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DUPLICATA (Lei n° 5.474/1968) É um título de crédito causal, isto é, porque a existência desse título depende de uma operação de: Compra e venda; ou Prestação de serviços. Essas operações, obrigatoriamente, terão que estar amparada por uma nota fiscal, que é um documento de natureza tributária que acarreta o fato gerador do imposto incidente. Comprova, também, a operação realizada, seja de venda ou de prestação de serviços. Da emissão da Nota Fiscal surgirá a fatura ou nota fiscal fatura que é um documento de cobrança a ser apresentado ao comprador. Da emissão da fatura dará a emissão da Duplicata, que é um título de crédito (art. 887 do CC). A Duplicata é o único título que se presta a amparar esse tipo de operação. É por isso que não se deve usar o cheque pré-datado, porque não tem previsão legal. CLÁUSULAS COMERCIAIS DE TRANSPORTE FOB – Free on Board (livre a bordo – por sua conta e risco). CIF – Cost Insurance and Freight (custo, seguro e frete). Art. 8° - deixar de pagar – oposição. Ela tem que ser válida, não pode ser qualquer oposição. Ex.: quero devolver o carro porque não atingiu 500 km/h. A Duplicata pode ser: Compra e venda ou prestação de serviços. Atenção, uma Duplicata corresponde a uma fatura que pode corresponder a uma ou várias Notas Fiscais. A Duplicata é um título de crédito que admite reforma, ou seja, alteração na data do vencimento. A Duplicata é uma, ou seja, única, entretanto, admite o vencimento em parcelas separadas por letras do alfabeto. Ex.: Duplicata n° 0121/09 – valor R$ 1.000,00, com vencimentos diversos. 1ª parcela Duplicata 0121/09-A – vencimento 30/09 – R$ 250,00. 2ª parcela Duplicata 0121/09-B – vencimento 30/10 – R$ 250,00. 3ª parcela Duplicata 0121/09-C – vencimento 30/11 – R$ 250,00. 4ª parcela Duplicata 0121/09-D – vencimento 30/12 – R$ 250,00. Total - R$ 1.000,00 A Duplicata admite também rebate, que é o desconto por defeito do produto, devolução ou erro. Ex.: Duplicata 0535/09 – R$ 2.000,00. Desconto devolução Nota Fiscal NYZ – R$ 500,00. Líquido a receber = R$ 1.500,00. Pode ocorrer também na Duplicata o desconto especial. Ex.: Duplicata 2250/09 – R$ 1.500,00 – vencimento 30/10/2013. Desconto especial – se pagamento efetuado até 30/09 – desconto de 10%. Obs.: mesmo que seja pago com desconto, o valor do título é o valor total da Duplicata. A Duplicata é um título de crédito que admite oposição, nos casos previstos na lei. Se a oposição for válida e dentro do prazo legal, a Duplicata perderá a força executiva e, as partes, só poderão discutir os seus direitos pelas vias “ordinárias”. Ex.: Ação Ordinária de Cobrança. Art. 4° - refere-se aos contratos de comissão mercantil e estimatório. Art. 9° – o aceite pode ser obrigatório ou facultativo. É facultativo porque ele pode pagar antes mesmo de aceitar. A prova do pagamento é a tradição. Para o pleno entendimento dos arts. 4° e 9° da Lei n° 5.474/68, é necessário que se faça uma breve recapitulação dos contratos estimatórios e de comissão mercantil. O contrato estimatório encontra-se nos arts. 534 a 537 da Lei n° 10.406/02. Nesse contrato as partes envolvidas são: Consignantes; Consignatário. BREVE COMENTÁRIO O objetivo do contrato consiste na entrega de mercadorias pelo consignante ao consignatário, que poderá vendê-las por sua conta e risco, sendo certo que o consignatário já determina o valor a que terá direito. Se o consignatário não conseguir vender as mercadorias, poderá devolvê-las sem qualquer custo. –---X----- O contrato de comissão mercantil está previsto nos arts. 693 a 709 da Lei n° 10.406/02. As partes envolvidas são: Comitente; Comissário. Nessa modalidade de contratação, o comissário pode vender ou comprovar mercadorias para o comitente, recebendo como remuneração um percentual previamente ajustado sobre as operações realizadas. BREVE COMENTÁRIO Nessa modalidade, o contrato pode ter expressa cláusula “del credere”. Por essa cláusula, o comissário responde pela insolvência daqueles com quem contratar e, portanto, terá direito a um percentual mais elevado a título de remuenração. A outra condição que não pode ser esquecida é que é facultado ao comissário obrar (atuar) em seu próprio nome e, ainda assim, terá direito a receber a comissão previamente ajustada. Art. 4º da Lei nº 5.474/68 – obrar em seu próprio nome = ao invés de vender para terceiro, ele mesmo compra a mercadoria. Resumo do art. 5º da Lei nº 5.474/68: 1º passo: o consignante emite uma nota fiscal de consignação mercantil em nome do consignatário. 