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Massas de Ar e Frentes - Slide

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Aulas 04 e 05: 
“Massas de Ar, Frentes e Sistemas associados” 
Curso: Geografia 
Departamento de Geografia (DG) 
Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE/UNESP) 
2° Semestre – 4 Créditos (60 horas / aula) 
A) Concepção de Massa de Ar e sua classificação “Massa de Ar” 
A massa do ar adquire suas propriedades por permanecerem sobre determinada 
região da superfície da terra por um período suficientemente longo para que as 
propriedades termodinâmicas, temperatura e umidade alcancem praticamente um 
estado de equilíbrio, constituindo-se, assim, um volume praticamente homogêneo. 
As propriedades da região de origem, sobre a qual a massa de ar se encontra, irão 
refletir as suas características e, por conseguinte a própria denominação que 
identificar· a massa de ar. 
INMET 
Fonte: http://www.inmet.gov.br/html/informacoes/sobre_meteorologia/meteoro_basica/doc/frente.pdf 
 Trata-se de uma porção da atmosfera, de extensão considerável, com 
características térmicas e higrométricos homogêneas. Geralmente, sua 
conceituação e identificação é considerada imprecisa pela dificuldade de dividir a 
atmosfera em espaços independentes. 
 Sua extensão pode variar de algumas centenas a alguns milhares de quilômetros 
(horizontal e vertical – volume) 
 Requer três condições básicas para sua formação: superfícies relativamente planas 
e extensas, baixa altitude e homogeneidade quanto às características superficiais. 
(Ex.: oceanos, mares e planícies continentais) (No geral, formam-se em lugares onde as situações 
atmosféricas são mais estáveis e lentas) 
A) Concepção de Massa de Ar e sua classificação 
“as massas de ar têm roteiros habituais de deslocamento e atuação, mas 
não podem ter limites rígidos em suas expansões e em suas formas de 
atritação. Avanços e recuos de maior ou menor expressão espacial, 
combinados com formas de participação mais ou menos ativas, podem 
provocar, de ano para ano, variações muito sensíveis e diferentes entre si 
num mesmo espaço geográfico”. 
 
(AB’SABER, 1983, p.94) 
AB’SÁBER, A. N. As cheias no Sul. Ciência Hoje, v.2, n.8, vol.2, set./out.1983. 
 Ao se deslocarem se suas regiões de origem / área de formação, com 
características termo-higrométricas próprias, as massas de ar influenciam as 
regiões por onde passam e, ao mesmo tempo, são influenciadas por elas. 
 A movimentação de uma massa de ar é marcada por uma alteração permanente 
de suas características, o que ressalta o dinamismo da atmosfera na sua interação 
com a superfície a partir do movimento do ar. 
 Massa de ar primária: possui as características principais de sua área de formação 
(pouco ou não alterada de forma expressiva). 
 Massa de ar secundária: apresenta modificações significativas como resultado da 
influência das condições superficiais das novas áreas. 
A) Concepção de Massa de Ar e sua classificação 
 São classificadas de acordo com sua Região de Origem. 
“Massa de Ar” - Classificação 
Latitude 
E – Equatorial 
T – Tropical 
P – Polar 
A – Árticas / Antárticas 
 
Natureza Massa (m) + + 
C - Continental 
A, P, I - Oceânica 
 Observação: as denominações acima podem variar de estudo para estudo, e de 
pesquisador para pesquisador. É apenas um parâmetro utilizado. 
 No geral, elas podem ser classificadas pela origem zonal térmica - “Quentes 
e/ou Frias” (Equatorial, Tropical....), e pelas características de umidade - “Secas e 
Úmidas” (Continentais, Marítimas...). 
 O deslocamento das massas de ar no sentido “Polo-Equador” (pelo dinamismo 
atmosférico) sempre permitem o contato de massas de ar de características 
diferentes, o que gera as descontinuidades atmosféricas ou frentes, que serão 
estudadas daqui a pouco! 
Fonte: http://en.academic.ru/dic.nsf/enwiki/161870 
SERRA, A.; RATISBONNA, L. As Massas de Ar na América do Sul. 
Revista Geográfica, n. 51, v. 25, 1959. 
 Para Serra e Ratisbonna (1959): 
B) Frentes e suas propriedades 
 Frentes, ou zona de descontinuidade (térmica, anemométrica, barométrica, 
higrométrica....) no interior da atmosfera, é gerada pelo encontro de duas massas 
de ar de características diferentes. 
 Trata-se de uma superfície de transição estreita e inclinada, de grande instabilidade 
atmosférica e variação abrupta. 
 
