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Novo CPC para Concursos CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO Disciplina: Introdução ao Estudo do Novo CPC Professor: Eduardo Francisco Aula: 02 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 1. Estrutura do Novo CPC 1.1. Parte Geral b) Limites da Jurisdição Nacional – (continuação) Novo Código de Processo Civil 1 - Limites da Jurisdição Nacional – art. 21 ao 25 (continuação) Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: I - de alimentos, quando: a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos; II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. Página 2 de 4 Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. § 1o Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas neste Capítulo. § 2o Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1o a 4o. O art. 22, III, permite o foro de eleição internacional. O art 22, § 1º não permite que seja escolhido outro foro quando for ação da competência exclusiva da Justiça Brasileira Se houver foro de eleição escolhendo outro país, mas a ação for proposta no Brasil e o réu não alegar na contestação a incompetência da Justiça Brasileira, “prorroga-se a jurisdição nacional”. Art. 63, § 3º, 4º - Se o foro de eleição for abusivo, o juiz pode, de ofício, declarar a sua nulidade antes de mandar citar o réu, que, depois de citado, deve alegar a abusividade na contestação, sob pena de preclusão. 2 – Competência nacional exclusiva – art. 23, NCPC. Competência internacional exclusiva, onde a somente a jurisdição brasileira pode atuar. Critério – Soberania. De acordo com a lei anterior, o dispositivo fala sobre: Ações sobre imóveis situados no Brasil Foi ampliada, antes versava sobre inventário e partilha de bens situados no Brasil. Neste item também foi inclusa a competência de testamento particular O inciso III é totalmente novo e fala sobre as ações de patilha em divórcio, separação ou dissolução de união estável de bens no Brasil Obs: Art. 24 – Não existe litispendência internacional – A existência de ação em um tribunal estrangeiro não impede o ajuizamento e nem o andamento de ação idêntica no Brasil. Por que, em regra, a eventual existência de ação em tribunal estrangeiro, ou a sentença dada por um tribunal estrangeiro, só vai ter valor no Brasil depois de homologada pelo STJ, salvo se houver tratados, pactos ou acordos bilaterais entre os países, onde estes se comprometem a reconhecer a litispendência internacional. Página 3 de 4 O parágrafo único foi expresso, dizendo que o fato de haver ação em andamento no Brasil não impede a homologação de sentença estrangeira para produzir efeitos no país. Art. 25. Permite, em conjunto com o art. 22, III, o foro de eleição internacional só nas causas da competência da jurisdição nacional concorrente. Se for caso de jurisdição nacional exclusiva, fica proibido pelo § 1º o foro de eleição. 2 – COOPERAÇÃO NACIONAL – arts. 26 a 41. I – Disposições gerais – arts. 26 a 27, NCPC. II – Auxílio direto – arts. 28 a 34. III – Carta rogatória – arts. 36 (35 foi vetado). IV – Disposições comuns – arts. 37 ao 41. Cooperação nacional já existia, na prática era tratada de forma esparsa, com base em tratados, convenções, resoluções e Regimento interno do STJ. O novo CPC tentou facilitar e organizar a disposição das informações. O CPC não falou sobre cooperação jurisdicional, mas sim de cooperação jurídica internacional, que é mais amplo que cooperação judicial (jurisdicional), isto significa que esta troca de ajuda não envolve somente poder judiciário de um país e poder judiciário de outro, mas sim toda e qualquer autoridade de um país com o outro, desde que seja uma troca, uma colaboração com efeito jurídicos e não propriamente judiciais, processuais. Conceito: É toda a forma de colaboração entre Estados para a consecução de um objetivo comum, com reflexos jurídicos. É o intercâmbio entre países para o cumprimento de medidas jurídicas, que podem ser: Processuais – Por que são solicitadas ou cumpridas pelo poder judiciário. Não processuais – feita por qualquer autoridade administrativa. Ex: Polícia X polícia – MP x MP, etc. O judiciário somente será usado nesta cooperação quando indispensável. 2.1 – Classificação. a) Ativa/passiva Será ativa quando o Estado requerente postula a assistência jurídica. Será passiva quando o Estado requerido recebe um pedido de cooperação. Página 4 de 4 b) Direta/indireta. Direta – é a que não exige juízo de delibação do STJ. Neste caso, a cooperação é feita pela autoridade administrativa, com ou sem o auxílio do poder judiciário de primeiro grau. Ex1: o MP da França pede informações sobre a investigação de uma determinada empreiteira ao MP do Brasil. Ex2: A RF argentina pede para a RF brasileira dados bancários de uma pessoa. A RF brasileira pede ao juiz federal de primeiro grau a quebra do sigilo e encaminha os dados à RF argentina. Na situação em tela o pedido passou pelo poder judiciário, no entanto, não passou pelo STJ. Obs: nesse caso, é o juízo de primeiro grau quem terá pleno conhecimento do que foi pedido e liberdade para analisar se caberá ou não o deferimento. Indireta – é aquela que depende de juízo de delibação do STJ para ser efetivada. É feita por meio de carta rogatória (“exequatur”) e por homologação de sentença estrangeira.
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