2º passo: o consignatário emite uma nota fiscal de sua empresa para ser entregue ao comprador. 3º passo: o consignatário emite uma nota fiscal (simbólica) de devolução das mercadorias como comunicação da venda realizada para ciência do consignante. 4º passo: o consignante, ao receber a nota de devolução sem as mercadorias, logicamente emitirá uma nota de venda ao consignatário, podendo então emitir a fatura e a duplicata se o pagamento das mercadorias for a prazo. 5º prazo: se o consignatário não conseguir vender as mercadorias, bastará, então, emitir uma nota fiscal (devolução real) sem ter que arcar com qualquer custo. Sendo a venda a prazo, tem que aplicar o art. 2º da Lei 5.474/68. Art. 6º da Lei nº 5.474/68 – a principal obrigação do credor é cobrar. Isto pode ser feito através de instituição financeira (boleto bancário = duplicata). O boleto pode ser usado par ao protesto do título. O protesto do título feito com base no boleto bancário chama-se protesto por indicação. Alguns doutrinadores mencionam que o boleto é um título escritural ou virtual. Em nenhuma das situações o boleto pode ser considerado como um título executivo. Título escritural/virtual não é título executivo, pois não atende às disposições do art. 887 do CC. Falta a cártula. Na execução tem que juntar boleto (garantia de cobrança) + título (cártula) + protesto. § 2º – tem que provar que cobrou. Art. 7º da Lei nº 5.474/68 – se é à vista é um título. Poderá ser exigida quando for apresentada. A maneira de se resguardar que apresentou é através do protesto (garantia de inadimplência). Obs.: À vista não é forma de pagamento, e sim forma de vencimento. § 1º – o sacado é aquele que aceita o boleto. Art. 8º da Lei nº 5.474/68 – oposição válida. Ex.: Carius comprou carro na Auto Imperial e depois quis devolver alegando que o carro não alcançou 500 km/h. Art. 9º da Lei nº 5.474/68 – o aceite (protesto) pode ser facultativo. Pode pagar sem precisar aceitar. Protesto facultativo: quando paga sem aceitar. Protesto necessário: aquele que é realizado para garantir direitos contra coobrigados, avalistas, etc. Protesto obrigatório: falência. §§ 1º e 2º – cheque – estabelecimento endossatário. Ex.: Seu João, Casa Delta, Banco do Brasil. Tem que pagar a quem tem o título de crédito. Se pagar à Casa Delta terá que pagar novamente ao Banco do Brasil, pois este é o endossatário. Quem paga mal para duas vezes. Art. 10 da Lei nº 5.474/68 – rebate. Art. 11 da Lei nº 5.474/68 – reforma = somente a duplicata admite. § 1º – tem que dar ciência ao avalista ou perderá o direito contra este. Art. 12 da Lei nº 5.474/68 – aval simultâneo e sucessivo. Debênture (Art. 52 e ss., da Lei nº 6.404/76) Debênture é um título causal, decorre de empréstimos de terceiros, pessoa física ou jurídica, para a Cia, É um título de crédito porque preenche aos requisitos contidos no art. 887 da Lei nº 10.406/02. É um título executivo porque atende as condições previstas no art. 586 do CPC, ou seja, é líquido, certo e exigível. Em vista do disposto no art. 2º da Lei nº 8.021/90, só pode ser emitido nominativo, ou seja, em nenhuma hipótese poderá ser “ao portador”. Para ser negociado na Bolsa de Valores é necessário que a Cia emissora seja de capital aberto e, para tal, terá que ter o registro na C.V.M. (Comissão de Valores Mobiliários), que é uma autarquia federal conforme previsão legal contida no art. 5º da Lei nº 6.385/76 e, como tal, a C.V.M. tem as suas demandas judiciais apreciadas e julgadas pela Justiça Federal, conforme previsão contida no art. 109 da CF, salvo quando se tratar de Ação de Falência, tendo em vista a vedação constitucional no mencionado art. 109 que exclui a competência da Justiça Federal para conhecer de Ação Falitária. Debenturista não é acionista, porém, acionista pode ser debenturista. Importante destacar que somente empresa constituída nas formas previstas na Lei nº 6.404/76 pode emitir