Aquelas massas de ar migratórias tendem a adquirir as características 
correspondentes às áreas por onde se deslocam, o frio das regiões polares, o calor 
dos trópicos, a umidade dos oceanos ou a secura dos continentes. O estado do tempo 
dentro de uma massa de ar varia localmente e diariamente, devido ao aquecimento 
ou arrefecimento, ou ainda, à precipitação ao longo do tempo cronológico. 
Mas, na zona onde duas massas de ar de características térmicas diferentes se 
convergem, como não se misturam, o limite é bastante distinto em ambas. Essa zona 
é denominada de frente. Na zona frontal, o ar mais leve é forçado a subir pelo mais 
denso, por isso desestabiliza a atmosfera. 
 
BORSATO, V.A.; MENDONÇA, F.A. Participação da massa polar atlântica na dinâmica dos sistemas atmosféricos no Centro-Sul do 
Brasil. Mercator. Fortaleza, v. 14, n. 1, p. 113-130, jan./abr. 2015. 
Fonte: SIMEPAR 
(...) frente polar. Estas frentes comportam-se como verdadeiros rios atmosféricos, 
canalizando importantes volumes de ar em fluxo concentrado em direção a centros 
de baixa pressão, que normalmente atingem seu máximo aprofundamento e 
atividade sobre o oceano atlântico. A passagem do sistema frontal, que antecede a 
chegada do ar polar propriamente dito, promove condições de forte instabilidade 
gerando chuvas antes, durante e depois da passagem da frente em várias áreas do 
território paulista (Monteiro, 1968, 1973; Tarifa, 1975). 
 
GALVANI, E.; AZEVEDO, T.R. A Frente Polar Atlântica e as características do tempo associadas: estudo de caso. X Simpósio Brasileiro de 
Geografia Física Aplicada, 2003. Disponível em: http://www.geografia.fflch.usp.br/graduacao/apoio/Apoio/Apoio_Emerson/SBGFA2003.PDF 
B) Frentes e suas propriedades 
 Pode ocorrer um deslocamento rápido do sistema frontal, gerando forte 
instabilidade, quando há uma grande amplitude (e diferença) barométrica e de 
temperatura entre as massas de ar, e seus centros de ação são muito acentuados. 
Ocorre geralmente entre as regiões polares e subtropicais. 
 Ainda, pode ocorrer um deslocamento lento do sistema, gerando relativa 
estabilidade, devido á baixa diferença barométrica e centros de ação das massas 
de ar bem distantes um do outro. O lento deslocamento deixa o céu encoberto, 
podendo estar associados à precipitação de longa duração (porém nem sempre 
grande intensidade). 
 
 
Fonte: Monteiro, 1968. 
B) Frentes e suas propriedades 
“Avanço de uma Frente Fria” 
“Avanço de uma Frente Quente” (ou 
recuo de um avanço frontal - setor 
quente de retorno) 
 A menor densidade do ar quente e o atrito 
com a superfície fazem com que o ar quente 
tenha, em relação à frente fria, mais 
dificuldade de empurrar o ar frio adjacente. 
Consequentemente, a linha da frente quente 
configura-se como uma cunha formada pelo 
ar frio na base e o ar quente sobre ele. 
Fonte: http://www.labhidro.iag.usp.br/site_iag/?page_id=669 
Frente Estacionária: Frente que é quase estacionária, ou que se move muito pouco 
desde sua última posição sinóptica. Também conhecida como frente semi 
estacionária. (INMET, 2015) 
 
 Trata-se de um sistema frontal que encontra-se numa mesma região por um tempo 
relativamente grande (3 dias, por exemplo), e encontra dificuldades em avançar 
e/ou recuar. Geralmente, gera muita precipitação e tempo instável durante sua 
permanência na região. 
 
