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Aula 08
Direito Tributário - 2022 (Curso Regular)
Autor:
Mateus Pontalti, Equipe Materiais
Carreiras Jurídicas
09 de Fevereiro de 2022
Bons estudos -Bons Estudos
 
 
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Sumário 
1. Garantias e Privilégios do Crédito Tributário ...................................................................................... 2 
1.1 Disposições Gerais .................................................................................................................................... 2 
1.2 Preferências do Crédito Tributário ........................................................................................................... 8 
2. Administração Tributária ............................................................................................................... 23 
2.1 Fiscalização ............................................................................................................................................ 23 
2.2 Dívida Ativa ............................................................................................................................................ 28 
2.3 Certidões Negativas ............................................................................................................................... 33 
Resumo ........................................................................................................................................... 35 
Questões Comentadas ...................................................................................................................... 37 
Lista de Questões ............................................................................................................................. 55 
Gabarito .......................................................................................................................................... 66 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
A partir de agora nos dedicaremos ao estudo das garantias e dos privilégios do crédito tributário, 
cujas normas gerais se encontram inseridas nos artigos 183 a 193 do Código Tributário Nacional. 
As garantias são os meios jurídicos assecuratórios que o estado pode utilizar para receber a 
prestação do tributo. Os privilégios dizem respeito à posição de superioridade de que desfruta o 
crédito tributário, quando comparado com os demais créditos1. 
Por uma questão didática, abordaremos tais temas na ordem elencada pelo Código Tributário 
Nacional. Começaremos analisando as disposições gerais, constantes nos artigos 183 a 185-A, 
para em seguida comentarmos os artigos 186 a 193, agrupados na seção que versa sobre as 
preferências. 
1.1 DISPOSIÇÕES GERAIS 
O artigo que inaugura o tema é o artigo 183 do Código Tributário Nacional, que possui a seguinte 
redação: 
Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo ao crédito tributário não 
exclui outras que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza ou das 
características do tributo a que se refiram.[...] 
Como se observa, o rol das garantias constantes do Código Tributário Nacional não é exaustivo. 
Outras mais podem ser estabelecidas por meio de leis ordinárias federais, estaduais e municipais. 
É o que defende Paulo de Barros Carvalho2, Regina Helena Costa3, Luís Eduardo Schoeuri4 e Paulo 
Caliendo. Nas palavras desse último jurista, “Não há limitação do texto a criação de garantias por 
meio de lei ordinária, seja esta de natureza federal, estadual, distrital ou municipal”5. 
Não fosse assim, haveria uma invalidade da Lei 9.532/97 e da Lei 8.397/1992, que introduziram o 
arrolamento fiscal e a medida cautelar fiscal. 
No entanto, isso não significa que a lei ordinária possa contrariar as disposições previstas pelo 
Código Tributário Nacional. As normas introduzidas por esse diploma legislativo são gerais e 
cogentes. O que a lei ordinária pode fazer é tão somente criar outras garantias ou privilégios que 
com elas sejam compatíveis. 
 
 
1 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2016, p. 517. 
2 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 636. 
3 COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2014, p. 373. 
4 SCHOEURI, Luís Eduardo. Direito Tributário. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 878. 
5 CALIENDO, Paulo. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 744. 
 
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Quanto ao parágrafo único do artigo 183, tem-se que ele dispõe da seguinte forma: 
Art. 183. [...] 
Parágrafo único. A natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário não altera a 
natureza deste nem a da obrigação tributária a que corresponda. 
Assim, o fato de o devedor ter garantido a execução fiscal com uma fiança, por exemplo -- instituto 
que é disciplinado pelo direito privado -- não altera a natureza do crédito tributário. 
O artigo 184 possui a seguinte redação: 
Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam 
previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e 
das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua 
massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou 
impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, 
excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente 
impenhoráveis. 
Por força desse dispositivo, responde pelo crédito tributário todos os bens do sujeito passivo, 
inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, 
excetuados tão somente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis. 
Nessa esteira, é irrelevante, por exemplo, que o imóvel do sujeito passivo esteja hipotecado por 
uma dívida bancária (gravado por ônus real), porque isso não impede que ele seja excutido para 
satisfação do crédito tributário. O mesmo ocorre com o bem imóvel recebido pelo sujeito passivo 
em doação, no qual conste cláusula de impenhorabilidade. Embora essa circunstância impeça a 
sua alienação para satisfação de dívidas contraídas com particulares, não é óbice à penhora e 
arrematação para quitação de créditos de natureza tributária. 
Assim, apenas não podem ser penhorados os bens e rendas que a lei declare absolutamente 
impenhoráveis, do que são exemplos o bem de família, previsto pela Lei 8.009/90; e aqueles 
arrolados no artigo 833 do CPC, que colacionamos abaixo: 
Art. 833. São impenhoráveis: 
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; 
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do 
executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns 
correspondentes a um médio padrão de vida; 
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de 
elevado valor; 
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos 
de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias 
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recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua 
família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, 
ressalvado o § 2o; 
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens 
móveis necessários ou úteis aoativa da União de natureza tributária, inscrevendo-
a para fins de cobrança, amigável ou judicial; 
Como se pode observar do caput do artigo 201, constituído o crédito e esgotado o prazo para 
pagamento voluntário, pode a autoridade administrativa competente inscrever o crédito tributário 
em dívida ativa. O gráfico abaixo ajuda a visualizar o momento a partir do qual a inscrição se torna 
possível: 
 
O parágrafo único apenas diz o óbvio: O fato de o crédito ter sido inscrito em dívida ativa não impede 
que os juros moratórios continuem fluindo até que ocorra o pagamento da prestação, e essa 
circunstância não retira a liquidez do crédito apurado. 
O artigo 202 traz os requisitos do termo de inscrição em dívida ativa: 
Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, 
indicará obrigatoriamente: 
I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que 
possível, o domicílio ou a residência de um e de outros; 
II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos; 
III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em 
que seja fundado; 
IV - a data em que foi inscrita; 
V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito. 
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do livro 
e da folha da inscrição. 
Trata-se de requisitos obrigatórios, sem os quais a inscrição perde a presunção de liquidez e 
certeza. 
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O inciso I determina que conste do termo de inscrição o nome do devedor e dos corresponsáveis, 
bem como o domicílio e residência de cada um. 
Apesar disso, não impede o redirecionamento da execução fiscal o fato de o corresponsável não 
constar na CDA, desde que o fisco comprove no bojo da ação de execução uma das hipóteses que 
autoriza a responsabilização19. 
O inciso II determina que conste do termo da inscrição a quantia devida e a maneira de calcular os 
juros de mora, e o inciso III que haja a descrição da origem e natureza do crédito, com a indicação 
da disposição da lei em que seja fundado. 
Nessa perspectiva, não há a obrigatoriedade de a ação de execução fiscal ser acompanhada da 
memória de cálculo, porque a lei exige que conste tão somente a forma de calcular o débito e seus 
fundamentos. 
Quanto ao tema, há inclusive súmula do Superior Tribunal de Justiça sobre o assunto: 
Súmula 559: Em ações de execução fiscal, é desnecessária a instrução da petição inicial 
com o demonstrativo de cálculo do débito, por tratar-se de requisito não previsto no art. 
6º da Lei n. 6.830/1980. 
O inciso IV determina que conste a data da inscrição e o inciso V o número do processo 
administrativo de que se originar o crédito. 
Não há, assim, a obrigatoriedade de que ação de execução seja acompanhada do processo 
administrativo fiscal, porque basta que conste na inscrição o seu número. 
Por fim, dispõe o parágrafo único que a certidão de dívida ativa deve conter todos os requisitos 
desse artigo, além da indicação do livro e da folha de inscrição. 
O artigo 203 regulamenta as consequências da não observância do disposto no artigo anterior: 
Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou o erro a 
eles relativo, são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela 
decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, 
mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou 
interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte modificada. 
A interpretação literal desse dispositivo conduziria à conclusão de que qualquer omissão ou erro 
acarretaria na nulidade do termo de inscrição e do processo de cobrança dele decorrente. 
 
 
19 STJ, 2ª T., EDcl no REsp 863.334/RS, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 3-5-2007, DJ 15-5-2007, 
p. 265. 
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No entanto, não é isso o que ocorre, porque a jurisprudência abrandou o rigor desse dispositivo, ao 
firmar posição no sentido de que a nulidade somente deve ser reconhecida nos casos em que o 
sujeito passivo demonstrar que o equívoco prejudicou a sua defesa.20 
Em existindo um erro grave, que prejudique a defesa do executado, é possível ainda que a Fazenda 
Pública substitua a CDA até a data da sentença dos embargos à execução, corrigindo o defeito. 
Nessa hipótese, no entanto, é devolvido ao sujeito passivo o prazo para defesa, que somente 
poderá versar sobre a parte modificada. 
Essa possibilidade, de saneamento da nulidade mediante substituição da CDA, somente é possível 
nos casos em que o vício atinge o termo de inscrição. Quando a nulidade atinge o próprio 
lançamento, não há como saneá-la, porque a própria constituição do crédito se encontra maculada. 
Por esse motivo, é inviável a substituição da certidão de dívida ativa quando a correção pretendida 
objetivar a modificação do sujeito passivo da execução, existindo inclusive súmula acerca do tema: 
Súmula 392: A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a 
prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou 
formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execução. 
Assim, se determinado Município ingressar com ação de execução fiscal contra o contribuinte A 
cobrando o IPTU inadimplido, não pode no curso da execução, ao verificar que o imóvel era de 
propriedade do contribuinte B, substituir a certidão e pedir o redirecionamento da execução contra 
este último. O vício atingiu o próprio lançamento, que teve como destinatário o contribuinte A. 
Esse raciocínio, no entanto, não se aplica nos casos em que consta na CDA pessoa jurídica 
empresarial cuja falência foi decretada antes da propositura da ação executiva. Nessas hipóteses, 
o Superior Tribunal de Justiça firmou jurisprudência no sentido da possibilidade de correção da 
petição inicial e da CDA, não sendo correta a imediata extinção do feito21. 
Por fim, dispõe o artigo 204 que a dívida regularmente inscrita goza de presunção de certeza e 
liquidez e tem o efeito de prova constituída. De fato, como mencionado, a certidão de dívida ativa 
é título executivo extrajudicial, autorizando o manejo da ação de execução fiscal. 
No entanto, essa presunção não é absoluta, podendo ser ilidida por prova a cargo do sujeito passivo 
ou do terceiro a que aproveite. 
Por ser ônus do sujeito passivo comprovar a inexatidão das informações registradas, cabe a ele 
juntar o processo administrativo fiscal no processo de embargos à execução22. 
 
 
20 STJ, 1ª T., AGRGAI 485.548/RJ, Min. Luiz Fux, maio 2003. 
21 REsp 1372243/SE, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Rel. p/ Acórdão Ministro OG 
FERNANDES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 11/12/2013, DJe 21/03/2014. 
22 AgInt no REsp 1619983/PB, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA, julgado em 
08/02/2018, DJe 14/02/2018. 
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2.3 CERTIDÕES NEGATIVAS 
O capítulo atinente às certidões negativas regula a forma pela qual o contribuinte comprova a 
regularidade da sua situação perante o fisco. O artigo que inaugura o tema é o 205 do Código 
Tributário Nacional: 
Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando 
exigível, seja feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do 
interessado, que contenha todas as informações necessárias à identificação de sua 
pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócioou atividade e indique o período a que se 
refere o pedido. 
Parágrafo único. A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha 
sido requerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do 
requerimento na repartição. 
O artigo 205 trata da Certidão Negativa de Débitos Tributários, que atesta que o contribuinte não 
tem pendências com o fisco, tendo adimplido com todas as suas obrigações tributárias. 
Deve ser emitida nos casos em que não há crédito constituído contra o sujeito passivo. Em existindo 
crédito constituído, seja por meio de lançamento tributário ou confissão do próprio sujeito passivo, 
é inviável a emissão dessa modalidade de certidão, independentemente de o referido crédito ter ou 
não sido inscrito em dívida ativa. 
Fazendo jus o sujeito passivo à emissão dessa certidão, deve ela ser expedida no prazo máximo 
de 10 dias contados da entrada do requerimento na repartição, conforme enuncia o parágrafo único 
do dispositivo. Na prática, no entanto, a certidão negativa é expedida imediatamente pela internet, 
sendo dispensável o comparecimento do contribuinte à repartição fiscal. 
O artigo 206 do Código Tributário Nacional afirma que “tem os mesmos efeitos previstos no artigo 
anterior a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança 
executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa”. 
Esse dispositivo trata da Certidão Positiva com Efeitos de Negativa, e o nome já revela a sua 
finalidade. Essa certidão é emitida nos casos em que a lei considera que o sujeito passivo, embora 
possuidor de débitos tributários, encontra-se regular perante o fisco, em razão do preenchimento 
de alguns dos requisitos previstos pelo artigo 206. 
Para que o sujeito passivo faça jus à emissão dessa certidão, é necessária a presença de um dos 
seguintes requisitos: 
1º - Os créditos não estejam vencidos: 
A razão é óbvia. Se não ocorreu o vencimento, não há mora do sujeito passivo. Assim, muito 
embora o crédito já esteja constituído, não há como considerar que o contribuinte não esteja regular. 
2º - A exigibilidade esteja suspensa: 
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Caso ocorra qualquer uma das hipóteses do artigo 151 do Código Tributário Nacional, como a 
adesão a parcelamento ou a obtenção de medida liminar em ação judicial, por exemplo, o sujeito 
passivo passa a fazer jus à certidão positiva com efeitos de negativa. 
3º - Tenha sido garantida a dívida com penhora: 
Também faz jus à certidão positiva com efeitos de negativa o sujeito passivo que garante a dívida 
tributária com penhora, desde que o bem oferecido seja suficiente para fazer frente à integralidade 
do crédito cobrado. 
Quanto ao tema, merece relevo a circunstância de o Superior Tribunal de Justiça admitir o 
ajuizamento de ação cautelar por parte do contribuinte para antecipar a realização da penhora e, 
assim, autorizar a obtenção da certidão positiva com efeitos de negativa23. 
De fato, não é incomum que, entre a constituição do crédito tributário, a inscrição em dívida ativa e 
o ajuizamento da execução fiscal, transcorra longo período de tempo. Desse modo, caso não se 
franqueasse o caminho da antecipação da penhora, o contribuinte ficaria sem a possibilidade de 
obtenção da certidão positiva com efeitos de negativa, em situação mais gravosa do que aqueles 
que figuram como executados no processo judicial. 
Com o advento do NCPC, a medida pode ser requerida mediante pedido de tutela antecipada em 
caráter antecedente, nos termos dos artigos 303 a 304. 
O artigo 207, por sua vez, dispõe no seguinte sentido: 
Art. 207. Independentemente de disposição legal permissiva, será dispensada a prova 
de quitação de tributos, ou o seu suprimento, quando se tratar de prática de ato 
indispensável para evitar a caducidade de direito, respondendo, porém, todos os 
participantes no ato pelo tributo porventura devido, juros de mora e penalidades cabíveis, 
exceto as relativas a infrações cuja responsabilidade seja pessoal ao infrator. 
Hugo de Brito Machado Segundo24 explica o dispositivo: 
Como observa Hugo de Brito Machado, o art. 207 do CTN, norma autoaplicável de 
natureza cautelar, aplica-se nos casos em que: (i) a prática do ato para evitar o 
perecimento de um direito deva ocorrer antes do final do prazo de que dispõe a 
autoridade para fornecer a certidão; (ii) a autoridade recusa indevidamente o 
fornecimento da certidão, sendo demorado o procedimento destinado a demonstrar-lhe 
a inexistência de débito; e (iii) o sujeito passivo realmente não tem direito à certidão 
negativa, nem à positiva com efeito de negativa. Em todos esses casos, considerando 
que terceiros assumirão a responsabilidade pelo pagamento do tributo porventura 
devido, a exibição da certidão é dispensada. Afinal, o art. 207 deve ser entendido no 
 
 
23 REsp 1123669/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/12/2009, DJe 01/02/2010. 
24 SEGUNDO, Hugo de Brito Machado. Código Tributário Nacional. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2017. 
 
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sistema no qual se está encartado, o qual elege as certidões de regularidade fiscal, e a 
necessidade de sua exibição para a prática de certos atos, como instrumento de garantia 
do crédito tributário. Se terceiros o garantem, na excepcional hipótese do art. 207, a sua 
exibição é dispensada. 
Por fim, dispõe o artigo 208 do Código Tributário Nacional: 
Art. 208. A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha erro contra a 
Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo crédito 
tributário e juros de mora acrescidos. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não exclui a responsabilidade criminal e 
funcional que no caso couber. 
Trata-se de hipótese de responsabilidade por transferência, na qual o agente é responsabilizado 
pelo pagamento do crédito tributário em razão da emissão de uma certidão negativa que contenha 
erro contra a Fazenda Pública. Como se observa do dispositivo, há a necessidade de comprovação 
do elemento subjetivo, consistente na atuação fraudulenta ou dolosa por parte do servidor. 
Uma vez comprovados esses pressupostos, o servidor é responsabilizado pelo pagamento do 
crédito tributário e juros de mora acrescidos, sem prejuízo da responsabilidade criminal e funcional 
que no caso couber. 
RESUMO 
Direitos e Privilégios do Crédito Tributário 
1. As garantias são os meios jurídicos assecuratórios que o estado pode utilizar para receber a 
prestação do tributo. Os privilégios dizem respeito à posição de superioridade de que desfruta o 
crédito tributário, quando comparado com os demais créditos 
2. O rol das garantias constantes do Código Tributário Nacional não é exaustivo. Outras mais podem 
ser estabelecidas por meio de leis ordinárias federais, estaduais e municipais. 
3. Por força do artigo 184 do CTN, responde pelo crédito tributário todos os bens do sujeito passivo, 
inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, 
excetuados tão somente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis. Nessa 
esteira, é irrelevante, por exemplo, que o imóvel do sujeito passivo esteja hipotecado por uma dívida 
bancária (gravado por ônus real), porque isso não impede que ele seja excutido para satisfação do 
crédito tributário. O mesmo ocorre com o bem imóvel recebido pelo sujeito passivo em doação, no 
qual conste cláusula de impenhorabilidade. Embora essa circunstância impeça a sua alienação 
para satisfação de dívidas contraídas com particulares, não é óbice à penhora e arrematação para 
quitação de créditos de natureza tributária.4. O artigo 185 do CTN versa sobre fraude à execução fiscal. Como se observa do dispositivo, o 
marco temporal utilizado pela Lei para caracterização da fraude à execução é a inscrição do crédito 
em dívida ativa. Assim, o regramento aplicável ao fisco com relação aos créditos tributários é mais 
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favorável do que o existente em favor dos credores privados. Com relação a estes últimos, incide o 
disposto no artigo 792 do CPC, que pressupõe para o reconhecimento da fraude à execução a 
existência de uma demanda judicial ou de uma constrição judicial. Ainda quanto ao tema, é 
importante consignar que o Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido da 
inaplicabilidade da Súmula 375 à fraude à execução fiscal. O fundamento é o de que, tratando-se 
de alienação realizada após a inscrição em dívida ativa sem que tenham sido reservados pelo 
sujeito passivo bens suficientes ao total pagamento da dívida, a presunção de fraude à execução é 
absoluta, sendo irrelevante que o terceiro tenha adquirido o bem de boa-fé. 
5. O artigo 185-A prevê três requisitos para indisponibilização dos bens do sujeito passivo: a) citação 
do devedor; b) ausência de indicação de bens à penhora pelo devedor; c) não terem sido 
encontrados bens penhoráveis pela Fazenda Pública. 
6. Os dois primeiros requisitos não oferecem dificuldades, sendo decorrência do próprio 
procedimento adotado pela Lei de Execuções Fiscais. De fato, no modelo adotado pela Lei 
6.830/80, citado o devedor, este tem o prazo de cinco dias para pagar a dívida ou garantir a 
execução. A interpretação do terceiro requisito foi fixada pelo STJ por meio da Súmula 560. 
Segundo o verbete, "A decretação da indisponibilidade de bens e direitos, na forma do art. 185-A 
do CTN, pressupõe o exaurimento das diligências na busca por bens penhoráveis, o qual fica 
caracterizado quando infrutíferos o pedido de constrição sobre ativos financeiros e a expedição de 
ofícios aos registros públicos do domicílio do executado, ao Denatran ou Detran". 
7. Como regra geral, o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o 
tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do 
acidente de trabalho. 
8. Na falência, há a necessidade de fracionamento do crédito tributário em três partes: a) valor do 
tributo acrescido de correção monetária e juros até a data da falência; b) valor das multas tributárias; 
c) valor dos juros moratórios vencidos após a decretação da falência. O valor devido a título de 
tributo acrescido de correção monetária e juros até a data da falência possui preferência sobre a 
maior parte dos créditos, salvo com relação: i) aos créditos extraconcursais; ii) às importâncias 
passíveis de restituição, nos termos da lei; iii) aos créditos com garantia real, no limite do valor do 
bem gravado; iv) aos créditos decorrentes da legislação do trabalho ou de acidente do trabalho, no 
limite estabelecido pela legislação. As multas tributárias preferem apenas aos créditos 
subordinados. Os juros moratórios vencidos após a decretação da falência possuem posição ainda 
menos privilegiada. Eles somente são pagos se todos os credores subordinados também o forem, 
o que é algo bastante raro na prática. 
Administração Tributária 
1. A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências de fiscalização 
lavrará os termos necessários para que se documente o início do procedimento, na forma da 
legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão daquelas. 
2. O artigo 197 arrola uma série de pessoas e entidades que são obrigadas a prestar ao fisco as 
informações de que disponham, com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros. Tais 
pessoas não são sujeitos passivos da relação obrigacional principal para cuja fiscalização devem 
contribuir. Não obstante, têm a obrigação acessória de prestar informações ao fisco, em razão de 
manterem informações relevantes sobre as atividades do sujeito passivo. 
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3. Questão polêmica sobre o tema dizia respeito a possibilidade de o fisco examinar documentos, 
livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e 
aplicações financeiras. A dúvida que pairava era sobre a constitucionalidade do dispositivo, em 
razão de existir entendimento no sentido de que o sigilo bancário seria matéria sujeita à reserva de 
jurisdição, o que implicaria na necessidade de obtenção de ordem judicial para o acesso a tais 
informações. O Supremo Tribunal Federal, no entanto, pacificou a questão em sentido contrário, ao 
fixar a seguinte tese de Repercussão Geral, quando do julgamento do RE 601.314: “O art. 6º da Lei 
Complementar 105/01 não ofende o direito ao sigilo bancário, pois realiza a igualdade em relação 
aos cidadãos, por meio do princípio da capacidade contributiva, bem como estabelece requisitos 
objetivos e o translado do dever de sigilo da esfera bancária para a fiscal”. 
4. O ente público pode figurar como credor ou devedor em uma relação obrigacional. Quando figura 
no polo passivo, a legislação lhe confere diversas prerrogativas para o pagamento do seu débito, 
do que é exemplo o precatório. Quando aparece no polo ativo, também há um caminho privilegiado 
para cobrança da prestação a que faz jus. Uma dessas prerrogativas da Fazenda Pública é apurar 
os créditos devidos e inscrevê-los em um livro chamado de “Dívida Ativa”, que tem como função 
organizar e racionalizar a cobrança desses créditos. A dívida ativa pode ser de natureza tributária 
ou não tributária, conforme enuncia o artigo 39 da Lei 4.320/64. 
5. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando exigível, seja feita por 
certidão negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, que contenha todas as 
informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou 
atividade e indique o período a que se refere o pedido. 
6. O artigo 206 do Código Tributário Nacional afirma que “tem os mesmos efeitos previstos no artigo 
anterior a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança 
executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa”. Esse 
dispositivo trata da Certidão Positiva com Efeitos de Negativa, e o nome já revela a sua finalidade. 
Essa certidão é emitida nos casos em que a lei considera que o sujeito passivo, embora possuidor 
de débitos tributários, encontra-se regular perante o fisco, em razão do preenchimento de alguns 
dos requisitos previstos pelo artigo 206 
QUESTÕES COMENTADAS 
1. (VUNESP/Procurador Jurídico /2018) No âmbito das relações dos particulares com a 
Administração Pública, é comum a exigência por parte desta da apresentação de 
certidões que atestem a regularidade fiscal do cidadão em face de suas obrigações. A 
esse respeito, é correto afirmar que 
 a) a certidão positiva expedida com dolo ou fraude, que contenha erro contra a Fazenda Pública, 
responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo crédito tributário e juros de mora 
acrescidos. 
 b) a certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida e será 
fornecida dentro de vinte dias da data da entrada do requerimento na repartição. 
 c) a lei não poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo seja feita por certidão 
negativa expedida pela Fazenda Pública, para além dos casos expressamente previstos pela 
Constituição Federal. 
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 d) a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva 
em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa, tem efeitos de 
certidão positiva de débitos, impedindo o exercício dos direitos sujeitos à comprovação de 
regularidade fiscal. 
 e) independentemente de disposição legal permissiva, será dispensada a prova de quitação de 
tributos, quando se tratar de prática de ato indispensável para evitar a caducidade de direito, 
respondendo, porém, todos os participantes no ato pelo tributo porventura devido. 
Comentários: 
a) Afirmativa incorreta. Nos termos do artigo 208 do CTN, é a expedição de certidão negativa que 
pode atrair a responsabilidade enunciada por esse dispositivo 
b) Afirmativa incorreta. O prazo é de 10 dias. 
c) Afirmativa incorreta. A lei pode exigir a prova de quitação de determinado tributo, conforme 
enuncia o artigo 205 do CTN. 
d) Afirmativa incorreta. Nesse caso, o interessado faz jus à certidão positiva com efeitos de negativa, 
conforme dispõe o artigo 206 do CTN. 
e) Afirmativa correta, conforme dicção do artigo 207 do CTN. 
 
2. (FUNRIO/Técnico Legislativo/2018) A alternativa que assegura ao contribuinte o direito 
de obter Certidão Positiva de Débito com Efeito de Negativa é a seguinte: 
 a) quando apesar de declarado o tributo devido e não pago, o contribuinte ainda não tenha sido 
intimado sobre a inscrição do referido crédito tributário em Dívida Ativa. 
 b) quando o contribuinte tenha impetrado mandado de segurança, ainda que a liminar não tenha 
sido concedida pelo juízo. 
 c) nos casos em que houver penhora de bens do contribuinte no valor equivalente ao total do 
débito exequendo. 
 d) após o encerramento do processo administrativo fiscal, mas antes da execução fiscal. 
Comentários: 
a) Afirmativa incorreta. Tendo sido o crédito constituído e esgotado o prazo para pagamento 
voluntário, não é mais possível a obtenção de certidão positiva com efeitos de negativa, ainda que 
não tenha sido realizada a inscrição do crédito em dívida ativa. 
b) Afirmativa incorreta. O que suspende a exigibilidade do crédito é a concessão da liminar. Se não 
houve liminar, o crédito permanece exigível. 
c) Afirmativa correta. É o que dispõe o artigo 206 do CTN. 
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d) Afirmativa incorreta. Tendo sido o crédito constituído e esgotado o prazo para pagamento 
voluntário, não é mais possível a obtenção de certidão positiva com efeitos de negativa, ainda que 
não tenha sido ajuizada a ação de execução fiscal. 
 
3. (NUCEPE/Delegado de Polícia Civil/2018) Considerando o previsto no Código Tributário 
Nacional sobre as garantias e privilégios do crédito tributário, assinale a 
alternativa CORRETA 
a) Responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer 
origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, ressalvados apenas os 
gravados por cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade. 
 b) Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito 
passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como 
dívida ativa, salvo se houverem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total 
pagamento da dívida inscrita. 
 c) A enumeração das garantias e privilégios contidas no Código Tributário Nacional tem caráter 
exaustivo, sendo vedada, ainda que por lei, a criação de outras. 
 d) O crédito tributário prefere sempre a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de 
sua constituição, ressalvados, unicamente, os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do 
acidente de trabalho. 
 e) São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos antes do 
processo de falência, e concursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos 
no curso do processo de falência. 
Comentários: 
a) Afirmativa incorreta. Nos termos do artigo 184, “sem prejuízo dos privilégios especiais sobre 
determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a 
totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio 
ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou 
impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados 
unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis”. 
b) Afirmativa correta. É o que dispõe artigo 185 do Código Tributário Nacional. 
c) Afirmativa incorreta. Como dispõe o artigo 183, “enumeração das garantias atribuídas neste 
Capítulo ao crédito tributário não exclui outras que sejam expressamente previstas em lei, em 
função da natureza ou das características do tributo a que se refiram”. 
d) Afirmativa incorreta. Como regra geral, o crédito tributário apenas não tem preferência sobre os 
créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho. No entanto, na falência, 
a sistemática é distinta. 
e) Afirmativa incorreta. É o oposto do que enunciado. 
 
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==13272f==
 
 
 
 
4. (CESPE/Procurador do Município/2018) Julgue o item que se segue à luz do que dispõe o 
Código Tributário Nacional. 
A certidão positiva que indique a existência de um crédito tributário já vencido, mas submetido a 
parcelamento, tem os mesmos efeitos de uma certidão negativa. 
Parte superior do formulário 
Certo 
Errado 
Comentários: 
Afirmativa correta. O parcelamento é hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito. Logo, nos 
termos do artigo 206, é possível a emissão de certidão positiva com efeitos de negativa. 
 
5. (CESPE/Procurador do Município/2018) Julgue o item que se segue à luz do que dispõe o 
Código Tributário Nacional. 
As informações relativas às representações fiscais para fim penal são sigilosas, sendo vedada a 
sua divulgação ou publicização. 
Certo 
Errado 
Comentários: 
Afirmativa incorreta. Termos do artigo 198, §3º, inciso I, é possível a divulgação das representações 
fiscais para fins penais. 
 
6. (VUNESP/Juiz de Direito Substituto/2018) Um cidadão protocola pedido administrativo 
junto à Secretaria da Fazenda do Município X, pleiteando acesso à lista dos 50 maiores 
devedores do Município, considerando apenas os débitos inscritos em dívida ativa. 
 A autoridade competente da Secretaria da Fazenda, com base na legislação tributária vigente, 
deve 
 a) deferir o pedido, porque não há vedação legal à divulgação de informações relativas às 
inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública. 
 b) indeferir o pedido, porque a divulgação desses dados somente é permitida quando houver 
solicitação de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública, desde que 
comprovada a instauração regular de processo administrativo com o objetivo de investigar o sujeito 
passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa. 
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 c) indeferir o pedido, porque essas informações foram obtidas pela Fazenda Pública em razão do 
ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo e sobre a natureza e o estado 
de seus negócios ou atividades. 
 d) deferir o pedido, desde que a entrega das informações seja realizada pessoalmente ao 
solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência dos dados solicitados e assegure a 
preservaçãodo seu sigilo. 
 e) indeferir o pedido, porque a divulgação de informações sobre inscrição de débito em dívida ativa 
da Fazenda Pública somente pode ser realizada ante a requisição de autoridade judiciária no 
interesse da justiça. 
Comentários: 
O artigo 198, §3º, do Código Tributário Nacional, dispõe no seguinte sentido: 
Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por 
parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício 
sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a 
natureza e o estado de seus negócios ou atividades. (Redação dada pela Lcp nº 104, de 
2001) 
 § 3o Não é vedada a divulgação de informações relativas a: (Incluído pela Lcp nº 104, 
de 2001) 
I – representações fiscais para fins penais; (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 
II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001 
III – parcelamento ou moratória. 
Logo, a alternativa correta é a letra A. 
 
7. (CESPE/Analista Judiciário STJ/2018) Julgue o item que se segue, a respeito das 
disposições do Código Tributário Nacional (CTN). 
As garantias do crédito tributário estão taxativamente previstas no CTN. 
 Certo 
 Errado 
Comentários: 
Afirmativa incorreta, conforme dispõe o artigo 183 do CTN. 
 
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8. (CESPE/Auditor do Estado/2018) A Autoridade fazendária lavrou termo de inscrição de 
dívida ativa contendo apenas os seguintes dados: nome do devedor, quantia devida, data 
da inscrição e número do processo administrativo do qual se originou. 
De acordo com o CTN, o termo deveria conter, ainda, obrigatoriamente, 
 a) a memória de cálculo detalhada dos juros de mora. 
 b) os responsáveis tributários. 
 c) o endereço do devedor. 
 d) o CPF e o RG do devedor. 
 e) a previsão legal do crédito. 
Comentários: 
Os requisitos do termo de inscrição em dívida ativa se encontram inseridos no artigo 202 do CTN: 
Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, 
indicará obrigatoriamente: 
I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que 
possível, o domicílio ou a residência de um e de outros; 
II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos; 
III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em 
que seja fundado; 
IV - a data em que foi inscrita; 
V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito. 
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do livro 
e da folha da inscrição. 
Portanto, é necessária a previsão legal do crédito, conforme inciso III. 
 
9. (FGV/Técnico Tributário/2018) Analise as hipóteses a seguir, e assinale (V) para a 
verdadeira e (F) para a falsa. 
( ) Constitui dívida ativa tributária todo crédito da Fazenda Pública que tiver sido inscrito em 
repartição administrativa competente, esgotado o prazo em lei para pagamento. 
( ) Certidão da Dívida Ativa é o título que habilita o Fisco a ingressar com a execução fiscal, 
contemplando valor líquido e certo, incabível sua alteração após iniciado o processo executivo. 
( ) A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa até a decisão de 1ª instância, quando 
se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo da 
execução. 
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Na sequência em que aparecem, as afirmativas são, respectivamente, 
 a) F – F – V. 
 b) V – V – F. 
 c) F – V – F. 
 d) V – F – V. 
 e) V – F – F. 
Comentários: 
i) Falso. Essa frase pode ser utilizada para descrever a dívida ativa, que se subdivide em dívida 
ativa tributária e dívida ativa não tributária. 
ii) Falso. É possível a substituição da CDA até a decisão de primeira instância, conforme enuncia o 
artigo 203 do CTN. 
iii) Verdadeiro. É o que dispõe o artigo 203. 
Portanto, a alternativa correta é a letra A. 
 
10. (CESPE/Procurador Jurídico/2017) Em cada uma das opções a seguir, é apresentada uma 
situação hipotética. Assinale a opção que apresenta situação que configura quebra de 
sigilo fiscal conforme as disposições do CTN. 
 a) Com base nas informações constantes dos livros fiscais obtidos em determinada empresa, o 
funcionário do fisco lavrou auto de infração e, ao final do procedimento administrativo, sem 
autorização judicial, encaminhou a informação para apuração criminal. 
 b) A Fazenda Pública divulgou, por meio de sistemas públicos, sem autorização dos contribuintes, 
a concessão de moratória ou parcelamentos. 
 c) Um funcionário da Receita Federal, tendo tomado conhecimento de informações fiscais por 
conta de sua função, repassou-as a outro funcionário da Receita Federal, do mesmo setor, para 
providências funcionais, sem expressa autorização da chefia direta. 
 d) Tendo tomado conhecimento de informações fiscais, um funcionário do fisco lavrou o devido 
auto de infração e, após o prazo de impugnação, encaminhou-o para a inscrição na dívida ativa, 
sem conhecimento do secretário da Receita Federal. 
 e) Tendo verificado práticas ilícitas de natureza tributária, no curso de processo administrativo 
fiscal, o funcionário do fisco encaminhou a informação ao Ministério Público, ao final do 
procedimento administrativo, bem como repassou para um jornalista amigo as informações, sob a 
promessa de sigilo da fonte. 
Comentários: 
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a) Nesse caso, não há ofensa ao sigilo fiscal. Verificando a prática de crimes por parte do sujeito 
passivo, deve o agente fiscal encaminhar representação fiscal para fins penais. 
b) Não há violação ao sigilo fiscal, conforme determina o artigo 198, §3º, inciso III, do CTN. 
c) Não há violação do sigilo fiscal. As informações permaneceram no âmbito da administração 
fazendária. 
d) Não há violação ao sigilo fiscal. O encaminhamento para inscrição em dívida ativa é 
procedimento natural, dispensando autorização do secretário da Receita Federal. 
e) Há violação ao sigilo fiscal. Além de ter encaminhado a representação fiscal para o Ministério 
Público antes do término do processo administrativo fiscal, o servidor divulgou as informações para 
um jornalista. 
11. (CESPE/Procurador Jurídico/2017) Um devedor tributário, devidamente citado em 
execução fiscal, não pagou nem apresentou bens à penhora no prazo legal. 
 Nesse caso, considerando-se as garantias e os privilégios do crédito tributário, a declaração da 
indisponibilidade dos bens do devedor prevista no CTN dependerá da demonstração do 
esgotamento das diligências para a localização de bens penhoráveis. 
Segundo a jurisprudência do STJ, o esgotamento dessas diligências caracteriza-se pela 
 a) comprovação da tentativa ou consumação de alienação ou oneração de bens ou rendas após 
a inscrição em dívida ativa, como acontece na medida cautelar fiscal. 
 b) diligência da fazenda pública em demonstrar ter realizado buscas razoavelmente exigíveis, já 
que inexiste na jurisprudência um rol mínimo de diligências a serem realizadas. 
 c) existência de pedido e determinação, nos autos, de constrição sobre ativos financeiros via 
BacenJud, expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do executado e ao 
Departamento Nacional — ou estadual — de Trânsito. 
 d) existência de pedido e determinação, nos autos, de constrição sobre ativos financeiros via 
BacenJud, expedição de ofícios aos registros de imóveisdo local de residência do executado e da 
sede da comarca e da capital da respectiva unidade da Federação. 
 e) simples inexistência de pagamento ou de oferecimento de bens à penhora no prazo legal da 
contestação, como ocorre na medida cautelar fiscal. 
Comentários: 
Esse tema foi pacificado pelo Superior Tribunal de Justiça, mediante a edição de súmula sobre o 
assunto: 
Súmula 560: A decretação da indisponibilidade de bens e direitos, na forma do art. 185-
A do CTN, pressupõe o exaurimento das diligências na busca por bens penhoráveis, o 
qual fica caracterizado quando infrutíferos o pedido de constrição sobre ativos financeiros 
e a expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do executado, ao Denatran 
ou Detran. 
Portanto, a alternativa correta é a letra C. 
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12. (CESPE/Procurador do Estado/2017) Uma certidão positiva com efeitos de negativa 
consiste em 
 a) documento administrativo que indica a existência de créditos inexigíveis ou que já estão 
garantidos, embora não sirva para a comprovação de regularidade do pagamento de tributos. 
 b) certidão judicial que indica a existência de créditos exigíveis e não garantidos, apesar de não 
servir para a comprovação de regularidade do pagamento de determinado tributo. 
 c) certidão judicial usada para a comprovação de regularidade do pagamento de determinado 
tributo, ainda que indique a existência de créditos vencidos e exigíveis. 
 d) documento administrativo utilizado para a comprovação de regularidade do pagamento de 
determinado tributo, ainda que indique a existência de créditos garantidos ou inexigíveis. 
 e) certidão administrativa ou judicial que serve para a comprovação de regularidade do pagamento 
de determinado tributo e que certifica a existência de créditos exigíveis e não adimplidos, mesmo 
sem garantia. 
Comentários: 
a) Afirmativa incorreta. A certidão positiva com efeitos de negativa comprova a regularidade fiscal. 
b) Afirmativa incorreta. Não é certidão judicial. Além disso, a certidão positiva com efeitos de 
negativa não indica a existência de créditos exigíveis e não garantidos. 
c) Afirmativa incorreta. Não é certidão judicial. Além disso, a certidão positiva com efeitos de 
negativa não pode ser emitida se constatada a existência de créditos vencidos e exigíveis. 
d) Afirmativa correta. É o que dispõe o artigo 206 do CTN. 
e) Afirmativa incorreta. Não é certidão judicial. Além disso, não pode ser emitida quando verificada 
a existência de créditos exigíveis e não adimplidos. 
13. (CESPE/Procurador do Estado/2017) Nos termos da lei, o crédito tributário prefere a 
qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados 
os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente do trabalho. Nesse 
sentido, é correto afirmar que na falência, a multa tributária prefere apenas aos créditos 
 a) com garantia real. 
 b) com privilégio especial. 
 c) com privilégio geral. 
 d) quirografários. 
 e) subordinados. 
Comentários: 
A alternativa correta é a letra E, conforme enuncia o inciso III do artigo 186 do CTN. 
 
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14. (CESPE/DPU/2017)A respeito das normas gerais de direito tributário, julgue o seguinte 
item. 
A fluência de juros de mora de dívida ativa regularmente inscrita exclui a liquidez do crédito. 
Certo 
Errado 
Comentários: 
Afirmativa incorreta, conforme enuncia o parágrafo único do artigo 201 do CTN. 
 
15. (VUNESP/TJ-SP Juiz Substituto/2017) A alienação ou oneração de bens imóveis presume-
se em fraude à execução em relação à Fazenda Pública a partir 
 a) do protesto da Certidão da Dívida Ativa. 
 b) da inscrição do débito tributário na Dívida Ativa. 
 c) do ajuizamento da ação de execução fiscal. 
 d) do despacho que ordenou a citação do executado. 
Comentários: 
O marco é a inscrição do crédito em dívida ativa, conforme dispõe o artigo 185 do CTN. 
 
16. (CESPE/Procurador do Município/2017) Julgue o seguinte item, a respeito de obrigação 
tributária e crédito tributário. 
Caso o contribuinte tenha créditos inscritos em dívida ativa integralmente garantidos por penhora 
ou créditos com a exigibilidade suspensa, é admitido que lhe seja expedida certidão de regularidade 
fiscal. 
Certo 
Errado 
Comentários: 
Afirmativa correta. Nessa caso, admite-se a emissão de certidão positiva com efeitos de negativa. 
 
17. (VUNESP/Procurador Jurídico/2017) Em relação às preferências do crédito tributário, 
estabelecidas pelo Código Tributário Nacional, 
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 a) o crédito tributário prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de 
restituição, nos termos da lei falimentar, bem como aos créditos com garantia real, no limite do valor 
do bem gravado. 
 b) são extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso 
do processo de falência. 
 c) a multa tributária prefere apenas aos créditos com garantia real. 
 d) são pagos preferencialmente a quaisquer outros, os créditos tributários vencidos, a cargo de 
pessoas jurídicas de direito público ou privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no 
decurso da liquidação, sendo vedada a cobrança dos créditos vincendos. 
 e) é inconstitucional a lei que estabeleça limites e condições para a preferência dos créditos 
decorrentes da legislação do trabalho. 
Comentários: 
a) Afirmativa incorreta, conforme dispõe o inciso I do parágrafo único do artigo 186. 
b) Afirmativa correta, conforme dispõe o artigo 188 do CTN. 
c) Afirmativa incorreta. A multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados, conforme 
determina o inciso III do parágrafo único do artigo 186. 
d) Afirmativa incorreta. Nos termos do artigo 190 do CTN, a preferência abarca os créditos 
vincendos. 
e) Afirmativa incorreta. Não há inconstitucionalidade. 
 
18. (VUNESP/Procurador Jurídico/2017) Tem os mesmos efeitos da certidão negativa a 
certidão de que conste a existência de créditos 
 a) em curso de cobrança executiva, independentemente de ter sido efetuada a penhora. 
 b) vencidos, mas já inscritos na dívida ativa. 
 c)vencidos, independentemente de terem sido inscritos ou não na dívida ativa. 
 d) que estejam em moratória. 
 e) inscritos na dívida ativa, desde que ainda não promovida sua execução judicial. 
Comentários: 
Dispõe o artigo 206 do CTN: 
Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que conste a 
existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido 
efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa. 
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Portanto, a alternativa correta é a letra D, porque a moratória suspende a exigibilidade do crédito 
tributário. 
 
19. (VUNESP/Procurador Jurídico/2017) Acerca das preferências do crédito tributário na 
falência, é correto afirmar que 
 a) prefere aos créditos extraconcursais. 
 b) prefere aos créditos com garantia real, no limite do bem gravado. 
 c) prefere a qualquer outro, seja qual for a natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados 
apenas os créditos decorrentes da legislação do trabalho. 
 d) é considerado extraconcursal quando decorrente de fato gerador ocorrido durante o processo 
de falência. 
 e) a multa tributária tem preferência com relação a qualquer outrocrédito, seja qual for sua 
natureza ou classificação nos termos da lei falimentar. 
Comentários: 
Na falência, o crédito tributário não prefere ao crédito com garantia geral e aos créditos 
extraconcursais. Portanto, estão incorretas as letras a, b e c. 
A letra e está incorreta, porque a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. 
Está correta a alternativa d, conforme dispõe o artigo 188 do CTN. 
20. (CESPE/PGE-AM Procurador do Estado/2016) Considerando o desenvolvimento da 
relação jurídica tributária, julgue o próximo item. 
A penhora de bem ou de direito que promova a satisfação integral do crédito tributário assegurará 
ao sujeito passivo da relação jurídica tributária o direito de obter certidão positiva com os mesmos 
efeitos da certidão negativa. 
Certo 
Errado 
Comentários: 
Afirmativa correta, conforme dispõe o artigo 206 do CTN. 
21. (FUNDATEC/Prefeitura Municipal de Porto Alegre/2016) Em relação às indicações dos 
elementos obrigatórios do termo de inscrição da dívida ativa tributária, previstos no 
Código Tributário Nacional, assinale a alternativa INCORRETA. 
 a) O nome do devedor e, sempre que possível, o seu domicílio ou a residência. 
 b) A quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos. 
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 c) A origem e a natureza do crédito, mencionando especificamente a disposição da lei em que 
seja fundado. 
 d) A data em que foi inscrita. 
 e) O número do processo judicial de que se originar o crédito. 
Comentários: 
A alternativa incorreta é a letra E. 
O número do processo judicial não consta da CDA, até porque ele não existe quando da inscrição 
do crédito em dívida ativa. 
 
22. (FUNDATEC/Prefeitura Municipal de Porto Alegre/2016) Todas as pessoas jurídicas de 
direito público podem editar normas relacionadas com os tributos de sua competência. 
Não obstante isso, o CTN contém regras a respeito de fiscalização de tributos. De acordo 
com o CTN, 
 a) a competência e os poderes das autoridades administrativas, em matéria de fiscalização, será 
regulada, necessariamente, por lei, ordinária ou complementar, ou por medida provisória, conforme 
o caso. 
 b) os livros fiscais e os documentos que comprovem os lançamentos efetuados neles devem ser 
conservados até que ocorra a decadência dos créditos tributários decorrentes das operações a que 
eles se referem. 
 c) a legislação tributária que disciplina a atividade de fiscalização, de maneira geral ou específica, 
aplica-se às pessoas naturais ou jurídicas, desde que revistam a condição de contribuintes, com 
exclusão daquelas que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal. 
 d) as disposições que excluem ou limitam o direito de a Fazenda Pública examinar mercadorias, 
livros fiscais e documentos não têm aplicação, mesmo que previstas em lei. 
 e) a legislação tributária que disciplina a atividade de fiscalização, de maneira geral ou específica, 
aplica-se às pessoas naturais ou jurídicas, inclusive as que gozem de isenção de caráter pessoal, 
desde que revistam a condição de contribuintes, mas excluídas as que gozem de imunidade 
tributária. 
Comentários: 
a) Afirmativa incorreta. Nos termos do artigo 194, “a legislação tributária, observado o disposto 
nesta Lei, regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de que 
se tratar, a competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização 
da sua aplicação”. O conceito de legislação tributária é mais amplo do que lei em sentido estrito, 
porque abarca atos infralegais. 
b) Afirmativa incorreta. O artigo 195, parágrafo único, determina a conservação dos livros 
obrigatórios até que ocorra a prescrição dos créditos tributários. 
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c) Afirmativa incorreta. O fato de alguém gozar de imunidade ou isenção não impede o exercício da 
atividade fiscalizatória por parte do fisco, conforme dispõe o parágrafo único do artigo 194. 
d) Afirmativa correta, conforme dispõe o artigo 195 do CTN. 
e) Afirmativa incorreta. O fato de alguém gozar de imunidade não impede o exercício da atividade 
fiscalizatória por parte do fisco, conforme dispõe o parágrafo único do artigo 194. 
 
23. (FUNDATEC/Prefeitura Municipal de Porto Alegre/2016) Ao tratar da fiscalização feita pela 
Administração Tributária, a legislação tributária proíbe a divulgação, por parte da Fazenda 
Pública ou de seus servidores, de informações 
 a) solicitadas pela autoridade administrativa no interesse da Administração pública, a qual 
comprovou a instauração regular de processo administrativo punitivo. 
 b) obtidas em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de 
terceiros. 
 c) divulgadas para fins penais. 
 d) a respeito de parcelamento ou moratória. 
 e) sobre inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública. 
Comentários: 
O artigo 198 possui a seguinte redação: 
Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por 
parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício 
sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a 
natureza e o estado de seus negócios ou atividades. (Redação dada pela Lcp nº 
104, de 2001) 
§ 1o Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art. 199, os 
seguintes: (Redação dada pela Lcp nº 104, de 2001) 
I – requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça; (Incluído pela Lcp 
nº 104, de 2001) 
II – solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública, 
desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão 
ou na entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere 
a informação, por prática de infração administrativa. (Incluído pela Lcp nº 104, 
de 2001 
§ 2o O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será 
realizado mediante processo regularmente instaurado, e a entrega será feita 
pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e 
assegure a preservação do sigilo. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 
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 § 3o Não é vedada a divulgação de informações relativas a: (Incluído pela Lcp nº 
104, de 2001) 
I – representações fiscais para fins penais; (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 
II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; (Incluído pela Lcp nº 104, de 
2001) 
III – parcelamento ou moratória. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 
Portanto, a alternativa correta é a letra B. 
 
24. (FCC/Auditor Fiscal/2016) A atividade de fiscalização dos sujeitos passivos de obrigação 
tributária é de tal relevância que o próprio Código Tributário Nacional contempla algumas 
das principais regras a esse respeito. De acordo com esse Código, 
 a) é permitida a divulgação, por parte dos servidores da Fazenda Pública, de informação obtida 
em razão do ofício, sobre a situação financeira de contribuinte, desde que não envolva crime 
financeiro por ele cometido. 
 b) as autoridades administrativas municipais poderão requisitar o auxílio da força pública estadual, 
quando necessário à efetivação de medida prevista na legislação tributária, desde que essa medida 
se configure fato definido em lei como crime ou contravenção. 
 c) é vedada a divulgação,por parte da Fazenda Pública, de alguns tipos de informações 
específicas, tais como aquelas relativas à inscrição de débitos do contribuinte em Dívida Ativa dessa 
mesma Fazenda Pública. 
 d) a autoridade fiscal que proceder a qualquer diligência de fiscalização lavrará, em um dos livros 
fiscais exibidos pelo sujeito passivo, os termos necessários para que se documente o início do 
procedimento, e fixará prazo máximo para a conclusão daquela, vedada a lavratura desses termos 
em separado. 
 e) os despachantes aduaneiros oficiais, que são contribuintes do ISS, estão obrigados, mediante 
intimação escrita de autoridade competente para fiscalizar o ICMS, a prestar às autoridades 
administrativas todas as informações de que disponham com relação aos negócios de seus clientes, 
contribuintes do ICMS, preservado o dever de segredo, quando previsto em lei. 
Comentários: 
a) Afirmativa incorreta, conforme dispõe o caput do artigo 198 do CTN. 
b) Afirmativa incorreta. A requisição pode ocorrer mesmo que o fato não configure crime ou 
contravenção. 
c) Afirmativa incorreta. É possível a divulgação dos créditos inscritos em dívida ativa. 
d) Afirmativa incorreta. É possível que os termos sejam lavrados em separado, conforme dispõe o 
parágrafo único do artigo 196. 
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e) Afirmativa correta, conforme dispõe o inciso IV do artigo 197 do CTN. 
25. (CESPE/Auditor de Controle Externo/2016) Julgue o item subsequente, relativos ao 
imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN) e à certidão negativa. 
A administração tributária poderá fornecer certidão positiva com os mesmos efeitos da certidão 
negativa na hipótese de créditos tributários com exigibilidade suspensa ou de créditos objeto de 
execução fiscal garantidos por penhora. 
a) Certo 
b) Errado 
Comentários: 
Afirmativa correta, conforme dispõe o artigo 206. 
 
26. (UFMT/DPE-MT/2016) Segundo o Código Tributário Nacional, em qualquer hipótese, 
presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por 
sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, em razão de crédito tributário 
regularmente inscrito como dívida ativa. 
Certo 
Errado 
Comentários: 
Afirmativa incorreta. A presunção não ocorre quando, nos termos do parágrafo único do artigo 185, 
tenham sido reservados bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. 
 
27. (FUNESP/Procurador do Estado/2016) De acordo com o Código Tributário Nacional (CTN), 
presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por 
sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário 
 a) regularmente inscrito como dívida ativa. 
 b) devidamente constituído, mesmo que não inscrito na dívida ativa. 
 c) em fase de constituição, mesmo que não inscrito na dívida ativa. 
 d) regularmente inscrito como dívida ativa em fase de execução. 
 e) não pago na data do seu vencimento. 
 
Comentários: 
O marco legal utilizado é a inscrição em dívida ativa, conforme enuncia o artigo 185 do CTN. 
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28. (FAURGS/Juiz de Direito Substituto/2016) No que se refere ao termo de inscrição da dívida 
ativa, considere os conjuntos de informações abaixo. 
I - Nome do devedor, número da carteira de identidade, domicílio e número do cadastro da pessoa 
física. 
II - Nome do devedor, a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos. 
III - Nome do devedor, número da carteira de identidade, residência e número do cadastro da 
pessoa física. 
IV - A origem e natureza do crédito, a data em que a dívida ativa foi inscrita e número do cadastro 
de pessoa física. 
Quais possuem apenas itens obrigatórios ao termo de inscrição da dívida ativa? 
 a) Apenas I. 
 b) Apenas II. 
 c) Apenas I e III. 
 d) Apenas II e IV. 
 e) Apenas I, III e IV. 
Comentários: 
Os requisitos do termo de inscrição se encontram no artigo 202 do CTN: 
Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, 
indicará obrigatoriamente: 
I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que 
possível, o domicílio ou a residência de um e de outros; 
II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos; 
III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em 
que seja fundado; 
IV - a data em que foi inscrita; 
V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito. 
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do livro 
e da folha da inscrição. 
Portanto, a alternativa correta é a letra B. 
 
29. (FGV/Auditor Fiscal/2016) Sobre as garantias e os privilégios do crédito tributário, 
assinale a afirmativa correta. 
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 a) Na falência, o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo 
de sua constituição, ressalvados apenas, os créditos extraconcursais ou as importâncias passíveis 
de restituição, nos termos da lei falimentar, e os créditos com garantia real, no limite do valor do 
bem gravado. 
 b) Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, por sujeito passivo em 
débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito em dívida ativa. 
 c) O juiz pode determinar a indisponibilidade de bens e direitos do executado antes da sua citação, 
como forma de assegurar a garantia do juízo na execução fiscal. 
 d) A cobrança judicial do crédito tributário está sujeita à habilitação em falência e recuperação 
judicial. 
 e) Na falência, a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados e quirografários. 
Comentários: 
a) Afirmativa incorreta. O crédito tributário também não prefere aos créditos decorrentes da 
legislação do trabalho ou do acidente do trabalho. 
b) Afirmativa correta, conforme dispõe o artigo 185 do CTN. 
c) Afirmativa incorreta. A citação é requisito obrigatório para determinação da indisponibilidade, 
conforme se nota do artigo 185-A do CTN. 
d) Afirmativa incorreta, conforme se observa do artigo 187 do CTN. 
e) Afirmativa incorreta. A multa prefere apenas aos créditos subordinados, conforme artigo 186, 
parágrafo único, inciso III, do CTN. 
 
30. (CESPE/TJ-AM Juiz Substituto/2016) No tocante às garantias e privilégios do crédito 
tributário, é correto afirmar que 
 a) a natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário altera a natureza deste e a da obrigação 
tributária a que corresponda. 
 b) na falência, o crédito tributário prefere aos créditos extraconcursais e aos créditos com garantia 
real. 
 c) a multa tributária, no processo falimentar, prefere apenas aos créditos quirografários. 
 d) responde pelo crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou 
natureza, do sujeito passivo, excetuados os gravados com cláusula de impenhorabilidade. 
 e) a extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de todos os tributos. 
Comentários: 
a) Afirmativa incorreta, conforme dispõe o parágrafo único do artigo 183. 
b) Afirmativa incorreta, conforme dispõe o parágrafo único do artigo 186. 
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c) Afirmativa incorreta. A multa prefere apenas aos créditos subordinados. 
d) Afirmativa incorreta. Excetua-se unicamente os bense rendas que a lei declare absolutamente 
impenhoráveis, conforme enuncia o artigo 184 do CTN. 
e) Alternativa correta, conforme dispõe o artigo 191 do CTN. 
 
31. (CESPE/TJ-AM Juiz Substituto/2016/Adaptada) Julgue o item a seguir: 
Em caso de falência, pagos os créditos trabalhistas, há preferência do crédito tributário sobre os 
créditos extraconcursais e os créditos com garantia real, até o valor do bem gravado. 
Certo 
Errado 
Comentários: 
A afirmativa está incorreta. O crédito tributário não tem preferência sobre os créditos 
extraconcursais e sobre os créditos com garantia real. 
 
32. (VUNESP/Procurador Jurídico/2016) Segundo as disposições do Código Tributário 
Nacional, o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o 
tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho 
ou do acidente do trabalho. No processo de falência, a multa tributária prefere aos 
créditos 
 a) com privilégio especial. 
 b) com privilégio geral. 
 c) com garantia real. 
 d) quirografários. 
 e) subordinados. 
Comentários: 
A afirmativa correta é a letra E, conforme enuncia o inciso III do parágrafo único do artigo 186 do 
CTN. 
 
LISTA DE QUESTÕES 
1. (VUNESP/Procurador Jurídico /2018) No âmbito das relações dos particulares com a 
Administração Pública, é comum a exigência por parte desta da apresentação de 
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certidões que atestem a regularidade fiscal do cidadão em face de suas obrigações. A 
esse respeito, é correto afirmar que 
 a) a certidão positiva expedida com dolo ou fraude, que contenha erro contra a Fazenda Pública, 
responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo crédito tributário e juros de mora 
acrescidos. 
 b) a certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida e será 
fornecida dentro de vinte dias da data da entrada do requerimento na repartição. 
 c) a lei não poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo seja feita por certidão 
negativa expedida pela Fazenda Pública, para além dos casos expressamente previstos pela 
Constituição Federal. 
 d) a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva 
em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa, tem efeitos de 
certidão positiva de débitos, impedindo o exercício dos direitos sujeitos à comprovação de 
regularidade fiscal. 
 e) independentemente de disposição legal permissiva, será dispensada a prova de quitação de 
tributos, quando se tratar de prática de ato indispensável para evitar a caducidade de direito, 
respondendo, porém, todos os participantes no ato pelo tributo porventura devido. 
 
2. (FUNRIO/Técnico Legislativo/2018) A alternativa que assegura ao contribuinte o direito 
de obter Certidão Positiva de Débito com Efeito de Negativa é a seguinte: 
 a) quando apesar de declarado o tributo devido e não pago, o contribuinte ainda não tenha sido 
intimado sobre a inscrição do referido crédito tributário em Dívida Ativa. 
 b) quando o contribuinte tenha impetrado mandado de segurança, ainda que a liminar não tenha 
sido concedida pelo juízo. 
 c) nos casos em que houver penhora de bens do contribuinte no valor equivalente ao total do 
débito exequendo. 
 d) após o encerramento do processo administrativo fiscal, mas antes da execução fiscal. 
 
3. (NUCEPE/Delegado de Polícia Civil/2018) Considerando o previsto no Código Tributário 
Nacional sobre as garantias e privilégios do crédito tributário, assinale a 
alternativa CORRETA 
a) Responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer 
origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, ressalvados apenas os 
gravados por cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade. 
 b) Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito 
passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como 
dívida ativa, salvo se houverem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total 
pagamento da dívida inscrita. 
 c) A enumeração das garantias e privilégios contidas no Código Tributário Nacional tem caráter 
exaustivo, sendo vedada, ainda que por lei, a criação de outras. 
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 d) O crédito tributário prefere sempre a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de 
sua constituição, ressalvados, unicamente, os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do 
acidente de trabalho. 
 e) São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos antes do 
processo de falência, e concursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos 
no curso do processo de falência. 
 
4. (CESPE/Procurador do Município/2018) Julgue o item que se segue à luz do que dispõe o 
Código Tributário Nacional. 
A certidão positiva que indique a existência de um crédito tributário já vencido, mas submetido a 
parcelamento, tem os mesmos efeitos de uma certidão negativa. 
Parte superior do formulário 
Certo 
Errado 
 
5. (CESPE/Procurador do Município/2018) Julgue o item que se segue à luz do que dispõe o 
Código Tributário Nacional. 
As informações relativas às representações fiscais para fim penal são sigilosas, sendo vedada a 
sua divulgação ou publicização. 
Certo 
Errado 
 
6. (VUNESP/Juiz de Direito Substituto/2018) Um cidadão protocola pedido administrativo 
junto à Secretaria da Fazenda do Município X, pleiteando acesso à lista dos 50 maiores 
devedores do Município, considerando apenas os débitos inscritos em dívida ativa. 
 A autoridade competente da Secretaria da Fazenda, com base na legislação tributária vigente, 
deve 
 a) deferir o pedido, porque não há vedação legal à divulgação de informações relativas às 
inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública. 
 b) indeferir o pedido, porque a divulgação desses dados somente é permitida quando houver 
solicitação de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública, desde que 
comprovada a instauração regular de processo administrativo com o objetivo de investigar o sujeito 
passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa. 
 c) indeferir o pedido, porque essas informações foram obtidas pela Fazenda Pública em razão do 
ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo e sobre a natureza e o estado 
de seus negócios ou atividades. 
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 d) deferir o pedido, desde que a entrega das informações seja realizada pessoalmente ao 
solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência dos dados solicitados e assegure a 
preservação do seu sigilo. 
 e) indeferir o pedido, porque a divulgação de informações sobre inscrição de débito em dívida ativa 
da Fazenda Pública somente pode ser realizada ante a requisição de autoridade judiciária no 
interesse da justiça. 
 
7. (CESPE/Analista Judiciário STJ/2018) Julgue o item que se segue, a respeito das 
disposições do Código Tributário Nacional (CTN). 
As garantias do crédito tributário estão taxativamente previstas no CTN. 
 Certo 
 Errado 
 
8. (CESPE/Auditor do Estado/2018) A Autoridade fazendária lavrou termo de inscrição de 
dívida ativa contendo apenas os seguintes dados: nome do devedor, quantia devida, data 
da inscrição e número do processo administrativo do qual se originou. 
De acordo com o CTN, o termo deveria conter, ainda,obrigatoriamente, 
 a) a memória de cálculo detalhada dos juros de mora. 
 b) os responsáveis tributários. 
 c) o endereço do devedor. 
 d) o CPF e o RG do devedor. 
 e) a previsão legal do crédito. 
 
9. (FGV/Técnico Tributário/2018) Analise as hipóteses a seguir, e assinale (V) para a 
verdadeira e (F) para a falsa. 
( ) Constitui dívida ativa tributária todo crédito da Fazenda Pública que tiver sido inscrito em 
repartição administrativa competente, esgotado o prazo em lei para pagamento. 
( ) Certidão da Dívida Ativa é o título que habilita o Fisco a ingressar com a execução fiscal, 
contemplando valor líquido e certo, incabível sua alteração após iniciado o processo executivo. 
( ) A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa até a decisão de 1ª instância, quando 
se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo da 
execução. 
 
Na sequência em que aparecem, as afirmativas são, respectivamente, 
 a) F – F – V. 
 b) V – V – F. 
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 c) F – V – F. 
 d) V – F – V. 
 e) V – F – F. 
 
10. (CESPE/Procurador Jurídico/2017) Em cada uma das opções a seguir, é apresentada uma 
situação hipotética. Assinale a opção que apresenta situação que configura quebra de 
sigilo fiscal conforme as disposições do CTN. 
 a) Com base nas informações constantes dos livros fiscais obtidos em determinada empresa, o 
funcionário do fisco lavrou auto de infração e, ao final do procedimento administrativo, sem 
autorização judicial, encaminhou a informação para apuração criminal. 
 b) A Fazenda Pública divulgou, por meio de sistemas públicos, sem autorização dos contribuintes, 
a concessão de moratória ou parcelamentos. 
 c) Um funcionário da Receita Federal, tendo tomado conhecimento de informações fiscais por 
conta de sua função, repassou-as a outro funcionário da Receita Federal, do mesmo setor, para 
providências funcionais, sem expressa autorização da chefia direta. 
 d) Tendo tomado conhecimento de informações fiscais, um funcionário do fisco lavrou o devido 
auto de infração e, após o prazo de impugnação, encaminhou-o para a inscrição na dívida ativa, 
sem conhecimento do secretário da Receita Federal. 
 e) Tendo verificado práticas ilícitas de natureza tributária, no curso de processo administrativo 
fiscal, o funcionário do fisco encaminhou a informação ao Ministério Público, ao final do 
procedimento administrativo, bem como repassou para um jornalista amigo as informações, sob a 
promessa de sigilo da fonte. 
 
11. (CESPE/Procurador Jurídico/2017) Um devedor tributário, devidamente citado em 
execução fiscal, não pagou nem apresentou bens à penhora no prazo legal. 
 Nesse caso, considerando-se as garantias e os privilégios do crédito tributário, a declaração da 
indisponibilidade dos bens do devedor prevista no CTN dependerá da demonstração do 
esgotamento das diligências para a localização de bens penhoráveis. 
Segundo a jurisprudência do STJ, o esgotamento dessas diligências caracteriza-se pela 
 a) comprovação da tentativa ou consumação de alienação ou oneração de bens ou rendas após 
a inscrição em dívida ativa, como acontece na medida cautelar fiscal. 
 b) diligência da fazenda pública em demonstrar ter realizado buscas razoavelmente exigíveis, já 
que inexiste na jurisprudência um rol mínimo de diligências a serem realizadas. 
 c) existência de pedido e determinação, nos autos, de constrição sobre ativos financeiros via 
BacenJud, expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do executado e ao 
Departamento Nacional — ou estadual — de Trânsito. 
 d) existência de pedido e determinação, nos autos, de constrição sobre ativos financeiros via 
BacenJud, expedição de ofícios aos registros de imóveis do local de residência do executado e da 
sede da comarca e da capital da respectiva unidade da Federação. 
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 e) simples inexistência de pagamento ou de oferecimento de bens à penhora no prazo legal da 
contestação, como ocorre na medida cautelar fiscal. 
 
12. (CESPE/Procurador do Estado/2017) Uma certidão positiva com efeitos de negativa 
consiste em 
 a) documento administrativo que indica a existência de créditos inexigíveis ou que já estão 
garantidos, embora não sirva para a comprovação de regularidade do pagamento de tributos. 
 b) certidão judicial que indica a existência de créditos exigíveis e não garantidos, apesar de não 
servir para a comprovação de regularidade do pagamento de determinado tributo. 
 c) certidão judicial usada para a comprovação de regularidade do pagamento de determinado 
tributo, ainda que indique a existência de créditos vencidos e exigíveis. 
 d) documento administrativo utilizado para a comprovação de regularidade do pagamento de 
determinado tributo, ainda que indique a existência de créditos garantidos ou inexigíveis. 
 e) certidão administrativa ou judicial que serve para a comprovação de regularidade do pagamento 
de determinado tributo e que certifica a existência de créditos exigíveis e não adimplidos, mesmo 
sem garantia. 
 
13. (CESPE/Procurador do Estado/2017) Nos termos da lei, o crédito tributário prefere a 
qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados 
os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente do trabalho. Nesse 
sentido, é correto afirmar que na falência, a multa tributária prefere apenas aos créditos 
 a) com garantia real. 
 b) com privilégio especial. 
 c) com privilégio geral. 
 d) quirografários. 
 e) subordinados. 
 
14. (CESPE/DPU/2017)A respeito das normas gerais de direito tributário, julgue o seguinte 
item. 
A fluência de juros de mora de dívida ativa regularmente inscrita exclui a liquidez do crédito. 
Certo 
Errado 
 
15. (VUNESP/TJ-SP Juiz Substituto/2017) A alienação ou oneração de bens imóveis presume-
se em fraude à execução em relação à Fazenda Pública a partir 
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 a) do protesto da Certidão da Dívida Ativa. 
 b) da inscrição do débito tributário na Dívida Ativa. 
 c) do ajuizamento da ação de execução fiscal. 
 d) do despacho que ordenou a citação do executado. 
 
16. (CESPE/Procurador do Município/2017) Julgue o seguinte item, a respeito de obrigação 
tributária e crédito tributário. 
Caso o contribuinte tenha créditos inscritos em dívida ativa integralmente garantidos por penhora 
ou créditos com a exigibilidade suspensa, é admitido que lhe seja expedida certidão de regularidade 
fiscal. 
Certo 
Errado 
17. (VUNESP/Procurador Jurídico/2017) Em relação às preferências do crédito tributário, 
estabelecidas pelo Código Tributário Nacional, 
 a) o crédito tributário prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de 
restituição, nos termos da lei falimentar, bem como aos créditos com garantia real, no limite do valor 
do bem gravado. 
 b) são extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso 
do processo de falência. 
 c) a multa tributária prefere apenas aos créditos com garantia real. 
 d) são pagos preferencialmente a quaisquer outros, os créditos tributários vencidos, a cargo de 
pessoas jurídicas de direito público ou privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no 
decurso da liquidação, sendo vedada a cobrança dos créditos vincendos. 
 e) é inconstitucional a lei que estabeleça limites e condições para a preferência dos créditos 
decorrentes da legislação do trabalho.exercício da profissão do executado; 
VI - o seguro de vida; 
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem 
penhoradas; 
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela 
família; 
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória 
em educação, saúde ou assistência social; 
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) 
salários-mínimos; 
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos 
da lei; 
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de 
incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra. (risco nosso) 
Observem que, no inciso I, riscamos o seguinte trecho: “declarados, por ato voluntário, não sujeitos 
à execução”. A razão repousa no fato de que, como mencionamos anteriormente, não se aplica ao 
crédito tributário a impenhorabilidade constituída por ato voluntário. 
O artigo 185 do CTN versa sobre a fraude à execução fiscal: 
Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu 
começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário 
regularmente inscrito como dívida ativa. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido 
reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida 
inscrita. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) 
Como se pode observar do dispositivo, o marco temporal utilizado pela Lei para caracterização da 
fraude à execução é a inscrição do crédito em dívida ativa, que ocorre antes mesmo do ajuizamento 
da ação de execução fiscal, conforme demonstra o gráfico abaixo: 
 
 
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5 
 
 
 
Assim, o regramento aplicável ao fisco com relação aos créditos tributários é mais favorável do que 
o existente em favor dos credores privados. Com relação a estes últimos, incide o disposto no artigo 
792 do CPC, que pressupõe para o reconhecimento da fraude à execução a existência de uma 
demanda judicial ou de uma constrição judicial: 
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução: 
I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão 
reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo 
registro público, se houver; 
II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de 
execução, na forma do art. 828; 
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de 
constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude; 
IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação 
capaz de reduzi-lo à insolvência; 
V - nos demais casos expressos em lei. 
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6 
 
De toda forma, como evidencia o parágrafo único do artigo 185, não é toda alienação após a 
inscrição em dívida ativa que se constitui em fraude à execução, mas tão somente aquelas que 
sejam realizadas sem que o devedor tenha reservado bens para o pagamento da dívida inscrita. 
Assim, por exemplo, nada impede que o sujeito passivo, contra quem paira dívida inscrita no valor 
de R$ 500.000,00, aliene imóvel no valor de R$ 700.000,00, desde que mantenha em sua 
propriedade bens cuja soma seja superior à dívida inscrita. 
Ainda quanto ao tema, é importante consignar que o Superior Tribunal de Justiça firmou 
entendimento no sentido da inaplicabilidade da Súmula 375 à fraude à execução fiscal: 
Súmula nº 375: 
O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem 
alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente. 
O fundamento é o de que, tratando-se de alienação realizada após a inscrição em dívida ativa sem 
que tenham sido reservados pelo sujeito passivo bens suficientes ao total pagamento da dívida, a 
presunção de fraude à execução é absoluta, sendo irrelevante que o terceiro tenha adquirido o bem 
de boa-fé6. 
Assim, se o devedor X, contra quem há dívida tributária inscrita no valor de R$ 200.000,00, vender 
a Y um imóvel de sua propriedade - sem reservar bens para garantir a integralidade da dívida - 
pode o fisco penhorar o bem transacionado e levá-lo a leilão para satisfação do seu crédito, sendo 
irrelevante a circunstância de o terceiro adquirente ter agido de boa-fé. 
Assim, o artigo 185 do Código Tributário Nacional exige cautela redobrada de quem adquire um 
bem – sobretudo quando for um imóvel - sendo importante a consulta acerca da existência de 
créditos inscritos em dívida ativa no nome do alienante. 
Por fim, dispõe o artigo 185-A do Código Tributário Nacional: 
Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem 
apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o 
juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, 
preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros 
de transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades 
supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de 
suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
 § 1o A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao valor total 
exigível, devendo o juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade dos 
bens ou valores que excederem esse limite. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
 
 
6 STJ - REsp: 1141990 PR 2009/0099809-0, Relator: Ministro LUIZ FUX, Data de Julgamento: 10/11/2010, 
S1 - PRIMEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 19/11/2010. 
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7 
 
 § 2o Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata o caput 
deste artigo enviarão imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e direitos 
cuja indisponibilidade houverem promovido. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
Como se pode observar, três são os requisitos para que a indisponibilidade possa ser decretada: 
a) citação do devedor; b) ausência de indicação de bens à penhora pelo devedor; c) não terem sido 
encontrados bens penhoráveis pela Fazenda Pública. 
Os dois primeiros requisitos não oferecem dificuldades, sendo decorrência do próprio procedimento 
adotado pela Lei de Execuções Fiscais. De fato, no modelo adotado pela Lei 6.830/80, citado o 
devedor, este tem o prazo de cinco dias para pagar a dívida ou garantir a execução: 
Art. 8º - O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar a dívida com os 
juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou garantir a 
execução, observadas as seguintes normas: [...] 
O terceiro requisito é que gerava maior controvérsia, porque a lei não estabelece quando que se 
deve entender que não foram encontrados bens pelo credor. Seria necessário o esgotamento das 
diligências por parte do fisco ou bastaria que a penhora sobre conta corrente não obtivesse êxito? 
Em caso positivo, quais são os atos necessários para se considere esgotadas as diligências? 
O tema foi pacificado pelo Superior Tribunal de Justiça, mediante a edição de súmula sobre o 
assunto: 
Súmula 560: A decretação da indisponibilidade de bens e direitos, na forma do art. 185-
A do CTN, pressupõe o exaurimento das diligências na busca por bens penhoráveis, o 
qual fica caracterizado quando18. (VUNESP/Procurador Jurídico/2017) Tem os mesmos efeitos da certidão negativa a 
certidão de que conste a existência de créditos 
 a) em curso de cobrança executiva, independentemente de ter sido efetuada a penhora. 
 b) vencidos, mas já inscritos na dívida ativa. 
 c)vencidos, independentemente de terem sido inscritos ou não na dívida ativa. 
 d) que estejam em moratória. 
 e) inscritos na dívida ativa, desde que ainda não promovida sua execução judicial. 
 
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19. (VUNESP/Procurador Jurídico/2017) Acerca das preferências do crédito tributário na 
falência, é correto afirmar que 
 a) prefere aos créditos extraconcursais. 
 b) prefere aos créditos com garantia real, no limite do bem gravado. 
 c) prefere a qualquer outro, seja qual for a natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados 
apenas os créditos decorrentes da legislação do trabalho. 
 d) é considerado extraconcursal quando decorrente de fato gerador ocorrido durante o processo 
de falência. 
 e) a multa tributária tem preferência com relação a qualquer outro crédito, seja qual for sua 
natureza ou classificação nos termos da lei falimentar. 
 
20. (CESPE/PGE-AM Procurador do Estado/2016) Considerando o desenvolvimento da 
relação jurídica tributária, julgue o próximo item. 
A penhora de bem ou de direito que promova a satisfação integral do crédito tributário assegurará 
ao sujeito passivo da relação jurídica tributária o direito de obter certidão positiva com os mesmos 
efeitos da certidão negativa. 
Certo 
Errado 
21. (FUNDATEC/Prefeitura Municipal de Porto Alegre/2016) Em relação às indicações dos 
elementos obrigatórios do termo de inscrição da dívida ativa tributária, previstos no 
Código Tributário Nacional, assinale a alternativa INCORRETA. 
 a) O nome do devedor e, sempre que possível, o seu domicílio ou a residência. 
 b) A quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos. 
 c) A origem e a natureza do crédito, mencionando especificamente a disposição da lei em que 
seja fundado. 
 d) A data em que foi inscrita. 
 e) O número do processo judicial de que se originar o crédito. 
 
22. (FUNDATEC/Prefeitura Municipal de Porto Alegre/2016) Todas as pessoas jurídicas de 
direito público podem editar normas relacionadas com os tributos de sua competência. 
Não obstante isso, o CTN contém regras a respeito de fiscalização de tributos. De acordo 
com o CTN, 
 a) a competência e os poderes das autoridades administrativas, em matéria de fiscalização, será 
regulada, necessariamente, por lei, ordinária ou complementar, ou por medida provisória, conforme 
o caso. 
 b) os livros fiscais e os documentos que comprovem os lançamentos efetuados neles devem ser 
conservados até que ocorra a decadência dos créditos tributários decorrentes das operações a que 
eles se referem. 
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 c) a legislação tributária que disciplina a atividade de fiscalização, de maneira geral ou específica, 
aplica-se às pessoas naturais ou jurídicas, desde que revistam a condição de contribuintes, com 
exclusão daquelas que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal. 
 d) as disposições que excluem ou limitam o direito de a Fazenda Pública examinar mercadorias, 
livros fiscais e documentos não têm aplicação, mesmo que previstas em lei. 
 e) a legislação tributária que disciplina a atividade de fiscalização, de maneira geral ou específica, 
aplica-se às pessoas naturais ou jurídicas, inclusive as que gozem de isenção de caráter pessoal, 
desde que revistam a condição de contribuintes, mas excluídas as que gozem de imunidade 
tributária. 
 
23. (FUNDATEC/Prefeitura Municipal de Porto Alegre/2016) Ao tratar da fiscalização feita pela 
Administração Tributária, a legislação tributária proíbe a divulgação, por parte da Fazenda 
Pública ou de seus servidores, de informações 
 a) solicitadas pela autoridade administrativa no interesse da Administração pública, a qual 
comprovou a instauração regular de processo administrativo punitivo. 
 b) obtidas em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de 
terceiros. 
 c) divulgadas para fins penais. 
 d) a respeito de parcelamento ou moratória. 
 e) sobre inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública. 
 
24. (FCC/Auditor Fiscal/2016) A atividade de fiscalização dos sujeitos passivos de obrigação 
tributária é de tal relevância que o próprio Código Tributário Nacional contempla algumas 
das principais regras a esse respeito. De acordo com esse Código, 
 a) é permitida a divulgação, por parte dos servidores da Fazenda Pública, de informação obtida 
em razão do ofício, sobre a situação financeira de contribuinte, desde que não envolva crime 
financeiro por ele cometido. 
 b) as autoridades administrativas municipais poderão requisitar o auxílio da força pública estadual, 
quando necessário à efetivação de medida prevista na legislação tributária, desde que essa medida 
se configure fato definido em lei como crime ou contravenção. 
 c) é vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública, de alguns tipos de informações 
específicas, tais como aquelas relativas à inscrição de débitos do contribuinte em Dívida Ativa dessa 
mesma Fazenda Pública. 
 d) a autoridade fiscal que proceder a qualquer diligência de fiscalização lavrará, em um dos livros 
fiscais exibidos pelo sujeito passivo, os termos necessários para que se documente o início do 
procedimento, e fixará prazo máximo para a conclusão daquela, vedada a lavratura desses termos 
em separado. 
 e) os despachantes aduaneiros oficiais, que são contribuintes do ISS, estão obrigados, mediante 
intimação escrita de autoridade competente para fiscalizar o ICMS, a prestar às autoridades 
administrativas todas as informações de que disponham com relação aos negócios de seus clientes, 
contribuintes do ICMS, preservado o dever de segredo, quando previsto em lei. 
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25. (CESPE/Auditor de Controle Externo/2016) Julgue o item subsequente, relativos ao 
imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN) e à certidão negativa. 
A administração tributária poderá fornecer certidão positiva com os mesmos efeitos da certidão 
negativa na hipótese de créditos tributários com exigibilidade suspensa ou de créditos objeto de 
execução fiscal garantidos por penhora. 
Certo 
Errado 
 
26. (UFMT/DPE-MT/2016) Segundo o Código Tributário Nacional, em qualquer hipótese, 
presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por 
sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, em razão de crédito tributário 
regularmente inscrito como dívida ativa. 
Certo 
Errado 
 
27. (FUNESP/Procurador do Estado/2016) De acordo com o Código Tributário Nacional (CTN), 
presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por 
sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário 
 a) regularmente inscrito como dívida ativa. 
 b) devidamente constituído, mesmo que não inscrito na dívida ativa. 
 c) em fase de constituição, mesmo que não inscrito na dívida ativa. 
 d) regularmente inscrito como dívida ativa em fase de execução. 
 e) não pago na data do seu vencimento. 
 
28. (FAURGS/Juiz de Direito Substituto/2016) No que se refere ao termo de inscrição da 
dívida ativa, considere os conjuntos de informações abaixo. 
I - Nome do devedor, número da carteira de identidade, domicílio e número do cadastro da pessoafísica. 
II - Nome do devedor, a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos. 
III - Nome do devedor, número da carteira de identidade, residência e número do cadastro da 
pessoa física. 
IV - A origem e natureza do crédito, a data em que a dívida ativa foi inscrita e número do cadastro 
de pessoa física. 
Quais possuem apenas itens obrigatórios ao termo de inscrição da dívida ativa? 
 a) Apenas I. 
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 b) Apenas II. 
 c) Apenas I e III. 
 d) Apenas II e IV. 
 e) Apenas I, III e IV. 
 
29. (FGV/Auditor Fiscal/2016) Sobre as garantias e os privilégios do crédito tributário, 
assinale a afirmativa correta. 
 a) Na falência, o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo 
de sua constituição, ressalvados apenas, os créditos extraconcursais ou as importâncias passíveis 
de restituição, nos termos da lei falimentar, e os créditos com garantia real, no limite do valor do 
bem gravado. 
 b) Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, por sujeito passivo em 
débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito em dívida ativa. 
 c) O juiz pode determinar a indisponibilidade de bens e direitos do executado antes da sua citação, 
como forma de assegurar a garantia do juízo na execução fiscal. 
 d) A cobrança judicial do crédito tributário está sujeita à habilitação em falência e recuperação 
judicial. 
 e) Na falência, a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados e quirografários. 
 
30. (CESPE/TJ-AM Juiz Substituto/2016) No tocante às garantias e privilégios do crédito 
tributário, é correto afirmar que 
 a) a natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário altera a natureza deste e a da obrigação 
tributária a que corresponda. 
 b) na falência, o crédito tributário prefere aos créditos extraconcursais e aos créditos com garantia 
real. 
 c) a multa tributária, no processo falimentar, prefere apenas aos créditos quirografários. 
 d) responde pelo crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou 
natureza, do sujeito passivo, excetuados os gravados com cláusula de impenhorabilidade. 
 e) a extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de todos os tributos. 
 
31. (CESPE/TJ-AM Juiz Substituto/2016/Adaptada) Julgue o item a seguir: 
Em caso de falência, pagos os créditos trabalhistas, há preferência do crédito tributário sobre os 
créditos extraconcursais e os créditos com garantia real, até o valor do bem gravado. 
Certo 
Errado 
 
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32. (VUNESP/Procurador Jurídico/2016) Segundo as disposições do Código Tributário 
Nacional, o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o 
tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho 
ou do acidente do trabalho. No processo de falência, a multa tributária prefere aos 
créditos 
 a) com privilégio especial. 
 b) com privilégio geral. 
 c) com garantia real. 
 d) quirografários. 
 e) subordinados. 
 
GABARITO
1. E 
2. C 
3. B 
4. Certo 
5. Errado 
6. A 
7. Errado 
8. E 
9. A 
10. E 
11. C 
12. D 
13. E 
14. E 
15. B 
16. Certo 
17. B 
18. D 
19. D 
20. C 
21. E 
22. D 
23. B 
24. E 
25. A 
26. B 
27. A 
28. B 
29. B 
30. E 
31. Errado 
32. E 
 
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1255215Bons estudos -Bons Estudosinfrutíferos o pedido de constrição sobre ativos financeiros 
e a expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do executado, ao Denatran 
ou Detran. 
Assim, é necessário o exaurimento das diligências, que se considera ocorrido quando: a) restar 
infrutífero o pedido de constrição sobre ativos financeiros (SisbaJud7); b) for comprovado pelo fisco 
a expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do executado – como cartórios de registro 
de imóveis – sem que tenham sido encontrados bens; c) tenha o credor enviado ofícios ao Denatran 
ou Detran com pedido de informações sobre veículos em nome do devedor. 
Realizadas essas diligências e tendo o devedor, devidamente citado, não apresentado bens à 
penhora, pode o magistrado determinar a indisponibilidade de bens e direitos em nome do 
 
 
7 O Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário (SisbaJud) foi desenvolvido a partir do Acordo de Cooperação 
Técnica nº 41/2019, firmado entre o Conselho Nacional de Justiça, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e o 
Banco Central do Brasil. O novo sistema passou a operar em setembro de 2020, substituindo o antigo BacenJud, com 
o intuito de trazer novas funcionalidades e proporcionar maior celeridade no cumprimento das decisões judiciais 
relativas a informações e constrições de ativos financeiros. 
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8 
 
executado, mediante cadastro da decisão na Central Nacional de Indisponibilidade de Bens. Esse 
sistema permite que a ordem de indisponibilidade chegue ao conhecimento de diversos órgãos 
registrais do País, impedindo que o sujeito passivo aliene os bens de sua propriedade. Além disso, 
a medida facilita a localização desse patrimônio, porque o parágrafo segundo determina que, uma 
vez cumprida a indisponibilidade, cabe aos órgãos e entidades registrais informar ao juízo sobre o 
cumprimento da decisão. 
Por outro lado, caso se constate que a indisponibilidade atingiu bens diversos cuja soma é superior 
ao valor cobrado, deve o magistrado determinar o levantamento dos bens ou valores que 
excederem a esse limite, conforme determina o parágrafo primeiro do dispositivo. 
 
1.2 PREFERÊNCIAS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
O Código Tributário Nacional disciplina o grau de preferência atribuído ao crédito tributário quando 
comparado com os créditos provenientes de outras fontes, como de relações trabalhistas ou 
contratuais. A regra geral que disciplina o tema se encontra inserida no caput do artigo 186 do 
Código Tributário Nacional, que dispõe no seguinte sentido: 
Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o 
tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho 
ou do acidente de trabalho. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) 
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9 
 
Portanto, como regra geral, o crédito tributário prefere a qualquer outro, independentemente da 
natureza ou do tempo da sua constituição, ressalvados apenas os créditos decorrentes da 
legislação do trabalho ou do acidente de trabalho8. 
Um exemplo auxilia a compreender o dispositivo: Imaginemos que o sujeito passivo X possui 
diversas dívidas. Ele deve R$ 200.000,00 para uma instituição financeira, R$ 150.000,00 para os 
seus empregados e R$ 100.000,00 para a União Federal, referente a tributos inadimplidos. A dívida 
da instituição financeira foi garantida por meio de hipoteca de um imóvel de sua propriedade. Os 
demais débitos não se encontram garantidos. Passado algum tempo sem que o sujeito passivo 
fizesse o pagamento voluntário, a instituição financeira ingressou com a ação de execução, 
requerendo a penhora e a arrematação do imóvel hipotecado. Igual medida foi tomada pelos 
empregados e pela União Federal, que nas suas ações de execução penhoraram o bem imóvel 
hipotecado pela instituição financeira. Não foram encontrados outros bens de propriedade do 
executado. O imóvel foi arrematado por R$ 250.000,00. Nessa perspectiva, como deve ser repartido 
o valor arrecadado? 
Por força do artigo 186 do Código Tributário Nacional, a preferência é dos créditos decorrentes da 
legislação do trabalho. Assim, os empregados devem receber o valor de R$ 150.000,00, o que 
representa a quitação da dívida com relação a eles. O valor remanescente, de R$ 100.000,00, deve 
ser repassado para a União Federal, por se tratar de dívida de natureza tributária. Como houve o 
esgotamento do valor arrecadado, nada é repassado à instituição financeira. 
Embora essa seja a regra sobre a preferência do crédito tributário, há importante exceção, 
constante do parágrafo único do artigo 186, que disciplina a ordem de preferência no caso de 
falência: 
Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o 
tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho 
ou do acidente de trabalho. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) 
Parágrafo único. Na falência: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
I – o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias 
passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, 
no limite do valor do bem gravado; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
 
 
8 Há entendimento no sentido de que esse dispositivo seria parcialmente inconstitucional, porque os créditos 
de natureza alimentícia também teriam preferência sobre o crédito tributário. Nesse sentido, já decidiu o TRF 
da 4ª Região: “INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL DO ARTIGO 186 DO CTN 1. O dispositivo em 
comento fere a Constituição Federal, ainda que de forma parcial, já que atenta contra o princípio de proteção 
prioritária assegurado à criança e ao adolescente (art. 227 CF); contra o dever de assistência imposto pelo 
artigo 229 da CF; bem como consagra, em situações como a dos autos, tratamento anti-isonômico, 
conferindo maior proteção aos empregados que aos filhos do indivíduo. 2. Incidente de arguição de 
inconstitucionalidade acolhido” (TRF4, Corte Especial, ARGINC 2009.04.00.033108-1, Rel. Luciane Amaral 
Corrêa Münch, DE 14-9-2010). 
 
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II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos 
decorrentes da legislação do trabalho; e (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. (Incluído pela Lcp nº 
118, de 2005) 
Por força do inciso III do artigo 186, que deve ser interpretado em conjunto com o artigo 124 da Lei 
11.101/20059, no caso de falência do devedor há a necessidade de fracionamento do crédito 
tributário em três partes: a) valor do tributo acrescido de correção monetária e juros até a data da 
falência; b) valor das multas tributárias; c) valor dos juros moratórios vencidos após a decretação 
da falência. 
As multas tributárias preferem apenas aos créditos subordinados na falência, ou seja, são pagas 
somente se os créditos das seguintes classes forem satisfeitos: i) créditos derivados da legislação 
trabalhista, limitados a 150 (cento e cinquenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de 
acidentes de trabalho; ii) créditos com direito real de garantia até o limite do valor do bem gravado; 
iii) valores devidos a título de tributo, correção e juros vencidos até a data da quebra; e iv) créditos 
quirografários. 
Os juros moratórios vencidos após a decretação da falência possuem posição ainda menos 
privilegiada, conforme evidenciam os artigos 83, inciso IX e 124, ambos da Lei 11.101/2005: 
Art. 83. Aclassificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: [...] 
IX - os juros vencidos após a decretação da falência, conforme previsto no art. 124 desta 
Lei. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
 
Art. 124. Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a decretação da 
falência, previstos em lei ou em contrato, se o ativo apurado não bastar para o 
pagamento dos credores subordinados. 
Assim, eles somente são pagos se todos os credores subordinados também o forem, o que é algo 
bastante raro na prática. 
O valor devido a título de tributo acrescido de correção monetária e juros até a data da falência 
possui preferência sobre a maior parte dos créditos, salvo com relação: i) aos créditos 
extraconcursais; ii) às importâncias passiveis de restituição; iii) aos créditos decorrentes da 
legislação do trabalho ou de acidente do trabalho, no limite estabelecido pela legislação; iv) aos 
créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado. 
 
 
9 Art. 124. Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a decretação da falência, previstos 
em lei ou em contrato, se o ativo apurado não bastar para o pagamento dos credores subordinados. 
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Os créditos extraconcursais (i) são aqueles que dizem respeito às obrigações ocorridas após a 
falência ou durante o curso da recuperação judicial, conforme enuncia o artigo 84 da Lei 
11.101/2005: 
Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência 
sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, aqueles relativos: 
(Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) 
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) 
I-A - às quantias referidas nos arts. 150 e 151 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 14.112, de 
2020) 
I-B - ao valor efetivamente entregue ao devedor em recuperação judicial pelo financiador, 
em conformidade com o disposto na Seção IV-A do Capítulo III desta Lei; (Incluído pela 
Lei nº 14.112, de 2020) 
I-C - aos créditos em dinheiro objeto de restituição, conforme previsto no art. 86 desta 
Lei; (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
I-D - às remunerações devidas ao administrador judicial e aos seus auxiliares, aos 
reembolsos devidos a membros do Comitê de Credores, e aos créditos derivados da 
legislação trabalhista ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços 
prestados após a decretação da falência; (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
I-E - às obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação 
judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência; (Incluído pela 
Lei nº 14.112, de 2020) 
II - às quantias fornecidas à massa falida pelos credores; (Redação dada pela Lei nº 
14.112, de 2020) 
III - às despesas com arrecadação, administração, realização do ativo, distribuição do 
seu produto e custas do processo de falência; (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 
2020) 
IV - às custas judiciais relativas às ações e às execuções em que a massa falida tenha 
sido vencida; (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) 
V - aos tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, 
respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.112, 
de 2020) 
§ 1º As despesas referidas no inciso I-A do caput deste artigo serão pagas pelo 
administrador judicial com os recursos disponíveis em caixa. (Incluído pela Lei nº 14.112, 
de 2020) 
§ 2º O disposto neste artigo não afasta a hipótese prevista no art. 122 desta Lei. (Incluído 
pela Lei nº 14.112, de 2020). 
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O dispositivo foi alterado pela Lei nº 14.112/2020, que ampliou o rol de créditos considerados como 
extraconcursais, além de ter alterado a ordem de preferência entre eles. A remuneração do 
administrador judicial, por exemplo, cedeu preferência às quantias mencionadas nos artigos 15010 
e 15111; ao valor que eventual financiador tenha efetivamente entregado ao devedor durante a 
recuperação judicial12; bem como aos créditos que constituam objeto de restituição em dinheiro, de 
acordo com o artigo 86. 
Ademais, o legislador conferiu maior importância às obrigações assumidas durante a recuperação 
judicial, que devem ser satisfeitas logo após o pagamento do administrador judicial. A mudança foi 
realizada pelo seguinte motivo: anteriormente, essa classe era a última dentre os créditos 
extraconcursais, o que desincentiva instituições financeiras e fornecedores a fornecerem créditos a 
pessoa jurídica recuperada, pelo receio de que a empresa falisse e os valores não fossem 
recuperados. Com o novo regramento, objetiva-se facilitar a obtenção de créditos pela pessoa 
jurídica em recuperação. 
As importâncias passíveis de restituição (ii) concernem àqueles bens ou direitos que sequer são de 
propriedade do falido, razão pela qual não podem ser utilizados para satisfação do crédito tributário. 
Na redação originária da Lei de Falências, tais quantias não faziam parte do rol dos créditos 
considerados extraconcursais, o que justificativa sua inclusão como uma modalidade autônoma na 
previsão do artigo 186 do CTN. Com o advento da Lei nº 14.112/2020, tais importâncias agora 
possuem o status de crédito extraconcursal, de forma que a disposição do artigo 186, parágrafo 
único, inciso I do CTN tornou-se redundante sob este aspecto. 
Exemplo bastante corriqueiro de importância passível de restituição é do bem alienado 
fiduciariamente ao falido. Embora o devedor tenha a posse, a propriedade é do credor fiduciário, 
que tem o direito de pedir a sua restituição ao juízo falimentar. 
Diferentemente do que ocorre quando não há a falência do devedor, os créditos com garantia real 
têm preferência sobre o crédito tributário na falência, até o limite do valor do bem gravado (iii). 
Assim, imaginemos que o devedor falido X possui diversas dívidas. Ele deve R$ 200.000,00 para 
um credor hipotecário (instituição financeira), R$ 100.000,00 para a União Federal, referente a 
tributos inadimplidos, e R$ 1.000.000,00 para fornecedores sem qualquer garantia. Supomos que 
o único bem de sua propriedade seja justamente aquele que foi hipotecado, o qual foi arrematado 
 
 
10 Art. 150. As despesas cujo pagamento antecipado seja indispensável à administração da falência, inclusive 
na hipótese de continuação provisória das atividades previstas no inciso XI do caput do art. 99 desta Lei, 
serão pagas pelo administrador judicial com os recursos disponíveis em caixa. 
11 Art. 151. Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores 
à decretação da falência, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo 
haja disponibilidade em caixa. 
12 A positivação da possibilidade de celebração de contratos de financiamento pelo devedor em recuperação 
judicial trata-se de inovação trazida pela Lei nº 14.112/2020. O tema foi inserido na Lei nº 11.101/2005 por 
meio dos artigos 69-A a 69-F, prevendo, entre outras coisas, que o financiamento poderá ser realizado por 
qualquer pessoa, inclusive credores, familiares, sócios e integrantes do grupo do devedor; bem como que 
qualquer pessoa ou entidade poderá garantir o financiamento, inclusive o próprio devedor, por meio da 
oneração ou a alienação fiduciária de bens e direitos. 
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na falência pelo valor de R$ 250.000,00. Nessa perspectiva, como deve ser repartido o valor 
arrecadado?Por força da regra do inciso I do artigo 186, a preferência é do credor com garantia real, no caso a 
instituição financeira, que deve receber a quantia de R$ 200.000,00. O valor remanescente, de R$ 
50.000,00, deve ser repassado à União Federal, o que implica apenas na quitação parcial dos 
tributos devidos. Os fornecedores, por outro lado, nada recebem. 
Os créditos decorrentes da legislação trabalhista ou de acidente do trabalho (iv) mantêm, também 
na falência, a preferência sobre o crédito tributário, mas com uma diferença. Nesse caso, a lei pode 
estabelecer limites para fruição da preferência, o que efetivamente o fez com a edição da Lei 
11.101/2005, cujo artigo 83 dispõe no seguinte sentido: 
Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: 
I - os créditos derivados da legislação trabalhista, limitados a 150 (cento e cinquenta) 
salários-mínimos por credor, e aqueles decorrentes de acidentes de trabalho; (Redação 
dada pela Lei nº 14.112, de 2020) [...] 
Os créditos trabalhistas que excederem ao limite de 150 salários-mínimos são quirografários, não 
preferindo ao crédito tributário, conforme determina o inciso VI, alínea c do artigo 83 da Lei 
11.101/2005. 
Os gráficos abaixo ajudam a memorizar o que vimos até aqui: 
 
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Tudo o que dissemos vale para os créditos tributários que se submetem ao concurso de credores, 
porque seus fatos geradores ocorreram antes da falência. Mas há também os créditos tributários 
extraconcursais, provenientes de obrigações surgidas após a decretação da falência do devedor, 
do que é exemplo o IPTU incidente sobre os imóveis do falido. Sobre o tema, colacionamos o artigo 
188 do Código Tributário Nacional e o artigo 84, inciso V, da Lei 11.101/2005: 
Código Tributário Nacional 
Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores 
ocorridos no curso do processo de falência. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) 
§ 1º Contestado o crédito tributário, o juiz remeterá as partes ao processo competente, 
mandando reservar bens suficientes à extinção total do crédito e seus acrescidos, se a 
massa não puder efetuar a garantia da instância por outra forma, ouvido, quanto à 
natureza e valor dos bens reservados, o representante da Fazenda Pública interessada. 
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se aos processos de concordata. 
 
Lei 11.101/2005 
 Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência 
sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, aqueles relativos: 
(Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) [...] 
V - aos tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, 
respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.112, 
de 2020) [...] 
Os créditos extraconcursais são pagos prioritariamente sobre todos os créditos concursais. Assim, 
por exemplo, entre o pagamento do IPTU que incidiu após a falência e os valores provenientes das 
obrigações trabalhistas geradas antes da quebra, deve-se pagar em primeiro lugar o crédito do 
IPTU. 
Em existindo mais de um crédito extraconcursal, deve-se observar a ordem prevista pelo artigo 84 
do Código Tributário Nacional. 
De maneira resumida e sem esquecer das observações que fizemos acima, podemos resumir a 
ordem de preferência no seguinte gráfico: 
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O caput do artigo 187, por sua vez, determina que “a cobrança judicial do crédito tributário não é 
sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, 
inventário ou arrolamento”. 
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Isso significa que não é necessário que seja realizada a habilitação do crédito tributário na falência, 
recuperação judicial, inventário ou arrolamento, podendo-se prosseguir na execução fiscal. 
Por outro lado, uma vez ocorrida a falência, a execução fiscal será suspensa, e assim permanecerá 
até o fim do processo falimentar, sem prejuízo da possibilidade de prosseguimento contra eventuais 
corresponsáveis, conforme consta do artigo 7º-A, § 4º, inciso V da Lei nº 11.101/2005, inserido pela 
Lei nº 14.112/2020. 
Inclusive, após as intimações e a publicação do edital referentes à sentença decretadora da 
falência, será instaurado de ofício pelo juízo falimentar incidente de classificação de crédito público 
para cada Fazenda Pública credora. Desta forma, cada um dos entes será intimado para apresentar 
relação completa de seus créditos inscritos em dívida ativa, acompanhada dos respectivos cálculos, 
de acordo com o procedimento previsto pelo artigo 7º-A da Lei nº 11.101/2005: 
Art. 7º-A. Na falência, após realizadas as intimações e publicado o edital, conforme 
previsto, respectivamente, no inciso XIII do caput e no § 1º do art. 99 desta Lei, o juiz 
instaurará, de ofício, para cada Fazenda Pública credora, incidente de classificação de 
crédito público e determinará a sua intimação eletrônica para que, no prazo de 30 (trinta) 
dias, apresente diretamente ao administrador judicial ou em juízo, a depender do 
momento processual, a relação completa de seus créditos inscritos em dívida ativa, 
acompanhada dos cálculos, da classificação e das informações sobre a situação atual. 
(Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
§ 1º Para efeito do disposto no caput deste artigo, considera-se Fazenda Pública credora 
aquela que conste da relação do edital previsto no § 1º do art. 99 desta Lei, ou que, após 
a intimação prevista no inciso XIII do caput do art. 99 desta Lei, alegue nos autos, no 
prazo de 15 (quinze) dias, possuir crédito contra o falido. (Incluído pela Lei nº 14.112, 
de 2020) 
§ 2º Os créditos não definitivamente constituídos, não inscritos em dívida ativa ou com 
exigibilidade suspensa poderão ser informados em momento posterior. (Incluído pela Lei 
nº 14.112, de 2020) 
§ 3º Encerrado o prazo de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Lei nº 14.112, de 
2020) 
I - o falido, os demais credores e o administrador judicial disporão do prazo de 15 (quinze) 
dias para manifestar objeções, limitadamente, sobre os cálculos e a classificação para 
os fins desta Lei; (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
II - a Fazenda Pública, ultrapassado o prazo de que trata o inciso I deste parágrafo, será 
intimada para prestar, no prazo de 10 (dez) dias, eventuais esclarecimentos a respeito 
das manifestações previstas no referido inciso; (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
III - os créditos serão objeto de reserva integral até o julgamento definitivo quando 
rejeitados os argumentos apresentados de acordo com o inciso II deste parágrafo; 
(Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
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IV - os créditos incontroversos, desde que exigíveis, serão imediatamente incluídos no 
quadro-geral de credores, observada a sua classificação;(Incluído pela Lei nº 14.112, de 
2020) 
V - o juiz, anteriormente à homologação do quadro-geral de credores, concederá prazo 
comum de 10 (dez) dias para que o administrador judicial e a Fazenda Pública titular de 
crédito objeto de reserva manifestem-se sobre a situação atual dessescréditos e, ao 
final do referido prazo, decidirá acerca da necessidade de mantê-la. (Incluído pela Lei nº 
14.112, de 2020) 
§ 4º Com relação à aplicação do disposto neste artigo, serão observadas as seguintes 
disposições:(Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
I - a decisão sobre os cálculos e a classificação dos créditos para os fins do disposto 
nesta Lei, bem como sobre a arrecadação dos bens, a realização do ativo e o pagamento 
aos credores, competirá ao juízo falimentar; (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
II - a decisão sobre a existência, a exigibilidade e o valor do crédito, observado o disposto 
no inciso II do caput do art. 9º desta Lei e as demais regras do processo de falência, bem 
como sobre o eventual prosseguimento da cobrança contra os corresponsáveis, 
competirá ao juízo da execução fiscal; (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
III - a ressalva prevista no art. 76 desta Lei, ainda que o crédito reconhecido não esteja 
em cobrança judicial mediante execução fiscal, aplicar-se-á, no que couber, ao disposto 
no inciso II deste parágrafo; (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
IV - o administrador judicial e o juízo falimentar deverão respeitar a presunção de certeza 
e liquidez de que trata o art. 3º da Lei nº 6.830, de 22 de setembro de 1980, sem prejuízo 
do disposto nos incisos II e III deste parágrafo; (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
V - as execuções fiscais permanecerão suspensas até o encerramento da falência, sem 
prejuízo da possibilidade de prosseguimento contra os corresponsáveis; (Incluído pela 
Lei nº 14.112, de 2020) 
VI - a restituição em dinheiro e a compensação serão preservadas, nos termos dos arts. 
86 e 122 desta Lei; e (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
VII - o disposto no art. 10 desta Lei será aplicado, no que couber, aos créditos 
retardatários. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
§ 5º Na hipótese de não apresentação da relação referida no caput deste artigo no prazo 
nele estipulado, o incidente será arquivado e a Fazenda Pública credora poderá requerer 
o desarquivamento, observado, no que couber, o disposto no art. 10 desta Lei. 
(Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
§ 6º As disposições deste artigo aplicam-se, no que couber, às execuções fiscais e às 
execuções de ofício que se enquadrem no disposto nos incisos VII e VIII do caput do art. 
114 da Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
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§ 7º O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, aos créditos do Fundo de Garantia 
do Tempo de Serviço (FGTS). (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) 
§ 8º Não haverá condenação em honorários de sucumbência no incidente de que trata 
este artigo. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020). 
Nesse sentido, o parágrafo único do artigo 187 do CTN estabelece uma ordem de preferência entre 
os créditos tributários das entidades federativas: 
Art. 187. [...] 
Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas 
de direito público, na seguinte ordem: 
I - União; 
II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata; 
III - Municípios, conjuntamente e pró rata. 
Por força desse dispositivo, existindo penhoras de entidades federativas diversas sobre o mesmo 
bem, deve-se pagar em primeiro lugar os créditos tributários da União, depois os créditos tributários 
dos Estados, Distrito Federal e Territórios, e por último os créditos tributários dos Municípios. 
Essa regra foi complementada pelo artigo 29 da Lei de Execuções Fiscais, que possui a seguinte 
redação: 
Art. 29 da Lei 6.830/80 
A cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública não é sujeita a concurso de 
credores ou habilitação em falência, concordata, liquidação, inventário ou arrolamento 
Parágrafo Único - O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas 
de direito público, na seguinte ordem: 
I - União e suas autarquias; 
II - Estados, Distrito Federal e Territórios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata; 
III - Municípios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata. 
A diferença entre um dispositivo e outro é que, neste último, foram incluídos os créditos das 
autarquias, que gozam da mesma preferência estabelecida à entidade federativa correspondente. 
Embora haja vozes na doutrina no sentido da inconstitucionalidade desses dispositivos, por ofensa 
ao princípio da isonomia entre as pessoas políticas, não é isso que tem predominado na 
jurisprudência. Quanto ao tema, há inclusive Súmula do Supremo Tribunal Federal, proferida na 
época da ordem constitucional pretérita: 
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Súmula 563: O concurso de preferência a que se refere o parágrafo único, do art. 187, 
do CTN, é compatível com o disposto no art. 9º, I, da CF/67. 
Em julgado repetitivo, o Superior Tribunal de Justiça considerou que o crédito tributário de autarquia 
federal goza do direito de preferência em relação àquele de que seja titular a Fazenda Estadual, 
desde que coexistentes execuções e penhoras13. 
Os artigos 189 e 190 do CTN dispõem no seguinte sentido: 
Art. 189. São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou 
arrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos tributários vencidos ou 
vincendos, a cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso do processo de 
inventário ou arrolamento. 
Parágrafo único. Contestado o crédito tributário, proceder-se-á na forma do disposto no 
§ 1º do artigo anterior. 
 
Art. 190. São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos 
ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou 
voluntária, exigíveis no decurso da liquidação. 
Os artigos 189 e 190 se aplicam nos casos de inventário e liquidação, quando o sujeito passivo for 
solvente, ou seja, consegue adimplir com todas as suas obrigações. Nesse caso, o pagamento do 
crédito tributário deve ser realizado com prioridade sobre os demais créditos. 
O artigo 191 não apresenta dificuldades, apenas condicionando a extinção das obrigações do falido 
a prova da quitação de todos os tributos. Mais polêmico é o artigo 191-A, que dispõe no seguinte 
sentido: 
Art. 191-A. A concessão de recuperação judicial depende da apresentação da prova de 
quitação de todos os tributos, observado o disposto nos arts. 151, 205 e 206 desta Lei. 
(Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
Por força dessa regra, a concessão da recuperação judicial fica condicionada a uma das seguintes 
circunstâncias, no que tange aos créditos tributários: i) quitação de todos os tributos; ii) 
apresentação de certidão negativa; iii) certidão positiva com efeitos de negativa. 
Nessa esteira, ocorrida a suspensão dos créditos tributários por qualquer das hipóteses do artigo 
151 do CTN, faz-se possível a concessão da recuperação judicial, porque o contribuinte, muito 
embora não tenha quitado seus tributos, obtém uma certidão positiva com efeitos de negativa. O 
 
 
13 STJ - REsp: 957836 SP 2007/0072037-2, Relator: Ministro LUIZ FUX, Data de Julgamento: 13/10/2010, 
S1 - PRIMEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 26/10/2010. 
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mesmo ocorre se o sujeito passivo garante a dívida com uma penhora suficiente à satisfação do 
crédito, conforme enuncia o artigo 206 do CTN: 
Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que conste a 
existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em quetenha sido 
efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa. 
Quanto ao tema, como vimos no capítulo anterior, o parcelamento é causa de suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário, e o artigo 155-A, §3º, prevê que a lei deve dispor sobre condições 
de parcelamento do devedor em recuperação judicial. Com base nesse raciocínio, o STJ tem 
precedentes no sentido de que, caso haja mora da entidade federativa na edição dessa lei, não se 
pode exigir a apresentação de certidões de regularidade fiscal para concessão da recuperação 
judicia.14 
Por fim, dispõem os artigos 192 e 193 do CTN: 
Art. 192. Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida 
sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas 
rendas. 
 
