.2 Segurança industrial
A segurança industrial é feita a partir de ações e medidas que evitam acidentes no local de trabalho, 
garantindo a saúde e o bem-estar dos funcionários envolvidos nos processos industriais.
Na indústria farmacêutica, essas ações são feitas pautando-se nas Boas Práticas de Fabricação, 
conforme a Resolução n. 301 (BRASIL, 2019). Mesmo sendo um complexo de alta tecnologia, seguir 
as normas sanitárias vigentes e primar pela biossegurança, os trabalhadores podem estar expostos a 
acidentes de trabalho. Alguns desses riscos estão acentuados no quadro posterior.
Quadro 1 – Riscos envolvidos na produção de medicamentos
Etapa do processo Descrição das atividades Riscos envolvidos
Utilidades
Produção de água purificada, ar 
comprimido, ar-condicionado e vapor 
d’água, oficinas de manutenção elétrica 
e mecânica
Químicos: resultantes do manuseio de 
produtos químicos de tratamento de água e 
geração de vapor
Físicos: ruídos provenientes de caldeiras, 
bombas e compressores, além de temperaturas 
elevadas na geração de vapor
Ergonômicos: esforço físico e mobiliários 
inadequados
Pesquisa e 
desenvolvimento (P&D)
Fabricação de lotes de medicamentos em 
escala piloto e semi-industrial para estudo
Desenvolvimento de novos produtos e 
otimização de formulações; execução 
de análises físico-químicas em 
matérias-primas, produtos acabados e em 
processos de medicamentos em estudo
Químicos: resultantes do manuseio de 
produtos químicos de análises físico-químicas 
e da manipulação de matérias-primas no 
preparo de lotes pilotos de medicamentos
Físicos: ruídos provenientes de equipamentos 
de bancada e escala semi-industrial
Ergonômicos: esforço físico e mobiliários 
inadequados
Administração
Atividades administrativas (licitações, 
jurídico, financeiro, contabilidade, recursos 
humanos, informática, suprimentos, 
planejamento, vendas, BPF)
Ergonômicos: esforços repetitivos, mobiliários 
inadequados e iluminação deficiente
Serviços gerais
Vigilância, refeitório, telefonistas, 
transportes, carpintaria, pintura, limpeza e 
conservação
Químicos: resultantes do manuseio de 
produtos químicos de limpeza e conservação, 
tintas e solventes para pintura
Físicos: ruídos para telefonistas; ruído e calor 
na carpintaria; calor no refeitório
Biológicos: limpeza e conservação de 
sanitários
Ergonômicos: esforço físico, mobiliários 
inadequados e iluminação deficiente
 Lembrete
O uso do planejamento racional assistido por computador diminuiu 
o tempo de busca por novos candidatos a fármacos e permitiu que sua 
síntese fosse desenvolvida de modo a se obter realmente os candidatos 
mais promissores.
67
TECNOLOGIA QUÍMICO-FARMACÊUTICA
5.3 Plantas químicas
Geralmente, as plantas químicas são elaboradas por engenheiros químicos. Trata-se das instalações 
que serão utilizadas na produção, seja de insumos químicos, seja de farmoquímicos. É uma visão geral do 
leiaute dos locais onde ocorrerão os processos químicos. Na planta, estarão todos os setores produtivos 
e de análise de fármacos. Os equipamentos utilizados podem estar dentro ou fora da unidade, isso 
porque a sua instalação depende da demanda produzida.
Figura 68 – Exemplo de planta química
5.4 Tipos de processos
A indústria trabalha com dois tipos de processos produtivos:
•	 Processo contínuo: ocorre um fluxo contínuo de insumos entrando nos equipamentos e de 
produtos saindo. Ele opera continuamente (sem interrupção), com elevada formação de produtos. 
São processos que necessitam de uma instrumentação mais complexa, não apenas registrando 
o que se é formado, mas também todos os parâmetros envolvidos na produção (vazão, pressão, 
temperatura etc.). É o caso das refinarias de petróleo e indústrias de papel e celulose.
•	 Processo descontínuo ou em bateladas: nesse caso, um equipamento recebe as matérias-primas e 
a conversão em produto tem um tempo predeterminado, seguido por descarregamento. A operação 
é repetida enquanto se produz um lote. Assim, produz-se uma maior variedade produtiva e menor 
quantidade (volume), levando em conta os custos da produção e as condições de segurança. É o 
tipo de processo utilizado nas indústrias farmacêutica, de alimentos, bebidas etc.
68
Unidade II
Carga
Descarga
Figura 69 – Entrada e saída de MP e descarga de produtos nos processos industriaisFigura 27
FRIIS, G. J.; BUNDGAARD, H. Design and application of prodrugs. In: KROGSGAARD-LARSEN, P.; 
LILJEFORS, T.; MADSEN, U. The textbook of drug design and development. 2. ed. Amsterdam: Harwood 
Academic, 1996. Adaptada. p. 40.
Figura 30
RAUTIO, J. Prodrugs: design and clinical applications. Nature Reviews, v. 7, p. 255-270, 
March 2008. Adaptada.
Figura 31
KOROLKOVAS, A.; BURCKHALTER, J. H. Química farmacêutica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988. 
p. 70. Adaptada.
Figura 37
CHUNG, M. C. et al. Latenciação e formas avançadas de transporte de fármacos. Revista Brasileira de 
Ciências Farmacêuticas, v. 41, p. 155-179, 2005. p. 160.
Figura 38
CHUNG, M. C. et al. Latenciação e formas avançadas de transporte de fármacos. Revista Brasileira de 
Ciências Farmacêuticas, v. 41, p. 155-179, 2005. p. 161.
Figura 39
BLAU, L.; CHUNG, M. C.; MENEGON, R. F. Pró-fármaco ativado por enzima, uma estratégia promissora 
na quimioterapia. Química Nova, v. 29, n. 6, p. 1307-1317, ago. 2006. p. 1308.
110
Figura 51
ALMEIDA, V. L. et al. Câncer e agentes antineoplásicos ciclo-celular específicos e ciclo-celular não 
específicos que interagem com o DNA: uma introdução. Química Nova, São Paulo, v. 28, n. 1, p. 118-129, 
jan./fev. 2005. p. 123.
Figura 52
ARAÚJO, C. R. M.; SANTOS, V. L. A.; GONSALVES, A. A. Acetilcolinesterase – AChE: uma enzima de 
interesse farmacológico. Revista Virtual de Química, v. 8, n. 6, p. 1818-1834, 2016. p. 1824. Disponível 
em: http://static.sites.sbq.org.br/rvq.sbq.org.br/pdf/v8n6a04.pdf. Acesso em: 30 nov. 2020.
Figura 53
PRAJAPAT, P.; AGARWAL, S.; TALESARA, G. L. Significance of computer aided drug design and 3D QSAR 
in modern drug discovery. Journal of Medicinal Chemistry, v. 1, n. 1:1, p. 1-2, 2017. Adaptada.
Figura 54
800PX-HIGH-THROUGHPUT_SCREENING.JPG. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/
commons/thumb/2/2e/High-throughput_screening.jpg/800px-High-throughput_screening.jpg. Acesso 
em: 19 nov. 2020.
Figura 56
7C2Y_ASSEMBLY-1.JPEG. Disponível em: https://cdn.rcsb.org/images/structures/c2/7c2y/7c2y_
assembly-1.jpeg. Acesso em: 30 nov. 2020.
Figura 58
DURRAN, J. D.; McCAMMON, J. A. Molecular dynamics simulations and drug discovery. BMC 
Biology, v. 9, n. 71, 2011. Adaptada. Disponível em: https://bmcbiol.biomedcentral.com/
articles/10.1186/1741-7007-9-71. Acesso em: 19 nov. 2020.
Figura 60
GANGARAPU, K. et al. Identification of acid degradation product of saquinavir mesylate by LC-MS: 
molecular docking and in silico toxicity studies. FABAD J. Journal of Pharmaceutical Sciences, v. 44, 
n. 3, p. 179-188, maio 2019. p. 186.
Figura 61
BRITO, M. A. Estudando Interações fármaco-receptor com o Protein Data Bank (PDB) e programas 
gratuitos. Revista Virtual de Química, v. 3, n. 6, dez. 2011. p. 475-477. Adaptada.
111
Figura 67
MENEGATTI, R.; FRAGA, C. A. M.; BARREIRO, E. J. A importância da síntese de fármacos. Química Nova 
na Escola, n. 3, p. 16-22, maio 2001. p. 16. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/03/
sintese.pdf. Acesso em: 19 nov. 2020.
Figura 68
552PX-CWRYBASF.JPG. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8d/
CWRYBASF.JPG/552px-CWRYBASF.JPG. Acesso em: 19 nov. 2020.
Figura 71
494PX-APPARATUR_F%C3%BCR_FORMALDEHYD.JPG. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/
wikipedia/commons/thumb/c/ca/Apparatur_f%C3%BCr_Formaldehyd.jpg/494px-Apparatur_f%C3%BCr_
Formaldehyd.jpg. Acesso em: 19 nov. 2020.
Figura 72
1280PX-WESSELING_GERMANY_LYONDELLBASELL-01.JPG. Disponível em: https://upload.wikimedia.
org/wikipedia/commons/thumb/d/d1/Wesseling_Germany_LyondellBasell-01.jpg/1280px-Wesseling_
Germany_LyondellBasell-01.jpg. Acesso em: 19 nov. 2020.
Figura 73
MDMAJAKARTA.JPG. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e4/
MDMAjakarta.jpg. Acesso em: 19 nov. 2020.
Figura 106
MENEGATTI, R.; FRAGA, C. A. M.; BARREIRO, E. J. A importância da síntese de fármacos. Química Nova 
na Escola, n. 3, p. 16-22, maio 2001. p. 22. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/03/
sintese.pdf. Acesso em: 19 nov. 2020.
Figura 107
CENTRIFUGE-1545292_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/
photo/2016/07/27/13/26/centrifuge-1545292_960_720.jpg. Acesso em: 30 nov. 2020.
Figura 108
450PX-SUGARCENTRIFUGE.JPG. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/
thumb/d/d5/Sugarcentrifuge.JPG/450px-Sugarcentrifuge.JPG. Acesso em: 19 nov. 2020.
112
Figura 109
FILTRATION_DIAGRAM_%28ZH-CN%29.SVG. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/
commons/1/1c/Filtration_diagram_%28zh-cn%29.svg. Acesso em: 19 nov. 2020. Adaptada.
Figura 110
800PX-FILTRATION_UNIT_%28CROSSFLOW_FILTRATION%29.JPG. Disponível em: https://upload.
wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/eb/Filtration_unit_%28crossflow_filtration%29.
jpg/800px-Filtration_unit_%28crossflow_filtration%29.jpg. Acesso em: 19 nov. 2020.
Figura 111
800PX-M.W._WATERMARK_PLATE_AND_FRAME_FILTER_PRESS.JPG. Disponível em: https://upload.
wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/18/M.W._Watermark_Plate_and_Frame_Filter_Press.
jpg/800px-M.W._Watermark_Plate_and_Frame_Filter_Press.jpg. Acesso em: 19 nov. 2020.
Figura 113
CONTINUOUS_FRACTIONAL_DISTILLATION.PNG. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/
commons/0/08/Continuous_Fractional_Distillation.PNG. Acesso em: 30 nov. 2020. Adaptada.
Figura 114
455PX-COLONNE_DISTILLAZIONE.JPG. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/
commons/thumb/c/cc/Colonne_distillazione.jpg/455px-Colonne_distillazione.jpg. Acesso 
em: 19 nov. 2020.
Figura 116
632PX-PRODUCTION_FREEZE_DRYER.JPG. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/
commons/thumb/5/5f/Production_freeze_dryer.JPG/632px-Production_freeze_dryer.JPG. Acesso 
em: 19 nov. 2020.
Figura 117
AGGLOMERATION_VIA_SPRAY_DRY.PDF. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/
commons/3/3a/Agglomeration_via_spray_dry.pdf. Acesso em: 19 nov. 2020. Adaptada.
