Buscar

Linguagem Jurídica

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

1ª aula A comunicação jurídica. Níveis de linguagem.docx
UNISUAM
LINGUAGEM JURÍDICA
PROFª LIDIA CALDEIRA
1ª AULA LÍNGUA E LINGUAGEM
RESENHA DA OBRA LINGUAGEM JURÍDICA E ARGUMENTAÇÃO: TEORIA E
PRÁTICA. 
LÍNGUA
A língua constitui uma convenção social entre determinado povo, o qual desenvolve coletivamente signos linguísticos e lhes atribui significado. Tais signos linguísticos são sons articulados (fala) ou sinais gráficos (escrita) que formam palavras (significantes) às quais determinado sentido é agregado (significado).
Assim, por ser um acordo coletivo, todos os usuários de uma mesma língua passam a atribuir a cada significante o(s) mesmo(s) significado(s), ainda que, abstratamente, não exista correspondência direta, concreta e lógica entre os sons ou letras e os objetos aos quais eles se referem.
A língua é o meio comunicativo mais especializado que há, possibilitando ao ser humano formular e expor detalhadamente, por meio de códigos linguísticos, os pensamentos abstratos. E, por conseguinte, o domínio da língua lhe possibilita decodificar os códigos linguísticos que lhes são apresentados pelos outros falantes, assimilando as ideias expostas. Trata-se, portanto, do meio de comunicação mais eficaz e complexo que existe. Tão eficaz, que é utilizado pelo ser humano até mesmo para formular ideias consigo mesmo: pensamos em português, por exemplo.
2 - LINGUAGEM
Uma vez delineadas as principais observações sobre a língua, importa ve- rificar a outra face da dicotomia, a saber, a linguagem, gênero do qual a língua é uma espécie. Pode-se assim dizer porque toda língua é uma manifestação da linguagem, mas nem toda linguagem se manifesta por meio de uma língua.
Em razão disso, classifica-se a linguagem em verbal e não verbal. Será verbal quando a comunicação for realizada por meio de uma língua, seja na forma falada ou escrita. Por outro lado, será não verbal quando a comunicação é praticada sem a utilização de uma língua, como, por exemplo, a linguagem gestual.
Vale citar que a comunicação não se circunscreve aos seres humanos. Ela existe entre os animais, também. Todos sabem, por exemplo, quando um cão está alegre, pelo gesto de balançar a cauda, e sabem quando pretende demonstrar ferocidade, ao rosnar e mostrar os dentes.
Entretanto, embora possam desenvolver a comunicação por meio de lingua- gens próprias, os animais não desenvolvem o domínio de uma língua, sendo esta aptidão exclusiva dos seres humanos. Mesmo aqueles animais que possuem a capacidade de pronunciar palavras, como certas aves, não o fazem com o intuito de trocar informações, mas tão somente repetem o que ouvem.
2.1 - NÍVEIS DE LINGUAGEM (EM GERAL)
A linguagem se exterioriza por meio do uso da língua pelo falante. Como os falantes são muitos, eles se expressam de variadas formas, de acordo com as circunstâncias em que se encontram. Costuma-se falar em três níveis (registros) de linguagem: nível culto, familiar e popular.
A linguagem culta ou formal consiste na variante tida por gramaticalmente correta. Sendo a língua um fato, cujo uso a legitima, importante se faz que haja normas a fim de que sua unidade não se esvaia.
A linguagem familiar ... aquela usada no dia a dia, em casa, na rádio, na televisão, enfim, na comunicação, no trato corrente ao longo do dia.
Parece claro que o nível familiar é menos rígido, a gramática não é seguida ao pé da letra. O jurista, por exemplo, na hora do café ou em casa, não vai usar o jargão jurídico. Todos merecemos descanso, do nível culto inclusive.
A linguagem popular ... (variante do povo) é própria dos menos aquinhoados culturalmente, com menor grau de escolaridade, ou mesmo analfabetos. Como consequência, o vocabulário é restrito, eivado de desvios gramaticais, comumente contaminado pela gíria, abusivo nos recursos enfáticos, e, por vezes, com termos de baixo calão. Mantém estreita relação com a língua oral, sendo raramente utilizada na língua escrita.
BIBLIOGRAFIA:
TRUBILHANO, Fabio; HENRIQUES, Antonio. Linguagem jurídica e argumentação: teoria e
prática. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2012.
1� Aula Exerc�cio Homenagem ao Malandrto Chico Buarque.docx
UNISUAM
LINGUAGEM JURÍDICA
PROFª LIDIA CALDEIRA
EXERCÍCIO
Homenagem ao Malandro
Chico Buarque 
Eu fui fazer um samba em homenagem
à nata da malandragem, que conheço de outros carnavais.
Eu fui à Lapa e perdi a viagem,
que aquela tal malandragem não existe mais.
Agora já não é normal, o que dá de malandro
regular profissional, malandro com o aparato de malandro oficial,
malandro candidato a malandro federal,
malandro com retrato na coluna social;
malandro com contrato, com gravata e capital, que nunca se dá mal.
Mas o malandro para valer, não espalha,
aposentou a navalha, tem mulher e filho e tralha e tal.
Dizem as más línguas que ele até trabalha,
Mora lá longe chacoalha, no trem da central!
Analisando a música Homenagem ao Malandro:
Podemos perceber que a evolução da sociedade capitalista modificou o significado para o significante malandro.
Justifique a afirmação acima.
Identifique as linguagens utilizadas por Chico Buarque na presente obra. Justifique sua resposta.
1� aula SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO.docx
UNISUAM
LINGUAGEM JURÍDICA 
PROFª LIDIA CALDEIRA
1ª AULA B
SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
Significante e  significado
O signo linguístico ( palavra) é composto de duas partes chamadas SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO
1.   Significante: parte física da palavra( grafia + som).
2.   Significado: conceito transmitido pelo significante. 
Exemplo:
Observe que a mulher da charge não sabe o significado de "recíproco"; assim temos o significante RECÍPROCO , cujo significado não é mencionado, mas sabemos que é "igualmente"
Podemos ter um significante com mais de um significado.Nesse caso, temos polissemia da linguagem( poli= vários; semia= significado)
Manga: fruto da mangueira.
Manga: parte de uma peça de roupa.
Salsa: tipo de tempero
Salsa: tipo de dança
fonte: Blog da Fátima
http://fatimalp.blogspot.com.br/2012/02/significante-e-siginificado.html
Postado por A. Fátima Fuini às segunda-feira, fevereiro 13, 2012 
2� aula Estilos da Linguagem.docx
UNISUAM
LINGUAGEM JURÍDICA 
PROFª LIDIA CALDEIRA
2ª AULA
Questão de estilo
Linguagem Jurídica: é difícil escrever direito?
Compartilhar
Por Roger Luiz Maciel
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR...
Se você não é advogado, juiz ou promotor pode estranhar a coleção de pronomes de tratamento acima. Porém, se já é do ramo, sabe que é dessa forma que se inicia uma petição jurídica.
Excesso de rigor formal ou demonstração exagerada de respeito?
Nota-se ambos. O uso de três pronomes de tratamento, quando um é suficiente, mostra excesso de formalismo na confecção do requerimento e, ao mesmo tempo, deixa uma demonstração de exagerado respeito para com o destinatário.
Quanto ao rigor formal, tem-se que é inerente ao procedimento jurídico. A área do direito é revestida de formalidades e solenidades que a própria lei determina. Condena-se, porém, o excesso. Este, infelizmente é comum na linguagem jurídica. Há o caso sabido de uma petição inicial contendo cento e vinte páginas. Apesar de estar bem encadernada, foi devolvida pelo juiz com um pedido para ser mais sucinta. Refeita, ficou com setenta páginas. Por se tratar de uma simples reclamação trabalhista, o juiz novamente devolveu o pedido, exigindo mais objetividade. Por fim, o advogado entregou a petição com catorze páginas. É exemplo que demonstra o excesso na linguagem e o alto custo do mesmo nas veredas jurídicas. Veja o tempo que gastou, além de várias laudas e idas e vindas desnecessárias ao órgão judiciário, o autor dessa peça.
