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Nasquartas:Real avança com gol de jovem atacante CADERNODEESPORTES AMetavaiuniro sistemadepublicidade deWhatsApp, InstagrameFacebook, e permitiráqueempresas façamchamadas devozparaosusuáriosno“zap”. PÁGINA20 Meta amplia publicidade no WhatsApp e integra sistema de anúncios com Instagram Desde janeiro,OGLOBOacompanhou testesparaoelencodomusicaldeMöeller e Botelhoqueatraíramquasemil candidatos, eo resultado sevêagoranaestreia. O clássico ‘Hair’ em nova edição nos palcos SEGUNDOCADERNO LEOMARTINS Areia em redução Elevaçãodonível domardevidoaoaquecimento já tomou10%dafaixadeareiaem Copacabananaúltimadécada,edeveocuparoutros 100metrosaté2100.EstudodaUFRJ projetaencolhimentonasorlasdeRioeNiterói eprevêmais inundações.PÁGINA26 CUSTODIOCOIMBRA OGLOBO IrineuMarinho (1876-1925) (1904-2003)RobertoMarinho RIO DE JANEIRO,QUARTA-FEIRA, 2 DE JULHO DE 2025 ANOC - Nº 33.567 • PREÇODESTE EXEMPLARNORJ •R$ 7,00 OgovernoentroucomaçãonoSTFcontraadecisãodaCâmara quederrubouodecretodealtadoIOF,editadoparaelevarasrecei- taseajudaracumprirametadedéficitzeroesteano.Oministro AlexandredeMoraesseráorelator.Omovimentotempotencial paraagravaraatualcrisepolítica: líderespartidárioseummanifes- toassinadopor17frentesparlamentarescriticaramatitude,vista comooestopimdeuma“guerradeclarada”.Oadvogado-geralda União, JorgeMessias,afirmaqueoCongressoviolouaseparação dePoderesao interferirnumaprerrogativadoExecutivo. PÁGINA15 Governo vai ao STF, e deputados veem ‘guerra declarada’ DECRETODO IOF Planalto contesta na Justiça derrota no Congresso, sob risco de agravar crise política EspecialistasdizemqueatribuiçãoexclusivadoExecutivoépara tributosdefinsregulatóriosequeobjetivodegerarreceitaspermite queCongressoexerçapapeldesupervisionarooutroPoder. PÁGINA16 Para juristas, Executivo tem prerrogativa de alterar IOF, mas viés arrecadatório avaliza ato da Câmara Emconflito comoCongresso, governo aposenta slogan “Uniãoe reconstrução”, mais afeito à transição, para apostar em mensagemsobre justiça social.PÁGINA4 Planaltomuda foco e mira slogan com ‘justiça social’ paramarcar gestão Pesquisa globalmostradisparadade diagnósticosde câncerprecoce.Em30 anos, aumento foi de79%na faixa etária abaixodos50.Hábitosde vida são vistos comodeterminantespara alta. PÁGINA23 Casos de câncer em pacientes commenos de 50 anos têm explosão LíderdoUniãonoSenadocritica governopor judicializar crisedo IOF edizqueCongresso virou “alvo preferencial” deHaddad. PÁGINA8 ‘Governo quer diálogo ou enfrentamento?’ ENTREVISTA/EFRAIMFILHO Antecipar ano eleitoral é prejudicial ao governo PÁGINA2 VERAMAGALHÃES Será melhor para o governo perder embate com Congresso no STF PÁGINA3 ELIOGASPARI Atrito de Lula com Câmara mostra que sucessão já está na rua PÁGINA3 BERNARDOMELLOFRANCO O pior da inflação passou, mas ainda há desconfiança PÁGINA16 ZEINALATIF DECISÃODOSTFNÃORESOLVE CRISE FISCAL FLUMINENSE PÁGINA2 EDITORIAL A diferença entre os tipos de açúcar e o equilíbrio necessário PÁGINA25 MARCIOATALLA Comarejeiçãode três republicanos, foi precisovotodeminervadovice JDVance para aCasa aprovarmegaprojetoque corta impostos e gastos sociais. PÁGINA22 Senado aprova pacote fiscal de Trump por um voto País compactua comUruguai eBolívia retomaragendasocial ignoradaporMilei, de saídadocomandodobloco. PÁGINA21 Brasil assume presidência de umMercosul rachado Penduricalhos elevaramvalor bem acimado teto constitucional, de poucomais deR$46mil. Inflação noperíodo foi de4,83%. PÁGINA11 Supersalários de juízes crescem 49% em 2024, com impacto de R$ 10 bi Paraórgão,decisãodaAlerjdeestadualizar o equipamento contraria lei federal. Castro admitenegociar o local. PÁGINA27 Procuradoria do Estado defende Sambódromo sob gestãomunicipal PF inicioumonitoramentode caçadores, atiradores e colecionadores (CACs), queera atribuiçãodoExército, prometendomais rigor. PÁGINA12 Polícia Federal assume fiscalização de armas dos CACs Monstro,40:Líder tricolor naCopa deClubes, ThiagoSilvamira seleção e projeta carreira de técnico CADERNODEESPORTES Product: OGlobo PubDate: 02-07-2025 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_A User: rai.silva@infoglobo.com.br Time: 07-01-2025 22:25 Color: ines249 2 | Quarta-feira 2.7 .2025 | OGLOBO Opinião doGLOBO Princípios editoriais doGrupoGlobo: http://glo.bo/pri_edit CONSELHODEADMINISTRAÇÃO PRESIDENTE: João RobertoMarinho VICE-PRESIDENTES: José RobertoMarinho e Roberto IrineuMarinho O GLOBO é publicado pela Editora Globo S/A. 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Enquanto egos transitam entre Brasília e Lisboa— numa competição que lembra as mais toscas exibi- ções de masculinidade frágil para saber quem fala mais grosso e por último—, questões bastante con- cretasparaobolsodapopulação,comoopreçodacon- ta de luz, o valor a pagar em transações financeiras (nãosópelos ricos, comoqueremfazercrerosaliados do governo) e a alíquota do Imposto deRenda (IR) fi- camemsuspenso. NumregimedetripartiçãodePoderes,discutirqual tem razão pode ser tão inócuo quanto debater o que veio antes, o ovo ou a galinha. Se a relação entre eles for conflituosa, o ovo encarece, e a galinha some da panela—simples assim. Faltampragmatismo, sentidodeurgência e respon- sabilidade institucional na guerra de narrativas que, seines249 Ogoverno sofreu a maior derrota no Congresso com a derrubada do decreto que elevou o IOF. Essa crise vai aumentar ainda mais? O que vi foi uma reação do Congresso tentando se posi- cionar. O Congresso não pode ser alvo preferencial do mi- nistro da Fazenda (Fernando Haddad), se é o Congresso que dá sustentabilidade a esse governo, desde a PEC da Transição. Fica claro que o PT não tem uma base para cha- mar de sua nem condições de impor uma agenda, mas tenta fazer isso à força. Agora é a ho- ra de o governo decidir se par- te para o diálogo ou insiste no enfrentamento. O Planalto vinha apostando em uma relação direta com os presidentes Hugo Motta (Câmara) e Davi Alcolumbre (Senado). Esse modelo não gera muita dependência? Isso não é causa, é conse- quência. O governo abdicou de lançar candidatos próprios às Casas por saber que não conseguiria impor a sua agen- da. O resultado foi dois presi- dentes eleitos com apoios do governo e da oposição. Com is- so, o centro ganhou força nes- sa eleição, pelo seu poder de aglutinar. O caminho que so- bra ao governo é articular com dois presidentes empodera- dos depois dessas eleições. O União Brasil tem ministérios e um pré-candi- dato de oposição. Como fica a posição em relação às eleições do ano que vem? OUnião tem uma candidatura posta, que é a do governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Ele tem resultados expressivos na segurança pública do seu esta- do e é um grande articulador político. Ele tem a missão de se viabilizar neste ano de 2025. Mas existe espaço para dialo- gar com a centro-direita sobre alianças. Ainda é algo prema- turo de ser tomado agora, mas há essas possibilidades. Qual seria um prazo razoável para a entrega dos ministérios da federação União-PP se isso acontecer? Se o compromisso é gover- nabilidade, o prazo é 2025. Em 2026, é impossível dissociar a agenda política da eleitoral. O senhor foi eleito com apoio de Jair Bolsonaro. Com ele inelegível, o senhor acredita que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freiras, é a opção mais factível da direita hoje? Tarcísio traz o eleitor bol- sonarista e o de centro tam- bém. Isso é decisivo para vencer as eleições. O União Brasil anunciou a federação com o PP, o que aumenta a força no Congresso. Há muitos nomes de oposição. Isso vai dificultar a relação com o governo? Vai trazer mais indepen- dência nesse trato, o que sig- nifica mais autonomia. Não vai haver subserviência ou submissão da federação ao governo. PP e União avançam na identidade e com aspecto majoritário de centro-direita. São partidos que têm contri- buído com a governabilidade, em temas econômicos, mas têm se preservado em relação apautas de comportamento. O senhor assumiu a presidência da Comissão de Orçamento do Congresso. Como garantir que o orçamento de 2026 será votado ainda neste ano? O orçamento passou a fazer parte da agenda política do Brasil, não é mais uma peça meramente técnica. Começa- mos os trabalhos deste ano com atraso, mas vamos conse- guir recuperar o tempo perdi- do. Em termos de cronogra- ma, estamos construindo para votar até dezembro, apesar dos atrasos no orçamento des- te ano. Precisamos trazer o sentimento de equilíbrio e res- ponsabilidade fiscal. Não va- mos dar espaço para gastança desenfreada para viabilizar projetos eleitoreiros em virtu- de das eleições. As agendas do ministro Haddad, com taxa- ções e mudanças tributárias, avançaram muito nos últimos anos, mas já deu. Quem pro- duz já está pagando muito im- posto. Precisamos pensar nas despesas, eliminar desperdí- cios e custos desnecessários. Em relação ao volume de emendas que será registrado, já temos uma ordem de grandeza? Como vê esse poder do Congresso? Saímos do orçamento auto- rizativo, quando o governo au- toriza as emendas, e fomos pa- ra o orçamento impositivo, que dá protagonismo ao Con- gresso em relação ao orça- mento. A CMO (Comissão Mista de Orçamento) vai prio- rizar isso, não queremos voltar a um tempo do toma lá dá cá do governo impondo a sua agenda através do orçamento. Hoje, o governo precisa ter ar- gumentos para impor as suas pautas. Essa discussão de emendas ganha notoriedade, mas quando se olha para o or- çamento, 90% de gastos são obrigatórios, que é onde mora ogrande drama fiscal. O Senado aprovou nesta semana o aumento de cadeiras na Câmara, o que pode gerar um “efeito cascata” em relação a gastos, inclusive com emendas. Não é um discurso contraditório com a crítica à “gastança desenfreada”? O Congresso aprovou, na verdade, a manutenção da ir- redutibilidade dos estados que perderiam cadeiras, o que se- ria injusto. O Congresso ape- nas fez justiça aos estados que perderiam cadeiras, verbas, peso no Parlamento. Isso seria muito injusto. O líder do União na Câmara, Pedro Lucas, recusou o Ministério das Comunicações, o que não é usual. Logo em seguida, a bancada do PDT na Casa anunciou a saída da base. É um governo mais enfraquecido no Congresso? Tem de ser levado em conta o contexto da negativa do Pedro Lucas. Ele havia acabado de as- sumir a liderança da bancada, foi uma situação interna da bancada. Em conversas conos- co, o Pedro Lucas disse que gostaria de assumir o ministé- rio em outro contexto. Eu vejo o governo sem maioria sólida, sem impor a sua agenda. O go- verno perdeu essa capacidade. A saída do PDT enfraquece ainda mais esta base vinculada às pautas tradicionais do PT. A crise no INSS pode desgastar o governo a ponto de inviabilizar uma tentativa de reeleição de Lula? Vai depender das investiga- ções. Sabemos que houve des- vios, o governo trabalha para fazer as devoluções. Mas as responsabilidades por esses contratos fraudulentos preci- sam ainda ser esclarecidas. Es- se é um tema que dialoga com a vida das pessoas, com os tra- balhadores e aposentados. O que acha da paralisação do Senado, causada pela briga de Alcolumbre com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, por indicações de agências reguladoras? Não é ruim que a Casa fique à mercê dessa disputa? Eu não acredito que esta de- savença pessoal contamine o Senado, as pautas têm anda- do. Davi é alguém que se nota- biliza por cumprir aquilo que diz, mas também exige reci- procidade. O governo precisa cumprir o que promete a ele. GOVERNO TEM QUE DECIDIR PELO DIÁLOGO OU ENFRENTAMENTO GABRIEL SABÓIA gabriel.saboia@oglobo.com.br BRASÍLIA Parlamentar afirma que Congresso não dará espaço para a ‘gastança desenfreada para viabilizar projetos eleitoreiros’ do Executivo Efraim Filho / LÍDER DO UNIÃO BRASIL NO SENADO ENTREVISTA CRISTIANO MARIZ/ 13-03-2024 8 | Política Quarta-feira 2 .7 .2025 | OGLOBO Opresidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criti- cou ontem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem promovido manifestações pedindo anistia aos investi- gados e condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Ao discursar durante o lança- mento do Plano Safra da Agricultura Empresarial 2025/2026, no Palácio do Planalto, o petista chamou o adversário de “frouxo”. Nas últimas semanas, Lula tem feito ataques ao antecessor. — Nunca vou pedir para vocês fazerem Pix para mim. Guarde seu dinheiro para pa- gar seus funcionários, eu não quero Pix — disse o presiden- te numa menção indireta aos R$ 17 milhões que apoiado- res transferiram para a conta de Bolsonaro. — Jamais vou pedir anistia antes de ser condenado. Quem é frouxo não deveria fazer bobagem, quem não tem coragem não precisa fazer bobagem. No discurso, Lula voltou a defender o ministro Fernan- do Haddad (Fazenda), que é alvo de críticas da oposição por conta da política fiscal que tem implementado a fim de elevar a arrecadação fede- ral. E o comparou com o an- tecessor, Paulo Guedes. — Poucos países do mun- do têm um ministro com a seriedade que o Haddad tem. Eu vi a quantidade de bravatas que o Paulo Gue- des fazia. Ninguém cobrava responsabilidade fiscal, porque ninguém cobrava o teto de gastos. Bolsonaro é réu no Supre- mo Tribunal Federal (STF), acusado de participar de uma trama para impedir a posse de Lula após derrota nas eleições de 2022.No início do mês passado, Lula já havia alfinetado o ex-pre- sidente num evento em Contagem (MG). Na ocasi- ão, ele disse que Bolsonaro agiu com “desfaçatez” ao ser interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes, no in- quérito que apura se houve tentativa de golpe. Lula também chamou o ex-man- datário de “covardão”. À época, Bolsonaro havia sido aconselhado pelos advoga- dos a se portar de forma paca- ta em sua ida ao STF. —O ex-presidente mentia 11 vezes por dia. Vocês viram a desfaçatez dele no depoimen- to? Ou seja, o país não merece isso. Este país é um país de gen- te séria — declarou Lula, afir- mando que o antecessor só é corajoso em casa. — Você viu que ele é um covardão? Você viu o depoi- mento dele, né? Ele estava com os lábios secos e estava quase se borrando. É muito fácil ser corajoso dentro de casa, no celular falando mal dos outros — completou. Já na segunda-feira, Lula lembrou o episódio em que Bolsonaro ofendeu a mulher do presidente francês, Emma- nuel Macron. A fala ocorreu enquanto o presidente afirma- va que “as pessoas estão co- nhecendo mais o Brasil”: —As pessoas estão conhe- cendo mais (o Brasil). Você ti- nha um presidente da Repú- blica que não recebeu outro presidente porque disse que a mulher dele era velha. Você imagina o que teria para ver neste país. Lula falava sobre a polê- mica ocorrida em 2019, quando o ex-presidente en- dossou um comentário que comparava a primeira-da- ma da França, Brigitte Ma- cron, com a então primeira- dama Michelle Bolsonaro. Já na semana passada, ao entregar títulos de regulari- zação fundiária, em Aragua- tins, no Tocantins, Lula se ateve às críticas ao governo de Bolsonaro: —Eu encontrei 87 mil ca- sas do Minha Casa, Minha Vida paralisadas. E eu fico pensando, um cara é eleito, encontra uma casa sendo construída para o povo pobre e não tem coragem de acabar aquela casa. Eu fico me per- guntando: para que presta esse presidente? Para que presta? — comparou. Evento com agro vira palco de ataques à oposição Presidente, que tem elevado o tom contra Bolsonaro nas últimas semanas, criticou a postura do adversário de pedir Pix a apoiadores; petista defendeu ainda o ministro Fernando Haddad (Fazenda) das críticas, comparando-o com o antecessor LUÍSA MARZULLO luisa.castro@oglobo.com.br BRASÍLIA - RICARDO STUCKERT/PR Ataques. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao lado de ministros no lançamento do Plano Safra: petista tem ampliado críticas ao antecessor TENSÃO ENTRE PODERES Product: OGlobo PubDate: 02-07-2025 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_H User: rai.silva@infoglobo.com.br Time: 07-01-2025 22:25 Color: ines249 OGLOBO | Quarta-feira 2.7 .2025 Política | 9 RÁDIO OFICIAL REALIZAÇÃOPRODUÇÃO PARCERIAPATROCÍNIO Como um século de história pode ser contado – e cantado – através da música? Para homenagear o centenário do jornal mais tradicional do país, a edição especial do Aquarius irá promover um passeio musical pelo centenário do Globo, com fatos que marcaram a história das últimas décadas. Tendo a Orquestra Sinfônica Brasileira, que irá comemorar seus 85 anos, como anfitriã, o espetáculo irá receber grandes nomes da música brasileira, como Roberta Miranda, Martinho da Vila, Chico César, sob a regência do maestro Eduardo Pereira. MARTINHO DA VILA CHICO CÉSAR ROBERTA MIRANDA ORQUESTRA SINFÔNICA BRASILEIRA MAESTRO EDUARDO PEREIRA ENSEMBLE FTM STER DO VIOLINO DJ RYON SAX 19 JULHO 15h30 Praça Mauá Evento gratuito Concerto Sinfônico Acesse o site e saiba mais Edição especial de aniversário MINISTÉRIO DA CULTURA APRESENTA Product: OGloboPubDate: 02-07-2025Zone: NacionalEdit ion: 1 Page: PAGINA_IUser: rai.silva@infoglobo.com.brTime: 07-01-2025 20:35Color: ines249 10 | Política Quarta-feira 2 .7 .2025 | OGLOBO Em depoimentos simultâ- neos à Polícia Federal, o ex-secretário de Comunica- ção do governo Bolsonaro Fabio Wajngarten e o advo- gado Paulo Bueno, defensor do ex-presidente, negaram ontem ter buscado informa- ções sobre a delação do ex- ajudante de ordens Mauro Cid. Wajngarten alega que foi procurado pelo pai do te- nente-coronel na mesma época em que Cid firmou acordo de colaboração, mas apenas para inscrever uma de suas filhas em uma com- petição de hipismo. — Fui demandado pelo ge- neral Lorena Cid para ins- crever a neta numa compe- tição de hipismo em São Paulo, no mês de agosto de 2023. Eu telefonei para o Paulo Bueno e ele procedeu com a inscrição da Giovana, a filha mais velha, e por uma feliz coincidência ela ven- ceu o campeonato aqui na hípica de São Paulo — disse Fabio Wajngarten, que não soube dizer se esse contato ocorreu antes ou depois de Mauro Cid decidir colabo- rar com a Justiça. Ele negou ter feito qual- quer outro contato com fa- miliares de Mauro Cid após esse episódio. O ex-secretá- rio de Comunicação disse que “em hipótese alguma houve tentativa de desorga- nizar, de tumultuar, de atra- palhar qualquer investiga- ção que seja”. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribu- nal Federal (STF), determi- nou que Wajngarten e Paulo Bueno prestassem depoi- mento após a família de Cid relatar abordagens dos dois. A medida ocorre no âm- bito de um inquérito no qual o ex-assessor presi- dencial Marcelo Câmara e o advogado Eduardo Kuntz são investigados por uma suposta tentativa de inter- ferência na delação de Cid. Kuntz também foi ouvido ontem pela PF. Em depoimento escrito, en- viado ao STF, a mãe do ex-aju- dante de ordens, Agnes Bar- bosa Cid, afirmou ter sido abordada por Kuntz e Bueno durante uma competição de hipismo em São Paulo, na qual a filha do tenente-coro- nel estava participando. Ag- nes disse que eles não per- guntaram sobre a delação, mas que se ofereceram para defender Cid. Bueno confirmou o en- contro, em agosto de 2023, mas afirmou que ele foi “ca- sual e breve”. De acordo com o advogado, Agnes que o procurou para agradecê-lo por ter ajudado na inscrição de sua neta na competição. O advogado acrescentou que não falou sobre a dela- ção, ressaltando que ela so- mente seria homologada no mês seguinte. Também dis- se que não tentou assumir a defesa de Cid, porque isso imoral e antiético. Kuntz informou ao STF, no último dia 17, que con- versou com Cid por uma conta no Instagram sobre sua delação, o que violaria o sigilo do acordo. O docu- mento inclui um print da te- la em que Cid faz um sinal de positivo com uma das mãos enquanto segura o ce- lular e supostamente estaria logado no perfil fake. Antes de Kuntz entregar as mensagens, o advogado Celso Vilardi, da defesa de Bolsonaro, perguntou a Cid durante interrogatório no STF se ele havia conversado sobre o conteúdo de sua de- lação com outras pessoas pelo Instagram. Ele negou. Em seguida, Vilardi questi- onou se ele conhecia um perfil chamado “Gabrie- laR702”. Cid respondeu que Gabriela é o nome de sua mulher, mas que não sabia se esse era o perfil dela. Dias depois, a revista “Veja” pu- blicou mensagens atribuí- das a esse perfil sobre a dela- ção de Mauro Cid. O objetivo dos advogados de Bolsonaro e de Câmara é invalidar o acordo de cola- boração de Cid. Ao STF, os advogados do tenente-coro- nel negaram que ele fosse o autor do diálogo e pediram a investigação da conta. AUDIÊNCIAS CANCELADAS Moraes cancelou as au- diências do deputado fe- deral licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do vereador Carlos Bolsona- ro (PL-RJ) como testemu- nhas de defesa na ação pe- nal do “núcleo 2” da trama golpista. O ministro argumentou que os dois são investiga- dos em apurações relacio- nadas à da trama golpista. Além disso, ressaltou que o pai deles é réu em outro núcleo da investigação so- bre uma suposta tentativa de golpe de Estado. “Todas investigações são conexas. Ambos, também, são filhos de um dos inves- tigados em ação penal co- nexa, portanto, não podem ser ouvidos como testemu- nhas”, escreveu o ministro. Eduardo e Carlos tinham sido indicados como teste- munhas do ex-assessor presidencial Filipe Mar- tins, um dos seis réus do núcleo dois. Wajngarten e advogado negam busca por dadosda delação de Cid À PF, ex-auxiliar e defensor de Bolsonaro refutaram tentativa de interferir em investigação da suposta trama golpista SAMUEL LIMA, DANIEL GULLINO E SARAH TEÓFILO politica@oglobo.com.br SÃO PAULO E BRASÍLIA - BRENNO CARVALHO/22-02-2024 Depoimentos. Wajngarten e Paulo Bueno disseram que foram procurados por familiares de Cid a respeito de uma competição de hipismo Oex-presidente Jair Bolso- naro voltou a se sentir mal ontem e cancelou com- promissos com parlamenta- res. Devido ao mal-estar, Bol- sonaro faltou a um evento do PL durante a tarde. De acor- do com aliados, Bolsonaro teve crises de soluço e vômi- tos no início da madrugada. Em comunicado divulga- da à noite, Bolsonaro afir- mou que a determinação, após consulta médica de ur- gência, é ficar em “repouso absoluto” durante o mês de julho. “Crise de soluços e vô- mitos tornaram-se constan- tes, fato que me impedem até de falar”, diz o ex-presi- dente no texto divulgado pelo senador Flávio Bolso- naro (PL-RJ), seu filho. Bolsonaro retomou suas atividades na última sema- na, após seis dias de afasta- mento por questões de saú- de. Depois de interromper uma agenda em Goiás, no fi- nal do mês passado, o ex- presidente foi diagnostica- do com uma pneumonia in- fecciosa. Na ocasião, tam- bém teve episódios de solu- ço, mas seguiu trabalhando. Desde então, o ex-presi- dente fazia tratamento com antibióticos. A recomenda- ção médica era de repouso e redução de atividades públi- cas, mas o ex-presidente compareceu, por exemplo, em manifestação em São Paulo no último domingo. O mal-estar em Goiás ocor- reu cerca de dois meses após Bolsonaro ter passado por mais uma cirurgia abdomi- nal. Desde o atentado à faca durante a campanha de 2018, ele acumula sete procedi- mentos cirúrgicos e apresen- ta complicações recorrentes. No último dia 20, Bolso- naro passou mal em Goiânia com relatos de indisposição estomacal e enjoo, durante uma visita a um frigorífico. Por causa do incômodo, ele precisou deixar o local e cancelou dois compromis- sos que teria na sequência. O ex-presidente teve um pi- co de pressão arterial, che- gando a 14 por 9. Na véspera, em outros compromissos públicos em Goiás, Bolsonaro já havia se queixado de problemas de saúde. Em uma cerimônia na qual recebeu o título de cidadão goianiense, afir- mou estar enfrentando for- tes sintomas gástricos. — Desculpa, estou muito mal. Vomito dez vezes por dia — disse ele, enquanto so- luçava durante um discurso. — Uma coisa rara, nin- guém consegue diagnosti- car. Anos atrás já tive esse mesmo problema, os mes- mos episódios, é uma crise que dura 24 horas, até uma semana de soluço — disse Bolsonaro, no último dia 21, após deixar o hospital onde fez exames, em Brasília. Bolsonaro volta a passar mal e cancela agendas Ex-presidente teve crises de soluço e vômitos na madrugada, segundo aliados; recomendação é de repouso este mês GABRIEL SABÓIA gabriel.saboia@oglobo.com.br BRASÍLIA - APrimeira Turma do Su- premo Tribunal Federal (STF) condenou a 17 anos de prisão o homem que fur- tou uma bola de futebol assi- nada pelo jogador Neymar durante os atos golpistas do 8 de janeiro de 2023. Nel- son Ribeiro Fonseca Júnior retirou a bola do Congresso, onde ficava exposta, e a en- tregou à polícia 20 dias de- pois dos atos. Fonseca Júnior foi conde- nado por furto qualificado, além dos outros cinco crimes que têm sido atribuídos aos participantes do 8 de janeiro: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, gol- pe de Estado, associação cri- minosa armada, dano quali- ficado e deterioração de pa- trimônio tomado. Os cinco ministros do co- legiado concordaram com a condenação, mas houve divergência nas penas e nos crimes. O relator, mi- nistro Alexandre de Mora- es, votou pela pena de 17 anos e foi seguido integral- mente por Flávio Dino e Cármen Lúcia. Cristiano Zanin sugeriu pena de 15 anos, enquanto Luiz Fux propôs 11 anos e seis meses. Como o GLOBO mostrou, nas últimas sema- nas Fux passou a divergir de Moraes e a considerar que os crimes de abolição vio- lenta e golpe de Estado não podem ser acumulados. O julgamento ocorreu no plenário virtual e terminou na segunda-feira. Os minis- tros seguiram o parecer da Procuradoria-Geral da Re- pública (PGR), que defen- deu a condenação. BOLA ‘PROTEGIDA’ Em seu interrogatório, Fonseca Júnior afirmou que entrou no Congresso para se proteger de bombas e que encontrou a bola no chão. Ele relatou que guar- dou o objeto para protegê- lo e esperou que “as coisas se acalmassem” para devol- vê-lo. Sua defesa também alegou, no processo, que Fonseca Júnior integrou a manifestação de forma pa- cífica e não participou de depredação. Em seu voto, Moraes afir- mou que a devolução da bo- la não atenua a conduta do réu. “A posterior restituição voluntária do bem não elide a tipicidade da conduta do acusado, consistente em in- tegrar a massa de manifes- tantes e participar da inva- são de prédios públicos”, considerou o ministro. STF condena homem que furtou bola autografada por Neymar Crime ocorreu durante ato golpista de 8 de janeiro; pena chega a 17 anos de prisão ASCOM/PF Acervo. Policiais federais devolvem, em 2023, bola autografada por Neymar DANIEL GULLINO daniel.gullino@bsb.oglobo.com.br BRASÍLIA - > A Câmara instalou ontem o Conselho de Ética da Casa com um um novo comando. Desde o início do ano, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republica- nos-PB), manteve a mesma configuração do colegiado do ano passa- do. Agora, o deputado Fábio Schiochet (União- SC), aliado do ex-presi- dente Jair Bolsonaro, assumiu a presidência. — Não podemos aceitar parlamentares que ataquem essa Casa — disse Fábio Schiochet durante a instalação. Tanto Fábio Schiochet, quanto o ex-presidente do colegiado, Leur Lomanto Júnior (Uni- ão-BA), não souberam explicar por qual moti- vo Hugo Motta demo- rou para fazer a troca. > Recentemente, o Conselho aprovou a suspensão de mandato por três meses do depu- tado Gilvan da Federal (PL-ES), em função de ofensas feitas contra a ministra Gleisi Hoff- mann (Relações Institu- cionais). O colegiado também aprovou a cassação do mandato de Glauber Braga (PSOL-RJ), caso que agora será avaliado pelo plenário, sem previsão dada por Motta. Bolsonarista no Conselho de Ética da Câmara Product: OGlobo PubDate: 02-07-2025 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_J User: rai.silva@infoglobo.com.br Time: 07-01-2025 22:21 Color: ines249 OGLOBO | Quarta-feira 2.7 .2025 Política | 11 Os supersaláriosdemagis- trados cresceram49,3% no ano passado e os paga- mentos acima do teto cons- titucional custaramR$10,5 bilhões aos cofres públicos, aponta levantamento do “Movimento Pessoas à Frente” em parceria com o pesquisador Bruno Caraz- za, da Fundação Dom Ca- bral.Osvaloressuperamem quase dez vezes a inflação oficial registrada no perío- do, de 4,83%, e sugerem a existência,segundoosauto- res, de uma “corrida para alémdo teto”noPoder Judi- ciário. Procurado, o Conse- lho Nacional de Justiça (CNJ)nãocomentou. O custo seria aindamaior caso fossem contabilizados os rendimentos doMinisté- rio Público, mas a organiza- ção afirma que a análise se tornouinviável“porcontada indisponibilidade e da baixa qualidadedosdadospúblicos referentesaoórgão”. De acordo com a análise, osrendimentoslíquidosdos magistrados aumentaram exponencialmente, princi- palmentepor contadeauxí- lios e benefícios, entre eles os chamados “pendurica- lhos”—verbas indenizató- rias classificadas de forma indevidae isentasdeImpos- todeRenda.Épormeiodes- ses benefícios que os juízes conseguem receber acima do teto constitucional, cuja referência é o salário dos ministros do Supremo Tri- bunal Federal (STF), atual- mente emR$46.366,19. ABRANGÊNCIA Os autores apontam ainda queaabrangênciados super- saláriosépequena,deapenas 0,06%, em relação ao con- juntode servidores públicos. Mas, nas carreiras que compõemo sistemade Justi- ça, 93% dos magistrados e 91,5%dospromotores epro- curadores doMinistério Pú- blico estavam enquadrados nessa faixa de renda,segun- doa“PNADContínua2023”, doInstitutoBrasileirodeGe- ografiaeEstatística (IBGE). A organização, financiada porFundaçãoLemann,Insti- Supersalários de juízes cresceram 49% em 2024 e somaramR$ 10,5 bi Valores acima do teto constitucional superaram emquase dez vezes a inflação no período, de 4,83%,aponta estudo CRISTIANOMARIZ SAMUELLIMA samuel.lima@sp.oglobo.com.br SÃOPAULO - 93% dosmagistrados ganhavamacimado tetodeR$ 46,3mil,segundoa“PNADContí- nua2023”,do InstitutoBrasileiro deGeografia eEstatística (IBGE) 91,5% dospromotoreseprocuradores recebiamsupersaláriosnoMinis- térioPúblico,acimadeumminis- trodoSTF,deacordocoma “PNADContínua2023”,do IBGE, tutoHumanize e República- .org, pede ao grupo de traba- lho da reforma administrati- vanaCâmaradosDeputados que vede a prática. Atual- mente, um projeto de lei no Senado estabelece 32 exce- ções ao teto, das quais 14 de- veriamternaturezaremune- ratória, segundo entidades parceiras, entre elas adicio- nal de férias, auxílio-alimen- taçãoeauxílio-saúde. O ministro Fernando Haddad (Fazenda) já de- fendeu que a Reforma Ad- ministrativadeveriacome- çar pelos supersalários. A declaração, no início do mês passado, foi dada co- mo alternativa para fechar as contas, diante da crise provocada pelo decreto que elevou as taxas do Im- posto sobre Operações Fi- nanceiras (IOF). Em maio o corregedor nacional de Justiça, minis- troMauroCampbell, auto- rizou o pagamento retroa- tivo da chamada “licença compensatória” no Tribu- nal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).Nadecisão,ocor- regedor diz que o paga- mento mensal extra não deve extrapolar a cifra de R$46,3mil. Essevalor,noentanto, éo teto para o penduricalho, e nãoparao salário total a ser pago. Isso significa que um juiz poderá receber mais que umministro do STF, já que o salário de umdesem- bargador do TJDFT, sem contar os penduricalhos, é deR$39,7mil. Essa não é a primeira de- cisão do corregedor autori- zando juízes estaduais a re- ceber salários acima do te- to. Emmarço, Campbell já havia decidido em sentido semelhante, ao autorizar o pagamento retroativo de umpenduricalhode atéR$ 46milmensaisnoTribunal de Justiça de Sergipe. A licença compensatória serve para remunerar o acú- mulo de trabalho ouo exercí- cio de funções extraordiná- rias, como participação dos magistrados em comissões e juizadosespeciais,ouquando eles acumulammais proces- sos porque umcolega está li- cenciadoouafastadodas fun- ções,porexemplo.Nocasode Sergipe, a decisão deCamp- bell se referia aoAdicional de TempodeServiço(ATS). Emmeio à discussão so- bre a limitação dos super- salários, governos estadu- ais gastaramR$3,3 bilhões amais doqueoprevisto em 2023 para cobrir os custos do sistema de Justiça. Um estudo feito pelo centro de pesquisa Justa apontaquea despesa vem crescendo até três vezes mais do que o resto do Orçamento e, em muitoscasos, superandoos valores para habitação, sa- neamentoecultura.Amai- or parte desse desembolso é direcionado para as fo- lhas de pagamentos, inclu- indo “penduricalhos”. Privilégios.Rendimentos dosmagistrados aumentaramexponencialmente principalmente por conta de “penduricalhos” Todos os ângulos da notícia para você começar o dia bem-informado. JORNALDA Diariamente, a partir das 06h com Cássia Godoy eMílton Jung Aqui, cada fato é analisado porum time de comentaristas renomados, trazendo diferentes pontos de vista e abordagens: ESTÁEMTODOS OS LUGARES: na rádio, no app, no site, na Alexa, no YouTube e nas principais plataformas de áudio. Ouça agora! Miriam Leitão Economia Malu Gaspar Política Lauro Jardim Política Sardenberg Economia PVC Esporte Pedro Doria Tecnologia Marcelo D´Agosto Economia Luis Fernando Correia Saúde física e mental Thassius Tecnologia Eduardo Rauen Bem-estar & movimento Cortella Sociedade e Comportamento Product: OGlobo PubDate: 02-07-2025 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_K User: rai.silva@infoglobo.com.br Time: 07-01-2025 22:13 Color: ines249 12 | Quarta-feira 2.7 .2025 | OGLOBO Brasil NAWEB Após adiamentos causados pela insuficiência de pes- soal e orçamento, que chegou a ser reconhecida interna- mentepelaprópriaPolíciaFe- deral (PF), a corporação tor- nou-se ontem a responsável oficialporfiscalizarcoleciona- dores,atiradoresdesportivose caçadores, os chamados CACs.Até então, essa prerro- gativa era do Exército, o que gerou embates dentro do go- vernoentre a ala civil emilita- res. Especialistas avaliamque amudançapode conferirme- lhorgestãoemais transparên- cia no acesso a armasnopaís, mas veem justamente a ques- tãodaestruturadacorporação comoumpossíveldesafio. Segundo aPF, 600pessoas, entre servidores e terceiriza- dos, foram treinadas nos últi- mosmeses para trabalhar na fiscalização dosCACs.Onú- meroémenordoqueoefetivo àdisposiçãodo setordeFisca- lizaçãodeProdutosControla- dos do Exército, que contava comcerca de 2mil homens e vistoriava a categoria até ago- ra. O governo, no entanto, apostanacapilaridadedaPFe nanaturezadepolícia judiciá- ria da instituiçãopara ampliar origordessetrabalho. —O governo pode pôr tu- do a perder por falta de in- vestimentos em contrata- ção de pessoal e estrutura. Se houver falhas, colocarão a culpa na transferência e não na falta de investimen- to, e podemos ter um retro- cesso que só interessa a quemquerummercadome- nos controlado e fiscalizado —pondera Roberto Uchôa, policial federal e autor do li- vro “Armasparaquem?”. A transferência doExército paraaPFocorrerádeformaes- calonadaeatendeaumdecre- to assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) há dois anos, emmedida que deveriaentraremvigornoiní- cio de 2025,mas acaboupos- tergada.No fimdo anopassa- do,oministrodaJustiça,Ricar- do Lewandowski, e o diretor- geraldaPF,AndreiRodrigues, fizerampedidospormais ver- ba aoMinistério da Gestão e Inovação (MGI). Emmaio, a pasta comandadapor Lewan- sowski anunciouo repasse de R$20milhõesàPFparaasno- vas atribuições—valor abaixo do solicitado pela cúpula da instituição,mas considerado “suficiente”porora. Noprimeiroanodoterceiro mandato de Lula, o Exército chegou a reduzir o ritmo de fiscalizaçãodeCACsemmeio a uma queda de braço com a PF pela função. Nas Forças Armadas, as medidas do go- verno petista para o setor eramvistascomoumesvazia- mentodosmilitares. PROMESSADECAMPANHA ApassagemdebastãoàPF faz parte da promessa de campa- nha de Lula de aumentar o controle sobre o armamento dapopulação civil emcontra- posição à política de flexibili- zaçãodoantecessorJairBolso- naro (PL).OBrasil terminou 2024 commais de 1,5milhão de armas emnomedeCACs, comomostramdados obtidos peloInstitutoSoudaPazjunto aoExércitoviaLeideAcessoà Informação (LAI). Esse nú- mero triplicou desde o início da gestãoBolsonaro, que bai- xoudecretosenormasparafa- cilitaroacessoàsarmas,como as pistolas 9mm usadas por policiais. Posteriormente, al- gumasdessas regras foramre- vogadasealteradasporLula. Entreasatribuiçõesqueago- ra ficarãonasmãosdeagentes federais, estão o registro de pessoas físicas e jurídicas para o exercício das atividades de colecionamento, tiro despor- tivoecaçaexcepcional;aauto- rizaçãoparacompraetransfe- rênciadearmas;a fiscalização das atividades exercidas por CACs;aconcessãodeguiasde tráfego;eafiscalizaçãoeocon- troledocomérciovarejistapa- rapessoafísica. A partir da complementa- çãonoOrçamento obtida em maio, a PF estruturoudelega- ciasdeControledeArmasnas superintendências dos 26 es- tados e do Distrito Federal, alémde96núcleos especiali- zados emdelegaciasdo interi- or.Essessetoresresponderãoà Coordenação-Geral de Con- troledeArmas,umnovosetor queficarásediadoemBrasília. —Atéagora, a checagemde documentação pela PF tem maisqualidade,eostrâmitesjá erammais rápidos do que no Exército. É preciso ver como seráoprocessamentodapape- ladaesehaveráatrasoserecla- mações dos postulantes — afirmaBrunoLangeani, con- sultordoInstitutoSoudaPaz. Já DavidMarques, coorde- nador de projetos do Fórum BrasileirodeSegurançaPúbli- ca, classificaamudançacomo uma “inflexão” na política de armas.Paraopesquisador,umdos ganhos potenciais é em termosdetransparência: —Agora, temosapossibi- lidade de ter um banco na- cional de dados sobre o ar- mamentocivil, oqueagen- te nunca conseguiu imple- mentar—diz. A PF já coordenava o Sis- tema Nacional de Armas (Sinarm), que gerencia per- missões de arma e muni- ções para a defesa pessoal e vigilantes privados. Agora, os dados dos CACs, que eram regulados pelo Siste- madeGerenciamentoMili- tar de Armas (Sigma), pas- sarãoa ser registradosnoSi- narm.OSigma, por sua vez, continuará sob responsabi- lidade do Exército e cuidará do registro de armas usadas pelasForçasArmadasePolí- ciasMilitares. De janeiroa julhodesteano, a PFprendeu63CACsque ti- nhammandadosdeprisãoem abertoporcrimescomohomi- cídio, estupro e estelionato.A legislação determina que só podem ter registro de CAC pessoasinidôneassemantece- dentes, mas um relatório do Tribunal deContas daUnião (TCU) apontou, no início de 2024, uma série de fragilida- desno controle peloExército, entre elas a emissãodeautori- zaçõesparacondenados. MAIS INVESTIGAÇÕES Após assumir a fiscalização, a PFplaneja conduzir umpen- te-finogeral.Umanovalevade inquéritosdeveser instaurada para apurar odesvio de armas legais para o crime organiza- do, como já foi detectado em operaçõesrecentes. —Nósprevemosumincre- mentononúmerodeinvesti- gações a partir domomento que esse serviço e a base de dados passema ser processa- dos pela PF. Teremos acesso imediato a informações so- breasarmas—antecipaode- legado Fabricio Kerber, dire- tor dePolíciaAdministrativa (DPA), setor responsável pe- la fiscalização deCACs, pro- dutos químicos, vigilantes e passaportes. Apartirdeagora, segundo ele, a PF terá prerrogativa para vistoriar o arsenal de CACs in loco. E, se houver recusa ou obstrução à fisca- lização, o registro poderá ser cancelado. Nos próximos meses, a PF deve fazer essa triagem“mais rigorosa”pormeiodaautoma- tização de busca de antece- dentes criminais e do cruza- mento de informações com outrosbancosdedados, como o demandados de prisão em aberto.Acorporaçãoseprepa- ra ainda para utilizar ferra- mentasdeinteligênciaartifici- al quepossamidentificar fato- res de risco e potenciais sus- peitos de tráfico de armas a partir de informações dos CACs.Outra novidade será o lançamentodeumpainelesta- tísticoquecompilarádadosde registros da categoria nopaís, como a quantidade de armas emcirculação e o número de apreensões, vistorias e autua- çõesporirregularidades. BRUNOKAIUCA/28-5-2019 Explosão.Clube de tiro na ZonaOeste do Rio emmaio de 2019, o primeiro dos quatro anos do governo de Jair Bolsonaro: número de CACs disparou no período Após atrasos, PF substitui Exército na fiscalização de CACs com efetivomenor e promessa demais rigor DESAFIOARMADO PODER DE FOGO Fonte: Instituto Sou da Paz com dados fornecidos pelo Exército via LAI EDITORIA DE ARTE 556.477 658.671 985.089 1.324.339 1.471.340 1.505.068 167.390 308.510 491.771 792.511 801.999 948.344 0 500.000 1.000.000 1.500.000 Armas em nome de CACs Pessoas com registro de CAC 2019 2020 2021 2022 2023 2024 Oprimeiro ano de alista- mento femininonas For- ças Armadas somou 33.721 inscrições.Osdadosforamdi- vulgados ontempeloMinis- tériodaDefesa,umdiadepois do fimdo prazo para a postu- lação.Onúmerodemulheres interessadasemseguircarrei- ramilitar a partir do ano que vem supera em 23 vezes as 1.465vagasdisponíveis. Asoportunidadesestãodivi- didas porBrasília e outros 28 municípios,espalhadosem13 estados. São 1.1010vagas para oExército, 300naAeronáuti- cae155paraaMarinha. De acordo com oministé- rio, cerca de um quarto das inscritas (8.102) são do Rio de Janeiro. Na sequência do ranking de candidaturas, vêm São Paulo (3.152), Dis- trito Federal (2.368), Ama- zonas (2.334)ePará (2.164). Apósa inscrição,o recruta- mento contará com mais quatro etapas: seleção geral, seleção complementar, de- signação/distribuição e in- corporação. Quem perma- necer será incorporada no primeiro ou segundo semes- tre de 2026 (de 2 a 6 demar- çooude3a7deagosto),ocu- pando a graduação de solda- do ou marinheiro-recruta, no caso daMarinha. Essa é a data limite na qual asmilita- res ainda podemmanifestar odesejopeladesistência. O público masculino, por suavez,totalizoupoucomais de 1 milhão de alistados. A maiorfatiaveiodeSãoPaulo, com271.589 inscritos. APORTEDER$2MILHÕES Antes impedidas de fazer o alistamento ao completar maioridade,asjovenspodem, apartirdesteano,demaneira voluntária, demonstrar for- malmenteodesejodeprestar o serviçomilitar, obrigatório aos homens ao fazer 18 anos. Atéentão,asbrasileirassópo- diamingressarnasForçasAr- madas via concurso para su- boficiaiseoficiais.Sãoapenas 37milmulheres na carreira, ou10%doefetivototal. Em janeiro, oMinistério da Defesa informou que asmu- lheres seguirão para quartéis que já tenhamcapacidade de recebê-las, com quartos, ba- nheiros emais políticas adap- tadas. Com investimento de R$2milhõesnopróximoano, a ideia é inserir ainda equipa- mentosde identificação facial emais câmeras de segurança nos alojamentos, a fimde coi- bircasosdeabusoeassédio. Primeiro ano de alistamento feminino tem 33mil inscritas Númerodemulheresquesevoluntariarama ingressarnasForçasArmadasnopróximoanoé23vezesmaiordoqueodevagasdisponíveis LUIS FELIPEAZEVEDO luis.azevedo@oglobo.com.br - Maioriadasbrasileirasenquadradasestãoemsituaçãodevulnerabilidade,dizestudo Emumadécada,218presasporaborto DE2012A2022 PARA ACESSAR APONTE OCELULAR PARA OQRCODE EDUARDOGONÇALVES eduardo.goncalves@bsb.oglobo.com.br BRASÍLIA - ProdPubZonEdiPagUsTiC ines249 O GLOBO | Quarta-feira 2 .7 .2025 Brasil | 13 APolícia Civil investiga se um suposto “desafio” em grupos on-line como o Dis- cord estaria desencadeando a onda de ataques a ônibus na Região Metropolitana de São Paulo. Os atos de vandalismo têm se espalhado também por municípios do litoral nos últi- mos dias e já somam cerca de 350 ocorrências. Somente na capital, foram 179 ônibus depredados entre 12 e 30 de junho, em diversas regiões da cidade, segundo a SPTrans. Na Baixada Santista, foram 28 coletivos vandaliza- dos no fim de semana nas cida- des de Cubatão e Santos. No ABC, foram registradas depre- dações a ônibus em Santo An- dré, São Bernardo do Campo e Mauá. Também houve ata- ques em outros municípios