113
REFERÊNCIAS
Textuais
ABRAHAM, D. J. Burger’s medicinal chemistry and drug discovery. v. 2: Drug discovery and drug 
development. New Jersey: Wiley-Interscience, 2015.
ALBRECHT, H. A.; BESKID, G.; CHAN, K. K. Cephalosporin 3’-quinolone esters with a dual mode of 
action. Journal of Medicinal Chemistry, v. 33, p. 77-86, 1990.
ALMEIDA, R. N. Psicofarmacologia: fundamentos práticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
ALMEIDA, V. L. et al. Câncer e agentes antineoplásicos ciclo-celular específicos e ciclo-celular não 
específicos que interagem com o DNA: uma introdução. Química Nova, São Paulo, v. 28, n. 1, p. 118-129, 
jan./fev. 2005.
ANDRICOPULO, A. D. et al. Doenças tropicais negligenciadas: uma nova era de desafios e oportunidades. 
Química Nova, v. 36, n. 10, p. 1552-1556, 2013.
ANSARI, M. M. Convenient short synthesis of desethylchloroquine[7-chloro-4-(4’-ethylamino-1’-
methyl-butylamino)quinoline]. Synthesis, v. 8, p. 147-149,1995.
ANVISA. Farmacopeia brasileira. 6. ed. Brasília: Anvisa, 2019.
ANVISA. Ministério da Saúde. Resolução RDC n. 306, de 7 de dezembro de 2004. Dispõe sobre 
o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Brasília, 2004. 
Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/res0306_07_12_2004.html. 
Acesso em: 25 nov. 2020.
ARAÚJO, C. R. M.; SANTOS, V. L. A.; GONSALVES, A. A. Acetilcolinesterase – AChE: uma enzima de 
interesse farmacológico. Revista Virtual de Química, v. 8, n. 6, p. 1818-1834, 2016. Disponível em: 
http://static.sites.sbq.org.br/rvq.sbq.org.br/pdf/v8n6a04.pdf. Acesso em: 30 nov. 2020.
AVENDAÑO, M. C. Introducción a la química farmacéutica. Madrid: McGraw-Hill-Interamericana, 2001.
AVER, G. M.; KREUTZ, O. C.; SUYENAGA, E. S. Métodos de obtenção de fármacos sob a óptica da 
química medicinal. Revista Conhecimento Online, Novo Hamburgo, a. 7, v. 2015. Disponível em: 
https://periodicos.feevale.br/seer/index.php/revistaconhecimentoonline/article/view/150. Acesso 
em: 19 nov. 2020.
BALANT, L. P.; DOELKER,E. Metabolic considerations in prodrug design. In: ABRAHAM, D. J. 
Burger’s medicinal chemistry and drug discovery. v. 1: Principles and practice. New York: Wiley-
Interscience, 2003.
114
BARREIRO, E. J.; FRAGA, C. A. M. Química medicinal: as bases moleculares da ação dos fármacos. 3. ed. 
Porto Alegre: Artmed, 2015.
BARREIRO, E. J. Estratégia de simplificação molecular no planejamento racional de fármacos: a 
descoberta de novo agente cardioativo. Química Nova, v. 25, n. 6B, p. 1172-1180, abril 2002.
BARREIRO, E. J.; RODRIGUES, C. R. Modelagem molecular: uma ferramenta para o planejamento 
racional de fármacos em química medicinal. Química Nova, v. 20, n. 3, p. 300-310, 1997.
BLAU, L.; CHUNG, M. C.; MENEGON, R. F. Pró-fármaco ativado por enzima, uma estratégia promissora 
na quimioterapia. Química Nova, v. 29, n. 6, p. 1307-1317, ago. 2006.
BODOR, N. Novel approaches in prodrug design. Drugs of the Future, Barcelona, v. 6, p. 165-182, 1991.
BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução RDC n. 301, de 21 de agosto de 2019. Dispõe sobre as 
Diretrizes Gerais de Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos. Brasília, 2019. Disponível em: 
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-rdc-n-301-de-21-de-agosto-de-2019-211914064. 
Acesso em: 25 nov. 2020.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução Conama n. 237, de 19 de dezembro de 1997. Dispõe 
sobre a revisão e complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento 
ambiental. Brasília, 1997. Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.
html. Acesso em: 25 nov. 2020.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução Conama n. 358, de 29 de abril de 2005. Dispõe 
sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. 
Brasília, 2005. Disponível em: http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=5046. Acesso 
em: 25 nov. 2020.
BRITO, M. A. Estudando Interações fármaco-receptor com o Protein Data Bank (PDB) e programas 
gratuitos. Revista Virtual de Química, v. 3, n. 6, dez. 2011.
BUNDGAARD, H. Bioreversible derivatives for various functional groups and chemical entities. 
In: BUNDGAARD, H. (ed.). Design of prodrugs. Amsterdam: Elsevier, 1985.
BUNDGAARD, H. Novel chemical approaches in prodrug design. Drugs of the Future, Barcelona, v. 16, 
n. 5, p. 443-453, 1991.
BUNDGAARD, H. Design of prodrugs. Amsterdam: Elsevier, 1985.
CARVALHO, I. et al. Introdução à modelagem molecular de fármacos no curso experimental de química 
farmacêutica. Química Nova, v. 26, p. 428-438, 2003.
115
CHUNG, M. C. et al. Latenciação e formas avançadas de transporte de fármacos. Revista Brasileira de 
Ciências Farmacêuticas, v. 41, p. 155-179, 2005.
CHUNG, M. C.; FERREIRA, E. I. O processo da latenciação no planejamento de fármacos. Química Nova, 
São Paulo, v. 22, n. 1, p. 75-84, 1999.
COHEN, N. C. The Molecular Modeling Perspective in Drug Design. In: COHEN, N. C. Guidebook on 
molecular modeling in drug design. California: Academic Press, 1988.
DEWAR, M. J. S. AM1: a new general purpose quantum mechanical molecular model. Journal of the 
American Chemical Society, v. 107, p. 3902-3907, 1985.
DIAS, L. C.; DESSOY, M. A. Doenças tropicais negligenciadas: uma nova era de desafios e oportunidades. 
Química Nova, v. 36, n. 10, p. 1552-1556, 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/qn/
v36n10/11.pdf. Acesso em: 19 nov. 2020.
DURRAN, J. D.; McCAMMON, J. A. Molecular dynamics simulations and drug discovery. BMC Biology, 
v. 9, n. 71, 2011. Disponível em: https://bmcbiol.biomedcentral.com/articles/10.1186/1741-7007-9-71. 
Acesso em: 19 nov. 2020.
EKINCI, D. Medicinal chemistry and drug design. IntechOpen, Croácia, 2012.
FALQUETO E.; KLIGERMAN, D. C.; ASSUMPÇÃO, R. F. Como realizar o correto descarte de resíduos de 
medicamentos? Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, n. 2, p. 3283-3293, 2010.
FARGHALY, A. M. et al. Design, synthesis, and antihypertensive activity of new pyrimidine derivatives 
endowing new pharmacophores. Medicinal Chemistry Research, v. 28, n. 3, p. 360-379, 2019.
FELDER, R. M.; ROUSSEAU, R. W. Princípios elementares de processos químicos. 3. ed. São 
Paulo: LTC, 2005.
FRIIS, G. J.; BUNDGAARD, H. Design and application of prodrugs. In: KROGSGAARD-LARSEN, 
P.; LILJEFORS, T.; MADSEN, U. The textbook of drug design and development. 2. ed. Amsterdam: 
Harwood Academic, 1996.
FURNISS, B. S. et al. Vogel’s texbook of pratical organic chemistry. 5. ed. New York: Logman Scientific 
& Technical, 1989.
GANGARAPU, K. et al. Identification of acid degradation product of saquinavir mesylate by LC-MS: 
molecular docking and in silico toxicity studies. FABAD J. Journal of Pharmaceutical Sciences, v. 44, 
n. 3, p. 179-188, maio 2019.
116
GIL, E. C. et al. Aspectos técnicos e legais do gerenciamento de resíduos químico-farmacêuticos. 
Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, São Paulo, v. 43, n. 1, jan./mar. 2007. Disponível em: 
https://www.scielo.br/pdf/rbcf/v43n1/02.pdf. Acesso em: 19 nov. 2020.
GOLAN, D. E. et al. Princípios de farmacologia: a base fisiopatológica da farmacoterapia. 2. ed. Rio de 
Janeiro. Guanabara Koogan, 2009.
GOODMAN, A. G. As bases farmacológicas da terapêutica. 11. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2005.
GUIMARÃES, D. O.; MOMESSO, L. S.; PUPO, M. T. Antibióticos: importância terapêutica e perspectivas 
para a descoberta e desenvolvimento de novos agentes. Química Nova, São Paulo, v. 33, n. 3, 
p. 667-679, 2010.
GUIMARÃES, F. S. Hipnóticos e Ansiolíticos. In: FUCHS, F. D.; WANNMACHER, L. Farmacologia clínica: 
fundamentos da terapêutica racional. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
HAWLEY, S. R. et al. The role of drug accumulation in 4-aminoquinoline antimalarial potency. The 
influence of structural substitution and physicochemical properties. Biochemical Pharmacology, v. 52, 
p. 723-733, 1996.
HOFF, R. Análise de resíduos de sulfonamidas em alimentos por eletroforese capilar e espectrometria 
de massa. 2008. Dissertação (Mestrado em Química) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 
Porto Alegre, 2008.
ISSA, N. T. et al. Drug metabolism in preclinical drug development: a survey of the discovery process, 
toxicology, and computational tools. Current Drug Metabolism, v. 18, n. 6, p. 556-565, 2017.
JULIANO, R. L. Controlled delivery of drugs: an overview and prospectus. In: JULIANO, R. L. Drug 
delivery systems: characteristics and biomedical application. New York: Oxford University, 1980.
KARAMAN, R. The future of prodrugs designed by computational chemistry. Drug Designing, v. 1, 
n.1, p. 1-3, 2012.
KATZUNG, B. G. Farmacologia básica e clínica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. 992 p.
KIRCHMAIR, J. et al. Predicting drug metabolism: experiment and/or computation? Nature Reviews 
Drug Discovery, v. 14, n. 6, p. 387-404, 2015.
KOROLKOVAS, A. Essentials of medicinal chemistry. 2. ed. New York: Wiley-Interscience, 1988. 1204 p.
KOROLKOVAS, A.; BURCKHALTER, J. H. Química farmacêutica. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 1988. 792 p.
117
LEMKE, T. L.; WILLIAMS, D. A.; FOYE, W. Principles of medicinal chemistry. 7th ed. Philadelphia: 
Lippincott Williams & Wilkins, 2015. 1.497 p.
MELTON, R. G.; KNOX, R. J.; CONNORS, T. A. Antibody-directed enzyme prodrug therapy (ADEPT). Drugs 
of the Future, Barcelona, v. 21, n. 2, p. 167-181, 1996.
MENEGATTI, R.; FRAGA, C. A. M.; BARREIRO, E. J. A importância da síntese de fármacos. Química Nova 
na Escola, n. 3, p. 16-22, maio 2001. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/03/sintese.
pdf. Acesso em: 19 nov. 2020.
PATRICK, G. L. An introduction to medicinal chemistry. Reino Unido: Oxford University 
Press, 2013. 816 p.
PERRIN, D. D.; ARMAREGO, W. L. F.; PERRIN, D. R. Purification of laboratory chemicals. 2. ed. Oxford: 
Pergamon Press, 1980.
PRAJAPAT, P.; AGARWAL, S.; TALESARA, G. L. Significance of computer aided drug design and 3D QSAR 
in modern drug discovery. Journal of Medicinal Chemistry, v. 1, n. 1:1, p. 1-2, 2017.
RAUTIO, J.Prodrugs: design and clinical applications. Nature Reviews, v. 7, p. 255-270, March 2008.