Da mesma forma, a maioria das petições advocatícias está recheada de citações e repetições desnecessárias. Há transcrição exagerada de textos de leis, doutrinas e jurisprudências. Desconsidera o advogado, que um par de teses favoráveis ao seu pedido já é suficiente. O juiz nunca lerá integralmente uma petição extensa. Para conseguir despachar inúmeros processos diariamente, é obrigado a dispensar o supérfluo e se ater apenas ao essencial. Ao exagerar em citações, o peticionário estará somente desperdiçando tempo e engrossando os autos processuais. A economia textual é palavra de ordem na órbita da justiça e elemento mor para a celeridade dos processos. Ater-se ao formalmente necessário é meia causa ganha pelo profissional do direito.
Além do aspecto gramatical observado no uso de um trio pronominal quando do endereçamento da peça, nota-se também um exagerado respeito no tratamento da autoridade judiciária. Destarte a importância do magistrado na locução da justiça pretendida, não há motivo para se fazer pedante um apelo a essa autoridade. Tal reverência frente o poder público é de origem política e remonta época já ultrapassada pela nossa sociedade. A importância do Juiz, seja pelo cargo ou pelo polo que ocupa na relação jurídica, é sacramentada na palavra “Excelência”, dispensando a mesma outros termos da mesma classe gramatical, para ensejar maior cortesia ou dignidade no tratamento.
Mais do que respeito no tratamento, demonstra-se certo temor diante da autoridade, ignorando-se que um despacho favorável ou não por parte desta, independerá da quantidade de pronomes elencados na inicial. Porém, esse padrão gramatical forçado, ocorre por vezes de forma fortuita, apenas por fazer parte do vocabulário jurídico tradicional. É uma prática herdada de outros tempos, arraigada nos liames forenses, cujo emprego corrente parece justificar qualquer inadequação gramatical. Vem esse maneirismo da mesma época em que a autoridade devia ser temida em vez de respeitada. Ou seja, é algo superado.
Fica difícil dissociar o padrão linguístico jurídico de sua embalagem arcaica. Justamente numa época em que os meios de comunicação se mostram cada vez mais rápidos, em que a informação chega a vários lugares ao mesmo tempo, prescindindo de uma linguagem de equivalente eficácia, vê-se no âmbito da Justiça, a estagnação da língua ancorada em uma maneira arcaica de se pronunciar.
O uso do “Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz” é mera ilustração. Pode-se citar outros exemplos de excesso e exagero retirados de peças jurídicas: “V. Exª, data vênia, não adentrou às entranhas meritórias doutrinárias e jurisprudenciais acopladas na inicial, que caracterizam, hialinamente, o dano sofrido.” Ou então:
Com espia no referido precedente, plenamente afincado, de modo consuetudinário, por entendimento turmário iterativo e remansoso, e com amplo supedâneo na Carta Política, que não preceitua garantia ao contencioso nem absoluta nem ilimitada, padecendo ao revés dos temperamentos constritores limados pela dicção do legislador infraconstitucional, resulta de meridiana clareza, tornando despicienda maior peroração, que o apelo a este Pretório se compadece do imperioso prequestionamento da matéria abojada na insurgência, tal entendido como expressamente abordada no Acórdão guerreado, sem o que estéril se mostrará a irresignação, inviabilizada ab ovo por carecer de pressuposto essencial ao desabrochar da operação cognitiva. PARTE
(Disponível no site www.conjur.com.br/2007-jul-25/linguagem_jur , acesso em 10.05.2007)
Exercício:
A petição inicial é a peça que dá início à ação. 
O Poder Judiciário não age de ofício, ou seja, precisa ser provocado. 
Ao buscar uma solução através do Poder Judiciário, é preciso protocolizar uma peça na distribuição, e por sorteio eletrônico. Esta peça inicial ou exordial é a que dará início à demanda, e deverá conter as partes essenciais previstas no artigo 282 do Código de Processo Civil.
Dentre tais elementos essenciais, temos no inciso III – os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido.
Esta parte vamos dividir em duas: Dos Fatos e Do Direito.
A primeira parte você já pode preparar, a segunda fará parte do saber jurídico que vai alcançar ao longo do curso.
ATIVIDADE
Agora, imagine que o vizinho de seu cliente cria pombos, num apartamento. O apartamento é um verdadeiro pombal. Ele deixa a janela aberta e os pombos entram e saem, com todas as consequências que se pode prever. Você foi contratado para ajuizar no Juizado Especial uma ação de obrigação de não fazer.
Prepare a parte da petição DOS FATOS.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando