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12. AIDS-81

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Manejo da criança com HIV/AIDS
 Vera Lúcia da Silveira
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Número de pessoas vivendo com HIV
Total: 40 milhões 
Mulheres:15,9 milhões
Crianças: 2,7 milhões
 30 milhões de óbitos.
 Redução 20% das infecções nos últimos 10 anos.
 África Subsaariana - 22 milhões de pessoas vivendo ( 2/3 da população mundial, três quartos sexo feminino) com o HIV (5%). A região concentra 76 % das mortes por Aids.
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A epidemia da Aids através do tempo
1977: EUA, Haiti e África Central apresentam os primeiros casos da infecção;
1980: Primeiro caso de Aids no Brasil (SP);
1982: Confirmação do primeiro caso no Brasil. Adoção de Doença dos homossexuais;
1984: Primeira notificação mundial em criança. Primeiro caso em mulheres. Primeiros casos de transmissão heterossexual. O HIV1 é caracterizado no Instituto Pasteur, na França;
1985: O vírus da Aids é isolado nos EUA. Início da disputa dos pesquisadores franceses e norte-americanos pela autoria da descoberta;
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A epidemia da Aids através do tempo
1985: O agente etiológico é denominado Human Immunodeficiency Vírus. Surge o primeiro teste diagnóstico da doença;
1987: Criação do Programa Nacional de DST e AIDS do Ministério da Saúde; Início da administração do AZT;
1989: O país acumula 4.535 casos de Aids;
1990: Cazuza morre aos 32 anos; mais de 6.000 casos são registrados no Brasil;
1992: Aprovação do DDI. Notificados 11.805 casos;
1996: Início de antiretrovirais combinados (HAART).
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Aids no mundo
A taxa de novas infecções do vírus cairam, desde 2001;
O número de infecções permanece alto – 14.000 novos casos por dia (UNAIDS);
Cerca de 1,8 milhões de pacientes morrem anualmente de doenças relacionadas à Aids;
Aproximadamente 10 milhões de pessoas no mundo precisam de tratamento,mas não tem acesso;
Apesar do aumento de sobrevida, leva á morte cerca de 12 mil pessoas ao ano no Brasil;
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Números de Aids no Brasil
Total : 592.914 casos - 0,5% da população brasileira (junho 2010);
Gestantes : 54.218 casos;
Crianças: 14.926 casos
Taxa de incidência: 20 casos de Aids por 100.000
Prevalência:1) 15-49 anos: 0,6%;
 2) 17-20 anos: 0,12%;
 3) 15-24 anos: 0,28%.
Aids em jovens de 13 a 24 anos: 3.398 casos em 2009 ( 8,3 casos por 100.000 habitantes).
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Números de Aids no Brasil 
 
 Verifica-se queda na razão de sexos ao longo dos anos, que permanece estável desde 2002 em 1,5:1.
 Maior taxa de detecção do país: 35 a 39 anos
 Taxa de detecção em menores de 5 anos: diminuiu desde 2002, chegando a 3 casos por 100.00 habitantes em 2009 ( em 2002 era de 6,2 por 100.000 habitantes), com decréscimo nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste.
 A epidemia se mantém estável ( Ministério de Saúde).
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Números de Aids no Brasil
Desde os anos 2000 RS, Roraima, RJ, SC e SP estão à frente com números mais elevados;
Exceto nos anos de 2004 e 2005, RS manteve as maiores taxas de detecção de Aids da década (2009 com 47,5 casos/100.000 habitantes);
RS (Porto Alegre) e SC (Florianópolis) lideram em primeiro e segundo lugar desde o ano 2000 ;
Em 2009 :Porto Alegre, Rio do Sul, Florianópolis, São Leopoldo e Cruz Alta.
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Números de Aids no Brasil
 Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente o tratamento;
Cerca de 200 mil pessoas recebem regularmente os antiretrovirais;
Custo: 427 milhões ao ano;
Modelo a ser seguido em outros países em desenvolvimento;
 Apesar do aumento de sobrevida leva à morte cerca de 12 mil pessoas ao ano no Brasil.
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Números de Aids em crianças no Brasil
Formas de transmissão 
Vertical: 91,7%
Heterossexual : 4,2%
Ignorado : 4,2%
Queda da incidência de casos em crianças menores de 5 anos;
Redução de 44,4% de transmissão;
Ações preventivas podem diminuir a chance de contaminação para 1-2 % (eficácia da política de redução da transmissão vertical do HIV).
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Transmissão vertical
Momentos de possível contato: gestação, parto (maioria dos casos), amamentação.
Fatores que aumentam o risco de TV: bolsa rota + de 4 h; CD4 menor que 250 (doença avançada); RN de baixo peso 
( menor que 2,5 Kg) ; drogadição; sexo desprotegido; procedimentos como amniocentese, cordocentese, uso de fórceps e punção de vilo; amamentação; e parto vaginal.
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PACTG 076
Terapia combinada (com AZT no esquema) para a gestante a partir das 14 semanas de gestação;
AZT endovenoso durante o parto;
AZT para o RN durante 4 a 6 semanas; 
Não amamentar ( risco adicional de 14%);
ARV de escolha: AZT + 3TC + LPV/r
 Cesárea eletiva: indicada após 33-34 semanas, com CV desconhecida ou superior a 1.000 cópias/ml
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Cuidados com o RN
Normas de Biossegurança;
Limpar com compressas todo o sangue e secreções visíveis após o nascimento;
Aspiração de vias aéreas;
AZT: imediatamente após nascimento ( 2h); 
Alojamento conjunto;
Não amamentação: fórmula infantil até 6 meses;
Contra-indicado o aleitamento cruzado e LM com pasteurização domiciliar
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Cuidados com o RN
A criança deve ter alta agendada com consulta no SAE (não superior a 30 dias); 
Fornecer resumo da alta: condições do parto; tempo uso de AZT injetável pela mãe; tempo início do AZT da criança; condições de nascimento (peso, comprimento, PC, PT, APGAR).
Preencher ficha de notificação;
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Transmissão vertical
Quimioprofilaxia com Zidovudina:
Dose: 4 mg/Kg/dose 12/12h, até 42 dias;
Sem estudos que comprovem uso do AZT após 48h;
Excepcionalmente, quando não houver condições de VO, usar o AZT injetável na dose de 1,5 mg/Kg 6/6h;
Prematuros: 
1) abaixo de 35 semanas: 1,5 mg/Kg VO 12/12h, 2) acima de 34 semanas: igual as crianças de termo por 42 dias
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Transmissão vertical
Esquema de quimioprofilaxia para gestantes que não receberam ARV na gestação
AZT: 4 mg/Kg/dose 12/12h, por 42 dias
NVP: 
Peso nascimento
 1,5 a 2 Kg: 8 mg (0,8 ml)/dose, via oral;
Mais de 2 Kg: 12 mg ( 1,2 ml )/dose, via oral
Primeira dose nas primeiras 48 h de vida;
Segunda dose 48h após a primeira dose;
Terceira dose 96 h após a segunda dose
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Transmissão vertical
Quando em TP em franca evolução, com prognóstico de nascimento rápido: parto vaginal;
Se TP em fase inicial, com 3-4 cm de dilatação do colo uterino e bolsa amniótica íntegra, a cesariana deve ser indicada;
 Um estudo suíço demonstrou redução de 70% na taxa de TV na cesariana eletiva;
 Nas gestantes que utilizaram AZT na gestação, TP e RN: redução de 87%.
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Transmissão vertical
I. Conduta no parto normal:
1) AZT EV desde o início do TP até o clampeamento do córdão umbilical;
2) Ligadura imediata do córdão umbilical;
3) Contra-indicados procedimentos invasivos;
4) Evitar episiotomia;
5) Evitar toques repetidos;
6) Evitar bolsa rota por mais que 4 h ou TP prolongado;
7) Normas de biossegurança.
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Transmissão vertical
II.Conduta na cesárea eletiva:
1) Estabelecer cuidadosamente a IG (DUM, USG);
2) Realizar entre 38 e 39 semanas;
3) Administração adequada do AZT injetável (iniciado 3 h antes da cesariana, e mantido até a ligadura do córdão umbilical); 
4) Ligadura imediata do córdão umbilical;
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Transmissão vertical
Taxas de transmissão
1) Com os 3 componentes do AZT: 3-4 %;
2) Com ARV combinados: menor que 2 %
3) Com CV entre 1.000- 10.0000 cópias/mm3 próximo ao parto: 1-12% (média : 5,7%)
4) Com CV acima de 10.000 cópias/mm3 próximo ao parto: 9- 29% (média : 12,6%).
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Transmissão vertical
Taxa de transmissão vertical no Brasil (2004) :6,8%.
Região Norte: 13,4%
Região Centro-oeste: 4,3%.