B) Frentes e suas propriedades 
B) Frentes e suas propriedades 
• Frontogênese – processo de origem das frentes.• Frontólise – dissipação de uma frente. 
Exemplos: 
C) Fenômenos e Ciclogênese e Oclusão ao longo das frentes 
 
 A Frente Oclusa (oclusão) é uma zona de transição onde uma Frente Fria, 
movendo-se mais depressa, ultrapassa (e obstrui) uma frente quente, fazendo 
elevar-se todo o ar quente. 
 É uma fronteira que separa a nova massa de ar frio (a que avança sobre a região) 
da massa fria que estava na região antes do sistema penetrar. Mudanças na 
temperatura, umidade e direção do vento ocorrem com a passagem de frentes 
oclusas. Quando o ar atrás da frente oclusa é mais frio do que o ar adiante da 
mesma, denomina-se oclusão fria ou frente oclusa do tipo fria. Quando o ar atrás 
da frente oclusa é mais quente do que o ar adiante da mesma, denomina-se 
oclusão quente ou frente oclusa do tipo quente 
 
A sequência (ao lado) mostra a evolução do sistema antes do 
desenvolvimento de uma frente oclusa. Um ciclone em 
desenvolvimento tem tipicamente uma frente quente estendendo-se 
para leste e uma frente fria que estende-se para norte com rápido 
deslocamento; ao sul da frente quente, uma região com ar frio que lá 
estava antes do ciclone penetrar na área. A medida que o ciclone se 
desenvolve, a frente fria gira ao redor do centro de baixa e alcança a 
frente quente; este processo forma as frentes oclusas. 
http://www.labhidro.iag.usp.br/site_iag/?page_id=669 
Fonte: http://pt.slideshare.net/acbaptista/superfcies-frontais-16703995 
C) Fenômenos e Ciclogênese e Oclusão ao longo das frentes 
Exemplos: 
D) Ondas de leste, Ciclones tropicais e Linhas de Instabilidade tropical 
Na atmosfera tropical, caracterizada por muita umidade e intensa 
atividade convectiva, são observados fenômenos meteorológicos em 
várias escalas de espaço e de tempo, desde a convecção cúmulos até a 
oscilação quase-bienal. Os estudos destes fenômenos foram no passado 
bastante limitados pela escassez e baixa frequência das observações 
meteorológicas nos trópicos. Felizmente os centros meteorológicos têm 
ao longo dos últimos 10 a 15 anos gerado análises globais, o que tem 
possibilitado melhorar o entendimento de vários aspectos da atmosfera 
tropical. 
 
SPINOZA, E. (2015) http://climanalise.cptec.inpe.br/~rclimanl/boletim/cliesp10a/18.html 
 É importante ressaltar que nem todos estes fenômenos foram estudados e/ou são 
aceitos em estudos de Climatologia Geográfica. 
 Algumas definições imprecisas e/ou pouco conhecidas (subjetivas) dificultam sua 
aplicação. Ainda, trata-se de um viés eminentemente das ciências atmosféricas, 
não focando necessariamente o Espaço Geográfico. 
 A partir destas pequenas considerações, serão apresentados agora os fenômenos 
como Ondas de Leste (OL), Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), dentre 
outros! 
D) Ondas de leste, Ciclones tropicais e Linhas de Instabilidade tropical 
As ondas de leste (OL), também denominadas distúrbios ondulatórios de leste ou 
ondas de leste africanas são sistemas de escala sinótica definidas pela Administração 
Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) como distúrbios em níveis baixos e de 
origem tropical que podem-se desenvolver em ciclones tropicais (Asnani, 2005), 
principalmente nas bacias do Atântico tropical e do Pacífico oriental (COMET, 2014), e 
também são responsáveis das chuvas importantes no nordeste e norte do Brasil 
(Caetano, 2011). Segundo Burpee (1972), a metade das OL são responsáveis 
pela formação dos ciclones tropicais no Atlântico; porém, o desenvolvimento dos 
ciclones não é necessário para a geração de quantidades significativas de chuva. 
 
http://meteosinotica.blogspot.com.br/2015/06/ondas-de-leste.html 
ASNANI, C.G. 2005. Tropical Meteorology. Chapter 4. Easterly Waves. Indian Institute of Tropical Meteorology. 
Burpee, R. 1974. Characteristics of North African Easterly Waves During the Summers of 1968 and 1969. Journal of the Atmosferic Sciences. Vol 31. 1556-
1570. 
Caetano, J. 2011. Análise das ondas de leste sobre a costa leste do nordeste do Brasil para o período entre 1999-2009. Dissertação do Mestrado. 
Programa de Pós-graduação em Meteorologia do Instituto de Geociências do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza da Universidade Federal do 
Rio de Janeiro (PPGM-IGEO-CCMNUFRJ). 
COMET-Program e University Corporation of Atmospheric Research. 2012-2014. Ondas Tropicais de Leste. 
(https://www.meted.ucar.edu/tropical/synoptic/Afr_E_Waves_es/navmenu.php?tab=1&page=1.0.0&type=flash) 
“Ondas de Leste” 
D) Ondas de leste, Ciclones tropicais e Linhas de Instabilidade tropical 
“Ondas de Leste” 
 Em várias regiões da faixa tropical tem sido observada a presença de um fenômeno de tempo 
caracterizado por distúrbios nos ventos de leste, que vem sendo estudado há mais de 
quarenta anos. Estes distúrbios foram chamados de ondas de leste e foram encontrados no 
Pacífico leste e oeste, no Atlântico Norte e na faixa tropical perto da África (SPINOZA, 2015). 
 
 As ondas de leste apresentam-se como um cavado formado pela máxima curvatura ciclônica 
nos ventos alísios de leste. Apresentam-se percorrendo todo o mundo e tem 
características ligeiramente diferentes dependendo onde se encontrem no seu caminho 
pelos trópicos, originando-se em algumas regiões e morrendo em outras 
 
 Não se descarta a possibilidade de que os distúrbios de leste, ainda não bem definidos no 
Hemisferio Sul, tenham algum efeito sobre a precipitação da região norte nordeste do Brasil, 
pois coincidentemente os períodos de máximas precipitações ocorreram quando foram 
detectados distúrbios deslocando-se de leste para oeste (Silvestre, 1996). 
 
 Apesar das considerações, há uma dificuldade no Estudo e Definição destas ‘ondas’, através 
da relativa sutileza em intensidade (dificuldade em detectar por cartas sinóticas), ausência de 
uma estrutura uniforme e de dados consistentes nos trópicos. 
 
Silvestre E., 1996: Distúrbios nos Ventos de Leste no Atlântico Tropical, São José dos Campos, INPE 1996. 
http://master.iag.usp.br/pr/ensino/sinotica/aula16/ 
Animação de imagens de satélite de GOES-13 e METEOSAT cada 3 horas no canal infravermelho, desde 02:45Z do 26/08/2013 até 23:45Z do 
06/09/2013. Trem de ondas de leste (linhas amarela, vermelha e azul claro). O círculo laranja indica o início da Gabrielle. 
 
 
observa-se uma análise das ondas de leste com imagens de satélite. A animação inicia nas 02:45Z do 26 de 
agosto de 2013, onde pode-se identificar um trem de ondas formado por duas ondas que avançam para o 
oeste e, após um dia, surge uma nova onda (cor azul claro). No centro de Atlântico estas ondas avançam 
com uma aceleração relativamente constante, mas quando se aproximam ao Caribe, estas ondas se 
desaceleram, até esperar a chegada da terceira onda, que colabora com a geração da Gabrielle. 
Fonte: http://meteosinotica.blogspot.com.br/2015/06/ondas-de-leste.html 
Os fenômenos tipos "ondas de leste" (Easterly Waves), que por falta de 
observações no oceano Atlântico, tornam-se difíceis de se distinguirem das "calhas 
induzidas" (troughs induced), deveriam explicar grande parte das chuvas 
verificadas na faixa litorânea, porquanto as "calhas", pela própria dinâmica e 
estrutura, poderiam implicar no aparecimento de chuvas para a região. 
 
BARROS, Linton Ferreira, 1967. 
BARROS, L.F. Esboço climatológico da região leste brasileira. Rev. Bras. de Geografia, n. 2, v. 29, 1967. 
“Ciclones Tropicais” 
D) Ondas de leste, Ciclones tropicais e Linhas de Instabilidade tropical 
 Trata-se de regiões onde a atmosfera tropical apresenta movimentos 
turbilhonares do ar em larga escala espacial, em torno de um centro de baixa 
pressão, geralmente acompanhado de ventos muitos velozes e de fortes chuvas, 
que se formam sobre os oceanos. 
 
 Cicloneé, genericamente, o termo atribuído pelos cientistas às perturbações 
tropicais mais velozes. Esse fenômeno, porém, recebe denominações regionais 
particulares! Ex: Tufão (Oriente e noroeste do Pacífico), Hurricane ou Furacão (Atlântico Norte – 
Caribe), Willy-Willy (Austrália), Baggio (Filipinas), Travados (Madagascar), Papagallos (Nordeste do 
Pacífico) (MENDONÇA e DANNI-OLIVEIRA, 2007). 
 
 As grandes células de ocorrência de ciclogênese ocorrem em águas oceânicas 
quentes (26,5°C ou mais) e uma alta atmosfera que se resfrie rapidamente 
(Instável à convecção úmida). 
Fonte: NOOA (2015) 
http://www.aoml.noaa.gov/hrd/tcfaq/F1_esp.html 
http://www.teinteresa.es/tierra/ciclones-tropicales-azotan-Unidos-Canarias_0_899311503.html 
A formação de um ciclone tropical decorre da liberação de calor latente 
para o ar no momento da condensação em condições de convecção, 
processo de expressiva intensidade nas regiões tropicais. Os fluxos de calor 
sensível e latente do oceano para a atmosfera também são importantes 
para a manutenção e a intensificação do ciclone. O ciclone caracteriza-se 
pela transformação de uma gigantesca quantidade de energia calorífica em 
movimento circular ao redor de um centro de baixas pressões, em 
associação com a força de Coriolis e a força centrífuga de perturbação 
(fluxos horizontais). Movimentos de ascendência e subsidência (fluxos 
verticais) fornecem energia necessária ao ciclone, bem como facilitam e 
acentuam a transformação de calor em movimento. Quanto mais 
aquecidas as águas superficiais dos oceanos, maior será a potência dos 
ciclones. (Temp. superiores a 27°C – oceanos tropicais) (ocorre principalmente no 
fim do verão de cada hemisfério) 
(MENDONÇA e DANNI-OLIVEIRA, 2007). 
http://www.climatempo.com.br/noticias/300516/o-que-sao-ciclones-extratropical-subtropical-e-tropical/ 
“Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS)” 
D) Ondas de leste, Ciclones tropicais e Linhas de Instabilidade tropical 
Durante os meses de verão do Hemisfério Sul, A ZCAS é um fenômeno meteorológico que exerce um papel 
preponderante no regime de chuvas na região onde atua, acarretando altos índices pluviométricos na 
América do Sul. Este fenômeno é caracterizado pela persistência de uma banda de nebulosidade orientada 
no sentido noroeste-sudeste (NW-SE), que se estende desde o centro sul da Amazônia, regiões Centro-
Oeste e Sudeste, centro sul da Bahia, norte do Estado do Paraná e estendendo-se em direção ao Oceano 
Atlântico sudoeste (Ferreira et al., 2004). Uma das principais consequências da atuação da ZCAS é a 
ocorrência dos altos índices pluviométricos, principalmente no final da primavera e nos meses de verão, 
nas regiões afetadas (Grimm, 2011). 
QUADRO Et. Al., 2012. 
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-77862012000200004&script=sci_arttext 
D) Ondas de leste, Ciclones tropicais e Linhas de Instabilidade tropical 
 Geralmente esse sistema atmosférico antecede a entrada de uma Frente. Este 
sistema é responsável pela formação de tempo instável, aumento na 
nebulosidade e na umidade relativa do ar, gerando um curto período de chuvas 
fortes, concentradas no tempo e no espaço (ZANDONADI, 2014). 
 