vi- zinhos à capital, como Itape- cerica da Serra, Embu das Ar- tes, Taboão da Serra e Osasco. Os ataques geralmente são realizados com pedras, que são atiradas contra os vidros dos veículos e ocorrem sobretudo à noite. A Agência de Trans- porte do Estado de São Paulo (Artesp) informou que até o dia 26 de junho foram registra- dos 150 casos de vandalismo em ônibus que operam em li- nhas intermunicipais da Regi- ão Metropolitana: “A Artesp informa que as concessioná- rias registraram boletins de ocorrência junto às polícias lo- cais, e a agência segue monito- rando a situação para evitar possíveis impactos na presta- ção do serviço à sociedade”. PASSAGEIRA FERIDA Os casos estão sendo investi- gados pela 6ª Delegacia da Di- visão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (DISCCPAT), do Departa- mento Estadual de Investiga- ções Criminais (Deic), e tam- bém pela Divisão de Crimes Cibernéticos, que monitora a atuação dos criminosos em plataformas digitais. De acor- do com a Secretaria de Segu- rança, o policiamento foi re- forçado onde houve ataques. Um dos casos ocorreu na Avenida Washington Luiz, na Zona Sul de São Paulo, no dia 27 de junho. Um veículo da Li- nha 5178-10, que havia saído da Praça João Mendes e ia em direção ao Jardim Míriam, foi atingido por uma pedra en- quanto estava em movimento. As imagens internas do ônibus foram divulgadas pelo portal Diário do Transporte e mos- tram o momento em que uma passageira é atingida pela pe- dra. Ela ficou ferida e teve de ser levada a um hospital. Motoristas, trocadores e fis- cais relatam apreensão e medo de circular pela cidade de São Paulo. Um deles, que pediu pa- ra não ser identificado, disse que o receio aumenta sobretu- do à noite, ao parar nos pontoscom menos iluminação. —Todo dia a gente vê essas notícias na TV, da galera jogan- do pedra. E a gente tá com me- do, tem o perigo de acertar a gente, acertar os passageiros, e aí depois o ônibus fica sem ro- dar, tem que repor o vidro, só causa transtorno — disse o motorista de uma linha que vai do Centro até a Vila Leopoldi- na, na Zona Oeste. Além do medo, outros ques- tionam o motivo dos ataques. —Nunca vi nada assim, de uma vez só em tantas linhas di- ferentes — afirmou um troca- dor da linha 6451-10, que vai do Terminal Capelinha, na Zo- na Sul, até o Terminal Bandei- ra, no Centro. O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urba- no de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss) enviou ontem ofícios aos secretários estadual de Segurança Pública, Gui- lherme Derrite, e municipal de Segurança Urbana, Orlan- do Morando, pedindo mais policiamento nos terminais e pontos de ônibus. A entidade destaca, nos do- cumentos, que os ataques “vêm causando expressivos prejuízos materiais e compro- metem a segurança e integri- dade física dos usuários e tra- balhadores do sistema”. Em nota, a SPTrans infor- mou que repudia os atos de vandalismo e que as concessi- onárias devem comunicar ofi- cialmente os casos. Em caso de ataques, a prefeitura diz que é papel da empresa que opera a linha encaminhar o veículo para manutenção, substituin- do-o por outro da reserva. Polícia investiga se ‘desafio’ na internet motiva ataques a ônibus Vandalismo, que começou na Região Metropolitana de São Paulo, já atinge cidades do litoral, com 350 ocorrências FOTOS DE REPRODUÇÃO Prejuízos. Janela vandalizada vista do exterior de um dos ônibus atacados na Região Metropolitana de São Paulo HYNDARA FREITAS hyndara.freitas@sp.oglobo.com.br SÃO PAULO - Estilhaçado. Um dos ônibus atacados a pedradas em SP Na garagem. Ônibus aguarda reposição de vidro da janela Oempresário Vagner Bor- ges Dias, ou “Pagodeiro do PCC”, foi condenado pela Justiça de São Paulo a 26 anos e 8 meses de prisão por lava- gem de dinheiro. Segundo a sentença, ele integrava um es- quema criminoso que frauda- va licitações para obter con- tratos públicos e “prestigiar interesses da facção crimino- sa PCC”, além de ocultar bens oriundos do tráfico de drogas operado pela facção. O juiz Antonio Augusto Mestieri Mancini, da 2ª Vara Criminal de Mogi das Cru- zes, na Grande São Paulo, anunciou a sentença de Vag- ner ontem, mas absolveu Joy- ce da Silva Caetano, investi- gada no mesmo processo por ser “laranja” do esquema. Segundo o Ministério Pú- blico de São Paulo, as empre- sas ligadas a Vagner — conhe- cido como Latrell Brito, nome usado por ele na carreira ar- tística como pagodeiro — fraudavam licitações de servi- ços de limpeza e manutenção de prédios públicos em diver- sas cidades paulistas, como Arujá, Jaguariúna, Guaru- lhos, Cubatão, Santos, Guara- rema, Araraquara e Itatiba. Os investigadores identifi- caram que os concorrentes das empresas de Latrell nas disputas por contratos eram, na verdade, funcionários ou pessoas próximas a ele, que ajusta- vam as propos- tas previa- mente para simular concor- rência e garantir a vitória nos processos licitatórios. A principal empresa inves- tigada no es- quema teria movimentado R$ 200 mi- lhões em contratos públicos. O promotor Yuri Fisberg ex- plicou ainda, em entrevista coletiva na época da denún- cia, que o PCC atuava como “árbitro” nos conflitos envol- vendo as empresas que parti- cipavam do esquema para ob- ter contratos públicos. —A facção delibera sobre a sorte de determinados con- tratos. Quando há divergên- cia entre essas empresas, compete ao crime decidir eventual divergência entre elas, e não o Judiciário, como seria o padrão — disse o pro- motor à época. Vagner foi um dos 15 alvos de mandado de prisão tem- porária cumpridos em abril do ano passado. Treze suspei- tos foram presos, e um segue foragido. Os policiais apreenderam, na época, qua- tro armas de fogo, um “nú- mero grande” de munições de diversos calibres, 22 celu- lares, 22 notebooks e outros objetos que ajudaram no aprofundamento das investi- gações. As buscas foram fei- tas em 11 prédios públicos, incluindo seis prefeituras e cinco câmaras municipais, além de dez conjuntos co- merciais e 21 moradias. Não houve buscas na capital. ‘Pagodeiro do PCC’ é condenado a 26 anos de prisão Vagner Dias, o Latrell Brito, integrava esquema que fraudava licitações de serviços em prédios públicos e beneficiava facção DIVULGAÇÃO Carreira. Vagner usava o nome artístico Latrell SÃO PAULO - Um avião de pequeno porte caiu na manhã de ontem no bairro Vila Azul, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Duas mortes fo- ram confirmadas pelo Corpo de Bombeiros: o instrutor de voo Abner Casagrande de Oli- veira, de 39 anos, e o aluno Fe- lipe Coiado Gomes, de 24. De acordo com a corpora- ção, as vítimas eram as únicas ocupantes da aeronave e não houve feridos no solo. O avião é de propriedade do Aeroclu- be de São José do Rio Preto e era usado na formação de pi- lotos. Em nota, o aeroclube la- mentou as mortes e afirmou que tem “compromisso com a segurança e com a apuração transparente dos fatos” em conjunto com as autoridades. “Ambos eram integrantes estimados de nossa comuni- dade aeronáutica e parti- ram enquanto exerciam com dedicação e paixão a atividade que amavam. Neste momento de dor, soli- darizamo-nos profunda- mente com seus familiares, amigos e colegas, rogando a Deus que conceda consolo e força a todos os que sofrem com essa perda irreparável”. destaca o texto. A aeronave, de prefixo PP- RDJ e fabricada em 1943, caiu em uma área rural na Es- trada Municipal José Domin- gues Netto, e os bombeiros foram acionados às 11h50m. Segundo o Registro Aero- náutico Brasileiro (RAB), o avião estava em situação nor- mal para voo privado. O Cer- tificado de Verificação de Ae- ronavegabilidade (CVA) venceria ontem. POLITRAUMATISMO Foram empregadas seis via- turas do Corpo de Bombei- ros, com 16 agentes, para a ocorrência. Mas, quando o resgate chegou, os dois ocu- pantes da aeronave já esta- vam mortos. Os corpos fica- ram presos nas ferragens e sofreram politraumatismo. O avião não atingiu estru- turas próximas e nem houve vazamento de combustível. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Ae- ronáuticos (Cenipa) e a Po- lícia Técnico-Científica fo- ram acionados e investiga- rão as causas do acidente. Durante a primeira etapa do trabalho do Cenipa, são aplicadas técnicas espe- cíficas por profissionais responsáveis pela coleta e confirmação de dados, pre- servação dos elementos, verificação inicial dos da- nos causados à aeronave ou pela aeronave, além do le- vantamento de outras in- formações necessárias à investigação. Natural de Potirendaba, também no interior paulis- ta, Felipe Gomes realizou seu primeiro voo solo em setembro de 2023, como mostrou o portal g1. Já o instrutor Abner Oliveira deixou mulher e três filhas, de 2, 6 e 9 anos. (Com g1) Queda de avião mata aluno e instrutor no interior paulista Acidente aconteceu em zona rural do município de São José do Rio Preto Professor. Abner deixou três filhas SÃO PAULO - Aprendiz. Felipe tinha só 24 anos FOTOS DE REPRODUÇÃO Impacto. Aeronave ficou completamente destruída após o acidente em SP Product: OGlobo PubDate: 02-07-2025 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_M User: rai.silva@infoglobo.com.br Time: 07-01-2025 22:37 Color: ines249 14 | Brasil Quarta-feira 2.7 .2025 | OGLOBO > OMinistériodaJustiça solicitouR$150milhões doFundoAmazôniapara açõesnoCerradoeno Pantanal.Criadopara fomentarprojetosna Amazônia,ofundoserá usado,pelaprimeiravez, emoutrosbiomas.O motivoéocombateàs queimadas,quenoano passadobateramrecorde e,nesteano,diminuíram. > Osrecursosserão empregadosnoProjeto ManejoIntegradodoFogo, quemelhoraaestrutura dosCorposdeBombeiros edebrigadas. Governo pede recursos para combater queimadas Apóspoucosdiascomeleva- ção nos termômetros, o frio retornou essa semana à RegiãoSuleapartedoSudes- te, sobretudo em São Paulo. Três cidadesde SantaCatari- na registraramneve na noite deanteontem,deacordocom informaçõesdoMetSul.Ofe- nômenoocorreu emSão Joa- quim, Urubici e Urupema, municípios da Serra Catari- nense que usualmente ficam entreasmaisgeladasdopaís. Nomomento,aRegiãoSulé alvo de umalerta de “perigo” do InstitutoNacional deMe- teorologia (Inmet) paradeclí- nio de temperatura, com os termômetros podendo mar- car 5°C abaixo da média por atécincodias.EmSantaCata- rina, a há ainda um segundo alerta para a possibilidade de formaçãodegeada. O Rio Grande do Sul tam- bém amanheceu ontem sob efeitodeumamassadear frio, quederrubouastemperaturas eprovocouregistrosnegativos empelomenos35cidades, se- gundoaClimatempoeaDefe- saCivil.UmadelasfoiSantana do Livramento, na fronteira comoUruguai, que registrou -7,3°C—amenor temperatu- ra do estado. Imagens de dro- necaptadaspelofotógrafoDa- niel Badra mostram a região totalmentecobertaporgelo. —Jáfazunstrêsdiasquees- tá assim, há duas semanas chegouatéacairgranizoaqui em casa. Só com lareira e aquecedor ligado para resol- ver—brincouofotógrafo. Em São Paulo, o Inmet emitiu ontem um alerta amarelo, sinalizando “pe- rigo potencial” com uma queda de temperatura que deve persistir até sexta-fei- ra em metade do estado. Numa faixa que cobre Re- gião Metropolitana, Vale do Ribeira e Vale do Paraí- ba, a temperatura deve cair 5°C emmédia ao longo de pelo menos quatro dias, o que já caracteriza tecnica- mente umaonda de frio. Uma faixa no interior, de Campinas a Ourinhos, tambémdeve teros termô- metros em declínio. Cida- des no Norte do estado e Pontal do Paranapanema devem ser poupados do frio mais intenso. O Norte do Paraná também terá onda de frio no período. Retorno do frio traz neve e cidade ‘congelada’ no Sul Região é alvo de umalerta de ‘perigo’do Inmet, com risco de queda brusca de temperatura e possibilidade de formação de geada REPRODUÇÃO/DANIELBADRA “Sócomlareira”.Fotógrafo registrouSantanadoLivramento (RS)cobertaporgelo De 1991 a 2023, oBrasil re- gistrou 26.767 desastres relacionados a chuvas, o que afetou91milhõesdepessoas e matou 4.247. Um estudo inédito daAliança Brasileira pela CulturaOceânicamos- traqueoscasosaumentaram exponencialmente nos anos mais recentes: foram 2.335 registros na década de 1990, contra 7.539 entre 2020 e 2023, numa alta de 222%. Para pesquisadores, o fenô- menoestáassociadoaoaque- cimentoglobal. A pesquisa “Temporadas daságuas:odesafiocrescente das chuvas extremas” usou comobase os registros de de- sastres do Sistema Integrado de Informação sobre Desas- tres (S2ID), doMinistério da IntegraçãoeDesenvolvimen- toRegional.Nessas estatísti- cas, asDefesasCivis de todos osmunicípios computamca- sos de enchentes, enxurradas e deslizamentos. Ainda não háosnúmerosatualizadosdo ano passado, o que traria um cenáriopiordevidoàtragédia doRioGrandedoSul. RonaldoChristofoletti— coordenador do estudo, professor do Instituto do MardaUniversidadeFede- raldeSãoPaulo(Unifesp)e membro da Rede de Espe- cialistas em Conservação daNatureza (RECN)—ex- plica que existem múlti- plas causas que explicam o aumento da recorrência dos desastres. Ummotivo, inclusive, é a melhoria dos registros por parte do po- der público, bem como o crescimento da população emáreas de risco.Oprinci- pal fator, no entanto, é a correlação com o aqueci- mento global. —Etemessaquestãodeur- banização crescendo, então os impactos vão ficandomais evidentes—pontua. DEGELONAANTÁRTICA Umdos impactos do aqueci- mentoglobalsobreoaumento 2000,chegandoa83%naatu- alidade.Alémdisso, 2.307no- vos municípios foram afeta- dospelaprimeiraveznadéca- dade2000,emais328naatu- al.Osmesesde verão concen- traram 44% dos registros de desastresnoBrasil. —Esse aumentonão só evi- denciaacrescentefrequência, mas tambéma gravidade dos desastres climáticos relacio- nadosàschuvas,quetêmgera- doumnúmerocadavezmaior de vítimas e danos materiais emtodoopaís.Essesdadosre- forçamanecessidadeurgente de implementar medidas de prevenção e adaptação, visan- do proteger as comunidades vulneráveis e mitigar os im- pactos desses eventos extre- mos—afirmaChristofoletti. Os desastres relacionados a chuvastambémcausaramda- nos à saúdee aobem-estar da população.Cercade90%dos indivíduos impactados sofre- ramdanos adversos, incluin- do traumas psicológicos. Aproximadamente 654 mil pessoasficaramferidasoudo- entes, enquanto 8,7milhões de brasileiros acabaramdesa- brigados ou desalojados. Os desastrestambémresultaram em4.247mortes,oquerepre- senta 86%de todas as fatali- dades causadas por desastres climáticosnoBrasil. Alémda perda de vidas, há ainda prejuízos econômicos. De 1995 a 2023, as perdas causadas pelas chuvas no Brasil totalizaram R$ 146,7 bilhões. Só entre 2020 e 2023, foram desperdiçados R$43bilhões, valor40vezes superior ao R$ 1,1 bilhão re- gistradonadécadade1990. Desastres por chuva triplicam no Brasil em uma década Estudodetectou4,2milmortesemeventos comoenchentesem22anos; especialistas veemrelaçãocomoaquecimentoglobal RAFANEDDERMEYER/AGÊNCIABRASIL/26-5-2024 Devastação.Sucatas de carros submersas depois das enchentes do ano passado no Rio Grande do Sul: tragédia ainda não foi computada pelo levantamento LUCASALTINO lucas.altino@oglobo.com.br - de chuvas intensas está exem- plificadonorelatóriodoProje- toCom-ANTAR,daMarinha, que revelouumaperda recor- dena cobertura de gelomari- nho nos dois últimos anos, destacando a influência das partículasdefuligemdasquei- madas no Brasil sobre o gelo marinho da Antártica. Essas partículas escurecem o gelo, reduzindoa capacidadede re- fletir a luzsolareacelerandoo derretimento. Esse processo impacta diretamente o ciclo das chuvas e contribui para a elevaçãodoníveldomar. No total, 4.645 cidades bra- sileiras já enfrentaramalgum tipodeeventoextremoassoci- ado às precipitações desde 1991. A proporção de locais impactadossubiude27%,nos anos1990,para68%nosanos Todos os ângulos da notícia para você começar o dia bem-informado. JORNALDA Diariamente, a partir das 06h com Cássia Godoy eMílton Jung Aqui, cada fato é analisado porum time de comentaristas renomados, trazendo diferentes pontos de vista e abordagens: ESTÁEMTODOS OS LUGARES: na rádio, no app, no site, na Alexa, no YouTube e nas principais plataformas de áudio. Ouça agora! Pedro Doria Tecnologia Marcelo D´Agosto Economia Luis Fernando Correia Saúde física e mental Thassius Tecnologia Eduardo Rauen Bem-estar & movimento Miriam Leitão Economia Malu Gaspar Política Lauro Jardim Política Sardenberg Economia PVC Esporte Cortella Sociedade e Comportamento Product: OGlobo PubDate: 02-07-2025 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_N User: rai.silva@infoglobo.com.br Time: 07-01-2025 22:31 Color: ines249 OGLOBO | Quarta-feira 2.7 .2025 | 15 Economia NAWEB Projetodeparlamentarbuscareduzirbenefício tributário.Governotentaacordo Câmara adia votação de urgência CORTEDEGASTOS PARA ACESSAR APONTE OCELULAR PARA OQRCODE Emmaisumcapítulodoem- bate entreExecutivo eLe- gislativo, o advogado-geral da União, Jorge Messias, infor- mouqueogovernovaijudicia- lizaradisputacomoCongres- sopelodecretoqueaumentao Imposto sobreOperações Fi- nanceiras (IOF). A decisão ocorreuapósavaldopresiden- te Lula, que optoupor ingres- sar no SupremoTribunal Fe- deral (STF) com ação para tentar anular a decisão dos parlamentares de derrubar a altado IOF.Enquantoopresi- dente do Senado, Davi Alco- lumbre (União-AP), disse ver legitimidadenadecisãodogo- verno, líderes naCâmara rea- giram,afirmandoqueainicia- tiva equivale a uma “declara- ção de guerra” do governo e a “umtironopé”. Oadvogado-geral daUnião disse que o governo entrará com Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC), compedidode liminar, ou se- ja, decisão imediata para a re- tomaravalidadedodecreto. —A avaliação técnica dos nossos advogados, submeti- da ao presidente, é que a medida adotada pelo Con- gresso acabou por violar o princípio da separação de Poderes—disseMessias. Orelatordaaçãoseráomi- nistroAlexandredeMoraes. LULAVÊRISCODEPRECEDENTE AAGUargumenta queo arti- go153daConstituiçãodefine quecompeteàUnião instituir impostos sobre “operaçõesde crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários”, equeé facultado aoExecutivo alterar as alíquo- tas desses tributos.Na leitura daAGU, ao aprovar o projeto na semana passada, o Con- gresso teria usurpado suas funções.Especialistas,porém, apontamespaçopara contro- vérsia, àmedida que odebate noSupremonão seria seogo- verno pode elevar a alíquota, masaformacomofezisso(leia maisnapágina16). —A Ação Declaratória de Constitucionalidade é uma medidanecessária para que o Supremo Tribunal Federal possa apreciar a correção, a adequaçãodo atodo chefe do PoderExecutivoà luzdosarti- gos 84, artigo 153, artigo 151 daConstituiçãoFederal.Alte- rou (as alíquotas) dentro dos limitesecondiçõesestabeleci- dos pela própria condição da Constituição—disseMessias. Emconversas internas, Lu- la temafirmado que,mais do que a defesa de umamedida que tira R$ 12 bilhões do go- verno, a judicialização busca demarcarumalinhadaqualo Congresso não pode passar. Comoogovernoentendeque a Constituição é clara a res- peito da prerrogativa de defi- niralíquotasdoIOF,senãoju- dicializar o caso, Lula avalia que estará abrindopreceden- te institucional, que deixará futuros ocupantes do cargo vulneráveis à revogação de decisões, caso não tenham maioriaparlamentar. Apesardaopçãopeloemba- te,aliadosdizemqueamedida não inviabilizaodebatepolíti- co,queseránecessárioparase- parar as esferas política e ju- rídica.Adecisãoderecorrerao STFfoiinformadapreviamen- teaospresidentesdasduasCa- sas do Congresso, segundo Messias(leiamaisabaixo). Alcolumbredissequeain- da não conversou comami- nistradeRelações Instituci- onais, Gleisi Hoffmann, so- breo assunto. —O governo tem legiti- midade de tomar qualquer decisão—afirmou o presi- dentedoSenado. Indagado sobre a possibili- dade de reversão da votação doCongresso na Justiça, Al- columbrefoi lacônico: —Deixa acontecer—disse, acompanhadodo líder do go- vernonoCongresso,Randolfe Rodrigues, e doex-presidente da Casa, Renan Calheiros (MDB-AL), que entraramem seugabinete. Foi possível ouvir vozes, de dentro do gabinete, can- tando trechos da música “Deixaacontecer”,dogrupo Revelação. “Deixa aconte- cer naturalmente/Eu não quero ver você chorar.” Mais cedo, em evento no Palácio do Planalto, o vice- presidente, Geraldo Alck- min, pregou o distensiona- mentona relação: —Acho que vai prevalecer o diálogo. Entendo que não (vai acirrar os ânimos) e que diálogoéumbomcaminho. Manifesto escrito por 17 frentes parlamentares do Congressocriticouainiciativa do governo de judicializar a derrubadadaaltadoIOF: “Aojudicializarumaderrota política,ogovernodemonstra incapacidadede articulação e desprezo pelo diálogo com a sociedade,alémdeexporafra- gilidade das contas públicas, umavezquebusca-secumprir a meta fiscal somente com ampliação de impostos, sem reavaliação de despesas. Tal manobranão apenas agrava a crise institucional,comosina- liza tentativa de subverter o sistema de freios e contrape- sos, fundamentalparaofunci- onamento do Estado demo- cráticodeDireito.” A decisão doCongresso de derrubar o decreto que au- mentava as alíquotas do IOF agravouacrisefiscalepioroua situaçãopolítica entreExecu- tivoeParlamento.Opresiden- te da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), voltou a dizer que não atende a proje- tospolíticosindividuais: —Presidente de qualquer Poder não pode servir a um partido, tem que servir ao seupaís—disse. O líder do Republicanos, Gilberto Abramo (Republi- canos-MG), aliado deMot- ta, afirmou que o governo está dando um tiro no pé e declarandoguerra: —O sentimento é ruim, o governo acaba errandomais. OPSOLjáhavia judicializado, porqueogovernoquisjudicia- lizar? Para mostrar para sua base?É tironopé.Elemesmo (governo) está declarando guerra com o Congresso, o ambienteficarámaispesado. O assunto repercutiu no grupodeWhatsAppdos líde- res,doqualMottaparticipa. —Vaiesticandoacordaevai romper.Ogovernoestáenvol- vendoumterceiroplayer, que éoSTF, sópiora.Comosner- vosà flordapele, tudoépossí- vel (sobre retaliação). Lula tem que sair do enclausura- mento, colocar a cara dele pa- ra fora e conversar comosde- putados—afirmouo líder do PDT,MarioHeringer(MG). No grupo, os líderes do PT, Lindbergh Farias (RJ), e do PSOL, Talíria Petrone (RJ), saíramemdefesadeLula. —EssedecretodoIOFbus- ca, essencialmente, corrigir injustiças fiscais e combater a evasão de impostos dos su- per-ricos—disseLindbergh. HADDADESPERAMOTTALIGAR Em outra frente, oministro da Fazenda, FernandoHad- dad, afirmou ontem que nãoentendeuamudançano encaminhamento do Con- gresso sobre a derrubada do IOF. O ministro afirmou que aguarda que Motta li- guedevolta para ele: —Estou aguardando o re- torno de ligação que fiz para ele na semana passada. Fiz uma ligação e estou aguar- dando o retorno. Temque fi- car à vontade também, né, nãovou...OpresidenteHugo Motta frequentou oMinisté- rio da Fazenda comopoucos parlamentares, é umapessoa que é considerada amiga da Fazenda, por todos, não ape- nas pormim, e sabe que tem livretrânsitoaqui. Em evento de lançamento doPlano Safra, Lula afirmou que a proposta de taxar os mais ricosgerouuma“rebeli- ão”entreasclassesmaisabas- tadas, reforçando a nova es- tratégia de comunicação do governo, que busca enfatizar suaposiçãoaoladodapopula- çãomaispobre: —Quando a gente coloca que as pessoas que ganham mais demeiomilhãopaguem umpoucomais,gerarebelião. SÉRGIOROXO,GABRIEL SABÓIA, VICTORIAABEL, LUÍSAMARZULLO EBERNARDOLIMA economia@oglobo.com.br BRASÍLIA - SAULOCRUZ/AGÊNCIASENADO Em linha.Davi Alcolumbre (União-AP) defende “deixar acontecer”, enquanto HugoMotta (Republicanos-PB) voltou a dizer que “temde servir ao país” AGU vai ao STF por decreto, e líderes na Câmara veem ‘declaração de guerra’ e ‘tiro no pé’ NOVO ‘ROUND’DO IOF QUEDADEBRAÇO “Amedida adotada pelo Congresso acabou por violar o princípio da separação de Poderes” _ JorgeMessias,advogado-geral da União “O governo tem legitimidade de tomar qualquer decisão. (...) Deixa acontecer” _ Davi Alcolumbre (União-AP),presidente do Senado “Estou aguardando o retorno de ligação que fiz para ele (Motta) na semana passada” _ FernandoHaddad,ministro da Fazenda AiniciativaderecorreraoSu- premo Tribunal Federal (STF) contra o projeto que anulouodecreto de aumento do Imposto sobreOperações Financeiras (IOF) vinha sen- do discutida por ministros comopresidente Luiz Inácio Lula da Silva desde a quarta- feira passada.Antes de proto- colaraação,porém,oPlanalto sondouareceptividadenoSu- premo, porque eranecessário tersegurançadequeainiciati- va teria chances deprosperar. Depoisdaderrotahistóricano Congresso ocorrida na sema- napassada, umrevés no Judi- ciário resultaria em isolamen- topolíticodoExecutivo,oque comprometeria o futuro da gestãopetista. Foi festejado no governo também o fato de a Advoca- cia-GeraldaUnião(AGU)ter encontradoumasoluçãodife- rente da apresentada pelo PSOL em ação protocolada na semana passada. Enquan- to o governo ingressou com pedido de constitucionalida- de do decreto presidencial quealterouasalíquotasdotri- buto, o partido havia contes- tado a legalidade do projeto dedecretolegislativoqueder- rubouomesmodecreto. Para o Planalto, o caminho adotadopelaAGUnãocontes- ta diretamenteoCongresso, o queéumasinalizaçãopolítica importantenestemomento. Ainda dentro da ideia de manter as pontes, aministra das Relações Institucionais, GleisiHoffmann,pediuqueos presidentes daCâmara,Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado,Davi Alcolumbre (União-AP), fossemavisados. LÍDERESDOGOVERNO OslíderesdogovernonaCâ- mara, José Guimarães (PT- CE), e no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), foram es- calados para avisar previa- menteMotta e Alcolumbre sobre a açãonoSTF. O gesto marcou uma dife- rença em relação à postura adotadapelos presidentes das duas Casas do Congresso quando colocaram em vota- çãooprojeto dederrubadado decretonasemanapassada.O texto foi pautado na quarta- feira semavisoprévio, o queo governoentendeucomorom- pimentodeumacordo.—ConverseicomoMottae avisei que o governo ia acio- nar o STF. Claro que houve umtensionamento,masnos- so papel é buscar a concerta- ção —disse Guimarães em entrevista naCâmara. (Cola- borouVictoriaAbel) Planalto fez sondagem e viu clima favorável no Supremo para a ação Objetivo era ter segurança de que iniciativa teria chance de prosperar SÉRGIOROXO sergio.roxo@sp.oglobo.com.br BRASÍLIA - ProdPubZonEdiPagUsTiC ines249 16 | Economia Quarta-feira 2.7 .2025 | OGLOBO SEG _ Ricardo Henriques (quinzenal)_ TER _ Míriam Leitão _ QUA _ Zeina Latif _ QUI _ Míriam Leitão _ SEX _ Fabio Giambiagi (quinzenal)_Rogério Furquim Werneck (quinzenal) _ DOM _ Míriam Leitão Ainflação seguirá acima da meta de 3% por umbom tempo.Há, porém, grande divergênciaentreaprojeçãodoBancoCen- tral (BC) para a inflação de 2026, em3,6%, e dos analistas demercado, em 4,5%.Nun- ca se viu tamanhadiferença. Tomando os preços livres (excluem tari- fas),mais impactadospelapolíticamonetá- ria, o abismo é maior, com projeções de 3,4%e4,63%, respectivamente. A diferença não é explicada pelas variáveis utilizadasnaprojeção.Ambos,BCemercado, consideram a taxa de juros Selic estável em 15% a.a. até o final deste ano e o recuo para 12,5%atéofinalde2026.Astrajetóriasdetaxa decâmbioecrescimentodoPIBsãopróximas. A divergência pode decorrer de um con- junto de fatores, como diagnósticos dife- rentes acerca do grau de aquecimento da economia em relação ao seu potencial. O BC não divulga sua estimativa de cresci- mento potencial do PIB,mas é improvável quedifiramuitodos2%domercado. Além disso, talvez omercado acredite em umamenor potência da política monetária para reduzir a inflação. A razão seria a fragili- dade fiscal refletidanoaumentodadívidapú- blica e o crescimento de políticas parafiscais (como o crédito oficial subsidiado), o que pressionaocâmbioeexige jurosmais altos.O recuorecentedodólar,porém,causadoporfa- toresexternos,podeajudaraatenuaressapos- sível fragilidadedoinstrumentomonetário. Falta algumapeçanessequebra-cabeça. A candidata natural é a desconfiança do mercadoemrelaçãoaocompromissodoBC com a meta de inflação, contaminando tambémasexpectativasde2026,enãoape- nasasde longoprazo.Estasúltimas,por sua vez, estão descoladas da meta, algo visto apenas no período Dilma, quando Alexan- dreTombini,napresidênciadoBC,promo- veucorte agressivo e inesperadodaSelic. Oquadroatualpareceaindamaisdesafia- dor. Lá atrás, as expectativas de inflação de médio-longo prazos chegaram a responder à correção de rota da política monetária, quando a Selic subiu de 7,25% em abril de 2013para 14,25%em julhode2015.Agora, as projeções estãomais teimosas. Estaria omercado excessivamente pessi- mista? Umpontodeestresseéa inflaçãodeservi- ços.Elaacumulaaltade5,8%em12mesese ainda tem combustível para semanter ele- vada. As correções salariais, que pressio- nam os custos do setor, são incompatíveis comametade inflação—orendimentono- minal cresce acimade8%a.a. Oquadronãorefleteapenasoaquecimento domercado de trabalho,mas tambémpolíti- cas públicas que acabam impondopiso eleva- doaossalários.Éocasodavalorizaçãodosalá- riomínimoedepolíticas sociaismal focaliza- das nosmais pobres, que elevamo chamado saláriodereserva(aremuneraçãomínimaque levaumindivíduooferecerseutrabalho). Além do impacto do aperto monetário, talvez a acomodação em curso do volume de recursos das políticas sociais (principal- mente o Bolsa Família) contribua para a moderaçãonos ajustes salariais adiante. Apesardisso,hásinaisdequeopiorjápassou. A inflação no atacado perde força, tendo caminhado para o campo negativo nas lei- turasmensais. Isso por conta do comporta- mento benigno do dólar e da baixa inflação mundialnoníveldoprodutor.Nãohásinais relevantesdepressãodecustos. Odólar na casa deR$5,50 surpreendeu o mercado, que previa R$ 6 para 2025. Em que pese a reduzida previsibilidade dessa variável, que dificulta traçar cenários, o comportamentoatualdocâmbio influenci- ará a inflaçãode2026.Mesmoassim, apre- visãodomercado segue rígida. Quanto à inflação mundial, apesar dos riscos da política tarifária de Donald Trump, a China continua exercendo efeito desinflacionário nomundo, com sua infla- ção no nível do produtor registrando varia- ção negativa há tempos. Improvável uma mudançabruscanesse cenário. Essequadromais favorável temcontribuído paradesinflar asprevisõesde inflaçãoparaes- te ano (caiu do pico de 5,68%emmarço para 5,2%), mas sem trazer qualquer alívio para 2026,destoandodopadrãousual. É verdade que o mercado tem acertado mais as projeções de inflação do que o BC, masadesconfiança,quepesanasexpectati- vas de inflação, parece exagerada. O tempo corre a favor do BC, tendo em vista o efeito defasado dos juros. Há espaço para a inflação de 2026 ficarmais próxima de suaprojeção. Inflação: o pior passou, mas há muita desconfiança oglobo.com.br/economia economia@oglobo.com.br ZEINA LATIF Há argumentos de lado a lado e, por isso, é difícil prever a posição do Supre- mo Tribunal Federal (STF) na disputa entre o governo federal e o Congresso Naci- onal em torno do aumento de alíquotas do Imposto so- bre Operações Financeiras (IOF), mas o decreto legis- lativo que suspendeu ame- didadoExecutivoestálonge de ser um caso inequívoco de desrespeito à Constitui- ção, avaliaram especialistas ouvidospeloGLOBO. Para Gustavo Binenbojm, professordeDireitoAdminis- trativo da Uerj, a decisão em prol daharmonia entre osPo- deres deveriamanter odecre- tolegislativoquesuspendeuos aumentos do imposto, embo- raatesedaAdvocacia-Geralda União(AGU)tenhaargumen- tosea“estratégia jurídica”seja “muitointeligente”. O argumento principal do governo é que o Executivo tem atribuição demudar as alíquotas do IOF, sempassar pelo Legislativo. De fato, na letra da Constituição, além do IOF, os impostos sobre Produtos Industrializados (IPI),deImportação(II)ede Exportação (IE) são tratados como exceção à regra geral de que toda cobrança de tri- butos, inclusive a definição de alíquotas, requer aprova- ção em lei e um prazomíni- moparaentraremvigor. Eles são considerados re- gulatórios. Servempara pro- duzir efeito de política eco- nômica, como proteger a in- dústria local da competição de importadores, por exem- plo. Por serem impostos re- gulatórios, são definidos por decretosdoExecutivo. —A Constituição de fato prevê de maneira expressa que o presidente da Repú- blica pode por decreto au- mentar ou diminuir as alíquotas desses impostos —disseBinenbojm. Parte das cobranças do Im- posto sobre Produtos Indus- trializados (IPI, que será ex- tinto quando a Reforma Tri- butária dos tributos sobre o consumoentrar plenamente em vigor) também tem essa função regulatória, acrescen- touHermanoBarbosa, sócio deDireitoTributáriodoescri- tórioBMAAdvogados. SegundoBarbosa,aConsti- tuiçãonãodizexplicitamente queoIOF,oIPI,o IIeoIEsão regulatórios,mas a lógica de permitir ao Executivo, “aten- didasascondiçõeseoslimites estabelecidos em lei”, alterar as alíquotas deles é essa. Os demais tributosesuasalíquo- tas devem estar em lei, com aprovaçãodoLegislativo. LIMITEDOPODER Por outro lado, isso não quer dizer queo governopossa fa- zer o que quiser sobre esses impostos, ponderaramos es- pecialistas ouvidos pelo GLOBO. A Constituição tambémprevê, no artigo 49, que uma das funções do Le- gislativo é supervisionar os atosdoExecutivo. Quando esses atos extra- polam as atribuições do go- verno, o Congresso pode suspendê-los. O argumen- to, do lado do Legislativo, é que o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ex- trapolou a atribuição de fi- xar alíquotas ao usar o IOF comointuitodeaumentara arrecadação tributária. —Francamente,achoqueo governo abusou do poder de aumentaraalíquota.Éumca- sotípicoemquecabeumasu- pervisão do Congresso, por- que nunca o poder presiden- cial numEstadodemocrático deDireitopodesertidocomo ilimitado. Se oCongresso de- cidiu, problema do governo. Elequevátrabalharcomasua base para que odecreto legis- lativo não fosse aprovado— afirmouBinenbojm,daUerj. Para o tributarista Luiz GustavoBichara, do escritó- rio Bichara Advogados, a in- tençãodoExecutivodeusaro IOFcomfins arrecadatórios, quefoiexplicitamentedecla- rado pelo governo, faz toda a diferençanocaso. —Entendemos não ter ha- vido qualquer extrapolação do poder legítimo do Con- gressoNacional em suspen- der o decreto do IOF, uma vez que os fins pretendidos pelo governo federal eram descaradamente arrecadató- rios—disse Bichara, por es- crito, aoGLOBO.—Se o Po- der Executivo extrapolou do seu poder normativo, como entendemos tenha sido o ca- so, o Legislativo, sem qual- quer pecha de intromissão, poderia e deveriamesmo ter suspensoodecreto IOF. RESPEITOADECISÕES Barbosa, do BMA Advoga- dos, chama a atenção para o fatodeque,historicamente, quando se trata de casos de disputa entre Executivo e Legislativo, há uma tendên- cia,noSTF,de“respeitarde- mocraticamente as deci- sões tomadas”. Ou seja, se o Congresso considerou que o governo extrapolou ao au- mentar o IOF, e validou isso em votação, não caberia ao STFquestionar adecisão. Um caso típico de dispu- tas como essa são as contes- tações sobremedidas provi- sórias (MPs), lembrou Bar- bosa. Conforme a Consti- tuição, o Executivo pode editá-las para temas que te- nham relevância e urgên- cia,masmuitasMPs tratam de assuntos que, claramen- te, não cumprem esses re- quisitos. Mesmo assim, quando se manifesta sobre ações que contestam a rele- vância e a urgência deMPs, o STF tende a não interferir nessas definições. —NessecasodoIOF,oSTF está sendo instado a se pro- nunciar numa disputa entre dois Poderes, sabendo que o conteúdoemsinãoé incons- titucional. Aqui ninguém discute se o governopodeou não mudar as alíquotas. A discussão é sobre a forma— afirmouBarbosa. Para especialistas, questão não é alta do IOF, mas viés arrecadatório Executivo podemexer no imposto por decreto,mas Congresso tambémpode considerar decisão indevida e suspendê-la BRENNOCARVALHO Direito.Na avaliação de tributaristas, debate não é se Planalto podia subir a alíquota do IOF,mas como fez isso VINICIUSNEDER vinicius.neder@oglobo.com.br - QUEDADEBRAÇO “Entendemos não ter havido qualquer extrapolação do poder legítimo do Congresso Nacional em suspender o decreto do IOF, uma vez que os fins pretendidos pelo governo federal eram descaradamente arrecadatórios”_ Gustavo Bichara, tributarista do escritório Bichara Advogados OSenadoaprovou,ontem, a medida provisória (MP)queprevêaampliação dousoderecursosdoFundo Social, vindos da explora- çãodopré-sal,paraconstru- ção demoradias populares, como no Minha Casa, Mi- nha Vida, e enfrentamento aos efeitos das mudanças climáticas,quegeramsitua- çõesdecalamidadepública. O relatório do deputado Jo- sé Priante (MDB-PA) prevê repasse de atéR$ 15 bilhões para oMinha Casa, Minha Vida. AMP perderia a vali- dade, caso não fosse votada até amanhã. A matéria se- gue agora para a sançãopre- sidencial. Umdispositivo incluídona MP, ainda na fase de tramita- çãonaCâmara,permiteaogo- vernoo leilãode todaaprodu- ção de óleo e gás em campos dopré-sal que estão emáreas hoje não contratadas. A ex- pectativa é que isso possa ge- rar entre R$ 15 bilhões e R$ 20bilhõesaindanesteano. Anteriormente, a proposta constava em projeto de lei, mas foi acrescentada ao texto daMPdoFundoSocial.O re- cursoextracomavendadepe- tróleoseráusadoparaampliar receitasdogovernoereduzira necessidadede contingencia- mentos.OPlanalto enxerga o leilão da produção excedente em campos de pré-sal como necessária para conseguir compensar aquedade arreca- daçãocomaderrubadadode- cretodoIOF. Aoposição apresentou des- taque para retirar este trecho doprojeto,oquegeroudebate entre os parlamentares. O destaque, entretanto, foi re- jeitadopor37a17votos. O pré-sal opera sob o regi- mede partilha, demodo que parte da produção cabe ao governo federal (o percentu- al foi definido na disputa en- tre as empresas). O governo vendeesseprodutopormeio daestatalPPSAquandorece- be o óleo e o gás. A proposta do projeto era colocar à ven- da a totalidade do óleo exce- dentedaUniãoemáreashoje não contratadas. Seria uma espéciedeantecipaçãodere- cebíveisdoóleo. Senado aprova projeto que permite levantar até R$ 20 bi com leilão de óleo GABRIEL SABÓIA gabriel.saboia@oglobo.com.br BRASÍLIA - ProdPubZonEdiPagUsTiC ines249 OGLOBO | Quarta-feira 2.7 .2025 Economia | 17 A cultura do estado do Rio pulsa nas escolas de samba, nas festas populares, nos museus e nos festivais. Mas, além da expressão artística, ela é força econômica que movimenta milhões na economia local. Nessa segunda edição do ano do Diálogos RJ, vamos discutir a potência cultural do Rio de Janeiro, os desafios estruturais do setor e os caminhos para sua valorização e expansão. Participe. HOJE ÀS 10H LIVE CULTURA Em movimento REALIZAÇÃO ACESSE E ASSISTA À LIVE Danielle Barros Secretária de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro Clara Paulino Presidente da Fundação do Theatro Municipal do Rio de Janeiro Cesar Miranda Ribeiro Presidente da Fundação Museu da Imagem e do Som (FMIS) Rafael Galdo Editor de Rio do GLOBO e do Extra Mediador Rodrigodraw Miguel Fundador do Serra Comics Conceição Diniz Assessora-chefe da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro Hingo Hammes Prefeito de Petrópolis Big Joe Manfra Diretor técnico do Rio das Ostras Jazz & Blues Festival MESA 1 - DO SAMBÓDROMO AO MIS: A POTÊNCIA DAS CULTURAS DO RIO MESA 2 - TERRITÓRIOS CRIATIVOS: A CULTURA ALÉM DA CAPITAL OBancoCentral (BC) envi- ou questionamentos ao BRB —o banco público do DistritoFederal—eaoBanco Master sobre vendas de car- teira de crédito consignado no fim do ano passado, após encontrar inconsistências nas transações , revelou o co- lunista doGLOBOLauro Jar- dim. Em 2024, o BRB com- proucercadeR$8bilhõesem carteiras de crédito do banco liderado porDaniel Vorcaro, emuma espécie de primeiro passonarelaçãoentreasduas instituições financeiras. Pessoas a par das discus- sões dizem que o pedido de informações realizado pelo BCnão está diretamente re- lacionado ao processo de análise da operação de aqui- sição do Master pelo BRB. Há, contudo, um incômodo entretécnicosdoBCemrela- çãoaoperímetrodonegócio, ouseja,osativosqueserãoin- cluídos na operação. Procu- rada,aautoridademonetária nãosemanifestou. OBCquer assegurar que o BRB comprará um negócio viável. Quantomais amplo o perímetro, pior a qualidade dosativos,disseumadaspes- soas envolvidas nas tratati- vas.Oacordoprevêacompra de58%docapital social total do Master pelo BRB (49% das ações ordinárias e 100% dasaçõespreferenciais). Inicialmente,cercadeR$23 bilhõesde ativos doMaster fi- cariam de fora do negócio, mas, na última comunicação aoBC, oBRB informouqueo número chegou a R$ 33 bi- lhões.ObancodoDistritoFe- deralchegouaessacontaapós auditorias. Foram retirados, por exemplo, precatórios e participações em empresas em dificuldades. Questiona- do,oBRBdisseque“asdiligên- cias,auditoriaseadefiniçãodo perímetrodaaquisiçãodepar- te do capital doBancoMaster seguememandamento”. NEGOCIAÇÃO Aoperação entre os dois ban- cos está envolta em polêmi- cas. O Master enfrenta pro- blemas de liquidez. O banco adotava estratégia que se ba- seava emcaptações viaCDBs comretornosacimadamédia domercado,comasalvaguar- da do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Por outro la- do,osativosparafazerfrentea esses compromissos são em parte ilíquidos, como preca- tórios e participação emem- presasemcrise. SeoMasterentrasseemcri- se, o (FGC, que é formado comcontribuições das insti- tuições financeiras associa- das, teriadearcarcomumvo- lume relevante de ressarci- mento para pessoas físicas comaplicaçõesdeatéR$250 mil—umproblemaparaosis- temafinanceiro. Segundo o balanço de 2024, o Master tinha R$ 12,4 bilhões de CDBs a ven- cer até o fimdeste ano, con- tra um ativo total para o mesmo período de R$ 18,3 bilhões. No total, o estoque de CDBs e CDIs era de R$ 49,8 bilhões. A liquidez do FGC,emjunhode2024, era deR$107,8bilhões. Diantedisso, chamouaten- ção o interesse do BRB, um banco público, no negócio, e algunsdurar umano emeio, poderá parali- sar o país e tornar aindamais imprevi- sível e irracional a escolha que parece ocupar amente de todos os contendo- res: aPresidência em2026. É sintomático que, enquanto Lula, Haddad,Motta eAlcolumbre se engalfi- nhamebatemàportadoSTF, JairBolso- naro, àbeiradocadafalso, comecea lero jogoeaentenderqueprecisa tiraro time decampoeindicarseucandidatoàsucessão—emtroca, desde sempre, da promessa firmada com sangue de lhe concedergraçaouindultocasovençaaeleição,claro. Noaugedojulgamentodatramagolpista,ganhafor- çanosbastidoresondecirculamsiglasdoCentrão,en- tre empresários e os estigmatizados expoentes do mercado, a aposta de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, está com o cavalo encilhado para montar tão logoBolsonarodesencarne. Por isso omovimento de Lula no sentido de segmen- tar aindamaisoeleitoradoeescolher ficar comumafa- tiamenor que a obtida em2022para vencer por pouco nãoparece tera lógicamatemáticamais simples. Pelo óbvio: Lula não perderá sua base à esquerda, que não tem alternativas no grid de candidatos, em suamaioriadecentro-direita,quandonãodeextrema direita.Mais: ele já tem o que apresentar a essa fatia menosfavorecidadapopulação—doaumentodefini- tivo do Bolsa Família à retomada da correção real do saláriomínimo,passandopelaapresentaçãodoproje- to que amplia a isenção do IR e que, pelo impacto em ampla fatia da classemédia, nemoCongresso confla- grado terá comoderrubar. O presidente precisa, portanto, reconquistar uma fa- tiados territóriosazuisqueocupouem2022, represen- tadosnopalanquepelapresençadefigurascomoSimo- neTebet,ArminioFraga,JoãoAmoêdoeoutrostantosa quemseria (maisum)tironopédemonizarerepelir. A ideia de umCongresso que governa para o “BBB” —bancos, bets e bilionários—pode soar genial como briefingdepublicidadee lacraçãonas redes sociais,mas significaempurrartodoseles,alémdequasetodooabe- cedário das siglas partidárias, para o colo do candidato queBolsonaroparececadavezmaispropenso,pelafalta deopçõesepelacondenação iminente, a indicar. Esse acelerador do tempopara o fusohorário eleitoral nãoédeinteressedenenhumgoverno,quantomaisdeum emfrancadecadênciadepopularidadeegovernabilidade. E sobrecarregar oSTF, jámarcadopor amplo espectroda sociedadecivilcomo“partidário”ou“enviesado”,também nãoénadaestratégico.Ficar15meses,tempoquefaltapa- ra a eleição, batendona tecla jámeio desafinada do “nós contra eles” pode ajudarnãoLula,mas “eles”, justamente nomomentoquedeveriaserdeoblíviodeBolsonaro. Povo não tem máquina do tempo blogs.oglobo.globo.com/vera-magalhaes vera.magalhaes@oglobo.com.br VERA MAGALHÃES Faltam pragmatismo, sentido de urgência e responsabilidade institucional na guerra de narrativas Adecisão do ministro Dias Toffoli,doSupremoTribu- nalFederal (STF),depror- rogaratéofimdoanoaper- manência doRiode Janei- ro no Regime de Recuperação Fiscal (RRF) dá algum fôlego às combalidas finançasfluminenses.Oestadopoderá continuar pagandoparcelasmais sua- vesdadívidaque,nomêspassado,che- gou aR$224bilhões, alémde ganhar tempo para negociar adesão ao novo programa federal de financiamento, o Propag.Mas o governoprecisa ter em menteque,senãopromoverumajuste robustonassuascontas,logoestaráno- vamente batendo àporta daUniãoou daCorteembuscadesocorro. No entendimento de técnicos fede- rais,oRiodescumpriuasregrasdoRRF ao tomar decisões—como aumento salarialparaservidores—quegeraram rombo de mais de R$ 3 bilhões em 2023.Ogoverno fluminense contesta e recorreu ao STF. Toffoli manteve o Rio noRRF e estabeleceu um teto de R$4,9bilhõespor anoparapagamen- tosdadívida(equivalenteaode2023). Nãotivesseconseguidoumnovorespi- ro, oRiopoderia ser obrigado a quitar R$8,2bilhõesatéofimdoano. Independentementedoalívio,asitu- açãodoRioécrítica.ALeideDiretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada pela AssembleiaLegislativaprevêdéficitde R$ 15,98 bilhões em 2026, situação queinvariavelmenteresultaráemmais endividamento. Já se projeta redução de43%nosinvestimentospúblicos(de R$5,2 bilhões paraR$2,98bilhões). Enquanto o governo fluminense em- purra oproblema, a dívida só faz cres- cer. Como mostrou reportagem do GLOBO,passoudeR$177bilhões em 2022paraR$192bilhõesem2023.No ano passado, subiu para R$ 218 bi- lhões.Aprevisãoéquecresçaaté2030, quando chegaria aR$231 bilhões. Só entãopoderácomeçaracair. UmcomunicadodoPalácioGuana- baradizquea liminardeToffoli “evita- rá o colapso das finanças doRio de Ja- neiro”.