 Em locais onde as medidas profiláticas preconizadas pelo Ministério da Saúde foram implantadas na rotina do pré-natal, as taxas de TV foram reduzidas para menos de 2%.
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Recomendações para profilaxia primária de Pneumocisti jiroveci
Nascimento até 4-6 semanas: não indicar
4-6 semanas a 4 meses: indicar
4-12 meses: 
 1) Criança infectada pelo HIV ou infecção indeterminada : iniciar ou manter profilaxia
 2) Criança provavelmente não infectada: não indicar/suspender
 SMT-TMP: 750 mg de SMX/m2/dia em 2 doses, 3 x/semana em dias consecutivos, ou seg, quarta e sexta-feiras
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Rotina de acompanhamento clínico da criança exposta ao HIV
O acompanhamento deve ser mensal nos 6 meses e bimestral a partir de 6 meses;
Registrar em todas consultas: peso, comprimento e perímetros (PC);
Coinfecções: maior risco de exposição nos dois primeiros anos de vida (Treponema pallidum, vírus das hepatites B e C, vírus HTLV1/2, vírus do herpes simples, Citomegalovírus, Toxoplasma gondii e Mycobacterium tuberculosis).
O reconhecimento precoce e o tratamento de possíveis coinfecções devem ser considerados prioritários nessas crianças.
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Anamnese
Deve ser detalhada e minuciosa: alimentação, sono, comportamento e intercorrências infecciosas recentes ou pregressas.
Explorar sinais e sintomas sugestivos de toxicidade mitocondrial que podem ser variáveis.
Quando graves: manifestações neurológicas (encefalopatias, convulsões afebris), retardo do desenvolvimento, sintomas cardíacos (miocardiopatia, disfunção do VE).
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Exame físico 
Exame físico detalhado: Pesquisar marcadores específicos do HIV: presença de linfonodos; alterações do PC; retardo de crescimento e desenvolvimento; hepatoesplenomegalia, candidíase oral e/ou genital.
 Avaliação do desenvolvimento neuro/psico motor.
 Consulta com outros especialistas: alterações no exame físico, achados laboratoriais ou imagem sugestivos de toxicidade mitocondrial (neuropediatra ou cardiologista infantil).
 
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Roteiro para acompanhamento laboratorial de crianças expostas verticalmente ao HIV
Ao nascer: Hemograma, provas de função hepática, glicemia, sorologia HIV *, TORCH, Sífilis, HBV e HCV, HTLV1/2;
1-2 meses: Hemograma, provas de função hepática, glicemia, sorologia HIV *, CV, CD4/CD8; 
4 meses: Hemograma, glicemia, CV, CD4/CD8
6-12 meses: Hemograma;
12-18 meses: Hemograma, provas de função hepática, glicemia, sorologia HIV.
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Efeitos adversos associados ao tratamento antiretroviral materno no feto, RN e lactente
Inquestionável o benefício da profilaxia com drogas antiretrovirais;
Os efeitos dos antiretrovirais sobre o feto, como potencial de teratogenicidade e carcinogênese, farmacocinética e toxicidade das drogas devem ser considerados;
Estes medicamentos são de uso recente;
A maioria dos estudos é resultado de análise de exposições em modelos animais.
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Efeitos adversos associados ao tratamento antiretroviral materno no feto, RN e lactente
Risco de prematuridade: tem sido observado maior taxa de partos prematuros nas gestantes com terapia antiretroviral combinada (risco de aumento da morbidade e mortalidade perinatal).
Toxicidade mitocondrial: aumento transitório do lactato sérico em crianças expostas aos ITRAN.
Relato de crianças expostas intraútero que não se infectaram: 8 em 1754 crianças acometidas sendo 2 com manifestações neurológicas graves; 3 com sintomas leves a moderados (miocardiopatia transitória); e 3 com níveis elevados de lactato sem repercussão clínica. 
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Efeitos adversos associados ao tratamento antiretroviral materno no feto, RN e lactente
Convulsões febris: observado aumento na taxa de convulsões febris precoces em crianças não infectadas e expostas a antiretrovirais.O risco cumulativo foi de 11/1.000 crianças (1,1%),comparado com o grupo de 4,1/1.000 ( 0,4%) nas crianças do grupo sem exposição aos ARV.
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Efeitos adversos associados ao tratamento antiretroviral materno no feto, RN e lactente
Alterações cardíacas: O tratamento antiretroviral em adultos tem sido acompanhado pelo aumento de doença cardíaca e coronariana;
As crianças expostas a essas drogas estão sob risco de sua toxicidade e de alterações cardíacas;
Quadros variam desde miocardiopatia assintomática a quadros graves de ICC;
Um estudo ( coorte P2C2HIV) verificou que crianças nascidas de mães infectadas apresentavam anormalidades cardiovasculares persistentes (pior função ventricular E e cardíaca).
Redução dos níveis de insulina: o uso de IP tem sido relacionado com o surgimento de intolerância á glicose e casos de diabetes.
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Diagnóstico da infecção pelo HIV
 Crianças com idade menor ou igual a 18 meses:
 1) Infectadas
 Quantificação do RNA viral plasmático (CV) 
 OU
 Detecção do DNA pró-viral ** e CV entre 1 e 6 meses (preferência 4 meses).
 Se primeira quantificação da CV der resultado detectável (acima de 10.000 cópias/ml), repetir imediatamente.
 Se segunda CV detectável: criança infectada pelo HIV.
 Caso a CV esteja abaixo de 10.000 cópias/ml, a situação deve ser cuidadosamente analisada (pode ser resultado falso-positivo)
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Diagnóstico da infecção pelo HIV
2) Não infectadas
 Quantificação do RNA viral plasmático (CV) 
 OU
 Detecção do DNA pró-viral e CV entre 1 e 6 meses ( preferência 4 meses)
 E
 Teste de detecção de anticorpos anti-HIV não reagente após os 12 meses
 
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Diagnóstico da Infecção pelo HIV
Crianças com idade superior a 18 meses
1) Infectadas
Realização de um teste de triagem para detecção de anti-HIV1 e anti-HIV2 e um teste confirmatório. Se resultado positivo, confirmar com nova amostra.
Em casos especiais, podem ser usados 2 testes rápidos, com metodologias diferentes. Se resultados positivos nos dois testes o resultado é definido como ¨amostra positiva para o HIV¨.
Em casos de resultados discordantes fazer um terceiro teste.Se este teste for positivo a amostra será considerada positiva para o HIV.
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Diagnóstico da Infecção pelo HIV
 2) Não infectadas
 Uma amostra não reagente em testes de detecção para anticorpos anti-HIV; 
 OU
 Uma amostra negativa em dois testes rápidos
 Em caso de resultados discordantes, realiza-se um terceiro teste rápido. Se este resultar negativo, considera-se a ¨amostra negativa para o HIV¨.
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Vacinação em crianças HIV/AIDS
Ao nascer :BCG; HB ( primeira dose).
2 meses: Pentavalente ( DPT + Hib + HB); Polio inativada; Oral Rotavírus; Pneumocócica 10.
3 meses: Meningocócica C.
4 meses: Pentavalente; Polio inativada: oral RTV; Pneumocócica 10.
5 meses: Meningocócica C.
6 meses: Pentavalente; Polio inativada; Pneumocóciaca 10
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Vacinação em crianças HIV/AIDS
9 meses: Febre amarela.
12 meses: Tríplice viral; Pneumocócica 10.
15 meses: Tríplice bacteriana ( DPT); Polio inativada; Meningocócica C.
4 anos: Tríplice bacteriana (DPT); Tríplice viral.
10 anos : Febre amarela
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 Categorias clínicas
Categoria N- Assintomáticas:
Ausência de sinais e/ou sintomas ou com apenas uma das condições da categoria A;
Categoria A – Sinais e/ou sintomas leves:
Presença de 2 ou mais das condições abaixo, e nenhuma das condições da categoria B e C:
Linfadenopatia (maior que 0,5 cm em mais de 2 cadeais diferentes);
Hepatomegalia;
Esplenomegalia;
Parotidite; e
Infecções persistentes de vias aéreas superiores
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Categorias clínicas
Categoria B- Sinais e sintomas moderados:
Anemia (Hb < 8g/dl), neutropenia (<1.000/mm3) ou trombocitopenia (100.000/mm3), por mais de 30 dias;
Meningite bacteriana, pneumonia ou sepse;
TB pulmonar;
Candidíase oral por mais de 2 meses;
Miocardiopatia;
Infecção por Citomegalovírus antes de 1 mês de vida;
Diarréia recorrente ou crônica;
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Categoria B
Hepatite;
Estomatite pelo vírus do Herpes Simples recorrente ( mais que 2 episódios);
Pneumonite ou esofagite por HSV, antes de 1 mês de vida;
Pneumonia intersticial linfocítica ( LIP);
Nefropatia;
Nocardiose:
Febre persistente (> 1 mês);
Toxoplasmose antes de 1 mês de vida;
Varicela disseminada ou complicada.
