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* Manejo da criança com HIV/AIDS Vera Lúcia da Silveira * Número de pessoas vivendo com HIV Total: 40 milhões Mulheres:15,9 milhões Crianças: 2,7 milhões 30 milhões de óbitos. Redução 20% das infecções nos últimos 10 anos. África Subsaariana - 22 milhões de pessoas vivendo ( 2/3 da população mundial, três quartos sexo feminino) com o HIV (5%). A região concentra 76 % das mortes por Aids. * * A epidemia da Aids através do tempo 1977: EUA, Haiti e África Central apresentam os primeiros casos da infecção; 1980: Primeiro caso de Aids no Brasil (SP); 1982: Confirmação do primeiro caso no Brasil. Adoção de Doença dos homossexuais; 1984: Primeira notificação mundial em criança. Primeiro caso em mulheres. Primeiros casos de transmissão heterossexual. O HIV1 é caracterizado no Instituto Pasteur, na França; 1985: O vírus da Aids é isolado nos EUA. Início da disputa dos pesquisadores franceses e norte-americanos pela autoria da descoberta; * A epidemia da Aids através do tempo 1985: O agente etiológico é denominado Human Immunodeficiency Vírus. Surge o primeiro teste diagnóstico da doença; 1987: Criação do Programa Nacional de DST e AIDS do Ministério da Saúde; Início da administração do AZT; 1989: O país acumula 4.535 casos de Aids; 1990: Cazuza morre aos 32 anos; mais de 6.000 casos são registrados no Brasil; 1992: Aprovação do DDI. Notificados 11.805 casos; 1996: Início de antiretrovirais combinados (HAART). * * Aids no mundo A taxa de novas infecções do vírus cairam, desde 2001; O número de infecções permanece alto – 14.000 novos casos por dia (UNAIDS); Cerca de 1,8 milhões de pacientes morrem anualmente de doenças relacionadas à Aids; Aproximadamente 10 milhões de pessoas no mundo precisam de tratamento,mas não tem acesso; Apesar do aumento de sobrevida, leva á morte cerca de 12 mil pessoas ao ano no Brasil; * Números de Aids no Brasil Total : 592.914 casos - 0,5% da população brasileira (junho 2010); Gestantes : 54.218 casos; Crianças: 14.926 casos Taxa de incidência: 20 casos de Aids por 100.000 Prevalência:1) 15-49 anos: 0,6%; 2) 17-20 anos: 0,12%; 3) 15-24 anos: 0,28%. Aids em jovens de 13 a 24 anos: 3.398 casos em 2009 ( 8,3 casos por 100.000 habitantes). * Números de Aids no Brasil Verifica-se queda na razão de sexos ao longo dos anos, que permanece estável desde 2002 em 1,5:1. Maior taxa de detecção do país: 35 a 39 anos Taxa de detecção em menores de 5 anos: diminuiu desde 2002, chegando a 3 casos por 100.00 habitantes em 2009 ( em 2002 era de 6,2 por 100.000 habitantes), com decréscimo nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. A epidemia se mantém estável ( Ministério de Saúde). * Números de Aids no Brasil Desde os anos 2000 RS, Roraima, RJ, SC e SP estão à frente com números mais elevados; Exceto nos anos de 2004 e 2005, RS manteve as maiores taxas de detecção de Aids da década (2009 com 47,5 casos/100.000 habitantes); RS (Porto Alegre) e SC (Florianópolis) lideram em primeiro e segundo lugar desde o ano 2000 ; Em 2009 :Porto Alegre, Rio do Sul, Florianópolis, São Leopoldo e Cruz Alta. * Números de Aids no Brasil Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente o tratamento; Cerca de 200 mil pessoas recebem regularmente os antiretrovirais; Custo: 427 milhões ao ano; Modelo a ser seguido em outros países em desenvolvimento; Apesar do aumento de sobrevida leva à morte cerca de 12 mil pessoas ao ano no Brasil. * Números de Aids em crianças no Brasil Formas de transmissão Vertical: 91,7% Heterossexual : 4,2% Ignorado : 4,2% Queda da incidência de casos em crianças menores de 5 anos; Redução de 44,4% de transmissão; Ações preventivas podem diminuir a chance de contaminação para 1-2 % (eficácia da política de redução da transmissão vertical do HIV). * Transmissão vertical Momentos de possível contato: gestação, parto (maioria dos casos), amamentação. Fatores que aumentam o risco de TV: bolsa rota + de 4 h; CD4 menor que 250 (doença avançada); RN de baixo peso ( menor que 2,5 Kg) ; drogadição; sexo desprotegido; procedimentos como amniocentese, cordocentese, uso de fórceps e punção de vilo; amamentação; e parto vaginal. * PACTG 076 Terapia combinada (com AZT no esquema) para a gestante a partir das 14 semanas de gestação; AZT endovenoso durante o parto; AZT para o RN durante 4 a 6 semanas; Não amamentar ( risco adicional de 14%); ARV de escolha: AZT + 3TC + LPV/r Cesárea eletiva: indicada após 33-34 semanas, com CV desconhecida ou superior a 1.000 cópias/ml * Cuidados com o RN Normas de Biossegurança; Limpar com compressas todo o sangue e secreções visíveis após o nascimento; Aspiração de vias aéreas; AZT: imediatamente após nascimento ( 2h); Alojamento conjunto; Não amamentação: fórmula infantil até 6 meses; Contra-indicado o aleitamento cruzado e LM com pasteurização domiciliar * Cuidados com o RN A criança deve ter alta agendada com consulta no SAE (não superior a 30 dias); Fornecer resumo da alta: condições do parto; tempo uso de AZT injetável pela mãe; tempo início do AZT da criança; condições de nascimento (peso, comprimento, PC, PT, APGAR). Preencher ficha de notificação; * * Transmissão vertical Quimioprofilaxia com Zidovudina: Dose: 4 mg/Kg/dose 12/12h, até 42 dias; Sem estudos que comprovem uso do AZT após 48h; Excepcionalmente, quando não houver condições de VO, usar o AZT injetável na dose de 1,5 mg/Kg 6/6h; Prematuros: 1) abaixo de 35 semanas: 1,5 mg/Kg VO 12/12h, 2) acima de 34 semanas: igual as crianças de termo por 42 dias * Transmissão vertical Esquema de quimioprofilaxia para gestantes que não receberam ARV na gestação AZT: 4 mg/Kg/dose 12/12h, por 42 dias NVP: Peso nascimento 1,5 a 2 Kg: 8 mg (0,8 ml)/dose, via oral; Mais de 2 Kg: 12 mg ( 1,2 ml )/dose, via oral Primeira dose nas primeiras 48 h de vida; Segunda dose 48h após a primeira dose; Terceira dose 96 h após a segunda dose * Transmissão vertical Quando em TP em franca evolução, com prognóstico de nascimento rápido: parto vaginal; Se TP em fase inicial, com 3-4 cm de dilatação do colo uterino e bolsa amniótica íntegra, a cesariana deve ser indicada; Um estudo suíço demonstrou redução de 70% na taxa de TV na cesariana eletiva; Nas gestantes que utilizaram AZT na gestação, TP e RN: redução de 87%. * Transmissão vertical I. Conduta no parto normal: 1) AZT EV desde o início do TP até o clampeamento do córdão umbilical; 2) Ligadura imediata do córdão umbilical; 3) Contra-indicados procedimentos invasivos; 4) Evitar episiotomia; 5) Evitar toques repetidos; 6) Evitar bolsa rota por mais que 4 h ou TP prolongado; 7) Normas de biossegurança. * * Transmissão vertical II.Conduta na cesárea eletiva: 1) Estabelecer cuidadosamente a IG (DUM, USG); 2) Realizar entre 38 e 39 semanas; 3) Administração adequada do AZT injetável (iniciado 3 h antes da cesariana, e mantido até a ligadura do córdão umbilical); 4) Ligadura imediata do córdão umbilical; * Transmissão vertical Taxas de transmissão 1) Com os 3 componentes do AZT: 3-4 %; 2) Com ARV combinados: menor que 2 % 3) Com CV entre 1.000- 10.0000 cópias/mm3 próximo ao parto: 1-12% (média : 5,7%) 4) Com CV acima de 10.000 cópias/mm3 próximo ao parto: 9- 29% (média : 12,6%). * Transmissão vertical Taxa de transmissão vertical no Brasil (2004) :6,8%. Região Norte: 13,4% Região Centro-oeste: 4,3%. Em locais onde as medidas profiláticas preconizadas pelo Ministério da Saúde foram implantadas na rotina do pré-natal, as taxas de TV foram reduzidas para menos de 2%. * Recomendações para profilaxia primária de Pneumocisti jiroveci Nascimento até 4-6 semanas: não indicar 4-6 semanas a 4 meses: indicar 4-12 meses: 1) Criança infectada pelo HIV ou infecção indeterminada : iniciar ou manter profilaxia 2) Criança provavelmente não infectada: não indicar/suspender SMT-TMP: 750 mg de SMX/m2/dia em 2 doses, 3 x/semana em dias consecutivos, ou seg, quarta e sexta-feiras * * Rotina de acompanhamento clínico da criança exposta ao HIV O acompanhamento deve ser mensal nos 6 meses e bimestral a partir de 6 meses; Registrar em todas consultas: peso, comprimento e perímetros (PC); Coinfecções: maior risco de exposição nos dois primeiros anos de vida (Treponema pallidum, vírus das hepatites B e C, vírus HTLV1/2, vírus do herpes simples, Citomegalovírus, Toxoplasma gondii e Mycobacterium tuberculosis). O reconhecimento precoce e o tratamento de possíveis coinfecções devem ser considerados prioritários nessas crianças. * Anamnese Deve ser detalhada e minuciosa: alimentação, sono, comportamento e intercorrências infecciosas recentes ou pregressas. Explorar sinais e sintomas sugestivos de toxicidade mitocondrial que podem ser variáveis. Quando graves: manifestações neurológicas (encefalopatias, convulsões afebris), retardo do desenvolvimento, sintomas cardíacos (miocardiopatia, disfunção do VE). * Exame físico Exame físico detalhado: Pesquisar marcadores específicos do HIV: presença de linfonodos; alterações do PC; retardo de crescimento e desenvolvimento; hepatoesplenomegalia, candidíase oral e/ou genital. Avaliação do desenvolvimento neuro/psico motor. Consulta com outros especialistas: alterações no exame físico, achados laboratoriais ou imagem sugestivos de toxicidade mitocondrial (neuropediatra ou cardiologista infantil). * Roteiro para acompanhamento laboratorial de crianças expostas verticalmente ao HIV Ao nascer: Hemograma, provas de função hepática, glicemia, sorologia HIV *, TORCH, Sífilis, HBV e HCV, HTLV1/2; 1-2 meses: Hemograma, provas de função hepática, glicemia, sorologia HIV *, CV, CD4/CD8; 4 meses: Hemograma, glicemia, CV, CD4/CD8 6-12 meses: Hemograma; 12-18 meses: Hemograma, provas de função hepática, glicemia, sorologia HIV. * * Efeitos adversos associados ao tratamento antiretroviral materno no feto, RN e lactente Inquestionável o benefício da profilaxia com drogas antiretrovirais; Os efeitos dos antiretrovirais sobre o feto, como potencial de teratogenicidade e carcinogênese, farmacocinética e toxicidade das drogas devem ser considerados; Estes medicamentos são de uso recente; A maioria dos estudos é resultado de análise de exposições em modelos animais. * Efeitos adversos associados ao tratamento antiretroviral materno no feto, RN e lactente Risco de prematuridade: tem sido observado maior taxa de partos prematuros nas gestantes com terapia antiretroviral combinada (risco de aumento da morbidade e mortalidade perinatal). Toxicidade mitocondrial: aumento transitório do lactato sérico em crianças expostas aos ITRAN. Relato de crianças expostas intraútero que não se infectaram: 8 em 1754 crianças acometidas sendo 2 com manifestações neurológicas graves; 3 com sintomas leves a moderados (miocardiopatia transitória); e 3 com níveis elevados de lactato sem repercussão clínica. * Efeitos adversos associados ao tratamento antiretroviral materno no feto, RN e lactente Convulsões febris: observado aumento na taxa de convulsões febris precoces em crianças não infectadas e expostas a antiretrovirais.O risco cumulativo foi de 11/1.000 crianças (1,1%),comparado com o grupo de 4,1/1.000 ( 0,4%) nas crianças do grupo sem exposição aos ARV. * Efeitos adversos associados ao tratamento antiretroviral materno no feto, RN e lactente Alterações cardíacas: O tratamento antiretroviral em adultos tem sido acompanhado pelo aumento de doença cardíaca e coronariana; As crianças expostas a essas drogas estão sob risco de sua toxicidade e de alterações cardíacas; Quadros variam desde miocardiopatia assintomática a quadros graves de ICC; Um estudo ( coorte P2C2HIV) verificou que crianças nascidas de mães infectadas apresentavam anormalidades cardiovasculares persistentes (pior função ventricular E e cardíaca). Redução dos níveis de insulina: o uso de IP tem sido relacionado com o surgimento de intolerância á glicose e casos de diabetes. * Diagnóstico da infecção pelo HIV Crianças com idade menor ou igual a 18 meses: 1) Infectadas Quantificação do RNA viral plasmático (CV) OU Detecção do DNA pró-viral ** e CV entre 1 e 6 meses (preferência 4 meses). Se primeira quantificação da CV der resultado detectável (acima de 10.000 cópias/ml), repetir imediatamente. Se segunda CV detectável: criança infectada pelo HIV. Caso a CV esteja abaixo de 10.000 cópias/ml, a situação deve ser cuidadosamente analisada (pode ser resultado falso-positivo) * Diagnóstico da infecção pelo HIV 2) Não infectadas Quantificação do RNA viral plasmático (CV) OU Detecção do DNA pró-viral e CV entre 1 e 6 meses ( preferência 4 meses) E Teste de detecção de anticorpos anti-HIV não reagente após os 12 meses * Diagnóstico da Infecção pelo HIV Crianças com idade superior a 18 meses 1) Infectadas Realização de um teste de triagem para detecção de anti-HIV1 e anti-HIV2 e um teste confirmatório. Se resultado positivo, confirmar com nova amostra. Em casos especiais, podem ser usados 2 testes rápidos, com metodologias diferentes. Se resultados positivos nos dois testes o resultado é definido como ¨amostra positiva para o HIV¨. Em casos de resultados discordantes fazer um terceiro teste.Se este teste for positivo a amostra será considerada positiva para o HIV. * Diagnóstico da Infecção pelo HIV 2) Não infectadas Uma amostra não reagente em testes de detecção para anticorpos anti-HIV; OU Uma amostra negativa em dois testes rápidos Em caso de resultados discordantes, realiza-se um terceiro teste rápido. Se este resultar negativo, considera-se a ¨amostra negativa para o HIV¨. * * * * Vacinação em crianças HIV/AIDS Ao nascer :BCG; HB ( primeira dose). 2 meses: Pentavalente ( DPT + Hib + HB); Polio inativada; Oral Rotavírus; Pneumocócica 10. 3 meses: Meningocócica C. 4 meses: Pentavalente; Polio inativada: oral RTV; Pneumocócica 10. 5 meses: Meningocócica C. 6 meses: Pentavalente; Polio inativada; Pneumocóciaca 10 * Vacinação em crianças HIV/AIDS 9 meses: Febre amarela. 12 meses: Tríplice viral; Pneumocócica 10. 15 meses: Tríplice bacteriana ( DPT); Polio inativada; Meningocócica C. 4 anos: Tríplice bacteriana (DPT); Tríplice viral. 10 anos : Febre amarela * Categorias clínicas Categoria N- Assintomáticas: Ausência de sinais e/ou sintomas ou com apenas uma das condições da categoria A; Categoria A – Sinais e/ou sintomas leves: Presença de 2 ou mais das condições abaixo, e nenhuma das condições da categoria B e C: Linfadenopatia (maior que 0,5 cm em mais de 2 cadeais diferentes); Hepatomegalia; Esplenomegalia; Parotidite; e Infecções persistentes de vias aéreas superiores * Categorias clínicas Categoria B- Sinais e sintomas moderados: Anemia (Hb < 8g/dl), neutropenia (<1.000/mm3) ou trombocitopenia (100.000/mm3), por mais de 30 dias; Meningite bacteriana, pneumonia ou sepse; TB pulmonar; Candidíase oral por mais de 2 meses; Miocardiopatia; Infecção por Citomegalovírus antes de 1 mês de vida; Diarréia recorrente ou crônica; * Categoria B Hepatite; Estomatite pelo vírus do Herpes Simples recorrente ( mais que 2 episódios); Pneumonite ou esofagite por HSV, antes de 1 mês de vida; Pneumonia intersticial linfocítica ( LIP); Nefropatia; Nocardiose: Febre persistente (> 1 mês); Toxoplasmose antes de 1 mês de vida; Varicela disseminada ou complicada. * * Categoria C: Sinais e/ou sintomas graves Infecções bacterianas graves, múltiplas ou recorrentes (confirmados por cultura, 2 episódios em 1 ano): sepse, pneumonia, meningite, infecções osteoarticulares, abcessos de órgãos internos; Candidíase esofágica ou pulmonar; Coccioidomicose disseminada; Criptococose extra-pulmonar; Criptosporidíase ou isosporíase com diarréia ( > 1 mês); * Categoria C CMV em locais além do fígado, baço ou linfonodos, a partir de 1 mês de vida; Encefalopatia pelo HIV ( que persistem por mais de 2 meses): a) Déficit de desenvolvimento neuro psicomotor; b) Evidência de déficit de crescimento cerebral ou microcefalia adquirida identificada por medidas de PC ou atrofia cortical mantida em tomografias computadorizadas ou ressonância magnéticas sucessivas de crânio; e c) Déficit motor simétrico com 2 ou mais dos seguintes achados:paresias, reflexos patológicos, ataxia; * Categoria C Infecção por HSV, úlceras mucocutâneas com duração maior que 1 mês ou esofagite ou pneumonite (> que 1 mês de vida); Histoplasmose disseminada; Mycobacterium tuberculosis disseminada ou extrapulmonar; Mycobacterium, outras espécies disseminadas; Pneumonia por Pneumocistis jiroveci; * * Categoria C Salmonelose disseminada recorrente; Toxoplasmose cerebral com início após o primeiro mês de vida: Síndrome de caquexia: a) perda de peso > 10 % do peso anterior ; ou b) queda de dois ou mais percentis nas tabelas de peso para a idade; c) peso abaixo do percentil 5, em duas medidas sucessivas; e d) diarréia crônica ( mais que 30 dias );ou e) febre por 30 dias ou mais , documentada. * Categoria C Leucoencefalopatia multifocal progressiva; Sarcoma de Kaposi; e Linfoma primário do cérebro ou outros linfomas. * * Acompanhamento de crianças e adolescentes infectados pelo HIV, sem indicação de terapia ARV Avaliação clínica e laboratorial em intervalos regulares (detectar precocemente manifestações clínicas e alterações laboratoriais); Consultas médicas a cada 1 a 2 meses; Exames laboratoriais a cada 3-4 meses: hemograma, CD4 e RNA viral. Anualmente, sorologia para toxoplasmose, citomegalovírus e PPD. * * Tratamento Antiretroviral Objetivos 1) Reduzir a morbimortalidade e melhorar a qualidade de vida das crianças infectadas; 2) Assegurar crescimento e desenvolvimento adequados; 3)Preservar ou reconstituir o funcionamento do sistema imunológico, reduzindo infecções oportunistas; 4) Proporcionar supressão máxima e prolongada da replicação do HIV. * Parâmetros laboratoriais CD4: Variações na contagem percentual são mais estáveis em crianças menores de 5 anos; Flutuações transitórias: infecções, imunizações, e exames laboratoriais. CV: Pico da viremia plasmatica ocorre por volta de 2 meses e atinge frequentemente valores superiores a 1.000.000 cópias/mm3, com taxas de declínio mais lentas que adultos. Não se deve tomar a decisão de iniciar TARV com base em uma medida laboratorial * * Drogas antiretrovirais para crianças e adolescentes ITRAN : Abacavir (ABC); Didanosina (ddi); Estavudina (d4T); Lamivudina (3TC); Zidovudina (AZT); AZT + 3TC; Tenofovir (TDF). ITRNN : Nevirapina (NVP); Efavirenz(EFV); IP : Atazanavir (ATV); Darunavir (DRV); Fosamprenavir (FPV); Indinavir (IDV); Lopinavir (LPV/r); Nelfinavir;Ritonavir (RTV); Saquinavir (SQV); Tripanavir (TPV). Inibidores de Fusão: (Enfurvitida ) Inibidores de Integrase : Raltegravir (RAL). * * * Fatores limitantes da resposta á terapia ARV 1) Falha na adesão ao esquema de ARV; 2) Toxicidade das drogas e efeitos adversos; 3) Uso prévio de ARV com falha e resistência viral; 4) Altos níveis de carga viral e baixa contagem de linfócitos CD4; 5) Comorbidades que limitem uso de drogas; * Monitoramento da resposta terapêutica aos ARV Objetivos: Avaliar a adesão ao esquema; Tolerabilidade das drogas. Efeitos adversos ; Afecções associadas à síndrome da recuperação imunológica; Eficácia do tratamento ARV Na visita anterior à introdução dos ARV devem ser registrados os dados antropométricos ( peso, estatura, IMC). * Adesão ao esquema antiretroviral A adesão é fortemente influenciada por fatores psicossociais associados ao cuidador e à criança. As crianças apresentam dificuldade na aceitação da medicação devido ao tamanho das cápsulas, palatalibilidade ruim e grande volume administrado, principalmente lactentes e pré-escolares. Atividades como ir à escola ou à casa de parentes se tornam verdadeiros problemas. * Adesão ao esquema antiretroviral ¨As coleguinhas perguntam pra quê é esse remédio? ¨ ¨Mãe, quando é que estes remédios vão acabar ? ¨ ¨Porque eu tomo tanto remédio, mãe ? ¨ ¨É muito complicado. Porque se fosse uma vez por mês, mas é todo dia, e duas vezes ao dia.os remédios são ruins.Não tem um tipo bala, meio docinho ¨. ¨Fica fora uns dias, tem que levar os remédios, e tomar escondido ¨. * Exames laboratoriais Carga viral para HIV; Contagem de linfócitos T CD4; Hemograma com plaquetas; Função hepática (TGO, TGP, FA, GGT), e renal ( uréia e creatinina); Bioquímica ( ionograma, glicemia, colesterol e frações, triglícerídeos, amilase e lipase ); RX tórax; Análise de sedimento urinário. * * Falha terapêutica Virológica Imunológica Clínica A principal meta da terapia ARV é a indetecção da replicação viral. Evitar trocas sem respaldo da genotipagem. * Falha terapêutica Rebote da replicação viral após resposta virológica completa, associada ou não a falha imunológica e clínica. Definida como deterioração neurológica, falha no crescimento e ocorrência de infecções graves ou recorrentes ou doenças associadas á AIDS em 6 meses de terapia ARV. A principal meta da terapia ARV é a indectecção da replicação viral Evitar trocas sem respaldo da genotipagem. * * Considerações para mudança de esquema terapêutico Genotipagem: crianças com CV maior ou igual 2.000 cópias/ml, na vigência de TARV Ou fazer a troca de acordo com o histórico de uso de ARV, perfil de resistência cruzada: 1) Esquema duplo com 2 ITRN: esquema triplo,trocando os ITRN e associando IP/r; 2) Esquema triplo com ITRNN: trocar os dois ITRN e substituir o ITRNN por IP/r; 3) Esquema triplo com IP/r: trocar os dois ITRN e o IP/r, associando ITRNN * O uso de terapia antiretroviral combinada em lactentes, crianças e adolescentes reduziu a morbidade e mortalidade; melhorou a qualidade de vida de pacientes com HIV adquirido no período neonatal, tornando o HIV uma doença crônica. Com a introdução dos IP em 1996, a mortalidade anual caiu 70%. Este marco é atribuido à diminuição na CV e à reconstituição do sistema imune e redução drástica das infecções oportunis tas, que eram causa de morte precoce. * Avanços ARV combinado: 3TC 30 mg + AZT 60mg + NVP 50 mg (Minas Gerais, RJ e SP); Vacinas contra Aids ¨Cura ¨da Aids : paciente Timothy Ray Brown :mutação CCR5 delta homozigosidade ( 1% dos caucasianos). Relatado na Conferência de Retrovírus, em 2008 (Bostom) * SAE pediátrico Número total: 690 Portadoras do HIV em acompanhamento : 12 Em tratamento antiretroviral: 35 Importância da equipe multidisciplinar: assistente social, psicólogia, médicos, enfermeiros, e farmacêuticos. * * Conclusões Redução de 20% de novas infecções nos últimos anos; O Brasil distribui gratuitamente o tratamento antiretroviral para todos os pacientes infectados (cerca de 200 mil); Queda na incidência de casos em crianças abaixo de 5 anos (44,4%); Prevenção: diminuição da chance de contaminação para 1-2% para o RN, com medidas para redução da transmissão vertical. * *
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