e lançar Debênture. A Debênture é um valor mobiliário e, assim sendo, é livremente negociável, porém não admite endosso. A transferência da Debênture se opera mediante a assinatura do cedente e do cessionário no Livro de Transferência de Debênture (ver os Livros do art. 100 da Lei nº 6.404/76). Se a escritura contiver cláusula permitindo que a Debênture seja convertida em ação, para que haja a conversão é necessário que seja respeitado o direito de preferência do acionista (art. 171 da Lei nº 6.404/76) para fins de subscrição de novas ações. O lançamento de Debênture pode estar garantido por garantia real ou flutuante ou até não gozar de garantia O vencimento da Debênture é ordinário, via de regra, porém, poderá ocorrer o vencimento extraordinário no caso de inadimplemento da Cia ou até por falência. No caso da Debênture, existe a possibilidade do vencimento condicional. Essa modalidade de vencimento condicional só é possível mediante acordo prévio entre as partes, isso significa que o vencimento só ocorrerá quando houver manifestação de uma das partes. Quando a Debênture contiver cláusula de garantia real e, a Cia estiver inadimplente, o credor só poderá requerer a falência da Cia após executar as garantias. ANOTAÇÕES Art. 52 da Lei nº 6.404/76 – Cia = somente S/A. Crédito porque tem literalidade, cartularidade (escritura) e autonomia. “E se houver, do certificado” - significa que a Debênture pode ser escritural. Se é escritural não há certificado. O direito do debenturista está na escritura. A emissão de Debênture depende de uma escritura (título de propriedade). É possível ter a Debênture e não ter um certificado, desde que o nome esteja na escritura. A Cia emissora emitirá mensalmente um extrato a pedido do debenturista. Executa-se a escritura. A participação no lucro não é dividendo. O dividendo é só de acionista. A Sociedade Limitada não pode lançar Debênture. Art. 1º da Lei nº 6.404/76. É necessário esperar o vencimento da Debênture. Exceção: inadimplência e falência. Art. 53 e PU da Lei nº 6.404/76. A ação pode ser sem valor nominal. A Debênture, como título de crédito, jamais poderá ser sem valor. Tem que ser nominativa – art. 2º da Lei nº 8.021/90 (ao portador não pode). Art. 54 da Lei nº 6.404/76 – Debênture é um título internacional. –---X----- Para a emissão e lançamento de Debênture, é necessário que seja contratado um agente fiduciário, que em face das exigências para assumir o cargo, normalmente é contratada uma instituição financeira. O agente fiduciário não é o garantidor da operação, porém, responde pelos prejuízos que causar aos debenturistas, em decorrência de omissões ou negligência. A principal responsabilidade é cuidar dos interesses dos debenturistas, sendo-lhe facultado, se necessário, convocar assembleia. Se ficar constatado que a Cia está inadimplente em qualquer das cláusulas da escritura, poderá colocar em votação a antecipação do vencimento, que nada mais é do que vencimento extraordinário da obrigação. Uma vez declarado o vencimento extraordinário e executadas as garantias, poderá, então, requerer a falência da Cia. Declarada a falência, os créditos decorrentes da Debênture gozarão de privilégio até o limite da garantia e, o saldo excedente ao valor da garantia será classificado como quirografário. O resgate da Debênture é obrigatório, porque significa o pagamento do título para fins de extinção da obrigação. Uma vez que a Debênture estiver em circulação, é facultado a Cia resgatar as Debêntures de sua emissão. Se houver previsão na escritura, a Cia poderá se valer do Instituto da Amortização para o pagamento parcelado das Debêntures. Debênture não dá direito a dividendo, que é a parte do lucro que é distribuída aos acionistas, porém na escritura poderá conter cláusula atribuindo uma parcela dos lucros para ser distribuída para Debênture – art. 56 da Lei nº 6.404/76 – só cabe juros. Vencimento Ordinário – art. 55 da Lei nº 6.404/76. Vencimento Extraordinário. Vencimento Especial – o debenturista não quer receber, faz uma carta a empresa, pois quer continuar com o dinheiro lá. A empresa tem a liberdade de aceitar ou não – art. 55, § 4º da Lei nº 6.404/76. Art. 57, § 1º da Lei nº 6.404/76 – é feito uma chamada de capital