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ADOÇÃO Professor Edgard Audomar Marx Neto emarx@direito.ufmg.br 28 de novembro de 2014 CADASTRO NACIONAL DE ADOÇÃO • Criado pelo CNJ em 29 de abril de 2008 • Organizar e tornar mais eficiente o processo de adoção • Duração média do processo: 1 ano CADASTRO NACIONAL DE ADOÇÃO Procedimento (art. 197-A et seq. ECA): • Requerimento de inscrição para adoção • Curso de preparação psicossocial e jurídica para adoção • avaliação psicossocial com entrevistas e visita domiciliar • CerTficado de habilitação (validade de dois anos) • Cadastro único • Estágio de convivência • Guarda provisória • Adoção Pretendentes cadastrados Crianças/adolescentes cadastrados 32950 5664 Interesse Total Crianças aptas Sexo feminino 10261 2460 Sexo masculino 3182 3204 Indiferente 20184 - Interesse Total Aptos Somente raça branca 9136 1817 Aceitam raça branca 30076 Somente raça negra 608 1034 Aceitam raça negra 13790 Somente raça amarela 313 23 Aceitam raça amarela 14544 Somente raça parda 1820 2764 Aceitam raça parda 22982 Somente raça indígena 303 32 Aceitam raça indígena 13395 Aceitam brancas ou amarelas 9422 - Aceitam brancas ou pardas 16702 - Aceitam amarelas ou pardas 1855 - Aceitam brancas, amarelas ou pardas 18027 - Indiferentes em relação à raça 14774 - Interesse Total Aptos Região Norte 925 168 Região Nordeste 3141 715 Região Centro-Oeste 220 425 Região Sudeste 15340 2688 Região Sul 111324 1668 Minas Gerais Interessados Aptos Qtde. 3980 676 Interesse Total Aptos Com 0 anos de idade 4225 25 Com 1 ano de idade 5825 49 Com 2 anos de idade 6533 70 Com 3 anos de idade 6510 89 Com 4 anos de idade 3820 89 Com 5 anos de idade 3796 114 Com 6 anos de idade 1546 138 Com 7 anos de idade 763 144 Com 8 anos de idade 385 204 Com 9 anos de idade 151 310 Com 10 anos de idade 279 338 Com 11 anos de idade 59 425 Com 12 anos de idade 95 510 Com 13 anos de idade 25 586 Com 14 anos de idade 17 636 Com15 anos de idade 31 636 Com 16 anos de idade 10 633 Com 17 anos de idade 41 621 Irmãos 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Qtde. 1289 1296 1092 833 485 316 174 82 66 14 10 6 1 É gêmeo? NÃO SIM Qtde. 5530 134 Pretendentes que aceitam adotar 1 criança 26201 2 crianças 6377 3 crianças 295 4 crianças 35 5 crianças 8 6 ou mais crianças 4 Gêmeos 7281 Irmãos 6880 Não aceitam gêmeos 25669 Não aceitam irmãos 26070 Doença e/ ou deficiência Doença tratável Doença não tratável Deficiência Qsica Deficiência mental Vírus HIV Nenhuma Ignorado Qtde. 418 164 223 481 116 4383 242 Pretendente Casal Feminino Masculino Qtde. 29405 3130 415 Estado civil Casado Divorciad o Separado Solteiro União estável Viúvo Qtde. 25558 636 179 2782 3569 226 Faixa etária 18-20 21-30 31-40 41-50 51-60 + 61 Qtde. 10 1113 11474 13823 4821 991 Faixa salarial Sem rendimen tos Até ¼ ¼ - ½ ½ - 1 1 - 2 2 - 3 3 - 5 5 - 10 10 - 15 15 - 20 20 - 30 +30 Qtde. 707 966 50 691 4745 5835 7524 7379 2607 1095 851 500 Filhos biológicos NÃO SIM Qtde. 25199 7751 Filhos adobvos NÃO SIM Qtde. 30371 2579 HISTÓRICO Código Civil de 1916 • Art. 336. A adoção estabelece parentesco meramente civil entre o adotante e o adotado (art. 375). • Art. 368. Só os maiores de cinqüenta anos, sem prole legíTma, ou legiTmada, podem adotar. • Art. 368. Só os maiores de 30 (trinta) anos podem adotar. (Redação dada pela Lei nº 3.133, de 1957). • Parágrafo único. Ninguém pode adotar, sendo casado, senão decorridos 5 (cinco) anos após o casamento. (Incluído pela Lei nº 3.133, de 1957). • Art. 369. O adotante há de ser, pelo menos, dezoito anos mais velho que o adotado • Art. 369. O adotante há de ser, pelo menos, 16 (dezesseis) anos mais velho que o adotado. (Redação dada pela Lei nº 3.133, de 1957). • Art. 370. Ninguém pode ser adotado por duas pessoas, salvo se forem marido e mulher. • Art. 371. Enquanto não der contas de sua administração, e saldar o seu alcance, não pode o tutor, ou curador, adotar o pupilo, ou o curatelado. • Art. 372. Não se pode adotar sem o consenTmento da pessoa, debaixo de cuja guarda esTver o adotando, menor, ou interdito. • Art. 372. Não se pode adotar sem o consenTmento do adotado ou de seu representante legal se fôr incapaz ou nascituro. (Redação dada pela Lei nº 3.133, de 1957). • Art. 373. O adotado, quando menor, ou interdito, poderá desligar-se da adoção no ano imediato ao em que cessar a interdição, ou a menoridade. Código Civil de 1916 • Art. 374. Também se dissolve o vinculo da adoção: I. Quando as duas partes convierem. II. Quando o adotado cometer ingraTdão contra o adotante. • Art. 374. Também se dissolve o vínculo da adoção: (Redação dada pela Lei nº 3.133, de 1957). I. Quando as duas partes convierem. (Redação dada pela Lei nº 3.133, de 1957). II. Nos casos em que é admiTda a deserdação. (Redação dada pela Lei nº 3.133, de 1957). • Art. 375. A adoção far-se-á por escritura pública, em que se não admite condição, em termo. • Art. 376. O parentesco resultante da adoção (art. 336) limita-se ao adotante e ao adotado, salvo quanto aos impedimentos matrimoniais, á cujo respeito se observará o disposto no art. 183, ns. III e V, • Art. 377. A adoção produzirá os seus efeitos ainda que sobrevenham filhos ao adotante, salvo se, pelo fato do nascimento, ficar provado que o filho estava concebido no momento da adoção. • Art. 377. Quando o adotante Tver filhos legíTmos, legiTmados ou reconhecidos, a relação de adoção não envolve a de sucessão hereditária. (Redação dada pela Lei nº 3.133, de 1957). • Art. 378. Os direitos e deveres que resultam do parentesco natural não se exTnguem pela adoção, exceto o pátrio poder, que será transferido do pai natural para o adoTvo. Código Civil de 1916 Adoção à brasileira Constituição de 1988 Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda ConsTtucional nº 65, de 2010) [...] § 5º - A adoção será assisTda pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua efeTvação por parte de estrangeiros. § 6º - Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relaTvas à filiação. Equiparação de direitos • Lei 12.873/2013 Art. 5º A Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar com as seguintes alterações: “Art. 71-A. Ao segurado ou segurada da Previdência Social que adotar ou obbver guarda judicial para fins de adoção de criança é devido salário-maternidade pelo período de 120 (cento e vinte) dias. § 1º O salário-maternidade de que trata este arTgo será pago diretamente pela Previdência Social. § 2º Ressalvado o pagamento do salário-maternidade à mãe biológica e o disposto no art. 71-B, não poderá ser concedido o beneqcio a mais de um segurado, decorrente do mesmo processo de adoção ou guarda, aindaque os cônjuges ou companheiros estejam submeTdos a Regime Próprio de Previdência Social.” (NR) “Art. 71-B. No caso de falecimento da segurada ou segurado que fizer jus ao recebimento do salário-maternidade, o beneqcio será pago, por todo o período ou pelo tempo restante a que teria direito, ao cônjuge ou companheiro sobrevivente que tenha a qualidade de segurado, exceto no caso do falecimento do filho ou de seu abandono, observadas as normas aplicáveis ao salário-maternidade. § 1º O pagamento do beneqcio de que trata o caput deverá ser requerido até o úlTmo dia do prazo previsto para o término do salário-maternidade originário. § 2º O beneqcio de que trata o caput será pago diretamente pela Previdência Social durante o período entre a data do óbito e o úlTmo dia do término do salário-maternidade originário e será calculado sobre: I - a remuneração integral, para o empregado e trabalhador avulso; II - o úlTmo salário-de-contribuição, para o empregado domésTco; III - 1/12 (um doze avos) da soma dos 12 (doze) úlTmos salários de contribuição, apurados em um período não superior a 15 (quinze) meses, para o contribuinte individual, facultaTvo e desempregado; e IV - o valor do salário mínimo, para o segurado especial. § 3º Aplica-se o disposto neste arTgo ao segurado que adotar ou obTver guarda judicial para fins de adoção.” “Art. 71-C. A percepção do salário-maternidade, inclusive o previsto no art. 71-B, está condicionada ao afastamento do segurado do trabalho ou da aTvidade desempenhada, sob pena de suspensão do beneqcio.” Equiparação de direitos • Lei 12.873/2013 Art. 6º A Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, passa a vigorar com as seguintes alterações: “Art. 392-A. À empregada que adotar ou obbver guarda judicial para fins de adoção de criança será concedida licença-maternidade nos termos do art. 392. ............................................................................................ § 5º A adoção ou guarda judicial conjunta ensejará a concessão de licença- maternidade a apenas um dos adotantes ou guardiães empregado ou empregada.” (NR) "Art. 392-B. Em caso de morte da genitora, é assegurado ao cônjuge ou companheiro empregado o gozo de licença por todo o período da licença- maternidade ou pelo tempo restante a que teria direito a mãe, exceto no caso de falecimento do filho ou de seu abandono.” “Art. 392-C. Aplica-se, no que couber, o disposto no art. 392-A e 392-B ao empregado que adotar ou obTver guarda judicial para fins de adoção.” Sucessão legislativa • Estatuto da criança e do adolescente – Lei 8.069/90 • Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relaTvas à filiação. • Código Civil de 2002 • Art. 1.596. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relaTvas à filiação. • “Nova” lei de adoções – Lei 12.010/2009 REGIME JURÍDICO Código Civil de 2002 CAPÍTULO IV Da Adoção Art. 1.618. A adoção de crianças e adolescentes será deferida na forma prevista pela Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Art. 1.619. A adoção de maiores de 18 (dezoito) anos dependerá da assistência efeTva do poder público e de sentença consTtuTva, aplicando-se, no que couber, as regras gerais da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Art. 1.620. a 1.629. (Revogados pela Lei nº 12.010, de 2009) ECA • Direito à convivência familiar (art. 19) • Família natural, extensa ou ampliada, e subsTtuta Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afeTvidade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) • Acolhimento familiar ou insTtucional • Reavaliação em 6 meses • Prazo máximo de 2 anos • Prevalência da manutenção ou reintegração na família • Lei 12.962/2014: garanTa de convivência com o genitor privado de liberdade, que também alterou o art. 23, § 2º: • § 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a desTtuição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra o próprio filho ou filha. ECA • Excepcionalidade da perda ou suspensão do poder familiar Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais. Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não consTtui moTvo suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar. (Expressão subsTtuída pela Lei nº 12.010, de 2009) § 1º Não exisTndo outro moTvo que por si só autorize a decretação da medida, a criança ou o adolescente será manTdo em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em programas oficiais de auxílio. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) § 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a desTtuição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra o próprio filho ou filha. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento injusTficado dos deveres e obrigações a que alude o art. 22. ECA • Excepcionalidade da colocação em família subsTtuta Art. 29. Não se deferirá colocação em família subsTtuta a pessoa que revele, por qualquer modo, incompaTbilidade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado. Art. 30. A colocação em família subsTtuta não admiTrá transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a enTdades governamentais ou não-governamentais, sem autorização judicial. Art. 31. A colocação em família subsTtuta estrangeira consTtui medida excepcional, somente admissível na modalidade de adoção. AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE ADOÇÃO - GUARDA PROVISÓRIA - MENORES RECOLHIDOS EM ABRIGO HÁ MAIS DE DOIS ANOS - ECA, ART. 19, §2º - INOBSERVÂNCIA - PERMANÊNCIA PREJUDICIAL AO SEU DESENVOLVIMENTO - AFASTAMENTO DA FAMÍLIA EXTENSA HÁ TRÊS ANOS - AMBIENTE FAMILIAR DA AVÓ MATERNA VULNERÁVEL - FAMILIARES COM HISTÓRICO DE ENVOLVIMENTO COM DROGAS - CONDIÇÕES DOS PRETENSOS ADOTANTES EM RECEBER AS CRIANÇAS - DEMONSTRAÇÃO - SUSPENSÃO DO PROCESSO ATÉ JULGAMENTO DA AÇÃO DE DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR - DESCABIMENTO - RECURSO PROVIDO. 1. Na definição da guarda, ainda que em caráter liminar, o julgador deve levar em consideração o princípio do melhor interesse da criança, observando as peculiaridades do caso concreto. 2. Gravidade da situação em que se encontram os menores, insTtucionalizados há quase três anos, em desconformidade com o que determina do art. 19, § 2º, do ECA, restando demonstrado, ainda, que a permanência no abrigo tem sido prejudicial ao seu desenvolvimento. 3. Infantes afastados da família extensa há três anos, rompendo-se o contato com a avó materna, a qual, conquanto ciente da condição dos netos e do local onde se encontravam, somente esteve com eles por uma vez em todo este período. 4. A preferência que o ECA determinaà manutenção da criança na família natural ou extensa, nos termos de seu art. 39, § 1º, somente se jusTfica quando há convivência e vínculos de afinidade e afeTvidade, principalmente por parte da criança, a teor da disposição conTda no art. 25, parágrafo único, do mesmo estatuto, quando conceitua a família extensa como "aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança convive e mantém vínculos de afinidade e afeTvidade”. 5. Ambiente familiar da avó materna vulnerável, com histórico de filhos e neto com envolvimento com drogas. Manifesta inadequação do ambiente da família extensa para a criaç ão dos infantes. 6. Demonstração de que os pretensos adotantes têm plenas condições para acolher as crianças, com as quais manTnham convivência através do sistema de apadrinhamento há aproximadamente um ano, vislumbrando-se, a princípio, a adequação da situação familiar dos pretensos guardiães para o exercício do pátrio poder. 7. Embora a desbtuição do poder familiar seja prejudicial à adoção (art. 45, §1º, do ECA), considerando que o trâmite do processo envolve diversas medidas precedentes à sentença que consbtui o vínculo de adoção propriamente dito, que independem da efebva desbtuição do poder familiar, a suspensão do processo mostra-se contrária aos princípios da economia e celeridade processuais. 8. Recurso provido. (TJMG - Agravo de Instrumento-Cv 1.0338.13.008604-8/001, Relator(a): Des.(a) Áurea Brasil , 5ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 11/09/2014, publicação da súmula em 16/09/2014) ECA • Família subsTtuta (art. 28) • Guarda • Tutela • Adoção • OiTva da criança (§ 1º) • Estágio de desenvolvimento • Grau de compreensão • ConsenTmento do maior de 12 anos • Grau de parentesco e relação de afinidade ou afeTvidade CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. FAMÍLIA. DESTITUIÇÃO DO PÁTRIO PODER. MENOR. FAMÍLIA SUBSTITUTA. CASO PECULIAR. MIGRAÇÃO DA MÃE PARA O SUL DO BRASIL EM BUSCA DE MELHORES CONDIÇÕES. MAUS-TRATOS E SITUAÇÃO DE RISCO. CONFIRMAÇÃO. PRETENSÃO DE ATRIBUIÇÃO DA GUARDA À AVÓ MATERNA. INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO COM A FAMÍLIA ESTENDIDA (AVÓS, TIOS E PRIMOS). ADOÇÃO CONCLUÍDA. PREVALÊNCIA DO INTERESSE DO MENOR. ESTABILIDADE NA CRIAÇÃO E FORMAÇÃO. NECESSIDADE. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO. Na hipótese em que a genitora deixa a casa dos pais e migra para o sul do país em busca de melhores condições, optando por levar consigo filha menor, cumpre-lhe proteger a criança e dela cuidar, garanTndo-lhe sustento, guarda, companhia e educação em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes (ConsTtuição Federal e Estatuto da Criança e Adolescente). Se não há controvérsia sobre o fato de a menor ter sido víTma de negligência e de maus-tratos e encontrar-se em situação de risco, desTtui-se o pátrio poder. Estando a criança em situação de risco e não subsisTndo nenhum vínculo afeTvo entre ela e a família de origem, prevalece o interesse da menor, que deve ser inserida em família subsTtuta, sobretudo quando há no cia de que o processo de adoção já foi concluído. Recurso especial desprovido. (REsp 1422929/SC, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, Rel. p/ Acórdão Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 24/04/2014, DJe 12/08/2014) ECA • Preservação dos vínculos fraternais § 4º Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma família subsTtuta, ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou outra situação que jusTfique plenamente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento definiTvo dos vínculos fraternais. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) • Preservação dos vínculos étnicos (idenTdade social e cultural) • Quilombolas • Indígenas ECA • Guarda (art. 33) • Assistência material, moral e educacional • Regularizar posse de fato • Incidental em tutela ou adoção • Autonomia excepcional: § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito de representação para a práTca de atos determinados. • Convivência com o poder familiar: § 4ºß Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário, da autoridade judiciária competente, ou quando a medida for aplicada em preparação para adoção, o deferimento da guarda de criança ou adolescente a terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação específica, a pedido do interessado ou do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) EMENTA: DIREITO CIVIL - GUARDA DE MENOR - AÇÃO AJUIZADA PELA TIA MATERNA - GENITOR PRESENTE - AUSÊNCIA DE SITUAÇÃO IRREGULAR OU DE RISCO - IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. - A guarda encontra-se disciplinada pelo art. 33, do Estatuto da Criança e do Adolescente, o qual prevê que a sua concessão, fora dos casos de tutela e adoção, é medida excepcional. - Estando a criança em convivência con nua com ao menos um dos pais biológicos e não havendo qualquer situação irregular ou de risco, não deve ser deferida a guarda da menor à Ta. - Os parentes próximos podem auxiliar e conviver com a criança sem que seja necessária a modificação da guarda. - Recurso provido. V.v. DIREITO DE FAMÍLIA. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE GUARDA. GUARDA DE FATO EXERCIDA PELA TIA MATERNA DESDE O FALECIMENTO DA GENITORA DA CRIANÇA. MANIFESTAÇÃO DE VONTADE DA MENOR EM PERMANECER SOB OS CUIDADOS DA FAMÍLIA MATERNA. SUPREMACIA DO INTERESSE DA MENOR. MANUTENÇÃO DA SITUAÇÃO FÁTICA. SENTENÇA CONFIRMADA. - A custódia da criança deve ser deferida a quem ofereça melhores condições para educá-la e criá-la, proporcionando segurança, saúde, educação, afeto, dentre outros interesses primordiais para o seu completo desenvolvimento. - Diante do conflito instalado entre o genitor e a ba materna, quem possui a guarda de fato da menor, há que prevalecer o interesse da infante, afastando-a de situações conflitantes. - A transferência da guarda a terceiro é medida excepcional (art. 33, §2º, ECA), mas deve-se analisar se será benéfica à menor e se a deixará em situação mais favorável do que se esTvesse sob a guarda dos pais, Ttulares do poder familiar. - Em que pese o vínculo afeTvo entre pai e filha, a menor desde o óbito de sua genitora permaneceu sob os cuidados de sua Ta materna, manifestando o seu interesse em conTnuar sob os seus cuidados. - Constatado pelos estudos sociais que a criança, na companhia da família materna, tem toda a assistência espiritual, material e moral, não se jusTfica que se lhe subtraia o direito a tais prerrogaTvas. - Recomendável preservar o status quo quando não há moTvos relevantes para sua alteração. - Recurso não provido. (TJMG - Apelação Cível 1.0480.13.011258-8/001, Relator(a): Des.(a) Heloisa Combat , Relator(a) para o acórdão: Des.(a) Ana Paula Caixeta , 4ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 17/10/2014, publicação da súmula em 22/10/2014) DIREITO CIVIL - GUARDA DE MENOR - AÇÃO AJUIZADA PELA AVÓ PATERNA - GENITOR PRESENTE - AUSÊNCIA DE SITUAÇÃO IRREGULAR OU DE RISCO - IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. - A guarda encontra-se disciplinada pelo art. 33, do Estatuto da Criança e do Adolescente, o qual prevê que a sua concessão, fora dos casos de tutela e adoção, é medida excepcional. - Estando a criança em convivência con nua com, ao menos, um dos pais biológicos e não havendo qualquer situação irregular ou de risco, não deve ser deferida a guarda do menor à avó. - A avó paterna pode auxiliar sua neta materialmente sem que seja necessária a modificação da guarda. V.v. AÇÃO DE GUARDA - PEDIDO FORMULADO PELA AVÓ PATERNA QUE PRESTA ASSISTÊNCIA MATERIAL E AFETIVA ÀCRIANÇA - INTERESSE DO MENOR - CONCORDÂNCIA DOS PAIS – POSSIBILIDADE. - Deve-se deferir à avó a guarda da menor, que com ela já reside e a quem presta integral assistência material, moral, educacional e afeTva, mormente quando evidenciada a impossibilidade dos pais de suprir as necessidades básicas da criança, asseguradas no texto consTtucional (arTgo 227). - O arTgo 33, §2º, da Lei 8069/9, autoriza a concessão da guarda em situação peculiar, estranha à tutela e à adoção, em que essa medida se mostra necessária para assegurar a criação, o sustento e o bem estar do menor. (TJMG - Apelação Cível 1.0024.12.173892-6/001, Relator(a): Des.(a) Heloisa Combat , Relator(a) para o acórdão: Des.(a) Ana Paula Caixeta , 4ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 03/07/2014, publicação da súmula em 11/07/2014) AÇÃO DE GUARDA - PEDIDO FORMULADO PELA AVÓ PATERNA QUE PRESTA ASSISTÊNCIA MATERIAL E AFETIVA À INFANTE - MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA – POSSIBILIDADE. - Deve-se deferir à avó a guarda da menor, que com ela já reside, e a quem presta integral assistência material, moral, educacional e afebva, mormente quando evidenciada a impossibilidade dos pais de suprir as necessidades básicas da criança, asseguradas no texto consbtucional, em seu arbgo 227. - O arTgo 33, §2º, da Lei 8.069/90, autoriza a concessão da guarda em situação peculiar, estranha à tutela e à adoção, em que essa medida se mostre necessária para assegurar a criação, o sustento e o bem estar da menor. - Recurso provido. (TJMG - Agravo de Instrumento-Cv 1.0024.14.042186-8/001, Relator(a): Des.(a) Heloisa Combat , 4ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 28/08/2014, publicação da súmula em 03/09/2014) APELAÇÃO CÍVEL - PEDIDO DE GUARDA - MENOR - GUARDA DE FATO COM TERCEIROS - SITUAÇÃO PECULIAR PREVISTA NO ECA - ESTUDO SOCIAL FAVORÁVEL - PRESERVAÇÃO DO INTERESSE DA MENOR - RECURSO PROVIDO. - Deve ser deferida aos requerentes a guarda de menor, que com eles já reside e a quem prestam assistência material, moral, educacional e afeTva, mormente quando evidenciado o consenTmento da genitora e, porquanto verificada sua impossibilidade de suprir as necessidades básicas da criança, asseguradas no texto consTtucional (arTgo 227). - A guarda, em situação peculiar, estranha à tutela e à adoção, é assegurada pelo arTgo 33, §2º, da Lei 8069/90. E, uma vez que essa medida se mostra necessária para assegurar a criação, o sustento e o bem estar da menor, que se encontra sob os cuidados e na companhia do casal desde os primeiros meses de vida, em ambiente sadio e adequado ao seu bom desenvolvimento, deve a sentença primeva ser reformada, com a consequente procedência do pedido. (TJMG - Apelação Cível 1.0319.11.003666-6/001, Relator(a): Des.(a) Hilda Teixeira da Costa , 2ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 18/02/2014, publicação da súmula em 06/03/2014) ECA • Acolhimento familiar Art. 34. O poder público esTmulará, por meio de assistência jurídica, incenTvos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente afastado do convívio familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) § 1º A inclusão da criança ou adolescente em programas de acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento insTtucional, observado, em qualquer caso, o caráter temporário e excepcional da medida, nos termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) § 2º Na hipótese do § 1o deste arTgo a pessoa ou casal cadastrado no programa de acolhimento familiar poderá receber a criança ou adolescente mediante guarda, observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Ação de desTtuição do poder familiar cumulada com adoção - Guarda provisória - Abrigamento insTtucional - Interesse do menor - Tutela antecipada - Requisitos do art. 273 do Código de Processo Civil - Comprovação - Agravo a que se dá provimento. 1) Nos termos do arTgo 34, § 1º, do Estatuto da Criança e do Adolescente, a guarda familiar deve preferir à guarda insTtucional, vez que o acolhimento em ambiente domésTco é mais benéfico à criança durante a sua primeira formação. 2) Comprovados os requisitos do arTgo 273 do Código de Processo Civil, deve concedida a antecipação da tutela. AGRAVO DE INSTRUMENTO 1.0079.14.003555-5/001 - COMARCA DE CONTAGEM - VARA DE MENORES - AGRAVANTE(S): R.C.O. E M.M.B.O. - AGRAVADO(A)(S): L.F.S. (TJMG - Agravo de Instrumento-Cv 1.0079.14.003555-5/001, Relator(a): Des.(a) Marcelo Rodrigues , 2ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 01/04/2014, publicação da súmula em 03/04/2014) ECA • Tutela (art. 36) Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação da perda ou suspensão do poder familiar e implica necessariamente o dever de guarda. ECA • Adoção (art. 39) • Excepcionalidade e irrevogabilidade (§ 1º) • Vedação à realização do procedimento por procuração (§ 2º) • Idade do adotando à competência • Atribuição da condição de filho • Desliga vínculos com parentes • Adoção unilateral • Adoção unilateral post mortem • Impedimentos matrimoniais APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - INDENIZAÇÃO - DANO MATERIAL E MORAL - ADOÇÃO - DESISTÊNCIA PELOS PAIS ADOTIVOS - PRESTAÇÃO DE OBRIGAÇÃO ALIMENTAR - INEXISTÊNCIA - DANO MORAL NÃO CONFIGURADO - RECURSO NÃO PROVIDO. - Inexiste vedação legal para que os futuros pais desistam da adoção quando esbverem com a guarda da criança. - O ato de adoção somente se realiza e produz efeitos a parTr da sentença judicial, conforme previsão dos arts. 47 e 199-A, do Estatuto da Criança e do Adolescente. Antes da sentença, não há lei que imponha obrigação alimentar aos apelados, que não concluíram o processo de adoção da criança. - A própria lei prevê a possibilidade de desistência, no decorrer do processo de adoção, ao criar a figura do estágio de convivência. - InexisTndo prejuízo à integridade psicológica do indivíduo, que interfira intensamente no seu comportamento psicológico causando aflição e desequilíbrio em seu bem estar, indefere-se o pedido de indenização por danos morais. V.V.P. EMENTA: AÇÃO CIVIL PÚBLICA - INDENIZAÇÃO - DANO MATERIAL E MORAL - ADOÇÃO - DESISTÊNCIA DE FORMA IMPRUDENTE PELOS PAIS ADOTIVOS - PRESTAÇÃO DE OBRIGAÇÃO ALIMENTAR DEFERIDA - DANO MORAL NÃO CONFIGURADO - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. - A adoção tem de ser vista com mais seriedade pelas pessoas que se dispõe a tal ato, devendo estas ter consciência e aTtude de verdadeiros "pais", que pressupõe a vontade de enfrentar as dificuldades e condições adversas que aparecerem em prol da criança adotada, assumindo-a de forma incondicional como filho, a fim de seja construído e fortalecido o vínculo filial. - Inexiste vedação legal para que os futuros pais desistam da adoção quando esTverem com a guarda da criança. Contudo, cada caso deverá ser analisado com as suas parTcularidades, com vistas a não se promover a "coisificação" do processo de guarda. - O ato ilícito, que gera o direito a reparação, decorre do fato de que os re queridos buscaram voluntariamente o processo de adoção do menor, deixando expressamente a vontade de adotá-lo, obtendo sua guarda durante um lapso de tempo razoável, e, simplesmente, resolveram devolver imoTvadamente a criança, de forma imprudente, rompendo de forma brusca o vínculo familiar que expuseram o menor, o que implica no abandono de um ser humano. Assim, considerando o dano decorrente da assistência material ceifada do menor, defere-se o pedido de condenação dos requeridos ao pagamento de obrigação alimentar ao menor, enquanto viver, em razão da doença irreversível que o acomete. - InexisTndo prejuízo à integridade psicológica do indivíduo, que interfira intensamente no seu comportamento psicológico causando aflição e desequilíbrio em seu bem estar, por não ter o menor capacidade cogniTva neurológica de percebera situação na qual se encontra, indefere-se o pedido de indenização por danos morais.(Desª Hilda Teixeira da Costa) Ação civil pública - Ministério Público - Legibmidade abva - Processo de adoção - Desistência - Devolução da criança após significabvo lapso temporal - Indenização por dano moral - Ato ilícito configurado - Cabimento - Obrigação alimentar - Indeferimento - Nova guarda provisória - Recurso ao qual se dá parcial provimento. (Des. Marcelo Rodrigues) (TJMG - Apelação Cível 1.0481.12.000289-6/002, Relator(a): Des.(a) Hilda Teixeira da Costa , 2ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 12/08/2014, publicação da súmula em 25/08/2014) AÇÃO CIVIL PÚBLICA - I. ADOÇÃO - GUARDA PROVISÓRIA - DESISTÊNCIA DA ADOÇÃO DE FORMA IMPRUDENTE - DESCUMPRIMENTO DAS DISPOSIÇÕES DO ART. 33 DO ECA - REVITIMIZAÇÃO DA CRIANÇA - REJEIÇÃO - SEGREGAÇÃO - DANOS MORAIS CONSTATADOS - ART. 186 C/C ART. 927 DO CÓDIGO CIVIL - REPARAÇÃO DEVIDA - AÇÃO PROCEDENTE - II. QUANTUM INDENIZATÓRIO - RECURSOS PARCOS DOS REQUERIDOS - CONDENAÇÃO INEXEQUÍVEL - MINORAÇÃO - SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. - A inovadora pretensão do Ministério Público, de buscar o ressarcimento civil com a condenação por danos morais daqueles que desisTram do processo de adoção, que estava em fase de guarda, de forma abrupta e causando sérios prejuízos à criança, encontra guarida em nosso direito pátrio, precisamente nos art. 186 c/c arts. 187 e 927 do Código Civil. - O ilícito que gerou a reparação não foi o ato em si de desisTr da adoção da criança, mas o modus operandi, a forma irresponsável que os requeridos realizaram o ato, em clara afronta aos direitos fundamentais da criança, bem como ao que está disposto no art. 33 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Assim, pode haver outra situação em que a desistência da adoção não gere danos morais à criança, no entanto, não é este o caso dos autos. (TJMG - Apelação Cível 1.0702.09.567849-7/002, Relator(a): Des.(a) Vanessa Verdolim Hudson Andrade , 1ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 15/04/2014, publicação da súmula em 23/04/2014) APELAÇÃO. AÇÃO DE COBRANÇA. SEGURO OBRIGATÓRIO. DPVAT. LEGITIMIDADE ATIVA. INTERESSE DE AGIR. PEDIDO ADMINISTRATIVO. VALOR DA INDENIZAÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA. EXPURGOS. - Considerando que o desligamento do vínculo de parentesco do Autor com sua mãe biológica em razão de sua adoção (art. 41 do ECA) ocorreu após o sinistro, este detém legiTmidade para pleitear indenização do seguro obrigatório. - Não consTtui fato impediTvo para a propositura da ação de cobrança de seguro obrigatório - DPVAT o fato de não ter a parte formulado pedido administraTvo de pagamento perante a seguradora. Tal óbice violaria a garanTa consTtucional de amplo acesso ao Poder Judiciário. - Tendo o sinistro ocorrido na vigência da Lei 6.194/74, antes das modificações empreendidas pela Lei 8.441/92, a indenização deve ter como base de cálculo o salário mínimo vigente à época do evento danoso. - Na esteira da jurisprudência pacífica deste egrégio Tribunal e do Superior Tribunal de JusTça, como imperaTvo econômico, jurídico e éTco para coibir o enriquecimento sem causa, impõe-se a correta apuração da correção monetária de maneira que também incidam no cálculo os expurgos inflacionários relaTvos aos planos econômicos. (TJMG - Apelação Cível 1.0687.10.003793-0/001, Relator(a): Des.(a) Cláudia Maia , 13ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 27/02/2014, publicação da súmula em 12/03/2014) ECA • Não podem adotar (art. 42) • Menores de 18 anos • Ascendentes ou irmãos do adotado • Irrelevância do estado civil ou orientação sexual CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. UNIÃO HOMOAFETIVA. PEDIDO DE ADOÇÃO UNILATERAL. POSSIBILIDADE. ANÁLISE SOBRE A EXISTÊNCIA DE VANTAGENS PARA A ADOTANDA. I. Recurso especial calcado em pedido de adoção unilateral de menor, deduzido pela companheira da mãe biológica da adotanda, no qual se afirma que a criança é fruto de planejamento do casal, que já vivia em união estável, e acordaram na inseminação arTficial heteróloga, por doador desconhecido, em C.C.V. II. Debate que tem raiz em pedido de adoção unilateral - que ocorre dentro de uma relação familiar qualquer, onde preexista um vínculo biológico, e o adotante queira se somar ao ascendente biológico nos cuidados com a criança -, mas que se aplica também à adoção conjunta - onde não existe nenhum vínculo biológico entre os adotantes e o adotado. III.A plena equiparação das uniões estáveis homoafeTvas, às uniões estáveis heteroafeTvas, afirmada pelo STF (ADI 4277/DF, Rel. Min. Ayres Brio), trouxe como corolário, a extensão automáTca àquelas, das prerrogaTvas já outorgadas aos companheiros dentro de uma união estável tradicional, o que torna o pedido de adoção por casal homoafeTvo, legalmente viável. IV. Se determinada situação é possível ao extrato heterossexual da população brasileira, também o é à fração homossexual, assexual ou transexual, e todos os demais grupos representaTvos de minorias de qualquer natureza que são abraçados, em igualdade de condições, pelos mesmos direitos e se submetem, de igual forma, às restrições ou exigências da mesma lei, que deve, em homenagem ao princípio da igualdade, resguardar-se de quaisquer conteúdos discriminatórios. V. Apesar de evidente a possibilidade jurídica do pedido, o pedido de adoção ainda se submete à norma-princípio fixada no art. 43 do ECA, segundo a qual "a adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando". VI. Estudos feitos no âmbito da Psicologia afirmam que pesquisas "(...)têm demonstrado que os filhos de pais ou mães homossexuais não apresentam compromeTmento e problemas em seu desenvolvimento psicossocial quando comparados com filhos de pais e mães heterossexuais. O ambiente familiar sustentado pelas famílias homo e heterossexuais para o bom desenvolvimento psicossocial das crianças parece ser o mesmo". (FARIAS, Mariana de Oliveira e MAIA, Ana Cláudia Bortolozzi in: Adoção por homossexuais: a família homoparental sob o olhar da Psicologia jurídica. CuriTba: Juruá, 2009, pp.75/76). VII. O avanço na percepção e alcance dos direitos da personalidade, em linha inclusiva, que equipara, em status jurídico, grupos minoritários como os de orientação homoafeTva - ou aqueles que têm disforia de gênero - aos heterossexuais, traz como corolário necessário a adequação de todo o ordenamento infraconsTtucional para possibilitar, de um lado, o mais amplo sistema de proteção ao menor - aqui traduzido pela ampliação do leque de possibilidades à adoção - e, de outro, a exTrpação dos úlTmos resquícios de preconceito jurídico - Trado da conclusão de que casais homoafeTvos gozam dos mesmos direitos e deveres daqueles heteroafeTvos. VII. A confluência de elementos tecnicos e fáTcos, Trados da i) óbvia cidadania integral dos adotantes; ii) da ausência de prejuízo comprovado para os adotados e; iii) da evidente necessidade de se aumentar, e não restringir, a base daqueles que desejam adotar, em virtude da existência de milhares de crianças que longe de quererem discuTr a orientação sexual de seus pais, anseiam apenas por um lar, reafirmam o posicionamento adotado pelo Tribunal de origem, quanto à possibilidade jurídica e conveniência do deferimento do pleito de adoção unilateral. Recurso especial NÃO PROVIDO. (REsp 1281093/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 18/12/2012, DJe 04/02/2013) ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE ADOÇÃO C/C DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR MOVIDA PELOS ASCENDENTES QUE JÁ EXERCIAM A PATERNIDADE SOCIOAFETIVA. SENTENÇA E ACÓRDÃO ESTADUAL PELA PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. MÃE BIOLÓGICA ADOTADA AOS OITO ANOS DE IDADE GRÁVIDA DO ADOTANDO. ALEGAÇÃO DE NEGATIVA DE VIGÊNCIA AO ART. 535 DO CPC. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, OBSCURIDADE OU CONTRADIÇÃO NO ACÓRDÃO RECORRIDO. SUPOSTA VIOLAÇÃO DOS ARTS. 39, § 1º, 41, CAPUT, 42,§§ 1º E 43, TODOS DA LEI N.º 8.069/90, BEM COMO DO ART. 267, VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. INEXISTÊNCIA. DISCUSSÃO CENTRADA NA VEDAÇÃO CONSTANTE DO ART. 42, § 1º, DO ECA. COMANDO QUE NÃO MERECE APLICAÇÃO POR DESCUIDAR DA REALIDADE FÁTICA DOS AUTOS. PREVALÊNCIA DOS PRINCÍPIOS DA PROTEÇÃO INTEGRAL E DA GARANTIA DO MELHOR INTERESSE DO MENOR. ART. 6º DO ECA. INCIDÊNCIA. INTERPRETAÇÃO DA NORMA FEITA PELO JUIZ NO CASO CONCRETO. POSSIBILIDADE. ADOÇÃO MANTIDA. RECURSO IMPROVIDO. 1. Ausentes os vícios do art. 535, do CPC, rejeitam-se os embargos de declaração. 2. As estruturas familiares estão em constante mutação e para se lidar com elas não bastam somente as leis. É necessário buscar subsídios em diversas áreas, levando-se em conta aspectos individuais de cada situação e os direitos de 3ª Geração. 3. Pais que adotaram uma criança de oito anos de idade, já grávida, em razão de abuso sexual sofrido e, por sua tenríssima idade de mãe, passaram a exercer a paternidade socioafeTva de fato do filho dela, nascido quando contava apenas 9 anos de idade. 4. A vedação da adoção de descendente por ascendente, prevista no art. 42, § 1º, do ECA, visou evitar que o insTtuto fosse indevidamente uTlizado com intuitos meramente patrimoniais ou assistenciais, bem como buscou proteger o adotando em relação a eventual "confusão mental e patrimonial" decorrente da "transformação" dos avós em pais. 5. Realidade diversa do quadro dos autos, porque os avós sempre exerceram e ainda exercem a função de pais do menor, caracterizando pica filiação socioafeTva. 6. Observância do art. 6º do ECA: na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coleTvos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento. 7. Recurso especial não provido. (REsp 1448969/SC, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/10/2014, DJe 03/11/2014) ECA • ConsenTmento (art. 45) • Pais ou representantes legais • Dispensa se desconhecidos ou desTtuídos do poder familiar • Maior de 12 anos • Estágio de convivência (art. 46) • Período a ser fixado • Arrependimento? • Dispensa em caso de guarda legal ou tutela • Estrangeiros • Eficácia consTtuTva da sentença (art. 47) • Sigilo • Adoção e verdade – Walter Moraes • Adoção post mortem (art. 42, § 6º) • Novo assento de nascimento • Alteração do sobrenome e, a pedido, do prenome • § 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com doença crônica. (Incluído pela Lei nº 12.955, de 2014) DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. ADOÇÃO PÓSTUMA. MANIFESTAÇÃO INEQUÍVOCA DA VONTADE DO ADOTANTE. LAÇO DE AFETIVIDADE. DEMONSTRAÇÃO. VEDADO REVOLVIMENTO DE FATOS E PROVAS. 1. A adoção póstuma é albergada pelo direito brasileiro, nos termos do art. 42, § 6º, do ECA, na hipótese de óbito do adotante, no curso do procedimento de adoção, e a constatação de que este manifestou, em vida, de forma inequívoca, seu desejo de adotar. 2. Para as adoções post mortem, vigem, como comprovação da inequívoca vontade do de cujus em adotar, as mesmas regras que comprovam a filiação socioafeTva: o tratamento do adotando como se filho fosse e o conhecimento público dessa condição. 3. Em situações excepcionais, em que demonstrada a inequívoca vontade em adotar, diante da longa relação de afebvidade, pode ser deferida adoção póstuma ainda que o adotante venha a falecer antes de iniciado o processo de adoção. 4. Se o Tribunal de origem, ao analisar o acervo de fatos e provas existente no processo, concluiu pela inequívoca ocorrência da manifestação do propósito de adotar, bem como pela preexistência de laço afeTvidade a envolver o adotado e o adotante, repousa sobre a questão o óbice do vedado revolvimento fáTco e probatório do processo em sede de recurso especial. 5. Recurso especial conhecido e não provido. (REsp 1326728/RS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 20/08/2013, DJe 27/02/2014) ECA • Conhecimento da origem biológica Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) DIREITO DE FAMÍLIA. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO INVESTIGATÓRIA DE PATERNIDADE E MATERNIDADE AJUIZADA PELA FILHA. OCORRÊNCIA DA CHAMADA "ADOÇÃO À BRASILEIRA". ROMPIMENTO DOS VÍNCULOS CIVIS DECORRENTES DA FILIAÇÃO BIOLÓGICA. NÃO OCORRÊNCIA. PATERNIDADE E MATERNIDADE RECONHECIDOS. 1. A tese segundo a qual a paternidade socioafeTva sempre prevalece sobre a biológica deve ser analisada com bastante ponderação, e depende sempre do exame do caso concreto. É que, em diversos precedentes desta Corte, a prevalência da paternidade socioafeTva sobre a biológica foi proclamada em um contexto de ação negatória de paternidade ajuizada pelo pai registral (ou por terceiros), situação bem diversa da que ocorre quando o filho registral é quem busca sua paternidade biológica, sobretudo no cenário da chamada "adoção à brasileira". 2. De fato, é de prevalecer a paternidade socioafeTva sobre a biológica para garanTr direitos aos filhos, na esteira do princípio do melhor interesse da prole, sem que, necessariamente, a asserTva seja verdadeira quando é o filho que busca a paternidade biológica em detrimento da socioafeTva. No caso de ser o filho - o maior interessado na manutenção do vínculo civil resultante do liame socioafeTvo - quem vindica estado contrário ao que consta no registro civil, socorre-lhe a existência de "erro ou falsidade" (art. 1.604 do CC/02) para os quais não contribuiu. Afastar a possibilidade de o filho pleitear o reconhecimento da paternidade biológica, no caso de "adoção à brasileira", significa impor-lhe que se conforme com essa situação criada à sua revelia e à margem da lei. 3. A paternidade biológica gera, necessariamente, uma responsabilidade não evanescente e que não se desfaz com a prábca ilícita da chamada "adoção à brasileira", independentemente da nobreza dos desígnios que a mobvaram. E, do mesmo modo, a filiação socioafebva desenvolvida com os pais registrais não afasta os direitos da filha resultantes da filiação biológica, não podendo, no caso, haver equiparação entre a adoção regular e a chamada "adoção à brasileira". 4. Recurso especial provido para julgar procedente o pedido deduzido pela autora relaTvamente ao reconhecimento da paternidade e maternidade, com todos os consectários legais, determinando-se também a anulação do registro de nascimento para que figurem os réus como pais da requerente. (REsp 1167993/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 18/12/2012, DJe 15/03/2013) ECA • Cadastro nacional (art. 50) § 5º Serão criados e implementados cadastros estaduais e nacional de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e de pessoas ou casais habilitados à adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) § 6º Haverá cadastros disTntos para pessoas ou casais residentes fora do País, que somente serão consultados na inexistência de postulantes nacionais habilitados nos cadastros mencionados no § 5o deste arTgo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) § 10. A adoção internacional somente será deferida se, após consulta ao cadastro de pessoas ou casais habilitados à adoção, manTdo pela JusTça da Infância e da Juventude na comarca, bem como aos cadastros estadual e nacional referidos no §5o deste arTgo, não for encontrado interessado com residência permanente no Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) § 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que possível e recomendável, será colocado sob guarda de família cadastrada em programa de acolhimento familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) ECA • Ordem da fila § 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos desta Lei quando: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) I - se tratar de pedido de adoção unilateral; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) II - for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente mantenha vínculos de afinidade e afeTvidade; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços de afinidade e afeTvidade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) CUIDA - Cadastro Único Informatizado de Adoção e Abrigo Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua convocação para a adoção feita de acordo com ordem cronológica de habilitação e conforme a disponibilidade de crianças ou adolescentes adotáveis. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) § 1º A ordem cronológica das habilitações somente poderá deixar de ser observada pela autoridade judiciária nas hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando comprovado ser essa a melhor solução no interesse do adotando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) § 2º A recusa sistemáTca na adoção das crianças ou adolescentes indicados importará na reavaliação da habilitação concedida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) CIVIL. FAMÍLIA. GUARDA PROVISÓRIA. COMÉRCIO DE MENOR.INEXISTENTE. FAMÍLIA AFETIVA. INTERESSE SUPERIOR DO MENOR. OBSERVÂNCIA DA LISTA DE ADOÇÃO. - Mesmo em havendo aparente quebra na lista de adoção, é desaconselhável remover criança que se encontra, desde os primeiros dias de vida e por mais de dois anos, sob a guarda de pais afeTvos. A autoridade da lista cede, em tal circunstância, ao superior interesse da criança (ECA, Art. 6º). (REsp 837.324/RS, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, TERCEIRA TURMA, julgado em 18/10/2007, DJ 31/10/2007, p. 325) RECURSO ESPECIAL - ADOÇÃO - CADASTRO DE ADOTANTES - RELATIVIDADE - PRINCÍPIO DA PREVALÊNCIA DO INTERESSE DO MENOR - VÍNCULO AFETIVO DA MENOR COM CASAL DE ADOTANTES DEVIDAMENTE CADASTRADOS - PERMANÊNCIA DA CRIANÇA POR APROXIMADAMENTE DOIS ANOS, NA SOMATÓRIA DO TEMPO ANTERIOR E DURANTE O PROCESSO - ALBERGAMENTO PROVISÓRIO A SER EVITADO - ARTIGO 197-E, § 1º, DO ECA - PRECEDENTES DESTA CORTE - RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1.- A observância do cadastro de adotantes, ou seja, a preferência das pessoas cronologicamente cadastradas para adotar determinada criança, não é absoluta. A regra comporta exceções determinadas pelo princípio do melhor interesse da criança, base de todo o sistema de proteção. Tal hipótese configura-se, por exemplo, quando já formado forte vínculo afeTvo entre a criança e o pretendente à adoção, ainda que no decorrer do processo judicial. Precedente. 2.- No caso dos autos, a criança hoje com 2 anos e 5 meses, convivia com os recorrentes há um ano quando da concessão da liminar (27.10.2011), permanecendo até os dias atuais. Esse convívio, sem dúvida, tem o condão de estabelecer o vínculo de afeTvidade da menor com os pais adoTvos. 3.- Os Recorrentes, conforme assinalado pelo Acórdão Recorrido, já estavam inscritos no CUIDA - Cadastro Único InformaTzado de Adoção e Abrigo o que, nos termos do arTgo 197-E, do ECA, permite concluir que eles estavam devidamente habilitados para a adoção. Além disso, o § 1º, do mesmo disposiTvo legal afirma expressamente que "A ordem cronológica das habilitações somente poderá deixar de ser observada pela autoridade judiciária nas hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando comprovado ser essa a melhor solução no interesse do adotando". 4.- Caso em que, ademais, a reTrada do menor da companhia do casal com que se encontrava há meses devia ser seguida de permanência em insTtuição de acolhimento, para somente após, iniciar- se a busca de colocação com outra família, devendo, ao contrário, ser a todo o custo evitada a internação, mesmo que em caráter transitório. 5.- A inobservância da preferência estabelecida no cadastro de adoção competente, portanto, não consTtui obstáculo ao deferimento da adoção quando isso refleTr no melhor interesse da criança. 6.- alegações preliminar de nulidade rejeitadas. 7.- Recurso Especial provido. (REsp 1347228/SC, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 06/11/2012, DJe 20/11/2012) AGRAVO DE INSTRUMENTO - CAUTELAR - BUSCA E APREENSÃO DE MENORES - ADOÇÃO IRREGULAR - RECORRENTE INFORMADA SOBRE OS TRÂMITES LEGAIS - GUARDA DE FATO ASSUMIDA À MARGEM DA LEI - RECURSO NÃO PROVIDO. 1. A adoção intuito personae, para além das hipóteses expressas no art. 50, §13 do ECA, somente tem sido admiTda quando idenTficada a formação de vínculo afeTvo entre a criança e os pretensos adotantes, do que, contudo, não há prova nos autos, notadamente diante da tenra idade dos infantes (apenas 01 ano de vida). 2. Agravante que parTcipou do processo de preparação para adoção, recebendo as orientações técnicas respecTvas, mas, ainda assim, assumiu a guarda de fato dos menores sabidamente à margem da lei. 3. Urgência da apreensão, a fim de que a guarda fáTca não se prolongue no tempo, consolidando a situação irregular. 4. Recurso não provido. AGRAVO DE INSTRUMENTO CV Nº 1.0313.13.023007-8/001 - COMARCA DE IPATINGA - AGRAVANTE(S): V.C.O. - AGRAVADO(A)(S): MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS (TJMG - Agravo de Instrumento-Cv 1.0313.13.023007-8/001, Relator(a): Des.(a) Áurea Brasil , 5ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 24/07/2014, publicação da súmula em 31/07/2014) AGRAVO DE INSTRUMENTO - DIREITO DE MENOR - COMARCA DE BOM SUCESSO - TRANSFERÊNCIA DA GUARDA PARA TERCEIROS - EXERCÍCIO DO PODER FAMILIAR - DESINTERESSE DA FAMÍLIA BIOLÓGICA - PROVIDÊNCIA DO JUÍZO SINGULAR - ENTREGA DA CRIANÇA A FAMÍLIA SUBSTITUTA DA LISTA DE ADOÇÃO DA COMARCA - MELHOR INTERESSE DO MENOR. - A guarda é a modalidade mais simples de colocação em família subsTtuta (art. 33, §2º, do ECA), não suprimindo o poder familiar e possuindo caráter transitório. - Há que se preservar o melhor interesse da menor. Assim, não obstante o desejo pela adoção da criança por família que não conste da lista de casais interessados em adoção na comarca, necessário é se observar a legislação que regula o insTtuto. - Recurso não provido (TJMG - Agravo de Instrumento-Cv 1.0080.13.002601-8/001, Relator(a): Des.(a) Heloisa Combat , 4ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 20/02/2014, publicação da súmula em 26/02/2014) APELAÇÃO CÍVEL - FAMÍLIA - ADOÇÃO C/C DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR - MÃE DROGATÍCIA E PAI DESCONHECIDO - MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA - PRÉVIA INSCRIÇAO NO CADASTRO NACIONAL DE ADOTANTES - PRESCINDÍVEL ANTE AS CIRCUNSTÂNCIAS FÁTICAS - PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. - Por força da Convenção Internacional dos Direitos da Criança, raTficada pelo Governo Brasileiro e promulgada pelo Decreto Federal n. 99.710/90, "todas as ações relaTvas às crianças, levadas a efeito por insTtuições públicas ou privadas de bem-estar social, tribunais, autoridades administraTvas ou órgãos legislaTvos, devem considerar, primordialmente, o melhor interesse da criança”. - E conforme estatuído na ConsTtuição daRepública, no Código Civil e no Estatuto da Criança e do Adolescente compete aos pais garanTr o pleno e sadio desenvolvimento do filho menor, responsabilizando-se por sua criação, proteção, educação, guarda e assistência material, moral e psíquica. - O poder familiar pertence naturalmente aos pais biológicos, como decorrência da consanguinidade, sendo admiTda, excepcionalmente, a sua exTnção caso constatado o descumprimento dos deveres e responsabilidades a eles inerentes, mormente à vista do periclitante estado da mãe biológica, usuária de drogas. - A necessidade de prévia inscrição no Cadastro Nacional de adotantes, nos termos do art. 50 do ECA, cede ante as circunstâncias fáTcas do caso concreto, e deve ser miTgada em razão, e por pres gio, a proteção integral e melhor interesse da criança. (TJMG - Apelação Cível 1.0342.12.007817-1/001, Relator(a): Des.(a) Versiani Penna , 5ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 27/03/2014, publicação da súmula em 07/04/2014) PROCESSAMENTO PRAZO RECURSAL DIREITO PROCESSUAL CIVIL - DIREITO DO MENOR - AÇÃO DE ADOÇÃO - APELAÇÃO - ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - INTEMPESTIVIDADE - RECURSO NÃO CONHECIDO. - Se a ação é promovida com base no Estatuto da Criança e do Adolescente, os prazos recursais são aqueles no mesmo determinados. (TJMG - Apelação Cível 1.0701.13.023806-9/001, Relator(a): Des.(a) Moreira Diniz , 4ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 21/08/2014, publicação da súmula em 28/08/2014) PERDA OU SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR • LegiTmação: Ministério Público (art. 155) • Afastamento liminar Art. 157. Havendo moTvo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão do poder familiar, liminar ou incidentalmente, até o julgamento definiTvo da causa, ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de responsabilidade. • Estudo social, estudo de equipe multuprofissional • Pais privados de liberdade Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento será de 120 (cento e vinte) dias. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) APELAÇÃO CÍVEL - INFÂNCIA E JUVENTUDE - MEDIDA PROTETIVA - NEGLIGÊNCIA DOS PAIS - ENCAMINHAMENTO PARA ADOÇÃO. 1- A parTcipação dos pais biológicos na vida do menor, vale dizer, no cumprimento das obrigações de sustento, guarda e educação é de fundamental importância, sendo que a violação imoTvada destes deveres resulta exTnção do poder familiar. 2- A adoção é devida se comprovado os beneqcios ao adotando, igualmente, os moTvos que jusTficam a medida, nos termos do arTgo 43 do ECA. (TJMG - Apelação Cível 1.0223.12.022805-9/001, Relator(a): Des.(a) Jair Varão , 3ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 03/07/2014, publicação da súmula em 14/07/2014) ADOÇÃO CONSENTIDA Art. 166. Se os pais forem falecidos, Tverem sido desTtuídos ou suspensos do poder familiar, ou houverem aderido expressamente ao pedido de colocação em família subsTtuta, este poderá ser formulado diretamente em cartório, em peTção assinada pelos próprios requerentes, dispensada a assistência de advogado. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) § 1º Na hipótese de concordância dos pais, esses serão ouvidos pela autoridade judiciária e pelo representante do Ministério Público, tomando-se por termo as declarações. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 2º O consenTmento dos Ttulares do poder familiar será precedido de orientações e esclarecimentos prestados pela equipe interprofissional da JusTça da Infância e da Juventude, em especial, no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) § 3º O consenTmento dos Ttulares do poder familiar será colhido pela autoridade judiciária competente em audiência, presente o Ministério Público, garanTda a livre manifestação de vontade e esgotados os esforços para manutenção da criança ou do adolescente na família natural ou extensa. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) § 4º O consenbmento prestado por escrito não terá validade se não for rabficado na audiência a que se refere o § 3º deste arbgo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) à Parto em segredo § 5º O consenTmento é retratável até a data da publicação da sentença consTtuTva da adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) § 6º O consenTmento somente terá valor se for dado após o nascimento da criança. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) § 7º A família subsTtuta receberá a devida orientação por intermédio de equipe técnica interprofissional a serviço do Poder Judiciário, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da políTca municipal de garanTa do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) DIREITO CIVIL. ADOÇÃO. 1. VÍCIO DE CONSENTIMENTO. VIOLAÇÃO DO ART. 45 DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. NÃO OCORRÊNCIA. AQUIESCÊNCIA DEMONSTRADA POR TERMO ASSINADO PELA MÃE BIOLÓGICA CORROBORADO PELAS DEMAIS PROVAS DOS AUTOS. 2. LONGO CONVÍVIO DA ADOTANDA COM A FAMÍLIA SUBSTITUTA. MELHOR INTERESSE DA MENOR. 3. RECURSO IMPROVIDO. 1. São nobres os propósitos do art. 45 do Estatuto da Criança e do Adolescente, notadamente diante dos noTciados casos de venda e tráfico de crianças. De fato, o consenTmento dos pais biológicos do adotando encerra segurança jurídica ao procedimento legal de adoção. Sucede, entretanto, que o desate de controvérsias como a presente reclama a definição, diante do quadro fáTco apresentado, de qual solução atenderá o melhor interesse da criança, real desTnatária das leis e da atuação do Poder Judiciário. 2. Na espécie, o conteúdo da declaração prestada pela mãe biológica da adotanda, apesar de não autenTcada ou raTficada em audiência, elucida o consenTmento e a intenção de entregar a infante aos cuidados dos recorridos. Os depoimentos das testemunhas, igualmente, esclarecem que a genitora da menor não possuía condições para criá-la. O relatório social atesta a regularidade da situação de fato, bem como o carinho e amor dispensados pelos adotantes à criança. Além disso, a mãe biológica da infante foi pessoalmente citada e deixou de comparecer em juízo ou de quesTonar o termo de anuência por ela assinado. Assim, sobejamente demonstrado o vínculo afeTvo criado entre a criança e os recorridos, sendo todas as circunstâncias favoráveis à manutenção da menor na companhia da família que a acolheu, a interpretação literal da norma violaria, acima de tudo, a doutrina da proteção integral e, como tal, encontrar-se-ia na contramão da melhor dogmáTca processual. Precedentes. 3. Com efeito, no confronto das formalidades legais com os vínculos de afeto criados entre os adotantes e a infante, os úlTmos devem sempre prevalecer. Diante dessas considerações, declarar a nulidade do processo de adoção, notadamente diante dos elementos de prova coletados durante a instrução do feito - termo de anuência apresentado pela mãe biológica, depoimentos das testemunhas, relatório social e situação de fato estabelecida há aproximadamente 13 (treze) anos -, postergando sem jusTficaTva a regularização da situação da infante, não condiz com os objeTvos do Estatuto da Criança e do Adolescente. 4. Recurso especial a que se nega provimento. (REsp 1423640/CE, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 04/11/2014, DJe 13/11/2014) PROCESSAMENTO CONJUNTO Art. 169. Nas hipóteses em que a desTtuição da tutela, a perda ou a suspensão do poder familiar consTtuir pressuposto lógico da medida principal de colocação em família subsTtuta, será observado o procedimento contraditório previsto nas Seções II e III deste Capítulo. (Expressão subsTtuída pela Lei nº 12.010, de 2009) Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda poderá ser decretada nos mesmos autos do procedimento, observado o disposto no art. 35. INFRAÇÃOADMINISTRATIVA. PODERES INERENTES AO PÁTRIO PODER. ABANDONO. CARACTERIZAÇÃO. - Restando demonstrado nos autos a práTca de infração administraTva pela genitora de menor impúbere, consistente no abandono, após pedido de não mais entregar o recém nascido à adoção, deve ela sofrer as sanções do disposto no art. 249, do ECA. (TJMG - Apelação Cível 1.0481.12.000287-0/001, Relator(a): Des.(a) Duarte de Paula , 4ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 09/10/2014, publicação da súmula em 16/10/2014) Propôs o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS, perante o Juízo de Direito do Juizado da Infância e Juventude da Comarca de Patrocínio, ação para apuração de infração administraTva em face de C. A. O., aduzindo que a requerida é genitora do menor impúbere J. V. O., e que, na época de seu nascimento, ela o entregou a adoção, porém, após o casal cadastrado no Juízo competente ajuizar o pedido de adoção, a requerida arrependeu-se da decisão, passando a manifestar-se contrariamente à entrega da criança Àquelas pessoas. Afirma que no curso do processo de adoção, o menor J. V. O., apresentou grave doença congênita, de cunho incapacitante e irreversível, oportunidade em que a requerida passou a não mais querer o filho de volta, sendo certo que o casal adotante já não mais pretendia adotar a criança. Alega que a requerida incorreu na práTca de infração administraTva disposta no art. 249, da Lei 8.069/90. APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR E ADOÇÃO - AGRAVO RETIDO - CITAÇÃO POR EDITAL - NULIDADE - AUSÊNCIA - NEGLIGÊNCIA DOS PAIS BIOLÓGICOS CARACTERIZADA - ADOTANTES - VÍNCULOS DE AFETIVIDADE E AFINIDADE DEMONSTRADOS - MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA -PROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS - MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. - InexisTndo êxito nas diversas diligências com intuito de localizar o endereço atualizado da parte Requerida, jusTfica- se a citação por edital, na forma do art.231, do CPC. - A perda do poder familiar consiste em sanção que deve ser aplicada aos pais quando demonstrado suficientemente que estes, por culpa ou dolo, não preservaram os direitos e interesses do menor, observado o disposto no art.1.638, do CC/2002 e nos arts.22 e 24, do ECA. - Comprovada a negligência dos pais biológicos para com sua filha, logo após o nascimento desta, e sendo inequívoco que a menor, ao longo de mais de 07 (sete) anos, bem se adaptou à companhia do casal adotante, apresentando desenvolvimento natural e vínculos de afeTvidade e afinidade saTsfatórios, deve ser manTda a decisão que decretou a perda do poder familiar dos pais biológicos e julgou procedente o pedido de adoção, por ser a esta a medida que preserva o melhor interesse da criança. -Agravo reTdo e apelação desprovidos. V.v. DIREITO PROCESSUAL CIVIL - DIREITO DO MENOR - APELAÇÃO - AGRAVO RETIDO - AÇÃO DE ADOÇÃO, CUMULADA COM PEDIDO DE DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR - CARÊNCIA DE AÇÃO - ILEGITIMIDADE ATIVA - EXTINÇÃO DO PROCESSO - PREJUDICADOS O AGRAVO E A APELAÇÃO - A ação de desTtuição do poder familiar pode ser ajuizada apenas pelo Ministério Público, ou por quem tenha legíTmo interesse, nos termos do arTgo 155 do Estatuto da Criança e do Adolescente. DIREITO PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO DE ADOÇÃO, CUMULADA COM PEDIDO DE DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR - APELAÇÃO - AGRAVO RETIDO - CITAÇÃO POR EDITAL - NÃO ESGOTAMENTO DOS MEIOS DE LOCALIZAÇÃO DOS RÉ US - NULIDADE - AGRAVO RETIDO PROVIDO - PREJUDICADA A APELAÇÃO. - Ante seu caráter excepcional, e ficto, a citação por edital só se jusTfica quando sejam realizadas, sem sucesso, diligências mínimas e razoáveis na tentaTva de localização do atual endereço do réu. DIREITO PROCESSUAL CIVIL - DIREITO DE FAMÍLIA - DIREITO DO MENOR - APELAÇÃO - AÇÃO DE ADOÇÃO, CUMULADA COM PEDIDO DE DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR - INCRIÇÃO NO CADASTRO DE ADOÇÃO - AUSÊNCIA - RECURSO PROVIDO. - Somente depois de realizado o registro das crianças e adolescentes em condições de serem adotados e o das pessoas interessadas na adoção, a mesma torna-se possível. (TJMG - Apelação Cível 1.0079.12.040499-5/001, Relator(a): Des.(a) Ana Paula Caixeta , 4ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 02/10/2014, publicação da súmula em 09/10/2014) APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DE FAMÍLIA. DESTITUIÇÃO DE PODER FAMILIAR C/C ADOÇÃO. NEGLIGÊNCIA. ABANDONO. CRIANÇA ABRIGADA NOS PRIMEIROS MESES DE VIDA. MELHORES INTERESSES DA MENOR. - Admite-se a acumulação do pedido de desTtuição do poder familiar com o de adoção, situação em que o pedido será apreciado em processo contencioso, assegurando-se aos pais biológicos o exercício da ampla defesa e do contraditório. - Decorrido período superior a seis meses desde a insTtucionalização da menor, com idade inferior a dois anos, sem indicação de reintegração à família de origem, cabível a medida de colocação em família subsTtuta, como forma de resguardar o direito da infante à convivência familiar. - Demonstrada a inapTdão da mãe biológica de assumir os deveres inerentes ao pátrio poder, bem como a sua privação do direito à convivência familiar cabível a desTtuição do poder familiar. - A adoção deve ser deferida quando, inexisTndo qualquer situação de impedimento legal, a medida se mostrar favorável aos melhores interesses da criança, por lhe proporcionar um ambiente familiar propício, em que sejam atendidas suas necessidades qsicas, afeTvas e psicológicas. - Preliminares rejeitadas. - Recurso não provido. V.V. DIREITO DO MENOR - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - APELAÇÃO - AÇÃO DE ADOÇÃO, CUMULADA COM PEDIDO DE DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR - CARÊNCIA DE AÇÃO - ILEGITIMIDADE ATIVA - EXTINÇÃO DO PROCESSO. [Des. Moreira Diniz] - A ação de desTtuição do poder familiar pode ser ajuizada apenas pelo Ministério Público, ou por quem tenha legíTmo interesse, nos termos do arTgo 155 do Estatuto da Criança e do Adolescente. (TJMG - Apelação Cível 1.0625.11.003905-8/001, Relator(a): Des.(a) Heloisa Combat , 4ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 21/08/2014, publicação da súmula em 28/08/2014) APELAÇÃO CÍVEL - ADOÇÃO - DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR - GENITORA - DESCUMPRIMENTO DOS DEVERES PREVISTOS NO ARTIGO 22 DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE -- PRÁTICA DE ATOS CONTRÁRIOS À MORAL E AOS BONS COSTUMES - ABANDONO - ESTUDOS SOCIAIS REALIZADOS - CRIANÇA QUE JÁ SE ENCONTRA PLENAMENTE ADAPTADA AO CASAL ADOTANDO - SENTENÇA CONFIRMADA. Se as circunstâncias fáTcas denotam que a genitora da menor não dispõe de condições sociais e psicológicas para a o cumprimento dos deveres inerentes ao poder familiar, somado ao vínculo de afeTvidade formado com a família subsTtuta, que vem desempenhando papel primordial para o regular desenvolvimento da menor, atendendo-o em todas as suas necessidades, impõe-se a confirmação da decisão que desTtuiu o poder familiar da genitora e deferiu a adoção pelo casal apelado, tendo em vista o superior interesse da criança. (TJMG - Apelação Cível 1.0620.13.000851-4/001, Relator(a): Des.(a) Armando Freire , 1ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 23/09/2014, publicação da súmula em 02/10/2014) APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DE FAMÍLIA. AÇÃO DE DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR C/C PEDIDO DE ADOÇÃO. MÃE MENOR DE IDADE. SITUAÇÃO DE ABANDONO. SUSPEITA DE ABUSO SEXUAL. INSTITUCIONALIZAÇÃO. INSERÇÃO EM FAMÍLIA SUBSTITUTA. MELHORES INTERESSES DA MENOR. - O casal habilitado como candidato à adoção, que recebeu a guarda da menor recolhida em abrigo, é parte legíTma para pleitear a desTtuição do poder familiar com respaldo no art. 155 do ECA. - Admite-se a acumulação do pedido de desTtuição do poder familiar com o de adoção, situação em que o pedido será apreciado em processo contencioso, assegurando-se aos pais biológicos o exercício da ampla defesa e do contraditório. - A medida de desTtuição de poder familiar pode ser aplicada em relação à mãe adolescente, com fins proteTvos, quando necessária à preservação dos melhores interesses dos menoresenvolvidos. - Decorrido período superior a seis meses desde a insTtucionalização da menor, com idade de dois anos, sem indicação de reintegração à família de origem, cabível a medida de colocação em família subsTtuta, como forma de resguardar o direito da infante à convivência familiar. - Demonstrada a inapTdão da mãe adolescente de assumir os deveres inerentes ao pátrio poder, por si ou através da sua representante legal, e a exposição da adotante a situações de risco, com relatos de abuso sexual e violência domésTca, bem como a sua privação do direito à convivência familiar, por não dispor o núcleo familiar de origem de condições mínimas necessárias ao seu desenvolvimento sadio, cabível a desTtuição do poder familiar. - A adoção deve ser deferida quando, inexisTndo qualquer situação de impedimento legal, a medida se mostrar favorável aos melhores interesses da criança, por lhe proporcionar um ambiente familiar propício, em que sejam atendidas suas necessidades qsicas, afeTvas e psicológicas. - Preliminares rejeitadas. - Recurso não provido. (TJMG - Apelação Cível 1.0024.11.046598-6/001, Relator(a): Des.(a) Heloisa Combat , 4ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 20/02/2014, publicação da súmula em 26/02/2014) ADOÇÃO INTERNACIONAL ADOÇÃO INTERNACIONAL Normas e Legislação: • Portaria nº 240, de 8 de abril de 2014 - Estabelece os procedimentos para o credenciamento de organismos estrangeiros que atuam em adoção internacional no Brasil • Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei nº 8.069, de 13 de junho de 1990 • Decreto Nº 3.087, de 21 de junho de 1999 - Promulga a Convenção RelaTva à Proteção das Crianças à Cooperação em Matéria de Adoção Internacoinal, concluída em Haia em 29 de maio de 1993 • Decreto Nº 3.174, de 16 de setembro de 1999 - Designa as Autoridades Centrais encarregadas de dar cumprimento às obrigações impostas pela Convenção de Haia de 1993 • Decreto nº 5.491, de 18 de julho de 2005 - Regulamenta a atuação de organismos estrangeiros e nacionais de adoção internacional ADOÇÃO INTERNACIONAL A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República como Autoridade Central para dar cumprimento às obrigações impostas pela Convenção de Haia de 1993 RelaTva à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional. ADOÇÃO INTERNACIONAL ADOÇÃO INTERNACIONAL Autoridade Central é o órgão interno responsável pela condução da cooperação jurídica de um Estado, e sua consTtuição decorre da raTficação de um tratado internacional que determine seu estabelecimento. A Autoridade Central detém a atribuição de coordenar a execução da cooperação jurídica, podendo, quando necessário, propor e fomentar melhorias no sistema de cooperação e de efeTvação de um tratado internacional. ADOÇÃO INTERNACIONAL • Requisitos (art. 51) § 1º A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar quando restar comprovado: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) I - que a colocação em família subsTtuta é a solução adequada ao caso concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança ou adolescente em família subsTtuta brasileira, após consulta aos cadastros mencionados no art. 50 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado, por meios adequados ao seu estágio de desenvolvimento, e que se encontra preparado para a medida, mediante parecer elaborado por equipe interprofissional, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) § 2º Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) § 3º A adoção internacional pressupõe a intervenção das Autoridades Centrais Estaduais e Federal em matéria de adoção internacional. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) ADOÇÃO INTERNACIONAL • Procedimento (art. 52) Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes adaptações: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido de habilitação à adoção perante a Autoridade Central em matéria de adoção internacional no país de acolhida, assim entendido aquele onde está situada sua residência habitual; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que os solicitantes estão habilitados e aptos para adotar, emiTrá um relatório que contenha informações sobre a idenTdade, a capacidade jurídica e adequação dos solicitantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e médica, seu meio social, os moTvos que os animam e sua apTdão para assumir uma adoção internacional; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o relatório à Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) IV - o relatório será instruído com toda a documentação necessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por equipe interprofissional habilitada e cópia autenTcada da legislação perTnente, acompanhada da respecTva prova de vigência; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) V - os documentos em língua estrangeira serão devidamente autenTcados pela autoridade consular, observados os tratados e convenções internacionais, e acompanhados da respecTva tradução, por tradutor público juramentado; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e solicitar complementação sobre o estudo psicossocial do postulante estrangeiro à adoção, já realizado no país de acolhida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade Central Estadual, a compaTbilidade da legislação estrangeira com a nacional, além do preenchimento por parte dos postulantes à medida dos requisitos objeTvos e subjeTvos necessários ao seu deferimento, tanto à luz do que dispõe esta Lei como da legislação do país de acolhida, será expedido laudo de habilitação à adoção internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um) ano; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será autorizado a formalizar pedido de adoção perante o Juízo da Infância e da Juventude do local em que se encontra a criança ou adolescente, conforme indicação efetuada pela Autoridade Central Estadual. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
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