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Aula 10: Domínios fitogeográficos do Brasil Gislene Carvalho de Castro América do Sul: da Pangeia até a atualidade (250 MA) Pangeia e vulcanismos: dificuldade de entrada de umidade para interior e intenso efeito estufa (extinção de 95% da vida) Início da fragmentação Pangeia: Aridez latitudes baixas (surgem as Araucariaceae) (Extinção de 76% da vida). Maior umidade restrita ao sul (florestas da patagônia, por exemplo). Vulcões nos Andes. Nas fases menos secas, no norte, ocorriam domínio de gimnospermas. América do Sul: da Pangeia até a atualidade (250 MA) Abertura Oceano Atlântico, favorecendo o aparecimento de florestas Grandes áreas de deserto Aprox. 135 MA: Surgimento das angiospermas e vulcanismos. Muitos vulcões no território brasileiro (Serra Geral) Aprox. 115 MA: Separação total da América dos Sul e África Aprox. 65 MA: vulcões e meteoros (extinção de 75% da vida). Clima quente e seco no norte da América do Sul. Início troca fauna américa do sul e norte, surgem gramíneas e campos 1ª glaciação Início soerguimento dos Andes Afastamento da América do Sul e Antártica 2ª glaciação Inversão drenagem da Bacia Amazônica (consequência dos Andes). Pantanal: dificuldade de drenagem. 14 MA: Mar recobre grande parte da América do Sul (regiões sul, Sudeste, Centro-oeste e nordeste (grandes ilhas) Amazônia com clima árido Repetidas glaciações e formação do Istmo do Panamá, favorecendo trocas entre as américas Durante as glaciações, as florestas eram substituídas por savanas ou vegetações abertas e após estes períodos as florestas avançavam (18 a 14 mil anos). Domínio Amazônico • Abrange no Brasil uma área de 4.871.000 km² • Maior diversidade do planeta. Maior quantidade de espécies de vegetais e insetos. • Não apresenta altitudes acima de 200 metros • Altamente estratificada. • Alto índice pluviométrico. • Ameaça: desmatamento Domínio Amazônico Vegetação A vegetação da amazônia é fortemente influenciada pelo clima quente e hidrografia, • 40.000 espécies de plantas, das quais 76% endêmicas. • Amazônia abriga cerca de 10% de espécies do planeta. HIDROGRAFIA •Maior bacia fluvial do planeta. • A distribuição de espécies não é homogênea, definindo áreas de endemismos (8 áreas) • Substituição de espécies estão associadas a barreiras geográficas existentes Muitos fatores geológicos afetaram a região nos últimos 20 milhões de anos Centros de endemismos de aves. A ocorrência de centros de endemismos de aves e outros animais levou Haffer (1968) a formular a teoria dos refúgios pleistocênicos (Pleistoceno – ca. 1.500.000 anos atrás). Refúgios – áreas com alto grau de endemismo sem barreiras físicas atuais evidentes. Discussões atuais sobre a flora no período glacial • Floresta substituída por savana • Manutenção da vegetação florestal (florestas estacionais deciduais ou semideciduais), com savana nas margens Monte Roraima Heliamphora heterodoxa (Nepenthaceae) Formações Abertas Secas Formação do Arco Pleistocênico (Caatinga, Missiones e Piemonte) Juntas formam a FTSS ou FEDT Cerrado: maior umidade, fogo e solo diferentes Flores Floresta de Catamarca, Argentina Floresta de Caatinga, Brasil Soerguimento do Planalto Central no final do terciário Condições secas do Cerrado Períodos glaciais e interglaciais do quaternário É possível que se tenha uma via de contato das floras da Caatinga e Missiones pelo sudeste (Cerrado) Domínio da Caatinga • “Caatinga”: Tupi guarani (floresta branca) • Área ocupada: cerca de 800.000 Km² • Maior área: Região Nordeste. • Abrangência: Ceará, Rio Grande do Norte, maior parte da Paraíba e Pernambuco, Piauí, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais (Rio Jequitinhonha e São Francisco), Ilha de Fernando de Noronha. Domínio da Caatinga • Clima semi-árido (chuvas escassas e irregulares) • Características extremas: a mais alta radiação solar, baixa nebulosidade, a mais alta temperatura média anual, as mais baixas taxas de umidade relativa, evapotranspiração potencial mais elevada, precipitações mais baixas e irregulares, limitadas na maior parte das áreas a um período muito curto no ano. Delimitação. Critério geográfico – tipo de vegetação. Critério estrutural – características adaptativas (espinhos, folhas decíduas, suculência, etc.) Critério florístico – presença de espécies mais típicas. Ziziphus joazeiro (Rhamnaceae) Ceiba glaziovii (Malvaceae) Cavanillesia arborea (Malvaceae) Tacinga sp. (Cactaceae) Pereskia aculeata (Cactaceae) Domínio Cerrado Vegetação que compreende um estrato graminoso contínuo, usualmente com árvores e, ou, arbustos exibindo características estruturais e funcionais similares. Área de ocorrência Aprox. 1,5 milhão de km². Total com áreas periféricas e encravadas: pode chegar a 1,8 ou 2,0 milhões de km². 2º maior domínio fitogeográfico do Brasil Cerrado Região central do Brasil. Clima: Invernos secos e verões chuvosos Pluviosidade: 1500mm (média anual). A precipitação diminui com a latitude. Seca de abril a setembro. Temperatura: mês mais frio (18°C). Média anual de 22°C a 23°C Relevo Em geral: Bastante plano ou suavemente ondulado, estendendo-se por imensos planaltos ou chapadões. Altitude: Cerca de 50% de sua área situa- se em altitudes que ficam entre 300 e 600m acima do nível do mar; apenas 5,5% vão além de 900m. Pico do Itacolomi (1797 m) na Serra do Espinhaço Pico do Sol (2070 m) na Serra do Caraça Chapada dos Veadeiros (GO), pode atingir 1676 m. O domínio do Cerrado não ultrapassa, em geral, os 1100 m. Vias de contato com as savanas Amazônicas e “core” - 376 áreas amostradas; - 376 áreas amostradas; - 951 espécies arbóreas; - 376 áreas amostradas; - 951 espécies arbóreas; - 50 (5%) na zona disjunta da Amazônia; - 376 áreas amostradas; - 951 espécies arbóreas; - 50 (5%) na zona disjunta da Amazônia; - 57 (6%) no nordeste; - 376 áreas amostradas; - 951 espécies arbóreas; - 50 (5%) na zona disjunta da Amazônia; - 57 (6%) no nordeste; - 94 (10%) no sudeste; - 376 áreas amostradas; - 951 espécies arbóreas; - 50 (5%) na zona disjunta da Amazônia; - 57 (6%) no nordeste; - 94 (10%) no sudeste; - 116 (12%) no sul; - 376 áreas amostradas; - 951 espécies arbóreas; - 50 (5%) na zona disjunta da Amazônia; - 57 (6%) no nordeste; - 94 (10%) no sudeste; - 116 (12%) no sul; - 162 (17%) no centro-oeste; - 376 áreas amostradas; - 951 espécies arbóreas; - 50 (5%) na zona disjunta da Amazônia; - 57 (6%) no nordeste; - 94 (10%) no sudeste; - 116 (12%) no sul; - 162 (17%) no centro-oeste; - 15 (1,5%) no oeste. Das 951espécies, 494 ocorrem em somente uma das províncias, enquanto somente 37 (4%) ocorrem em todas as províncias. Segundo Bridgewater et al., 121 espécies arbóreas caracterizam a formação. Caryocar brasiliense (pequi) Dipteryx alata (baru) Hymenaea courbaril (jatobá) Eugenia dysenterica (cagaita) Eugenia klotzschiana (pera-do-cerrado) Actinocephalus sp. Eriocaulon ligulatum Eremanthus incanus Eremanthus crotonoides Lychnophora pinaster Lychnophora pinaster Cambessedesia hilariana Chaetostoma sp. Vellozia cf. kolbekii Vellozia albiflora Vellozia compacta Barbacenia sp. Xyris sp. Xyris sp. Domínio Atlântico Serra do Mar e Serra da Mantiqueira: retenção da umidade Até o fim do Cretáceo não haviam condições para estas florestas e não havia diversidade de angiospermas. Grande extinção 80 MA: bastante úmido e diversidade de angiospermas. Nesta época já distante da África História biogeográfica complexa A ampliação das vegetações secas (períodos glaciais) isolou a formação Atlântica das demais florestas (alto nível de endemismo) Relações com Amazônia, Cerrado (florestas de galeria) e Andes Tectonismos e transgressões marinhas, promovem barreiras que levam a endemismos localizados em províncias Domínio Atlântico • Extensão original: Rio Grande do Norte ao Rio grande do Sul. • Maior concentração no Sudeste. • Pluviosidade: 800 a 4500mm • Temperatura média: 21,1°C • Clima: tropical chuvoso, verão quente • Mais devastada floresta brasileira, hoje com menos de 5% da cobertura original (chegada dos colonizadores) • Grande quantidade de epífitas (bromélias, orquídeas e samambaias). Domínio Atlântico Original: 1.306.421 Km² Classificação do IBGE (1991) Cedrela fissilis (cedro) Cabralea canjerana (canjerana) Bromeliaceae Podocarpus lambertii Ocotea lancifolia Ilex paraguariensis Parque Nacional do Itatiaia Parque Estadual do Ibitipoca Sophronitis sp Vriesia Serra dos Órgãos (Karl von Martius, 1817) Floresta no morro Corcovado (von Martius, 1817) Scaevola plumieri (Goodeniaceae) Ipomoea pes-caprae (Convolvulaceae) Ephedra tweediana (Ephedraceae) Avicennia schaueriana (Acanthaceae) Rhizophora mangle (Rhizophoraceae) Laguncularia racemosa (Combretaceae) Chusquea sp. Worsleya procera Glaziophyton mirabile Araucaria angustifolia Podocarpus sellowii Drimys brasiliensis ESTEPE ou PAMPAS (Campanha gaúcha) Formações campestres oriundas de duas províncias fitogeográficas distintas – Paranaense e Pampeana. Extensão da ocorrência • Pampas: ocupam uma área de aproximadamente 700 mil Km², compartilhada pela Argentina, Brasil e Uruguai. • No Brasil: se distribuem pela metade sul do Rio Grande do Sul, abrangendo cerca de 176 mil Km² (equivale à cerca de 60% da área do estado). CLIMA • É a região com a maior amplitude térmica do país, isto é, onde há maior variação de temperatura. • Precipitação anual situa-se em torno de 1.200 mm. O clima é frio e úmido. • Fértil. Por isso, estes campos são normalmente procurados para desenvolvimento de atividades agrícolas. Dupla estacionalidade: Uma fisiológica provocada pela seca fisiológica provocada pelo frio e uma seca mais curta com déficit hídrico. • Estrutura simplificada • Vegetação basicamente composta por gramíneas (vegetação campestre, espécies até 1m de altura) • Pequenas áreas de matas nos entremeios (vegetação arbustiva- arbórea nas encostas) • Banhados (vegetação ciliar e próximo ao litoral): juncos, gravatás e aguapés (áreas inundáveis) Riqueza • Espécies vasculares: pelo menos 3000 espécies • 15% das 250 espécies ameaçadas de extinção no RGS estão nos campos (espécies endêmicas de interesse econômico) • Uma das áreas do planeta com maior diversidade de gramíneas (450 espécies só nos campos do R. G. do Sul) e 150 de leguminosas Vegetação Andropogon lateralis Aristida sp. (Poaceae) Agrostis plana (Poaceae) Kelissa brasiliensis (Iridaceae) Vachellia caven (Fabaceae) Deserto de São João Alegrete São Francisco de Assis São Francisco de Assis • Maior planície inundável do planeta. • Pluviosidade: entre 800 e 1400 mm/ano, sendo que 80% ocorrem entre os meses de novembro e março. Domínio do Pantanal Alterações na paisagem conforme distribuição das chuvas • Duas estações bem definidas do ano: a seca e a chuvosa. • Durante a seca, nos campos extensos cobertos predominantemente por gramíneas e vegetação de cerrado, a água chega a escassear, restringindo-se aos rios perenes de leitos definidos, às lagoas próximas a esses rios e a alguns banhados em áreas mais rebaixadas da planície. Área – 147.580 km2. Origem – até 2.000.000 anos atrás. Altitudes – várzeas: 80 - 150 m; planalto: 200 – 1200 m. Eichhornia crassipes (Pontederiaceae) Pistia stratiotes (Araceae) Nymphaea sp. (Nymphaeaceae) Hydrocleys nymphoides (Limnocharitaceae) Nymphoides indica (Gentianaceae)
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