 As vezes, as LI antecedem uma frente fria de 100km a 300km, favorecendo a 
elevação do ar. 
“Instabilidade Tropical, Linhas de Instabilidade ou Calhas Induzidas (IT) ” 
Assim, a "calha", sempre registrada junto à descontinuidade (frente fria que 
avança) e que atinge a grandes altitudes, pode se desenvolver mais fortemente 
avançando em altitude para este da frente fria, antecipando-se a esta. 
A origem dêste movimento parece estar ligada ao movimento ondulatório 
(movimento de onda) iniciado na frente polar. Êste movimento se propaga em 
altitude, adiantando-se da frente e para este. A nova “calha" assim surgida, e que 
em altitude se antecipa à frente polar, constituindo uma estrutura dinâmica típica. 
 
BARROS, Linton Ferreira, 1967. 
BARROS, L.F. Esboço climatológico da região leste brasileira. Rev. Bras. de Geografia, n. 2, v. 29, 1967. 
http://ppegeo.igc.usp.br/scielo.php?pid=S1980-44072012000100004&script=sci_arttext 
E) A Dinâmica das massas de ar e evolução do tempo na América do Sul 
Estudar o clima como simples comportamento da atmosfera seria meteorologia que, 
ela mesma, em grande parte liga-se a preocupação prática com a previsão do tempo, 
o que não deixa de vinculá-la à atividade humana. O que a climatologia que me 
preocupou almejava era relacionar a dinâmica da baixa atmosfera, em seu 
comportamento caótico, discernindo-lhe um possível “ritmo”, para relacionar este 
comportamento complexo e difícil aos ritmos das atividades humanas. 
 
MONTEIRO, 1994. 
MONTEIRO, C.A.F. O “físico” da Geografia: mensageiros e portadores. 1° Seminário de Geografia Física do Ceará. AGB: Fortaleza-CE, 1994. 
 Partindo inicialmente destas considerações, espera-se na Climatologia produzida 
por geógrafos relacionar os elementos climáticos estáticos e dinâmicos (e seu 
ritmo) ao ritmo das atividades humanas, buscando sempre contribuir para alguma 
área pertinente ao ser humano. 
 
 Neste sentido, a síntese dos elementos da atmosfera pode ser encontrada através 
dos Sistemas Atmosféricos predominantes em uma região. Tais sistemas 
apresentam um ritmo, nem sempre estável, mas recorrente e com um padrão em 
comum. A seguir, vamos descrever quais são eles, na América do Sul: 
SERRA, A.; RATISBONNA, L. As Massas de Ar na América do Sul. 
Revista Geográfica, n. 51, v. 25, 1959. 
 Para Serra e Ratisbonna (1959): 
“... principal responsável pela formação dos tipos de tempo da Região Sul, em virtude 
da atuação de Massas Polares e da ação das Frentes Frias” (MONTEIRO, 1963, p. 
122). 
MONTEIRO, C. A. F. O clima da região Sul. In: CATALDO, D. M. (Org.). Geografia do Brasil, Grande Região Sul. Rio de Janeiro: IBGE, 1963. p. 117- 169. 
“Apesar da análise rítmica ser uma metodologia proposta inicialmente por Monteiro (1971; 1973), há 
uma divergência em trabalhos acadêmicos posteriores à sua proposição quanto à nomenclatura utilizada 
na identificação dos sistemas atmosféricos. Para não entrar na questão dos méritos acadêmicos, este 
estudo optou por utilizar a base proposta pelo autor e a nomenclatura proposta por Zavattini e Boin 
(2013), por detalhar o avanço dos sistemas frontais e identifica os sistemas atmosféricos da seguinte 
maneira:” 
 
• Sistemas Tropicais: Massa Tropical Atlântica (MTA), Massa Tropical Atlântica Continentalizada 
(MTAC), Massa Tropical Continental (MTC), Linhas de Instabilidade em Massa Tropical (LI) e 
Massa Equatorial Continental (MEC). 
• Sistemas Polares: Massa Polar Atlântica (MPA), Massa Polar Velha (MPV), Massa Polar Velha 
Continentalizada (MPVC). 
• Sistemas Frontais: Frente Polar Atlântica (FPA), Frente Polar Reflexa (FPR), Frente Polar 
Atlântica em Dissipação (DIS), Repercussão da Frente Polar Atlântica (REP), Frente Polar 
Atlântica Estacionária (EST), Frente Polar Atlântica com Setor Quente de Retorno no Continente 
(QTE) e Frente Polar Atlântica Oclusa (OCL). 
 
Para fins de análise, esses sistemas atmosféricos da América do Sul podem ser agregados da seguinte 
maneira: 
 
• Correntes do Sul: MPA + MPV/MPVC + FPA eixo principal, em dissipação, oclusa, estacionária + 
FPR. 
• Correntes do Leste: MTA + MTAC + LI + FPA com setor quente de retorno no continente + 
Repercussão da FPA. 
• Corrente do Norte: MEC. 
• Corrente do Oeste: MTC. 
Resumo “Geral” das Massas de Ar que influenciam o estado de São Paulo (há divergências entre autores, mas 
serve de base, no momento): 
 
Massa Polar Atlântica (MPA): possui maior atividade no outono e inverno e tem sua origem associada ao Anticiclone 
Polar Atlântico. Ascaracterísticas do tempo sob a atuação desse sistema são rápido declínio da temperatura e, 
consequentemente, maiores amplitudes térmicas, além de umidade relativa do ar muito baixa, céu limpo e claro, 
pressão atmosférica em elevação, tempo ensolarado e, dependendo das condições atmosféricas, pode-se registrar a 
ocorrência de geadas. 
Massa Polar Atlântica Velha ou Tropicalizada (MPV): a atuação desta na área em estudo é percebida quando um 
sistema polar, depois de deslocar-se pelo continente, vai perdendo suas características originais, ou seja, é uma MPA 
modificada, alterada profundamente devido à permanência em latitudes mais baixas. A temperatura e a umidade 
começam a elevar-se gradativamente. Geralmente a PT encontra-se entre uma frente em frontólise nas latitudes 
baixas e uma nova frontogênese nas proximidades do rio da Prata. 
Massa Tropical Atlântica (MTA): é originária do anticiclone semifixo do Atlântico Sul e atua constantemente nas 
regiões Leste, Sul e Centro-Oeste do Brasil. Devido ao seu sentido de circulação anti-horário penetra para o interior. 
Sua propriedade de origem é a de uma massa quente e úmida com tendência à estabilidade, promovendo 
temperaturas que variam entre 20 e 30° C, ventos fracos a moderados de direção leste e sudoeste, céu claro ou 
parcialmente encoberto. 
Massa Tropical Continental (MTC): tem sua origem vinculada à Depressão do Chaco ou resultante de anticiclone que 
precede a FPA, com atuação bem definida no verão, constituída de uma circulação ciclônica na superfície, de forte 
convergência. Entretanto, a baixa umidade relativa do ar associada à forte subsidência da alta superior, dificulta a 
formação de nuvens de convecção e trovoadas, sendo responsável, portanto, por tempo quente e seco. Os ventos 
predominantes são de oeste e noroeste. O tempo fica quente e abafado, a pressão permanece baixa, não ocorrem 
chuvas e a temperatura fica acima dos 30º C. Sua atuação contínua é responsável pelos veranicos, ou seja, 15 dias 
consecutivos ou mais sem chuvas, muito comuns na primavera e no verão. 61 
Massa Equatorial Continental (MEC): tem sua fonte de origem na planície amazônica, tende a avançar para o interior 
do continente sul-americano nos sentidos NW, SE e para ESSE, de acordo com a posição da FPA. Esse sistema se 
forma sobre o continente aquecido, onde dominam os ventos fracos, sobretudo no verão. Sua repercussão na área 
de estudo gera alta umidade relativa do ar, temperatura do ar acima de 30º C, queda na pressão atmosférica, ventos 
de direção norte, noroeste e oeste e instabilidade atmosférica. 
 
MONTEIRO (1963); NIMER (1989); BALDO (2006); ZANDONADI, 2014. 
Exemplos:

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