e os acionistas vão subscrever, nesse caso ocorre a conversibilidade. Se não subscrevem não há que se falar em preferência. Art. 58 da Lei nº 6.404/76 – garantia. § 6º – pode ser subsidiária integral, controlada ou coligada (Cia integrante). CONHECIMENTO DE DEPÓSITO E WARRANT (Art. 15 do Decreto nº 1.102/1903) ASPECTOS CREDITÍCIOS Como já estudado no 5º período, esses títulos são emitidos pelos Armazéns Gerais, conforme disposições contidas no Decreto nº 1.102/1903. O Conhecimento de Depósito é um título de direito representativo das mercadorias depositadas. Não dá direito a valor, dá direito às mercadorias, assim como a passagem não dá direito a valor e sim ao transporte. O Armazém Geral pode se chamar também trapiche ou Armazém de Depósito (também entreposto, que já não é mais muito utilizado para não confundir com o entreposto aduaneiro – que faz o desembaraço das mercadorias). A retirada das mercadorias se opera pela tradição, ou seja, pela devolução do título. Acontece que a norma legal, Decreto nº 1.102/1903, admite o endosso geral ou especial do Conhecimento de Depósito. Nessa condição, ou seja, com o endosso, o Conhecimento de Depósito ganha as características do título de crédito, atribuindo ao endossador a responsabilidade de coobrigado perante o endossatário. O Conhecimento de Depósito admite o aval e, é um título que pode ser endossado parcialmente. Por exemplo, se um Conhecimento de Depósito consta 1.000 peças, o endossador poderá mencionar 500 peças. Nessa condição, o administrador do Armazém entregará 500 peças ao endossatário e emitirá um novo título com as 500 peças restantes. O Warrant é um título de crédito doutrinariamente tido como “propriamente dito”. É assim entendido porque já nasce com a garantia real, ou seja, as mercadorias constantes do Conhecimento de Depósito. O Warrant é uma garantia de um empréstimo e, por ser um título de crédito, tem um vencimento. Não tem o penhor das mercadorias, tem a garantia. Não pode ficar com as mercadorias se o Warrant não for pago, mas é leiloado. Assim é que se o Warrant não for pago, o seu possuidor poderá protestar o título e solicitar ao administrador de Armazém, que responde como depositário, para que providencie a venda das mercadorias em leilão por leiloeiro, com a venda efetuada ao correr do martelo. Do valor da venda será deduzida a comissão do leiloeiro, as despesas do leilão e o pagamento dos tributos incidentes. O valor final apurado será entregue ao administrador do Armazém, que por sua vez repassará ao possuidor do Warrant até o limite de seu crédito. Esse valor final será o título executivo. Se ainda assim houver saldo, este será entregue ao possuidor do Conhecimento de Depósito. Este poderá executar o endossatário pelo valor apurado no leilão, deduzindo o valor da sobra, se houver. Lembre-se que uma vez emitido os dois títulos, o administrador do Armazém só pode entregar as mercadorias mediante a devolução dos dois títulos. A execução prevista na lei (única) é a faculdade dada ao possuidor do Conhecimento de Depósito que poderá consignar (depositar) no Armazém o valor necessário ao pagamento do Warrant e, nessa condição, poderá retirar as mercadorias do depósito sem a apresentação do Warrant. OUTROS TÍTULOS Ação – não é título de crédito porque não atende ao disposto no art. 887 do CC. Não é título executivo porque não atende ao disposto no art. 586 do CPC, não se pode executá-la. Ação é um título de direito, livremente disponível e, assim sendo, como é uma parte do capital, pode ser penhorada. A ação pode ser escritural – é aquela em que não há emissão de certificado (cártula, documento). A Ação não é um título literal, não vale o que está escrito. Se está escrito numa ação que vale R$ 100,00 isso não quer dizer nada, pois ela vale o valor de mercado ou o valor de seu patrimônio. Lembre-se que a liquidação da quota ou da ação tem que ser feita em dinheiro. Bônus de subscrição – é um título de crédito que atribui ao seu possuidor uma vantagem pecuniária para a compra de novas ações, no caso de chamada para aumento de capital. Ex.; chamada de capital para a compra de novas ações no valor de R$ 100,00, com bônus de subscrição de R$ 10,00 por ação. Assim o acionista, descontado o bônus de subscrição, pagará pela nova ação o valor de R$ 90,00. já o não acionista, para a aquisição da ação, pagará o preço de R$ 100,00. Partes beneficiárias – são títulos de crédito decorrentes de empréstimo feito à Cia cuja vantagem consiste na participação dos lucros. Além de receber a correção e juros, tem direito a participar dos lucros, se der lucros recebe a participação. AÇÃO Ordinária – é aquela que dá o direito de voto e, como tal, dá a possibilidade de majoritário, ou seja, controlador. Voto – direito de rejeitar ou aceitar matéria – art. 110 da Lei nº 6.404/76. Preferencial – é aquela que dá direito de receber um percentual maior a título de dividendo, direito a reembolso e, se o Estatuto permitir, o direito a voto restrito. De fruição – é aquela que atribui, entre outros direitos, a amortização Goldenshare – ação preferencial de classe especial, é aquela que atribui ao seu possuidor, entre outros direitos, o direito de veto. Vetar é impedir que determinadas matérias previstas no Estatuto ou na lei sejam deliberadas – art. 17, § 7° da Lei n° 6.404/76. Boletim de subscrição – constitui-se em promessa de pagamento enquadrado juridicamente como título executivo extrajudicial. Ex.: João compro ações de uma empresa. Se ele não pagar, a empresa poderá cobrar. O subscritor que não cumpre com a promessa será considerado remisso, e, como tal, poderá ser excluído e ter que pagar indenização – art. 107 da Lei n° 6.404/76 e art. 1.004 do CC. A Cia que não paga a Debênture pode ter a falência requerida automaticamente? Sim. Extrajudicialmente. CHEQUE (Lei n° 7.357/1985) Definição legal: ordem de pagamento à vista – art. 32 da Lei n° 7.357/85. Como tal, é um título executivo. Vence no ato da apresentação. O que muito se discute é se o cheque é um título de crédito. Não há uma posição definitiva e, para os nossos estudos vamos adotar a posição majoritária de que o cheque é um título de crédito. (posição moderna) Ninguém é obrigado a receber cheque em face do princípio de que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer, senão em virtude de lei. Isso significa, doutrinariamente, que o cheque não tem curso forçado. O cheque, como título, vence no ato da apresentação ao Banco. O cheque tem que ser apresentado ao banco em até 30 dias contados da sua emissão, quando o cheque for da praça. Se de outra praça, o prazo é de 60 dias. Por isso, a contagem do prazo para a Ação Executiva se faz da seguinte maneira: Se da praça = 30 + 180 = 210 dias. Se de outra praça = 60 + 180 = 240 dias. Este é o prazo de prescrição do direito de executar o cheque. Mesmo após expirado o prazo para o ajuizamento da Ação Executiva, o detentor do cheque ainda pode exercer os direitos dele decorrentes em até 2 anos, através de uma Ação de Cobrança pelo Rito Ordinário, cujo pedido terá que estar fulcrado na causa da origem do cheque. Esse procedimento previsto na lei é para evitar o locupletamento (apropriação indébita de alguma coisa) do emitente. Lembre-se: ainda que as obrigações contraídas pelo cheque são autônomas e independentes – art. 13, Lei n° 7.357/85. O cheque pode ser sacado: contra o banco; contra instituição financeira (CEF); contra instituição autorizada (Cheque Postal – correio pode passar cheque nas localidades onde não possuem bancos). Emitente pode revogar o cheque, se a pessoa não apresentar ao banco em até 30 dias. Valor líquido – valor determinado. Valor certo – previsto na lei. Exigível – tem um vencimento. Art. 586 do CPC – aplicado ao cheque. O valor menos gravoso para o correntista quando o cheque possui dois valores. Para executar o cheque, tem que apresentá-lo ao banco. Não precisa nem protestar. Mas para requerer a falência, o protesto é obrigatório. Ação Executiva – não preciso provar o direito – art. 13 da Lei n° 7.357/85 – só executo. Ação de Cobrança – provar a origem do direito. Art. 1° da Lei n° 7.357/85 – o cheque é líquido, certo e exigível. O cheque pode ser visado (garantia de pagamento, garantia que o banco dá que aquele cheque tem fundos). Nessa modalidade, o emitente apresenta o cheque ao banco para que coloque o seu visto. Cheque visado é tratado na lei como visto de certificação – art. 7° da Lei n° 7.357/85. O banco, normalmente, só faz esse tipo de operação para o seu cliente. Se o banco acolher o pedido, bloqueará o valor da Conta-Corrente do emitente pelo prazo de 30 dias. Esse procedimento garante ao beneficiário do cheque a disponibilidade de fundos, suficiente para o pagamento do cheque. Após o prazo de 30 dias sem a apresentação do cheque, o visto perderá a validade e o banco desbloqueará o valor na Conta-Corrente do emitente. Art. 6° da Lei n° 7.357/85 – o cheque não admite aceite, porque no ato da emissão já há a declaração de pagamento à vista. O cheque é um título à ordem, com ou sem cláusula expressa, o que significa que o cheque pode ser endossado. Art. 8° da Lei n° 7.357/85 – “a ordem” significa o endossador. O emitente ou o endossador pode acrescentar a cláusula “não à ordem” e, nesse caso, o cheque não poderá ser transmitido por meio de endosso. Para se exercer o direito contido no cheque, é necessário que o cheque seja nominativo, por força do art. 2° da Lei n° 8.021/90. A única exceção existente é quando o valor do cheque for de até R$ 100,00. Nesse caso, o cheque pode ser pago ao portador, tendo em vista que a presunção é de que foi o próprio correntista que sacou. Art. 8°, PU, da Lei n° 7.357/85 – só pode ser ao portador se o valor for até R$ 100,00. Porém, o bancário não pode perguntar por que a pessoa porta aquele cheque, o que o banco pode exigir é que a pessoa coloque atrás do cheque o nome e o CPF. Conforme foi visto na aula anterior, as obrigações contidas no cheque são autônomas e independentes. É por isso que o banco não pode questionar a origem do cheque. O banco pode, ao pagar o cheque, exigir o nome e o CPF de quem está recebendo o valor e, ainda, a tradição do cheque, salvo no caso de pagamento parcial. Art. 12 da Lei n° 7.357/85. Ex.: está escrito em algarismos R$ 100,00 e por extenso cento e vinte reais. Prevalece sempre o de menor valor. Art. 13, PU, da Lei n° 7.357/85 – cheque assinado por um menor. Ex.: paga-se à José. Endossado à Jair e após a Maria. O banco devolve o cheque por assinatura falsa (do menor). Maria pode protestar (protesto necessário). Se ninguém pagar pode executar José, Jair ou os dois. Se José pagar morre o prejuízo, pois não pode cobrar do menor. Ex.: Casa Delta passa um cheque para José que endossa para Jair e este endossa para Maria. Casa Delta não paga, pode protestar (protesto obrigatório) com a finalidade de requerer a falência da Casa Delta. Observação: É muito melhor requerer a falência do que pedir a desconsideração da personalidade jurídica, pois quando é de a falência tem que pagar. Só tem um recurso: depositar e quando se pede a desconsideração, tem que indicar bens. CHEQUE CRUZADO Art. 44 da Lei n° 7.357/85 Em branco ou geral Em preto ou especial. O cheque cruzado só pode ser pago mediante depósito em Conta-Corrente.. Quando o cruzamento for em banco ou geral, o depósito poderá ser realizado em qualquer conta. Quando o cruzamento dor em preto ou especial, o depósito somente poderá ser feito naquela conta constante do cruzamento. CHEQUE PARA SER CREDITADO EM CONTA Art. 46 da Lei n° 7.357/85 Essa modalidade de cheque, mesmo contendo previsão legal, está totalmente fora de uso, tendo em vista que o cheque cruzado surte o mesmo efeito. CHEQUE VIAGEM OU “TRAVELER CHECK” Art. 66 da Lei n° 7.357/85 Essa modalidade de cheque já foi muito utilizada nas viagens internacionais. Atualmente, vem sendo substituído pelo cartão de crédito internacional. O cheque viagem tem características próprias, tais como: o valor já vem destacado na folha do cheque; para sua validade é necessário que haja duas assinaturas, sendo: No ato da aquisição. No ato do pagamento e, a assinatura é conferida pelo passaporte. Existe um boleto discriminando o número do cheque e valor. Esse boleto possibilita o câmbio da moeda contida no cheque para o país de origem, caso os cheques não sejam utilizados na viagem. Serve também, para fins de declaração do imposto de renda, onde poderá constar a propriedade da moeda, que será convertida no final de cada ano. O boleto possibilita também que seja acionada a seguradora em caso de perda, roubo ou furto. Direito Creditício Prof. Antônio Carlos Pimentel
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