Art. 193. Salvo quando expressamente autorizado por lei, nenhum departamento da 
administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, ou dos Municípios, ou 
sua autarquia, celebrará contrato ou aceitará proposta em concorrência pública sem que 
o contratante ou proponente faça prova da quitação de todos os tributos devidos à 
Fazenda Pública interessada, relativos à atividade em cujo exercício contrata ou 
concorre. 
Os dispositivos são autoexplicativos, dispensando maiores comentários. O artigo 192 condiciona a 
sentença de partilha ou adjudicação à prova da quitação de todos os tributos do espólio. É o que 
também dispõe o artigo 654 do CPC: 
Art. 654. Pago o imposto de transmissão a título de morte e juntada aos autos certidão 
ou informação negativa de dívida para com a Fazenda Pública, o juiz julgará por 
sentença a partilha. 
O artigo 193, por sua vez, afirma que, salvo quando expressamente autorizado por lei, a celebração 
de contrato ou a aceitação de proposta em concorrência pública só podem ser realizadas mediante 
comprovação do interessado de que realizou a quitação de todos os tributos devidos à Fazenda 
Pública interessada, no que tange à atividade em cujo exercício contrata ou concorre. 
 
 
14 STJ, Corte Especial, REsp 1187404/MT Rel. Min. Luis Felipe Salomão, jun. 2013. 
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Assim, o artigo 193 impõe apenas a comprovação da quitação dos tributos com relação à Fazenda 
Pública interessada, e desde que relativos à atividade a que pretende ser contratado. 
Não obstante, há normas mais rigorosas do que a do artigo 193, como a prevista pelos artigos 27 
a 29 da Lei 8.666/93: 
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, 
documentação relativa a: 
I - habilitação jurídica; 
II - qualificação técnica; 
III - qualificação econômico-financeira; 
IV – regularidade fiscal e trabalhista; [...] 
 
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista, conforme o caso, 
consistirá em: 
I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de 
Contribuintes (CGC); 
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver, 
relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e 
compatível com o objeto contratual; 
III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do 
domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei; 
IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por 
Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos 
encargos sociais instituídos por lei. 
V – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho, 
mediante a apresentação de certidão negativa, nos termos do Título VII-A da 
Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio 
de 1943. 
Portanto, o atendimento à exigência do artigo 193 do CTN pode não ser o suficiente para que a 
pessoa jurídica seja contratada pelo poder público. 
 
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2. ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA 
A partir de agora, nos dedicaremos ao estudo da Administração Tributária, cujas normas se 
encontram arroladas no Título IV do Código Tributário Nacional, entre os artigos 194 a 208 desse 
diploma legislativo. 
Por uma questão didática, percorreremos o itinerário proposto pelo Código Tributário Nacional: 
Começaremos estudando as normas sobre fiscalização, depois estudaremos as disposições sobre 
dívida ativa e, por fim, terminaremos o percurso analisando as regras sobre certidões negativas. 
2.1 FISCALIZAÇÃO 
A norma que inaugura o tema é a do artigo 194 do Código Tributário Nacional, que possui a seguinte 
redação: 
Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará, em caráter 
geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a 
competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização 
da sua aplicação. 
Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo aplica-se às pessoas naturais 
ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de 
isenção de caráter pessoal. 
Ao utilizar o termo legislação tributária, quis o Código Tributário Nacional autorizar não apenas à lei 
em sentido estrito a regulamentação das matérias atinentes à competência e aos poderes das 
autoridades administrativas, mas também aos Decretos, às Portarias, às Instruções Normativas e 
aos outros atos infralegais. De fato, o conceito de legislação tributária é bastante amplo, porque 
abarca, nos termos do artigo 98 do CTN, “as leis, os tratados e as convenções internacionais, os 
decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações 
jurídicas a eles pertinentes”. 
Por outro lado, isso não significa que o poder executivo seja totalmente livre para dispor sobre o 
tema. Como defende Hugo de Brito Machado Segundo15 
“[...] as diretrizes e especialmente os limites a serem observados pela atividade de 
fiscalização tributária devem ser estabelecidos em lei. Aspectos instrumentais, porém, 
que cuidam muito mais do funcionamento interno e da organização da própria repartição 
fiscal (v. g., número de fiscais que compõem a equipe, tipos de formulários que devem 
 
 
15 SEGUNDO, Hugo de Brito Machado. Código Tributário Nacional. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2017. 
 
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ser utilizados etc.), podem ser fixados por atos infralegais. Daí a referência do CTN à 
legislação”. 
O parágrafo único reitera que todos têm o dever de se submeter à fiscalização tributária, 
independentemente de ser ou não contribuinte de determinado tributo. Assim, o fato de uma 
entidade ser isenta ou imune não significa que ela não terá que se sujeitar à fiscalização tributária. 
O artigo 195 traz regras sobre o exame de livros, mercadorias e registros contábeis do sujeito 
passivo, ao dispor no seguinte sentido: 
Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer 
disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, 
arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes 
industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los. 
Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os 
comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a 
prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram. 
Portanto, os agentes da administração tributária podem fiscalizar as mercadorias, livros, arquivos,documentos e papéis do sujeito passivo, independentemente de qualquer autorização judicial, mas 
desde que haja pertinência entre o objeto de análise e a finalidade da fiscalização. 
Nesse sentido, não é oponível ao fisco o direito ao sigilo dos livros fiscais, como inclusive deixa 
claro o artigo 1.193 do Código Civil: 
Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste Capítulo ao exame da escrituração, em 
parte ou por inteiro, não se aplicam às autoridades fazendárias, no exercício da 
fiscalização do pagamento de impostos, nos termos estritos das respectivas leis 
especiais. 
A insubmissão ao disposto no artigo 195 do Código Tributário Nacional pode justificar a imposição 
de multa e o lançamento por arbitramento do tributo, sem prejuízo de a Fazenda Pública requerer 
judicialmente a exibição da documentação. 
O parágrafo único determina que os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os 
comprovantes dos lançamentos neles efetuados sejam conservados até que ocorra a prescrição 
dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram. Assim, é importante frisar: o 
prazo de conservação não é de cinco anos, mas até que ocorra a extinção do crédito pela 
prescrição. Na prática, portanto, o prazo de conservação pode ser bem mais longo, pela 
possibilidade de o prazo prescricional ser interrompido ou suspenso. 
O artigo 196 possui a seguinte redação: 
Art. 196. A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências de 
fiscalização lavrará os termos necessários para que se documente o início do 
procedimento, na forma da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a 
conclusão daquelas. 
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Parágrafo único. Os termos a que se refere este artigo serão lavrados, sempre que 
possível, em um dos livros fiscais exibidos; quando lavrados em separado deles se 
entregará, à pessoa sujeita à fiscalização, cópia autenticada pela autoridade a que se 
refere este artigo. 
De fato, o processo administrativo fiscal é orientado pelo princípio documental, porque seus atos 
devem ser formalizados16. 
O fato de a atividade fiscalizatória ser documentada não só é importante para possibilitar o controle 
da sua legalidade, inclusive no âmbito judicial, mas também pelo fato de que o seu início se constitui 
em um importante marco no Direito Tributário, por impedir a realização da denúncia espontânea. 
O artigo 197 arrola uma série de pessoas e entidades que são obrigadas a prestar ao fisco as 
informações de que disponham, com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros: 
Art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade administrativa 
todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades 
de terceiros: 
I - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício; 
II - os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras; 
III - as empresas de administração de bens; 
IV - os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais; 
V - os inventariantes; 
VI - os síndicos, comissários e liquidatários; 
VII - quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em razão de seu cargo, 
ofício, função, ministério, atividade ou profissão. 
Parágrafo único. A obrigação prevista neste artigo não abrange a prestação de 
informações quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a 
observar segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão. 
Como se pode observar, as pessoas arroladas pelo artigo 197 são terceiros, ou seja, não são 
sujeitos passivos da relação obrigacional principal para cuja fiscalização devem contribuir. Não 
 
 
16 PAULSEN, Leandro. Constituição e Código Tributário Comentados à Luz da Doutrina e da 
Jurisprudência. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. 
 
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obstante, têm a obrigação acessória de prestar informações ao fisco, em razão de manterem 
informações relevantes sobre as atividades do sujeito passivo. 
Apesar disso, se as informações estiverem legalmente sob sigilo, em razão do cargo, ofício, função, 
ministério, atividade ou profissão, esses terceiros não são obrigados a repassá-la, conforme deixa 
claro o parágrafo único do artigo 197. 
Questão polêmica sobre o tema dizia respeito a possibilidade de o fisco examinar documentos, 
livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e 
aplicações financeiras. De fato, o artigo 6º da Lei Complementar 105/2001 autoriza essa 
possibilidade, ao dispor no seguinte sentido: 
Art. 6o As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de 
instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações 
financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal 
em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade 
administrativa competente. (Regulamento) 
Parágrafo único. O resultado dos exames, as informações e os documentos a que se 
refere este artigo serão conservados em sigilo, observada a legislação tributária. 
A dúvida que pairava era sobre a constitucionalidade do dispositivo, em razão de existir 
entendimento no sentido de que o sigilo bancário seria matéria sujeita à reserva de jurisdição, o 
que implicaria na necessidade de obtenção de ordem judicial para o acesso a tais informações. 
O Supremo Tribunal Federal, no entanto, pacificou a questão em sentido contrário, ao fixar a 
seguinte tese de Repercussão Geral, quando do julgamento do RE 601.314: “O art. 6º da Lei 
Complementar 105/01 não ofende o direito ao sigilo bancário, pois realiza a igualdade em relação 
aos cidadãos, por meio do princípio da capacidade contributiva, bem como estabelece requisitos 
objetivos e o translado do dever de sigilo da esfera bancária para a fiscal”. 
Assim, a administração tributária pode requisitar diretamente às instituições financeiras os dados 
bancários dos seus correntistas, desde que preenchidos os seguintes pressupostos, previstos pelo 
artigo 6º da Lei Complementar 105/01: a) houver processo administrativo instaurado ou 
procedimento fiscal em curso; b) tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade 
administrativa competente. 
Além disso, as informações obtidas devem ser mantidas sob sigilo, conforme determina o parágrafo 
único do artigo 6º da Lei Complementar 105/01. 
Quanto ao tema atinente ao sigilo fiscal, dispõe o artigo 198 do Código Tributário Nacional: 
Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por 
parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício 
sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a 
natureza e o estado de seus negócios ou atividades. 
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Portanto, a regra é que os dados do sujeito passivo sejam conservados pela fazenda pública 
respectiva, configurando infração administrativa o repasse dessas informações a terceiros. 
Há, no entanto, uma série de exceções a essa regra. O parágrafo primeiro do artigo 198, por 
exemplo, dispõe no seguinte sentido: 
Art. 198 [...] 
§ 1o Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art. 199, os 
seguintes: (Redação dada pela Lcp nº 104, de 2001) 
I – requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça; (Incluído pela Lcpnº 104, 
de 2001) 
II – solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública, 
desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão 
ou na entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere 
a informação, por prática de infração administrativa. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 
O inciso I autoriza o compartilhamento das informações sigilosas com o Poder Judiciário, nos casos 
em que haja decisão judicial autorizando. Esse dispositivo também se aplica às Comissões 
Parlamentares de Inquérito, que possuem poderes de investigação próprios das autoridades 
judiciais (art. 58, § 3º, da CF). 
O inciso II concerne àquelas situações em que paira contra o contribuinte um processo 
administrativo com objetivo de investigar a prática de alguma infração administrativa, seja ela de 
natureza ambiental, concorrencial, etc. Nesse caso, é possível que as informações em poder do 
fisco sejam compartilhadas com o órgão responsável pela apuração da infração, desde que elas 
sejam necessárias para a investigação. Além disso, o intercâmbio deve ser realizado com a 
observância das cautelas previstas pelo parágrafo segundo do artigo 198: 
Art. 198 [...] 
§ 2o O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será 
realizado mediante processo regularmente instaurado, e a entrega será feita 
pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e 
assegure a preservação do sigilo. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 
Também não é vedada a permuta de informações entre as entidades federativas, na forma 
estabelecida pela lei ou convênio: 
Art. 199. A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos 
respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou 
específico, por lei ou convênio. 
O parágrafo único deste dispositivo autoriza ainda que a União possa permutar informações com 
Estados Estrangeiros, na forma estabelecida em tratados, acordo ou convênios. 
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Por fim, o parágrafo terceiro do artigo 198 estabelece uma série de informações que não são 
protegidas pelo sigilo: 
Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por 
parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício 
sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a 
natureza e o estado de seus negócios ou atividades. 
§ 3o Não é vedada a divulgação de informações relativas a: (Incluído pela Lcp nº 104, 
de 2001) 
I – representações fiscais para fins penais; (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 
II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 
III – parcelamento ou moratória. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 
Finalmente, dispõe o artigo 200 do Código Tributário Nacional quanto à requisição de força pública 
pelas autoridades administrativas: 
Art. 200. As autoridades administrativas federais poderão requisitar o auxílio da força 
pública federal, estadual ou municipal, e reciprocamente, quando vítimas de embaraço 
ou desacato no exercício de suas funções, ou quando necessário à efetivação dê medida 
prevista na legislação tributária, ainda que não se configure fato definido em lei como 
crime ou contravenção. 
Essa regra, por óbvio, não autoriza ao fisco o ingresso no domicílio residencial ou profissional do 
contribuinte sem a prévia autorização judicial, conforme salvaguarda prevista pelo artigo 5º, inciso 
XI, da Constituição Federal17. 
2.2 DÍVIDA ATIVA 
O ente público pode figurar como credor ou devedor em uma relação obrigacional. Quando figura 
no polo passivo, a legislação lhe confere diversas prerrogativas para o pagamento do seu débito, 
do que é exemplo o precatório. Quando aparece no polo ativo, também há um caminho privilegiado 
para cobrança da prestação a que faz jus. Uma dessas prerrogativas da Fazenda Pública é apurar 
os créditos devidos e inscrevê-los em um livro chamado de “Dívida Ativa”, que tem como função 
organizar e racionalizar a cobrança desses créditos18. 
 
 
17 HC 93050, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 10/06/2008, DJe-142 
DIVULG 31-07-2008 PUBLIC 01-08-2008 EMENT VOL-02326-04 PP-00700. 
18 LEITE, Harrison. Manual de Direito Financeiro. 2. ed. Salvador: Juspodivm, 2013, p. 155. 
 
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A dívida ativa pode ser de natureza tributária ou não tributária, conforme enuncia o artigo 39 da Lei 
4.320/64: 
Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão 
escriturados como receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas 
rubricas orçamentárias. 
§ 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública dessa natureza, proveniente 
de obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais e multas, e Dívida Ativa 
não Tributária são os demais créditos da Fazenda Pública, tais como os provenientes de 
empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer origem 
ou natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação, 
custas processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos, 
indenizações, reposições, restituições, alcances dos responsáveis definitivamente 
julgados, bem assim os créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de 
subrogação de hipoteca, fiança, aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de 
outras obrigações legais. 
Embora o parágrafo segundo do artigo 39 diga o oposto, não há dúvidas de que, a partir da 
Constituição Federal, os créditos provenientes de empréstimos compulsórios e contribuições 
especiais possuem natureza tributária. 
Uma vez inscrito o crédito em dívida ativa, seja ele de natureza tributária ou não tributária, faz-se 
possível a emissão de certidão que espelhe as informações constantes da inscrição, a qual é um 
título executivo extrajudicial, conforme enuncia o inciso IX do artigo 784 do CPC: 
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: 
X - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; 
De posse dessa certidão, a Fazenda Pública pode ingressar com a ação de execução fiscal contra 
o sujeito passivo. 
Feitas essas considerações, voltemos nossa atenção para o artigo 201 do Código Tributário 
Nacional, que dispõe sobre a dívida ativa tributária: 
Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, 
regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o 
prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular. 
Parágrafo único. A fluência de juros de mora não exclui, para os efeitos deste artigo, a 
liquidez do crédito. 
Do ponto de vista da União Federal, a autoridade administrativa competente para realizar a 
inscrição em dívida ativa é a Procuradoria da Fazenda Nacional, a quem compete realizar o controle 
de legalidade da constituição do crédito tributário: 
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Lei Complementar 73/1993 
Art. 12 - À Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, órgão administrativamente 
subordinado ao titular do Ministério da Fazenda, compete especialmente: 
I - apurar a liquidez e certeza da dívida

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