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Conceitos Fundamentais do Direito Constitucional

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Constitucional 1 (TGE)
Prof.
Aula 1
Conceitos
- Direito
Direito é manifestação do poder. Quem tem o poder, elabora a norma jurídica de acordo com seus interesses.
ex. norma jurídica sobre o jogo de basquete, a arbitrariedade da altura da cesta de basquete pode ser fixada de acordo com
quem faz a regra. Direito nem sempre se traduz em justiça. A escravidão não está em sentido justo, moral e ético e até 1878
existiam normas jurídicas regulamentando a escravidão. Nem tudo que é norma jurídica se traduz em justiça.
Como exemplo mais recente, as votações diretas que só vieram após a constituição de 1988, pois até então o colégio eleitoral
elegia permanentemente os presidentes militares. Outro exemplo, revogado recentemente, como o adultério resultando em pena
privativa de liberdade, também não se enquadrando como ético e moral, comprovando a tese.
A luta da sociedade humana é para o direito expressar o direito coletivo, a soma das vontades coletivas, em um processo e não
sob uma verdade absoluta.
- Legalidade x Legitimidade
Tudo aquilo que é norma jurídica, é legal, e tem característica de legalidade, como a lei que estabelecia a escravidão,
votação fechada e etc. Legítimo é aquilo que é legal e que a sociedade concorda que seja norma jurídica, a concordãncia
popular da lei. O desejo da sociedade é que tudo que seja legal, seja legítimo. A luta da sociedade é para o casamento de
legalidade e legitimidade, porém há leis que não há legalidade ou legitimidade absoluta.
Nenhum de nós concorda com o homicídio, logo possui legitimidade e legalidade plena as leis contra o homicídio. Vamos admitir
que a lei que proíbe o aborto é legal pois proíbe o aborto mas não tem legitimidade plena pois uma parcela da sociedade con_
-corda com a proibição do aborto. 
A legalidade é sempre plena, mas nem sempre existe legitimidade plena.
O direito se manifesta através das normas jurídicas, que para serem eficazes, precisam ter coercibilidade, que consiste no
resultado sancionário a não cumprimento da norma jurídica, estando inerente à norma jurídica. A norma jurídica possui nexo
psicológico, onde é entendido que se alguém não cumpre a norma jurídica, sofrerá uma penalidade. A penalidade é a materiali
dade da coercividade.
- Força do Direito x Direito da força
A força do direito é exatamente o conjunto de normas jurídica, que têm nexo psicológico e caso descumprimento, a penalidade.
O direito de força significa que ele deve ter um poder repressor. Os leigos acreditam que o poder repressor só existe no
Direito Penal, porém por exemplo, alguém bata no meu carro no estacionamento, identificando a pessoa e conversando, ela diz
que não me indenizará e eu proponho uma ação e ganho uma causa de indenizar em 5.000 reais os danos causados ao meu carro.
Se a pessoa não pagar o valor que o juiz arbitrou na decisão, a eficácia da decisão é feita pela execução da mesma, por
meio de penhora. Significando que para o reembolso do prejuízo é necessário o uso da coercibilidade, sendo essencial no
Direito. A coercibilidade é a força do Direito.
Se alguém entrar com um revólver e ameaça a turma de terminar a aula, estabelecendo uma regra existe uma análise de risco
onde se avalia o perigo, já que alguém estabeleceu o Direito da força pelos meios de barbárie e coerção física ou psicológica
, inaceitável pela sociedade. O direito deve ser baseado na força do direito e devemos combater o direito da força.
O direito constitucional deve se basear na força do direito, como qualquer outra norma jurídica. O direito tem fontes.
As fontes do direito são de onde surge o direito. Existem fontes diretas e indiretas. As diretas são aquelas que estão mais
próximas á ordem jurídica, a lei e o costume. As indiretas são a doutrina e a jurisprudência. Logo, o direito não sai do
abstrato, sai de coisas concretas. A fonte concreta mais importante é a Lei. No direito latino/francês a lei é a principal
fonte de direito, inclusive no brasil. No direito constitucional, a lei é a constituição. Já o costume é a prática reiterada
de um determinado comportamento, significando que se repitindo aquela maneira de se comportar, o costume é uma fonte do direi
to.
Os países que se baseam no costume como principal fonte de direito são os países anglo-saxões, alegando que adotam o direito
consuetudinário, ligado ao costume. Como exemplo, a renúncia, que quando alguém renuncia a alguma coisa, não é necessário que
a renúncia seja efetivada pelo poder judiciário ou parlamento. No direito brasileiro há costume de que a renuncia é ato
unilateral, logo não deve ser efetivado por outro poder.
A doutrina é o método de se contemplar hipóteses que não estão estabelecidas pela lei. A lei estabelece os princípios gerais
e a doutrina preenche a lacuna que não é contemplada pela lei. Como por exemplo o julgamento dos embargos infringentes pelo
STF, pois a lei limitava a algumas hipóteses, mas nada específico a essa situação. Logo, foi avaliado o costume do STF e
levantado o que a doutrina diz sobre isso, logo, sendo uma fonte indireta de direito.
Por fim, a jurisprudencias, que são as reiteradas decisões dos tribunais que acabam por interpretar uma matéria de uma deter
minada maneira. Como exemplo a jurisprudência de motoristas que atropelam pessoas em vias expressas, prezume-se a inocência
do condutor. São decisões do poder judiciário que acessoram a manutenção do direito.
- Direito Público x Direito Privado
A doutrina diz que essa divisão não faz mais sentido, é um conceito envelhecido. Todas as vezes que o Estado faz parte da
relação jurídica, é autor ou réu, estamos diante de direito público. Quando o Estado não faz parte da relação jurídica, 
temos o direito privado. O direito constitucional é um direito público. Por exemplo, uma sentença de pensão alimentícia,
o Estado é o inteveniente dessa relação jurídica, logo, é uma relação do Direito Privado.
O principal ramo do direito público é o Direito Constitucional. Ele é a moldura da relação jurídica, estabelecendo regras
comportamentais e princípios para os diversos ramos do Direito. Estabelece o que pode e não pode na ordem jurídica. O
DC evoluiu na história da sociedade humana de maneira intensa, começando na Carta Constitucional Americana, grande passo
de formulação teórica e prática da sociedade Norte americana. A partir disso, temos outro marco com a Constituição Francesa.
Não há como ter um estado democrático sem o direito constitucional. É um marco importante na civilização dos países.
O DC é um direito público já que quem garante a constituição é o Estado, que organiza a sociedade, estabelecendo normas, po
der judiciário, legislativo e etc. É iminentemente um direito público.
A história brasileira tem a primeira constituição de 1824, a const. da mandioca. A segunda é a de 1981, primeira constitui
ção republicana no brasil. A terceira, a de 1834, que redemocratiza o país depois do movimento armado de 1930. A quarta,
é a de 1937, a polaca, inspirada no estado fascista polonês. A quinta, de 1946, da redemocratização, a de 1967 é inspirada 
em Francisco Câmara, uma constituição autoritária, do golpe militar. a de 1969 foi emendada e se considera uma nova. Final
mente, temos a de 1988, com as diretas e a volta da democracia.
A constituição organiza a sociedade, estabelece direitos e deveres da cidadania, estrutura o poder executivo, legislativo e
judiciário, estabelece a ordem econômica, estabelece os conceitos do MP, e estabelece os princípios gerais da sociedade. É
um direito eminentemente político.
O direito penal é outro ramo do direito público, pois ele faz parte do aparelho do Estado. Quem denuncia a prática de ilici
tudes é o Estado. Há uma tendência no mundo fazer uma parte do direito penal como privado, como no brasil, como por exemplo,
lesões de pequenas gravidades, ficam na dependência da vítma fazer a denúncia ou não. Essa definição vem dos EUA, permitindo
que as partes negociem a situação, quando
é de teor pouco ofensivo. O direito penal é iminentemente público e excepcionalmen
te, privado.
O direito constitucional interfere intensamente o direito penal, estabelecendo limites ao aparelho do estado em punir as
pessoas, pois a sociedade humana só será democrática com muita repressão. O DP é um direito em plena evolução onde se há
a preocupação de se tornar cada vez menos repressor e sim com um caráter de reintegrar o condenado à sociedade, de maneira
pacífica. O autor da ação é sempre o MP.
O DC interfere como por exemplo, com o tribunal do juri, habeas corpus, que também são instrumentos do DP. Há também, duplo
grau de juridisção, possibilitando a pessoa ser julgada por pelo menos dois julgamentos para caracterizar sua culpa. Outro
instrumento é a presunção da inocência, que significa que até que se prove o contrário, o indivíduo é inocente. Não se pre
sume a culpa.

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