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Categoria C: Sinais e/ou sintomas graves
Infecções bacterianas graves, múltiplas ou recorrentes (confirmados por cultura, 2 episódios em 1 ano): sepse, pneumonia, meningite, infecções osteoarticulares, abcessos de órgãos internos;
Candidíase esofágica ou pulmonar;
Coccioidomicose disseminada;
Criptococose extra-pulmonar;
Criptosporidíase ou isosporíase com diarréia ( > 1 mês);
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Categoria C
CMV em locais além do fígado, baço ou linfonodos, a partir de 1 mês de vida;
Encefalopatia pelo HIV ( que persistem por mais de 2 meses):
a) Déficit de desenvolvimento neuro psicomotor;
b) Evidência de déficit de crescimento cerebral ou microcefalia adquirida identificada por medidas de PC ou atrofia cortical mantida em tomografias computadorizadas ou ressonância magnéticas sucessivas de crânio; e 
c) Déficit motor simétrico com 2 ou mais dos seguintes achados:paresias, reflexos patológicos, ataxia;
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Categoria C
Infecção por HSV, úlceras mucocutâneas com duração maior que 1 mês ou esofagite ou pneumonite (> que 1 mês de vida);
Histoplasmose disseminada;
Mycobacterium tuberculosis disseminada ou extrapulmonar;
Mycobacterium, outras espécies disseminadas;
Pneumonia por Pneumocistis jiroveci;
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Categoria C
Salmonelose disseminada recorrente;
Toxoplasmose cerebral com início após o primeiro mês de vida:
Síndrome de caquexia:
a) perda de peso > 10 % do peso anterior ; ou
b) queda de dois ou mais percentis nas tabelas de peso para a idade;
c) peso abaixo do percentil 5, em duas medidas sucessivas; e
d) diarréia crônica ( mais que 30 dias );ou
e) febre por 30 dias ou mais , documentada.
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Categoria C
Leucoencefalopatia multifocal progressiva;
Sarcoma de Kaposi; e
Linfoma primário do cérebro ou outros linfomas.
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Acompanhamento de crianças e adolescentes infectados pelo HIV, sem indicação de terapia ARV
Avaliação clínica e laboratorial em intervalos regulares (detectar precocemente manifestações clínicas e alterações laboratoriais); 
Consultas médicas a cada 1 a 2 meses;
Exames laboratoriais a cada 3-4 meses: hemograma, CD4 e RNA viral.
Anualmente, sorologia para toxoplasmose, citomegalovírus e PPD.
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Tratamento Antiretroviral
Objetivos 
1) Reduzir a morbimortalidade e melhorar a qualidade de vida das crianças infectadas;
2) Assegurar crescimento e desenvolvimento adequados; 
3)Preservar ou reconstituir o funcionamento do sistema imunológico, reduzindo infecções oportunistas;
4) Proporcionar supressão máxima e prolongada da replicação do HIV.
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Parâmetros laboratoriais
CD4: Variações na contagem percentual são mais estáveis em crianças menores de 5 anos;
Flutuações transitórias: infecções, imunizações, e exames laboratoriais.
CV: Pico da viremia plasmatica ocorre por volta de 2 meses e atinge frequentemente valores superiores a 1.000.000 cópias/mm3, com taxas de declínio mais lentas que adultos.
 Não se deve tomar a decisão de iniciar TARV com base em uma medida laboratorial
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Drogas antiretrovirais para crianças e adolescentes
ITRAN : Abacavir (ABC); Didanosina (ddi); Estavudina (d4T); Lamivudina (3TC); Zidovudina (AZT); AZT + 3TC; Tenofovir (TDF).
ITRNN : Nevirapina (NVP); Efavirenz(EFV);
IP : Atazanavir (ATV); Darunavir (DRV); Fosamprenavir (FPV); Indinavir (IDV); Lopinavir (LPV/r); Nelfinavir;Ritonavir (RTV); Saquinavir (SQV); Tripanavir (TPV).
Inibidores de Fusão: (Enfurvitida )
Inibidores de Integrase : Raltegravir (RAL).
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Fatores limitantes da resposta á terapia ARV
1) Falha na adesão ao esquema de ARV;
2) Toxicidade das drogas e efeitos adversos;
3) Uso prévio de ARV com falha e resistência viral;
4) Altos níveis de carga viral e baixa contagem de linfócitos CD4;
5) Comorbidades que limitem uso de drogas;
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Monitoramento da resposta terapêutica aos ARV
Objetivos:
Avaliar a adesão ao esquema;
Tolerabilidade das drogas.
Efeitos adversos ;
Afecções associadas à síndrome da recuperação imunológica;
Eficácia do tratamento ARV
 Na visita anterior à introdução dos ARV devem ser registrados os dados antropométricos ( peso, estatura, IMC).
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Adesão ao esquema antiretroviral
A adesão é fortemente influenciada por fatores psicossociais associados ao cuidador e à criança.
As crianças apresentam dificuldade na aceitação da medicação devido ao tamanho das cápsulas, palatalibilidade ruim e grande volume administrado, principalmente lactentes e pré-escolares.
Atividades como ir à escola ou à casa de parentes se tornam verdadeiros problemas.
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Adesão ao esquema antiretroviral
¨As coleguinhas perguntam pra quê é esse remédio? ¨
¨Mãe, quando é que estes remédios vão acabar ? ¨
¨Porque eu tomo tanto remédio, mãe ? ¨
¨É muito complicado. Porque se fosse uma vez por mês, mas é todo dia, e duas vezes ao dia.os remédios são ruins.Não tem um tipo bala, meio docinho ¨.
¨Fica fora uns dias, tem que levar os remédios, e tomar escondido ¨.
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Exames laboratoriais
Carga viral para HIV;
Contagem de linfócitos T CD4;
Hemograma com plaquetas;
Função hepática (TGO, TGP, FA, GGT), e renal ( uréia e creatinina);
Bioquímica ( ionograma, glicemia, colesterol e frações, triglícerídeos, amilase e lipase );
RX tórax;
Análise de sedimento urinário.
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Falha terapêutica
Virológica
Imunológica
Clínica 
 A principal meta da terapia ARV é a indetecção da replicação viral.
 Evitar trocas sem respaldo da genotipagem.
 
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Falha terapêutica
Rebote da replicação viral após resposta virológica completa, associada ou não a falha imunológica e clínica.
Definida como deterioração neurológica, falha no crescimento e ocorrência de infecções graves ou recorrentes ou doenças associadas á AIDS em 6 meses de terapia ARV.
 A principal meta da terapia ARV é a indectecção da replicação viral
 Evitar trocas sem respaldo da genotipagem.
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Considerações para mudança de esquema terapêutico
Genotipagem: crianças com CV maior ou igual 2.000 cópias/ml, na vigência de TARV
Ou fazer a troca de acordo com o histórico de uso de ARV, perfil de resistência cruzada:
1) Esquema duplo com 2 ITRN: esquema triplo,trocando os ITRN e associando IP/r;
2) Esquema triplo com ITRNN: trocar os dois ITRN e substituir o ITRNN por IP/r;
3) Esquema triplo com IP/r: trocar os dois ITRN e o IP/r, associando ITRNN
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O uso de terapia antiretroviral combinada em lactentes, crianças e adolescentes reduziu a morbidade e mortalidade; melhorou a qualidade de vida de pacientes com HIV adquirido no período neonatal, tornando o HIV uma doença crônica.
Com a introdução dos IP em 1996, a mortalidade anual caiu 70%. 
Este marco é atribuido à diminuição na CV e à reconstituição do sistema imune e redução drástica das infecções oportunis tas, que eram causa de morte precoce.
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 Avanços
ARV combinado: 3TC 30 mg + AZT 60mg + NVP 50 mg (Minas Gerais, RJ e SP);
Vacinas contra Aids
¨Cura ¨da Aids : paciente Timothy Ray Brown :mutação CCR5 delta homozigosidade ( 1% dos caucasianos). Relatado na Conferência de Retrovírus, em 2008 (Bostom)
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SAE pediátrico
Número total: 690
Portadoras do HIV em acompanhamento : 12
Em tratamento antiretroviral: 35
 Importância da equipe multidisciplinar: assistente social, psicólogia, médicos, enfermeiros, e farmacêuticos.
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Conclusões
Redução de 20% de novas infecções nos últimos anos;
O Brasil distribui gratuitamente o tratamento antiretroviral para todos os pacientes infectados (cerca de 200 mil);
Queda na incidência de casos em crianças abaixo de 5 anos (44,4%);
Prevenção: diminuição da chance de contaminação para 1-2% para o RN, com medidas para redução da transmissão vertical.
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