RODRIGUES, C. R. Processos modernos no desenvolvimento de fármacos. Química Nova na Escola, n. 3, 
p. 43-49, 2001.
SANGI, D. P. Estratégias de síntese na descoberta de fármacos: o emprego da síntese orientada pela 
diversidade estrutural. Química Nova, São Paulo, v. 39, n. 8, p. 995-1006, maio 2016.
SANT’ANNA, C. M. R. Glossário de termos usados no planejamento de fármacos (recomendações da 
Iupac para 1997). Química Nova, São Paulo, v. 25, n. 3, p. 505-512, 2002.
SCHACHT, E. H.; VANSTEENKISTE, S.; SEYMOUR, L. Macromolecular Carriers for Drug Targeting. In: 
WERMUTH, C. G. (ed.). The practice of medicinal chemistry. London: Academic, 2003. p. 717-736.
SHREVE, R. N.; BRINK JUNIOR, J. A. Indústrias de processos químicos. 4. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 1994.
SILVA, A. T. A. et al. Advances in prodrug design. Mini Reviews in Medicinal Chemistry, v. 5, n. 10, 
p. 893-914, 2005.
SINGH, G.; SHARMA, P. D. Mutual prodrugs: a recent trend in prodrug design. Indian Journal of 
Pharmaceutical Sciences, v. 56, n. 3, p. 69-79, 1996.
SINKULA, A. A. Sustained drug action accomplished by the prodrug approach. In: BUNDGAARD, H. 
(ed.). Design of prodrugs. Amsterdam: Elsevier, 1985. p. 157-176.
118
VALVERDE, R. Doenças negligenciadas. Portal Fiocruz, 2013. Disponível em: https://agencia.fiocruz.br/
doen%C3%A7as-negligenciadas. Acesso em: 19 nov. 2020.
WERMUTH, C. G. Designing Prodrugs and Bioprecursors. In: WERMUTH, C. G. The practice of medicinal 
chemistry. London: Academic Press, 2003. p. 697-716.
WERMUTH, C. G. Designing prodrugs and bioprecursors. In: JOLLE, G.; WOOLDRIGE, K. R. M. Drug 
design: fact or fantasy? London: Academic Press, 1984. p. 47-72.
WILSON, C. O. et al. Wilson and Gisvold’s textbook of organic medicinal and pharmaceutical chemistry/
edited by John H. Block, John M. Beale Jr. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2004, 1008 p.
119
120O quadro a seguir mostra claramente a diferenciação entre esses processos.
Quadro 2 
Processo contínuo Processo por batelada
Alta velocidade de produção, com pouco trabalho 
humano 
Tempo de produção para fechar o ciclo é muito grande, 
com muito trabalho humano no processo 
Clara determinação de capacidade, rotina para todos 
os produtos, baixa flexibilidade 
Capacidade não facilmente determinada (diferentes 
configurações, rotinas complexas)
Baixa complexidade do produto Produtos mais complexos
Baixo valor agregado Alto valor agregado
Tempos de parada causam grande impacto Tempos de parada causam menor impacto
Pequeno número de etapas de produção Grande número de etapas de produção
Número limitado de produtos Grande número de etapas de produção
5.5 Tratamento de resíduos da indústria químico-farmacêutica 
e da indústria farmacêutica
Pelo seu processo produtivo, tanto as indústrias farmacêuticas quanto as farmoquímicas são grandes 
geradoras de resíduos, seja pela fabricação de produtos farmacêuticos por si só, seja pelo número de 
análises que esses materiais devem passar para que tenham garantidas a qualidade e a segurança 
ao consumidor.
As Boas Práticas de Fabricação (BRASIL, 2019) traçam diretrizes que devem ser alcançadas, 
minimizando os impactos com a geração de resíduos, por exemplo, o tratamento de efluentes e as 
emissões de gás antes do lançamento na atmosfera e a destinação adequada dos resíduos sólidos.
Quando uma indústria vai se instalar em um determinado local, ela necessita ter a licença ambiental, 
regulamentada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) na Resolução n. 237 (BRASIL, 1997). 
Esse documento apresenta três fases. A primeira fase envolve a licença prévia. O órgão ambiental faz 
69
TECNOLOGIA QUÍMICO-FARMACÊUTICA
uma avaliação da localização, analisando os impactos ambientais daquele local com a implantação 
de uma indústria. A segunda fase exige a licença de instalação, só assim será possível construir o 
espaço industrial. Por fim, a licença de operação vai garantir o funcionamento dessa indústria. Em seu 
licenciamento, a indústria deve seguir normas e diretrizes legais e propor de modo detalhado como irá 
gerenciar os resíduos produzidos por ela.
O plano de gerenciamento de resíduos deve ter uma visão detalhada do tipo de resíduo produzido, 
bem como o direcionamento do que será feito para impedir que riscos cheguem ao funcionário da 
indústria ou ao meio ambiente. Obviamente, deve seguir todas as normas de biossegurança. O plano 
de gerenciamento é regulamentado pelas resoluções Conama n. 358 (BRASIL, 2005) e Anvisa n. 306 
(ANVISA, 2004). Nessas legislações, estão dispostas todas as etapas dos resíduos gerados, desde seu 
manejo até a disposição final, delimitando os responsáveis por todas as etapas específicas.
Destaca-se a seguir um exemplo de como funcionam as legislações a respeito de geração de resíduos. 
A RDC n. 306/2004 regulamenta a segregação, o acondicionamento, o armazenamento, o transporte 
e a disposição final, estabelecendo procedimentos baseados nos riscos que possam ser gerados e 
inspecionando os locais que geram resíduos.
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), outras normas podem ser utilizadas. 
Elas podem nortear o desenvolvimento do plano de gerenciamento de resíduos; não são consideradas 
legislações, mas um apoio em sua formulação. Alguns exemplos dessas normas:
•	 NBR 10004: classificação de resíduos quanto aos potenciais riscos ao meio ambiente e à saúde.
•	 NBR 12235: armazenamento de resíduos sólidos perigosos.
•	 NBR 7500: símbolos de risco e manuseio, transporte e armazenamento de resíduos.
Qualquer que seja o planejamento de gerenciamento de resíduos na indústria farmacêutica, ele 
deve se pautar na segurança ocupacional e ambiental. Haverá êxito se forem apresentados métodos 
quantitativos, por exemplo, o volume de resíduos gerados e os métodos qualitativos especificando a 
categoria inerente ao risco.
 Saiba mais
Para entender um pouco melhor sobre o gerenciamento de resíduos na 
indústria farmacêutica, leia o artigo:
GIL, E. C. et al. Aspectos técnicos e legais do gerenciamento de resíduos 
químico-farmacêuticos. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, São 
Paulo, v. 43, n. 1, jan./mar. 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/
rbcf/v43n1/02.pdf. Acesso em: 19 nov. 2020.
70
Unidade II
5.6 Produção industrial de fármacos
Do ponto de vista industrial, as sínteses químicas que ocorrem para a produção de fármacos 
são chamadas de processos químicos, que englobam desde as conversões químicas até as etapas de 
purificação, secagem e todos os processos que levam a matéria-prima (ou reagentes) para os reatores.
Assim, algumas definições do ponto de vista industrial acerca da produção de fármacos serão 
discutidas a seguir.
Um processo industrial (PI) envolve várias etapas:
•	 Preparação das matérias-primas (MP): é considerada matéria-prima a substância que vai passar 
pela conversão química, ou seja, o reagente a ser utilizado num determinado processo. Essa MP pode 
sofrer um processo de pré-tratamento, como purificação, redução do tamanho e homogeneização 
de partículas para o caso de sólidos ou, ainda, ser utilizada na forma que foi recebida.
•	 Conversões químicas: são as reações nas quais os reagentes ou MP são convertidas em produtos, 
subprodutos e resíduos. Elas podem vir de processos sintéticos, semissintéticos, fermentativos ou 
extrativos (no caso de fitoterápicos, por exemplo).
•	 Operações unitárias: são as etapas de purificação e secagem do produto principal obtido. 
Estudaremos essas etapas de purificação e secagem após a discussão das conversões químicas.
•	 Embalagem: o tipo de embalagem usada no armazenamento dos produtos obtidos também é 
importante, devendo-se levar em conta as características dos produtos, como acidez, basicidade, 
interação entre o produto e os componentes da embalagem etc.
Todas as etapas produtivas levam em conta os parâmetros físicos, como temperatura, pressão e 
tempo; os físico-químicos, como solubilidade e pH; e os parâmetros químicos. Nesse último caso, a 
reatividade da MP dependerá de sua estrutura química e dos grupos funcionais reativos que ela possui, 
a fim de que a conversão química ocorra sem intercorrências.
Com esses conceitos em mente, a produção de um fármaco seguirá as fases mostradas no 
esquema a seguir.
Processo químico
Matérias-primas Produto
Mão de obra Resíduos
Figura 70 – Etapas gerais na produção de fármacos
71
TECNOLOGIA QUÍMICO-FARMACÊUTICA
 Lembrete
O plano de gerenciamento de resíduos deve dispor de uma visão detalhada 
do tipo de resíduo produzido, bem como o direcionamento do que será 
feito para impedir que riscos cheguem ao funcionário da indústria ou 
ao meio ambiente.
5.7 Sínteses de fármacos
A síntese de fármacos utiliza diversas reações comuns da química orgânica. Exemplos: nitração, 
oxidação, redução, sulfonação, alquilação e acilação, esterificação.
Antes de estudarmos efetivamente cada uma delas, é preciso acentuar que o processo de conversão 
industrial passa por três etapas.
5.7.1 Etapa laboratorial
Analisa detalhadamente os parâmetros reacionais:
•	 Velocidade da reação para definição do uso ou não de catalisadores.
•	 Quantidades envolvidas (balanço material) a partir do rendimento de conversão química (quanto 
se produziu/quanto do reagente principal foi consumido x 100).
•	 Termodinâmica das reações, que dirá se a reação será endotérmica (com fornecimento de calor 
para que se processe) ou exotérmica (com liberação de calor); nesse caso, o uso de serpentinas de 
resfriamento no reator é aconselhado.
 Observação
Catalisador é uma substância responsável pelo aumento na velocidade 
da reação, sua participação no processo é de ativação de grupos, não 
participando da formação do produto – da mesma forma que entra, 
ela sai da reação.
5.7.2 Etapa semi-industrial
Também conhecida como scale up ou piloto, nessa etapa, ocorre um aumento da escala produtiva(a partir do que se produziu na etapa laboratorial). Também é nessa etapa que são escolhidos os 
reatores adequados.
72
Unidade II
Reatores
Trata-se de equipamentos por meio dos quais as reações ou conversões químicas vão acontecer. 
Existem diversos tipos, tanto do ponto de vista de dimensão quanto de seus materiais de composição 
até o tipo de agitação: fluxo ou pistão. Alguns reatores trabalham continuamente ou em bateladas (caso da 
indústria farmacêutica). Seja qual for o tipo, todos permitem a entrada dos materiais necessários à 
conversão química, como solventes, gases, MP e catalisadores. Além disso, todos possuem controladores 
de temperatura e de pressão, necessários para monitorar o que está sendo produzido bem como para 
evitar acidentes na planta química.
Figura 71 – Esquema geral de um reator
Figura 72 – Reatores na parte externa e interna da indústria
73
TECNOLOGIA QUÍMICO-FARMACÊUTICA
Figura 73 – Reatores no interior da indústria
Misturadores e agitadores
A mistura e a agitação ocorrem rotineiramente na indústria e servem para homogeneizar os 
diferentes componentes formados no processo químico. Elas fazem parte das operações em reatores 
e são essenciais. Podem ser em forma de hélice, pá etc., isso vai depender da reação. O material de 
revestimento também depende do tipo de conversão química que está sendo realizado.
5.7.3 Etapa industrial
Nessa fase os fármacos são produzidos em escala industrial.
Para facilitar a visão do processo industrial como um todo, fluxogramas são construídos e deixados 
em cada local. Isso permite uma visualização da operação que está sendo realizada, facilitando o 
trabalho no chão de fábrica e evitando acidentes. Existem diversos tipos de fluxograma: blocos, processo 
e tubulação e instrumentação. O de blocos mostra, de maneira simples, quais equipamentos e a ordem 
do processo produtivo, o que está exemplificado na figura a seguir.
74
Unidade II
Tanque de 
líquido TL01
Tanque de 
líquido TL02
Reator
R28
Separador
S44
Misturador
M36
Figura 74 – Exemplo de fluxograma em blocos
6 TIPOS DE SÍNTESE DE FÁRMACOS
Os tipos de síntese encontrados serão baseados na termodinâmica da reação e serão divididos em 
processos exotérmicos e processos endotérmicos. Deve ser dada atenção aos agentes formadores da 
reação, aqueles que vão fornecer o grupo essencial da síntese em questão, por exemplo: numa reação 
de nitração, teremos o agente nitrante, ou seja, o reagente fornecedor do grupo nitro; numa reação de 
redução, teremos o agente redutor, e assim sucessivamente.
O delineamento de uma síntese normalmente passa por:
MP → Intermediário → Produto
O que define essa sequência é denominado rota sintética. Deve-se conhecer a estrutura química 
do composto planejado (por exemplo, a cadeia carbônica, a funcionalidade, a posição do substituinte, 
se anel aromático: posições como orto, meta e para, a massa molecular), os materiais reagentes 
(com a graduação das funções em termos de reatividade, saber se precisa haver proteção de grupos), 
as reações utilizadas (o número de etapas para se conseguir o produto de interesse), os mecanismos 
que regem essas reações, a estereoquímica envolvida, se for o caso, e as metodologias tanto reacionais 
quanto de análise.
 Saiba mais
Para saber mais sobre a história de síntese de fármacos, leia o artigo:
MENEGATTI, R.; FRAGA, C. A. M.; BARREIRO, E. J. A importância da síntese 
de fármacos. Química Nova na Escola, n. 3, p. 16-22, maio 2001. Disponível 
em: http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/03/sintese.pdf. Acesso em: 
19 nov. 2020.
75
TECNOLOGIA QUÍMICO-FARMACÊUTICA
6.1 Processos endotérmicos
Para que esse processo ocorra, é necessário fornecer calor, permitindo que a conversão química se 
processe de maneira a se obter o máximo de produto desejado.
6.1.1 Alquilação
Nesse tipo de síntese, a reação pode ocorrer de diferentes maneiras:
•	 Entre radicais alquila.
•	 Entre um radical alquílico e um grupo inorgânico (como sulfatos, fosfatos etc.).
•	 Entre o grupo alquila de um reagente e compostos de alumínio, silício etc.
•	 Entre o grupo alquílico e compostos contendo oxigênio, nitrogênio, magnésio, enxofre etc.
Esse tipo de reação é importante na formação de produtos ou na formação de produtos 
intermediários de síntese.
Os agentes alquilantes são os doadores de grupo alquila, e os mais usados são os haletos de alquila 
R-X (por exemplo, CH3I, CH3Br) e o sulfato de dimetila ((CH3)2SO4), pois eles são mais reativos. Contudo, 
álcoois, epóxidos e éteres também podem ser utilizados.
Dependendo da reatividade dos reagentes utilizados, pode ser necessário o uso de catalisadores.
+
Butano Propano Heptano
D
Figura 75 – Um exemplo geral de alquilação
NH2 + CI CH2CH2N NH CH2CH2N Mepiramina (anti-histamínico)
Tripelenamina (anti-histamínico)
Intermediário de síntese Produtos
NN NN
Figura 76 – Exemplo de intermediário alquilado na síntese de fármacos anti-histamínicos
A seguir serão acentuados exemplos de fármacos obtidos por alquilação.
76
Unidade II
Mecloretamina
Esse agente alquilante é um antineoplásico que tem como mecanismo de ação se ligar ao DNA 
impedindo a abertura das fitas no processo de replicação das células tumorais. Sua obtenção ocorre através 
da formação do intermediário metildietanolamina. As etapas de síntese são reação de dietanolamina 
com o agente alquilante iodeto de metila, formando metildietanolamina, que, posteriormente, reage com 
ácido clorídrico para formar o produto desejado.
NHNH
NN NN
CI
CIOH
OH
HO
HO
+ CH3I
CH3 CH3
+ HCI
Mecloretamina
Figura 77 – Obtenção do antineoplásico mecloretamina
Naltrexona
Na busca de melhores hipnoanalgésicos, com potência similar à morfina, mas que não produzissem 
os mesmos efeitos adversos, obteve-se o análogo de morfina, a oximorfona.
A reação entre oximorfona e bromometilciclopropano gerou a naltrexona, um antagonista opioide 
utilizado na dependência do alcoolismo e de opioides como a morfina e seus análogos agonistas.
HOHO OO OO
OHOH
NN
H2CH
CH2 Br
Naltrexona
Figura 78 
Barbitúricos
Os barbitúricos possuem ação ansiolítica, hipnótico-sedativa e anticonvulsivante, e a ação desses 
fármacos depende da introdução de cadeias alquílicas. Na posição 3, a alquila diminui a ação 
farmacológica, já substituições no C5 diferenciam os barbitúricos pelo tempo de ação.
77
TECNOLOGIA QUÍMICO-FARMACÊUTICA
O
O
O
O
6 1
2
34
5
R3
R4
R2
R1
O
O
O O
O
O O
O
HNHN
NN
NN
HNHN
NN
NHNH NHNH
NHNH
Pentobarbital 
curta duração
Amobarbital duração 
intermediária
Metabarbital 
longa duração
Figura 79 
6.1.2 Aminação
As aminas são compostos nitrogenados (derivados diretos da amônia) que possuem diversos usos 
na área farmacêutica. São encontradas em produtos naturais e nos aminoácidos e diversas classes 
terapêuticas têm em sua estrutura esse tipo de função orgânica. Existem nas formas alifáticas e 
aromáticas e, dependendo do número de hidrogênios ligados a ela, são classificadas como primária, 
secundária, terciária e quaternária.
As aminas alifáticas podem ser obtidas através da síntese direta com gás amônia, da redução de 
nitrilas, da redução de nitrocompostos, da redução de grupos amídicos, hidrogenação de iminas e 
enaminas ou, ainda, da reação de amônia com álcoois, cetonas e aldeídos. Já as aminas aromáticas são 
obtidas através de reações de substituição nucleofílica, por redução e rearranjos/degradações.
A figura a seguir ilustra uma reação geral de aminação.
Br + NH3 NH2
Figura 80 
Trata-se de grupos que podem ser utilizados como intermediários de síntese ou na formação 
direta do produto.
No processo de aminação, o agente de aminação será o grupo que possui a amina.
A anilina, uma amina aromática, é um dos intermediários de síntese mais usados na produção 
de fármacos.
NO2
Catalisador
Nitrobenzeno Anilina
+ H2
NH2
Figura 81 
78
Unidade II
Exemplos de fármacos que possuem uma amina em sua estrutura são variados. A seguir, serão 
acentuados alguns exemplos desíntese de fármacos que passaram por esse tipo de reação.
Cloroquina
É um fármaco usado como antimalárico em casos de artrite reumatoide e lúpus eritematoso 
sistêmico (LES). Foi descoberta em 1934, mas devido a sua toxicidade, seu uso foi descartado. Todavia, 
na Segunda Guerra, o uso de um análogo pelos alemães, a 3-metil-cloroquina, levou os EUA a realizar 
estudos extensivos na cloroquina para que seus soldados pudessem utilizá-la como medida profilática 
para malária. Sua introdução na terapêutica foi oficializada em 1947.
Quimicamente, a classe da cloroquina é 4-dietilaminas, devido à presença desse grupo em sua 
cadeia lateral.
Sua rota sintética é composta de três etapas: na primeira, tem-se a obtenção da 4,7-dicloroquinolina 
(núcleo central); na segunda, a formação da 4-dietilamino-1-metilbutilamina (cadeia lateral); e, por fim, 
a síntese da cloroquina. Algumas etapas na produção da 4,7-dicloroquinolina foram suprimidas para 
facilitar o entendimento.
H3C C CH2CH2CH2N H2N CH CH2CH2CH2N
H2N CH CH2CH2CH2N
HN CH CH2CH2CH2N
CH2CH3 CH2CH3
CH2CH3
CH2CH3
CH2CH3 CH2CH3
CH2CH3
CH2CH3
O
O
CI
CI
CI
CI
CI NN NN
NNNN
CI
CIOH
NH2
O
3-cloroanilina
1-dietil-4-aminopentanona 1-dietil-1-metilbutilamina
Cloroquina
3ª etapa
2ª etapa
1ª etapa
7-cloro-4-hidroxiquinolina 4,7-dicloroquinolina
CH3
CH3
CH3
OO
+ H5C2
+ NH3
+ 
POCI3
H2
Catalisador
Figura 82 
Antidepressivos tricíclicos
Nessa classe de fármacos, a amina da cadeia lateral é vital no mecanismo de ação, o tipo de amina 
presente na cadeia lateral é quem vai diferenciar essa classe terapêutica entre os não seletivos quanto 
ao neurotransmissor (dopamina, norepinefrina e serotonina) e os mais seletivos (norepinefrina). 
A imipramina, um antidepressivo não seletivo, possui uma rota sintética em uma única etapa (processo 
79
TECNOLOGIA QUÍMICO-FARMACÊUTICA
de alquilação), produz alto rendimento reacional e se processa em poucas horas. Já a nortriptilina, que 
é um antidepressivo tricíclico seletivo, possui duas etapas em sua síntese: uma alquilação e outra etapa 
de aminação.
+ CI CH2 CH2 CH2 N
CH2 CH2 CH2 N
CH2 CH2 CH2 N CH2 CH2 CH2 N CH3
CH2 CH2 CH2 NH CH3
CH3
CH3
CH3
CH3
CH3
CH3
CH3
CH3
NN
HH
NN
NaNH2
CH3I CH3NH2
Imipramina
Nortiptilina
+
Figura 83 
Norfloxacino
Esse fármaco é o primeiro representante da série de antimicrobianos fluorquinolonas. É também o 
primeiro da série de análogos quinolônicos que possui um anel piperazínico, o qual aumenta a atividade 
antimicrobiana desses compostos. Esse aumento de atividade pode ser explicado pela interação através 
de ligação de hidrogênio entre o nitrogênio piperazínico e o sítio receptor.
F F
O
+
Norfloxacino
O
NNNNNN
HNHN
HNHN NHNH
COOH COOH
CI
Figura 84 
Aminas cíclicas são de interesse na relação estrutura-atividade. Um exemplo são os anéis piperidínicos 
e piperazínicos, que aumentam a potência de antipsicóticos. Além deles, temos a piridina, o pirrol, a 
pirrolidona e a pirimidina. Esses últimos são encontrados em alcaloides, que são compostos de origem 
vegetal e têm diversas interações fisiológicas.
80
Unidade II
NN NHNH
NHNH NHNH NHNH NHNH
Piridina Piperazina Piperidina Pirrol Pirrolidina
Figura 85 
6.1.3 Oxidação
Do ponto de vista de processo químico, a oxidação de compostos orgânicos pode ocorrer a partir de 
algumas circunstâncias:
•	 Quando ocorre perda de elétrons.
•	 Na retirada de hidrogênio de um grupo já oxigenado, (álcool, por exemplo).
•	 Na introdução de um átomo de oxigênio.
Para evitar a formação de subprodutos indesejados de difícil remoção, recomenda-se usar o gás 
oxigênio (O2) como agente de oxidação. Quando isso não é possível, pode-se lançar mão de agentes oxidantes, 
por exemplo, o permanganato de potássio (KMnO4), um potente oxidante que fornece um tempo 
reacional bastante curto; o dicromato de potássio (K2Cr2O7), seu uso deve ser acompanhado de ácido 
forte, em geral ácido sulfúrico, para que o tempo reacional seja diminuído; anidrido crômico (CrO3) 
solubilizado em ácido acético glacial; peróxido de hidrogênio (H2O2).
Os processos de oxidação são úteis na síntese de fármacos, principalmente, pela possibilidade da 
obtenção de intermediários de síntese.
O exemplo mais comum de intermediários é a formação de acetaldeído e de ácido acético, importantes 
reagentes na indústria farmacêutica.
+ O2 + O2
MgCu
O O
H OH
Etanol Acetaldeído Ácido acético
CH2H3C
OH
Figura 86 
A produção do anti-inflamatório não esteroidal (piroxicam) parte de um reagente específico: a 
sacarina. Uma das etapas de produção desse intermediário é a oxidação, conforme figura a seguir.
81
TECNOLOGIA QUÍMICO-FARMACÊUTICA
CISO3H NH3
CH3CH3 CH3
SO2CI SO2NH2
[O]
O
O
O
Sacarina
S
NH
Figura 87 
Levodopa
A levodopa é o fármaco de escolha em pacientes com mal de Parkinson, principalmente nos estágios 
intermediários da patologia e em pacientes com idade superior a 65 anos. Seu mecanismo de ação é 
baseado na descarboxilação pela catecol-O-metiltransferase (COMT), liberando a dopamina. Essa liberação 
faz com que ocorra um aumento desse neurotransmissor de maneira generalizada, e não apenas dos 
receptores de dopamina. Embora promova uma melhora no quadro clínico do paciente, não promove 
a cura, uma vez que tal patologia é neurodegenerativa.
Sua síntese é relativamente simples, o aminoácido tirosina é oxidado através da reação com peróxido 
de hidrogênio, usando-se sulfato de ferro como catalisador.
CH2 CH2HO HO
HO
CH CH
NH2 NH2
COOH COOH
H2O2/FeSO4
Tirosina Levodopa
Figura 88 
Genfibrozila
Fármaco utilizado em dislipidemias, pertence à classe dos fibratos. Sua ação se dá através da inibição 
da lipólise e captação de ácidos graxos livres pelo sistema hepático. Seu uso é indicado em pacientes 
com dislipidemia mista (altos índices de triglicérides e colesterol total) que não conseguem ter controle 
através da dieta.
A síntese do genfibrozila é feita a partir da oxidação do 5-(2,5-dimetilfenoxi)-2,2-dimetilentanal.
O OO COOH
Genfibrozila
[O]
HCH3
CH3
CH3
CH3CH3
CH3
CH3
CH3
CC CC
(CH2)3
(CH2)3
Figura 89 
82
Unidade II
6.1.4 Esterificação
Esse tipo de síntese tem como objetivo a formação de grupamentos ésteres e é de suma importância 
na produção de fármacos. Através dela, podem-se obter fármacos com caráter mais lipofílico. Como estudado 
anteriormente, é uma das reações principais na formação de pró-fármacos, uma vez que o número de 
esterases em nosso organismo é muito grande, permitindo, assim, a hidrólise por via enzimática. Hidroxilas 
alcoólicas ou grupos ácidos podem ser protegidos para que outros grupos possam reagir, e a volta desses 
grupos (ácido e hidroxila) é facilmente obtida através de hidrólise ácida, básica ou por ação do calor.
A estratégia de síntese é simples e rápida, necessita apenas de um reagente que contenha o grupo álcool, 
um reagente que possua um ácido carboxílico e um catalisador. Por vezes, o grupo ácido pode ser substituído 
por anidridos, que são substâncias mais reativas, fazendo com que a velocidade da reação aumente e o tempo 
reacional diminua. Além disso, não forma como subproduto a água (formada na reação com ácido).
Ao contrário dos outros processos químicos, a esterificação não utiliza agentes específicos.
A reação geral dessa síntese pode ser descrita como:
álcool + ácido carboxílico → éster + água
ou
álcool + anidrido → éster + água
Um exemplo prático é mostrado a seguir.
H3C OH + H3C
O
OH O
O
H3C + H20
H3C
Figura 90 
Atropina
A atropina é um fármaco que atua como antagonista da acetilcolina e de alguns agonistas 
muscarínicos. Ela inibe as secreções das vias aéreas, promovendo um ressecamento. Por essa ação, 
ela possui diversos usos na terapêutica: antiespasmódico, antissecretório, promove midríase (útil em 
oftalmologia), antídoto na intoxicação por organofosforados etc.
Esse composto bioativo pode ser obtido tanto por fonte natural (ele é um dos princípios ativos de 
alcaloidesencontrados na Atropa beladona) quanto por via sintética. Nesse caso, a síntese é feita por 
esterificação do 3-tropanol com ácido 3-hidroxi-2-fenilpropanoico.
83
TECNOLOGIA QUÍMICO-FARMACÊUTICA
H O C CH C6H5
O C CH C6H5
CH2 OH
CH2 OH
O
NN NN
CHCH33
CHCH33
OHOH
O
Atropina
Figura 91 
Bacampicilina
A bacampicilina é um pró-fármaco da ampicilina que possui ação antimicrobiana e faz parte da 
classe dos β-lactâmicos. A estratégia de esterificar a ampicilina faz com que, ao ser liberada pelas 
esterases, tenha eficácia aumentada significativamente para infecções sistêmicas. A bacampicilina, ao 
contrário da ampicilina, possui extensa absorção duodenal.
A síntese de formação desse pró-fármaco produz um éster duplo de ampicilina. Ao ser hidrolisado, 
esse éster duplo vai liberar ácido propiônico e acetaldeído, que, em solução, vai ser convertido em ácido 
acético e ampicilina.
O reator usado para essa síntese deve ser vitrificado ou de aço inox, pois a liberação de HCl e os 
subprodutos com caráter altamente ácido podem promover a corrosão.
NH2 NH2
CH3 CH3
CH3 CH3+ H3C
H3C
NH NH
O OO O
O
O
O
O
BacampicilinaAmpicilina O
OEt
OEt
OCIS S
COOH
NN NN
Figura 92 
6.2 Processos exotérmicos
Em geral, as sínteses que atuam sobre esse tipo de processo são aquelas que liberam calor, precisam ter 
um cuidado adicional em relação à escolha dos reatores, que devem possuir um sistema de resfriamento.
6.2.1 Acilação
Esse tipo de síntese é um caso particular da esterificação. Nela, um grupo acila, por vezes denominado 
pela nomenclatura antiga, acetila, é introduzido na formação do produto. Esse grupo é conhecido por 
84
Unidade II
ser um oxoácido: R-CO-. O agente fornecedor do grupo acila é chamado de agente de acilação e pode 
ter três diferentes fontes:
•	 Ácido acético: muito utilizado na indústria por se tratar de um reagente com custo menor, 
porém a velocidade de reação é baixa.
•	 Anidrido acético: com custo maior, mas que produz reações de acilação com um tempo menor 
quando comparado ao ácido acético, o que ocorre em virtude da alta reatividade desse reagente. 
A formação do subproduto ácido acético faz com que industrialmente não seja uma boa escolha 
em razão da dificuldade de purificação final do produto acilado.
•	 Cloreto de ácido: muito usado na fase de pesquisa e desenvolvimento de fármacos. O motivo 
é simples: dos três agentes de acilação, é o mais reativo. Industrialmente não é utilizado, pois 
ocorre liberação de HCl gasoso, gerando riscos de corrosão no reator, bem como aumento da 
pressão interna.
O uso de grupos acila, além de promover a síntese de compostos acilados, pode formar amidas.
A introdução de grupos acila pode gerar intermediários de síntese ou na formação de produto final.
Ácido acetilsalicílico (AAS)
É o segundo fármaco de origem 100% sintética. Foi introduzido na terapêutica em 1897 e 
permanece como sendo o fármaco mais consumido no mundo. Além de ação analgésica, antipirética, 
e anti-inflamatória, possui ação antiagregante plaquetária. A ação anti-inflamatória de dá através da 
ligação covalente à hidroxila da serina-530 no sítio de ligação da enzima prostaglandina sintase.
Existem dois processos de síntese do AAS: um deles ocorre via ácido acético e outro, via anidrido 
acético. Em ambos os casos se utiliza ácido sulfúrico como catalisador.
O
O O
O
COOH
COOH COOH
COOH
OH
OH
OH
OH
H3C
H3C
H3C
CH3
CH3
CH3
H2O+
++
+
O
O O
O O
Ácido salicílico
Ácido salicílico
Anidrido acético
Anidrido acético
Ácido acetilsalicílico
Ácido acetilsalicílico Água
Ácido acético
Figura 93 
85
TECNOLOGIA QUÍMICO-FARMACÊUTICA
Sulfacetamida
É um fármaco da classe das sulfas com ação antibacteriana, seu mecanismo de ação é a inibição da 
síntese de ácido fólico bacteriano. Seu uso é tópico e tem boa ação na acne e em seborreia.
A síntese desse fármaco é feita através da reação direta da sulfonamida com anidrido acético. Para tal, 
usa-se um meio ácido para permitir a presença da amina na posição para do anel aromático, pois essa 
amina é essencial à atividade antimicrobiana.
SO2 SO2NH2 NHCOCH3H2N H2N
O
H3C CH3
+
H2SO4
O
O
Sulfonamida Anidrido acético Sulfacetamida
Figura 94 
Halogenação
Esse processo, como o próprio nome diz, é a formação de compostos contendo halogênios em sua 
estrutura. Podem ser adicionados um ou mais halogênios e sua síntese depende do tipo de agente de 
halogenação e da estrutura química receptora deles. Raros são os fármacos que tenham iodo em sua 
estrutura, o que ocorre pela alta toxicidade desse elemento. Assim, a halogenação estudada neste livro 
texto envolverá apenas -F, -Cl e Br.
Os agentes de halogenação são diversos: podem ser as formas moleculares dos halogênios (F2, Cl2, Br2), 
seus respectivos ácidos (HF, HCl, HBr), cloreto de tionila (SOCl2), fosgênio (COCl2), cloretos ou brometos 
de fósforo (PCl5, PCl3, PBr3, PBr5) e fluoreto de sódio (NaF). Os reatores utilizados são vitrificados 
ou de aço inox, para o caso de halogenação com bromo ou cloro, e em polímero resistente (por exemplo 
teflon), no caso de reações com flúor.
Diversos intermediários halogenados são úteis na produção de fármacos, há centenas deles na 
terapêutica.
Halotano
É um anestésico inalatório moderno e amplamente utilizado. Começa a agir muito rapidamente, 
o que agrada aos pacientes e é muito seguro. A única desvantagem de usá-lo é sua hepatotoxicidade. 
É usado em operações cirúrgicas de curta e longa duração.
86
Unidade II
É o único dos anestésicos gerais inalatórios que possui bromo em sua estrutura, e a presença desse 
elemento garante a alta potência desse fármaco.
Sua alta lipossolubilidade faz com que ele se distribua facilmente pelos tecidos. Seu mecanismo de 
ação está associado aos canais iônicos, e o halotano promove diminuição da frequência respiratória 
e cardíaca, relaxamento muscular, redução da sensibilidade à dor. Destaca-se que pode ocorrer 
depressão respiratória.
CI F F
F FCI CI+ Br2
SbCI3
Tricloroetileno Halotano
+ H F
H Br
F FH HCH3
CI
CI
Figura 95 
A halogenação é um processo importante na síntese dos benzodiazepínicos, classe química que 
pode atuar como ansiolítico, hipnótico-sedativo, miorrelaxante, anticonvulsivante e indutor anestésico 
geral. O mecanismo de ação está associado à sua ligação ao sistema GABAérgico, modulando a 
frequência de abertura dos canais dos íons cloreto.
A estratégia industrial é a síntese de compostos “me too”, ou seja, análogos estruturais obtidos 
a partir de um protótipo patenteado, que, enquanto estiver sob a proteção de patente, não pode ser 
produzido por outra indústria que não seja a mantenedora da patente.
No caso dos benzodiazepínicos, mais de 3 mil moléculas foram sintetizadas. Além da diversidade 
industrial (várias indústrias diferentes produzindo), levou à produção de benzodiazepínicos com melhor 
perfil farmacológico, por exemplo, com melhor interação com o receptor, tempo de ação diferenciado, 
podendo ser de curta duração ou de longa duração, e com menores efeitos sobre outros receptores.
Nesse contexto, temos cerca de trinta benzodiazepínicos que permanecem na terapêutica e são 
prescritos em todo o mundo.
Note, na figura a seguir, a diversidade de benzodiazepínicos que tiveram em pelo menos uma etapa 
(pode ser mais de uma) a introdução de um halogênio.
87
TECNOLOGIA QUÍMICO-FARMACÊUTICA
O
O
CINN
NN
NN
NN NN
NN
NN
NN
NN
NN NN
NN
NN NN
NNNN
NN
NN NN
NN NN
NN
NN
NN
NN
NN
NN
NN
NN
NN
NN
NN
NN
H H 
NN
H H 
NN
H H 
NN
H H 
NN
NNNN
NNNN NN
NN
NN
NN NN
NN
CI CI O2N
CI
CI
CI
CI
F
CICICI
CI CI CI O2N
H3C
H3C
H3C
H3C
H3C H3C
CF3
COOK
NHCH3
Alprazolam
Demoxepam
Lorazepam
Prazepam
Clordiazepóxido
Diazepam
Midazolam
Quazepam
Clobazam
Estazolam
Oxazepam
Temazepam
Clonazepam
Flurazepam
Nimetazepam
Tetrazepam
Clorazepato
Halazepam
Pinazepam
Triazolam
N(C
2H5)2
H3CH3CF3C
CI
HC
CICICICICI
CI
OH OH
CI
O
O O O
OOOO
O
F
O O O
OO
OH
O
FO
NN
Figura 96 
Hidrogenação
Por definição, hidrogenação é a entrada de átomos de hidrogênio em compostos insaturados. 
É muito útil na indústria alimentícia, por exemplo, a hidrogenação de óleos vegetais para a formação 
de margarinas.
Em geral, são utilizados catalisadores para a facilitação da síntese.
H3C
H3C
COOH
COOH
H2/Pd
Figura 97 
88
Unidade II
Trata-se de um dos tipos de síntese de redução que são usados nos processos farmacêuticos. Além da 
entrada de hidrogênio, outros tipos de redução envolvem a retirada de oxigênio e o ganho de elétrons. 
A hidrogenação pode ser considerada o oposto das reações de oxidação.
Os agentes redutores utilizados, além do gás de hidrogênio, são hidretos de lítio (LiH), hidretos de 
sódio (NaH), boridreto de sódio (NaBH3), tetraidreto de lítio-alumínio (LiAlH4), nitrito de sódio (NaNO2) 
entre outros.
Metilfenidato
É um estimulante do SNC semelhante à anfetamina; no entanto, em doses usuais, tem uma ação 
mais expressa na atividade mental do que na atividade física ou motora. Nas doses terapêuticas, não 
aumenta a pressão arterial, a frequência respiratória ou a frequência cardíaca. Todos esses efeitos, bem 
como vários outros, estão associados ao entusiasmo geral do SNC. Tremor, taquicardia, hiperpirexia e 
um estado de confusão podem resultar do uso de grandes doses. É usado no tratamento de depressão 
moderada e em condições apáticas; também é adotado como adjuvante para o tratamento do transtorno 
de deficit de atenção em crianças.
Sua síntese tem diversas etapas, a última é uma reação de redução por hidrogenação catalítica.
+ H2
Pt
O
NN HNHN
O
Metilfenidato
OCH3 OCH3
Figura 98 
Nitração
A síntese de nitração leva à formação de intermediários e produtos nitrados, sejam eles por 
mononitração, sejam por di ou trinitração.
Entre as diversas ações do grupo nitro, as principais são físico-químicas, bioquímicas e farmacológicas. 
Possui ação antimicrobiana (parasitária e bactericida) e, após sofrer redução pelo complexo CYP 450, 
oferece ação mutagênica. Tem efeito elétron-aceptor e, em determinadas classes terapêuticas, pode 
aumentar a potência do fármaco: por seu efeito elétron-atrator, pode formar quelatos e modificar a 
polaridade da estrutura química. Os compostos nitrados têm um aumento de lipossolubilidade graças 
ao grupo nitro, fazendo com que esses compostos permaneçam mais tempo no organismo, isso confere 
toxicidade aos análogos nitrados.
89
TECNOLOGIA QUÍMICO-FARMACÊUTICA
Os agentes de nitração podem ser ácido nítrico, uma mistura de ácido nítrico e ácido sulfúrico, 
nitrito de sódio etc.
Dinitrato de isossorbida
É um fármaco vasodilatador direto usado em casos de angina pectoris. É indicado também na 
insuficiência cardíaca crônica para prevenção da angina. Por via oral, pode ter duração de até seis horas.
Sua síntese é feita em duas etapas: na primeira ocorre a ciclização do D-sorbitol em isossorbida 
usando ácido p-toluenossulfônico; a segunda envolve a nitração, formando, assim, o produto.
CC
CH2
CH2
OH
OH ONO2
HNO3 /H2SO4
Isossorbida
OH ONO2
OH
OHOHHH
OHOHHH
OHOHHH
CCOHOH HH
CC
CC
OO OO
OO OO
CH3 SO3H
Figura 99 
Metronidazol
É um medicamento antiprotozoário sintético que foi introduzido pela primeira vez na terapêutica 
em 1960. Ele suprime o desenvolvimento de tricomoníase, giárdia e bactérias aeróbias. Após o 
desenvolvimento desse fármaco, vários análogos foram lançados na terapêutica.
Seu mecanismo de ação está associado à inibição da síntese e à degradação do DNA.
Sua síntese ocorre em duas etapas: na primeira ocorre nitração do anel 2-metilimidazol com ácido 
nítrico como agente de nitração; em seguida, esse intermediário nitrado reage com óxido de etileno, 
formando o metronizol.
NN
NNNN OONN
NHNHNHNH NO2 NO2
H3CH3CH3C
+ HNO3
Metronidazol OH
Figura 100 
90
Unidade II
Sulfonação
As reações de sulfonação ocorrem pela substituição de um hidrogênio por um grupo sulfônico 
(-SO3H). Nesse processo, a formação de compostos sulfônicos deve ser diferenciada dos sulfatados: os 
primeiros podem ser estocados, isolados e vendidos normalmente; os segundos são instáveis e requerem 
uma neutralização.
Os agentes de sulfonação utilizados são trióxido de enxofre (SO3), ácido clorossulfônico, 
H2SO4 e H2SO3.
A ação diurética da clorotiazida, assim como seus análogos, é causada pela redução da absorção de 
íons sódio e cloreto pelos rins durante a fase de excreção. Esse fármaco apresenta forte ação diurética 
durante a acidose e a alcalose. É usado para controle em casos de hipertensão arterial, em síndromes 
edematosas de várias causas, efeitos congestivos em insuficiência cardiovascular, nefrose, nefrite e 
toxicose. É especialmente recomendado para doenças hipertônicas, pois reduz a pressão intraocular em 
vários casos.
Sua síntese acontece em várias etapas, sendo a primeira etapa da sulfonação, usando, para tanto, o 
agente de sulfonação ácido clorossulfônico.
NN
NHNH
SS
NH2 NH2 NH2
H2NO2SH2NO2S
HCONH2NH3
CIO2S SO2CI SO2NH2
+ CISO3H
CI CI CI
O O
Clorotiazida
CI
Figura 101 
Dipirona
Possui propriedades analgésicas, antipiréticas e expressa ação anti-inflamatória. É conveniente em 
casos em que altas concentrações do fármaco precisam ser alcançadas rapidamente. É usada para aliviar 
dores de várias origens (cólica renal e biliar, neuralgia, mialgia, trauma, queimaduras, dores de cabeça e 
de dente). O uso desse fármaco pode causar reações alérgicas e, a longo prazo, causar granulocitopenia. 
Seu mecanismo de ação está associado à inibição das prostaglandinas.
Sua síntese é complexa, são necessárias diversas etapas para que se chegue ao produto dipirona. 
A última etapa é a de sulfonação.
91
TECNOLOGIA QUÍMICO-FARMACÊUTICA
NNNN
NNNN
NN
NNNN
OO
O O O
ON
OO
O O
CH3 CH3
CH3
CH3
CH3
CH3
CH3
CH3
CH3
H2N CH3
CH3
CH3CH3
CH3
C2H5 +
NHNH2
CH3I NaNO2 / H [H]
H2O
CH3
CH3
+
CH3
CH3
CH3
NaOSO2CH2
C6H5CHO (CH3O)2SO2
NaHSO3 / CH2O
O
OO
NN
NNCHCH
HNHN
CHCH
NN
NN NN
NN
NNNN
NNNN
NN NN
CH3OSO2
Figura 102 
7 SÍNTESES DE FÁRMACOS ENVOLVENDO PROCESSOS DIVERSOS
Como visto nas sínteses de fármacos demonstradas anteriormente, nem sempre existe uma rota 
sintética única. Em geral, para se obter um fármaco, ele passará por diversas conversões, precisará de 
diversos intermediários de síntese, reatores específicos etc.
A seguir serão mostradas sínteses que necessitam de diferentes estágios até se obter o 
fármaco desejado.
Síntese do paracetamol
A reação do paracetamol se inicia com a redução do nitrobenzeno à anilina. A seguir, esta é convertida 
em p-aminofenol através de reação de oxidação. Por fim, ocorre a acilação com anidrido acético (Ac2O) 
e obtenção do paracetamol.
NO2 NH2 NH2
OH
H2SO4 Ac2O
p-aminofenol Paracetamol
NH4CI
H2OZn
NHAc
OH
Figura 103 
92
Unidade II
Síntese da benzocaína
Inicialmente, para a síntese da benzocaína, eram necessárias quatro etapas, hoje ela é feita em uma 
única etapa, uma vez que o reagente ácido p-aminobenzoico está disponível comercialmente.
A reação de multietapas se inicia com a reação de acilação da p-toluidina com anidrido acético, 
produzindo a N-acetil-p-toluidina. Esta reage pelo processo de oxidação do grupo metila com 
permanganato de potássio, formando o ácido p-aminobenzoico. O grupo acila tem a função de proteger 
o grupo amina da oxidação. Para desproteger a amina do grupo acila, é utilizado o ácido clorídrico, 
formando o ácido p-aminobenzoico, que vai reagir através de reação de esterificação em meio ácido 
– com etanol –, formando, nessa última etapa, a benzocaína.
O
O
O
O O
OH
OH
CH3
CH3CH3
CH3H2N
H2N H2N
HCIEtOH
Ac2O KMnO4
OCH2CH3
Benzocaína PABA
H2SO4
HCI NN NN
HH HH
Figura 104 
Síntese do sildenafila
A introdução do sildenafila na terapêutica como agente para disfunção erétil é considerada um 
marco histórico na história da farmácia. Ele é classificado como um blockbuster (campeão de vendas), 
por ter rendido em seu primeiro ano um lucro líquidode alguns bilhões de dólares para a indústria que 
o descobriu.
Sua síntese é complexa e feita em multietapas, o que significa que muitos intermediários são 
produzidos e utilizados como reagentes.
Síntese da acetanilida
A acetanilida foi o primeiro fármaco sintético com ação anti-inflamatória e analgésica introduzido 
na terapêutica. Essa introdução ocorreu ao acaso. Um paciente chegou à farmácia de manipulação com 
receita de naftaleno para o tratamento de sua infecção parasitária e, por um erro na manipulação, o naftaleno 
foi substituído por acetanilida; dias depois, o paciente retornou ao médico e alegou que os sintomas 
de febre e dor estavam reduzidos, mas ainda se queixava da infecção parasitária. Após a investigação do 
ocorrido, descobriu-se a ação terapêutica desse agente.
93
TECNOLOGIA QUÍMICO-FARMACÊUTICA
Com o desenvolvimento de novos anti-inflamatórios e estudos de toxicidade mais avançados, ela 
deixou de fazer parte do arsenal terapêutico.
Sua síntese é feita a partir da reação de anilina e anidrido acético.
O O
O
O
OHO OH OH
H3C
CH3HNNH2
+ +
Anilina Acetanilida
Figura 105 
NN NN NN
NNNNNN
NN
NN
NN NN NN
NNNNNN
NN
NN
NN
NN
NN
NN
NN
NN NNNN
NN
NN
SS
SS
NN
NN
NN
HH
NN
NN
CH3
CH3 CH3
CH3
CH3CH3
NH2
NO2 NO2
NH2
CH3
CH3 CH3
CH3
H3C
H3C H3C
H3C
H3C
H3CH3C
H3C
H3C
H3C
H3C
H3C
H3C
H3C
H3C
H3C
H3C
H3C
H3C
OO
OO O
O
O
OO
O
O
4546 44
+
O
CI
O
O O
O
CI
O
O
O
O
O
O
OH
H
NH2
NH2
H
H
OH
OH
Me2SO4
1) SOCI2
2) EtOH
1) SOCI2
EtOH
r.t.
HNO3
CISO3H
NaOHEt3N
2) NH4OH
H2O
NaOH
Figura 106 
94
Unidade II
 Observação
Para reconhecimento do processo envolvido, deve-se levar em conta 
a modificação efetuada no reagente principal e a presença do agente de 
formação, como agente de alquilação, aminação etc.
Fatores que são considerados numa síntese:
•	 Rota de síntese que envolva o menor número de etapas e o menor tempo de trabalho.
•	 Disponibilidade e custo dos materiais de partida e dos reagentes necessários.
•	 Toxicidade dos reagentes.
•	 Perigo nas operações.
•	 Estabilidade dos intermediários.
•	 Facilidade de purificação dos produtos.
•	 Rendimento.
•	 Tipos de equipamentos que serão utilizados.
8 OPERAÇÕES UNITÁRIAS
As operações unitárias são transformações efetuadas no caso de transporte, purificação, mistura de 
reagentes, secagem e armazenamento. Diferentemente das conversões químicas, essas operações são 
puramente físicas, não há mudança estrutural, apenas de propriedades físicas.
Existem basicamente quatro tipos de operações efetuadas na indústria farmacêutica:
•	 Preliminares: são feitas antes de qualquer outra operação. O objetivo principal é o preparo dos 
materiais visando à melhoria contínua das condições sanitárias, seja de matéria-prima, seja de 
equipamentos, por exemplo, a seleção desse material a ser usado nas conversões químicas, a 
limpeza adequada de equipamentos e chão de fábrica etc.
•	 Conservação: tudo o que se refere a manter as propriedades do material na forma íntegra, 
podendo ser utilizado um método de esterilização, evaporação, secagem entre outros.
•	 Transformação: a homogeneização dos reagentes antes da entrada dos materiais no reator ou a 
diminuição do tamanho de partículas são exemplos de transformação.
95
TECNOLOGIA QUÍMICO-FARMACÊUTICA
•	 Separação: durante o processo de conversão, o que vai sendo produzido é retirado e passa por 
processos como cristalização, filtração, centrifugação e destilação.
Vamos ver agora os tipos principais de operações utilizadas na purificação dos fármacos obtidos nas 
conversões químicas.
8.1 Operações de separação
Centrifugação
É uma operação unitária largamente usada nas indústrias, tanto na parta de escala laboratorial 
quanto de purificação dos produtos obtidos. Ela consiste na separação de misturas de sólidos e líquidos 
ou de mistura entre líquidos com densidades diferentes. O princípio de funcionamento se dá pela 
submissão de uma força centrífuga que é aplicada para acelerar a velocidade de sedimentação, fazendo 
com que o produto com maior densidade fique no fundo do equipamento, o que ocorre devido à força 
radial que é aplicada sobre o eixo central do equipamento.
Na centrifugação diferencial, a separação é pautada no tamanho das partículas. Na centrifugação 
em gradiente, a separação é baseada pela diferença de densidade dos líquidos.
Figura 107 – Ilustração dos componentes interno de uma centrífuga industrial
96
Unidade II
Figura 108 – Centrífuga industrial
Filtração
Essa metodologia é utilizada quando se quer promover a separação entre uma mistura heterogênea 
entre um fluido e um sólido ou ainda entre um fluido e um gás. A técnica é bastante simples: faz-se 
passar a mistura por um conjunto filtrante e, por ação da gravidade ou com auxílio de bombas de 
pressão reduzida, ocorre a separação.
Para que a filtração ocorra, é necessário um componente essencial: o filtro; ele é que vai permitir o 
sucesso do processo de filtração.
Os filtros usados podem ser de diversos tipos. O filtro de tecidos de fibra natural, como o algodão, 
é utilizado quando o foco é o fluido, e não sólido, da mistura. Há os filtros de membranas com 
97
TECNOLOGIA QUÍMICO-FARMACÊUTICA
porosidade variada; assim, quanto menor a porosidade, maior a retenção das partículas sólidas e, 
nesse caso, podem ser separados mistura cujos componentes tenham diferença de peso molecular. 
Por fim, também pode ser utilizado papel de diversas gramaturas e malhas.
Um ponto a ser considerado na filtração é o fato de chamarmos de precipitado as partículas que 
ficam retidas no filtro. Por sua vez, o meio fluido é denominado filtrado. Industrialmente, o precipitado 
é chamado de bolo, que pode se tratar de partículas deformáveis ou indeformáveis. Esses conceitos 
são úteis para concluir se o material retido no filtro terá boa compressão ou não. A formação desse 
material faz com que ele seja considerado também um meio filtrante, facilitando todo o processo 
de filtração.
Podemos agrupar os filtros em dois grupos:
•	 Filtros com grande área filtrante e de trabalho descontínuo.
•	 Filtros de pequena área e contínuos.
O primeiro grupo é o mais utilizado na indústria farmacêutica, em razão do tipo de processo no qual 
ele está envolvido.
Os filtros também podem ser classificados em dois tipos: os de pressão, os que utilizam vácuo ou 
pressão muito reduzida; e os filtros de prensa ou de placas, que são formados por sobreposição de 
elementos filtrantes, compostos por malhas metálicas por onde as partículas sólidas ficarão retidas.
Figura 109 – Esquema geral do processo de filtração
98
Unidade II
Figura 110 – Visão geral de um sistema de filtração industrial
Figura 111 – Sistema de filtração em prensa, com enfoque nas placas do sistema filtrante
99
TECNOLOGIA QUÍMICO-FARMACÊUTICA
Destilação
A destilação é uma operação de separação entre uma mistura homogênea, ou não, de líquidos. 
A separação é baseada no princípio da diferença do ponto de ebulição, ou seja, para usar essa técnica, 
é preciso fornecer calor ao sistema. Ela só será possível se os componentes da mistura volatilizarem em 
temperaturas diferentes. Essa diferença de volatilização ocorre porque as forças intermoleculares de cada 
substância presente na mistura são diferentes, pois elas dependem de suas estruturas químicas e de grupos 
funcionais que as compõem. Essa condição causa diferentes pressões de vapor. Por exemplo, sabemos que 
líquidos que possuem alta pressão de vapor entram em ebulição com temperaturas baixas e vice-versa.
Esse tipo de operação tem uma diversidade de aplicações, seja para obtenção de produtos reacionais 
purificados, seja para recuperação de solventes utilizados nos processos químicos, seja para reciclagem 
dos líquidossados nos processos químicos.
Os tipos de destilação mais comuns são a destilação simples e a fracionada.
O processo de destilação simples ocorre quando se aquece a mistura de líquidos até a fervura. 
A substânciamais volátil, ou seja, com menor ponto de ebulição, passa ao estado de vapor, que, ao 
atingir um ponto mais frio do destilador, vai se condensar, retornando ao estado líquido, porém com alta 
pureza. Os componentes que ficam na mistura só vão ser separados quando atingirem suas respectivas 
temperaturas do ponto de ebulição. Embora seja um processo de purificação, a destilação simples não 
garante a pureza de 100% dos componentes coletados.
Esse sistema está representado na figura a seguir, por meio de um esquema de destilação laboratorial.
+
+ +
++++ +
++
+
+
+
+ + + ++++
+++
++
+ +
+++ +
++
+
+
+
+
+
+ ++
Condensador
Manta de 
aquecimento
Balão
Figura 112 – Esquema de destilador de bancada
100
Unidade II
No sistema industrial, os destiladores têm formatos e tamanhos variados e o tipo de destilação 
utilizada é a fracionada; esse tipo ocorre quando os pontos de ebulição são muito próximos e se deseja 
uma separação com maior teor de pureza. Nessa operação, ocorrem condensações sucessivas e os 
equipamentos usados são chamados de torres ou colunas de destilação.
A operação ocorre, de uma maneira geral, da seguinte forma: a mistura, cujos componentes devem 
ser separados, é introduzida no ponto médio da coluna, e essa mistura desce até a base da coluna e entra 
em contato com um trocador de calor aquecido (podendo ser por aquecimento térmico ou vapor de 
água). Essa mistura é aquecida até o ponto de fervura e ocorrerá a formação de vapores que circularão 
no sentido ascendente da torre. Esses vapores circularão e chegarão ao ponto mais alto da coluna e, 
nesse ponto, entrarão em contato com o condensador e passarão para o estado líquido, quando serão 
coletados. Na base da torre, permanecerão os componentes da mistura que não atingiram o ponto de 
ebulição; eles serão retirados do equipamento na forma de resíduos.
Essa separação faz com que as substâncias mais voláteis passem por um caminho longo até serem 
coletadas, garantindo, assim, a pureza desse produto.
Exemplos de um esquema de destilação fracionada e um destilador industrial são mostrados a seguir.
Coletor
Coletor
Coluna ou 
torre
Alimentador
Coletor
Coletor
Coletor
Refervedor
Condensador
Condensador
Condensador
Condensador
Produto destilado
Produto destilado
Produto destilado
Produto destilado
Refluxo
Refluxo
Refluxo
Refluxo
Figura 113 – Esquema de destilador
101
TECNOLOGIA QUÍMICO-FARMACÊUTICA
Figura 114 – Destilador industrial
Cristalização
Esse tipo de processo ocorre quando se quer separar um componente dissolvido em um fluido. 
A formação do produto cristalizado pode ser obtida mediante resfriamento ou evaporação do solvente. 
Quando ocorre a diminuição do líquido, os cristais começam a surgir, porque há condições termodinâmicas 
que permitem que as moléculas se aproximem e se aglomerem, formando um núcleo. A partir de um 
único núcleo formado, todas as partículas sólidas passam a cristalizar juntas.
A cristalização é feita em equipamentos chamados cristalizadores e podem ser: do tipo resfriamento 
(como o Swenson-Walker); de evaporação (o Oslo); ou de evaporação, associado a baixas pressões (a vácuo).
A técnica que usa esses equipamentos ocorre da seguinte forma: a solução concentrada quente, 
contendo o produto de síntese que se purificará, entra por um lado do equipamento e vai fluindo para 
a outra extremidade. Nesse processo, a solução vai resfriando e ocorre a formação dos cristais. A função 
do equipamento é, por agitação, remover os cristais formados e levá-los de volta à solução.
A determinação do tamanho dos cristais formados pode ser feita por uma técnica chamada 
granulometria, que nada mais é do que a medida do tamanho dos cristais.
102
Unidade II
8.2 Secagem
Por definição, secagem é a eliminação de um líquido volátil dentro de uma mistura sólido-líquido 
por aquecimento. A retirada da água dos processos produtivos é o principal motivo de se utilizar 
essa operação.
A importância de fazer esse tipo de processo é a manutenção da estabilidade dos produtos 
farmacêuticos. Essa estabilidade pode ser afetada quando, por exemplo, o produto for contaminado 
com água – contaminação microbiana (bactérias podem degradar os fármacos); pode ainda promover a 
hidrólise desse produto (um grupo éster).
Assim, os objetivos específicos de fazer secagem são:
•	 Elevar o tempo de vida útil do produto.
•	 Facilitar o transporte, pois haverá diminuição de peso do material.
•	 Facilitar a produção do medicamento (produto elaborado), por exemplo: a umidade interfere na 
compressão de comprimidos.
•	 Obter produtos que tenham padronização.
A secagem pode ser feita de diversas maneiras e depende, na maioria das vezes, do tipo de composto 
que se quer secar. Deve-se considerar:
•	 A temperatura a ser empregada na operação.
•	 A quantidade de umidade que se deseja retirar.
•	 O tempo que o material a ser seco permanecerá sob secagem.
•	 O volume do setor produtivo.
•	 A escolha do equipamento adequado.
Existem três tipos de secadores utilizados na indústria farmacêutica:
•	 Secador de leito fluidizado: equipamento que facilita o escoamento do curso dos produtos a 
serem secos. Uma corrente de ar passa pelo produto através de uma placa (na qual está o produto) 
com perfurações, e isso promoverá uma turbulência no produto; como se fosse um fluido, o 
produto é arrastado seco para a saída do equipamento.
103
TECNOLOGIA QUÍMICO-FARMACÊUTICA
Filtro do 
tipo bolsa
Duto de 
saída
Alimentar
Ventilador
Finos
Ventilador
Parafuso 
de avanço
Produto 
seco/resfriado
Resfriar / 
desembaçar / 
reaquecer
Filtro 
de ar
Filtro 
de ar Ar 
fresco
Ar 
fresco Aquecedor 
de ar
Ventilador
Figura 115 – Esquema de secagem por leito fluidizado
•	 Liofilizador: a liofilização utiliza como método de secagem a sublimação da água em pressões muito 
reduzidas e em baixíssimas temperaturas. Muito usado na indústria farmacêutica, principalmente, 
quando se trata de produtos termossensíveis ou que possuem água de cristalização. A operação 
ocorre quando há sublimação e posterior condensação da água. A metodologia adotada é bastante 
simples: inicialmente, congela-se a mistura de produto e água (essa amostra é congelada em 
ultrafreezer); depois, esse produto congelado é colocado no liofilizador, um equipamento que 
atua sob baixas temperatura e baixa pressão.
Com o tempo, no liofilizador, os cristais de água formados no congelamento sublimam e passam por 
um condensador, quando serão coletados. Assim, fica apenas a amostra, sem a presença de água.
Trata-se de uma técnica muito utilizada tanto na indústria farmoquímica quanto na indústria 
farmacêutica, pois permite que o produto obtido, seja ele o fármaco recém-produzido, seja ele o 
medicamento, fique isento de água. No caso de medicamentos, é uma técnica amplamente adotada 
para produção de injetáveis liofilizados que serão reconstituídos no momento da administração 
ao paciente.
104
Unidade II
Figura 116 – Liofilizador industrial
•	 Secador atomizador (spray dryer): essa técnica também é conhecida como secador por aspersão, 
trata-se de uma operação em que se obtém o pó seco a partir de um fluido ou suspensão com 
um gás quente. Normalmente, utiliza-se o ar, mas se o produto for inflamável ou tiver coprodutos 
inflamáveis, o ar pode ser subsitutído por nitrogênio.
As etapas que compõem esse processo são atomização; evaporação da umidade livre; evaporação da 
umidade ligada; obtenção do produto seco.
Atomizador
Figura 117 – Esquema de secador atomizador
105
TECNOLOGIA QUÍMICO-FARMACÊUTICA
 Resumo
Vimos os conceitos de síntese mostrados do ponto de vista industrial.
Foram acentuados conceitos industriais, como a diferença entre 
processos químicos, que trata de conversões químicas e operações unitárias, 
as quais são operações puramente físicas; nestas, não ocorre transformação 
química, mas pode ocorrer transformação física.
Vimos que a planta industrial é o local onde a indústria está instalada e 
proporciona umpanorama geral dos processos que ocorrem lá.
A indústria pode funcionar de modo contínuo e, para tal, produz uma 
quantidade muito grande de produto, mas com pouca variedade, ou por 
batelada; nesse tipo de processo, a variedade é grande, mas a quantidade 
produzida é pequena. Esse é o tipo de processo pelo qual a indústria 
farmacêutica trabalha.
Destacamos que existem três etapas fundamentais na produção 
industrial de fármacos. A primeira é a escala laboratorial, em que todos 
os testes são efetuados para determinação de parâmetros reacionais, 
como temperatura, tempo reacional, uso de catalisadores etc. A segunda 
etapa é a escala semi-industrial, quando a produção aumenta, mas apenas 
o suficiente para testes de equipamentos e verificação dos processos 
químicos. A última etapa é a escala industrial, momento em que a indústria 
produz quantidades que serão comercializadas ou utilizadas para formação 
dos medicamentos.
O gerenciamento de resíduos produzidos pela indústria deve seguir 
resoluções do Conama e da Anvisa, bem como a legislação municipal e 
estadual, para que possa operar com segurança. Nesse contexto, o plano 
de gerenciamento de resíduos é obrigatório e deve ser desenvolvido 
pela indústria.
Outro tema essencial tratado foram os processos de síntese. Ao estudar os 
processos endotérmicos, foram ilustradas as sínteses que os compõem, como 
alquilação, aminação, oxidação e esterificação. Nos processos exotérmicos, 
destacaram-se acilação, halogenação, hidrogenação, sulfonação e nitração.
Cada processo químico foi acompanhado de síntese de fármacos ou 
de intermediários importantes para sua produção. Exemplos de síntese de 
fármacos vistas são AAS, sulfonamidas, metilfenidato, paracetamol, 
antidepressivos tricíclicos etc.
106
Unidade II
Vimos que as operações unitárias são processos que garantem a 
pureza e a secagem dos fármacos e intermediários sintetizados. Assim, 
foram estudadas as seguintes operações: a cristalização, a filtração, a 
centrifugação, a secagem utilizando leito fluidizado, o secador atomizado 
e a liofização.
 Exercícios
Questão 1. Na indústria farmacêutica, as medidas de segurança são baseadas nas boas práticas 
de fabricação de medicamentos, descritas na Resolução RDC n. 301, de 21 de agosto de 2019. 
De acordo com a resolução, devem-se conduzir revisões periódicas da qualidade de todos os 
medicamentos autorizados.
Assinale a alternativa correta a respeito da revisão de qualidade dos produtos farmacêuticos no 
âmbito da Resolução n. 301/2019.
A) A revisão de qualidade dos produtos farmacêuticos é um processo que deve ser conduzido e 
documentado semanalmente em todos os setores do laboratório farmacêutico.
B) A revisão de qualidade dos produtos farmacêuticos inclui a revisão das matérias-primas e das 
outras substâncias utilizadas na fabricação da forma farmacêutica. Somente os materiais utilizados 
na fabricação da embalagem do produto final são excluídos do processo.
C) No processo de revisão de qualidade dos produtos farmacêuticos, o ambiente laboratorial, 
os sistemas de ventilação, de aquecimento, de ar-condicionado e de ar comprimido, além do 
fornecimento de água, devem ser revisados e qualificados periodicamente.
D) A revisão de qualidade dos produtos farmacêuticos exclui a necessidade de revisão de todos os 
lotes que não estão de acordo com as especificações estabelecidas durante o processo produtivo, 
pois eles devem ser prontamente descartados.
E) No processo de revisão de qualidade dos produtos farmacêuticos, todas as devoluções, reclamações 
e recolhimentos relacionados à qualidade do produto não são tratados no âmbito da revisão da 
qualidade, mas sim dentro do programa de atendimento ao consumidor.
Resposta correta: alternativa C.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: de acordo com o artigo 16 da Resolução, “as revisões da qualidade do produto devem, 
normalmente, ser conduzidas e documentadas anualmente, levando em consideração as revisões 
anteriores” (BRASIL, 2019).
107
TECNOLOGIA QUÍMICO-FARMACÊUTICA
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: de acordo com o artigo 17 da Resolução, item I, a revisão da qualidade do produto deve 
incluir, pelo menos, a “revisão das matérias-primas, incluindo os materiais de embalagem utilizados no 
produto” (BRASIL, 2019).
C) Alternativa correta.
Justificativa: de acordo com o artigo 17 da Resolução, item XI, a revisão da qualidade do produto 
deve incluir, pelo menos, a “revisão da situação da qualificação de equipamentos e utilidades relevantes, 
como por exemplo: sistema de ventilação, aquecimento e ar condicionado (HVAC), água, sistemas de gás 
comprimido etc.” (BRASIL, 2019).
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: de acordo com o artigo 17 da Resolução, item III, a revisão da qualidade do produto deve 
incluir, pelo menos, a “revisão de todos os lotes que não cumpriram com as especificações estabelecidas 
e suas investigações” (BRASIL, 2019).
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: de acordo com o artigo 17 da Resolução, item VIII, a revisão da qualidade do produto 
deve incluir, pelo menos, a “revisão de todas as devoluções, reclamações e recolhimentos relacionados 
à qualidade do produto e às investigações realizadas na ocasião” (BRASIL, 2019).
Questão 2. Um dos processos de separação mais utilizados na indústria farmacêutica é a 
centrifugação. Ela envolve o acondicionamento da mistura em um rotor que, ao girar em alta velocidade, 
promove a sedimentação das partículas sólidas dispersas em um líquido, ou, ainda, a separação de 
líquidos com densidades diferentes. A respeito da técnica de centrifugação e das suas aplicações, analise 
as afirmativas a seguir.
I – A sedimentação de partículas sólidas dispersas ocorre quando as forças de repulsão entre elas são 
menores do que a força centrífuga que resulta do movimento do rotor.
II – A centrifugação é uma das técnicas mais efetivas em promover a separação de substâncias puras 
a partir de misturas complexas.
III – O termo rotações por minuto (rpm) indica quantas vezes o rotor girou sobre si mesmo em 
um minuto. Quanto maior o número de rotações por minuto, menor a força centrífuga que incide 
sobre a amostra.
IV – Quanto menor o rotor, menor a velocidade necessária para se atingir determinado número de 
rotações por minuto.
108
Unidade II
É correto apenas o que se afirma em:
A) I e II.
B) II e III.
C) I e IV.
D) I e III.
E) II e IV.
Resposta correta: alternativa C.
Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta.
Justificativa: na centrifugação, a sedimentação das partículas dispersas contidas em uma mistura 
heterogênea é resultado da ação da força radial que impulsiona o disperso em direção oposta ao centro 
do rotor, ou seja, em direção ao fundo do tubo. Essa força faz com que as partículas do disperso, se mais 
densas do que o dispersante, sedimentem.
II – Afirmativa incorreta.
Justificativa: a centrifugação permite a separação dos componentes de uma mistura de acordo com 
suas densidades. Componentes com densidades semelhantes permanecerão na mesma região do tubo e, 
portanto, não há, necessariamente, desdobramento da mistura nas substâncias puras que a compõem.
III – Afirmativa incorreta.
Justificativa: quanto maior o número de rotações por minuto, maior a velocidade do rotor e, 
portanto, maior a intensidade da força centrífuga (radial) que incide sobre a amostra.
IV – Afirmativa correta.
Justificativa: quanto menor o rotor, menor o perímetro da circunferência que o constitui e, portanto, 
menor a velocidade para que o rotor dê uma volta completa em torno de si mesmo.
109
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 7
BARREIRO, E. J. Estratégia de simplificação molecular no planejamento racional de fármacos: a 
descoberta de novo agente cardioativo. Química Nova, v. 25, n. 6B, p. 1172-1180, abril 2002. Adaptada.
Figura 21
BARREIRO, E. J.; FRAGA, C. A. M. Química medicinal: as bases moleculares da ação dos fármacos. 3. ed. 
Porto Alegre: Artmed, 2015. Adaptada.

Mais conteúdos dessa disciplina