Éverdade.Masoestadonãopo- de ficar dependendo de liminares da Justiçapara equilibrar suas contas, en- quantoagastançasóaumenta.Oalívio trazido pelos programas de recupera- ção fiscal não tembastadopara tirar o Rio doburaco.Melhor seria ajustar os gastos à realidade. Em2024, a arreca- dação foi de R$ 106,1 bilhões, mas a despesa chegou a R$ 108,5 bilhões. Apesar da deterioração, não se cogita reduzir gastos compessoal ou incenti- vosfiscais,muitosderetornoduvidoso para a sociedade.Nos 12meses encer- rados emabril, a folha depagamento, de R$ 43,9 bilhões, correspondeu a 45,2% da Receita Corrente Líquida, maisdeR$1bilhãoacimadolimitede alerta previstonaLei deResponsabili- dadeFiscal.Ocenárionãoéanimador. Apopulação fluminense sabebemo quesignificaumcolapso.Em2016, foi decretadacalamidadepúblicadevidoà crise financeira.Ocenárioeracaótico. Comoscofresvazios,unidadesdesaú- de restringiramatendimento, reparti- ções não tinhamdinheiro para pagar água e luz, salários atrasaramou tive- ram de ser parcelados, fornecedores deixaramdereceber,opoliciamentofi- coucomprometido.Ofantasmadoco- lapso financeirocontinuaráa rondaro PalácioGuanabara enquantooestado não ajustar suas despesas. A perma- nêncianumregimederecuperaçãofis- cal pressupõecontrapartidas—medi- dasconvincentesdeausteridade—,ou então tudonãopassa de encenação.O Rio ganhou sobrevida, mas a bomba fiscalnãofoidesarmada,apenasatrasa- dapormaisumperíodo. Decisão do STF não resolve crise fiscal fluminense Liminar de Toffoli traz alívio, mas, enquanto não fizer ajuste robusto nas contas, estado precisará de socorro A s despesas além do teto constitucional com juízes federais cresceram49,3% no ano passado, mais de dez vezes a inflação de 4,83%, revela estudo doMovimento Pessoas à Frente com o pesquisador BrunoCarazza. Elas subiramdeR$7 bilhões em2023paraR$10,5 bilhões em2024. PelaConstituição, nenhum servidor públicodeveria recebermais queocorrespondenteaosaláriodemi- nistro do Supremo Tribunal Federal (R$46.366,19).Na prática, a elite do funcionalismodribla esse teto recor- rendoaverbasadicionais,os“penduri- calhos”.Os rendimentos são turbina- doscomtodotipodeauxílio:moradia, transporte,saúde,refeição,eporaívai. A profusão de “penduricalhos” fez explodir o rendimento líquidodos juí- zes.Entre2023e2024,amédiamensal subiu deR$45mil para R$ 54,9mil. Emfevereiro,alcançouR$66,4mil.Os “penduricalhos” já representam44% dosganhos.Embreve,maisdametade doqueosjuízesrecebemvirádeles.“Ju- diciário eMinistérioPúblico vêmcri- ando, por meio administrativo, sem previsãolegal,umasériedeverbasadi- cionais e atribuindo a elas, numpasse demágica,ocarimbodeverbasindeni- zatórias, quenão ficamsujeitas ao teto nemaImpostodeRenda”,dizCarazza. Oestudosugereváriasmedidaspara corrigir as distorções. A principal são projetos legislativos definindodema- neiraadequadaverbasindenizatóriase remuneratórias,demodoaacabarcom os supersalários.As indenizatórias de- veriamserestabelecidasapenasporlei (nãoporatoadministrativo),com“na- tureza reparatória” e caráter “eventual e transitório”.Oestudodefende ainda governançaetransparênciarobustas. Oproblemaprecisa ser enfrentado pelos legisladores.OProjetodeLeidos SupersaláriosquetramitanoCongres- so, repleto de exceções, infelizmente pioraoquejáéruim.Masogrupocria- doparaestudarareformaadministrati- vanaCâmara, coordenadopelo depu- tadoPedroPaulo(PSD-RJ),deveriain- cluirossupersaláriosnasdiscussões. No setor público, os beneficiários dos “penduricalhos” costumamser as categoriasmaisprivilegiadasdo funci- onalismo,comojuízeseprocuradores. A prática revela desconexão da grave crise fiscalparticipantes domer- cado levantaram questiona- mentos sobre favorecimento político. O BRB defendeu, contudo,queaoperaçãoseria importante na estratégia de crescimento da instituição, possibilitando uma atuação maior nas áreas de câmbio, mercado de capitais e cartão decréditoconsignado. Recentemente, a venda de ativos privados deVorcaro ao BTGnovalordeR$1,5bilhão foi considerada passo impor- tante para viabilizar a opera- çãocomoBRB,jáqueosrecur- sos foram aplicados noMas- ter, dandoum“refresco” ime- diatode liquidez. Para oBC, é importantequeocasoMaster sejaresolvidoporinteiro. O Master se posicionou em nota: “O BancoMaster esclarece que a análise re- gulatória em curso sobre a venda de ações ao BRB se- gue seu rito normal. Não existe irregularidade com qualquer transação com o BRB.OMaster éuma insti- tuição financeira regulada pelo BC e auditada por au- ditorias terceiras. O Banco segue confiante na conclu- são positiva da negociação comoBRB.” BC questiona compra de carteira de consignado doMaster pelo BRB Segundo pessoas a par das negociações, há um incômodo dos técnicos em relação aos ativos que serão incluídos na operação entre as instituições DIVULGAÇÃO Análise.Banco Central quer assegurar que BRB comprará umnegócio viável THAÍSBARCELLOS thais.barcellos@bsb.oglobo.com.br BRASÍLIA - ProdPubZonEdiPagUsTiC ines249 18 | Economia Quarta-feira 2.7 .2025 | OGLOBO Emmeioàchegadadenovas marcaschinesasdisputan- do a atenção do consumidor brasileiro para carros elétri- cos e híbridos importados, a BYD (Build Your Dreams) inaugurou ontema primeira unidade de umamontadora chinesanoBrasil.Afábricade Camaçari, na Bahia—que já abrigouumaunidadedaFord —vai produzir o SUV Song Plus, um híbrido plug in, e o elétricoDolphinMini. Na primeira fase da fábrica daBYDemCamaçari haverá apenasamontagemdoscarros no sistema SKD (Semi KnockedDown, queéa impor- tação de veículos semides- montados). Milad Kalume Neto, especialista no setor au- tomotivo, afirma que é co- mumquenoiníciodasativida- des locais demontadoras glo- balizadas sejamutilizados os SKDs.Mesmoaquelasqueco- meçamjácomalgumforneci- mentodepeçasnacionais, ini- ciamcombaixoíndicedenaci- onalização.Comoprevistoem lei, a BYD terá 12meses para deixar deproduzir os veículos com os kits SKD e iniciar o processodenacionalização. —Começar comSKDéna- tural. Depois vai nacionali- zando o fornecimento de itens como pneus, bancos e outros. Omais importante é ter nacionalização da produ- çãodebaterias.AToyota, por exemplo,quejáproduzveícu- loseletrificadosnoBrasil,ain- da utiliza baterias importa- das,nãoproduzaqui.Maspa- raissoacontecer,éprecisoter volume de vendas relevante —explica o especialista, lem- brando que o Brasil deve se tornar base exportadora da BYDparapaísesvizinhos. Para Antonio Jorge Mar- tins, coordenador dos cursos automotivos daFGV, compo- nentes de alta tecnologia nos carrosdaBYD—quedeman- dam investimentosmais ele- vados para seremdesenvolvi- dos e precisamde escala para queoscustossejamamortiza- dos—devemcontinuarvindo damatrizchinesa. —Será difícil nacionalizar componentes que tenham muita tecnologia embarcada —disseMartins. TRIBUTAÇÃO A montadora chinesa fez um pedido de redução tari- fária ao Ministério do De- senvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) nos kits SKD, de 5% para carros elétricos e 10% para híbri- dos. Hoje, as taxas são de 20%parahíbridose18%pa- ra elétricos. A análise será feita pela Secretaria Execu- tivadaCâmaradeComércio Exterior (Camex). Para veículos importados já montados, o imposto de importação está sendo re- composto e deve chegar a 35%em2026.Nestemêsde julho, a taxa sobede18%pa- ra 25%para carros elétricos e de 20% para 28% para os híbridosplug-in. A Anfavea, associação das montadoras instaladas no país, defende a anteci- paçãoda cobrançados 35% sobreveículos importados, alegando que o atraso pode impactar investimentos das fabricantes em novas tecnologias anunciados re- centemente. A BYD revelou ontem a qualificaçãode 106empresas instaladas noBrasil para for- necer peças para a fábrica na Bahia. A Continental Pneus deCamaçari,vizinhadafábri- ca, é a primeira companhia homologada. A montadora informou que, no futuro, es- tampagem,soldagemepintu- raserãoprocessosfeitoslocal- mente.Ejáanunciouodesen- volvimentodeummotorflex, que vai equipar o híbrido Song Plus fabricado aqui. A BYD também pretende de- senvolver um centro de pes- quisaetecnologianaBahia. A unidade da montadora chinesaemCamaçariocupa 4,6milhões demetros qua- drados, o equivalente a 645 camposde futebol. Sóopré- dio principal tem 156.800 metrosquadrados. —Levamos apenas 15me- ses entre iniciar as obras e entregar o primeiro veículo em caráter experimental da nossa linhadeprodução.Es- se é ummomento histórico não apenas para a BYD,mas para o futuro damobilidade sustentável em toda a América Latina—afirmou Stella Li, vice-presidente executiva Global e CEO da BYDAméricas eEuropa. Para celebrar a inaugura- ção, a BYD anunciou des- contos nos carros que serão produzidos na Bahia. O DolphinMiniestáemtorno deR$120mil, e o SongPlus emtornodeR$200mil. INVESTIMENTODER$5BI A BYD anunciou investi- mentos de R$ 5 bilhões no país, sendo que R$ 1,4 bi- lhão foram desembolsados na unidade baiana, que já emprega quasemil pessoas edeveabrirmais trêsmilva- gas, segundo a empresa. O objetivo da montadora é produzir 50 mil unidades no Brasil ainda este ano e chegar a 150mil em2026. Segundo especialistas, na disputa pelomercado de ele- trificadosaBYDtemavanta- gem de ser uma green tech, empresadetecnologiaverde, quealémdefabricarveículos detémaproduçãodebaterias para seus carros elétricos e fazobeneficiamentodolítio, mineralusadonasbaterias. A BYD adquiriu, em2023, direitosminerais sobre duas áreas noVale do Lítio, região ricaemlítioemMinasGerais. Chinesa BYD inaugura fábrica na Bahia Na primeira fase emCamaçari haverá apenas amontagem a partir da importação de veículos semidesmontados da China. Empresa terá 12meses para iniciar processo de nacionalização. Imposto sobre veículos elétricos sobe estemês para 25% JOÃO SORIMA NETO joao.sorima@sp.oglobo.com.br SÃOPAULO - RAFAELAPAIXÃO/G1 Elétricos.Marca chinesa investe R$ 1,4 bilhão em fábrica na Bahia e celebra primeiros carrosmontados no Brasil Depois de abocanhar 97% das unidades do futuro residencialdoEdifícioANoi- te, a canadense Brookfield está em tratativas finais para fechar a compra demais um prédioemblemáticodaZona Portuária do Rio, apurou a colunaCapital: o AqwaCor- porate, empreendimentoco- vado,mas valor descontado. Procurada, a companhia não quis comentar a notícia. A coluna procurou a Tishman, queaindanãorespondeu. Inaugurado em 2017, o AqwaCorporate fica localiza- do no bairro do SantoCristo, emfrenteàCidadedoSambae ao lado da roda gigante Rio Star. Foi o primeiro edifício brasileiro assinado por Nor- manFoster, vencedordomais importante prêmio de arqui- teturadomundo,oPritzker. COMPRADOEDIFÍCIOANOITE O imóvel abriu as portas no auge da crise provocada pela Operação Lava-Jato e, por is- so,sofreucomvacânciaeleva- da por longo período. Mas, com o passar do tempo, foi conseguindoatrairinquilinos comoCaixa, Enel, Icatu, Ím- pareoescritóriodeadvocacia Tauil&Chequer—que, aliás, foi um dos que trabalharam assessorando os vendedores doempreendimento. Hoje, a vacânciadoprédio é estimada em26%por fon- tes de mercado, com preço médio de aluguel de R$ 120 pormetroquadrado.O imó- vel é do tipoTripleA, classi- ficação domercado imobi- liário para empreendimen- tos corporativos domais al- to padrão.OAqwa tem68,2 mil metros quadrados de área privativa distribuídos por19andares,além950va- gasdeestacionamento. O Aqwa Corporate que existe hoje é apenas uma parcela do projeto original original, que previa a cons- trução de uma segunda tor- re corporativa, além de um hotel em terreno vizinho que também pertence à Tishman.Mas essas expan- sões acabaram sendo enga- vetadas pela vacância ainda elevada das lajes corporati- vasdaregiãodoPortoMara- vilha, cuja recuperação no pós-crise da Lava-Jatoaca- bou sendo atingida pelo es- vaziamento do Centro do Rionapandemia. A Brookfield vem fazendo transações imobiliárias im- portantes no Rio, e atuando nas duas pontas. Em 2024, vendeu sua fatia de 46% no shoppingRioSulporR$1,1bi- lhão e comprou97%das uni- dadesdo futuroresidencialdo Edifício A Noite, uma das apostas doprojeto de revitali- zaçãodaZonaPortuária.Dois anosantes, absorveuohistóri- coEdifícioManchete, naGló- ria, e o Ventura, torre de alto padrão na Avenida Chile, no Centro carioca, em transação queenvolveuaaquisiçãode12 prédios e dois terrenos daBR PropertiesporR$5,9bilhões. JáaTegra, sua incorporado- ra residencial, vemaceleran- dooritmodelançamentosno Rio,comfoconosegmentode altíssima renda. Em socieda- de com a São José, a compa- nhia pagou R$ 370 milhões porumterrenovazionapraia daBarradaTijucaqueperten- cia às herdeiras do banqueiro Aloysio Faria, fundador do Real e doAlfa. A companhia também prepara dois proje- tos residenciais com Valor GeraldeVendas(VGV)deR$ 865milhõesnosúltimoslotes do Península, bairro planeja- do da Carvalho Hosken na BarradaTijuca,ZonaOeste. Já a Tishman vendeu, em 2018, umdosmaiores edifí- cios comerciais da Zona PortuáriaaoBradescoSegu- ros:aPortCorporateTower, torrede22andares finaliza- da emnovembrode2014. Brookfield está perto de fechar compra do Aqwa Corporate Negociação de prédio emblemático da Zona Portuária seria demais demeio bilhão BRENNOCARVALHO/22-1-2020 Novo dono. Inaugurado em2017, o AqwaCorporate fica no Santo Cristo CAPITAL Este texto foi originalmente publicado na coluna de negócios Capital, no site do GLOBO: blogs.oglobo.globo.com/capital AEmbraeranunciouontem que a ScandinavianAirli- nes (SAS) firmouumacordo para adquirir 45 jatos E195- E2, com direito de compra para 10 aeronaves adicionais —amaior encomenda de ja- tos da SASdiretamente a um fabricantedesde1996. As primeiras entregas es- tão previstas para o final de 2027, com entregas adicio- naisaolongodeaproximada- mente quatro anos. Excluin- do os direitos de compra, o valor do pedido é de aproxi- madamenteUS$4bilhões. As ações da Embraer fe- charamemalta de 4,42%, a R$80,41. Emcomunicado, a empresa disse que este acordohistórico apoia a es- tratégia de longo prazo pa- ra a renovação de frota da SAS, “que se concentra em aumentar a eficiência, re- duzir as emissões e geran- do futuras oportunidades de crescimento a partir de seu hub global em Cope- nhague, naDinamarca”. “Este é ummomento de- cisivo para a SAS”, afirma Anko van derWerff, Presi- dente & CEO da SAS. “O Embraer E195-E2 é uma aeronave de classe mundi- al, que combina desempe- nho excepcional, ótima eficiência de combustível e conforto. É a aeronave certa para apoiar nosso crescimento futuro e para desenvolver nossa malha área tanto na Escandinávia quanto em outras regiões. Dedicamos tempo para to- mar a decisão correta —e este grande investimento reflete nossa confiança no futuro e a força do acordo que garantimos.” Segundo a Embraer, o E195-E2desempenhará um papel vital na otimização das operações da SAS e no aprimoramento da conecti- vidadenaEscandinávia ena Europa. O porte e o alcance dojatosãofeitossobmedida para complementar a frota existentedaSASeaestrutu- ra de suas rotas, permitindo mais frequências, melhor flexibilidadedamalhaaérea ecustosmaisbaixosporvoo. Embraer vende até 55 jatos para Scandinavian Airlines mercial que foi uma das ân- corasdarevitalizaçãodaregi- ão.Onegócio é estimado em mais demeio bilhãode reais, segundo fontes que acompa- nhamatransação, edepende agoraapenasdoavaldaCaixa —que gere um fundo que é donode22%doimóvelenão vaisedesfazerdesuaparte.A expectativaéqueavendasaia até fimdomês. Quem está vendendo é a TishmanSpeyer, companhia americana dona de prédios icônicosmundoafora,comoo Rockfeller Center, em Nova York.ATishmantinha78%do imóvel, enquanto aparticipa- ção restante está nasmãos do fundoimobiliárioPortoMara- vilha,quepertenceaoFGTSe é gerido pelaCaixa. (Trata-se domesmo fundoproprietário do terrenona regiãodoGasô- metro ondeoFlamengoquer erguerumestádio). O objetivo da Brookfield, segundo fontes, é aproveitar um ativo compotencial ele- RENNAN SETTI rennan.setti@oglobo.com.br - ProdPubZonEdiPagUsTiC ines249 OGLOBO | Quarta-feira 2.7 .2025 Economia | 19 Localização: Via das Torres, s/n°, Distrito Industrial, Candeias/BA, CEP 43813-100. Bem imóvel e todo complexo de sistema integrado de unidades industriais destinado ao processo produtivo de Hidroxipropilmetilcelulose (HPMC), compreendendo todo o maquinário vinculado à produção, conforme relação detalhada em documento anexo ao edital. Uma gleba de terras com área total de 1.007.115,50m², sobreaqual foramerigidosdiversosprédiosquesomamaproximadamente 14.486,40 m² de área edificada. O complexo é composto por prédios destinados a diferentes finalidades, incluindo: administração, balança de veículos, portaria, bombas de combate a incêndio, sistema de efluentes, compressor de ar, laboratório, refeitório, gases, administração principal, engenharia, armazenamento de produto final, manutenção, além de diversos galpões e outras edificações de menor porte. O bem está melhor descrito e caracterizado na Matrícula nº 1.512 do 1º CRI de Candeias/BA. Cadastro ou inscrição imobiliária: 6300107292-9993. DESOCUPADO. Consulte o edital completo em:www.sodresantoro.com.br. Para esclarecer dúvidas: telefone (11) 2464-6460,WhatsApp (11) 97777-0753 ou E-mail: af@sodresantoro.com.br. O agendamento da visita será feito diretamente com o vendedor, conforme disponibilidade de datas e horários, e será acompanhado pelo Sr. Bruno, telefone: 71 99985-1118. Luiz Fernando de Abreu Sodré Santoro, Leiloeiro Oficial JUCESP nº 192. LANCE INICIAL: R$ 300.000.000 12/08 ÀS 15H COM POSSIBILIDADE DE PARCELAMENTO LEILÃO ONLINE OPORTUNIDADE ÚNICAÁREA TERRENO: 1.007.115,50M² ÁREA EDIFICADA: 14.486,40M² DES OCU PAD O ESTRUTURA PRONTA E INTEGRADA PARA PRODUÇÃO DE HIDROXIPROPILMETILCELULOSE (HPMC), INCLUINDO GALPÕES, LABORATÓRIO, SISTEMA DE EFLUENTES, REFEITÓRIO, ÁREAS ADMINISTRATIVAS, ENTRE OUTRAS INSTALAÇÕES ESSENCIAIS. LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA NO DISTRITO INDUSTRIAL, COM MAQUINÁRIO VINCULADO À PRODUÇÃO INCLUSO. *IM AG EN S M ER AM EN TE ILU ST RA TIV AS As inscrições para a segun- da edição do Concurso Nacional Unificado (CNU) começamhojeevãoaté20de julho. Serão ofertadas 3.652 vagas. No edital, divulgado ontem, oMinistério daGes- tão e Inovação (MGI) defi- niu, por sorteio, quais cargos com poucas vagas previstas terão cotas para pessoas com deficiência (PcDs), pretas, indígenas e quilombolas. Do total de vagas, 169 cargos fo- ramsorteados. A intenção é garantir a apli- cação das políticas de cotas também nos cargos que não atingemonúmeromínimode vagas exigido para a reserva automática.Aleidecotasdefi- neareservadevagassóseapli- ca automaticamente no caso de duas mais vagas, sendo 30%para pessoas pretas par- das, indígenas e quilombolas; eno casode cincooumais va- gas,sendo5%paraPcDs. Ou seja, se um cargo ofe- rece apenas uma vaga, a lei não obriga que ela seja re- servada para cotas étnico- raciais. Diante disso, o go- verno realizou o sorteio pa- ra cotas de PcDs em cargos com até quatro vagas e para cotas raciais naqueles com atéumpostooferecido. O sorteio foi realizado no últimodia26. Entre as vagas sorteadas, estão postos comomédicos das Forças Armadas, analis- tasdosegurosocialdoINSSe pesquisadores doMinistério da Saúde. Os blocos temáti- cos 1, 2, 3, 4, 5, 8 e 9 foram contemplados comvagas re- servadasparacotas. TAXADER$70 Os cargos serão agrupados emnoveblocostemáticos,or- ganizados por áreas de atua- ção semelhantes. Essemode- lo, adotado na edição anteri- or,permitequeoscandidatos concorram a diferentes car- gos dentro domesmo bloco, comumaúnica inscrição. Os blocos são: Seguridade Social–Saúde,AssistênciaSo- cial ePrevidência Social (Blo- co 1);Cultura eEducação (2); Ciências,Dados eTecnologia (3); Engenharias eArquitetu- ra (4);Administração(5);De- Governo sorteia cargos do CNU que serão preenchidos só por cotasDas 3.652 vagas emdisputa, 169 em cargos com até 4 vagas ficarão para candidatos cotistas. Inscrições começamhoje GABRIELDE PAIVA/18-8-2024 BERNARDOLIMA bernardo.lima@bsb.oglobo.com.br - senvolvimento Socioeconô- mico (6); Justiça eDefesa (7); Intermediário – Saúde, nível médio (8); Intermediário – Regulação,nívelmédio(9). As vagas estão distribuí- das em 32 órgãos públicos. Entre elas, 2.480 são vagas imediatas, e 1.172, parapro- vimento a curto prazo. Os salários vão atéR$16.400. As provas objetivas serão aplicadasem5deoutubro,das 13hàs18h,em228cidadesde todos os estados e noDistrito Federal.Asprovasdiscursivas serãoem7dedezembro. Ataxade inscriçãoédeR$ 70, e a banca será a Funda- çãoGetulioVargas (FGV). Para se inscrever, é preciso primeiroacessarositedeins- criçãodoConcursoNacional Unificado, fazendo login com sua conta Gov.br. De- pois, preencha seus dados pessoais e responda ao ques- tionário socioeconômico. Escolha então o bloco te- mático desejado, selecione os cargos e especialidades disponíveis e defina a ordem depreferênciaentreeles.Por fim, indique a cidade onde deseja realizaraprova. Expectativa. Fila de candidatos da edição do CNU realizada em2024: as vagas são divididas emblocos temáticos OSupremo Tribunal Fede- ral (STF) validou apossi- bilidadedeapreensãodeveí- culos, sem decisão judicial, em caso de inadimplência, que tinha sido autorizada no Marco Legal das Garantias, lei aprovadaem2023. A lei possibilitou que, nos casosdealienaçãofiduciária, quandooprópriobemécolo- cadocomogarantiade seu fi- nanciamento,aempresacre- dora pode solicitar busca e apreensão do veículo a um cartório, sempassar pelo Ju- diciário, seopagamentoesti- veratrasadoesenãohouvera entregavoluntária. Essetrechodaleichegoua ser vetado pelo presidente Lula,masovetofoiderruba- dopeloCongresso. Aregra foiquestionadano STF pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e por associações de oficiais de Justiça. O relator, ministro Dias Toffoli, considerou que a busca e apreensão é cons- titucional, mas que é pre- ciso garantir determina- dos direitos dos devedo- res, comoos direitos à vida privada, à honra e à ima- gem, a inviolabilidade do domicílio e do sigilo de da- dos e a proibição do uso de violência. Aposição deToffoli foi se- guida pela maioria dos mi- nistros. STF valida apreensão de veículo de devedor sem decisão judicial DANIELGULLINO daniel.gullino@bsb.oglobo.com.br BRASÍLIA - OBanco Interamericanode Desenvolvimento (BID) anunciou três novos progra- mas de apoio ao desenvolvi- mento sustentável dos países daAméricaLatinaedoCaribe. Aestimativa é impulsionar ao menosUS$ 11 bilhões em in- vestimentosemprojetos. —O FX Edge oferece um conjuntodeferramentaspara transformar uma das barrei- rasmais antigaseurgentesao investimento, a volatilidade cambial,emresiliênciaelibe- ração de capital. O FIRRe transforma a exposição a de- sastres emproteção financei- ra, ampliandoacoberturapa- ragovernoseempresasquan- do ocorrem choques. E os Amazonia Bonds (Títulos da Amazônia)transformampre- ocupações dos investidores com transparência em inves- timento, compadrões claros sobre como os recursos são usados,monitorados e repor- tados—explicouopresidente doBID,IlanGoldfajn. INCLUSÃODEMAISPAÍSES OFXEdgeéinspiradonoEco Invest, que integraoPlanode Transferência Ecológica para expansão da indústria de for- ma sustentável, parceria do governobrasileirocomoBID. Agora,contudo,ganhaopera- ção global, comapoio doRei- noUnido.O foco está em re- solver o nó da volatilidade cambialnacaptaçãodeinves- timentoestrangeiro. —As iniciativas têm com- promissos claros de recursos. OFXEdgesebaseianoEcoIn- vest do Brasil, cujo primeiro leilão de financiamentomis- to deve mobilizar US$ 8 bi- lhões. Esperamosdobrar esse valor nos próximos três anos, àmedida que oBrasil avança na implementação e incluí- mos outros países—afirmou Goldfajn. Já o FIRRe funciona como um instrumento para gestão de riscos de desastres natu- rais,ajudandogovernoseem- presas a se tornaremmais re- silientes. E amplia emUS$2 bilhões os recursos disponí- veis para a linha de crédito voltada para contingência e cláusulas de dívida para resi- liênciaclimática. Por fim, um mecanismo vai ajudar na captação de re- cursosprivadosparaodesen- volvimento sustentável na Região Amazônica. Ele será operadocombaseemTítulos da Amazônia, comumame- ta, para uma primeira etapa, deemitiratéUS$1bilhãopa- raprojetosquemirememre- dução de desmatamento, proteção a biodiversidade e que promovam resiliência econômica. BID prevê US$ 11 bi para sustentabilidade na AL Ilan Goldfajn anuncia três novos programas de apoio a investimentos emprojetos na região MICHAELDANTAS / AFP / 9-7-2023 Amazônia.Captação de recursos privados para desenvolvimento da região GLAUCECAVALCANTI glauce.cavalcanti@oglobo.com.br - NívelSuperior > EspecialistaemRegu- laçãodaAtividadeCine- matográficaeAudiovi- sual (Ancine): R$17.726,42 > EspecialistaemGeo- logiaeGeofísicado PetróleoeGásNatural (ANP):R$17.726,42 > EspecialistaemRegu- laçãodePetróleoe Derivados,ÁlcoolCom- bustível eGásNatural (ANP):R$17.726,42 > Pesquisadorcom doutorado (Fundação Palmares):R$13.498 > Pesquisadorcom doutorado (Fundação JoaquimNabuco): R$13.498 > Pesquisadorcom doutorado (Inca): R$13.498 > PesquisadoremSaú- dePúblicacomdoutora- do (InstitutoEvandro Chagas):R$13.498 > PesquisadoremSaú- dePúblicacomdoutora- do (CentroNacional de Primatas):R$13.498 > Pesquisadorcom doutorado (Comando doExército):R$13.498 Nível intermediário > TécnicoemRegulação daAtividadeCinemato- gráficaeAudiovisual (Ancine):R$8.697,59 > Técnico emRegula- çãodePetróleo eDeri- vados,Álcool Combus- tível eGásNatural (ANP): R$8.697,59 > TécnicoemRegulação deAviaçãoCivil (Anac): R$8.697,59 > TécnicoemRegulação deServiçosPúblicosde Telecomunicações (Anatel): R$8.697,59 > TécnicoemAtividades deMineração (Agência Nacional deMineração): R$8.697,59 > TécnicoemRegulação deSaúdeSuplementar (ANS):R$8.697,59 > Técnico emRegula- çãodeServiços de TransportesAquaviá- rios (Antaq): R$8.697,59 > TécnicoemRegulação deServiçosdeTranspor- tesTerrestres (ANTT): R$8.697,59 > TécnicoemRegulação eVigilânciaSanitária (Anvisa):R$8.697,59 Veja quais são os maiores salários do concurso Product: OGlobo PubDate: 02-07-2025 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_S User: rai.silva@infoglobo.com.br Time: 07-01-2025 22:22 Color: ines249 20 | Economia Quarta-feira 2 .7 .2025 | OGLOBO Duas semanas após confir- mar a chegada de anún- cios no WhatsApp, a Meta anunciou ontem que campa- nhas publicitárias para o apli- cativo de mensagem, o Insta- gram e o Facebook passarão a ser gerenciadas em uma única plataforma. Na prática, ao cri- ar uma campanha, as empre- sas poderão usar o mesmo ma- terial (imagem, texto e vídeo) eo mesmo orçamento com di- vulgação nas três plataformas. A conferência Conversati- ons 2025 também abordou a ampliação do uso de inteligên- cia artificial (IA) para otimizar adistribuição das campanhas. A integração é mais um passo no esforço da Meta pa- ra monetizar o app de mensa- gens, que é o mais popular do Brasil e acessado globalmen- te por 3 bilhões de pessoas. O sistema unifica o disparo de publicações pagas na aba de Atualizações do Whatsapp e ajuda empresas a enviarem mensagens publicitárias pa- ra bases de usuários com as quais já interagem. Em junho, a empresa lidera- da por Mark Zuckerberg anunciou que passaria a exibir pela primeira vez postagens patrocinadas no WhatsApp, dentro do Status (recurso em que usuários compartilham fotos e vídeos temporários, se- melhante aos Stories, do Insta- gram). A ferramenta fica den- tro da aba de Atualizações, on- de estão também os Canais. VOZ E, NO FUTURO, VÍDEO Outro anúncio foi a liberação de chamadas de voz — e, futu- ramente, de vídeo — entre grandes empresas e usuários no WhatsApp. A funcionali- dade estará disponível para companhias de maior porte que usam a Plataforma What- sApp Business e será liberada no Brasil nas próximas sema- nas. Haverá também a opção de enviar e recebermensa- gens de voz com conteúdo promocional ou de suporte. Atualmente, pequenas em- presas no WhatsApp já podi- am conversar com clientes por voz, mas isso não estava disponível para contas corpo- rativas maiores. Com a novi- dade, bancos e plataformas de comércio, poderão poderão ligar para os clientes pelo app. No WhatsApp Business, as empresas também poderão usar a plataforma de gerenci- amento de campanhas no dis- paro de mensagens para suas bases de cliente. Para isso, o próprio negócio terá de forne- cer os números para os quais vai enviar as mensagens. Os usuários terão de previamen- te ter aceito receber contato da empresa (opt-in). —A empresa passa por um fluxo de configuração, de- senvolve o material criativo, envia sua lista de contatos, define o orçamento e escolhe “Mensagens de Marketing” como um dos formatos — disse o CEO da Meta, Mark Zuckerberg. — Usaremos in- teligência artificial para en- tregar essas mensagens às pessoas com maior probabi- lidade de se interessarem. Com a integração, as em- presas poderão carregar a lis- tas de clientes e selecionar manualmente as mensagens de marketing ou usar os re- cursos de IA para disparo di- reto. Atualmente, a Meta tem 200 milhões de clientes no WhatsApp Business. No evento, Zuckerberg dis- se que a publicidade no app é “uma grande oportunidade” para os negócios e que a pla- taforma única de campanhas era uma “simplificação”. Dentre os 3 bilhões de usuá- rios do WhatsApp, metade acessa a aba de Atualizações, onde ficam os anúncios nos Status. O recurso de compar- tilhamento de conteúdo tem- porário foi criado em 2017. Nos EUA, a publicidade já foi integrada. No Brasil, deve ser liberada até o fim do ano. O usuário que clica na pu- blicidade de Status é levado diretamente para uma con- versa com o anunciante. A empresa não terá acesso aos números de celulares dos usuários, segundo a Meta. Com a integração na plata- forma de Instagram e Face- book, a tendência é que mais anunciantes distribuam campanhas no WhatsApp. DÚVIDAS DE PRIVACIDADE A chegada de anúncios pagos ao WhatsApp, em junho, le- vantou preocupações sobre a privacidade no app, já que as mensagens são protegidas por criptografia. A Meta afirma que não pode acessar o conte- údo das mensagens privadas, chamadas ou grupos para seg- mentar publicidade. Os dados usados para isso incluem país, idioma do dispositivo, intera- ções com anúncios no Status e, quando o WhatsApp está vinculado à Central de Contas, informações de Facebook e Instagram. A Meta destacou ainda co- mo pretende expandir mais o uso de IA por meio de agentes no app. Segundo Zuckerberg, esses bots poderão futuramen- te ser criados com base no con- teúdo já publicado por empre- sas no Instagram, Facebook e WhatsApp, de forma automa- tizada. A ideia é que pequenos negócios possam configurar rapidamente um assistente ca- paz de responder a perguntas, dar suporte ao cliente e reco- mendar produtos. Meta integra WhatsApp a sistema de anúncios de Instagram e Facebook Plataforma de campanhas publicitárias será unificada nos três apps. Além disso, grandes empresas poderão ligar para clientes REPRODUÇÃO Plataformas unificadas. Um mesmo anúncio poderá ser divulgado pelo WhatsApp (à esquerda) e pelo Facebook (à direita), ressaltou a Meta JULIANA CAUSIN juliana.causin@sp.oglobo.com.br SÃO PAULO - No ano passado, a fabricante de medicamentos Am- gen anunciou planos de ad- quirir o assistente de inteli- gência artificial (IA) generati- va Copilot, da Microsoft, para 20 mil funcionários. Só que, 13 meses depois, eles estão usando um produto rival: o ChatGPT, da OpenAI. A Am- gen expandiu o uso do ChatGPT no início deste ano, após perceber melhorias na tecnologia e ouvir dos funcio- nários que ela ajudava em ta- refas como pesquisa e resumo de documentos científicos. —A OpenAI fez um traba- lho tremendo ao tornar o produto divertido de usar — disse o vice-presidente sê- nior da Amgen, Sean Bruich, acrescentando que o Copilot ainda é uma “ferramenta bas- tante importante”, porém mais voltada para o uso com produtos da Microsoft, como Outlook ou Teams. A força nascente da Ope- nAI no mercado corporativo está dando indigestão a sua parceira e maior investidora. Vendedores da Microsoft re- latam ter sido pegos de sur- presa, enquanto são pressio- nados para colocar o Copilot nas mãos do maior número possível de clientes. Essa disputa nos bastido- res está complicando ainda mais a já delicada relação entre Microsoft e OpenAI. ‘NÃO ESTÁ NO MESMO NÍVEL’ Desde que investiu quase US$ 14 bilhões na OpenAI, a Microsoft passou a apoiar startups rivais de IA, come- çou a desenvolver seus pró- prios modelos e tem relutado em aprovar o plano de rees- truturação de sua parceira. A OpenAI, por sua vez, fe- chou acordos com concorren- tes da Microsoft no setor de computação em nuvem e pas- sou grande parte dos últimos dois anos desenvolvendo pro- dutos por assinatura para em- presas, escolas e indivíduos. Ainda não está claro se a OpenAI vai continuar cres- cendo entre as empresas. Ela diz ter 3 milhões de usuários corporativos pagantes. Já a Microsoft diz que o Copilot é usado por 70% das empresas listadas na Fortune 500. Segundo Jason Wong, ana- lista da consultoria Gartner, muitas empresas ainda estão testando o Copilot com pou- cos funcionários, o que deixa espaço para concorrentes. Mas, por ora, disse, há uma “espécie de duelo” entre OpenAI e Microsoft. Como ambos os chatbots são amplamente baseados nos mesmos modelos da OpenAI, a equipe de vendas da Micro- soft tem tido dificuldades para apontar o diferencial do Copi- lot frente ao ChatGPT, segun- do pessoas a par da situação. Em tese, a onipresença do sistema operacional Win- dows nas empresas seria uma vantagem. Só que, quando a Microsoft começou a vender o Copilot para empresas, muitos funcionários já usa- vam o ChatGPT em casa. O fato de as atualizações da OpenAI demorarem sema- nas para aparecer nos softwa- res da Microsoft não ajuda, dizem fontes. A Bain & Co., que já era cli- ente da Microsoft, imple- mentou o ChatGPT para 16 mil funcionários. Apenas 2 mil usam o Copilot, sempre com tarefas ligas a programas do Windows. Os funcionários não reagiram tão bem ao Co- pilot, disse o diretor de Tecno- logia, Ramesh Razdan: — Está melhorando, mas não acho que esteja no mes- mo nível do ChatGPT. Sucesso do ChatGPT é entrave às vendas do Copilot, da Microsoft Big tech é a maior investidora da OpenAI, criadora do popular chatbot DAVID PAUL MORRIS/BLOOMBERG/29-11-2024 Duelo. A Microsoft tenta popularizar o Copilot, mas o ChatGPT ainda reina Da Bloomberg News NOVA YORK - ACloudflare, empresa de tecnologia que ajuda sites a protegerem e gerenciarem seu tráfego na internet, imple- mentou uma nova configura- ção que permite bloquear, au- tomaticamente, a coleta de da- dos digitais por empresas de inteligência artificial — uma medida com implicações para publicadores e para a corrida no desenvolvimento da IA. Com essa nova configura- ção, os sites podem bloquear —por padrão — bots on-line que vasculham seus dados, exigindo que o proprietário do site conceda acesso para que o bot colete o conteúdo, disse a empresa. Antes, quem não fosse identificado pela Cloud- flare como hacker ou agente malicioso podia acessar o site e extrair suas informações. A empresa oferece ferra- mentas para proteger sites contra ataques cibernéticos e ajudar no carregamento mais eficiente de conteúdo. —Estamos mudando as re- gras da internet em toda a Cloudflare — disse o CEO Matthew Prince. — Se você é um robô, agora terá de entrar em uma estrada com pedágio para obter o conteúdo desses publicadores. Segundo Prince, a Cloudfla- re está fazendo essa mudança para proteger o conteúdo ori- ginal na internet. Se empre- sas de IA usarem livremente dados de vários sites sem per- missão ou pagamento, acaba- rá o estímulo para criar novo conteúdo digital, explicou. A empresa, que afirma que sua rede de servidores geren- cia cerca de 20% do tráfego da internet, notou um forte au- mento napresença de rastre- adores de dados de IA na web. O uso de dados para siste- mas de IA é uma questão cada vez mais controversa. Ope- nAI, Anthropic, Google e ou- tras vêm coletando enormes quantidades de informações da internet para treinar seus modelos de IA. Dados de alta qualidade são especialmente valorizados, porque ajudam os modelos a gerar respostas, ví- deos e imagens mais precisas. No entanto, publicadores de sites, autores, organiza- ções de notícias e outros cria- dores de conteúdo acusam as empresas de IA de usar seu material sem autorização — e sem remuneração. Em junho, o Reddit proces- sou a Anthropic, afirmando que a startup usou ilegalmente os dados de seus mais de 100 milhões de usuários diários para treinar seus sistemas. Em 2023, o New York Times pro- cessou a OpenAI e sua parcei- ra Microsoft, acusando-as de violação de direitos autorais por alimentarem seus siste- mas de IA com o conteúdo do jornal. Ambas negam. Alguns publicadores fir- maram acordos de licencia- mento com empresas de IA em troca de pagamento. Em maio, o New York Times con- cordou em licenciar seu con- teúdo editorial à Amazon. Axel Springer, Condé Nast e News Corp. também firma- ram acordos semelhantes. Mark Howard, diretor de operações da Time Magazi- ne, disse ter recebido a inici- ativa com entusiasmo. Mas observa que “é apenas o pri- meiro passo de um processo que será muito longo.” Empresas de IA que não pagarem pelo conteúdo aca- barão perdendo o acesso a ele, afirmou Prince: —Estou 100% confiante de que podemos bloqueá-los de acessar o conteúdo. E se eles não conseguirem acessar, o produto deles será pior. OpenAI, Anthropic e Go- ogle não comentaram. Cloudfare tem ferramenta que impede rastreio de IA Sites, como os de publicadores de conteúdo, poderão bloquear acesso de bots que buscam informações, muitas vezes sem autorização Do New York Tmes SÃO FRANCISCO - Indicadores Financeiros. Excepcionalmente hoje a seção não é publicada Product: OGlobo PubDate: 02-07-2025 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_T User: rai.silva@infoglobo.com.br Time: 07-01-2025 22:20 Color: ines249 O GLOBO | Quarta-feira 2 .7 .2025 | 21 Mundo NA WEB Na reta final de sua presidên- cia pro tempore do Mer- cosul, que termina amanhã, na cúpula de chefes de Estado do bloco, em Buenos Aires, a Argentina governada por Javi- er Milei propôs uma declara- ção “em tom duro”, confirma- ram fontes oficiais, sobre a di- tadura venezuelana. O texto, se não morrer na praia, será di- vulgado como uma declaração separada — e não necessaria- mente apoiada por todos — do texto final que será assinado pelos presidentes. Isso aconte- ce quando não existe consen- so entre os membros do bloco (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia, que está fi- nalizando sua incorporação como membro pleno) para que a proposta de um deles se- ja incorporada na declaração final. As divergências sobre como abordar a situação na Venezuela refletem as diferen- ças cada vez mais profundas dentro de um Mercosul no qual Argentina e Paraguai for- mam hoje um minibloco com posições ideológicas e políti- cas antagônicas em relação a Brasil, Uruguai e Bolívia. O que salva o Mercosul, reco- nhecem fontes oficiais, é o fato de ser, para todos, uma plata- forma comercial cada vez mais vantajosa, num mundo, nesse aspecto, cada vez mais caótico e imprevisível. MODELO BUKELE Mas o Mercosul sobre o qual Milei falará em seu discurso como anfitrião da cúpula é muito diferente do Mercosul que defendem Brasil, Uruguai e Bolívia. Durante os últimos seis meses, o governo argenti- no paralisou debates sobre qualquer iniciativa relaciona- da a questões como clima, po- líticas sociais, meio ambiente, gênero, direito das mulheres, direitos humanos e das mino- rias, entre outros. Na agenda de Milei têm destaque, ape- nas, temas relacionados ao co- mércio e segurança. Uma das propostas da Ar- gentina é a de criar uma agên- cia de combate ao crime orga- nizado. O assunto foi tratado na reunião de ministros da Jus- tiça e Segurança realizada na capital argentina, no início de junho. Segundo fontes argen- tinas, “a expectativa de Milei é de que os países anunciem seu compromisso com a agência na cúpula”. — Esse é um tema funda- mental para a Argentina, e acreditamos que para todos os países do bloco — disse a fonte. O governo brasileiro, em princípio, apoia a iniciativa ar- gentina. A dúvida do Brasil é qual será a metodologia que a agência promovida pela Ar- gentina seguirá. —Não apoiaremos nada que se pareça ao modelo de Bukele em El Salvador, ou que não res- peite os direitos humanos — frisou uma das fontes brasilei- ras consultas. Milei e o presidente de El Salvador têm sintonia fina. COP30 NA AGENDA Outra fonte defendeu um tra- balho conjunto com os sócios do Mercosul em matéria de se- gurança, “porque é uma agen- da que interessa a todos, gover- nos de esquerda e direita. É melhor trabalhar juntos”. Os pilares da presidência ar- gentina do bloco foram co- mércio e segurança. Sem avanço em outras áreas, o go- verno Milei dedicou quase to- do seu esforço à agenda exter- na do bloco, com destaque pa- ra o acordo entre Mercosul e União Europeia (UE). Tam- bém foi finalizada uma nego- ciação importante dentro do bloco, para flexibilizar a Tarifa Externa Comum (TEC), que taxa produtos de fora do Mer- cosul, o que permitirá aos ar- gentinos ampliar suas conver- sas bilaterais com sócios como os EUA. Com a vitória argentina, Mi- lei deixou de falar em tirar seu país do Mercosul, o que para o Brasil é um alívio. As conces- sões feitas na mesa de negocia- ções, afirmam fontes oficiais brasileiras, são menores se comparadas ao risco de que o bloco perdesse um de seus principais sócios. —Se estamos propondo cri- ar uma agência de combate ao crime organizado, ou seja, re- forçar a institucionalização do bloco, é porque não pretende- mos sair dele — reforçou uma fonte argentina. O acordo sobre a TEC será selado pelos presidentes e, com ele, o governo Lula espera que a Argentina deixe de ame- açar o futuro do bloco. Nesse ponto, foi levantada uma ban- deira branca. Mas em muitos outros, as posições são irre- conciliáveis. Em sua presidên- cia pro tempore, o Brasil reto- mará os temas sobre os quais a Argentina não quer falar. Em seu discurso Lula deverá de- fender o compromisso dos pa- íses do Mercosul com a agenda de combate às mudanças cli- máticas, faltando poucos me- ses para a COP30 em Belém. —O Brasil não poderá dei- xar de falar em clima neste momento, quando é funda- mental aumentar o apoio à agenda da COP30 — disse uma fonte brasileira. A plateia argentina não vai gostar. O governo Milei deverá ter uma participação pouco entusiasta no encontro, uma vez que na edição anterior, no Azerbaijão, a delegação argen- tina retornou a Buenos Aires no meio do evento. Milei tampouco quer falar sobre políticas sociais, de gê- nero ou direitos humanos. Mesmo ciente das limitações, no Brasil, confirmaram fontes oficiais, “predomina a ideia de que não vale a pena bater de frente com a Argentina”. — Temos de trabalhar com o que é possível. TENSÃO COM PARAGUAI Está claro que Argentina e Pa- raguai são sócios difíceis para o Brasil, e que estão cada vez mais alinhados — e em sinto- nia com os Estados Unidos de Donald Trump. A relação com o Paraguai atravessa uma fase de tensão, aprofundada por di- vergências sobre as negocia- ções sobre Itaipu, e a abertura por parte do Ministério Públi- co do Paraguai de um processo criminal para investigar uma suspeita de espionagem por parte da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que teria como alvo autoridades e agên- cias paraguaias durante o go- verno de Jair Bolsonaro e iní- cio do terceiro mandato de Lu- la. Nos últimos meses, o presi- dente Santiago Peña fez decla- rações fortes contra o Brasil, relembrando, diversas vezes, a Guerra do Paraguai (1864- 1870). Por outro lado, Brasil, Uruguai e Bolívia têm claras afinidades, e defendem a re- tomada da agenda social do bloco, congelada por Milei. Resta saber,como continu- ará avançando o Mercosul com fissuras profundas e ca- da vez menos interesses co- muns entre todos seus membros. AFP/20-06-2024 Comércio e segurança. Durante sua presidência no Mercosul, Argentina focou em poucos temas Brasil assume presidência do bloco com agenda antagônica a de Milei MERCOSUL RACHADO JANAÍNA FIGUEIREDO janaina.figueiredo@oglobo.com.br BUENOS AIRES - Nas últimas semanas, um debate se instalou entre setores do Partido dos Traba- lhadores (PT), Palácio do Pla- nalto e Itamaraty: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve ou não visitar em Buenos Aires aex-presidente Cristina Kirch- ner (2007-2015), condenada a seis anos de prisão por corrup- ção e atualmente em regime de detenção domiciliar? On- tem, fontes em Buenos Aires confirmaram que os advoga- dos da defesa de Cristina soli- citaram autorização à Justiça para que Lula possa realizar a visita. Já fontes do governo brasileiro afirmam que “tendo aautorização da Justiça, o mais provável é que Lula vá”. Porém, o lobby do Itamaraty contra o encontro é forte. A decisão fi- nal será do presidente. Na avaliação de várias fon- tes diplomáticas, não seria conveniente Lula se encon- trar com uma ex-presidente condenada por corrupção neste momento. Nos últimos dias, houve discussões entre Itamaraty e Planalto sobre o tema. Se para a diplomacia brasileira é um risco desne- cessário — e que poderia cau- sar dores de cabeça ao Brasil —, para setores políticos do governo seria “um gesto de solidariedade compreensível, sem entrar no mérito do pro- cesso contra Cristina”. MILEI E BOLSONARO Fontes da ala que defende a vi- sita lembraram que o presi- dente argentino, Javier Milei, já se ausentou de uma cúpula do Mercosul para reunir-se com o ex-presidente Jair Bol- sonaro, em Santa Catarina. — Lula não irá a Buenos Aires para se reunir com Cristina, irá para a cúpula do Mercosul, na qual assu- mirá a presidência pro tem- pore do bloco. Mas se, estan- do em Buenos Aires, tiver autorização judicial, seria estranho que não visitasse Cristina — disse uma fonte do governo brasileiro. A posição da ala política do governo deixa o Itamaraty ner- voso. Quando foi questionado sobre o assunto, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que chegou ontem a Buenos Aires, minimizou as possibilidades do encontro, afirmando que não haverá tempo e que a visita estará con- centrada em questões técni- cas. Vieira lidera o grupo que se opõe à visita. —Não há nada previsto na agenda — afirmou Vieira, res- saltando que a agenda do Mer- cosul é a prioridade da viagem. SOLIDARIEDADE Mas, segundo fontes diplo- máticas, existem posições di- ferentes dentro do governo. Quando Lula esteve preso, re- cebeu a visita do então candi- dato presidencial argentino Alberto Fernández. Cristina nunca esteve em Curitiba, mas expressou sua solidarie- dade ao presidente, que tam- bém telefonou para ela quan- do a Corte Suprema de Justiça confirmou sua condenação, há cerca de três semanas. Colaborou Eliane Oliveira Eventual visita de Lula a Cristina divide governo Itamaraty lidera ala que é contra um encontro entre o presidente e a ex-mandatária argentina, condenada por corrupção LUIS ROBAYO/AFP/11-6-2025 Da sacada. Cristina Kirchner acena a apoiadores de sua casa em Buenos Aires JANAÍNA FIGUEIREDO janaina.figueiredo@oglobo.com.br BUENOS AIRES - Centro para migrantes na Flórida é alvo de críticas de ambientalistas e indígenas Prisão ameaça ecossistema e terra sagrada ‘ALCATRAZ DOS JACARÉS’ PARA ACESSAR APONTE O CELULAR PARA O QR CODE Product: OGlobo PubDate: 02-07-2025 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_U User: rai.silva@infoglobo.com.br Time: 07-01-2025 21:46 Color: ines249 22 | Mundo Quarta-feira 2 .7 .2025 | OGLOBO Após horas de negociações, concessões e longos dis- cursos, o Senado dos EUA aprovou ontem um megapro- jeto orçamentário chamado pelo presidente Donald Trump de “Grande e Bonito” e que combina cortes de impos- tos e de investimentos sociais com a elevação de gastos com imigração e segurança inter- na. A proposta, que recebeu críticas de aliados e ex-aliados, evidenciou fissuras na base go- vernista: três republicanos vo- taram contra e, por pouco, não deram a Trump a maior derro- ta de seu segundo mandato. No plenário, 50 senadores votaram a favor e 50 foram contra — após a eleição de 2024, os republicanos garanti- ram, ao menos nominalmen- te, 53 votos na Casa, mas on- tem três senadores, Rand Paul, Susan Collins e Thom Tillis, se uniram à minoria democrata. Com o empate, coube ao vice- presidente, J.D. Vance, que também acumula a posição de chefe do Senado, emitir o voto de minerva, dando a Trump uma vitória descrita por ele co- mo “música para os ouvidos”. —É um projeto de lei exce- lente. Tem algo para todos — disse o presidente durante uma viagem à Flórida, na qual visitou o local onde será cons- truída uma unidade de deten- ção para imigrantes apelidada de “Alcatraz dos jacarés”. ‘PROCESSO AGONIZANTE’ Há dias, Paul, Collins e Tillis expressavam objeções a medi- das como a elevação do teto de gastos e aos cortes em ações cruciais para algumas comu- nidades, como no Medicaid, o seguro-saúde para pessoas po- bres e com deficiência. A lide- rança republicana chegou a fa- zer concessões de última hora, como em relação às verbas destinadas a ações de saúde em áreas rurais, para garantir o número mínimo de votos. Lisa Murkowski, do Alasca, estava decidida a votar contra o pla- no, mas foi convencida pelas emendas propostas ao texto fi- nal. Se tivesse mantido a posi- ção inicial, a legislação teria si- do derrotada. —Consegui tudo o que que- ria? De jeito nenhum — disse a senadora ao New York Times após a votação, chamada por ela de “um processo agonizan- te”, que se arrastou pela ma- drugada. — Insisti com nossa liderança e acredito que mais discussões são necessárias. O projeto de lei “Grande e Bonito” de Trump, negociado ao longo de meses, é visto co- mo crucial para avançar com os planos do presidente, mas combina medidas questiona- das até mesmo dentro da base governista. A começar pelo agressivo corte de impostos, que levaria a uma renúncia fis- cal de cerca de US$ 4 trilhões (R$ 22,4 trilhões), incluindo pessoas físicas e empresas. Ao mesmo tempo, universidades e estrangeiros residentes teri- am um aumento considerável de seus impostos. Enquanto a redução nos im- postos foi celebrada por alguns republicanos, ela foi chamada de “tímida” por setores pauta- dos pela austeridade fiscal — Trump divergiu publicamente de seu ex-chefe do Departa- mento de Eficiência Governa- mental Elon Musk, em uma briga que agora inclui ameaças de deportação do bilionário sul-africano. Já as isenções fiscais ligadas à ampliação do uso de energia limpa e veículos elétricos — al- go que afeta Musk — serão eli- minadas, enquanto incentivos à produção de carvão e com- bustíveis fósseis foram intro- duzidos no projeto. Outra prioridade do texto é a elevação de gastos com imi- gração e segurança interna, duas bandeiras de campanha. Estão previstas verbas para re- forçar barreiras na fronteira com o México, além de um re- forço em agentes e instalações. O orçamento militar também foi privilegiado com uma inje- ção de US$ 150 bilhões (R$ 819 bilhões), que deverão cus- tear um novo sistema de defe- sa aérea no país, apelidado por Trump de “Domo de Ouro”. Por outro lado, a lista de cor- tes de despesas é extensa e de- ve causar problemas a milhões de americanos de baixa renda eaos republicanos que estarão nas cédulas no ano que vem. Um alvo prioritário foi o Me- dicaid, usado por cerca de 72 milhões de pessoas no país. O projeto aumenta a burocracia para acessar o benefício, facili- ta o cancelamento de cobertu- ras por parte dos estados e impõe um regime de coparti- cipação mais amplo para adul- tos com renda acima da cha- mada “linha da pobreza”. O programa de cupons de ali- mentação, que atende cerca de 42 milhões de pessoas, será modificado, com novas exi- gências para os beneficiários e a maior participação dosesta- dos em seu custeio. Em outra frente, o projeto prevê reduzir em até US$ 330 bilhões (R$ 1,8 trilhão) os gas- tos com empréstimos estu- dantis nos próximos 10 anos, em boa parte por meio de um novo plano de financiamento visto como desfavorável a can- didatos de baixa renda. ÚLTIMA VOTAÇÃO NA CÂMARA Como o texto foi modificado, voltará à Câmara para uma úl- tima votação, o que pode acon- tecer ainda hoje, segundo lide- ranças parlamentares. Trump havia dado um prazo até sexta- feira, Dia da Independência, para sancionar a lei. — Acho que vai ser muito bem aceito na Câmara. Na ver- dade, acho que será mais fácil na Câmara do que foi no Sena- do — disse Trump. Os democratas, que desde o início apontam para os aspec- tos impopulares do texto, su- gerem que seus impactos po- derão “assombrar nossos cole- gas republicanos por muitos anos”, citando os cortes nos programas sociais e as estima- tivas de um déficit até US$ 2,4 trilhões (R$ 13,1 trilhões) em um período de 10 anos. — À medida que o povo americano vir os danos causa- dos, com o fechamento de hospitais, com as demissões, com o aumento dos custos e da dívida, verá o que nossos cole- gas fizeram e se lembrará dis- so. E nós, democratas, faremos com que eles se lembrem — disse Chuck Schumer, líder dos democratas no Senado. Com dissidências, Senado dos EUA aprova projeto de Trump Texto prevê corte de impostos e investimentos sociais e eleva o teto da dívida e gastos com imigração e segurança; três republicanos votaram contra o governo ANDREW HARNIK/GETTY IMAGES VIA AFP Fissuras na base. O líder da maioria republicana no Senado, John Thune (centro), conversa com repórteres fora do plenário após votação que durou horas WASHINGTON - Em meio ao aumento das tensões entre colonos e mi- litares israelenses, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou que as autoridades não vão “permitir ou tolerar sob nenhuma circunstância” agressões contra soldados, que desde a semana passada são al- vo de ataques lançados por co- lonos judeus na Cisjordânia ocupada. Desde o início da guerra em Gaza, mais de 800 pessoas morreram na Cisjor- dânia, onde a expansão de as- sentamentos judaicos é vista como ilegal sob a lei internaci- onal, algo que Israel contesta. O clima piorou na semana passada, depois que soldados israelenses agiram para dis- persar um confronto entre co- lonos e palestinos em Kafr Ma- lik, cidade ao norte de Ramal- lah. Em comunicado, o Exérci- to israelense afirmou que co- lonos atearam fogo a proprie- dades palestinas. Testemu- nhas relataram que dezenas de pessoas invadiram a cidade a pé e em veículos, alguns deles armados e mascarados, e lan- çaram coquetéis molotov con- tra edifícios e carros, provo- cando incêndios por toda a al- deia. Durante a ação militar para dispersar o conflito, três palestinos foram mortos. AGRESSÃO FÍSICA E VERBAL Apesar do desfecho sem maio- res implicações para os extre- mistas que iniciaram o ataque, os colonos subiram o tom con- tra militares e policiais, de quem exigem apoio. Dois dias após o incidente, dezenas de- les atacaram militares na regi- ão com pedras e paus. Uma no- ta do Exército indicou que os soldados foram agredidos “físi- ca e verbalmente” e que “civis vandalizaram veículos das for- ças de segurança” e tentaram atropelá-los. Seis pessoas fo- ram detidas e um adolescente ficou ferido. A repressão provocou um novo motim. Entre a noite de domingo e a madrugada de an- teontem, dezenas de colonos atacaram uma base militar e tacaram fogo em uma instala- ção de segurança durante um protesto de extrema direita. O Exército afirmou que os solda- dos foram atacados com spray de pimenta e tiveram seus veí- culos vandalizados. Mais 11 pessoas foram detidas. Ante- ontem, Katz convocou uma reunião com presença de co- mandantes do Exército e da polícia, autoridades do Minis- tério da Defesa e ligadas a pro- gramas voltados aos colonos. “Será criado um órgão con- junto, liderado pela polícia e em cooperação com o Exérci- to e o Shin Bet [agência de se- gurança interna], para coorde- nar a questão”, disse Katz em comunicado após o encontro. CULTURA DE IMPUNIDADE Autoridades que participaram da reunião demonstraram preocupação com o “trata- mento leniente” dado aos co- lonos envolvidos nos atos de violência contra os militares. Cerca de 500 mil israelenses vivem em assentamentos na Cisjordânia ao lado de três mi- lhões de palestinos, sob um sis- tema jurídico de dois níveis que alguns grupos de direitos humanos comparam ao apar- theid, acusação fortemente re- jeitada por Israel. Grupos de defesa de direitos humanos e movimentos pa- lestinos denunciam há anos a impunidade contra as ações de grupos extremistas — al- guns dos quais foram punidos com sanções internacionais —, apontando que isso cria uma cultura de impunidade que estimula novos ataques. A organização israelense Yesh Din, que examinou mais de 1.600 casos de violência na Cisjordânia entre 2005 e 2023, concluiu que apenas 3% resultaram em condenação. Israel tenta conter motim de colonos contra militares Ataques de extremistas e operações do Exército mataram mais de 800 pessoas na Cisjordânia desde o início da guerra em Gaza HAZEM BADER/AFP/28-6-2025 Violência. Soldados israelenses montam guarda enquanto colonos israelenses visitam mercado da cidade de Hebron RAMALLAH - > O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou ontem que Israel con- cordou em finalizar os termos de um cessar- fogo de 60 dias com o Hamas na Faixa de Gaza após uma reunião entre representantes da Casa Branca e autoridades israelenses. O republica- no disse que Catar e Egito “vão apresentar a proposta final”, e instou o grupo terrorista pales- tino a aceitar os termos: > “Espero, pelo bem do Oriente Médio, que o Hamas aceite o acordo, porque a situação não vai melhorar, só vai piorar”, disse nas redes sociais. > A informação surge alguns dias após o ame- ricano afirmar, durante a cúpula da Otan, que “grandes progressos estão sendo feitos em Gaza”, algo corroborado por fontes do Hamas. Trump disse ter ouvido de seu enviado especial e negociador-chefe, Steve Witkoff, que um acerto estaria “muito perto”. > A jornalistas, ele associou o otimismo em relação a Gaza ao ces- sar-fogo que interrom- peu os 12 dias de con- fronto entre Israel e Irã, na semana passada. > Segundo o Wall Street Journal, mediadores dizem que os dois lados têm demonstrado inte- resse em avançar em termos aceitáveis. Trump: Israel quer cessar-fogo em Gaza Product: OGlobo PubDate: 02-07-2025 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_V User: rai.silva@infoglobo.com.br Time: 07-01-2025 22:04 Color: ines249 O GLOBO | Quarta-feira 2 .7 .2025 | 23 Saúde NA WEB Muitas vezes associado a idades mais avançadas, o câncer está sendo diagnos- ticado cada vez mais cedo. Essa situação preocupante vem sendo observada no mundo inteiro. Um levanta- mento global revisitou da- dos impactantes a esse res- peito. Em apenas três déca- das, houve um aumento de 79% na quantidade de novos casos de câncer descobertos anualmente em pessoas com menos de 50 anos. Tumores de mama, intes- tino, próstata, entre outros, estão surgindo precoce- mente. O risco parece cres- cer a cada geração, e essa tendência tem se manifes- tado de várias formas. Glo- balmente, destacaram-se os tumores de mama, tireoide e colo do útero, com os casos novos de câncer subindo 26% entre pessoas de 20 a 39 anos em 2022, em com- paração a 2012. Nos Estados Unidos, o no- tável aumento do câncer de intestino em jovens, nas úl- timas décadas, tornou esse tumor a principal causa de morte por câncer em ho- mens com menos de 50 anos no país. Além destes, tumores menos comuns, como os de intestino delga- do, vesícula e o sarcoma de Kaposi, vêm mostrando uma incidência crescente. A realidade no Brasil não parece ser diferente. Esta- mos vendo, por exemplo, um aumento da proporção de câncer de mama entre mulheres com menos de 40 anos. Em uma avaliação feita no Instituto do Cân- cer do Estado de São Paulo (ICESP), essa proporçãopassou de 8% em 2009 pa- ra 22% em 2020. Esses da- dos se contrapõem à antiga ideia de que câncer é uma doença apenas de indiví- duos mais velhos. Precisamos, ainda, desta- car um ponto crucial: em pessoas mais novas, o cân- cer tende a se manifestar de forma mais agressiva e ser descoberto em estágios mais avançados. Vejamos o caso do câncer de mama, por exemplo. Existem três subtipos principais: o lumi- nal (aquele que possui re- ceptores hormonais, mas não tem uma proteína cha- mada HER-2 em grande quantidade); o HER-2 posi- tivo (que tem a proteína HER-2 em excesso) e o tri- plo-negativo (sem recepto- res hormonais e sem HER-2 em abundância). Mulheres jovens têm maio- res possibilidades de apresen- tar subtipos mais graves de câncer de mama, com maior risco de recorrência e disse- minação para outros órgãos, como o triplo-negativo. Este é um dos subtipos mais desafia- dores, sendo bem menos co- mum em mulheres mais ve- lhas, nas quais o tumor lumi- nal costuma prevalecer. EXAMES DE ROTINA A maior agressividade e a tendência a diagnósticos mais tardios fazem com que ocâncer de mama nessa faixa etária se apresente em esta- diamentos mais avançados. Isso porque muitas jovens es- tão fora da idade recomenda- da para os exames de rotina (como a mamografia) e cos- tumam subestimar os sinto- mas iniciais, pela baixa cons- cientização sobre o risco de câncer nessa idade. Sem con- tar que a maior densidade das mamas em mulheres mais novas pode dificultar a precisão dos exames. Por essa razão, os progra- mas de conscientização são fundamentais, assim como a revisão das estratégias de prevenção. Exemplo disso é a colonoscopia para câncer de intestino, agora indicada mais precocemente, a partir dos 45 anos (e não mais 50 anos). Ao mesmo tempo, iniciativas promissoras, co- mo o uso de inteligência ar- tificial para análise de ma- mografias, também buscam melhorar a detecção de tu- mores, especialmente em mamas mais densas. Além desses aspectos, não podemos ignorar que os jo- vens com câncer enfrentam desafios físicos e emocionais únicos devido à doença e ao tratamento, com impactos significativos na qualidade de vida na totalidade. A que- da de cabelo, as alterações de peso, cirurgias e eventuais ci- catrizes podem ter um efeito profundo na autoimagem, nos relacionamentos, na saú- de mental e também na sexu- alidade. Somado a isso, al- guns tratamentos podem causar alterações nos níveis hormonais e até mesmo me- nopausa precoce e infertili- dade permanente, com todas as consequências físicas e emocionais para uma popu- lação em plena idade fértil. Igualmente, a jornada do diagnóstico, tratamento e recuperação afeta a vida diá- ria e a convivência social, bem como as finanças, os es- tudos e a carreira profissio- nal desses pacientes em ida- de ativa. Tudo isso deve ser levado em conta no trata- mento e acompanhamento desses indivíduos. Diante disso, o que pode- mos fazer para mudar esse cenário? Acima de tudo, precisamos melhorar o nos- so estilo de vida. É verdade que os fatores genéticos são particularmente relevantes em pessoas jovens, porém eles não são os únicos culpa- dos. Na realidade, mais de 80% dos tumores nessa po- pulação não têm origem he- reditária. Por isso, os resul- tados dos testes genéticos devem sempre ser avaliados por um médico especialista. Só ele saberá informar o real impacto dos resultados des- ses testes no risco de câncer e o que precisa ser feito. Assim, ainda que a genéti- ca tenha seu papel, são os hábitos de vida pouco sau- dáveis (cada vez mais co- muns no mundo inteiro) os grandes responsáveis por essa tendência mundial. Es- tima-se que ao menos 30% de todos os casos de câncer poderiam ser evitados com mudanças no estilo de vida. Até mesmo pacientes com mutações genéticas, que apresentam alto risco de de- senvolver um câncer, po- dem ter esse risco diminuí- do por mudanças de hábitos de vida. Estamos falando de uma alimentação desequili- brada, rica em açúcar, fari- nha refinada (pão, arroz branco), ultraprocessados e carne vermelha. Esse tipo de dieta aumen- ta o risco de câncer ao indu- zir uma inflamação crônica no organismo, o que cria um ambiente propício para o surgimento e a sobrevivên- cia de células tumorais. Isso porque a inflamação per- sistente pode preju- dicar a imunidade, causar danos ao DNA e liberar substâncias que estimulam o crescimento de células cance- rígenas. O tabagis- mo, o consu- mo de álcool, a obesidade e o sedentarismo também têm um impacto negativo. No caso da obesida- de, ela não só induz uma in- flamação crônica no corpo, como também gera um desequilí- brio hormonal que favore- ce o surgimento de tumo- res. Por outro lado, a prática regular de atividade física possui um efeito protetor, podendo diminuir em 10% a 40% o risco de câncer. SOB CONTROLE Por tudo isso, precisamos melhorar o quanto antes os nossos hábitos de vida para reduzirmos a possibilidade dessa doença no longo pra- zo. Quanto mais mudanças favoráveis adotarmos, mes- mo na idade adulta, maior será o impacto desse ajuste na nossa saúde e na redução do risco de câncer. O aumento do câncer em jovens é uma realidade que exige a nossa atenção. É im- portante reforçar que não somos impotentes diante dessa realidade. Assumir ocontrole da nossa saú- de, adotando hábitos saudáveis, é uma fer- ramenta poderosa na luta e prevenção de novos casos. *Antônio Carlos Bu- zaid é médico onco- logista, diretor médico geral do Centro Oncológico da Beneficência Por- tuguesa de São Paulo e cofundador do Insti- tuto Vencer o Câncer. Jéssica Ribeiro Gomes é on- cologista clínica, consultora médica do Manual de Onco- logia Clínica do Brasil (MOC) e redatora médica da DENDRIX, do Instituto Vencer o Câncer. * Este artigo foi republicado de The Conversation sob licen- ça Creative Commons. Casos de câncer crescem em pacientes abaixo dos 50 anos CADA VEZ MAIS JOVENS FREEPIK Maus hábitos. Estilo de vida é a provável causa e o caminho para a solução da alta dos casos de câncer entre pacientes jovens ANTÔNIO CARLOS BUZAID E JÉSSICA RIBEIRO* Do The Conversation - Infecção grave de Ronnie Coleman é novo capítulo de histórico de saúde longo Astro do fisiculturismo é internado EX-MR. OLYMPIA PARA ACESSAR APONTE O CELULAR PARA O QR CODE Product: OGlobo PubDate: 02-07-2025 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_X User: rai.silva@infoglobo.com.br Time: 07-01-2025 21:58 Color: ines249 24 | Saúde Quarta-feira 2 .7 .2025 | OGLOBO Cerca de 1 a cada 6 pessoas no mundo (16%) relata sentir solidão. É o que mostra um novo relatório global da comissão da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre Conexão Social, divul- gado nesta semana. O docu- mento destaca os impactos “significativos na saúde e no bem-estar” e associa a soli- dão e o isolamento social a mais de 871 mil mortes por ano, cem a cada hora. Para Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, “nesta era em que as possibilidades de se co- nectar são infinitas, cada vez mais pessoas estão se sentindo isoladas e solitá- rias”. “Além do impacto que isso causa em indivíduos, fa- mílias e comunidades, se não for enfrentada, a soli- dão e o isolamento social continuarão a custar bi- lhões à sociedade em ter- mos de saúde, educação e emprego”, diz em nota. A OMS define conexão so- cial como as maneiras pelas quais as pessoas se relacio- nam e interagem umas com as outras. Ter poucas cone- xões é definido como isola- mento social. Já a solidão é descrita como um sentimen- to doloroso que surge de uma lacuna entre as conexões so- ciais desejadas e as reais. “Neste relatório, puxa- mos a cortina sobre a soli- dão e o isolamento como um dos grandes desafios do nos- so tempo. Nossa comissão apresenta um roteiro de co- mo podemos construir vi- das mais conectadas e desta- ca o profundo impacto que isso pode ter na saúde, na educação e nos resultados econômicos”, afirma Vivek Murthy, copresidente da comissão da OMS e ex-ci- rurgião-geral dos Estados Unidos, autoridade máxima de saúde pública do país. Segundo o novo docu- mento, a solidãoafeta pes- soas de todas as idades e re- giões do mundo, porém de forma mais significativa jo- vens e moradores de países de média e baixa renda. En- tre adolescentes de 13 a 17 anos, 20,9% relatam se sen- tir solitários. Na faixa de 18 a 29 anos, a fatia é de 17,4%. Na outra ponta, apenas 11,8% dos maiores de 60 anos manifestam solidão. “Mesmo em um mundo digitalmente conectado, muitos jovens se sentem so- zinhos. À medida que a tec- nologia transforma nossas vidas, devemos garantir que ela fortaleça — e não enfra- queça — a conexão humana. Nosso relatório mostra que a conexão social deve ser in- tegrada a todas as políticas — do acesso digital à saúde, educação e emprego”, de- fende Chido Mpemba, co- presidente da comissão da OMS e assessora do presi- dente da União Africana. VARIAÇÃO REGIONAL Entre as regiões da OMS, os maiores percentuais de soli- dão foram observados na africana (24,3%) e na do Me- diterrâneo Oriental (21%). Nas Américas, 13,6% relata- ram se sentir solitários. A menor proporção foi regis- trada na região europeia, 10,1%. As estimativas da or- ganização também apontam que os países de baixa renda têm a maior prevalência (24,3%), enquanto os de ren- da alta têm a menor (10,6%). Já em relação ao isolamen- to social, a OMS afirma que os dados são mais limitados, porém estima que afete 1 a cada 3 idosos e 1 a cada 4 adolescentes, ou seja, em- bora os jovens tenham mais conexões em números, sen- tem-se mais sozinhos do que os mais velhos. Além disso, o documento pontua que populações marginalizadas, como pes- soas com deficiências, LGBTQIAP+, migrantes e refugiados, minorias étni- cas e raciais e povos indíge- nas, têm maior probabilida- de de enfrentar discrimina- ção ou barreiras adicionais. AOMS afirma ainda que há causas que podem ser atribu- ídas à solidão e ao isolamento social, entre elas problemas de saúde; baixa renda e esco- laridade; viver sozinho; in- fraestrutura comunitária inadequada; políticas públi- cas ineficientes e o avanço de tecnologias digitais. Sobre os dispositivos ele- trônicos, os autores defen- dem ser preciso atenção aos efeitos do tempo excessivo de tela ou das interações negati- vas online sobre a saúde men- tal e o bem-estar dos jovens. Segundo a OMS, conexões sociais protegem a saúde, re- duzindo inflamações, o risco de problemas de saúde e pro- movendo saúde mental. Por outro lado, o isolamento e a so- lidão elevam o risco de depres- são, acidente vascular cere- bral (AVC), diabetes, declínio cognitivo e morte precoce. “Os impactos se estendem à aprendizagem e ao empre- go. Adolescentes que se sen- tiam solitários tinham 22% mais probabilidade de obter notas ou qualificações mais baixas. Adultos solitários po- dem ter mais dificuldade pa- ra conseguir ou manter um emprego e podem ganhar menos”, diz a organização. O relatório sugere a imple- mentação de medidas que in- cluem conscientização sobre otema, mudança de políticas públicas, fortalecimento da infraestrutura social, como pela construção de parques, bibliotecas, cafés, e oferta de intervenções psicológicas. “Cada pessoa pode fazer a diferença por meio de atitu- des simples e cotidianas — como entrar em contato com um amigo que precisa, guardar o celular para estar presente numa conversa, cumprimentar um vizinho”, recomenda a OMS. Solidão afeta 1 a cada 6 no mundo, diz novo relatório Segundo estudo global da OMS, mais de 871 mil pessoas morrem por ano pela falta de contato social, que traz doenças UNSPLASH Perto e longe. Mais jovens são os mais solitários, diz OMS. Contato online não reduz isolamento AAgência Nacional de Vigi- lância Sanitária (Anvisa) autorizou ontem o início dos testes clínicos em humanos da vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan contra a gripe aviária. A aprovação acontece após a realização dos testes pré-clínicos em animais, conduzidos com ce- pas vacinais fornecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Nesta fase, os pesquisa- dores vão avaliar a seguran- ça do imunizante e sua ca- pacidade de estimular a produção de anticorpos em humanos. A vacina brasi- leira utiliza a mesma tecno- logia já aplicada nas vacinas contra a influenza sazonal. O estudo clínico envolve- rá 700 voluntários adultos e idosos, que receberão duas doses com intervalo de 21 dias. Os testes serão realiza- dos em cinco centros de pes- quisa: Recife, São Paulo, São José do Rio Preto, Ribei- rão Preto e Belo Horizonte. De acordo com o Instituto Butantan, o objetivo é con- cluir o acompanhamento dos participantes até 2026 e, a partir disso, submeter à Anvisa um pacote regulató- rio “que contemple uma ampla faixa etária”. —O Instituto pode produ- zir um contingente de 30 mi- lhões de doses após os resulta- dos iniciais. Esse contingente estratégico pode ser utilizado caso o vírus comece a se disse- minar entre humanos e tenha antígenos semelhantes aos representados pela vacina candidata do Instituto Butan- tan — afirmou o diretor do Butantan, Esper Kallás. A iniciativa faz parte da es- tratégia do Butantan de for- talecer a preparação do país para possíveis pandemias. A produção contempla vacinas com três cepas da gripe aviá- ria: H5N1, H5N8 e H7N9. A diretora médica do Bu- tantan, Fernanda Boulos, destacou que, caso uma epi- demia seja declarada duran- te os testes, o instituto po- derá, a pedido da Anvisa, tentar acelerar o processo e adaptar o imunizante a uma eventual nova variante. Em dezembro de 2024, o Ministério da Saúde publi- cou um Plano de Contin- gência Nacional do Setor Saúde para Influenza Aviá- ria, que prevê, entre outras medidas, a criação de esto- ques estratégicos de vaci- nas, medicamentos e insu- mos em caso de emergência. Neste ano, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) notificou casos de infecção por gripe aviária em aves comerciais, inclu- indo uma granja em Monte- negro (RS) e outros estados — atualmente sob investi- gação. Até o momento não existem registros da doença em humanos no Brasil. Gripe aviária: Anvisa autoriza Butantan a testar vacina Imunizante nacional com mesma tecnologia das doses contra a influenza sazonal terá estudo com 700 voluntários de 5 cidades KAROLINI BANDEIRA karolini.magalhaes@bsb.oglobo.com.br BRASÍLIA - Oconsumo de laticínios como o queijo, o leite fermentado e o requeijão em excesso está ligado à um sono de pior qualidade, afir- ma um novo estudo. Os pes- quisadores descobriram que esse tipo de alimento possivelmente causa pesa- delos devido a gases ou do- res de estômago à noite, o que, por sua vez, impacta o período de descanso. “A gravidade dos pesade- los está fortemente associa- da à intolerância à lactose e a outras alergias alimenta- res. Essas novas descobertas sugerem que mudar os hábi- tos alimentares de pessoas com algumas sensibilidades alimentares pode aliviar os pesadelos. Elas também po- dem explicar por que as pes- soas frequentemente cul- pam os laticínios pelos pesa- delos”, diz o principal autor do artigo, Tore Nielsen, da Universidade de Montreal. A pesquisa, que nasceu da premissa de sabedoria popu- lar que a comida afeta direta- mente o sono, levou a equipe a entrevistar mais de mil es- tudantes da Universidade MacEwan, no Canadá. Eles responderam um questioná- rio incluindo o tempo e a qualidade do sono, e qual- quer associação percebida entre diferentes tipos de so- nhos e alimentos. Também deram informações sobre a própria saúde mental e física e sua relação com a comida. Os pesquisadores observa- ram que cerca de um terço dos entrevistados relataram pesadelos regulares. As mu- lheres eram mais propensas a se lembrar dos sonhos e a re- latar sono de má qualidade e pesadelos, e relataram into- lerância alimentar ou alergia quase duas vezes mais que os homens. Cerca de 40% dos participantes disseram que achavam que comer tarde da noite ou alimentos específi- cos afetavam seu sono; en- quanto 25% achavam que determinados alimentos po- deriam piorar seu sono. Apenas uma proporção re- lativamente pequena — 5,5% dos entrevistados — sentiu que o que comiam afetava a qualidadedos seus sonhos, mas muitos deles disseram que achavam que doces ou la- ticínios tornavam seus so- nhos mais perturbadores. Além disso, pessoas com má alimentação eram mais propensas a ter sonhos ne- gativos e menos propensas a se lembrar dos sonhos. Os resultados foram publica- dos na revista científica Frontiers in Psychology. “Os pesadelos são piores para pessoas com intolerân- cia à lactose que sofrem de sintomas gastrointestinais graves e cujo sono é inter- rompido”, ressalta Nielsen. A equipe explica que é pos- sível que as pessoas durmam menos porque comem me- nos, mas também é possível que não comam bem porque não dormem bem, ou que ou- tro fator influencie tanto o sono quanto a dieta. Consumo de laticínios piora sono de pessoas intolerantes Pesquisa mostrou que sensibilidades alimentares prejudicam descanso PEXELS Desassossego. Queijo afeta qualidade do sono e de sonhos de certas pessoas Product: OGlobo PubDate: 02-07-2025 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_Z User: rai.silva@infoglobo.com.br Time: 07-01-2025 21:51 Color: ines249 O GLOBO | Quarta-feira 2 .7 .2025 Saúde | 25 Quando a gente pensa em açúcar, logo vem à cabeça aquele pozinho branco que adoça o café, o bolo ou aquele brigadei- ro caprichado. Mas açúcar é bem mais que isso, e entender o que ele é de verdade ajuda a fazer escolhas melhores na hora de comer, mas sem entrar na paranoia. Primeiro, vamos esclarecer uma coisa: to- do açúcar é um carboidrato, mas nem todo carboidrato é açúcar. Parece confuso? Calma que eu explico. Carboidratos são uma catego- ria gigante de nutrientes que fornecem ener- gia pro nosso corpo. Estão em um monte de alimentos: pão, arroz, batata, frutas, leite e, claro, no açúcar. Os carboidratos são dividi- dos em três grupos principais: açúcares, ami- dos e fibras. Os açúcares são os carboidratos mais simples, aqueles que o corpo quebra ra- pidinho para virar energia. Já os amidos, co- mo o que está contido no pão ou na batata, são mais complexos e demoram mais para serem digeridos. As fibras, por outro lado, não viram energia diretamente, mas são essenciais pra saúde do intestino. Então, açúcar é só uma parte da família dos carboidratos, a mais doce e rapidinha de absorver. Agora, nem todo açúcar é igual. Existem vários tipos, e cada um tem sua particulari- dade. O açúcar que a gente usa na cozinha, aquele granulado ou refinado, é a sacarose, que vem da cana-de-açúcar ou da beterra- ba. A frutose é o açúcar natural das frutas e do mel, e ele é superdoce, mas o corpo pro- cessa de um jeito diferente, principalmente no fígado. Tem também a lactose, que é o açúcar do leite e dos laticínios, e também a maltose, que aparece na cerveja e no pão, por exemplo. Cada um desses açúcares tem um papel no corpo, mas a forma como a gen- te consome faz toda a diferença. Falando em consumo, açúcar tem seus prós e contras. Vamos começar pelos benefícios porque, sim, ele tem seu lado bom! Açúcar é uma fonte rápida de energia. Quando você está precisando de um gás imediato, tipo an- tes de um treino ou quando está com aquela fraqueza, um docinho pode ajudar. A glicose é o combustível preferido do cérebro. Frutas, que têm frutose, também trazem vitaminas, mi- nerais e fibras, que são ótimos pra saúde. O mel, além de doce, tem propriedades antioxi- dantes e pode até ajudar a aliviar uma dor de garganta. A lactose do leite vem com cálcio e outros nutrientes importantes para os ossos. O problema está sempre no exagero. É fácil exagerar no açúcar, né? Ele está em vá- rios alimentos do dia a dia: refrigerante, bis- coito, chocolate, suco de caixinha, até no molho de tomate! O açúcar adicionado em alimentos industrializados é o que merece mais atenção. Ele não traz nutrientes, só ca- lorias vazias, e pode levar a um monte de problemas se consumido em excesso. Para começar, açúcar demais está ligado ao ga- nho de peso. Como ele é digerido rápido, dá uma energia instantânea, mas também po- de causar picos de glicose no sangue, o que nos deixa com fome minutos depois. Outra coisa importante é que nem todo açúcar é “vilão” do mesmo jeito. O açúcar na- tural das frutas, por exemplo, vem com fibras que ajudam a controlar a absorção e não cau- sam aqueles picos loucos de glicose. Já o refi- nado ou adicionado é absorvido muito rápi- do, o que pode bagunçar o corpo. Por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reco- menda que a gente limite o consumo de açú- cares adicionados a no máximo 10% das calo- rias que comemos por dia, e, se possível, me- nos ainda, tipo 5%, para ter benefícios extras. Então, como lidamos com isso? O segredo é equilíbrio. Não precisa demonizar o açúcar e virar a pessoa que nunca mais come um briga- deiro na vida. Dá para aproveitar o doce com moderação, priorizando fontes naturais, co- mo frutas, e ficando de olho nos rótulos dos ali- mentos processados. E, atenção: açúcar mas- cavo, mel ou adoçantes “naturais” podem pa- recer mais saudáveis, mas no fim das contas, o corpo processa eles de forma bem parecida com o refinado, então não se engane. Quando a gente pensa em açúcar Marcio Atalla Formado em Educação Física com especialização em treinamento de atletas de alto nível e pós-graduação em Nutrição pela USP. Dá pra aproveitar o doce com moderação, priorizando fontes naturais, e de olho nos rótulos dos processados BEM-ESTAR Você provavelmente já ou- viu dizer que astronau- tas têm o apêndice removi- do antes de deixar a Terra. Afinal, dizem que é possível viver sem esse órgão porque ele não teria nenhuma fun- ção. Mas será que essa cren- ça é realmente verdadeira? Vamos começar localizan- do esse órgão. O apêndice é uma pequena bolsa em for- ma de dedo, localizada onde o intestino delgado se conec- ta ao intestino grosso, no ce- co. A inflamação e infecção do apêndice, conhecida co- mo apendicite, pode levar à sua ruptura e a uma infecção generalizada (peritonite). Se não tratada, pode ser fatal. Em algumas missões de longa duração para áreas re- motas e isoladas, como a An- tártida ou o espaço sideral, os participantes eram anterior- mente obrigados a passar por uma cirurgia para remoção do apêndice (apendicecto- mia) antes da partida. Isso se justificava pela dificuldade de acesso a serviços médicos e pela complexidade de eva- cuação em caso de emergên- cia médica nesses locais. Remover o apêndice antes da missão eliminava qual- quer risco de apendicite e complicações associadas durante a viagem, ajudando a garantir a segurança e o bem-estar dos envolvidos. Aparentemente, não havia desvantagens, mas hoje sa- bemos que não é bem assim. Para nossos ancestrais, o apêndice provavelmente evo- luiu como auxiliar na digestão de uma dieta rica em vegetais crus e celulose, como ainda ocorre em muitos mamíferos herbívoros. Milhares de anos atrás, ele funcionava como uma extensão do ceco, parti- cipando da digestão bacteria- na de fibras vegetais. À medida que a dieta hu- mana foi se diversificando, com maior consumo de pro- teínas animais e alimentos cozidos ou fermentados, houve menos necessidade de um ceco volumoso e de um apêndice funcional para digerir celulose. Como re- sultado, o apêndice huma- no reduziu-se em tamanho e perdeu sua função digesti- va original. Por isso, duran- te muito tempo foi conside- rado um órgão vestigial: uma parte do corpo que já teve utilidade, mas que hoje seria dispensável. No entanto, embora te- nha perdido sua função ori- ginal, hoje sabemos que o apêndice desenvolveu no- vas funções essenciais para a saúde humana. REGULADOR Estudos demonstram que o apêndice tem um papel im- portante no sistema imuno- lógico, especialmente na in- fância. Ele atua como um ór- gão linfoide, semelhante às placas de Peyer do intestino, contribuindo para a matura- ção dos linfócitos B (um tipo de glóbulo branco) e para a produção de anticorpos (imunoglobulina do tipo A), fundamentais para controlar a densidade e a qualidade da microbiota intestinal. Além disso, o apêndice contém uma microbiota muito diversificada. Essa di- versidade é distinta de ou- trasque o Brasil atravessa. Quando a Constituição estabeleceu um limite de remuneraçãopara servi- dorespúblicos,a intençãoeracriarum teto,nãoumareferênciaparaserultra- passadasobargumentosestapafúrdios porcategorias járepletasdebenesses. Explosão de ‘penduricalhos’ de juízes mostra ser urgente rever supersalários Auxílios de todo tipo cresceram 49% em 2024 e já representam 44% do ganhomédio dos magistrados Artigos oglobo.globo.com/opiniao/ cartas@oglobo.com.br Oeditorial “Lulaéquemmais temaperder como ‘nóscontraeles’”,publicadoontem, errouaoafirmarqueoaumentodo Imposto sobreOperaçõesFinanceiras (IOF)encare- ceria importações.Nãohouveaumentode IOFsobre importação,apenassobreenvio dedinheiroaoexterior.Tambémnãohouve aumentode IOFsobreocrédito rotativodo cartãodecréditodepessoas físicas,apenas sobreas transaçõesemmoedaestrangeira comcartão.De todomodo,aaltado impos- toencareceocrédito,comimpactonos investimentosena inflação. CORREÇÃO Product: OGlobo PubDate: 02-07-2025 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_B User: rai.silva@infoglobo.com.br Time: 07-01-2025 22:12 Color: ines249 ELIO GASPARI blogs.oglobo.globo.com/opiniao editoria.artigos@oglobo.com.br Existe um mau espírito em Brasília, e ele às vezes captura o presidente, fa- zendo comqueexacerbe as crises que en- tram no Palácio do Planalto. Com Bolso- naro, o mau espírito fez a festa, levan- do-o a falar em “meuExército”, louvando a cloroquina e demonizando as vacinas. Lá se foi o tempo de Fernando Henrique Cardoso, quando as crises entravam gor- das no Planalto e saíammagras. Lula decidiu levar ao SupremoTribunal Federal a questão do aumentodo Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Seja qual for adecisãodoSTF,ogovernodeLu- la perde. Se perder, perdeu; se ganhar, te- rá de lidar com umCongresso ferido. Tu- do isso por causa de um aumento de im- posto incentivadona sanduicheriadoMi- nistériodaFazenda, semquefossemouvi- dos o Banco Central e ministros que cui- dam da imagem do governo. Se os çábios da Fazenda tivessemmais humildade, te- riam tirado o “combo” do escurinho de Brasília; ouvindo colegas do governo, buscariamoutras ideias. O aumento do IOF foi um “combo” (nas palavrasdoministroFernandoHaddad)pa- ra compensarumaperdadearrecadaçãona busca de equilíbrio das contas públicas.No sanduíche, viria também um corte de gas- tos. O “combo” desandou, e o governo ten- tou, sem sucesso, negociar uma gambiarra. Não conseguiu e resolveu ir para o tudo ou nada no plenário. Na realidade, tratava-se de um nada ou nada, pois o presidente da Câmara avisara que não havia votos sufici- entespara aprová-lo.Batido, omauespírito convenceuLulaazangar-secomHugoMot- ta e a levar a crise aoSupremo. Ao escalarMotta para bode expiatório, a turmadaFazenda eparte doPlanalto resol- veram ampliar a crise. Terão de lidar com umaliado ferido. Na retórica oficial, a ida ao STF pretende defender uma prerrogativa constitucional doPoderExecutivo.Norecheiodeumnovo “combo”, enfiaramtambémumahipotética defesadoandardebaixo. Contem outra, doutores. Apesar da pro- messadeLulanasuaposse,afiladossegura- dos do INSS chegou a 3,9 milhões. Desde 2019 (governo Bolsonaro), milhares de aposentados vinham reclamando das tun- gas que tomavam de entidades fraudulen- tas.Até ametadedeste ano, os larápios tive- rammão livre e roubaram bilhões de reais demilhõesde segurados. UmaMedida Provisória publicada no úl- timo dia 11mexeu no prazo do auxílio-do- ença concedido a partir de análise docu- mental. O segurado podia receber seu be- nefício por 180dias.Agora, só receberá por 30 dias. Passado esse prazo, deverá conse- guir uma perícia médica presencial ou ser atendidoporumserviçode telemedicina. Antes mesmo da vitória no segundo tur- no, Lula sabia que os eleitores haviamesco- lhidoumCongressoconservador, comuma banda feroz. Ele prometia amortecer essa desdita conversando com parlamentares, mas jogouaspalavras ao vento. Noperde-perde emque semeteu, ome- lhor resultado para a encrenca seria per- der no Supremo. Ganhando, levará água para a banda feroz, às vésperas de umano eleitoral, comumgovernoemviésdebai- xa junto à opinião pública. Uma receita para novos desastres. Lula preferiu um jogo de perde-perde OGLOBO | Quarta-feira 2.7 .2025 Opinião | 3 _ SEG _ Fernando Gabeira _ Demétrio Magnoli (quinzenal) _ Miguel de Almeida (quinzenal) _ Irapuã Santana (quinzenal) _ Preto Zezé (quinzenal) _ TER_ Merval Pereira _ Pedro Doria _ QUA_ Vera Magalhães _ Elio Gaspari _ Bernardo Mello Franco _ Roberto DaMatta (quinzenal) _ QUI_ Merval Pereira _ Malu Gaspar _ SEX_ Vera Magalhães _ Flávia Oliveira _ Bernardo Mello Franco _ SÁB_ Carlos Alberto Sardenberg _ Eduardo Affonso _ Pablo Ortellado _ DOM_ Merval Pereira _ Dorrit Harazim _ Bernardo Mello Franco OdeputadoHugoMotta acusouo governode fomentar a “radica- lização social” e o discurso do “nós contra eles”. Ecooua velha conver- sa de que Lula incita pobres contra ricos, ouvida desde os tempos em que ele vestia macacão e liderava greves noABC. OpresidentedaCâmara se elegeu com apoio do Planalto. Nas últimas semanas, passou a tabelar com a oposição para torpedear o pacote fiscal.Aguinadanãoparece ter sido causada por divergências sobre o conceitode lutade classes. Motta recebeu FernandoHaddad esaiufestejandouma“noitehistóri- ca” de entendimentos entre Con- gresso e governo. Dois dias depois, rasgou o acordo e abriu fogo contra as medidas que havia elogiado. A ofensiva culminounaderrubada de umdecreto presidencial, o que não ocorria desde 1992. Atropelado pelo Legislativo, Lu- la decidiu recorrer ao Supremo. Agora os aliados de Motta o acu- sam de declarar guerra ao Con- gresso, mas não se lembram de di- zer quemdeu oprimeiro tiro. O presidente já foi derrotado na tentativade frearoavançodospar- lamentares sobre oOrçamento. Se abrir mão do poder de editar de- cretos, terá pouco a fazer até o fim domandato. Nacampanhade2022,Lulamarte- lou a promessa de “colocar os pobres noOrçamento e os ricos no Imposto deRenda”.OCongressotemodireito de discordar dessa agenda,mas não podesedizer surpreendido. Alémdeexporo conflitodistribu- tivo, a disputa mostra que a suces- sãopresidencial já estána rua.Mot- taé filiadoaoRepublicanos,partido ligado à Igreja Universal. A estrela da sigla é o governador Tarcísio de Freitas, cotado para concorrer com apoiodeJairBolsonaro.Quemacre- dita que o presidente da Câmara não pensa em 2026 deve crer no compromisso do Centrão com o equilíbriodas contaspúblicas. Horas depois de divulgar o vídeo emquetachouLuladeradical,Motta foi homenageado em jantar compo- líticos e empresários namansão de João Doria. O repasto reuniu a fina flor do conservadorismo paulista, engajadona candidatura deTarcísio. Em discurso, o anfitrião chamou o deputadode“heróidoBrasil”. O novo herói do Brasil oglobo.com.br/bernardo bernardomf bmf@oglobo.com.br BERNARDO MELLOFRANCO ConvidadopelosprofessoresCarmenRial eFábioMachadoPinto,realizarei,grati- ficado, a conferênciade aberturadoTercei- roColóquio Internacional INCT/Futebol. Salientoacoincidênciadodiálogodepes- quisadores do antigo “esporte bretão” no mesmoanodeumaCopadoMundodeClu- bes, no contexto de um espetáculo jurídico deprimente, em que se discutem culpabili- dades causadas pelo rompimento de leis porgolpistas.NoSTFdiscute-seaaplicação de leisporministrose juristas, exatooposto dauniversal jurisprudência futebolística. Napolítica, a lei temespaçopara anistia e burla. No futebol, a política é vencer se- guindoas regrasque legitimamvitória, em- pate ouderrota, porque valempara nós e— eis anovidade—para eles! Ofutebolsemundializoupelacapacidade deproduzir igualdadedemocrática, ao lado da experiência de vitória e excelência em competições. Nadamais gratificante para sociedades colonizadas, marcadas pela au- todepreciação,doquedar“umbanhodebo- la” nos branquelos invencíveis. O roubo do futebol pelo Brasil e por outros povos peri- féricos é uma façanha revolucionária justa- mente porquenão é definitiva e porquene- gaodeterminismo. Se as leis legitimavam a escravidão e sus-partes do trato gastroin- testinal, sugerindo uma função especializada. A remoção do apêndice tem sido associada à redu- ção da diversidade bacteri- ana no intestino. Pessoas que passaram por uma apendicectomia apresen- tam menores quantidades de bactérias benéficas pro- dutoras de ácidos graxos de cadeia curta. Essa diminui- ção da diversidade micro- biana pode causar disbiose intestinal e potencialmen- te aumentar a suscetibili- dade a várias doenças. A apendicectomia tam- bém tem sido ligada ao au- mento da diversidade de fun- gos no intestino. Essa mu- dança no ecossistema micro- biano sugere que o apêndice pode ter um papel no equilí- brio entre populações bacte- rianas e fúngicas, funcionan- do como um reservatório de microrganismos comensais que ajudam a repovoar o có- lon após infecções ou trata- mentos com antibióticos. O apêndice pode ainda ter um papel na proteção do tra- to gastrointestinal contra pa- tógenos invasores. Isso aju- daria a explicar por que a re- moção cirúrgica do apêndice tem sido associada a piores prognósticos em casos de in- fecção recorrente porClostri- dioides difficile, além de um aumento no risco de doenças inflamatórias intestinais, co- mo a colite ulcerativa. Há também indícios de que ele possa estar relacionado ao aumento na incidência de outras condições, como do- enças cardíacas e doença de Parkinson. O papel do apêndice na manutenção da diversidade microbiana, por- tanto, parece ser fundamen- tal para a saúde geral. Eos astronautas? Embora a remoção do apêndice tenha sido, até recentemente, um procedimento relativamen- te comum, não podemos ig- norar seus riscos potenciais. Em primeiro lugar, exis- tem os riscos inerentes a qualquer cirurgia. Infecções no pós-operatório podem ocorrer, e a apendicectomia não é exceção. Hemorragias também podem acontecer durante ou após a remoção, e em casos raros pode ser ne- cessário realizar transfusões de sangue. Além disso, a apendicectomia é geralmen- te feita com anestesia geral, que por si só traz riscos. Mas, como vimos, o apêndice desempenha um papel relevante na regulação do microbioma intestinal, contribuindo para sua diver- sidade. Por isso, sua remoção como medida preventiva deixou de ser recomendada para astronautas. A NASA re- conhece que os riscos poten- ciais associados a essa inter- venção superam os benefí- cios, e prefere focar na manu- tenção da saúde geral dos as- tronautas, oferecendo o su- porte médico necessário du- rante as missões espaciais. *Ignacio López-Goñi é profes- sor titular de Microbiologia na Universidade de Navarra, Espanha. * Este artigo foi republicado de The Conversation sob li- cença Creative Commons. Entenda por que o apêndice é muito mais importante do que se pensava Estudos revelam que o órgão tem papel crucial na imunidade e no equilíbrio da microbiota intestinal, e sua remoção pode trazer riscos FREEPIK Apendicite? O apêndice fica localizado na parte inferior direita do abdômen IGNACIO LÓPEZ-GOÑI Do The Conversation - ProductPubDatZone:Edition:Page:UserTime:Color ines249 26 | Quarta-feira 2.7 .2025 | OGLOBO Rio NAWEB Ocalor sempre foi sinal de bomtempoparairàpraia. Mas, àmedida que o planeta esquenta, o calor ameaça var- rerdomapaaspraiasdaZona Sul do Rio devido à elevação doníveldomar.Umestudoda Universidade Federal doRio de Janeiro (UFRJ) indicauma significativareduçãodalargu- ra da faixa de areia e períodos de inundação prolongados nas próximas décadas no en- tornodaBaíadeGuanabara. O estudo analisou o impac- to da subida domar do Porto doRioaoLeblon.SóaPraiade Copacabanaperdeu, nos últi- mosdezanos,10%dafaixade areia. EmNiterói, os cientis- tas fizeramestimativas da re- giãoportuáriaàpraiaeàlagoa de Piratininga. Também foi avaliada a situação dosman- guezais da Área de Preserva- ção Ambiental de Guapimi- rim,quepoderãodesaparecer atéofimdoséculo,seforman- tidooritmoatualdeelevação. Aprojeçãoéqueaspraiasdo Leme e de Copacabana per- cam, em 2100, até cem me- trosdafaixadeareiaquetinha noiníciodoséculo.EmIpane- maenoLeblon, as perdas são de aproximadamente80me- tros e, em Botafogo, até 70 metros. Isso sem somar o avanço esporádico domarna maré alta ouemumaressaca, porexemplo,quepodechegar a60metrosmaisparafrente. Segundo os cientistas, a orla da Baía de Guanabara e a Lagoa Rodrigo de Freitas estarão sujeitas a inunda- ções maiores e, em alguns pontos, permanentes. —Onível domarmais ele- vado impedirá que a água de grandes chuvas escoe das áreasmaisbaixas, comoaLa- goa e o entorno da Baía de Guanabara —afirma a pri- meira autora do estudo, Ra- quel Toste, pesquisadora do Laboratório de Métodos Computacionais (Lamce) da Coppe/UFRJ. Apesquisasebaseounoce- náriomaisconservador—is- to é, otimista—da elevação da temperatura média da Terra até 2100, segundo o Painel Intergovernamental sobreMudanças Climáticas (IPCC). Os oceanos se ele- vam principalmente devido à expansão térmica, mas tambémpor conta do degelo decalotaspolares. OCENÁRIOPODESERPIOR Se o planeta aquecer dois grausCelsiusacimadamédia do período pré-industrial (1850-1900), o mar subirá, emmédia, cerca de 75 centí- metros. Parece pouco,mas é osuficienteparareduziraum filetedeareiaaspraiasdaorla cariocaefazercomqueinun- dações causadas por chuvas, em vez de duraremhoras ou dias, comohoje, possamper- manecerporsemanas,meses oumesmo se tornarem per- manentes —nesse cenário, osmanguezais de Guapimi- rim podem submergir, e as inundações em Niterói se- remacentuadas. Nosúltimosdias, aEuropa temsidoumexemplodoque estáacontecendo.Comtem- peraturas acima dos 40ºC emmuitos dos país, o supe- raquecimento da bacia me- diterrânea estavanodomin- go em torno de 26°C, quase 3°Cacimadamédia. Omaiorproblemaéque,no ritmoatual de aquecimento e emissõesdegasesdoefeitoes- tufa, o cenário otimista fica cadavezmais foradealcance. O ano de 2024 foi o mais quente já registrado global- mentenaHistóriapelaNasae pelo Serviço Europeu doCli- maCopernicus, e 2025 segue commédiasmuitoaltas.Atéo fimdoséculo,aTerrapodees- tar4ºCmaisquente. Quatro graus tambémnão parecemmuito. A tempera- tura diária noRio pode osci- lar corriqueiramentedama- nhãpara anoitemais doque isso.Porém,esses4ºC inclu- emumamédia que conside- ra os polos gelados e os de- sertos mais quentes em to- das as estações do ano. Lo- calmente, representam um impacto severo. —O impacto com a tem- peraturamais elevadapode, sim,sermuitomaior—aler- taToste. Esses dados estãonoestudo intitulado “Dynamically downscaled coastal flooding inBrazil’sGuanabaraBayun- der a future climate change scenario” (“Inundações cos- teiras dinamicamente redi- mensionadasnaBaía deGua- nabara, noBrasil, sob umce- nário futurodemudanças cli- máticas”, em tradução livre), que foi publicado na revista NaturalHazards. Ele se base- ouemmodelagemnuméricaa partir de informações de rela- tórios do IPCC emodelos de condiçõeshídricasregionais. Toste explica que o mar não subirá de uma só vez, mas gradualmente. Emmé- dia,cercade7,5mmporano. Omaior efeito da elevação do mar, continua a pesqui- sadora, é agravar as conse- quências de ressacas, tem- pestades e marés altas. O que seria temporário pode se tornarpermanente. —Sabemosquetodoo lito- ral do Rio é vulnerável, em- bora emdiferentes grausnos bairros.Mas isso só pode ser medidocomousodeequipa- mentos como boias oceâni- cas emarégrafos, e levando- se em conta a topografia — dizSegenEstefen, diretordo InstitutoNacionaldePesqui- sadoOceano(Inpo). OCEANOMONITORADO Aelevaçãodoníveldomarno Rio também foi temadeuma carta de intenções assinada entreaprefeituraeoInpo,em novembrodoanopassado,pa- raestudaremonitorarolitoral dacidade.Oacordopermitirá que a cidade tenhamonitora- mento oceânico, com dados em tempo real de temperatu- ra,correntes,ondaseelevação donível domar.Oponto cen- tral é identificar os pontos críticoseasmedidasmaisade- quadasaseremadotadas. —Todos esses dados serão fundamentais para que pos- samos nos preparar e evitar os efeitos das piores conse- quências. Omonitoramen- tonoRioépioneiroeserápi- lotoparaorestantedoBrasil —contaEstefen.O Inpo tem feito reuniões comrepresentantes da gestão municipal para definir como seráfeitoomonitoramento.O próximo passo é assinar um acordodecooperaçãotécnica, oquedeveacontecer,deacor- do comaprefeitura, neste se- gundo semestre. Por enquan- to, está sendo estudada a im- plantação de um sistema de boiascapazdemonitorarcom antecedênciaumagranderes- saca e os impactos decorren- tes dela.Outros dois sistemas vãomonitorarosníveisdeele- vaçãodoníveldomareatem- peraturadooceanopara iden- tificarondasdecalor. —Aondadecalornooceano implicaumaevaporaçãomai- or e formaçãodenuvensmais intensas que, ao encontrarem o continente, desabam num grandetemporal.Tudoestáin- terligado. Ter estes números bem aferidos vai possibilitar modelos de previsão confiá- veis para definir ações depre- venção—explicaJaniceTrotte Duhá, diretora de Infraestru- turaeOperaçõesdoInpo. Para isso, segundo ela, é preciso investimento em in- fraestruturadepesquisaoce- ânica, principalmente para calibraros instrumentos. —Monitorar eventos cli- máticos no oceano deman- da,antesdemaisnada,boias, marégrafos e outros instru- mentosbemcalibrados, para queelesnosdeemdadosbem aferidos—reforçaadiretora. Também pesquisador do Inpo e professor daUniversi- dade Federal de São Paulo (Unifesp), RonaldoChristo- foletti lembra que alguns lu- gares, como Santos (SP), re- correramasacosdeareiapara frear o impacto das ondas na ponta da praia.Outros fazem uso das chamadas soluções baseadasnanatureza: —Depende do que a confi- guração do lugar pede. Regi- ões que têm recifes de corais, porexemplo,podemserrecu- peradas e melhoradas, por- queelessãoeficientesparare- duziro impactodasondas. ANALUCIAAZEVEDOE CAMILAARAUJO granderio@oglobo.com.br - Mudanças climáticas. Elevação do nível domar pode levar à perda de 100 metros da faixa de areia em Copacabana até 2100 Estudo da UFRJ mostra que Copacabana perdeu 10% da faixa de areia em dez anos OAVANÇODOMAR CUSTODIOCOIMBRA Detida, jovemde15anostinharelacionamentocomrapazquematoupaise irmão Namorada teria incitado o crime FAMÍLIAASSASSINADA PARA ACESSAR APONTE OCELULAR PARA OQRCODE “O nível do mar mais elevado impedirá que a água de grandes chuvas escoe das áreas mais baixas, como a Lagoa e o entorno da Baía de Guanabara” _ Raquel Toste,pesquisadora do Laboratório deMétodos Computacionais, da Coppe/UFRJ “Monitorar eventos climáticos no oceano demanda, antes de mais nada, boias, marégrafos e outros instrumentos bem calibrados, para que eles nos deem dados bem aferidos” _ Janice Trotte Duhá,diretora de Infraestrutura e Operações do Inpo Product: OGlobo PubDate: 02-07-2025 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_AB User: rai.silva@infoglobo.com.br Time: 07-01-2025 22:39 Color: ines249 OGLOBO | Quarta-feira 2.7 .2025 Rio | 27 Tempo 12º/14º MARÉ TEMPERATURA SOL E LUA PREVISÃO Sol Nublado parcialm. Nublado Nublado c/ chuvas Chuvas e trovoadas GeadaPancadas de chuva Hora Altura Nasc. Poente BRASIL RIO informações: Inea informações: Ricosurf Previsão PROBABILIDADE DE CHUVA SENSAÇÃO TÉRMICA/RIO ZONA OESTE ZONA NORTE ZONA SUL Visconde de Mauá Barra Mansa Volta Redonda Angra dos Reis Paraíba do Sul Barra do Piraí Resende Mangaratiba Rio de Janeiro Niterói Saquarema SUL METROPOLITANA LAGOS SERRANA NORTE Araruama Cabo Frio Búzios Silva Jardim Rio das Ostras São Francisco de Itabapoana Bom Jesus do Itabapoana Santa Maria Madalena Casimiro de Abreu Cachoeiras de Macacu Nova Friburgo Macaé Petrópolis Duque de Caxias Valença Paraty Teresópolis CamposSão Fidélis Itaperuna Porciúncula Santo Antônio de Pádua São João da Barra Campo Grande Cuiabá Boa VistaBoa Vista Macapá Teresina Palmas Fortaleza São Luís Belém Aracaju João Pessoa Recife Maceió Natal Florianópolis Curitiba Rio Branco São Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitória Salvador Porto Alegre BrasíliaBrasília Porto VelhoPorto Velho Teresina Palmas Belém / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / Praias Impróprias - Ondas - Ventos - 0h41m 5h51m 13h03m 18h43m 20º/24º 16º/19º 12º/15º 40º 37º/40º 33º/36º 29º/32º 25º/28º 23° 32° 0,5m 1,1m 0,3m 1,1m Ming. 04/08 Nova 11/08 Cresc. 18/08 6H27 17H33 Cheia 26/08 Goiânia ManausManaus / / 14° 29°27° 25° 35° 21° 38° 24° 33° 25° 34° 23° 33° 24° 32° 24° 31° 25° 31° 23° 36° 22° 34° 21° 29° 13° 24° 16° 28° 20° 21° 11° 14° 6° 8°9° 14°3° 12° 14° 23° 15° 27° 9° 22° 24° 31° 27° 23° 28° 23° 29° 24° 29° 23° 27° 24° 32° 24° 28° 17° 29° 14° 24° 13° 16° 22° 15° 24° 16° 23° 15° 23° 16° 23° 15° 25° 16° 24° 16° 24° 17° 24° 16° 26° 16° 25° 16° 25° 17° 26° 16° 28° 16° 28° 17° 27° 16° 24° 15° 26° 16° 25° 16° 25° 17° 21° 16° 23° 17° 22° 16° 22° 15° 22° 14° 24° 15° 23° 15° 23° Alta Alta Alta Alta Alta Baixa Baixa HOJE AMANHà SEXTA SÁBADO DOMINGO SEGUNDA TERÇA / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / 17° 16° 22° 22° 21° 21° 24° 24° 24° 17° 21° 18° 14° 25° 24° 25° 25° 18° 18° 24° 24° 23° 23° 23° 23° 21° 21° 22° 25° 24° 25° 25° 24° 24° 23° 22° 7° 12° 12° 15° 15° 15° 16° 13° 12° 12° 13° 11° 18° 19° 19° 19° 12° 24° 18° 17° 17° 17° 16° 16° 15° 12° 18° 17° 17° 19° 18° 19° 17° 16° Maricá Geada no Sul e ar frio, mantendo temperaturas baixas emMS e SP. Ar mais seco desde DF até o TO. Temporais no litoral da PB e RN e alerta entre AM e RR. A chuva aumenta no RJ. PERIGO para chuva volumosa e frequente no Grande Rio, região Serrana e na Costa Verde, com risco de transtor- nos. Chove forte no norte e interior do estado e a temperatura diminui. Barra da Tijuca, Botafogo e Leblon. Ondas de 2,0 metros de altura. Vento de leste. Melhores opções: Macumba, Prainha e Grumari. Mar agitado. Rajadas de vento de 40 a 50 km/h no estado. 23° BAIXA ALTA BAIXA ALTA Oenredoportrásdadisputa peloSambódromo, inici- adaapósumprojetoserapro- vado pela Assembleia Legis- lativa do Rio (Alerj), põe em evidência uma série de leis, decisões judiciais e interes- ses eleitorais. Na última se- gunda-feira, deputados der- rubaram o veto do governa- dorCláudioCastro à propos- ta que devolve ao estado a área onde fica a Passarela do Samba.Comisso,oprincipal palco do carnaval sairia das mãos da prefeitura do Rio. Mas parecer da própria Pro- curadoria-Geral do Estado (PGE) diz que amedida é in- constitucionalporviolaralei federal de 1974 que determi- nou que imóveis da antiga Guanabara fossem transferi- dosparaomunicípio. O entendimento da PGE, em que se baseou o veto de Castro, cita duas decisões do Tribunal de Justiça do Rio que reconhecem a pro- priedade como sendo da prefeitura. “Não é dado ao legislador estadual impor a alteração de domínio de bemmunicipal, transferido pelo devido procedimento instituído pela Lei Comple- mentar nº 20/1974”, diz um trecho da justificativa apre- sentadapelo estadoàAlerj. O imbróglio temumcom- ponente adicional. O terre- no,na realidade,não seria de propriedade nem da prefei- tura doRio, nemdo governo do estado, mas da União. A informação consta de uma decisãodoSuperiorTribunal de Justiça (STJ) de 2021, em uma açãomovida pela Supe- rintendência do Patrimônio daUnião (SPU) que discutiu a titularidadedaárea. Acorteentendeuqueapro- priedadesemprefoidogover- no federal por se tratardeum terrenodamarinha (a33me- tros a partir da linha damaré altade1831),masqueoSam- bódromo, como equipamen- topúblicopropriamentedito, pertencia àprefeituraporque já tinha um uso consagrado paraaculturaeoturismo. —Seexisteumalegislação federal, ela se sobrepõe ao que prevê legislações esta- duais.EseoterrenodoSam- bódromo pertence à União, sequer caberia o debate na Alerj — disse o advogado HermanoCabernite. ‘DECISÃOSALOMÔNICA’ Essa ação começou a trami- tar em 2012, quando a SPU questionou um decreto dos anos 1970 em que a prefei- tura desapropriou casas pa- ra abrir a Rua Marquês de Sapucaí. O ato é anterior à decisão de construir o Sam- bódromo, inauguradoem 1984. As obras da Passarela doSamba foramtocadaspe- la prefeitura com recursos repassadospelo estado. —OSTJ adotou uma solu- ção salomônica. Por ser uma área daUnião, não era possí- vel haver desapropriações. MasaSPUtambémdemorou aagir.Porisso,oSTJentendeu que, pelo tempo que se pas- sou, o direito de uso do Sam- bódromo, como equipamen- to,édomunicípio—explicou oadvogadoThiagoSexto. Apesar do parecer da PGE contra o projeto da Alerj, Cláudio Castro disse ontem serobrigadoaacataradecisão damaioriadosdeputados. —Entendoque existe uma questão política nessa ação, já queoprefeitoEduardoPa- es insiste tanto emantecipar a questão eleitoral.Mas ain- da vamos entrar em contato comambas as partes (Alerj e prefeitura) para tentar che- gar aumacordo—disseCas- tro, acrescentando que pode negociar o Sambódromo pa- raabater “dívidasmútuas”. PaesafirmouquevaiàJusti- ça contra a nova lei, cuja pro- mulgação deve ser publicada hoje.Amedida, de autoria do deputado Rodrigo Amorim (União), líder da base gover- nista, derruba oDecreto-Lei 224,de1975,quereconheceu o domínio do município do Rio sobre todaa áreadaCida- deNovaapósa fusão,comba- senalei federalde1974. Dados da prefeitura mos- tramque, anualmente, omu- nicípiogastaR$46,7milhões coma infraestrutura doSam- bódromo, além de R$ 43,3 milhões com subvenções pa- raasescolasdesamba. ColaborouWalter Farias Sambódromo: procuradoria foi contra transferência Parecer da PGE, que fundamentou veto do governador ao projeto da Alerj, diz quemedida é inconstitucional. Proposta violaria lei federal de 1974 que determinou a transferência de terrenos da antiga Guanabara para a prefeitura do Rio LUIZERNESTOMAGALHÃES luiz.magalhaes@oglobo.com.br - Seis dias depois de ser res- gatadonumdesfiladeiro noMonte Rinjani, na Indo- nésia, o corpo da publicitá- ria Juliana Marins, de 26 anos, chegou ao Rio. O cai- xão foi trazido de São Paulo num avião da Força Aérea Brasileira (FAB), que pou- sounaBaseAéreadoGaleão por volta das 19h40 de on- tem. O transporte da Ásia até o Brasil foi feito pela companhia aéreaEmirates. Doaeroporto,ocorpofoile- vadoparaoInstitutoMédico- Legal (IML)Afrânio Peixoto, noCentro, onde passará por nova autópsia hoje.Umacor- doentreaAdvocacia-Geralda União (AGU), a Defensoria Pública da União (DPU) e o governodoestadoprevêqueo procedimento aconteça na presença deumrepresentan- tedafamíliaedeumperitoda PolíciaFederal,apósdetermi- naçãodaJustiçaFederal. Os pais e a irmã de Juliana não foram à Base Aérea — apenas umaprima da publi- citária estava no aeroporto. Ela chorou bastante en- quanto acompanhava a saí- da do caixão da aeronave. Por telefone,opaida jovem, ManoelMarins, disse como estava se sentindo: —É uma sensação de alí- vio. Agora vamos poder dar a esse infortúnio um encer- ramentodigno. Mais cedo, em entrevista aoRJ2, da TVGlobo,Mano- elMarins contou que auto- ridades da Indonésia se comprometeram a rever os protocolos de segurança do parque onde a filha sofreu o acidente na noite do dia 20 (horáriodeBrasília). —Elesabriramareuniãodi- zendo assim: “Nós vamos re- ver os protocolos do parque”. Era isso que a gente ia pedir. Eu disse para eles assim: “Se vocês fizerem isso, eu vou sentir que amorte daminha filha não foi em vão, porque vai evitar a morte de muitas outras pessoas”. E, se ela não morrer emvão, isso vai trazer umpoucomaisdealentopara onossocoração—disse. A famíliapediuà JustiçaFe- deralumanovaperícia como objetivo de revelar o horário damorteeinvestigarsehouve omissão no socorro prestado pelasautoridades indonésias. — Precisamos saber se a necropsia que eles fizeram foi bem feita. Me pareceu queohospitalnãodispõede tantos recursos assim — acrescentouopai. CORTE INTERNACIONAL Na segunda-feira, Mariana Marins, irmã de Juliana, já havia dito que a família não queriaadiarpormais tempo a despedida de Juliana. No entanto, as desconfianças geradas pela negligência no resgate levaram ao pedido da nova autópsia, com o in- tuito de compreender o que realmente aconteceu com a publicitária. —Agentenãotemcerteza de muita coisa, porque fo- ram muitos descasos. Não queríamos dar mais esse passo,mas infelizmente en- tendemossernecessáriopa- ra sabermos o que realmen- te aconteceu com a Juliana —disse a irmã. De acordo com o site g1, a Defensoria Pública daUnião pediuàPFqueapuresehouve crimedeomissãono abando- nodeJulianaporpartedasau- toridades indonésias. Se isso for confirmado, o caso pode ser levado a instâncias inter- nacionais, como aComissão Interamericana de Direitos Humanos,emWashington. Corpo de Juliana chega ao Rio e é levado para autópsia no IML ‘Vamospoder dar a esse infortúnio umencerramento digno’,diz pai da jovem ALEXANDRECASSIANO Tristeza.Odesembarque do corpo de Juliana na Base Aérea do Galeão: voo de São Paulo ao Rio foi em avião da FAB MADSONGAMA madson.gama@oglobo.com.br - Ogoverno do Rio lançou, ontem, oCelular Seguro RJ,aplicativoquepermiteve- rificar se um celular foi rou- bado ou furtado. Segundo o secretário de Polícia Civil, Felipe Cury, a ferramenta tem dupla função: permitir que as pessoas verifiquem se umcelulartemrestriçãooué produto de roubo (pormeio doImeidoaparelho)eajudar nas investigaçõespoliciais. —Como aplicativo, o poli- cial poderápegarocelularde um suspeito, independente- mente de qual seja a opera- ção, e verificar se aquele apa- relhoéounãoprodutodeum crime. Isso vai facilitar a vida dos agentes nas ações de combate aos interceptadores decelular—explicaCury. O aplicativo do governo do Rioédiferentedolançadope- lo governo federal em janeiro do ano passado, que permite às pessoas cadastrar seus apa- relhos e, emcasode rouboou furto, bloqueá-los remota- mente,alémdenotificarban- coseoperadorasdetelefonia. Também ontem a Polícia Civil realizouoquechamou de“DiaD”daOperaçãoRas- treio —ação de combate a roubo, furtoe receptaçãode celularesnos92municípios do estado—, em que recu- perou 1.462 aparelhos e prendeu102pessoas. Segundo a Secretaria de PolíciaCivil,maisde trêsmil usuários de telefones identi- ficados como roubados rece- beramumanotificação para entregarem o celular numa delegacia, evitando respon- der pelo crime de recepta- ção, que prevê pena de um a quatro anos de prisão. Até agora, 934 pessoas devolve- ramos telefones. Após o recebimento dos aparelhos, aPolíciaCivil fará perícia nos celulares para lo- calizaros legítimosdonos. 30MILROUBOSEM5MESES Dadosdivulgadospelo Insti- tuto de Segurança Pública (ISP)mostramque,dejanei- ro a maio deste ano, foram registrados mais de 30 mil roubos ou furtos de celular no Estado do Rio, uma mé- dia de um caso a cada sete minutos. Isso equivale a um aumentode22%emrelação aomesmoperíodode2024. Entre janeiro e maio de 2025, foram 10.879 roubos de telefones (alta de 29,8% em comparação ao mesmo período do ano passado) e 19.257 furtos (crescimento de 18,5%). Os roubos de celular, este ano, chegaramaomaior nú- mero desde 2019. Já os fur- tos atingiram o número mais alto da série histórica, iniciada em2003. Estado ganha aplicativo para verificar se celular é roubado Ferramenta do governo foi lançada para frear aumento desse tipo de crime: alta de 22%este ano WALTERFARIAS walter.farias@oglobo.com.br - ProdPubZonEdiPagUsTiC ines249 28 | Rio Quarta-feira 2.7 .2025 | OGLOBO EXCLUSIVOPARAASSINANTES Leitores Pior queOdorico Enquanto umminúsculo político, da cepa deHugoMotta, continua a nos brindar com a sua politicagem vulgar, rastaquera, para compensar o seu despreparo, a sua falta de carisma, ao ocupar um cargo da importância da presidência da Câmara, vamosmal. Ele se preocupamais em exercer os seus podres poderes para se perpetuar e preservar os seus privilégios e os dos seus pares, pouco se preocupando compolíticas públicas que interessem ao país, o que causa danos irreparáveis ao nosso cotidiano. Até Odorico Paraguaçu, na sua legendária Sucupira, teria melhor desempenho,mais carisma, brilho e humor. HugoMotta, você é uma vergonha para o Brasil. Chega de nos causar prejuízos.Não precisamos de pautas-bomba, pautadas pelo fígado e nãopor critérios racionais.Não precisamos demais deputados nemde aumento de emendas eleitoreiras paroquiais inúteis, que desrespeitam o bolso dos contribuintes. Fora, Hugo Motta. Aproveita para levar embora todo este Congresso horrendo, inescrupuloso, mesquinho com você. Espero não revê-los em 2027. ELIANARACYNEMER RIO _ Leio as cartas dos leitores (meus colegas) que criticam, com total razão, nosso atual Congresso, unanimemente declarado o pior de todos os tempos.Mas a pergunta é: haverá possibilidade de renovar? Difícil. As propagandas são todas, sem exceção, de candidatos que querem a reeleição. Todos já fazem parte de boquinha. Suas inserções nas mídias são pagas com nossos próprios recursos, o que é uma loucura, pois pagamos muito caro pelo que definitivamente não queremos! HENRIETTEGRANJA RIO _ O artigo deMiguel de Almeida “O cercadinho do HugoMotta” (30 de junho) é um primor de lucidez e de escrita “cirúrgica”: além de traçar um quadro preciso do panorama atual, conseguiu apontar as origens do festival de descalabros que nos assola a cada dia, com os congressistas de costas para o povo e para o país. Bravo! WALDEMARFALCÃO RIO Cazuza atual “Tua piscina está cheia de ratos”, escreveu Cazuza. Um verso cortante que atravessa o tempo e ganha novo fôlego diante do Congresso de hoje. A frase pulsa como um alerta. O luxo escorre pelas paredes enquanto roedores engravatados devoram a esperança, o futuro e a dignidade de um povo inteiro. Não há discurso que disfarce esse cenário em decomposição. Apenas o grito das urnas poderá, um dia, ecoar por justiça. O Brasil merece mais do que esse palco de vaidades podres. Merece líderes que sonhem alto, que governem com empatia, e não com as mãos sujas pelo apetite do poder. Cazuza enxergou antes. Nós sentimos agora.Mas ainda há tempo de esvaziar a piscina, limpar a sujeira e reconstruir um país à altura de sua gente. GILBERTOPEREIRATIRIBA SANTOS,SP No ringue Ao ler amatéria “Impasse sem solução”(1º de junho),o leitor fica sabendoqueogoverno vai pedir aoSTFpara interferir na crisedo IOF.Opresidente Lula foi traído e ficou semmuniçãodepois que distribuiu cargos eministérios emtrocadeumsuposto apoio noCongresso. Agora,”encostadonas cordas”, toma fôlegopara enfrentar o presidentedaCâmara!Quem temiaumaditaduramilitar está vendose formarumaditadurado Legislativo,que seaproprioude R$37milhõesdoOrçamento para cadadeputado,engordouo FundoPartidário,cria vagaspara novosgastadores e ainda prometedarmuito trabalhoao governo,pois vai “dobrar a aposta nosembates comoPlanalto”, considerando queogoverno “abriumãodegovernar comos parlamentares e agorabusca governar comoSTF”,oquede certo irá criar questionamentos quanto à legitimidadede eventuais decisõesda Corte a favor dogoverno! ALBERTOCAVALCANTI RIO CadêCarla? E a Zambelli, hein? Sumiu do noticiário.Onde andará? EVANDROPAGY RIO Disse tudo, Felipe! “Tire os óculos”, diz a primeira instrução do aplicativo na hora emque o usuário vai tirar a foto para comprovar sua identidade por biometria.Daí para a frente, poucas pessoas commais de 60 anos conseguem ler as demais instruções que aparecem a seguir. “Aproxime”, “abramais os olhos”, “procure um fundo branco”, determina o aplicativo, caso a pessoa tenha alguémde confiança que possa ler, para ela, as ordens que se sucedem até que o tempo expire e o aplicativo sentencie que o usuário temque fazer tudo de novo. Isso se repete dez, 20 vezes. Em algumas ocasiões, leva o dia inteiro, até que o sol se ponha, extinguindo a luz natural que vinha entrando pela janela e garantiria a qualidade da imagem.Quando o aplicativo registra a foto, responde que ela não serve porque estão aparecendo dois rostos: o do interessado e o da pessoa de confiança que está lendo as instruções para ele. Cheguei a rir quando vi no telejornal um especialista em Direito Previdenciário afirmar que é fácil baixar o aplicativo no celular e cadastrar a biometria. FELIPEFRANCESCHINI RIO Verdemais ‘verde’ PintaramagramadoMAMde verdepara a reuniãodosBrics? O jardim,obradeBurleMarx e patrimôniomundial daUnesco, merece conservação,não “jeitinho”.Deixemagramaem paz.OBrasil é umpaís tropical, nãoprecisade sprayparaparecer mais verde.Seapreocupaçãoé estética,por quenãooferecer óculos com lentes verdes aos ilustresparticipantes?Seria menosagressivo aopatrimônio e, dequebra,mais criativo. WILDERAIA RIO Leo e a usina LeoAversa,vocêédemais (“Outra ideia genial”, 1º de junho)! Suacapacidade visionária é fantástica.Essedescalabroque você criouparamostrar oque podede fato acontecer com anossaprimeira usinanuclear deveria ser lido e entendidopor todososbrasileiros.Onosso descasocomacoisapública e a falta de visãodosnossos governantespõememrisco,de fato,o nossoBrasil.O importante éque vocêmostra comoa corrupçãoestá semprepresente. “Alémdaspropinashabitais, espalhadaspelo nosso honestíssimogovernoepelo impolutoCongresso”,muitos bilhões serãogastos.Para terminar tudo “numferro-velho daDutra”.Pobrepaís! ELÓDIAXAVIER TERESÓPOLIS,RJ Sem juízo HáapenasumasemanaaAlerj aprovouaLDO,comrombodeR$ 16bilhõesparaoEstadodoRio. Ontembateramopezinhopara queoestadoassumaaPassarela doSambaeos custosqueela geradedezenasdemilhõesde reais.Eu falaria quepareceuma brigade jardimde infância,mas seria injusto commeu filhode 4anos,que temmais juízo quenossosdeputados. JANKRUGER RIO Risco nos trilhos Os trensque seguemparaSanta Cruz se asssemelhamabarcos emalto-mar,emrazãoda dilataçãodos trilhoss edoestado dosdormentes.Existe riscode duas composições emsentido oposto se chocaremde ladono balançar acentuadodas composições.Osmaquinistas e funcionáriosdaoperaçãoda Supervia sabemdesse risco.Onde está aAgetransp,quenãoexige a imediata trocadesses trilhos antesdadesgrça anunciada? REINALDOOLIVEIRA RIO Semdefesa Nossosmonumentos no Rio de Janeiro pedem socorro há tempos.Adepredação, retirada de partes, pichação,má conservação que se veem em vários deles é impressionante. Somos uma das cidades com maior número demonumentos nomundo.São quase 1.350! São estátuas, bustos, efígies, chafarizes, relógios históricos... todos de grande valor, não só financeiro,mas sobretudo histórico.No entanto, vândalos e bandidos vêm acabando com esse nosso patrimônio.Quem vai dar umbasta nisso?! Além de se fazer urgente a instalação de câmeras, aumentar a vigilância, fiscalizar ferros-velhos, colocar cercas em volta de alguns, eles devem ser restaurados urgentemente. SUELYNIEMEYERL.DEBARROS RIO Faltamgaris Hámais de cinco anos os moradores da Rua Zamenhof, bairro do Estácio, lutampelo direito de ver sua rua varrida pelomenos às segundas, às quartas e às sextas-feiras. Nesse sentido, uma infinidade de contatos já foram feitos com o 1746 e até pessoalmente com aOuvidoria da empresa, na RuaMajor Ávila. Aunidade que encarrega os garis para a varredura das áreas a que pertencem (na Avenida Paulo de Frontin), chefiada pelos senhores Augusto e Cleyde, queixa-se do número insuficiente de garis, já idosos, para cobertura de toda a imensa área sob sua responsabilidade. Enquanto isso, na Zamenhof, a Comlurb não funciona! FERNANDOCARDOSO RIO MENSAGENS CARTAS@OGLOBO.COM.BR As cartas, contendo telefone e endereço do autor, devem ser dirigidas à seção Leitores.O GLOBO,RuaMarquês de Pombal 25,CEP 20.230-240.Pelo fax, 2534-5535 ou pelo e-mail cartas@oglobo.com.br HÁ50ANOS Congresso assiste aGeisel cassarmandato 2/7/1975 ComacassaçãodomandatodosenadorWilson Camposeasuspensãodosseusdireitospolíticos —punição tambémaplicadaao industrialCarlos AlbertoMenezesdeSáeaoex-diretordoBancode DesenvolvimentodePernambucoRomerodo RegoBarros—,opresidenteGeisel levouaoseu desfechoochamadoCasoMoreno.NoCongresso, opresidentedoSenado,MagalhãesPinto,afirmou quenãoconsideraa instituiçãoatingidapela decisãodoExecutivo.EmSãoPaulo,ogovernador PauloEgydiodeclarouqueaaplicaçãodoAI-5no CasoMoreno foi “apenasumfato isolado”. LOTERIAS LOTOFÁCIL (concurso 3.431): 2 . 3 . 4 . 6 . 7 . 9 . 11 . 12 . 14 . 16 . 17 . 18 . 19 . 21 . 24 .QUINA (concurso 6.762): 2 . 39 . 41 . 58 . 76 .MEGA-SENA (concurso 2.882):11 . 15 . 19 . 23 . 49 . 51 O leitor deve checar os resultados tambémemagências oficiais e no site da CEFporque, comos horários de fechamento do jornal, os números aqui publicados, divulgados sempre no fim da noite pela CEF, podem eventualmente estar defasados. CONSULTECONDIÇÕESDAOFERTA NOSITECLUBEOGLOBO.GLOBO.COM NAWEB Sitecontémtodasasediçõesdigitalizadasdesdeaprimeira,em29de julhode 1925 Pesquise notícias antigas do GLOBO ACERVO PARA ACESSAR APONTE OCELULAR PARA OQRCODE Oappoferece funçõesque facilitama navegação,além deunir todoo conteúdoon-line e impresso. 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Detalhesemnossosite. Pizzas saborosas noRio e emNiterói DIVULGAÇÃO 15% desconto AClubMenSalon,barbearia diferenciadacomunidadesnoRiode JaneiroeemSãoPaulo,oferece15% OFFaoassinante.Aredeuneserviço dequalidadeaopçõesdeentreteni- mentoparaadultose crianças.Saibamais emnossosite. Barbearia inovadora e tambémeconômica DIVULGAÇÃO 15% desconto Product: OGlobo PubDate: 02-07-2025 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_AD User: rai.silva@infoglobo.com.br Time: 07-01-2025 21:58 Color: ines249 ESPORTES O GLOBO | Quarta-feira 2 .7 .2025 esporteglb@oglobo.com.br COPA DO MUNDO DE CLUBES COMO DINHEIRO E PODER TURBINAM AL-HILAL E PROJETO SAUDITA PÁGINA 3 INFLUÊNCIA GLOBAL REAL MADRID SUPERA GOLEIRO DA JUVENTUS E AVANÇA ÀS QUARTAS PÁGINA 4 GIGANTE EM EVOLUÇÃO ALERTAS CLIMÁTICOS VÃO PARAR JOGOS DA COPA DO MUNDO NO ANO QUE VEM PÁGINA 5 PROTOCOLO MANTIDO Em alto nível aos 40 anos, Thiago Silva lidera Flu, pensa em seleção e já trabalha por futuro como técnico PÁGINA 2 INCANSÁVEL MICHAEL REAVES/GETTY IMAGES/AFP/30-6-2025 Como um bom vinho. Thiago Silva segue cuidados especiais para se manter importante na reta final da carreira de atleta Product: OGloboEsportes PubDate: 02-07-2025 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_A User: rai.silva@infoglobo.com.br Time: 07-01-2025 22:31 Color: ines249 2 | Esportes Quarta-feira 2 .7 .2025 | OGLOBO OMundial de Clubes virou, entre tantas coisas, uma grande montanha-russa emocional para o torcedor brasileiro. Já te- ve abraço coletivo de rivais torcendo uns pelos outros — sim, isso aconteceu — mas só por três dias, com data de validade e tudo. Teve golaço, zebra e calafrios. Mas teve tam- bém, claro, a parte que mais nos represen- tou: o debate sobre qual vitória valeu mais. Tudo começou quando o Botafogo venceu o PSG. Um feito histórico, sem asterisco. Campeão da Champions, arsenal de cra- ques em campo, três pontos garantidos com raça, suor e um plano que funcionou. Mas bastou o dia seguinte para surgir uma nova batalha — não nos gramados, mas nas redes, nos grupos de WhatsApp e nas mesas de bar: o “ranking das vitórias mais puras”. Começaram a comparar com o Flamengo, que havia despachado o Chelsea com to- ques refinados e um amasso digno. Por manter sua identidade, o amasso rubro-ne- gro foi mais “legítimo” que o feito alvinegro. Virou moda achar que existe uma maneira mais nobre de ganhar do que outra. Uma es- pécie de gourmetização da vitória. Como se o valor da façanha tivesse que passar por uma cu- radoria estética liderada por Pep Guardiola. A obsessão pela forma que tenta rebaixar o conte- údo. E isso, cá entre nós, é perder tempo demais com manual de instrução quando a gente devia estar celebrando a máquina funcionando. Chegou ao ponto de até o Flamengo, que atropelou o Chelsea com intensidade e alegria, ser alvo de crítica. Porque o Chelsea de 2025 não seria “bom o suficiente”. Ué? De repente, a obrigação era do europeu de jogar bem para o brasileiro poder ganhar com dignidade? Passou o Bayern x Flamengo. E a discus- são seguiu. Uns viram um jogo competiti- vo, com entrega e coragem. Outros acha- ram que o Flamengo foi engolido e que na- da se salva. Não dá pra reconhecer que o Ba- yern foi melhor e ainda assim valorizar o que o Flamengo construiu até ali? Dá, sim. E também dá para apontar onde o time fa- lhou, mesmo ele mantendo sua identidade e encarando o jogo com ousadia. Se não é galhofa, zoeira e provocação de segunda- feira, análise não precisa ser torcida organi- zada. Pode ter nuance, pode ter meio-ter- mo. Pode ter bom senso, inclusive. Até a vitória do Fluminense sobre a Inter de Milão parecia que só valia se ganhasse com aplausos, nota 10 do júri técnico e ainda en- cerrar o debate com a verdade absoluta. Três pontos? Quero também dizer “eu avisei”, “o meu jeito é melhor”, “o meu time venceu mais bonito”. No fundo, queremos vencer até oVAR do argumento. Vencer o placar e o pós- jogo. Vencer a narrativa. Vencer o dicionário. E então ressurgiu o tricolor. E encerrou —ao menos por uma noite — essa discus- são cansativa. Contra a Inter de Milão, vice-campeã da Itália e da Europa, favorita, poderosa, fez 2 a 0. Sem “mas”, sem “embora”, sem “porém”. E com, óbvio, mais bola na rede do adversá- rio do que na sua. Fez o jogo quase perfeito: soube fechar quando era preciso, resistiu quando o adversário tentou impor força, e soube atacar com o que tem de melhor — coragem, bola no chão, passes rápidos, ta- lento coletivo e sorte também, porque faz parte. O Flu não se acovardou, mas também não foi kamikaze. Foi maduro, consciente e, no fim, brilhante. E por isso se classificou às quartas de final. Com mérito e com beleza. Éa vitória que quebra o algoritmo do debate. Porque foi “bonita” e “estratégica”. Porque não permite que alguém diga que só venceu por- que se trancou ou que só encantou porque o ri- val era fraco. Ou que só perdeu por conta dos erros individuais, do abismo econômico. Não. Orival era forte. Os acertos foram tricolores. O abismo, de certa forma, foi atravessado. Talvez agora a gente possa, enfim, parar de tentar empacotar vitórias em rótulos. Parar de disputar qual estilo merece mais palmas. Futebol não é só debate de tese. É jogo. É bola na rede. É alegria, é loucura, é lágrima. E, às vezes, é retranca. Em outras, é toque de pri- meira. E, às vezes, é só sorte. Está tudo certo. Vitória boa é aquela que faz o coração dispa- rar — não a que precisa de debate para valer. E por mais que a gente saiba que o sommelier de glória, o analista de fracasso, sempre volta na próxima rodada, por enquanto, ele só aplaude. E isso, por si só, já é vencer de novo. Que venham as quartas. Fluminense vence a Inter e o debate thales.machado@oglobo.com.br THALES MACHADO Formado na base de Xe- rém, Thiago Silva conso- lidou uma carreira de suces- so na Europa até o coração “pesar” para voltar a vestir a camisa do Fluminense, em 2024. Aos 40 anos, o Mons- tro — apelido dado pela tor- cida — segue em alto nível, não à toa é um dos veteranos que mais se destacam na Co- pa de Clubes. Com uma atu- ação sólida na vitória sobre a Inter de Milão, na segunda- feira, pelas oitavas de final, ele fez novamente jus à bra- çadeira de capitão da equi- pe, com sua liderança den- tro e fora de campo. E os pe- didos de um possível retor- no à seleção brasileira já chegaram aos ouvidos do técnico Carlo Ancelotti, que trabalhou com o defen- sor no Milan e no PSG. Comquatro Copas no cur- rículo, entre 2010 e 2022, Thiago não é convocado desde o Mundial do Catar, quando se tornou o atleta mais velho (38 anos) a en- trar em campo pela Amare- linha. Apesar de a falta de oportunidades indicar um fim de ciclo, o defensor se vê capaz de defender o Brasil, mas não faz alarde. A pre- sença de veteranos em ou- tras seleções, como o portu- guês Cristiano Ronaldo, é usada como parâmetro por seu entorno. Mesmo que não atue como titular, o za- gueiro é visto como alguém que pode agregar valor ao grupo pela liderança e pelo conhecimento de jogo. — Infelizmente, esse pre- conceito da idade existe há muito tempo. Pela forma física em que ele se encon- tra, além da liderança que exerce, consegue usar ata- lhos no jogo, não precisa mais daquela correria toda. Seria importantíssimo tê-lo não apenas dentro de cam- po, mas também fora dele para ajudar nessa recons- trução da seleção brasileira. E ninguém melhor do que um capitão por onde pas- sou. Isso tem um peso enor- me — argumenta Júnior, ex- lateral e hoje comentarista da Globo, que foi preterido, aos 40 anos, por Zagallo, co- ordenador técnico da sele- ção para a Copa de 1994. Pessoas próximas a Thia- go avaliam que o ciclo de um atleta não pode ser definido por sua idade, somente por seu desempenho. Antes de retornar ao Brasil, o zaguei- ro abriu mão de propostas de clubes de Inglaterra e Itá- lia para realizar o sonho de atuar novamente pelo Flu. ESTRUTURA DE ELITE A estrutura que o cerca é digna de um atleta de elite. Thiago Silva mantém uma rotina intensa de recupera- ção e prevenção. Após as partidas, realiza tratamen- tos imediatos e utiliza equi- pamentos de última gera- ção em sua própria casa. En- tre eles, uma câmara hiper- bárica, onde dorme por até duas horas, e uma máquina de crioterapia, que atinge 100ºC negativos. Toda essa disciplina é fruto de uma carreira construída com fo- co no desempenho físico e técnico. O próprio jogador, aliás, define seus limites e controla a carga de esforço para evitar lesões, como fez recentemente. Mesmo em grande fase, o zagueiro precisaria superar outros obstáculos, aponta o comentarista do Grupo Globo Rodrigo Coutinho: — A seleção está muito bem servida na zaga. Há jo- gadores lesionados que po- deriam ser titulares, como Éder Militão (Real Madrid) e Gabriel Magalhães (Arse- nal). Não vejo a presença do Thiago como imprescindí- vel. Não é que ele não tenha nível, longe disso, mas, se eu fosse o treinador da seleção, daria oportunidade para ou- tros nomes se desenvolve- rem, pensando no futuro. PLANOS APÓS A CARREIRA Após a readaptação ao fute- bol brasileiro, Thiago está a um jogo em 2025 de igualar seu número de partidas pelo time no ano passado (20). No entanto, as contusões ainda o perturbam. Além de ter tido um problema na co- xa direita, em abril, o za- gueiro apresentou dores musculares no fim do jogo contra o Ulsan, da Coreia do Sul, e foi preservado diante do Mamelodi Sundowns, da África do Sul, pela última rodada da fase de grupos. Na Europa, Thiago conta- va com uma equipe própria de suporte fora das quatro li- nhas. Um dos nomes dessa estrutura era Bruno Mazzi- otti, fisioterapeuta reco- nhecido no meio esportivo. Essa preparação se estende ao futuro. Em janeiro do ano passado, dois clubes — um da Europa e outro do mundo árabe — demonstraram in- teresse em ter Thiago como técnico assim que ele se aposentar. Desde então, o zagueiro vem se preparando para a nova função. O plano para quando pen- durar as chuteiras já está em andamento. Thiago com- prou uma casa em Londres, na Inglaterra, e pretende trabalhar na Europa após encerrar a trajetória de atle- ta. A decisão também consi- dera questões familiares, pois seus filhos atuam nas categorias de base do Chel- sea, e ele deseja permanecer próximo. Dentro de campo, o zagueiro segue impactan- do o elenco do Flu. Compa- nheiros de defesa crescem tecnicamente ao seu lado, resultado da orientação constante que oferece du- rante as partidas. Ignácio e Freytes já colhem os frutos. Durante a parada técnica para hidratação no segundo tempo contra a Inter de Mi- lão, Thiago tomou a frente do técnico Renato Gaúcho ao sugerir uma mudança tática para o 5-4-1. Com Ari- as desgastado fisicamente, o capitão propôs que Everal- do fizesse a recomposição pelo lado esquerdo no lugar do colombiano, que ficaria como único homem no ata- que. O treinador chegou a fazer um questionamento sobre o encaixe na marca- ção, mas demonstrou confi- ança e respeito ao acatar o pedido do camisa 3. Voltar à seleção brasileira ainda é possível para Thiago Silva? Zagueiro do Fluminense trabalha para manter alto nível aos 40 anos, ‘chega’ a Ancelotti e se prepara para virar técnico FEDERICO PARRA/AFP/30-6-2025 Absoluto. Na partida contra a Inter de Milão, Thiago Silva sobe e corta a bola DIOGO DANTAS E LUCAS RIBEIRO esporteglb@oglobo.com.br ORLANDO E RIO - ProductPubDatZone:Edition:Page:UserTime:Color ines249 O GLOBO | Quarta-feira 2 .7 .2025 Esportes | 3 Após assistir à classificação do Al-Hilal sobre o Man- chester City ao lado do presi- dente do clube saudita, Fahad bin Nafel, em um camarote do estádio de Orlando, o presi- dente da Fifa, Gianni Infanti- no, postou: “A nova era do fu- tebol de clubes realmente co- meçou”. A frase e o resultado ilustram como o projeto da Arábia Saudita para bancar o Mundial de Clubes faz parte de uma estratégia geopolítica, de olho no enfraquecimento do futebol europeu e na pre- sença do país em um torneio internacional que o acolha. Mesmo com a contratação de astros, como o português Cris- tiano Ronaldo, e de treinado- res de ponta da Europa, como oitaliano Simone Inzaghi pelo Al-Hilal, os árabes não tinham até agora um palco para medir forças com a elite da bola. Isso mudou. Sede da Copa do Mundo de 2034 e com for- te presença nos clubes euro- peus, torneios e entidades es- portivas além do futebol, a Arábia Saudita tem um envol- vimento que ultrapassa o en- tretenimento do jogo. Trata- se de uma estratégia de longo prazo para reposicionar o país no cenário global, utilizando oesporte como vitrine de mo- dernização e poder, o chama- do sportswhashing. A Copa do Mundo de Clubes não é ape- nas uma competição. É um palco onde o dinheiro saudita fala alto e pede lugar à mesa. DOIS BILHÕES DE DÓLARES Sem poder pagar para ter suas equipes em uma Liga dos Campeões, o fundo soberano (PIF), que detém 75% dos principais clubes do país, en- tre eles o Al-Hilal, injetou 2 bi- lhões de dólares para viabili- zar o novo formato do Mundi- al pensado pela Fifa e abriu um novo precedente, em que todos os times podem medir forças, independentemente do continente. O patrocínio através da gigante de petróleo egás Aramco e da empresa de mídia DAZN viabilizou a transmissão pelos quatro can- tos do planeta e a populariza- ção do torneio já é uma reali- dade. Segundo fontes que cir- culam nas últimas semanas nos Estados Unidos ouvidas pelo GLOBO, o plano é man- ter o aporte financeiro na próxima edição do Mundial em 2029, e fazê-lo na Arábia Saudita em 2033, às vésperas da Copa do Mundo no país. CRÍTICAS AOS SAUDITAS A parceria entre a Fifa e os países do mundo árabe não é nova. Desde que assumiu, há seis anos, Infantino apre- sentou propostas de compra de direitos de todos os tor- neios por empresas financi- adas pela Arábia Saudita. O país já havia sediado a com- petição no formato anteri- or, em 2023. Sem falar na Copa do Mundo do Catar, em 2022. Essa expansão não acontece sem críticas. Ati- vistas apontam que o patro- cínio a eventos da Fifa, so- bretudo em países ociden- tais, representa um esforço coordenado para normali- zar a imagem saudita diante de acusações de autoritaris- mo, repressão política e vio- lações de direitos humanos e ambientais. Vozes do fute- bol, como o treinador ale- mão Jürgen Klopp, também bradaram contra o torneio. —A pior ideia já implemen- tada no futebol. Entendo quem diga que o dinheiro pa- ra participar é uma loucura. Mas isso não acontece com todos os clubes — destacouo técnico, em entrevista ao jor- nal alemão Die Welt, usando o argumento de esgotamento físico e mental dos atletas co- mo pano de fundo. RECADO DE INFANTINO Ao encontro dessa tese, a Fifa paga a cada vitória no Mundi- al o valor de 2 milhões de dóla- res (R$ 11 milhões). Os paga- mentos foram combinados com a Associação de Clubes Europeus (ECA), mesmo com resistência das ligas lo- cais. Os dirigentes do Velho Continente afirmam estar ali- nhados com a Fifa. Há vários deles nos Estados Unidos des- de o início do torneio. Tam- bém houve uma atração da Conmebol pelo desempenho das equipes sul-americanas, que sustentam o argumento de uma globalização inverti- da promovida pela Fifa. A CBF marcou presença atra- vés do presidente Samir Xaud e tenta se aproximar para ser escolhida sede da próxima edição do torneio, em 2029. Em maio, Gianni Infantino esteve em Riad, na Arábia Saudita, e fez uma conta: —O PIB global do futebol em um ano hoje é de US$ 270 bilhões, 70% são produzidos na Europa. Se o resto do mundo, em particular a Ará- bia Saudita ou os Estados Unidos, fizesse apenas 20% do que a Europa faz no fute- bol, poderíamos atingir um impacto de mais de meio tri- lhão no PIB. O potencial para o futebol é enorme. Arábia Saudita banca Mundial e senta à mesa com Fifa e Europa Projeto do país prevê palco para medir forças com a elite e sediar mais torneios AL-HILAL/DIVULGAÇÃO/30-6-2025 Parceiros. Presidentes do Al-Hilal, Fahad bin Nafel, e da Fifa, Gianni Infantino DIOGO DANTAS diogo.dantas@oglobo.com.br ORLANDO, EUA - Após o 4 a 3 sobre o Man- chester City, o vestiário do Al-Hilal virou um festa. A premiação extra anunciada pelo presidente Fahad bin Nafel fez o grupo explodir de alegria. O valor não foi revelado. Mas, para se ter ideia da generosidade do di- rigente, em dezembro de 2023 cada jogador recebeu R$ 131 mil por uma vitória no clássico com o Al-Nassr. Dinheiro não falta. E essa é justamente a maior força do clube. Com mais de 400 mi- lhões de euros em reforços em apenas dois anos, os sau- ditas montaram um time de estrelas, que agora está no caminho do Fluminense nas quartas do Mundial. O Al-Hilal foi um dos qua- tro clubes que tiveram 75% adquiridos pelo Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita em 2023. E foi o mais beneficiado por esses recursos. Foram 479,05 milhões de euros (R$ 3 bilhões) em aquisi- ções. Sem contar os salários. No Brasil, os três times que mais investiram em re- forços neste mesmo perío- do foram Botafogo, Palmei- ras e Flamengo. Todas as contratações do trio somam 308,9 milhões de euros (R$ 1,9 bilhão). Ou seja: não chegam nem perto do valor gasto pelos sauditas. O reforço mais caro do Al- Hilal até agora foi Neymar. O governo pagou 90 mi- lhões de euros ao Paris Saint-German pelo brasilei- ro, que foi a campo apenas sete vezes numa passagem que durou um ano e meio. Os árabes também não economizam na comissão técnica. O português Jorge Jesus comandou a equipe nas últimas duas tempora- das por 12,5 milhões de eu- ros anuais. Após os fracassos na liga nacional e na Cham- pions asiática, os sauditas encerraram seu ciclo no úl- timo mês de maio e aposta- ram ainda mais alto no subs- tituto. Com um salário de 26 milhões de euros por ano, ti- raram o italiano Simone In- zaghi da vice-campeã euro- peia Inter de Milão. Mesmo com a saída de Neymar, jogadores brasilei- ros continuam sendo maio- ria entre os dez estrangeiros do elenco. Hoje, são quatro: o lateral Renan Lodi, o meia Malcom e os atacantes Mar- cos Leonardo e Kaio César. Recém-recuperado de le- são, este é o único que não tem sido titular no Mundial. Embora ainda sejam mai- oria no elenco, os sauditas são poucos na equipe que vai a campo. Trata-se, na verdade, de um time inter- nacional, com muitos joga- dores com experiência na Europa, como o zagueiro Koulibaly, da seleção de Se- negal e ex-Chelsea-ING; o volante Rúben Neves, da se- leção portuguesa e ex-Wol- verhampton-ING; o goleiro Bono, da seleção marroqui- na e ex-Sevilla-ESP; e o ata- cante Mitrovic, da seleção sérvia e ex-Fulham-ING. Es- te é o maior goleador da equipe no ano, mas não joga o Mundial por lesão. A ausência do sérvio tem sido bem suprida até agora por Marcos Leonardo. O brasileiro faz bem a função de ser a referência do ataque e é o artilheiro da equipe no torneio, com três gols. Outra boa notícia para o Fluminense em relação à desfalques é o de Salem Al- Dawsari. O ponta saudita é um dos principais jogadores da equipe e vinha fazendo um bom Mundial. Mas se contundiu na vitória sobre o Pachuca-MEX, pela última rodada da fase de grupos. O ESTILO INZAGHI Apesar de ter assumido a equipe há pouco tempo e de vir sofrendo com desfal- ques, Inzaghi já começa a dar sua cara. O estilo de im- posição e pressão alta de Jor- ge Jesus já não é visto nos jo- gos do Al-Hilal no Mundial. Sob o comando do italiano, o time tem revezado mo- mentos de pressão alta e aqueles em que recua suas linhas de marcação. Um dos pontos fortes da Inter de Milão vice da Champions, as ligações di- retas que pegam a defesa ri- val desprevenida já come- çam a aparecer. E com efi- ciência. Foi em jogadas des- se tipo que saíram dois dos sete gols da equipe no tor- neio. Esse certamente deve- rá ser um dos aspectos de atenção para Renato Gaúc- ho enquanto prepara a es- tratégia do Fluminense. Com a bola nos pés, o time já mostrou formas diferen- tes de atacar. Na fase de gru- pos, os laterais avançavam com os homens de frente, o que dava opções de tabela para Malcom, pela direita, e para Salem Al-Dawsari, pe- la esquerda. Já Milinkovic- Savic é o meia que flutua, ajudando a organizar o ata- que. Rúben Neves e Nasser Al-Dawsari se aproximam por trás, e, em determina- dos momentos, Koulibaly aparece com perigo na área. Contra o City, porém, a postura foi outra. Inzaghi segurou os laterais, e o Al- Hilal se postou mais atrás. Fica a dúvida sobre qual será a atitude contra o tricolor. O que não mudou na cam- panha do Al-Hilal foi a falta de organização defensiva. É comum as linhas apresenta- rem desajustes, assim como apagões individuais. Não à toa, o goleiro Bono tem sido um dos destaques. A ver co- mo será seu duelo com Ger- mán Cano, Arias & cia. Com o poder do dinheiro, Al-Hilal é mais que uma zebra Sauditas gastam R$ 3 bilhões em dois anos para montar time global, agora liderado por técnico vice da Champions AL-HILAL/DIVULGAÇÃO Recompensa. Fahad bin Nafel, presidente do Al-Hilal, comanda festa no vestiário depois da vitória sobre o Manchester City. Dirigente anunciou premiação extra por vaga nas quartas de final da Copa RAFAEL OLIVEIRA rafael.oliveira@extra.inf.br - ProductPubDatZone:Edition:Page:UserTime:Color ines249 CHAVEAMENTO DAS OITAVAS ATÉ A FINAL OITAVAS DE FINAL EDITORIA DE ARTE X X X X X X X X OITAVAS DE FINAL QUARTAS DE FINAL QUARTAS DE FINAL FLAMENGO SEMIFINAIS FINAL 28/06 Filadélfia 28/06 Charlotte 30/06 Charlotte 30/06 Orlando BOTAFOGO PSG BORUSSIA DORTMUND MONTERREY INTER DE MILÃO 29/06 Atlanta 29/06 Miami Ontem Atlanta, 22h Ontem Miami Sexta, 04/07 Filadélfia, 22h Sábado, 05/07 Atlanta, 13h Sábado, 05/07 Nova Jersey, 17h Sexta, 04/07 Orlando, 16h Terça, 08/07 Nova Jersey, 16h Quarta, 09/07 Nova Jersey, 16h Domingo, 13/07 Nova Jersey, 16h PSG PALMEIRAS PALMEIRAS INTERMIAMI BAYERN DEMUNIQUE BENFICA BAYERN DEMUNIQUE FLUMINENSE FLUMINENSE CHELSEA CHELSEA REALMADRID JUVENTUS REALMADRID MANCHESTER CITY AL-HILAL AL-HILAL 1 0 4 0 2 4 1 0 1 4 0 2 3 4 (Jogo não computado) 4 | Esportes Quarta-feira 2.7 .2025 | OGLOBO Editor:ThalesMachado.Editorexecutivovisual:AlessandroAlvim.Editoradjunto: JoãoPedroFonseca.Editoresassistentes:BernardoAraujo,BernardoCoimbra,CarlaFelícia,EmilianoTolívia eFelipeSiqueira. Diagramadores:TelioLeal eAnaScott.Repórteres:ArthurFalcão,BrenoAngrisani,CarolKnoploch,Davi Ferreira,DiogoDantas,JoãoPedroFragoso,LaísMalek,LucasRibeiro,RafaelOliveira,TatianaFurtadoeVitorSeta. Oduelo entreRealMadrid e Juventus pelas oitavas de final da Copa doMundode Clubes até foi uma prova de nivelamento dos adver- sários, mas o placar passou mais tempo do que deveria zerado, ontem, emMiami. E isso se deve à atuação de gala do goleiro Michele Di Gregorio, que fez um pu- nhado de grandes defesas para os italianos durante os 90minutos. No fim, preva- leceram a insistência da equipe espanhola e a estrela deGonzaloGarcía, autordo gol que decretou a vitória por 1 a 0 e que faz ótimo tor- neionosEstadosUnidos. Comoavançar doMundi- al, o técnicoXabiAlonsovai dando feiçãoao timequeas- sumiuhámenosdeummês. Além de ter feito mais uma boa partida, a primeira di- ante de um adversário da elite europeia, o Real Ma- drid soube sermais agressi- vo no ataque—foram 21 fi- nalizações contra seis. Outra notícia a se come- morar é o retorno de Kylian Mbappé,que finalmentees- treou nos EUA ontem, no segundo tempo. O francês enfrentara um quadro agu- do de gastroenterite que o impediu de participar dos primeiros jogos. Quando ele pisou no campo, porém, Gonzalo já tinha brilhado. área. Depois, espalmou umapancadadeValverdede fora. Na segunda etapa, após o gol de Gonzalo, no qual nada pôde fazer, ainda parouumchute de bicicleta docapitãouruguaio. —AmensagemdeXabino intervalo foi a de sempre: controlar a bola e, quando a perder, recuperá-la rapida- menteparavoltaraatacar.É assim que os adversários se desgastammentalmente— comentouValverde,eleitoo melhordoconfronto. Ovolumedeintervenções dogoleiroda Juventus refle- tiuasuperioridademadrile- nha nas chegadas, comVini Jr. sendo arma forte pela es- querda, e impediu a cons- trução de um placar mais largo,quefaria jusaoroteiro dapartida.Embora tenha fi- cado próxima na posse de bola (55% a 45%), a Juve te- ve ataques pontuais e nem ensaioupressãono fim. ELEVOLTOU Os62milpresentesaoHard Rock Stadium ainda tive- ram a chance de testemu- nhar 22minutos deMbap- pé emcampo—tempo sufi- ciente para o atacante ame- açar os italianos, cientes de que não podiam se lançar muito à frente ou correriam o risco de serem golpeados nocontra-ataque. A vitória leva o Real Ma- drid às quartas de final, nes- te sábado, emNova Jersey. Goleiro da Juve brilha, mas Real vai às quartas Em tarde de defesas importantes de Di Gregorio, espanhóis apresentamgrande volume ofensivo e vencem comgol único de Gonzalo García. Equipemadrilenha, que cresce no torneio sob o comando de Xabi Alonso, agora conta tambémcomMbappé DAVI FERREIRA davi.ferreira@oglobo.com.br - PATRICIADEMELOMOREIRA/AFP HalaMadrid.O jovem atacante Gonzalo García, de 21 anos e revelado no clubemerengue, comemora seu gol, o da classificação do Real às quartas de final Aos oitominutos da segun- da etapa, o espanhol rece- beu um cruzamento de Trent Alexander-Arnold e testoucomforça. CANDIDATOAHERÓI Um recado dado por Xabi neste início de trabalho é que os jovens do elenco se- rão bem aproveitados. Boa notícia para o zagueiro re- cém-chegado Dean Huij- sen, de20anos, e o atacante brasileiro Endrick, de 18, que se recupera de uma le- são na coxa direita e não atuanosEUA.Masquemso- beno conceito donovo che- fe neste primeiromomento é mesmo Gonzalo, de 21 anos, formado na base do clubemerengue. Aproveitandoovácuodei- xadopelosproblemasmédi- cos de Mbappé e Endrick, ele assumiu a posição de centroavanteeéoartilheiro do Real no Mundial, com três gols. Como também tem uma assistência, parti- cipou de gol nas quatro par- tidas até agora. — Eu o conhecia bem. Não vou dizer que esperava que marcasse três gols em quatro jogos, mas ele ajuda muito o time todo. São gols decisivos, e eu tinha fé nele —aprovouXabiAlonso. O gol de Gonzalo ontem premiou o momento de maior pressão da equipe e a mudança de postura após um primeiro tempo trava- do,quandoamelhorchance havia sido da Juventus, em contra-ataque desperdiça- doporKoloMuani. Emregra, porém, foi oRe- alMadrid o dono das ações, e assimDi Gregorio se can- didatou a herói em campo. Seucartãodevisitas foiuma grande defesa em chute de Bellingham na pequena OPalmeiras fez ontem seu segundo treino para o duelo com oChelsea, da In- glaterra, pelas quartas de fi- nal da Copa do Mundo de Clubes,destavezcomostitu- lares, que na segunda-feira haviam se restringido a um trabalho regenerativo. Mas nemtodos foramacampono CT do Philadelphia Eagles, atual campeão daNFL, nova base da equipe nos Estados Unidos: Paulinho e Piquerez foramasausências. Herói da classificação, au- tor do gol da vitória sobre o Botafogo, o atacante segue umcronogramadecontrole de carga para conseguir jo- garo torneionosacrifício— depois, fará uma cirurgia na canela da perna direita. Já o lateral-esquerdo apresen- tou um quadro gripal, que não preocupa: suspenso da partida de sexta-feira, ele poderá atuar normalmente seoPalmeiras avançar. Com uma lesão muscular na coxa esquerda, sofrida no empate com o InterMiami, noúltimojogodafasedegru- pos, o zagueiroMurilo tam- bémnãoparticipoueéoutro desfalque certo contra os in- gleses.OtécnicoAbelFerrei- ra precisará coçar a cabeça para pensar a linha defensi- va. Com três desfalques—o zagueiro Gustavo Gómez também está suspenso—, o português contará apenas comGiayde titulardiantede um Chelsea que se encon- trou no ataque ao vencer o Benficapor4a1nasoitavas. E o poderio ofensivo nas mãosdotécnicoEnzoMares- cavaiaumentar:osBluesassi- naram ontem com o ex-Flu- minenseJoãoPedro,queesta- va no Brighton desde 2019, umcontratoaté2032.Vãopa- gar por 55 milhões de libras (R$ 412 milhões), além de bônus pormetas.O atacante de 23 anos, que estava de fé- riasnoBrasil, será inscritono Mundial e ficará à disposição jácontraoPalmeiras. A negociação foi possível graças à janela de transfe- rências especial aberta pela Fifa por causa doMundial. Ela permite duas contrata- ções e seis novos inscritos no torneio até amanhã. CINCOMESESFORA Se a cirurgia ocorrer logo depois da Copa do Mundo deClubes, Paulinhodeve fi- car longedosgramadospos- sivelmente até dezembro, segundo o site ge.globo. Co- ordenadormédico da equi- pe paulista, Pedro Pontin explica queoprocedimento vai fixarumossonacanela: —Vamosusarumimplan- te resistenteo suficientepa- ra aguentar a carga. Agrega- se a esta fixação umenxerto ósseo, com o material do próprioatleta.Vaidaramai- or estabilidade possível pa- raeleaguentar futuramente a carga de treinos e jogos a que será submetido. Palmeiras treina sem Paulinho e Piquerez, de olho no Chelsea Atacante faz trabalho de controle de carga, e lateral, suspenso, está gripado CESARGRECO/PALMEIRAS/DIVULGAÇÃO Na Filadélfia. Jogadores do Palmeiras treinamnoCTdo Philadelphia Eagles FILADÉLFIA, EUA - ProdPubZonEdiPaUsTiC ines249 O GLOBO | Quarta-feira 2 .7 .2025 Esportes | 5 Mesmo sem a intenção de tornar a Copa do Mun- do de Clubes nos Estados Unidos um grande teste pa- ra o Mundial de 2026, que o país dividirá com Canadá e México, a Fifa vem fazendo um “intensivão” em solo americano. O megaevento do ano que vem, que tam- bém vai acontecer entre os meses de junho e julho, terá entre seus desafios as tem- pestades de verão que vêm impactando o novo torneio internacional de times. Até o momento, seis parti- das tiveram paralisações após alertas do Serviço de Meteorologia dos EUA, um protocolo imposto por leis americanas e respeitado pe- la entidade máxima do fute- bol: Chelsea x Benfica, em Charlotte; Benfica x Auck- land e Mamelodi Sundowns x Ulsan HD, em Orlando; Pachuca x RB Salzburg, em Cincinnati; Boca Juniors x Auckland City, em Nashvil- le; e Palmeiras x Al Ahly, em Nova Jersey — cidade que é palco de mais quatro jogos, incluindo a final, e pode ser afetada novamente até o fim da competição. O caso mais emblemático foi o do duelo entre Chelsea e Benfica, no último sábado. A minutos do fim, quando os ingleses venciam por 1 a 0, a partida foi interrompida pela ameaça de raios e ficou paralisada durante duas ho- ras. Na retomada, os portu- gueses empataram e leva- ram a disputa para a prorro- gação — o Chelsea acabou vencendo por 4 a 1. — É uma piada, isso não é futebol — disparou o italia- no Enzo Maresca, técnico do clubeinglês, que criticou a escolha de sedes suscetí- veis a extremos climáticos e o prejuízo das paralisações à qualidade do jogo, do ponto de vista físico e mental. O protocolo de segurança, que tem variações de acordo com a legislação de cada es- tado americano, está longe de ser uma brincadeira. Os EUA levam a sério os riscos da intensa atividade elétrica no país. Há motivos para is- so. Até 2010, a média de mortes por raios chegava a quase 80 por ano. Em 2024, foram registrados “apenas” 13 óbitos, todos em ativida- des ao ar livre. O ponto de inflexão foi uma corrida da Nascar, em 2012, na Pensil- vânia, quando uma pessoa morreu e nove ficaram feri- das. Apesar dos avisos de pe- rigo, a prova só foi suspensa 30 minutos depois. NÃO PRECISA CHOVER A Fifa pretende seguir à ris- ca os alertas e as recomen- dações dos EUA na Copa do Mundo de 2026. Indepen- dentemente das chuvas, a cada ameaça de tempesta- des de raios — que graças à tecnologia podem ser moni- toradas quase em tempo re- al —, a entidade e a autori- dade local decidem pela pa- ralisação ou não da partida. O árbitro é informado e re- passa o anúncio às comis- sões técnicas. O público, por sua vez, precisa evacuar as arquibancadas. O jogo só é retomado após 30 minutos da última atividade elétrica nas imediações do estádio. Não há a intenção por par- te da Fifa de remarcar parti- das em caso de longas inter- rupções provocadas por alertas climáticos — isso po- deria atrapalhar toda a lo- gística de seleções e torce- dores envolvidos, embora o próximo Mundial preveja janelas de três dias de des- canso entre os confrontos. A entidade, no entanto, trabalha com os órgãos es- pecializados do país pois sa- be que as condições, em al- gumas cidades, serão bem semelhantes ao que se vê agora. Sobretudo pelos ho- rários dos jogos: os da Copa do Mundo de Clubes foram marcados privilegiando o fuso da Europa, fazendo com que boa parte deles co- incidisse com a janela em que se concentram as tem- pestades, do meio-dia às 18h (hora local). Em 2026, deve acontecer o mesmo. Das cidades afetadas até agora, apenas Nova Jersey receberá partidas da Copa do Mundo. Serão oito de um total de 78, incluindo a deci- são, marcada para 19 de ju- lho. No dia em que Palmei- ras e Al Ahly jogavam lá, um jovem de 15 anos foi atingi- do por um raio no Central Park, na vizinha Nova York, durante um piquenique. FLÓRIDA: CAPITAL DOS RAIOS Mas há outros estádios loca- lizados em regiões histori- camente assoladas por tem- pestades elétricas, que, se- gundo dados de órgãos ofici- ais, vêm aumentando em frequência por causa do aquecimento global. A cada grau a mais na temperatura do planeta, há previsão de 12% de aumento na inci- dência de raios. A Flórida, por exemplo, é conhecida como a “capital dos raios” dos EUA, com mais de dois mil feridos nos últimos 50 anos e a maior média de vítimas fatais. No estado fica o Hard Rock Sta- dium, em Miami, que vai se- diar sete jogos do Mundial. Cidades do Sudeste e Meio-Oeste do país tam- bém estão entre as localida- des com maior incidência de tempestades elétricas, como Atlanta, Houston, Dallas e Kansas City. As três primeiras, porém, têm está- dios com cobertura. — O que vocês estão ven- do agora é bem típico. Nada disso é incomum — disse Ben Schott, chefe de opera- ções do Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA (NWS), em entrevista ao si- te The Athletic: — No ano que vem, pode ser que pas- semos pela mesma coisa. Paralisações por alertas climáticos devem se repetir na Copa do Mundo Fifa manterá em 2026 protocolo que interrompeu seis partidas do Mundial de Clubes nos EUA até o momento. Entidade não prevê remarcação de jogos ANGELA WEISS/AFP/28-6-2025 Aviso.O jogo entre Benfica e Chelsea, em Charlotte, foi interrompido por alerta de raios, no sábado TATIANA FURTADO tatiana.furtado@oglobo.com.br - A zebra que anda passeando por Wimble- don não conseguiu pegar Novak Djokovic. Apesar do susto no segundo set, o sérvio bateu o francês Alexandre Müller ontem por 3 a 1, parciais de 6/1, 6/7 (7), 6/2 e 6/2. Agora, enfrenta o britânico Daniel Evans amanhã. Número 1 do mundo, Jannik Sinner também fez sua parte no duelo italiano com Luca Nardi: 3 a 0 (6/4, 6/3 e 6/0) e vai encarar o australiano Aleksan- dar Vukic. Outros nomes de peso, porém, já deram adeus ao Grand Slam, como o ale- mão Alexander Zverev, batido pelo francês Arthur Rinderknech por 3 a 2, e o italiano Lorenzo Musetti, superado pelo georgiano Nikoloz Basilashvili por 3 a 1. Entre as mulheres, a maior surpresa foi a queda da americana Coco Gauff, campeã de Roland Garros, diante da ucraniana Dayana Yas- tremska por 2 a 0: 7/6 (3) e 6/1. Hoje, João Fonseca enfrenta o americano Jenson Brooksby, às 7h, e Bia Haddad Maia pega a húngara Dalma Galfi não antes das 8h40. Djokovic segue vivo na briga pelo octa FOTO: GLYN KIRK/AFP Product: OGloboEsportes PubDate: 02-07-2025 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_E User: rai.silva@infoglobo.com.br Time: 07-01-2025 22:07 Color: ines249 6 | Esportes Quarta-feira 2 .7 .2025 | OGLOBO Ademissão repentina de Renato Paiva, quatro meses após a sua contrata- ção, jogou luz mais uma vez a uma das grandes dificulda- des que John Textor tem en- frentado no Botafogo: a de encontrar um nome que se- ja capaz de colocar em práti- ca o tão desejado “Botafogo Way” e tenha longevidade no comando técnico da equipe. De 2022, quando o empresário americano as- sumiu a SAF alvinegra, são seis treinadores até o mo- mento, sendo que apenas dois tiveram sucesso em de- senvolver o estilo desejado pela diretoria — Luís Castro e Artur Jorge deixaram o projeto por terem recebido propostas mais vantajosas financeiramente —, e so- mente um deles ficou mais de um ano no cargo — Cas- tro deixou a equipe na lide- rança do Brasileirão de 2023 após um ano e 97 dias. QUASE DOIS MESES Da demissão de Artur Jorge — o treinador mais vitorioso da era SAF, com os títulos da Li- bertadores e do Brasileiro, em meio a um estilo de jogo visto- so, com o melhor ataque e a melhor defesa do país em 2024 — até a contratação de Renato Paiva foram 55 dias. A justificativa dada por Textor nos bastidores para o longo pe- ríodo era de que ele queria en- contrar um nome em que con- fiasse. Acontece que Paiva du- rou apenas 123 dias — os qua- tro meses colocam o portu- guês como o terceiro mais lon- gevo da era SAF —, prova de que a escolha foi equivocada. Nem mesmo a vitória históri- ca sobre o PSG e as classifica- ções às oitavas da Libertadores e da Copa do Brasil foram ca- pazes de dar convicção ao em- presário americano, que nova- mente está à frente na busca por um novo comandante. Ainda que o Botafogo te- nha um estruturado e com- provadamente competente departamento de scout para dar as informações a John Textor, fato é que o processo de condução para a escolha dos treinadores alvinegros por parte do dono da SAF já se mostrou falho, apesar dos acertos em Luís Castro e Ar- tur Jorge, duas apostas do empresário americano. Além de Renato Paiva, o Bo- tafogo teve ainda Bruno Lage (88 dias), Tiago Nunes (98 di- as) e Lúcio Flávio (42 dias) efe- tivados à frente da equipe. To- dos os quatro foram demitidos por John Textor. No geral, a média desde o início da SAF é de um treinador a cada 181 di- as, ou seja, seis meses — passa- ram ainda Cláudio Caçapa du- as vezes, Fábio Matias e Carlos Leiria como interinos. MENSAGEM DE MANCINI Com reapresentação mar- cada para a próxima segun- da-feira, o Botafogo segue no mercado à procura de um treinador. Especulado no início do ano antes da che- gada de Renato Paiva, o itali- ano Roberto Mancini, que chegou até a se reunir com John Textor, agitou a torcida alvinegra ao postar uma mensagem enigmática em seu perfil na rede social. “Vamos, Botafogo. Você é forte. Boa sorte no campeo- nato”, dizia o texto. No retorno do Brasileiro, dias 12 e 13, o Botafogo terá o clássico contra o Vasco, em Brasília, mas a CBF ain- da não confirmou a data. As dificuldades de John Textor para contratar um treinador Alvinegro tem média deum técnico a cada seis meses na era SAF; clube segue no mercado atrás de novo nome FRANCK FIFE/AFP/28.06.2025 E agora, Textor? Dono da SAF do Botafogo, empresário americano está à frente na busca de um novo treinador, que chegará para substituir Renato Paiva JOÃO PEDRO FRAGOSO joao.fragoso@oglobo.com.br - BOTAFOGO Além de ter sido elimina- do da Copa do Mundo de Clubes, o Flamengo perdeu seu capitão. A segunda pas- sagem do volante Gerson pelo clube chegou ao fim com a confirmação de que o Zenit, da Rússia, efetuou o pagamento da multa resci- sória de 25 milhões de euros (R$ 161 milhões). Embora tenha recebido um valor al- to por um atleta de 28 anos, o rubro-negro terá agora o desafio de seguir em frente sem um jogador que era lí- der e referência técnica. A despedida (não anunci- ada) de Gerson aconteceu no domingo, na derrota para o Bayern de Munique, da Alemanha, com uma boa atuação que resume seu atu- al momento. Além do gola- ço marcado contra Neuer, o volante demonstrou ímpeto físico que poucos do elenco conseguem igualar. Gerson evoluiu bastante em sua segunda experiência vestindo a camisa rubro-ne- gra. Entre 2019 e 2021, ano em que foi contratado pelo Olympique de Marseille, da França, ele já se destacava pe- la técnica e capacidade atléti- ca. Porém, desde que voltou da Europa, no início de 2023, cresceu mais fisicamente, mostrou mais versatilidade e melhorou sua leitura tática. Tanto que não se limitava apenas ao posto de segundo volante: atuava também de ponta-direita. Esta variação do camisa 8 virou marca re- gistrada sob o comando de Tite e se intensificou com Filipe Luís. O Coringa ainda tem deficiências na hora de aproveitar boas chances de finalização, mas sua capaci- dade de combate aliada à de construção de jogadas em curto espaço faz sua perda ser de difícil reposição. Os números também aju- dam a compreender sua im- portância para o time. Nesta passagem, foram 12 gols e 24 assistências em 144 jo- gos, superiores às sete bolas na rede e 11 passes para gol nas primeiras 109 partidas. A principal valorização veio da própria diretoria ru- bro-negra, que, em abril, elevou seu salário e renovou contrato até 2030. Ao mes- mo tempo, diminuiu o valor da multa rescisória. Ainda assim, Gerson deixa o Fla- mengo como a quarta maior venda da história do clube — a quinta foi sua saída para o Olympique, por 20,5 mi- lhões de euros (R$ 126 mi- lhões na cotação da época). Mesmo com dinheiro em caixa, a reposição não será fácil. Mas é necessária. Es- pecialmente para cobrir a função de volante de Ger- son. O setor deve ficar ao menos dois meses desfalca- do também de Erick Pulgar. O chileno fraturou o quinto metatarso do pé direito na partida contra o Bayern. QUEM PERMANECE Não há, porém, movimenta- ção para contratações. A úni- ca até agora foi a de Jorginho, que não chegou para cobrir saídas. Assim, a volta de De la Cruz à sua melhor forma será determinante para a equipe se sustentar no meio. Já as pontas seguem como a gran- de carência do elenco, com Michael e Everton Ceboli- nha destoando tecnicamen- te. Ambos, porém, atuam pe- la esquerda. Já Luiz Araújo e Gonzalo Plata darão conta do recado pelo lado direito, on- de Gerson se postava. São, entretanto, jogadores de ve- locidade e com comporta- mentos totalmente diferen- tes dos do Coringa. Como será a vida sem Gerson, comprado pelo Zenit Capitão da equipe, volante evoluiu bastante em sua segunda passagem pelo rubro-negro e deixará lacuna em duas posições MICHAEL REAVES/GETTY IMAGES VIA AFP/29.06.2025 Adeus, Coringa. A despedida de Gerson aconteceu na derrota para o Bayern DAVI FERREIRA davi.ferreira@oglobo.com.br - FLAMENGO OVasco está com negocia- ções avançadas para contratar o volante Thiago Mendes, que saiu recente- mente do Al-Rayyan, do Ca- tar. O cruz-maltino se apro- ximou dos valores salariais pedidos pelo atleta, que também cedeu, e agora as partes conversam sobre a duração do contrato. As in- formações são do ge. O Vasco ofereceu um con- trato até o fim de 2026 com Thiago Mendes, que deseja um vínculo com validade até dezembro de 2027. Aos 33 anos, o jogador não reno- vou com o Al-Rayyan por- que não chegou num acordo financeiro. Caso seja confirmado co- mo novo reforço do Vasco, Thiago Mendes seria a pri- meira contratação do novo diretor de futebol Admar Lopes. A dupla se conhece dos tempos de Lille, da Fran- ça. O dirigente português era o coordenador de scout na época em que o volante foi contratado pelo clube, em 2017. Ao todo, foram du- as temporadas, com 72 par- tidas, quatro gols e nove as- sistências. Antes disso, Thiago Men- des atuou no São Paulo, entre 2015 e 2017, com 147 jogos e 12 bolas na rede. O tricolor paulista, aliás, tentou a con- tratação do volante no início desta temporada, mas as ne- gociação não avançaram. PHILIPPE COUTINHO Fora do Brasil há oito anos, Thiago Mendes atuou tam- bém no Lyon, da França, por quatro temporadas, com 143 partidas, dois gols e 12 assistências, e permaneceu no Al-Rayyan por dois anos, com 31 jogos, um gol e uma assistência. Se Thiago Mendes ainda não está certo, quem tem treinado com o grupo cruz- maltino é o meia Philippe Coutinho. O contrato de em- préstimo do Vasco com West Ham terminou na última se- gunda-feira, mas o atleta foi liberado pelo clube inglês pa- ra seguir no dia a dia do cruz- maltino enquanto as negoci- ações sobre permanência ou não em São Januário ainda são discutidas. A ideia é que Philippe Cou- tinho rescinda o contrato com o West Ham, que vai até o final de 2026. Caso as par- tes não cheguem num acordo para a antecipação do térmi- no do vínculo, há a possibili- dade do Vasco negociar com os ingleses mais um em- préstimo do atleta por, pelo menos, até dezembro. Pelo cenário atual, está claro que os ingleses não têm interesse no retorno de Philippe Coutinho ao West Ham, assim como o atleta deseja permanecer no Vasco, clube que o revelou. Cruz-maltino avança para fechar com Thiago Mendes Volante de 33 anos acerta valores, mas ainda negocia tempo de contrato AL-RAYYAN /DIVULGAÇÃO Por detalhes. Thiago Mendes estava no Al-Rayyan VASCO Product: OGloboEsportes PubDate: 02-07-2025 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_F User: rai.silva@infoglobo.com.br Time: 07-01-2025 22:32 Color: ines249 Brilho próprio. Parte do elenco que superou os testes e entrou no espetáculo: seleção aberta a qualquer interessado teve 900 candidatos Na tarde de 20 de janei- ro, LorenaFraga, de27 anos, adentrou a sala de ensaios do Teatro Riachu- elo, no Rio, com altivez e aparente segurança.Oob- jetivo era tentar uma vaga no elenco da nova monta- gem brasileira do musical “Hair”, sob direção de Charles Möeller e Clau- dio Botelho. À sua frente estava a ban- ca examinadora, formada por alguns dos produtores de teatro mais conhecidos do país, como a diretora de elenco Marcela Altberg, o diretor musical Marcelo Castro e Aniela Jordan, di- retora artística daAventura (companhia produtora do espetáculo e que tem como umdos sócios o empresário LuizCalainho). —Podedeixarqueeumes- macontooscompassospara aentradadamúsica...—dis- se a jovem ao pianista Ale- xandreQueiroz, dispensan- doa ajudadomúsico. Respirou fundo e soltou a voz,cantandoosversos“My nameisReginaGeorge/and I amamassivedeal...” Eram as primeiras pala- vras da canção “Meet the Plastics”,domusical “Garo- tasmalvadas”, que apresen- ta a vilãReginaGeorge, o ti- po de personagem que “chega chegando”.Umaati- tude que parecia refletir a postura da própria Lorena naquele teste, o primeiro de uma série de eliminató- rias acompanhadas pelo GLOBO entre janeiro e fe- vereiro deste ano. A estratégia deu certo. A mezzo-soprano foi aprova- da em todas as fases e está entre os dez atores que en- traram no elenco de 30 ar- tistas da novamontagemdo espetáculo, que estreia nes- ta sexta-feira no Teatro Ria- chuelo, Centro do Rio, e em outubro no BTG Pactual Hall, em Santo Amaro, Zo- naSul deSãoPaulo. BASTIDORES Se a cena descrita acima lembra clássicos do cine- ma (e da Broadway) que retratamtentavam um sistema político comnotável vocação para tirar vantagem de tudo, as do esporte e do futebol são universais. Valem paraocampeãoeparao lanterninha.Valem paraoscraqueseparaos“pernasdepau”.Es- saéagrande liçãodoesporteemnossa soci- edade elitista e aristocrática, marcada pela possibilidadede jogarnosdois times... A aceitação de leis fixas torna o futebol ummilagre para os tidos como “pobres” e para quem tem sofrido a permanente deso- nestidade dos governos. Vencer ou ganhar seguindo regras revela talento e trabalho, coisas raras na vida po- lítica. No futebol, não há comoanular ou anis- tiar jogadores ou times desonestos e derrota- dos. Eis um contraste que, por si só, explica a paixãopelo futebol. É essa substância de- mocrática que atrai na esfera esportiva. Foi essa experiência com a liberdade e a igualdade que pro- moveu a forte reação de intelectuais que não suportavam mulheres torcendo li- vremente, ao lado da igualdade que asso- ciou brancos riquinhos a seus ex-escra- vos nos verdes campos da justiça social embutida no futebol! Nãotenhoespaçopara seguir,massalien- to que o futebol é hoje um tema acadêmico legítimo. Numa época em que ele, como o carnaval,eraconsideradoo“ópiodopovo”e assunto para reacionários, como Nélson Rodrigues, promovi o seuestudonoMuseu Nacional. Ali, orientei Simoni Guedes e ti- ve a satisfação de ler os ensaios sobre fute- boldeJoséSérgioLeiteLopes,bemcomodo saudosoAfrânioGarcia,organizadordeum pioneiro encontroparadiscuti-lo emParis. Recusandoo reducionismo, examinei co- mo oBrasil jogava futebol e como o futebol jogava oBrasil. EsseBrasil que, pelomenos no futebol, era obrigado a seguir as suas re- gras, sobpenadeassassinar o jogo. Aprofundei tal postura no livro “A bola corre mais que os homens”, publicado em 2006. Ensaio hoje vencido pela gloriosa fú- ria analíticadeAntonioRisério emseu“Pe- lé: o negão planetário”. Um estudo impor- tante porque, comooensaio deLeite Lopes sobreGarrincha, concentra-se nos craques e introduz um campo burocratizado, o ca- risma.Aquele talentode“comerabola”que os abençoados possuem. Donos desse dom —como, no Brasil, AdemirMenezes, Didi, Zico,Orlando,NíltonSantos,Garrinchaou Pelé—que representam o sumo do futebol emsuavariantebrasileira. Futebol e igualdade blogs.oglobo.globo.com/opiniao editoria.artigos@oglobo.com.br ROBERTO DAMATTA Em campo, as leis valem para o campeão e para o lanterninha. Valem para os craques e para os ‘pernas de pau’ Product: OGlobo PubDate: 02-07-2025 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_C User: rai.silva@infoglobo.com.br Time: 07-01-2025 21:56 Color: ines249 GUINADA À ESQUERDA EDITORIA DE ARTE PT divulga vídeo Lula defende isenção do IR Haddad endossa discurso Esquerda mira Congresso Hugo Motta reage Ciro Nogueira critica"Bilionários, bancos e plataformas de apostas pagam nada ou quase nada de Imposto de Renda. Vão passar a pagar mais, porque imposto é necessário, mas justiça também é. Taxação BBB: Bilionários, Bancos e Bets. Novo IR é justiça histórica. Justiça de verdade" "Meu lado é o povo trabalhador desse país.(...) É por isso que eles não gostam. Porque nós mandamos um projeto de lei para o Congresso Nacional isentando todas as pessoas que ganham até R$ 5 mil de pagar Imposto de Renda" "Em geral, quem paga a conta do ajuste fiscal é o salário mínimo, o aposentado...Quando você fala: vamos corrigir as contas, mas vamos chamar o dono da cobertura para pagar, aí não é possível", "Quem alimenta o 'nós contra eles' acaba governando contra todos" "Um governo fraco, sem apoio popular, que quebra as finanças públicas, é o único inimigo do povo" 26/06 27/06 30/06 01/07 "É preciso contra-ata- car nas ruas para que a elite passe a pagar as contas! O Congresso quer que corte no lombo do povo pra manter os privilégios de bilionários", Frente Povo Sem Medo, nas redes sociais 4 | Quarta-feira 2.7 .2025 | OGLOBO Política NAWEB Sob pressão crescente pela crise com o Congresso em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o governo vê o Cen- trão se distanciar e impactar tanto a governabilidade quanto as pretensões para uma aliança em torno de LuizInácioLuladaSilva(PT) para2026.Emumatentativa demudaro foco,oPaláciodo Planalto decidiu aposentar o slogan “União e Reconstru- ção”,marca da transição pós- governo de Jair Bolsonaro, e apostar em umamensagem quetratede“justiçasocial”.A troca contempla a linha do que Lula e ministros como FernandoHaddad(Fazenda) têm vocalizado nas últimas semanas e também busca já testar o discurso que será usadonabusca porumquar- tomandatodopetista. Executivo e Legislativo en- frentamumarelaçãodealtos e baixos desde o início do mandato, mas o momento atual da turbulência abriu novos flancosparaagestão, e a decisão de judicializar a derrota imposta pelo Con- gresso na votação sobre o IOF aprofundou omal-estar (leiamaisnapágina19).Den- tro desse contexto, dirigen- tes do PP aumentaram a pressão pela saída dominis- tro do Esporte, André Fufu- ca, vice-presidente da sigla e deputado licenciado. MUDANÇADETOM Diante desse clima hostil, a troca de slogan, que vinha sendo discutida interna- mente há semanas, ganhou força. O novo mote já vem sendo testado em discursos do presidente e está alinha- do com a mudança de tom na comunicação do presi- dente e seusministros. A avaliação no Planalto é queoesgotamentodanarra- tiva de conciliação exige uma respostamais enfática aos posicionamentos da oposição e às derrotas no Congresso.Oobjetivoagora éreposicionarogovernoem torno de pautas populares, com foco na melhoria da renda e na redução da desi- gualdade. A iniciativa tam- bém tem cunho eleitoral, e asnovasmensagens jáservi- rão como teste para o enre- do que será apresentado em 2026, quando o presidente Lula provavelmente con- correrá à reeleição. A ideia da gestão Lula é abandonarotompacificador do “União e Reconstrução”, adotado após os atos golpis- tas de8de janeiro de 2023, e assumir uma postura mais combativa, voltada para te- mas de forte apelo popular, como justiça fiscal, taxação de grandes fortunas e isen- çãodo ImpostodeRendapa- raaclassemédiaassalariada. Assim, a gestão petista di- recionou a mira para o au- mento da tributação dos mais ricos e no discurso de que essamudança beneficia a parcela mais pobre da po- pulação. Desde a semana passada, o presidente tem abordado esses temas com mais afinco. Em agenda no Tocantins, chegou afirmar que “não gostam dele por causadoprojeto que aumen- tao IRparaosmais ricos” Críticos no Congresso ve- em a volta do discurso do “nós contra eles” e recla- mam que o governo analisa as contas públicas apenas sob a ótica do aumento da arrecadação e não apresen- ta medidas estruturais vol- tadas ao cortedegastos. Segundo interlocutores próximos de Lula, a nova marca tem como objetivo resgatar o espírito da cam- panha de 2022 e reconectar opresidente comsuas bases sociaismais fiéis.A leitura é de que o ambiente político exigeumreposicionamento claro, frente à queda nos índicesde aprovação. De acordo com a última pesquisa Quaest, divulgada no início de junho, a desa- provação ao governo Lula alcançou57%. —Quando a gente coloca que as pessoas que ganham mais de meio milhão pa- guem um poucomais, gera uma rebelião —disse Lula ontem no evento de lança- mento do Plano Safra, em referência ao projeto do go- vernoqueisentadeImposto de Renda quem ganha até R$5mil e eleva a taxaçãoda parcelamais rica. PARTIDOSSEMEXEM Essamudançade tomnodis- curso ocorre ao passo que partidos da base vem se dis- tanciando. O PP, de André Fufuca, formou uma federa- ção com o União Brasil, le- genda que indicou três mi- nistros. A nova configuração partidária levará a uma ban- cadade112deputados,amai- or da Câmara, e 14 senado- res, amaior do Senado ao la- dodePLePSD.Amovimen- tação indica um realinha- mento pensando em 2026. Dirigentesdafederaçãoma- nifestaram que vão traba- lhar pelo apoio a um nome da centro-direita. Aliados de Lula já contam com a de- fecção e buscam lideranças desses partidos que possam dar apoios pontuais nos es-bastidores de musicais como “A chorus line” (1985), “All that jazz” (1979) ou “Fama” (1980) não é por acaso. É que a construção de um megaespetáculo musical como “Hair” sempre des- pertou a curiosidade—e a imaginação —do público fã do gênero. Onovo“Hair”,quecontaa história de jovens hippies que protestam contra a Guerra do Vietnã nos anos 1960 (e tem como um dos símbolos a canção “Let the sunshine in”,ou“Deixeosol entrar”, em tradução livre), chega com a grife da dupla que em 2025 celebra 35 anos de serviços prestados ao teatromusical brasileiro, Möeller&Botelho. SUPERPRODUÇÃO Frequentadora de coxias desde quando acompanha- va os espetáculos da irmã, a bailarinaecoreógrafaDalal Achcar, até os tempos em que foi de iluminadora à produtora executiva no Te- atroMunicipal, ao longode 20 anos, Aniela Jordan pa- reciabemàvontadeao lide- rar a banca da primeira au- dição aberta para “Hair” naquela tarde de janeiro, noRio.Équeo lancedaexe- cutivaé ficardeolhonoque acontecenopalco. —Achoumachatice fazer reunião financeira. Eu gos- to mesmo é do artístico — disse a empresária, que conduziu sete horas de tes- tes com 270 artistas, so- mentenaquele dia. A rotina da audição era simples. O candidato entra- va e entregava ao pianista a partituradamúsicaquepre- tendia cantar. Eram permi- tidos apenas 16 compassos, oquecorrespondeamaisou menos30segundosdeapre- sentação. TODOMUNDOPODE Diferentemente dos testes de elencopara amaior par- te dos espetáculos musi- cais no Brasil, que são rea- lizados com atores pré-se- lecionados pelos produto- res, a audição aberta per- mite que qualquer pessoa, literalmente, participe. Basta chegar. —A audição aberta é de- mocrática,masémuitocru- el—disse Aniela.—Aesco- lha final é sempre subjetiva, mas neste sistema conse- guimos identificar muitos novos talentos. O máximo que podia acontecer ao final de cada microapresentação era ou- vir uma de duas frases da bancaexaminadora:“muito obrigado”, que significava “vocênãopassou”; ou “você voltaamanhãparao testede dança”, que sinalizava o avançoàpróxima fase. Sim, houve choro. Tanto de felicidade quanto de frustração. EMCIMADOSALTO Quem chegou para o pri- meiro teste no salto, literal- mente, foi o atorWagnerLi- ra. Avançando na primeira fase das audições abertas em São Paulo, em janeiro, ele desembarcou de mala, cuiaescarpinsparaasegun- da fase, em fevereiro, na Ci- dade das Artes, na Zona Oeste carioca. Ossapatos faziamparteda suatentativadeincorporara personagemMargaretMe- ad, uma turista conservado- ra e caricata que se assusta comoshippiesde “Hair”. —Já entrei “Convicta”— brincouWagner, citando o título da versão de Botelho para a canção da persona- gemqueoatordefendeu so- bre os sapatos e vestido nu- ma longa túnica verde. Neste clima de reality show, Wagner foi aprova- díssimo, conquistando seu segundo papel num grande musical. O primeiro foi “A família Addams”, em 2022. De quebra, ele também ga- nhou a bênção dos pais para aprofissãoqueescolheu. — Eles nunca me apoia- ram.Sóagorarelaxaram,es- tão felizes.Mas ficarampre- ocupados de novo porque eu tivequememudarparao Rio (risos). COMQUASESEISDÉCADAS EMUITOATUAL,NAPÁG.2 ‘DEIXEOSOL (EOELENCO) ENTRAR’ OGLOBOACOMPANHOUASAUDIÇÕESQUEPROMETEM REVELAR JOVENSTALENTOSNANOVAMONTAGEMDO MUSICAL ‘HAIR’,DECHARLESMÖELLERECLAUDIOBOTELHO, QUEESTREIANORIOEDEPOISSEGUEPARASÃOPAULO FOTOSDE LEOMARTINS segundocaderno@oglobo.com.br SEGUNDOCADERNO OGLOBO | Quarta-feira 2.7 .2025 RONALDVILLARDO Especial para O GLOBO De corpo inteiro. Felipe Simas (empé), Eduardo Borelli e Estrela Blanco, que interpretam trio de protagonistas Product: OGloboSegundoCaderno PubDate: 02-07-2025 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_A User: rai.silva@infoglobo.com.br Time: 07-01-2025 18:40 Color: ines249 ARQUIVO MUSEU DE LITERATURA DA FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA CLARICE É POP ENTRE AS ESTRELAS No topo da lista de livros mais vendidos no Brasil, Clarice Lispector (1920-1977) também virou leitura de cabe- ceira de divas pop internacio- nais. Em meio à divulgação de seu novo álbum, “Virgin”, a cantora neozelandesa Lorde revelou na última sexta-feira ter se inspirado na obra da es- critora ucraniano-brasileira para compor as faixas. No mês passado, foi a vez de a estrela teen Olivia Rodrigo declarar seu fascínio por Clari- ce. Em conversa com a Vogue, a jovem americana contou que leva sempre um exemplar de “A hora da estrela” na bolsa. O livro, aliás, lhe foi recomen- dado por St. Vincent, outro nome de peso na música ame- ricana contemporânea. “Este é o livro que estou lendo agora”, disse Olivia, mostrando a capa da edição americana de “A hora da es- trela”, lançada nos Estados Unidos em 2020 no centená- rio da autora. “Minha amiga Annie (St. Vincent) comprou para mim quando estávamos fazendo shows juntas no Bra- sil. Estou marcando e ano- tando no livro inteiro. Ele tem palavras muito bonitas.” Traduzida para 32 idiomas e publicada em mais de 40 países, Clarice já tem presen- ça consolidada no mercado internacional. Mas as men- ções crescentes de celebrida- des de língua inglesa refor- çam seu novo momento de visibilidade global. Nos Esta- dos Unidos, suas obras vêm ganhando reedições capri- chadas por editoras como New Directions, com capas modernas e novos prefácios. A premiada atriz australi- ana Cate Blanchett, por exemplo, disse ter extraído lições valiosas para a sua vi- da da obra de Clarice . “Vive- mos tempos de incerteza. Eu pego coragem, de certa forma, de Clarice Lispector, uma escritora brasileira que é simplesmente genial, cu- jos trabalhos eu tenho lido recentemente, e ela diz que há certas vantagens em não saber”, explicou ela, ao ser premiada no Festival de San Sebastián, no ano passado. No Brasil, a figura de Cla- rice também influencia a cultura popular. Já inspirou clipe da cantora Luísa Sonza (“Penhasco”) e é frequente- mente citada por artistas, dos irmãos Sandy & Júnior a Caetano Veloso. Seu rosto já virou até tatuagem no braço do rapper Filipe Ret. — Clarice é pop: está nas redes e nas declarações de celebridades da música e do cinema — diz Ana Lima, ge- rente editorial da Rocco, que publica as obras de Cla- rice no Brasil. — O cresci- mento nas vendas dos livros da autora tem acontecido nos últimos anos, e coincide com os trechos viralizando no TikTok. A difusão na rede social chinesa, popular entre os mais jovens, ajudou no de- sempenho na última Bienal do Livro do Rio, em que a au- tora emplacou dois entre os dez livros mais vendidos. Forte no imaginário popu- lar, a personagem Macabea, de “A hora da estrela”, inspi- ra milhares de vídeos na pla- taforma. É fácil encontrar trechos da adaptação cine- matográfica de 1985, dirigi- da por Suzana Amaral. —Clarice sempre foi refe- rência, em músicas, álbuns, identidades — diz Lima, con- tando como a editora vai ca- pitalizar as menções das ce- lebridades. — Um elogio de Cate Blanchett será usado na capa da próxima edição de “Todos os contos”, e replica- mos os vídeos e as citações da Olivia Rodrigo e Lorde nas redes sociais da editora. No embalo da popularida- de de Clarice, a editora está para lançar uma adaptação de “A hora da estrela” em HQ, com roteiro de Leticia Wierzchowski e arte de Ali- ne Lemos. Universal.Clarice Lispector: obra traduzida para 32 idiomas e presente em mais de 40 países ESCRITORA, QUE ESTÁ NO TOPO DA LISTA DE MAIS VENDIDOS NO PAÍS, GANHA MAIS PROJEÇÃO NO MUNDO, VIRANDO INFLUÊNCIA PARA ÁLBUM DA CANTORA NEOZELANDESA LORDE E RECEBENDO ELOGIOS DE NOMES COMO OLIVIA RODRIGO E CATE BLANCHETT BOLÍVAR TORRES bolivar.torres@oglobo.com.br DIVULGAÇÃO Aprendiz.Cate Blanchett: autora deu lições para a vida OLI SCARFF/AFP Fã.Olivia Rodrigo declarou seu fascínio por Clarice DIVULGAÇÃO/THISTLE BROWN Mote. Lorde revelou sexta-feira que se inspirou na autora DIVULGAÇÃO Multiplicando. No embalo da popularidade de Clarice, a editora Rocco vai lançar uma adaptação de “A hora da estrela” em quadrinhos 2 | Segundo Caderno Quarta-feira 2 .7 .2025 | OGLOBO Outro ator egresso da audição abertaparece ter o nome sob medida pa- ra este musical. Kabelo tem 27 anos, é professor de hip-hop e começou a treinar a voz com os lou- vores da igreja evangélica que frequentou quando criança e adolescente. Atualmente, ele a exercita nos cantos para Exu que entoa nos terreiros das re- ligiões de matriz africana que frequenta. Kabelo não sofreu muito para cantar os 16 compassos de “I can’t stand still”, do musical “Footloose”, na sua primeira audição. Curiosa- mente, foi na hora da prova de dança, seu território mais confortável, que ele tremeu nas bases. — Cara, eu ia dançar para o Alonso (Marcelo Alonso, coreógrafo do musical), um cara respeitadíssimo. Fi- quei muito nervoso... Para piorar, ele ainda me puxou para a frente do grupo do teste, pediu que eu fizesse o movimento que ele queria e mandou para a turma: “É as- sim, entenderam?” Fiquei todo cagado de vergonha — disse o rapaz que agora tira onda nos ensaios: — Sou no- me de musical! No processo de ensaios que começou há dois meses no Teatro Adolpho Bloch, a turma que veio das audições abertas ganhou o respeito dos colegas da nova monta- gem, notável quando eles foram aplaudidos quando chamados para a foto que ilustra esta reportagem. Afi- nal de contas, eles deixaram para trás nada menos do que 900 candidatos, contando os que se apresentaram no Rio e em São Paulo. Entre os mais entusias- mados com os novos cole- gas está o trio de protago- nistas, Felipe Simas, Eduar- do Borelli e Estrela Blanco, que foram convidados para os testes, mas também tive- ram que cumprir a rotina de audições. — Enfrentei essa seleção com sangue nos olhos por- que eu queria muito esse pa- pel — contou Estrela, que esteve no elenco da monta- gem de “Hair”, também diri- gida pela dupla, em 2010, quando fez parte do coro. Naquele ano, o musical escrito pelos americanos James Rado (1932-2022) e Gerome Ragni (1935- 1991) contabilizava 43 anos desde a estreia, na Broadway, em 1967. Em 2025, “Hair” já beira as seis décadas, com cente- nas de montagens no mun- do todo. Luis Calainho ar- riscou uma explicação: — Com tantas guerras por aí, racismo, exclusão e into- lerância, montar “Hair” ho- je é como acender uma to- cha no meio do escuro. Charles Moeller con- cordou. — Este é um daqueles momentos em que o mun- do está precisando, e mui- to, deixar o sol entrar. (Ro- nald Villardo) ‘ENFRENTEI ESSA SELEÇÃO COM SANGUE NOS OLHOS’ CONTINUAÇÃO DA CAPA Product: OGloboSegundoCaderno PubDate: 02-07-2025 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_B User: rai.silva@infoglobo.com.br Time: 07-01-2025 18:40 Color: ines249 Retaliação Nospróximos capítulosde “GuerreirosdoSol”, Jânia (Alinne Moraes) será alvo deumatentadoem plena luzdodia. Tudoacontecerá depois quea sua lutapelo voto femininocomeçar a incomodar cada vez mais pessoas. DIVULGAÇÃO/ESTEVAMAVELLAR/TVGLOBO Por Anna Luiza SantiagoPLAY Drama DanStulbacheAlessandra Negrini vãoprotagonizar o filme “Umapraia emnossas vidas”, escrito edirigidopor GutoBotelho.Oprojeto, que já existehá alguns anos, teveo roteiro supervisionadoporCacá Diegues.A trama acompanhaumhomem que fazumaviagemem meio aumacrise emseu casamento.Aproduçãoéde RegisFaria. Novela... Oprimeiro capítulo de “Êtamundomelhor!” registrou 22 pontos anteontememSãoPaulo, a melhor estreia de uma novela das 18hdesde a edição especial de “Flor do Caribe”, em2022.NoRio, o índice foi de 28,maior média desde o início de “Éramos seis”, em2019. ...E futebol Aclassificaçãodo Fluminensepara as quartas daCopadoMundode Clubes rendeu31pontos à GloboanteontemnoRio, recordeda faixa às segundasdesdedezembro de2022. Infantojuvenil Protagonista da série “Raul Seixas: eu sou”, do Globoplay, Ravel Andrade fará o longa “Ogênio do crime”, adaptação do livro de João CarlosMarinho. A direção é Lipe Binder. As filmagens acontecemem SãoPaulo. Vespertino Apósuma participaçãoem “Maniade você”, IsioGhelman gravouopilotodo projetodenovela curta escritopor WalcyrCarrasco para aGlobo.A produçãoainda está emavaliação. Casoreal IsacqueLopes, o Plutãode “Família é tudo”, fará “Apenas3 meninas”, filmede SusannaLira.Os trabalhos já começaram. Paposobrecinema ThomásAquinodeuuma entrevista aSimone ZuccolottoparaoCine Jornal, doCanalBrasil.Na conversa, o ator falouda carreira eda valorizaçãodo Nordestenoaudiovisual. “Já tivequeneutralizarmeu sotaquenordestino, e agora isso é algomuitomais valorizadoenatural”, contouoator.Vai ao arhoje DIVULGAÇÃO/ANNALUIZAMULLER Thriller psicológico Devolta ao ar em “Êtamundo melhor!”,Bianca Binestrelará, ao ladodeEdson Fiesch, o espetáculo “Job”, versão brasileira da produçãoque faz sucessonospalcos daBroadwaydesde seu lançamentoem 2023.Adireçãoéde FernandoPhilbert. Estreia emagosto, emSãoPaulo. DIVULGAÇÃO ComGabrielMenezes (interino), Tábata Uchoa,Giulia Costa eMarina deMattos • oglobo.globo.com/play • anna.santiago@oglobo.com.br • colunaplay Paraaestreiade“Êta mundomelhor!”,novelade WalcyrCarrascoeMauro Wilson.SergioGuizévoltou muitobemcomoCandinho. AdireçãodeAmora Mautner tambémfoium pontoalto. Parao fatodeaDisney+ nãooferecer legendasem portuguêsparaanovela infantojuvenil “SouLuna”. Aprodução, faladaem espanhol, já foi exibidana TVabertanoBrasil,pelo SBT.Mereciamais cuidado. _ SEG_Play_ TER_Play_ QUA_Play_ QUI_Patrícia Kogut_ SEX_Play_ SÁB_Play_ DOM_Patrícia Kogut As torres da Catedral de Notre-Dame de Paris, devastadasporumincêndio de grandes proporções em 2019, voltarão a abrir suas portas ao público em 20 de setembro, conforme anun- ciou o Centro de Monu- mentos Nacionais (CMN) daFrança. —Oobjetivo é opróximo 20 de setembro, por ocasi- ão das Jornadas Europeias do Patrimônio—declarou a presidente da agência governamental que admi- nistra o monumento, Ma- rie Lavandier, ao jornal Ouest-France. Os trabalhos nas duas torres que enquadrama fa- chada do edifício consisti- ram principalmente em consolidações estrutu- rais, especialmente nos si- nos, danificados pelo in- cêndio, e no terraço, situa- do a 69metros de altura.O foco principal foi a estabi- lização e a fixação dos campanários e daplatafor- ma de observação, com vista para Paris e a nova torre da catedral. O novo percurso será “mais fluido, rico e seguin- do as normas de seguran- ça” e possibilitará “uma imersão de cerca de 50mi- nutos na arquitetura góti- ca”,destacouMarieLavan- dier. O novo circuito terá início na torre sul. Após subir 424 degraus, os visi- tantes verão “um panora- ma excepcional de Paris” e observarão o pináculo re- construído, também co- nhecido como “flecha”. A visita terminará na tor- re norte, restaurada em 2023 e 2024. Serão admiti- dos somente 400 mil visi- tantes anualmente, núme- romenor do que os 450mil que eram admitidos antes do incêndio. Os ingressos estarão à venda em setembro na in- ternet e custarão € 16 (R$ 103, na cotação atual), € 6 amaisqueopreçoanterior. TORRESDACATEDRALDENOTRE-DAMEVÃO REABRIRAOPÚBLICONOMÊSDESETEMBRO ESTRUTURASDOCARTÃO-POSTALPARISIENSE PASSARAMPORRESTAUROAPÓS INCÊNDIO DE 2019, E NOVOPERCURSORECEBERÁMENOSVISITANTES,AUMCUSTODE€ 16 JOELSAGET/AFP/16-6-2025 Paisagem. Notre-Dame: percurso possibilitará “imersão na arquitetura gótica” Da AFP OGLOBO | Quarta-feira 2.7 .2025 Segundo Caderno | 3 Product: OGloboSegundoCadernoPubDate: 02-07-2025Zone: NacionalEdit ion: 1 Page: PAGINA_CUser: rai.silva@infoglobo.com.brTime: 07-01-2025 18:43Color: ines249 4 | Segundo Caderno Quarta-feira 2.7 .2025 | OGLOBO Foram encontradas 21 palavras: 13 de 5 letras, 6 de 6 letras, 2 de 8 letras, além da palavra original. Com a sequência de letras IA foram encontradas 10 palavras. Instruções: Este jogo tem os seguintes objetivos: 1. Encontrar a palavra original utilizando todas as letras contidas apenas no quadro maior. 2. Com estas mesmas letras formar o maior número possível de palavras de 5 letras ou mais. 3. Achar outras palavras (de 4 letras ou mais) com o auxílio da sequência de letras do quadro menor. As letras só poderão ser usadas uma vez em cada palavra. Não valem verbos, plurais e nomes próprios. Solução:estio,ileso,ístmo,leito,lítio,meios,misto,motel,símio,sismo,sítio,somiê,tosse//elísio,estilo,limite,míssil,moisés,sétimo//elitismo,etilismo//ESTILISMO.ComasequênciadeletrasIA:iate,iatismo,liame,meia, meião,moléstia,siamês,sósia,teimosia,tília. LOGODESAFIO PORSÔNIAPERDIGÃO JOGOS QUADRINHOS NADA COM COISAALGUMA José Aguiar FORA DE FOCO Eduardo Arruda O CORPO É PORTO André Dahmer BICHINHOS DE JARDIM Clara Gomes AVIDA É UM RISCO Adão Iturrusgarai MACANUDO Liniers É CLARO! TE AVISO QUE A LUA TAMBÉM ACHA QUE EU TENHO RAZÃO. AcorridaparaoOscar2026 já começou na redaçãodaVariety.Umadas principais revistas sobre audiovisual nos EstadosUnidos, a publicaçãodivulgou ontemuma lista de apostas para as indicaçõesdoprêmiodoanoqueveme nela estáWagnerMoura comopossível candidato aoOscardemelhor ator, ao lado deGeorgeClooney.O longaqueo brasileiroprotagoniza, “Oagente secreto”, deKleberMendonçaFilho, aparecena lista de cotadosparamelhor filme internacional. “WagnerMoura, recém-premiado comomelhor ator emCannes, promete ser uma força no thriller político brasileiro ‘O agente secreto’, de Kleber Mendonça Filho”, diz o texto, depois de pontuar queClooney “vemgerando grande expectativa por sua atuação em ‘Jay Kelly’, uma dramédia hollywoodiana enxuta dirigida porNoahBaumbach”. Alémdosdois, aVariety coloca como competidoresna categoriaDwayne Johnson,mais conhecidocomoTheRock, pelo filme “Coraçãode lutador”;Michael B. Jordan, por “Pecadores”; e Jesse Plemons, por “Bugonia”. REVISTADOSEUACOGITA WAGNERMOURANOOSCAR Depois de seus integrantes se dedicarem ao serviçomilitar obrigatório na Coreia do Sul e a projetos solo, o BTS está pronto para voltar às atividades. A principal banda de k-pop domundo anunciou ontem que, em 2026, fará um turnêmundial com direito a novo álbum. Os sete integrantes da banda se reuniramnuma live que, segundo noticiou a Variety, foi assistida por 7,3 milhões de pessoas em tempo real. “Lançaremos umnovo álbum do BTS na primavera do ano que vem”, disse o grupo em comunicado. “A partir de julho, nós sete começaremos a trabalhar juntos de perto emnovas músicas. Como será um álbum em grupo, ele vai refletir os pensamentos e ideias de cada integrante. Estamos encarando esse álbum com amesma mentalidade que tínhamos quando começamos.” O BTS é formado por Jin, Suga, J-Hope, RM, Jimin, V e Jungkook. A banda existe desde 2013,mas fez uma pausa em 2022. Já foram lançados cinco álbuns em coreano. BTSRETORNAEM2026COM ÁLBUMETURNÊMUNDIAL Editor:MarceloBalbio(balbio@oglobo.com.br).Editorassistente:EduardoRodrigues(earodrigues@oglobo.com.br) .Diagramação:GustavoAmaral (gdamaral@edglobo.com.br) Telefones:Redação:2534-5703.Publicidade:2534-4310publicidade@oglobo.com.brCorrespondência:RuaMarquêsdePombal25,4ºandar.CEP20.230-240 oglobo.com.br/cultura ÁRIES (21/3 A 20/4) Elemento: Fogo.Modalidade: Impulsivo. Signo complementar: Libra. Regente:Marte. Um impulso vibrante tomará conta de você, favore- cendo ações generosas e gestos expansivos. Ao oferecer sua presença com intensidade, lembre-se de respeitar os limites do outro. Doação não exige sacrifício. TOURO (21/4 A 20/5) Elemento: Terra.Modalidade: Fixo. Signo complementar: Escorpião. Regente: Vênus. A necessidade de alternar entre esforço e descanso ficará mais evidente. Encontre um ritmo que preserve sua vitalidade sem comprometer os compromissos. A constância dependerá do respeito às pausas. GÊMEOS (21/5 A 20/6) Elemento: Ar.Modalidade:Mutável. Signo complementar: Sagitário. Regente:Mercúrio. Palavras sinceras chegarão em momentos certeiros, trazendo chaves para reflexões valiosas. Ao se permitir escutar com afeto, você acolherá respostas que ainda não sabia que buscava. O diálogo pode curar. CÂNCER (21/6 a 22/7) Elemento: Água.Modalidade: Impulsivo. Signo complementar: Capricórnio. Regente: Lua. Conversas importantes exigirão posicionamento firme e sereno. Antes de se apressar em decisões, revise sua intenção e escute o contexto. Negociar com clareza será mais eficaz do que vencer no argumento. LEÃO (23/7 a 22/8) Elemento: Fogo.Modalidade: Fixo. Signo complementar: Aquário. Regente: Sol. As exigências do dia testarão seu ritmo. Produzir com coerência exigirá ajustes práticos. Não tente provar agilida- de: respeite os próprios processos e confie na entrega constan- te. Qualidade é continuidade. VIRGEM (23/8 A 22/9) Elemento: Terra.Modalidade:Mutável. Signo complementar: Peixes. Regente:Mercúrio. O transbordamento emocional abrirá portas para a reorganização de desejos e prioridades. Deixe os sentimentos se mostrarem sem forçar respostas. O que parece caos pode ser início de nova ordem interna. LIBRA (23/9 A 22/10) Elemento: Ar.Modalidade: Impulsivo. Signo complementar: Áries. Regente: Vênus. O vínculo com pessoas queridas será seu maior trunfo neste momento. Recorra às relações que lhe acolhem e compartilhe desafios sem medo. A reciprocidade afetiva susten- tará seu equilíbrio. Confie no laço. ESCORPIÃO (23/10 A 21/11) Elemento: Água.Modalidade: Fixo. Signo complementar: Touro. Regente: Plutão. Situações delicadas exigirão postura centrada e ações conscientes. Evite reagir de forma impulsiva. A lucidez será mais útil do que o impulso. Cuide de si com a mesma atenção que oferece aos outros. SAGITÁRIO (22/11 A 21/12) Elemento: Fogo.Modalidade: Mutável. Signo complementar: Gêmeos. Regente: Júpiter. Tensões afetivas vão lhe convidar a revisar as suas reações repetitivas. Observe o que desperta incômodo e inter- rompa ciclos que desgastam. Amudança emocional começa no reconhecimento do que já não alimenta. CAPRICÓRNIO (22/12 A 20/1) Elemento: Terra. Modalidade: Impulsivo. Signo complementar: Câncer. Regente: Saturno. O pensamento poderá se dispersar com a projeção de cenários futuros. A melhor resposta agora será ancorar-se nas tarefas simples do presente. Cada gesto atento será um antídoto para o medo do incerto. AQUÁRIO (21/1 A 19/2) Elemento: Ar.Modalidade: Fixo. Signo complementar: Leão. Regente: Urano. O acúmulo de tarefas ativará inquietações, mas a pressa não resolverá. Organize demandas por prioridade e descarte o que não for urgente. O essencial precisa de espaço para se mostrar viável. Observe. PEIXES (20/2 A 20/3) Elemento: Água.Modalidade:Mutável. Signo complementar: Virgem. Regente: Netuno. A emoção virá à tona com intensidade, pedindo passagem e atenção. Escolha ambientes e pessoas onde sua expressão seja respeitada. Proteger sua privacidade é um ato de cuidado. Seja fiel ao que sente. Cláudia LisboaHORÓSCOPO O S I I L E I A S M T Product: OGloboSegundoCaderno PubDate: 02-07-2025 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_D User: rai.silva@infoglobo.com.br Time: 07-01-2025 18:42 Color: ines249 Inicialmente, a especiali- dade da diplomata france- sa Anne Louyot era o Leste da Europa (ela fala russo), mas seu primeiro posto foi em Brasília (o marido en- tende de América Latina). Todo mundo disse que era melhor ter ido para o Rio, porque Brasília era “um hor- ror”. Mas ela logo se apaixo- nou pela cidade. E pelo país. Leu Guimarães Rosa e Cla- rice Lispector (“um cho- que”), encantou-se com a força de Caetano Veloso e João Gilberto no palco, as- sistiu ao impeachment de Fernando Collor e conhe- ceu a força dos movimentos sociais brasileiros. Todo esse conhecimento acumulado veio a calhar quando foi nomeada comis- sária da Temporada França- Brasil, uma série de eventos para promover o intercâm- bio cultural entre os dois pa- íses que se estende de agosto a dezembro em 15 cidades, de Belém a Porto Alegre. As mais diversas áreas da cultu- ra serão contempladas: da música às artes visuais, da gastronomia à literatura, do cinema ao esporte. A aber- tura será no dia 18 de agosto, no Museu Nacional, em Brasília. Toda a programação foi construída ao redor de três eixos: meio ambiente, di- versidade e democracia. Eventos como a Bienal de Arte de São Paulo, o Festival do Rio e a Festa Literária das Periferias (Flup) terão forte presença francesa (e francó- fona). A Temporada Brasil- França, aliás, está em curso desde abril do outro lado do Atlântico (e continua até se- tembro) sob o comando de EmilioKalil. Em maio, a comissária An- ne Louyot recebeu o GLO- BO na sede do Institut Fran- çais (parceiro do Instituto Guimarães Rosa na emprei- tada), em Paris. Nesta en- trevista, ela apresenta os destaques do evento, fala so- bre os desafios que dois paí- ses devem enfrentar juntos, aponta lições que o Brasil pode dar à democracia fran- cesa e afirma que “nas ruas de Paris, há tanta mistura quanto nas do Rio”. Quais são os objetivos da Temporada França-Brasil 2025? Promover a cooperação cul- tural entre os dois países. Diferentemente dos ameri- canos, não pensamos diplo- macia cultural como soft power nem nos limitamos a promover nossa cultura. O pilar da nossa diplomacia cultural é a diversidade, queremos construir pontes. Defendemos a cultura viva, que não tem necessaria- mente uma nacionalidade. Todos os projetos da Tem- porada são resultado da coo- peração entre instituições francesas e brasileiras que vão continuar dialogando depois de terminados os tra- balhos. O que a França espera dessa cooperação? Infelizmente, a cooperação com o Brasil foi reduzida no governo Bolsonaro. O presi- dente Lula propôs a tempo- rada ao presidente Emma- nuel Macron para relançar nossa parceria nos âmbitos cultural, universitário, ci- entífico etc. Nosso primeiro objetivo é aprofundar e di- versificar a cooperação franco-brasileira e buscar respostas comuns aos desa- fios do nosso tempo, como a crise ecológica. Que outros desafios devem ser enfrentados em conjunto? A defesa da democracia, que está deixando de seduzir os mais jovens. Precisamos de novos modelos democráti- cos. Pensar a diversidade também é prioritário. O Brasil, a França e a África têm relações históricas muito fortes. Marcadas pela colonização, é verdade. A partir das nossas diferenças, queremos trabalhar juntos e renovar essa relação. Toda a temporada, das exposições aos concertos, vai girar em torno desses três temas: ecologia, democracia e di- versidade. Pode dar exemplos? Em São Paulo, vamos fazer uma edição do Festival Agir Pour le Vivant (Agir Pelo Que Vive) para pensar a organi- zação ecológica da socieda- de. Estamos colaborando com organizações que vão acolher artistas que traba- lham com a questão ecológi- ca, como a Labverde, no Brasil, e a Coal, na França. Também em São Paulo, va- mos montar a exposição “O poder de minhas mãos”, de- dicada a artistas africanas que trabalham com as ques- tões da memória e da vida social. A Flup vai acolher uma grande delegação de autores caribenhos. Haverá também eventos sobre Édouard Glissant, teórico da crioulização que nos aju- da a pensar a diversidade. Em que âmbito vão se dar os debates sobre democracia? Um exemplo é o Fórum França-Brasil: Juventude e Democracia, com 40 jo- vens brasileiros e 40 jovens franceses, de 18 a 35 anos, convidados a discutir o fu- turo da de- mocracia. Nossas ju- ventudes precisam dialo- gar, porque são elas que vão construir o mundo de amanhã, que vão refundar a democracia. Ideologias autoritárias têm ganhado espaço tanto no Brasil quanto na França. A crise da democracia é mundial e países com de- mocracias fortes precisam pensar juntos. Na Europa, a sociedade civil se organiza em função da força do Esta- do. No Brasil, é em função da fraqueza do Estado, para atuar onde ele é ausente. O dinamismo da sociedade civil brasileira é um mode- lo para nós. A Central Úni- ca das Favelas (Cufa) é exemplo incrível de orga- nização do empreendedo- rismo periférico, porque não existe democracia sem direitos sociais e econômi- cos. As experiências de gru- pos como os sem-terra, os sem-teto, os indígenas e os quilombolas brasileiros nos permitem pensar um novo conceito da democra- cia, diferente daquele da Revolução Francesa, que dependia da unicidade da nação e na redução das di- ferenças internas. A cultura brasileira é profundamente africana. Como vê a influência africana na cultura francesa contemporânea? É fundante. Temos uma imensa população de afri- canos e descendentes que contribuem em todos os as- pectos da cultura francesa. Um autor como Mohamed Mbougar Sarr (senegalês) ganhar o Goncourt (maior prêmio literário francês) tem um enorme significa- do. A cultura francesa é uma cultura miscigenada, o que nem todas as pessoas aceitam, infelizmente. A extrema direita não aceita essa cultura viva, enrique- cida pelas culturas da Áfri- ca e também da Ásia. Em Salvador, faremos o Festi- val Nosso Futuro, um en- contro entre o Brasil, a França e a África. Os franceses ainda têm fascínio pelo Brasil tropical? Sim. Pelo Brasil tropical, a Amazônia, o carnaval, a música. Nosso desafio é apresentar um outro Brasil, que também é fascinante. Os brasileiros também ado- ram a França, mas às vezes têm uma imagem arcaica, de uma França branca, loi- ra. Nas ruas de Paris, há tan- ta mistura quanto nas do Rio de Janeiro. Nossas socieda- des precisam se conhecer de verdade. É urgente traba- lharmos juntos, porque o momento é grave. ‘O DINAMISMO DA SOCIEDADE CIVIL BRASILEIRA É UM MODELO PARA NÓS’ DIPLOMATA FRANCESA NOMEADA COMISSÁRIA DA TEMPORADA FRANÇA-BRASIL FALA DE PROPOSTAS DO EVENTO: ‘NOSSO 1º OBJETIVO É APROFUNDAR E DIVERSIFICAR A COOPERAÇÃO E BUSCAR RESPOSTAS COMUNS AOS DESAFIOS DO NOSSO TEMPO, COMO A CRISE ECOLÓGICA’ RUAN DE SOUSA GABRIEL rsgabriel@edoglobo.com.br PARIS ENTREVISTA ANNE LOUYOT DIVULGAÇÃO/PIERRE VERGER Agenda. Foto feita por Pierre Verger no Benin estará à mostra em Salvador como parte da Temporada França-Brasil: de agosto a dezembro, série de eventos acontece em 15 cidades, de Belém a Porto Alegre DIVULGAÇÃO/MARINA PERILLAT Intercâmbio. “Nossas sociedades precisam se conhecer de verdade”, diz Anne Louyot O GLOBO | Quarta-feira 2 .7 .2025 Segundo Caderno | 5 > Festival Convergências (Brasí- lia, de 18 a 23/8). Realizado no SesiLab, no Museu Nacional e na Biblioteca Nacional, o evento reuni- rá música instrumental, exposições, arte circense e debates sobre inovação e cultura. > ‘O poder de minhas mãos’ (São Paulo, de 23/8 a 18/1/2026). No Sesc Pompeia, a exposição, que já passou por França e Angola, apre- sentará obras de artistas africa- nas, além de artistas brasileiras convidadas especialmente para esta edição. > Exposição de Dominique Gonzalez-Foerster (São Paulo, de 30/8 a 1º/2/2026). APinacoteca receberá uma uma instalação imer- siva da artista contemporânea fran- cesa, reconhecida por transitar entre o cinema, a música e as artes visuais. > ‘Horizontes fundidos: Pierre Fatumbi Verger e as pontes culturais’ (Salvador, de 29/8 a 29/9). A exposição trará ima- gens do acervo da Fundação Pierre Verger e do Instituto Fundamental da África Negra que retratam a evolução de Verger como fotógrafo e pes- quisador a partir de sua chega- da ao Nordeste brasileiro, nos anos 1940. > ‘Ecos da Amazônia: Orquestra de Jovens Franceses e Brasilei- ros’ (Belém, 3 e 4/12). O projeto visa a reunir de forma duradoura jovens músicos da Guiana Francesa e do Norte do Brasil para formar a Orquestra Amazônica dos Jovens. > ‘Descolonizando museus: modos de fazer’(Recife, de 27 a 30/10). O seminário internacio- nal reunirá representantes de instituições do Brasil, da França, do Senegal e do Benin para discu- tir a transformação das práticas museológicas. > Fórum Econômico Franco- Brasileiro de Transição Energéti- ca (Rio de Janeiro, 4/11). O evento discutirá ações para enfrentar a crise climática e contará com a presença do presidente francês Emmanuel Macron. CONFIRA ALGUNS DESTAQUES DA TEMPORADA FRANÇA-BRASIL Product: OGloboSegundoCaderno PubDate: 02-07-2025 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_E User: rai.silva@infoglobo.com.br Time: 07-01-2025 18:32 Color: ines249 6 | Segundo Caderno Quarta-feira 2.7 .2025 | OGLOBO MARTHA BATALHA AESCRITORA PROFISSIONALSENTA PARAESCREVER segundocaderno@oglobo.com.br Quarta pelamanhã. A escritora profissio- nal acorda disposta para mais um dia dedicado à literatura. Ela faz o café, põe a mesa, dá comida para o cachorro, prepara os sanduíches do almoço, acorda os filhos, diz “não esquece de levar o trompete”,“não esquece de levar a lancheira”. Ela sai de car- ro para a escola, volta, arruma a cozinha, bota a louça namáquina, toma outro café e se trancanoquarto. Tempo, silêncio, o privilégio de escrever em tempo integral. Mas antes ela tem que responder e-mails, confirmar a consulta do dentista, marcar a entrevista. Só então ela desliga a internetparaenfimcomeçara tra- balhar. O telefone toca. É o senhor vietna- mita que faz capas para sofá. A escritora profissional pondera. Estas são as horas sa- gradasde trabalho, quandoo telefoneno si- lencioso só aceita ligações de emergência. Mas eis que o vietnamita é uma emergên- cia,desdequeafamíliaadotouumcachorro compatível comuma alcateia. O bicho tem pelode lobo, tamanhode loboemaniadese roçar no sofá novo e agora protegido por lençóis. A escritora émulhermadura, quer umasaladignaenãoumarranjodecomuna hippie, e movida pelo senso de orgulho e dignidadeeladecideescreverdali apoucoe atender a ligação. É impossível entender oqueo vietnamita diz. É impossível ao vietnamita entender o que a escritora diz. Ambos trabalham em suas respectivas línguas, a escritora name- sadoquarto,ovietnamita,comseusconter- râneos no ateliê. Pelo telefone se comuni- cam no inglês rascante dos que semantêm em suas ilhas. O vietnamita (senhor Thai) está por perto e sugere visitá-la comuns te- cidos. A escritora profissional pondera. Há de se preservar o tempo de escrita com a convicção de uma antifascista,mas ela tem a razão ofuscada pela lembrança da remela de cão nas almofadas. Manda por mensa- gemoendereço. Chega o senhor Thai com amos- trasdetecido.Aes- critoraperguntase ele vai lavar o teci- do. O senhor Thai diz que não. Mas tem que lavar por- que o tecido enco- lhe, diz a escritora. O senhor Thai diz que se lavar ele te- rá que passar. A es- ELATEMQUE RESPONDER E-MAILS, CONFIRMARA CONSULTA,MARCAR AENTREVISTA.SÓ ENTÃOELADESLIGA A INTERNETPARA ENFIMCOMEÇARA TRABALHAR.O TELEFONE TOCA critora diz “então você passa, oras”. Senhor Thai: “Passe você.” A escritora está a ponto de mandar o se- nhorThai catar coquinhos,maselapensano tempoqueperderáparaencontraroutrapes- soa e consente. Ela deveria estar pelo quinto parágrafo de ficção, e no entanto está se per- guntando qual dos tecidos beges—se “Cre- meBrulê”ou“AreiadoCaribe”—temames- ma tonalidadequea remeladocachorro. Vai-se o senhor Thai. Volta a escritora pro- fissional para amesa. Ela irá enfim escrever, logo depois de perguntar aoGoogle como la- varepassarotecidoparacapasdesofá.Tocao telefone.Éa filha,dizendoqueaamiga foies- colhidaparaapeçadeteatroeelanão,masela émelhorqueaamiga.Aescritoradizquesen- te muito, falemos com calma quando você chegar.A filhadizquedescobriuumareceita de bolo ótima no YouTube, e a escritora: “O que você está fazendono iPhone?Éproibido naescola.”A filha responde: “Haha, tchau.” Volta a escritora profissional para amesa. Ela irá enfim escrever. O telefone toca. É o filho, dizendo que esqueceu o trompete e pedindo para ela levar até a escola. A escri- toraprofissional suspira, se rendee levanta. Elasesenteamadoradeofícioeprofissional do negócio da vida. Pensa que dali a uns anos vaimelhorar equeela terá saudades. _ SEG_ Joaquim Ferreira dos Santos _ TER_ Leo Aversa_ QUA_ Ana Paula Lisboa (quinzenal) _ Martha Batalha (quinzenal)_ QUI_ Cora Rónai _ Gustavo Pinheiro (quinzenal) _ Julio Maria (quinzenal)_ SEX_ Ruth de Aquino_Nelson Motta_ SÁB_ José Eduardo Agualusa EMMAWEBSTERVIANYT ARTISTADESCOBREGOLPE APÓS ‘VENDA’ PARALADYGAGA Aartista americana Emma Webster, de 36 anos, acreditou ter alcançado um novopatamarna carreira ao vender uma de suas pintu- ras para Lady Gaga. Mas a negociação, que parecia um marco profissional, acabou se revelando um golpe de falsidade ideológica. Dois anos depois, a obra reapare- ceu em um leilão emHong Kong, e o caso passou a ser investigadopeloFBI. Conhecidaporcriarpaisa- gens a partir de imagens em realidade virtual, a artista recebeu ume-mail assinado com o nome verdadeiro de Lady Gaga, Stefani Germa- notta, enviada de um ende- reço chamado ladyandko- ji@gmail.com, que fazia re- ferência a Koji, um dos bul- doguesfrancesesdapopstar. “Souumagrande fãdoseu trabalho”, dizia o e-mail en- viado a Emma, baseada em Los Angeles. “Gostaria de saber se você tem alguma pintura disponível. Estou expandindominha coleção, que é centrada em artistas mulheres poderosas como (Yayoi) Kusama, (Helen) Frankenthaler, Louise Bourgeois, Lynda Benglis e muitas outras. Seu trabalho a complementaria de forma encantadora!Muito obriga- da e ansiosa para ouvir sua resposta, Stefani.” Naépoca,em2022,Emma havia acabado de ganhar no- toriedade após três exposi- ções consecutivas que resul- taram em lista de espera pe- las suas obras. O suposto in- teressedeLadyGagapoderia alavancaraindamaissuacar- reira.“Uau!”,respondeuaar- tista. “Muito obrigada pelas palavras gentis. Adoro uma coleção centrada no empo- deramento feminino—ees- ses sãonomesdepeso!” PEDIDODEDESCONTO Ela tinha poucas obras dis- poníveis, mas ofereceu “HappyValley”,umagrande cena pastoral multicolori- da. O suposto interesse foi confirmado em nova men- sagem: Stefani afirmou que gostaria da obra e pediu um desconto, que a artista con- cedeu, solicitando em con- trapartida a confirmação de identidade. A resposta veio acompa- nhada de uma selfie emque LadyGagaapareciaemcasa, usando suéter cinza, óculos pretos e argolas. “Aqui vai um registro rápido antes de cair na estrada!”, dizia o e- mail. O pagamento de US$ 55mil foi realizado e a obra, despachada. Emma então escreveu: “Também peço, educadamente, que não re- venda a pintura por cinco anos.Esperoqueesteja tudo bem—omercadoestálouco com revenda de arte nomo- mento.” “Com certeza, NUNCA vou vender”, res- pondeuocontato. Dois anos depois, o pai de Emmasedeparoucomaobra em uma postagemno Insta- gramdacasadeleilõesChris- tie’s, emHongKong.Naépo- ca da venda, o comprovante de envio indicava armazena- mento temporário, e o ende- reço do destinatário final, identificado como “Chris Horton”, suposto “gerente doméstico” de Gaga, não constava no documento. En- tão ela entrou em contato com o empresário de Lady Gaga, Bobby Campbell, que respondeu por e-mail: “Re- ceio que você tenha sido en- ganada por alguém que fin- giu ser ela. Ela não tem esse e-mail, nem temos um ge- rente chamadoChris. Sinto muito que tenha sido vítima dessegolpe!” A artista descobriu que a obra foi consignada àChris- tie’s porMatt Chung, gale- rista de Hong Kong. Ela pe- diu que a pintura fosse reti- radadoleilão,oquefoiaten- dido,masadevolução foi re- cusada. A Christie’s infor- mou quemanterá a obra até a resoluçãodadisputa. DONONEGACOMPRADIRETA Chung afirmou que com- prou a pintura por meio de JohnWolf, consultordearte de Los Angeles, e que tam- bém foi enganado. “Não ti- nha conhecimento de ne- nhuma atividade fraudu- lenta” e “também fui vítima dessa situação lamentável”, disseeme-mail àartistaeao advogado dela, Thaddeus Stauber. Para tentar resol- ver, ele ofereceu 30%do va- lor da venda em leilão, pro- posta quea artista recusou. Procurado pela reporta- gem, JohnWolf admitiu ter vendido a pintura a Chung, masnegou ter compradodi- retamentedeWebster: —Nunca estive envolvido emumacompradiretadela. Isso é completamente ines- perado. No mês passado, Chung abriu ação civil em Hong Kong, defendendo que ti- nhaumcontratoválidocom a Christie’s e que a obra de- veria ser devolvida a ele. O advogadodeEmmaafirmou que a pintura foi denuncia- da como roubada e que o FBI investigao caso. Suspeita de fraude.A tela “Happy Valley”, negociada por US$ 55mil após e-mail enviado emnome da cantora Lady Gaga: pintora pediu que obra não fosse revendida por umperíodo de cinco anos EMMAWEBSTERNEGOCIOUTELAAPÓSE-MAILDEALGUÉMQUEDIZIASERACANTORA, MASDOIS ANOSDEPOIS VIU TRABALHOEMLEILÃONACHRISTIE’S DEHONGKONG MADDYROTMAN/THENEWYORKTIMES Alvo.EmmaWebster: surpresa apóspai alertar sobre tela à vendaem leilão ROBIN POGREBIN DoNew York Times Product: OGloboSegundoCaderno PubDate: 02-07-2025 Zone: Nacional Edition: 1 Page:PAGINA_F User: rai.silva@infoglobo.com.br Time: 07-01-2025 18:32 Color: ines249 Quarta-Feira 02.07.2025 Páginas 1 a 3 Página 3 Página 3 Página 3 Página 3 ZONA CENTRO Centro Conjugados CENTRO R$120.000 Saia d’a- luguel, Pça.Tiradentes, Jto. 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LUÍSAMARZULLO luisa.marzullo@oglobo.com.br BRASÍLIA - CRISTIANOMARIZ Pressionado, governo muda slogan em teste para 2026, sofre com críticas e vê Centrão mais longe BUSCAPORNOVOFOCO Lula3(Desde2023) “Uniãoereconstrução” JairBolsonaro (2019-22) “Pátriaamada,Brasil” MichelTemer (2016-18) “Ordemeprogresso” Dilma2(2015-2016) “Brasil,pátriaeducadora” Dilma1 (2011-2014) “Brasil,paísricoépaíssempobreza” Lula1e2(2003-2010) “Brasil,umpaísdetodos” FernandoH.Cardoso(1995-02) “TrabalhandoemtodooBrasil” ItamarFranco(1992-94) “Brasil,uniãodetodos” FernandoCollor (1990-1992) “GovernodoBrasil” ASMARCAS PartidodevedeixarosenadorFlávioBolsonarode foradacomissão PLdeve escalar RogérioMarinho CPI DO INSS PARA ACESSAR APONTE OCELULAR PARA OQRCODE TENSÃOENTREPODERES Mudança. Lula no lançamento do Plano Safra, no Planalto: nova estratégia é assumir posturamais combativa e voltar-se para temas comomelhoria de renda Uma possibilidade para o Uniãoéacandidaturadogo- vernador deGoiás, Ronaldo Caiado.Outrahipótese, que também pode incluir PP e Republicanos, é uma possí- vel aliança com o ex-presi- dente Jair Bolsonaro (PL), cujo grupo trabalha com os nomes do governador de São Paulo, Tarcísio de Frei- tas (Republicanos), ou um membro da família Bolso- naropara liderar a chapa. Nestecenário,afederação PP-União já vislumbra ocu- par a vice na chapa.No caso do Republicanos, à frente do Ministério de Portos e Aeroportos com Silvio Cos- ta Filho, os sinais de afasta- mento são semelhantes. — Sempre fomos inde- pendentes. A entrada dele (Silvio Costa Filho) foi pes- soal—disseMarcosPereira, presidenteda legenda. AGRORECLAMA Emparalelo, parlamentares dabasegovernistaeaminis- tra Gleisi Hoffmann (Rela- ções Institucionais) estão atuando para tentar disten- sionar a relação com oCon- gresso. Ontem, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse que conversou com o presi- dente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) sobre as prioridades doExe- cutivo na Casa até o fim do ano. Segundo o deputado, Motta mostrou “disposição em votar matérias de inte- ressedopaís”. Enquanto enfrenta des- gastescompartidosquetêm ministérios, oPlanalto tam- bém viu aumentar a tensão comabancadadoagronegó- cio. Parlamentares recla- maram que foram convida- dos em cima da hora para o lançamento do Plano Safra ontem, o que o o governo nega. Os congressistas do grupo, no entanto, não apa- receram no evento organi- zado para anunciar créditos parao setor agrícola. —Euquero esclarecer e re- futar categoricamente que o governo federal esteja patro- cinando o agronegócio brasi- leiro. Tudo que foi dito nesse evento de lançamento foi completamente equivocado — afirmou presidente da Frente Parlamentar daAgro- pecuária(FPA),deputadoPe- droLupion(PP-PR). (Colaboraram Sérgio Roxo e VictoriaAbel) —Vamos discutir isso (sa- ída do Progressistas do go- verno) em agosto, depois das convenções partidárias —afirmou o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), sobre o encontro em que o partido vai oficializar a aliança comoUnião. Além de Fufuca, dirigen- tes doPPparticiparam, jun- to com outras legendas do Centrão, da indicação do presidente da Caixa, Carlos Vieira. Líderes do PP dizem queoministrodoEsporte já foi avisado sobre o crescen- te descontentamento na bancada com a sua perma- nência na gestão petista. Aliados, no entanto, negam que haja qualquer tratativa sobre sua saída e dizem que ele não foi procurado ofici- almente para discutir o as- sunto. Procurado, Fufuca não semanifestou. As conversas internas no PP estão em consonância com o movimento de ou- tros partidosdoCentrão.O UniãoBrasil vemadotando postura semelhante, mas dirigentes afirmam que a tendência é que o partido, mesmo que oficialize o de- sembarque, não puna filia- dos que desejem estar com Lula, o que abre espaço pa- ra casos pontuais de per- manência. A sigla indicou três ministros: Celso Sabi- no, do Turismo; Waldez Góes, da Integração Regio- nal; e Frederico Siqueira Filho, dasComunicações. Product: OGlobo PubDate: 02-07-2025 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_D User: rai.silva@infoglobo.com.br Time: 07-01-2025 22:25 Color: ines249 OGLOBO | Quarta-feira 2.7 .2025 Política | 5 Emjunhode1955,omédico Manoel TabacowHidal (1915-1979) se reuniu com membros da comunidade judaica em São Paulo para criaraSociedadeBeneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. O encontro deu origemaumsistemadesaúde que, hoje, inclui 84 unida- des pelo Brasil, sendo 32 no sistema público de saúde we14naeducação. — Desde o início, dese- jávamos implantar um hospital com um avan- çado serviço, apoiado na segurança do paciente e do profissional. E, sobre- tudo, que oferecesse condições reais para o desenvolvimento da pesquisa científ ica em nossopaís—celebrouHidal durante a inauguração do EinsteinHospital Israelita, noMorumbi, em1971. Dessas raízes, finca- das nos preceitos judaicos de refuá (saúde), chinuch (educação), tsedaká (justiça social)emitzvá(boasações), o Einstein cresceu para virar uma referência global, sendo, hoje, reconhecido como o 22º melhor hospi- tal domundo e omelhor do HemisférioSuledaAmérica Latina, segundo ranking da revistaNewsweek. No início das operações, a localização do hospital, afastada do centro de São Paulo, atraiu profissionais jovens, com visõesmoder- nas e abertura para tecno- logiasdeponta. —A vanguarda e o olhar tecnológico sempre orien- taram as atividades do Einstein. Desde o início, estamos nas fronteiras do conhecimento e atualiza- dos com as novidades. O primeiroaparelhoderesso- nância magnética do país foi adquiridopeloEinstein. E o segundo também. Criou-se a primeira UTI privada, quando isso ainda era uma novidade mesmo nospaísesmaisdesenvolvi- dos—contaSidneyKlajner, presidentedoEinstein. Aorganizaçãotambémfoi aprimeiraa fazerumtrans- plante demedula óssea na rede privada e a concluir umacirurgia robótica, além de ter fundado a primeira aceleradora de startups em saúde do Brasil, em 2017. É a Eretz.bio, que já apoiou odesenvolvimentodemais de 150 startups. A disrup- ção foi tanta que, em 2024, o Einstein conquistou o primeiro lugar do Prêmio Valor Inovação, entre todosos setores. PIONEIRISMO RESPONSÁVEL A aposta na telemedi- cina começou em 2012, mesmo com as restrições tecnológicas e regulató- rias. Com a pandemia, as regras foram revistas e o Einstein semostrou pronto para ampliar sua atuação. Por meio do Programa de Apoio aoDesenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi- SUS), a organização estru- turou o projeto TeleAMEs, que oferece assistência médicaespecializadaparao Norte eoCentro-Oestepor telemedicina.Jáforamreali- zadosmais de 387mil aten- dimentos nessemodelo. Ao todo,são42iniciativasjunto aoProadi-SUS. — A aproximação com o SUS fez o Einstein se alinhar com as necessi- dades da saúde pública. Participamos da constru- ção desse sistema de forma ativa, reforçando nosso compromisso coma justiça social — ressalta Claudio Lottenberg, presidente do Conselho Deliberativo e ex-presidentedoEinstein. A organização opera cinco hospitais públicos em diferentes estados (SP, GO e BA), além de UBSs, UPAs, AMAs e CAPS. Em um desses hospitais, em Aparecida de Goiânia (GO),acapacidadedeaten- dimento dos leitos dobrou nos primeiros seis meses de operação, ao mesmo tempo que houve redução demortalidade. Em outro, FO TO S: EI N ST EI N /D IV UL G AÇ ÃO Einstein chega aos 70 anos com legado de transformação na saúde Comprometidocominovação,equidadeeexcelência,hospital consolidasuaatuaçãocomoreferêncianoBrasil enomundo Complexo Morumbi, com hospital e Centro de Ensino e Pesquisa: sistema de saúde completo Imagem do hospital nos primeiros anos de operação nacapitalpaulista,disponi- bilizacirurgiarobóticapara pacientesoncológicos. O impacto social posi- tivo também acontece por meio do Voluntariado Einstein, que hoje conta com 660 membros , atuando em dez unidades. Ele se destaca por inicia- tivas como o Programa EinsteinnaComunidadede Paraisópolis (PECP). — Temos mais de 430 atividadesPraia www.serg iocastro.com.br Cj250 Tels: 99601-4993/ 3205-9422 Scvl4386 LEBLON R$4.750.000 Praça Almirante Belfort Vieira A- partamento 4quartos, Andar Alto, Salão Amplo em 3am- bientes, 2Banheiros, Cozinha Espaçosa www.sergiocastro. com.br Cj250 Tels:99601- 4993/3205-9422 scvl4451 LEBLON R$5.300.000 R.Gene- ral Artigas. Vista lateral mar, excelente amplo salão 2am- bientes, 4quartos (2suítes) a- penas 1p/andar, 2vagas escri- turadas. www.sergiocastro.c om.br Cj250 Tels:99601-4993/ 3205-9422 Scvl4373 LEBLON R$6.000.000 Aparta- mento luxuoso, quadríssima, vistamar, varandão, living, 4 qtos (orig3qtos) 2suítes, bso- cial, Coz.planejada, área, de- pendências, 3vagas www.ser giocastro.com.br cj250 Tel(21) 989938603/(21)2199-3722 Scvc4137 Coberturas LEBLON R$3.800.000 Ataulfo Paiva Excelente localização! 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Em Educação, a organi- zação contabilizou mais de 61 mil alunos em 2024. O Einstein oferece oito graduações,comoenferma- gem emedicina, que rece- beramavaliação5noEnade MEC, além de centenas de cursos de pós-graduação, mestradoedoutorado. — Como uma organi- zação sem fins lucrativos, precisamos ser sustentá- veis, mas tomamos deci- sões com um olhar de longo prazo e com ousa- dia. Assumimos riscos pensando nos rumos que o mundo está tomando e emcomopodemos influen- ciá-los positivamente — diz Henrique Neves, diretor-geral doEinstein. Esse raciocínio justifica a aposta em big data analy- tics e inteligência artifi- cial feita há nove anos. Na CentraldeMonitoramento Assistencial, o Einstein acompanha as interna- ções com algoritmos que detectam alterações para intervir precoce- mente. Hoje, mais de 100 algoritmos rodam todos osdiasnohospital. A postura inovadora e o investimento em dados e digitalização da saúde colocaramoEinstein entre os melhores do mundo, tornando-se membro fundador da plataforma Mayo Clinic Platform_ Connect, que reúne hospi- tais de referência global para gerar conhecimento emsaúdepersonalizada. — Nossas conquistas materializam a visão do início do Einstein. É com base nessas origens que buscamos omelhor para a saúdedetodasaspessoas— concluiKlajner. 1955 A Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein é fundada pela co- munidade judaica, por meio de voluntários e voluntárias. O hospital é aberto oficial- mente em 1971 2001 Einstein passa a coordenar o Programa de Saúde da Família em 12 UBSs de São Paulo. Hoje, são 32 unidades públicas geridas, sendo cinco hospitais 2008 Einstein realiza a primeira cirurgia robótica e torna-se centro de formação 2015 Inauguração da Faculdade de Medicina, segunda graduação do Einstein, depois da Enfermagem (1989) 1986 Einstein adquire o primeiro aparelho de ressonância magnética da América Latina 1958 Criado o Comitê Feminino, que promove ações assistenciais e é o embrião do Voluntariado À frente do seu tempo O Einstein apresenta a moder- nização da sua marca: Eins- tein Hospital Israelita. A mudança reflete a escuta ativa da organi- zação em relação ao público, que já reconhece o “Einstein” como sinônimo de excelência, inova- ção, conhecimento e cuidado em saúde. A transição começaoficialmente hoje, 2 de julho, de forma gradual. — O objetivo é organizar e simplificar a aplicação nos di- ferentes pontos de contato com os públicos. O projeto priorizou a modernização e a clareza, além de assegurar que a marca refle- tisse o crescimento do Einstein e a sua diversificação ao longo dos anos — diz Débora Pratali, dire- tora-executiva de comunicação institucional. Evolução da marca 2025 Einstein celebra 70 anos, tendo seu hospital no Morumbi reconhecido como o 22º melhor do mundo 2022 É inaugurado o Centro de Ensino e Pesquisa Albert Einstein CONTEÚDO PATROCINADO PRODUZIDO POR APRESENTADO POR Product: OGloboPubDate: 02-07-2025Zone: NacionalEdit ion: 1 Page: PAGINA_EUser: rai.silva@infoglobo.com.brTime: 07-01-2025 20:35Color: ines249 dos 120 anos da Energisa, reuniu especialistas, repre- sentantes da academia, empresários e investidores namanhãdodia25dejunho, naCidadedasArtes.Opano- rama internacional ficou a cargodeGeorginaCampbell Flatter, professora do MIT e CEO do Greentown Labs, uma das maiores incubado- ras de startups climáticas e de energia do mundo (veja na página ao lado), enquanto osdesafiosepotencialidades doBrasilforamdebatidospor Ricardo Botelho; Joaquim Levy, diretor de Estratégia Econômica e Relações com A diversidade da matriz energética brasileira é chave para colocar o país como liderança global na transição para uma econo- mia de baixo carbono — e o aumento da participação do gás natural é estratégico nesse caminho. O assunto foi destaque no evento “Energia multipotencial para a transição energé- tica”, realizado pelo grupo Energisa dentro da progra- mação do Energy Summit. OCEOdaEnergisa,Ricardo Botelho, destacou na aber- tura a necessidade de pen- sar a transição como um processo longo e complexo, que acontecerá em ritmos diferentes e precisa con- templarrealidadesdistintas. Segundoele,nesseprocesso, é importante o conceito de adição energética, no qual as fontes renováveis se somam,enãosubstituemde imediato o petróleo e o gás natural. Botelho também destacou que, no processo de transição, é essencial o respeito às desigualdades regionais e às característi- casenergéticasdecadapaís: “Não precisamos copiar modelos. Podemos cons- truir os nossos. É um con- vite para que possamos refletir juntos e fazer boas trocas para tomadas de decisão que viabilizem na prática um futuro energé- tico mais viável”, disse. Oencontro,queteveapar- ceria do MIT Technology Review e da Editora Globo e fez parte das comemorações Debate sobre energia multipotencial é estratégico para o Brasil Conceitodeadiçãoenergética,noqualfontesrenováveissesomam—enãosubstituemde imediatoopetróleoeogásnatural—,foitemadeeventodaEnergisanoEnergySummit o Mercado do banco Safra e ex-ministro da Fazenda; e Vittorio Perona, sócio do BTG Pactual. Além de ava- liar o potencial e os desafios do gás natural, os três anali- saram as oportunidades que o Brasil pode ter para atrair datacenters e o cenário dos biocombustíveisnopaís. Opapelestratégicodogás éreforçadoquandoselevam em conta projeções de que a inteligência artificial pro- vocará um aumento de até 50% no consumo de energia na próxima década, em um momento de corrida mun- dialparaconterasemissões de carbono. O gás é menos poluente do que fontes tér- micas como diesel ou car- vão e é uma energia estável, o que aumenta a segurança do sistema. Outrofatorimportanteéo potencialdecrescimentodo consumo,queaindaémuito baixo comparado a outros países, devido à falta de políticas públicas e à locali- zaçãodasgrandesreservasa centenas de quilômetros da costa. Vittorio Perona lem- brou que existe uma grande demanda reprimida por gás na indústria e no setor de geração elétrica. Para ele, é importante fomentar o consumo, investir na cons- trução de infraestrutura e criar um círculo virtuoso que barateie os custos para o consumidor final. JoaquimLevyvênaregião Nordeste uma caracterís- tica que pode contribuir para mudar essa realidade: láoscamposdegásoffshore são mais perto da costa, e existem campos terrestres, o que facilita a distribui- ção para usinas térmicas e indústrias. Ricardo Botelho citou números para mos- trar o potencial da região. O Nordesteéosegundomaior mercado, mas a penetração de gás natural é incipiente, deapenas1,3% — contra 5% do Brasil e 22% da média mundial. A região tem como vantagens as meno- res tarifas do país, porque 70% do fornecimento vem de pequenos e médios pro- dutores, o que aumenta a competição. Botelho tam- bém destacou que no Ceará, Da esquerda para a direita, Vittorio Perona, sócio do BTG Pactuall; Ricardo Botelho, CEO da Energisa; e a jornalista Leila Sterenberg. No telão, Joaquim Levy, diretor do banco Safra FOTOS: EDUARDO UZAL “O consumo de gás natural no Brasil é muito baixo, comparado aos patamares mundiais. É marginalmente superior ao de Cuba; um sétimo da Argentina; um terço do México; um décimo da Europa; e um vigésimo dos Estados Unidos” VITTORIO PERONA, sócio BTG “Precisamoscontinuar trabalhandoaagenda dereconhecimento debiocombustíveis doBrasil.NoG20 houveessetrabalho, temosdecontinuar. Somosmuitobons ematendermercado,mastemosque aprenderacriar mercado.Entre nossosgrandes trunfos,estáa produçãodeSAF, combustívelde aviaçãocomconteúdo renovável” JOAQUIM LEVY, diretor de Estratégia Econômica e Relacionamento com o Mercado do banco Safra “Estamos diante de um momento que exige responsabilidade e visão de futuro. O caminho que vamos percorrer passa por uma energia multipotencial — uma nova forma de pensar a transição energética, que reconhece a convivência entre diferentes fontes e realidades” RICARDO BOTELHO, CEO do Grupo Energisa onde a Energisa opera, 15% do fornecimento do gás já vem do biometano, talvez o maior percentual dessa fonte no Brasil. Para destravar o mercado de gás natural, o Brasil precisa de políticas públi- cas que incentivem o con- sumo. Levy defende hori- zonte e segurança para que empresários possam inves- tir, e Perona pontua que um caminho possível é a rea- lização de leilões de trans- missão, a exemplo do que já se faz no setor elétrico. DATACENTERS Como terreno privilegiado paraenergiamultipotencial, o Brasil destaca-se também como possível destino de investimentos internacio- nais em datacenters, que demandam grande volume de energia por concen- trar computadores, pro- cessadores e todo tipo de equipamento e hardwares necessários para a utiliza- ção de dados. Para Ricardo Botelho, nesse contexto o Brasil tem grande vocação para se tornar protagonista globalnaatraçãodessesetor. Para Perona, a região Nordeste é a mais pro- missora para atrair esses investimentos. Pesa nessa avaliação, além da con- f luência do potencial de crescimento do gás com a geração eólica, a existência de um arcabouço de trans- missão muito melhor que o de outros países. Também não existe no Brasil a pressão política contrária aos datacenters que existe na Europa, devido ao altís- simo consumo de energia desse setor, o que impacta- ria no custo da eletricidade. Levy comemorou o plano do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de deso- neraressescentrosdedados, como política para atraí-los. “O investidor vai ficar mais seguro ao não ter que esperar todas as etapas da reforma tributária.” CONTEÚDO PATROCINADO PRODUZIDO POR APRESENTADO POR de energia também foram destacadas por Ricardo Botelho. Da década de 1930 quando Getúlio Vargas implementou o Código de Águas, abrindo caminho para geração hidrelétrica, à década passada, quando o país adotou os leilões de energias renováveis, que culminaram na disparada de fontes limpas. Dos anos 1950 aos 1990, ele destaca o grande programa de cons- trução de hidrelétricas, que conferiu confiabilidade ao sistema elétrico. “Nosso grupo é teste- munha do progresso que o Brasil teve, das decisões acertadas no campo da energia que o país tomou de um desafio comum: garantirenergia limpa,con- fiáveleacessívelparatodos”, disse, durante a palestra “Visão global da transi- ção energética: desafios e oportunidades”. O Greentown Labs comanda uma rede de 600 O Brasil sempre bus- cou soluções inova- doras nas grandes crises do setor de energia. O CEO da Energisa, Ricardo Botelho, lembra que foi assim na crise do petróleo, na década de 1970, quando o governo brasileiro criou o Proálcool, programa de estímulo ao etanol, fazendo com que o país seja, até hoje, grande produtor de biocombustí- veis. O programa permitiu que o Brasil deixasse de ser dependente de petróleo no momento de uma grave crise cambial. “OBrasildeuumaguinada mudando toda a indústria automobilística e criando condições para que a indús- tria de etanol pudesse se desenvolver.” Também em meio à crise do petróleo, o governo decidiu investir na explo- ração em águas profundas, desenvolvendo tecnologia de ponta mundial capaz de levar o país deficitário à autossuficiência em petró- leo. Em 2006, a descoberta do pré-sal e a decisão de encarar uma camada de 4 mil metros de sal para alcançar as reservas gigan- tescas da Bacia de Santos colocaram o país, em 20 anos, entre os oito maiores produtores do mundo. “O Brasil produzia 70 mil barris de petróleo por dia, agora produz 3,5 milhões. No minério, era o sétimo no ranking, agora é o segundo, e muito disso por tecnolo- gia. Na agricultura, tornou- -seliderançaemexportação de alimentos. Assim como se tornou liderança mun- dial em exportação de ali- mentos, um dos líderes de O evento “Energ ia multipotencial para a transição energética” teve a participação espe- cial de Georgina Campbell Flatter, professora do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e CEO do Greentown Labs, uma das maiores incubadoras de startups climáticas e de energia do mundo. Em sua apresentação, Georgina falousobreopapelda inova- ção e a importância da tec- nologia no enfrentamento da crise climática e da tran- sição energética. Georgina estima que na próxima década o mundo precisará aumentar a gera- çãodeenergiaemumpercen- tual entre 30% e 50%, e usou o ChatGPT como exemplo do desafio que a inteligência artificial representa: uma única busca que utilize a fer- ramenta consome a mesma quantidade de energia que petróleo e minério de ferro, também pode ser líder em energia”,afirmouosóciodo BTG Vittorio Perona. Já o diretor de Estratégia Econômica e Relações com o Mercado do banco Safra, Joaquim Levy, destacou a importância das políticas públicas que levaram o país àliderançadessesmercados. Lembrou que a agricultura foi beneficiada por crédito, mas também pelo apoio da inovadora Embrapa no desenvolvimento de tecno- logias que aumentaram a produtividade e melhora- ram a qualidade dos produ- tos brasileiros. Políticas públicas e deci- sões acertadas no setor umageladeiraligadadurante uma hora. Ela destacou, no entanto, que o maior desafio é garantir a 1,2 bilhão de pes- soas,hojeexcluídas,odireito ausarenergiaslimpas. “A inovação acontece quando unimos talentos, redes e propósito em torno Com matriz elétrica 90% renovável, Brasil pode assumir liderança mundial em energia Tecnologia é chaveno combateaoaquecimento global País que enfrentou a crise do petróleo na década de 1970 com Proálcool e tecnologia de exploração em águas profundas tem chance de se destacar na crise climática com fontes limpas e inovação Professora do MIT e CEO de uma das maiores incubadoras de startups climáticas e de energia do mundo, Georgina Campbell Flatter aponta inteligência artificial e inclusão como grandes desafios Georgina Campbell na apresentação “Visão global da transição energética: desafios e oportunidades” Painel com Ricardo Botelho (à esquerda), Vittorio Perona e Joaquim Levy (na tela): evento lotado para discutir os desafios da transição energética FOTOS: EDUARDO UZAL “Estamos diante deum momento de urgência,mas tambémdegrandes oportunidades.A inovaçãoacontece quandounimos talentos,redese propósitoemtornode umdesafiocomum: garantirenergia limpa,confiávele acessívelparatodos” GEORGINA CAMPBELL FLATTER, professora do MIT e CEO da Greentown Labs ao longo desses 120 anos. Houve muito mais acertos do que erros no campo da energia, temos exemplos", disse Botelho, ao come- morar o aniversário da Energisa. O racionamento de 2001 também deu lições ao Brasil, que se apres- sou em construir as ter- melétricas para dar mais segurança ao sistema. São medidas, segundo o CEO da Energisa, que levaram a uma diversidade ener- gética competitiva, e isso tem que ser olhado com bastante atenção. “Estamos num momento decisivo da transição ener- gética do Brasil. Fizemos o startups com milhares de ideias inovadoras, propor- cionando que elas ganhem escala com o compartilha- mentodeestruturasetrocas de tecnologia, mostrando o valor da colaboração para estaeaspróximasgerações. São 20 mil investidores que dever de casa. Temos uma matriz 90% renovável. Para dar alguns exemplos, nos últimos 20 anos, de 2004 a 2023, expandimos a capaci- dade instalada do Brasil em 150%, de 91 GW para 296 GW; as fontes eólica e solar eram praticamente inexis- tentes, e agora já somam 30% da capacidade insta- lada. Hidrelétricas tam- bém cresceram, 41 GW, mas reduziram participação para 49% no total”. “O mundo já passou por várias transições energéticas.Estamos falando da mais recente. Por exemplo, o uso intensivo de biomassa, lenha, carvão, petróleo, gás, energia nuclear e hidrelétricas. Precisamos considerar que o aspecto da transição vai além da simples troca de combustíveis” RICARDO BOTELHO, CEO do Grupo Energisa Levy, que foi ministro da Fazenda no governo de Dilma Rousseff, alerta para a necessidade de um trabalho diplomático para dar reconhecimento aos biocombustíveis brasilei- ros no exterior. Entre os grandes trunfos do Brasil está o SAF, combustível de aviação com conteúdo renovável, que pode ser produzido com óleos de excelente qualidade desen- volvidos aqui. buscamempresasparaonde destinar seus recursos. Em quatro anos de trabalho da rede, foram criados 14 mil empregos. Segundo Georgina, a organização que dirige acredita que soluções tec- nológicas globais funcio- nam no enfrentamento de desafios locais. E citou o fornecimento de serviços de meteorologia de última geração para vários países da África como um caso bem-sucedido. O modelo foi implementado em par- ceria com a Fundação Gates pela Tomorrow Now, organização sem fins lucrativos onde ela atuou anteriormente. Ricardo Botelho enfati- zou que a participação da Energisa ao lado do MIT no evento reafirma a voca- ção do grupo como uma energy tech que acredita na força da colaboração e do conhecimento para trans- formar o setor energético. “O Brasil, com sua diver- sidade e potencial, tem todas as condições de lide- rar esse movimento global. A Energisa quer fazer parte dessa construção”, disse o CEO da Energisa. CONTEÚDO PATROCINADO PRODUZIDO POR APRESENTADO POR 6 | Política Quarta-feira 2.7 .2025 | OGLOBO OGLOBO | Quarta-feira 2.7 .2025 Política | 7 Product: OGloboPubDate: 02-07-2025Zone: NacionalEdit ion: 1 Page: PAGINA_FUser: rai.silva@infoglobo.com.brTime: 07-01-2025 20:36Color: ines249 dos 120 anos da Energisa, reuniu especialistas, repre- sentantes da academia, empresários e investidores namanhãdodia25dejunho, naCidadedasArtes.Opano- rama internacional ficou a cargodeGeorginaCampbell Flatter, professora do MIT e CEO do Greentown Labs, uma das maiores incubado- ras de startups climáticas e de energia do mundo (veja na página ao lado), enquanto osdesafiosepotencialidades doBrasilforamdebatidospor Ricardo Botelho; Joaquim Levy, diretor de Estratégia Econômica e Relações com A diversidade da matriz energética brasileira é chave para colocar o país como liderança global na transição para uma econo- mia de baixo carbono — e o aumento da participação do gás natural é estratégico nesse caminho. O assunto foi destaque no evento “Energia multipotencial para a transição energé- tica”, realizado pelo grupo Energisa dentro da progra- mação do Energy Summit. OCEOdaEnergisa,Ricardo Botelho, destacou na aber- tura a necessidade de pen- sar a transição como um processo longo e complexo, que acontecerá em ritmos diferentes e precisa con- templarrealidadesdistintas. Segundoele,nesseprocesso, é importante o conceito de adição energética, no qual as fontes renováveis se somam,enãosubstituemde imediato o petróleo e o gás natural. Botelho também destacou que, no processo de transição, é essencial o respeito às desigualdades regionais e às característi- casenergéticasdecadapaís: “Não precisamos copiar modelos. Podemos cons- truir os nossos. É um con- vite para que possamos refletir juntos e fazer boas trocas para tomadas de decisão que viabilizem na prática um futuro energé- tico mais viável”, disse. Oencontro,queteveapar- ceria do MIT Technology Review e da Editora Globo e fez parte das comemorações Debate sobre energia multipotencial é estratégico para o Brasil Conceitodeadiçãoenergética,noqualfontesrenováveissesomam—enãosubstituemde imediatoopetróleoeogásnatural—,foitemadeeventodaEnergisanoEnergySummit o Mercado do banco Safra e ex-ministro da Fazenda; e Vittorio Perona, sócio do BTG Pactual. Além de ava- liar o potencial e os desafios do gás natural, os três anali- saram as oportunidades que o Brasil pode ter para atrair datacenters e o cenário dos biocombustíveisnopaís. Opapelestratégicodogás éreforçadoquandoselevam em conta projeções de que a inteligência artificial pro- vocará um aumento de até 50% no consumo de energia na próxima década, em um momento de corrida mun- dialparaconterasemissões de carbono. O gás é menos poluente do que fontes tér- micas como diesel ou car- vão e é uma energia estável, o que aumenta a segurança do sistema. Outrofatorimportanteéo potencialdecrescimentodo consumo,queaindaémuito baixo comparado a outros países, devido à falta de políticas públicas e à locali- zaçãodasgrandesreservasa centenas de quilômetros da costa. Vittorio Perona lem- brou que existe uma grande demanda reprimida por gás na indústria e no setor de geração elétrica. Para ele, é importante fomentar o consumo, investir na cons- trução de infraestrutura e criar um círculo virtuoso que barateie os custos para o consumidor final. JoaquimLevyvênaregião Nordeste uma caracterís- tica que pode contribuir para mudar essa realidade: láoscamposdegásoffshore são mais perto da costa, e existem campos terrestres, o que facilita a distribui- ção para usinas térmicas e indústrias. Ricardo Botelho citou números para mos- trar o potencial da região. O Nordesteéosegundomaior mercado, mas a penetração de gás natural é incipiente, deapenas1,3% — contra 5% do Brasil e 22% da média mundial. A região tem como vantagens as meno- res tarifas do país, porque 70% do fornecimento vem de pequenos e médios pro- dutores, o que aumenta a competição. Botelho tam- bém destacou que no Ceará, Da esquerda para a direita, Vittorio Perona, sócio do BTG Pactuall; Ricardo Botelho, CEO da Energisa; e a jornalista Leila Sterenberg. No telão, Joaquim Levy, diretor do banco Safra FOTOS: EDUARDO UZAL “O consumo de gás natural no Brasil é muito baixo, comparado aos patamares mundiais. É marginalmente superior ao de Cuba; um sétimo da Argentina; um terço do México; um décimo da Europa; e um vigésimo dos Estados Unidos” VITTORIO PERONA, sócio BTG “Precisamoscontinuar trabalhandoaagenda dereconhecimento debiocombustíveis doBrasil.NoG20 houveessetrabalho, temosdecontinuar. Somosmuitobons ematendermercado, mastemosque aprenderacriar mercado.Entre nossosgrandes trunfos,estáa produçãodeSAF, combustívelde aviaçãocomconteúdo renovável” JOAQUIM LEVY, diretor de Estratégia Econômica e Relacionamento com o Mercado do banco Safra “Estamos diante de um momento que exige responsabilidade e visão de futuro. O caminho que vamos percorrer passa por uma energia multipotencial — uma nova forma de pensar a transição energética, que reconhece a convivência entre diferentes fontes e realidades” RICARDO BOTELHO, CEO do Grupo Energisa onde a Energisa opera, 15% do fornecimento do gás já vem do biometano, talvez o maior percentual dessa fonte no Brasil. Para destravar o mercado de gás natural, o Brasil precisa de políticas públi- cas que incentivem o con- sumo. Levy defende hori- zonte e segurança para que empresários possam inves- tir, e Perona pontua que um caminho possível é a rea- lização de leilões de trans- missão, a exemplo do que já se faz no setor elétrico. DATACENTERS Como terreno privilegiado paraenergiamultipotencial, o Brasil destaca-se também como possível destino de investimentos internacio- nais em datacenters, que demandam grande volume de energia por concen- trar computadores, pro- cessadores e todo tipo de equipamento e hardwares necessários para a utiliza- ção de dados. Para Ricardo Botelho, nesse contexto o Brasil tem grande vocação para se tornar protagonista globalnaatraçãodessesetor. Para Perona, a região Nordeste é a mais pro- missora para atrair esses investimentos. Pesa nessa avaliação, além da con- f luência do potencial de crescimento do gás com a geração eólica, a existência de um arcabouço de trans- missão muito melhor que o de outros países. Também não existe no Brasil a pressão política contrária aos datacenters que existe na Europa, devido ao altís- simo consumo de energia desse setor, o que impacta-ria no custo da eletricidade. Levy comemorou o plano do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de deso- neraressescentrosdedados, como política para atraí-los. “O investidor vai ficar mais seguro ao não ter que esperar todas as etapas da reforma tributária.” CONTEÚDO PATROCINADO PRODUZIDO POR APRESENTADO POR de energia também foram destacadas por Ricardo Botelho. Da década de 1930 quando Getúlio Vargas implementou o Código de Águas, abrindo caminho para geração hidrelétrica, à década passada, quando o país adotou os leilões de energias renováveis, que culminaram na disparada de fontes limpas. Dos anos 1950 aos 1990, ele destaca o grande programa de cons- trução de hidrelétricas, que conferiu confiabilidade ao sistema elétrico. “Nosso grupo é teste- munha do progresso que o Brasil teve, das decisões acertadas no campo da energia que o país tomou de um desafio comum: garantirenergia limpa,con- fiáveleacessívelparatodos”, disse, durante a palestra “Visão global da transi- ção energética: desafios e oportunidades”. O Greentown Labs comanda uma rede de 600 O Brasil sempre bus- cou soluções inova- doras nas grandes crises do setor de energia. O CEO da Energisa, Ricardo Botelho, lembra que foi assim na crise do petróleo, na década de 1970, quando o governo brasileiro criou o Proálcool, programa de estímulo ao etanol, fazendo com que o país seja, até hoje, grande produtor de biocombustí- veis. O programa permitiu que o Brasil deixasse de ser dependente de petróleo no momento de uma grave crise cambial. “OBrasildeuumaguinada mudando toda a indústria automobilística e criando condições para que a indús- tria de etanol pudesse se desenvolver.” Também em meio à crise do petróleo, o governo decidiu investir na explo- ração em águas profundas, desenvolvendo tecnologia de ponta mundial capaz de levar o país deficitário à autossuficiência em petró- leo. Em 2006, a descoberta do pré-sal e a decisão de encarar uma camada de 4 mil metros de sal para alcançar as reservas gigan- tescas da Bacia de Santos colocaram o país, em 20 anos, entre os oito maiores produtores do mundo. “O Brasil produzia 70 mil barris de petróleo por dia, agora produz 3,5 milhões. No minério, era o sétimo no ranking, agora é o segundo, e muito disso por tecnolo- gia. Na agricultura, tornou- -seliderançaemexportação de alimentos. Assim como se tornou liderança mun- dial em exportação de ali- mentos, um dos líderes de O evento “Energ ia multipotencial para a transição energética” teve a participação espe- cial de Georgina Campbell Flatter, professora do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e CEO do Greentown Labs, uma das maiores incubadoras de startups climáticas e de energia do mundo. Em sua apresentação, Georgina falousobreopapelda inova- ção e a importância da tec- nologia no enfrentamento da crise climática e da tran- sição energética. Georgina estima que na próxima década o mundo precisará aumentar a gera- çãodeenergiaemumpercen- tual entre 30% e 50%, e usou o ChatGPT como exemplo do desafio que a inteligência artificial representa: uma única busca que utilize a fer- ramenta consome a mesma quantidade de energia que petróleo e minério de ferro, também pode ser líder em energia”,afirmouosóciodo BTG Vittorio Perona. Já o diretor de Estratégia Econômica e Relações com o Mercado do banco Safra, Joaquim Levy, destacou a importância das políticas públicas que levaram o país àliderançadessesmercados. Lembrou que a agricultura foi beneficiada por crédito, mas também pelo apoio da inovadora Embrapa no desenvolvimento de tecno- logias que aumentaram a produtividade e melhora- ram a qualidade dos produ- tos brasileiros. Políticas públicas e deci- sões acertadas no setor umageladeiraligadadurante uma hora. Ela destacou, no entanto, que o maior desafio é garantir a 1,2 bilhão de pes- soas,hojeexcluídas,odireito ausarenergiaslimpas. “A inovação acontece quando unimos talentos, redes e propósito em torno Com matriz elétrica 90% renovável, Brasil pode assumir liderança mundial em energia Tecnologia é chaveno combateaoaquecimento global País que enfrentou a crise do petróleo na década de 1970 com Proálcool e tecnologia de exploração em águas profundas tem chance de se destacar na crise climática com fontes limpas e inovação Professora do MIT e CEO de uma das maiores incubadoras de startups climáticas e de energia do mundo, Georgina Campbell Flatter aponta inteligência artificial e inclusão como grandes desafios Georgina Campbell na apresentação “Visão global da transição energética: desafios e oportunidades” Painel com Ricardo Botelho (à esquerda), Vittorio Perona e Joaquim Levy (na tela): evento lotado para discutir os desafios da transição energética FOTOS: EDUARDO UZAL “Estamos diante deum momento de urgência,mas tambémdegrandes oportunidades.A inovaçãoacontece quandounimos talentos,redese propósitoemtornode umdesafiocomum: garantirenergia limpa,confiávele acessívelparatodos” GEORGINA CAMPBELL FLATTER, professora do MIT e CEO da Greentown Labs ao longo desses 120 anos. Houve muito mais acertos do que erros no campo da energia, temos exemplos", disse Botelho, ao come- morar o aniversário da Energisa. O racionamento de 2001 também deu lições ao Brasil, que se apres- sou em construir as ter- melétricas para dar mais segurança ao sistema. São medidas, segundo o CEO da Energisa, que levaram a uma diversidade ener- gética competitiva, e isso tem que ser olhado com bastante atenção. “Estamos num momento decisivo da transição ener- gética do Brasil. Fizemos o startups com milhares de ideias inovadoras, propor- cionando que elas ganhem escala com o compartilha- mentodeestruturasetrocas de tecnologia, mostrando o valor da colaboração para estaeaspróximasgerações. São 20 mil investidores que dever de casa. Temos uma matriz 90% renovável. Para dar alguns exemplos, nos últimos 20 anos, de 2004 a 2023, expandimos a capaci- dade instalada do Brasil em 150%, de 91 GW para 296 GW; as fontes eólica e solar eram praticamente inexis- tentes, e agora já somam 30% da capacidade insta- lada. Hidrelétricas tam- bém cresceram, 41 GW, mas reduziram participação para 49% no total”. “O mundo já passou por várias transições energéticas. Estamos falando da mais recente. Por exemplo, o uso intensivo de biomassa, lenha, carvão, petróleo, gás, energia nuclear e hidrelétricas. Precisamos considerar que o aspecto da transição vai além da simples troca de combustíveis” RICARDO BOTELHO, CEO do Grupo Energisa Levy, que foi ministro da Fazenda no governo de Dilma Rousseff, alerta para a necessidade de um trabalho diplomático para dar reconhecimento aos biocombustíveis brasilei- ros no exterior. Entre os grandes trunfos do Brasil está o SAF, combustível de aviação com conteúdo renovável, que pode ser produzido com óleos de excelente qualidade desen- volvidos aqui. buscamempresasparaonde destinar seus recursos. Em quatro anos de trabalho da rede, foram criados 14 mil empregos. Segundo Georgina, a organização que dirige acredita que soluções tec- nológicas globais funcio- nam no enfrentamento de desafios locais. E citou o fornecimento de serviços de meteorologia de última geração para vários países da África como um caso bem-sucedido. O modelo foi implementado em par- ceria com a Fundação Gates pela Tomorrow Now, organização sem fins lucrativos onde ela atuou anteriormente. Ricardo Botelho enfati- zou que a participação da Energisa ao lado do MIT no evento reafirma a voca- ção do grupo como uma energy tech que acredita na força da colaboração e do conhecimento para trans- formar o setor energético. “O Brasil, com sua diver- sidade e potencial, tem todas as condições de lide- rar esse movimento global. A Energisa quer fazer parte dessa construção”, disse o CEO da Energisa. CONTEÚDO PATROCINADO PRODUZIDO POR APRESENTADO POR 6 | Política Quarta-feira 2.7 .2025 | OGLOBO OGLOBO | Quarta-feira 2.7 .2025 Política | 7 Product: OGloboPubDate: 02-07-2025Zone: NacionalEdit ion: 1 Page: PAGINA_FUser: rai.silva@infoglobo.com.brTime: 07-01-2025 20:36Color: