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Assistência de enfermagem ao paciente com abdome agudo → Dor na região abdominal, não traumática, de aparecimento súbito e de intensidade variável associada ou não a outros sintomas. → Caracterizado pelo aparecimento agudo de dor abdominal que não tem etiologia traumática e que, na maioria dos casos, demanda intervenção cirúrgica para prevenir peritonite (inflamação do revestimento da cavidade abdominal), sepse e choque séptico. DIAGNÓSTICO → Anamnese - Dor abdominal: tipo (súbita, localizada, cólica, variável), intensidade, tempo de história. - Vômitos: relação do vômito com o início da dor, frequência e volume. - Função intestinal: parada de eliminação de gases e fezes. - Sintomas urinários: disúria, polaciúria, hematúria. - História ginecológica: avaliação do ciclo menstrual, uso de DIU e cirurgias prévias. - Sintomas associados: icterícia, colúria, acolia fecal, hematoquezia, hematêmese e melena. → exame físico - Geral - Abdominal: 1. Inspeção: distensão, peristaltismo visível, cicatrizes, equimose periumbilical ou no flanco 2. Ausculta: RHA 3. Percussão: dolorosa e diferenciação de distensão de gás ou líquido. 4. Palpação: Pesquisa dos sinais de Blumberg, Murphy, Lapinsky, Rowsing. → Exames laboratoriais - Leucograma, dosagem de uréia, creatinina, eletrólitos e, gasometria arterial, bilirrubina, transaminases, fosfatase alcalina, gama gt, amilase, coagulograma, contagem de plaquetas e exame de urina. → Exames de imagem - Rx abdome, US, TC, arteriografia, cintilografia, endoscopia, colonoscopia, paracentese abdominal e laparoscopia. CLASSIFICAÇÃO 1. A.A inflamatório - Um distúrbio agudo, súbito e espontâneo, cuja principal manifestação é a dor, geralmente requerendo tratamento cirúrgico, que acomete qualquer faixa etária. - É o quadro mais comum na emergência, sendo causado mais frequentemente por apendicite, colecistite, diverticulite e pancreatite, e seu diagnóstico precoce é fundamental para diminuição da morbimortalidade. Apendicite - O apêndice torna-se inflamado e edemaciado como resultado da formação de dobras ou da oclusão por um fecálito (massa de fezes enrijecidas) ou tumores - O processo inflamatório aumenta a pressão intraluminal, causando edema e obstrução do orifício. - Uma vez obstruído, o apêndice torna-se isquêmico, há crescimento bacteriano excessivo e, finalmente, ocorre gangrena ou perfuração; - As manifestações incluem dor abdominal periumbilical ou epigástrica que posteriormente torna-se referida em fossa ilíaca direita (ponto de McBurney), anorexia, náuseas, vômitos e febre - Exame físico - sinais de Blumberg (descompressão brusca dolorosa) - Rovsing (dor em fossa ilíaca direita quando é realizada a compressão da fossa ilíaca esquerda) - Lapinski (dor à compressão da fossa ilíaca direita enquanto o paciente eleva o membro inferior direito esticado) Colecistite - inflamação da vesícula biliar. - A causa mais comum é a colelitíase (pedras na vesícula). - A dor é do tipo cólica ou contínua, forte intensidade, comumente na região do estômago, lado superior direito do abdômen com irradiação para as costas, com duração prolongada, geralmente de mais de 6 horas. Náuseas, vômitos e anorexia também são comumente vistos. Pode apresentar febre. - O exame físico pode apresentar dor à palpação da região superior direita do abdome (hipocôndrio direito) ou epigástrio, que piora ao inspirar o ar durante a palpação (Sinal de Murphy). - O tratamento definitivo é a colecistectomia. Diverticulite - inflamação de uma ou mais bolsas com formato de balão (divertículos). Ela pode ou não ser acompanhada de infecção. - A complicação da doença diverticular ocorre por inflamação e infecção do divertículo, geralmente decorrente da oclusão do seu óstio por fezes ou resíduos alimentares, podendo levar até à perfuração - O tratamento clínico consiste no restabelecimento hidroeletrolítico e na antibioticoterapia é indicado para as situações onde há inflamação. - Nos casos onde ocorreu perfuração, houve falha do tratamento clínico ou o paciente se encontra em choque séptico a cirurgia esta indicada, restringindo-se, geralmente, à ressecção do segmento lesado e colostomia. - Manejo da enfermagem - Recomenda ingestão de 2l/dia de líquido - alimentação pastosa, com maior teor de fibra Pancreatite - A inflamação do pâncreas pode ser causada por cálculos biliares, bebidas alcoólicas, vários tipos de medicamentos, algumas infecções virais e outras causas menos frequentes - A pancreatite normalmente se desenvolve rapidamente e se resolve depois de alguns dias, mas pode durar algumas semanas. Isso é denominado pancreatite aguda. - No entanto, em alguns casos, a inflamação persiste e lentamente aniquila a função pancreática. Esse quadro clínico é denominado pancreatite crônica. - a pancreatite é comumente descrita como a autodigestão do pâncreas - diagnóstico - Os níveis séricos de amilase e de lipase são utilizados para estabelecer o diagnóstico de pancreatite aguda - A ultrassonografia, a TC contrastada e a ressonância magnética (RM) são utilizadas para identificar aumento no diâmetro do pâncreas e para detectar a presença de cistos, abscessos ou CPRE. 2. A.A obstrutivo - presença de obstáculo mecânico ou funcional que leve a interrupção da progressão do conteúdo intestinal. - A.A obstrutivo funcional : por deficiência da motilidade do intestino, a musculatura intestinal não consegue impulsionar o conteúdo ao longo do intestino. - A.A obstrutivo mecânico : decorrente de obstrução da luz intestinal / intraluminal (parcial ou total), em virtude de pressão sobre a parede intestinal. - Etiologia - intestino delgado (80% das obstruções)→ aderências (bridas - 65-75% dos casos), hérnias da parede abdominal, doença de Crohn, infecções abdominais, fecalomas, neoplasias, etc. - Intestino grosso : neoplasias primárias, tumores pélvicos, volvo, complicações de diverticulite. - Manejo da enfermagem - Monitorização do paciente em relação aos sintomas de obstrução. - Administração de líquidos e eletrólitos (ACM) - avaliação em relação ao desequilíbrio hidroeletrolítico - monitoramento do estado nutricional e avaliação de manifestações consistentes com a melhora 3. A.A perfurativo - Etiologia - terceira causa mais comum de Abdome Agudo. - As causas podem ser infecciosas, inflamatórias, neoplásicas, medicamentosas, iatrogênicas ou por ingestão de corpo estranho. - A perfuração gástrica e duodenal é geralmente secundária à Doença Ulcerosa Péptica Crônica. - O etilismo e o uso de antiinflamatórios são as principais causas de perfurações por úlceras agudas - Exame físico - O quadro clínico cursa com dor abdominal lancinante, em pontada, de localização próxima à víscera perfurada, juntamente a náuseas, vômitos, atitude de imobilização com respiração superficial, podendo ocorrer instabilidade e choque de evolução rápida. A tríade clínica clássica para este acometimento consiste em dor abdominal, taquicardia e rigidez abdominal. - Rx → lâmina de ar entre diafragma e fígado → pneumoperitônio. - Tratamento é cirurgico. 4. A.A hemorrágico - Quadro decorrente de sangramentos na cavidade abdominal. Dentre as causas mais comuns temos a Gravidez Ectópica, Ruptura do Baço, Ruptura de Aneurisma de Aorta Abdominal, Cisto Ovariano Hemorrágico, Necrose Tumoral, Endometriose - Exame físico - O quadro clínico consiste em dor abdominal súbita, de localização difusa. Inicialmente o paciente apresenta-se taquicárdico, com posterior evolução para hipotensão, sudorese fria, palidez e agitação, podendo evoluir para choque hemorrágico 5. A.A vascular - há sofrimento de uma víscera por interrupção súbita do aporte sanguíneo para esse órgão. - Os fatores de risco são: idade avançada, cardiopatias, doenças vasculares prévias, fibrilação arterial e hipercoagulação. - Manejo de enfermagem - Indicar: jejum - oxigenoterapia - acesso vascular - reposição mínima de fluídos HEMORRAGIAS DIGESTIVAS → sangramento decorrente de lesões proximais ao ligamento de Treitz (estrutura fibrosa que fixa a junção duodenojejunal à parede posterior do abdome). → Hemorragia digestiva alta Sangramento intraluminal de qualquer localidade entre o esôfago superior e o ângulo de Treitz. - HDA não varicosa - Úlcera péptica gastroduodenal - Causada por AINEs, infecção por H pylori, estresse e acidez grástrica. - HDA varicosa - vem da dilatações que se desenvolvem devido à pressão elevada nas veias que drenam para o sistema portal. São propensas a sofrer ruptura e, com frequência, constituem a fonte de hemorragia maciça da parte alta do sistema digestório e do reto (VARIZES ESOFÁGICAS). → diagnóstico - endoscopia → Manejo - Estabilização hemodinâmica - anamnese, antecedentes e exame físico - Exames complementares → Hemorragia digestiva baixa sangramento intraluminal distal ao músculo suspensor do duodeno (ligamento de Treitz), que é o ponto onde termina o duodeno e começa o jejuno. → causas - Benigna e frequentes → hemorroidas e fissura anal - Mais graves → úlcera péptica ou cancer de tgi, sofago,estomago ou colon → Manifestações - sangramento oculto - melena - enterorragia → tratamento - estabilização hemodinâmica do paciente - anamnese e ao exame físico focados - acessos venosos calibrosos para a reposição volêmica com cristaloides ou, em casos mais graves, para a hemotransfusão. Estrutura física e organizacional da UTI → Regulamentação técnica UTI → São unidades hospitalares destinadas ao atendimento de pacientes graves ou de risco, que dispõem de assistência médica e de enfermagem ininterruptas, com equipamentos específicos próprios, recursos humanos especializados e que tenham acesso a outras tecnologias destinadas a diagnósticos e terapêuticas. Portaria n 3.432/1998 - Critérios de classificação entre diferentes unidades de tratamento intensivo - UTI ❖ Pode atender: ➢ Neonatal - atendem pacientes de 0 a 28 dias; ➢ Pediátrico - atendem pacientes de 28 dias a 14 ou 18 anos de acordo com as rotinas hospitalares internas; ➢ Adulto - atendem pacientes maiores de 14 ou 18 anos de acordo com as rotinas hospitalares internas; ➢ Especializada - voltada para pacientes atendidos por determinada especialidade ou pertencentes a grupo específico de doenças. ❖ Tipos de UTI ➢ Tipo 1 → UTI em processo de adequação à portaria → não exitem mais ➢ Tipo 2 → UTIs credenciadas em conformidade com a Portaria GM nº 3.432/98, onde constam os critérios minimamente aceitáveis para atendimento a pacientes graves. ➢ Tipo 3 → Devem atender aos mesmos critérios das UTIs tipo II, uma vez que são critérios mínimos, no entanto são qualificadas, incluindo alguns recursos tecnológicos e humanos, como por exemplo, a ampliação do número de exames no hospital e maior número de equipamentos por paciente ou grupo de paciente; e enfermeiro exclusivo (um para cada cinco leitos), e fisioterapeuta exclusivo. UTI TIPO 2 ❖ A equipe Básica ➢ Responsável técnico → especialista em medicina intensiva ➢ Médico diarista → especialista em medicina intensiva → 1 para 10 leitos ➢ Médico plantonista → 1 para até 10 pacientes ➢ Enfermeiro coordenador geral ➢ Enfermeiro exclusivo → 1 para 10 leitos ➢ Fisioterapeuta → 1 para 10 leitos ➢ Técnico de enfermagem → 1 para 2 leitos ➢ Funcionário responsável pela limpeza ➢ Acesso a cirurgião ❖ Organização hospitalar ➢ Laboratório 24h ➢ Agência transfusional 24h ➢ hemogasômetro ➢ ultra-sonógrafo ➢ Raio X móvel ➢ terapia renal substitutiva ➢ Laboratório de microbiologia ➢ Eco-doppler-cardiógrafo ➢ serviço de nutrição parenteral e enteral ➢ serviço social ➢ serviço de psicologia ❖ Materiais e equipamentos ➢ cama com grades laterais ➢ monitor beira leito ➢ carro de parada ➢ ventilador pulmonar ➢ oxímetro ➢ bomba de infusão ➢ conjunto de nebulização → 1 para cada leito ➢ bandeja de procedimento ➢ conjunto padronizado beira leito ➢ monitor de pressão invasiva ➢ maca para transporte ➢ máscaras de venturi ➢ aspirador portátil ➢ pontos de oxigênio e ar comprimido ❖ Humanização ➢ Climatização ➢ Iluminação natural ➢ divisória entre os leitos ➢ relógio visível ➢ garantia de visitas diárias ➢ garantia de informações da evolução diária dos pacientes aos familiares UTI TIPO 3 ❖ Além de todos os requisitos da UTI tipo II, devem conter: ➢ Espaço mínimo individual por leito de 9m², sendo para UTI neonatal o espaço de 6m² por leito. ➢ Avaliação através da APACHE 2 se for UTI adulto. ➢ 1 médico plantonista para cada 10 pct, sendo que, pelo menos, metade da equipe deve ser especialista em medicina intensiva. ➢ Enfermeiro exclusivo da unidade para cada 5 leitos ➢ fisioterapeuta exclusivo da UTI ➢ acesso ao serviço de reabilitação ➢ exames : tomografia axial computadorizada, anatomia patológica, estudo hemodinâmico, fibrobroncoscopia, ultrassonografia portátil, anatomia patológica. ➢ materiais: metade dos ventiladores do tipo microprocessado, monitor de pressão invasiva (1 para cada 5 leitos), capnógrafo, ventilador pulmonar não invasivo, marcapasso transcutâneo. RDC n 50/2002 - Estrutura física dos estabelecimentos de saúde ❖ Distância nos leitos (no mínimo) ➢ box → 3m de largura, 1m em cada lateral, 1m para a cama. ➢ entre leitos → 2m com separação móvel entre eles. ➢ pé da cama → 1,2m ➢ entre leitos e parede → 1m ❖ Lavatórios ➢ geral → 1 a cada 5 leitos de não isolamento ➢ neonatal → 1 a cada 4 berços ❖ Ambientes de apoio ➢ sala de expurgo ➢ sala de espera ➢ quarto de plantão ➢ rouparia ➢ banheiro diferente para pct e funcionário ➢ copa ➢ sala administrativa ➢ depósito de equipamentos ❖ O que deve considerar no projeto de uma UTI ➢ Conhecimento das normas dos agentes reguladores ➢ Experiência profissional ➢ Perfil da clientela ➢ Necessidades específicas da população de pacientes ➢ É necessário análise dos recursos Humanos: enfermagem, fisioterapia, nutricionista, psicólogo e assistente social e pela ➢ Disponibilidade dos serviços de apoio: Laboratório, radiologia, farmácia e outros; ❖ Planejamento e projeto da UTI → devem ser baseados em padrões que contemplem: ➢ Admissão do paciente ➢ fluxo de visitantes e funcionários ➢ descanso das equipes ➢ necessidade de instalações de apoio ■ exigências administrativas e educacionais ■ posto de enfermagem ■ armazenamento ■ parte burocrática ■ serviço de limpeza ■ expurgo ❖ Localização ➢ Acesso controlado ➢ sem trânsito ➢ acesso direto ou próximo do elevador ➢ proximo do serviço de emergência, CC e diagnósticos por imagem Resolução n 7/2010 - Requisitos mínimos para funcionamento das UTI ❖ Alvará de licenciamento sanitário ❖ Cadastro nacional de estabelecimentos de saúde ❖ registro de normas e rotinas de procedimentos assistenciais ❖ recursos humanos e materiais ❖ segurança e proteção de pacientes, profissionais e visitantes. ❖ Art 8 → a unidade deve dispor de normas: ➢ elaboradas em conjunto com os setores envolvidos na assistência ao paciente grave, no que for pertinente, em especial com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. ➢ aprovadas e assinadas pelo Responsável Técnico e pelos coordenadores de enfermagem e de fisioterapia; ➢ revisadas anualmente ou sempre que houver a incorporação de novas tecnologias; ➢ disponibilizadas para todos os profissionais da unidade. ❖ Art 9 → a unidade deve dispor de registros e normas da rotina relacionada a biossegurança, contemplando: ➢ condutas de segurança biológica, química, física, ocupacional e ambiental; ➢ instruções de uso para os equipamentos de proteção individual (EPI) e de proteção coletiva ➢ procedimentos em caso de acidentes;➢ manuseio e transporte de material e amostra biológica. ❖ Art 13 → tem que ter um responsável técnico médico e um enfermeiro coordenador da equipe. ❖ Art 14 → enfermeiros assistenciais : no mínimo 1 para cada 8 leitos* *Resolução RDC 26/2012 → alterou e disse que tem que ter 1 enfermeiro assistencial para cada 10 leitos. ❖ Art 17 → A equipe da UTI deve participar de um programa de educação continuada. ❖ Art 24 → Devem ser assegurados, por todos os profissionais que atuam na UTI, os seguintes itens: ➢ I - preservação da identidade e da privacidade do paciente, assegurando um ambiente de respeito e dignidade ➢ II - fornecimento de orientações aos familiares e aos pacientes, quando couber, em linguagem clara, sobre o estado de saúde e a assistência a ser prestada desde a admissão até a alta ➢ III - ações de humanização da atenção à saúde ➢ IV - promoção de ambiência acolhedora ➢ V - incentivo à participação da família na atenção ao paciente, quando pertinente. ❖ Art 29 → Todo paciente grave deve ser transportado com o acompanhamento contínuo, no mínimo, de um médico e de um enfermeiro, ambos com habilidade comprovada para o atendimento de urgência e emergência. ❖ Art 56 → Materiais devem estar disponíveis de acordo com faixa etária e biotipo do pct ❖ Art 57 → cada leito tem que conter : ➢ Cama hospitalar com ajuste de posição, grades e rodízios ➢ equipamento de RCP ➢ estetoscópio ➢ conjunto de nebulização ➢ quatro bombas de infusão ➢ fita métrica ➢ equipamento de monitorização contínua. ❖ Delimitados pelo dimensionamento de pessoal: COFEN 543/2017 ➢ horas de enfermagem, por paciente, nas 24 horas: 18 horas de enfermagem ➢ distribuição percentual do total de profissionais de enfermagem: Para cuidado intensivo: 52% são enfermeiros e os demais técnicos de enfermagem. ➢ proporção profissional/paciente: cuidado intensivo: 1 profissional de enfermagem para 1,33. Tipos de paciente ❖ Instável ➢ Ventilação mecânica; ➢ Drogas vasoativas; ➢ Estado funcional prévio comprometa a possibilidade de cura (paliativo); ❖ Estável ➢ Monitorização constante; ➢ Necessidade de intervenção imediata; ❖ Sem indicação ou indicação duvidosa ➢ Potencial doador de órgãos ➢ consciente que recusa tratamento ➢ coma não traumático ➢ estado vegetativo ➢ doença terminal, irreversível e com previsão de morte iminente Drogas vasoativas → São substâncias que apresentam efeitos vasculares - dose dependente → efeito rápido e de curta duração. - necessita de monitorização hemodinâmica → função - manter a homeostase - evitar disfunção múltiplas dos órgãos → Atuação - no débito cardiaco (VS x FC) - Volume sistólico - Pré carga → pressão e volume de enchimento ventricular - pós carga → contratilidade e resistência ao esvaziamento ventricular → Agentes simpatomiméticos - Catecolaminas: Noradrenalina; Adrenalina; Dopamina e Dobutamina - Não Catecolaminas: Metoxamina; Metaraminol e Fenilefrina; - Promovendo a liberação periférica de Nora. NORADRENALINA → Indicações - Choques Vasodilatatórios: - Choque séptico, cuja finalidade é elevar a PA em pacientes hipotensos, que não responderam à ressuscitação por volume e a outros inotrópicos menos potentes. - Choque cardiogênico; Anafilático e Neurogênico → Ação - Aumento do volume sistólico, diminuição reflexa da FC e importante vasoconstrição periférica, com aumento da PA. → Efeitos colaterais - vasoconstrição visceral e renal (IRA) - taquicardia - PCR e arritmia DOPAMINA → Indicações - estado de baixo débito com volemia controlada ou aumentada - choque cardiogênico ou situações de instabilidade hemodinâmica - choques que diminuem a RVP → Ação - ativação dos receptores dopaminérgicos que resulta em vasodilatação de artérias mesentéricas, coronárias e cerebrais. → Efeitos colaterais - taquicardia - aumento da RVP - aumento da pressão arterial pulmonar - Poliúria DOBUTAMINA → Indicações - baixo DC, com volemia normal e RVP elevada - Choque cardiogênico ; icc descompensada - IAM - pós cirurgia cardíaca → Ação - promove inotropismo e cronotropismo - vasodilatação periférica, aumento do volume sistólico e DC - não altera FC → efeitos colaterais - arritmia, hipocalemia, isquemia miocárdica e hipertensão sistêmica. ADRENALINA → indicações - broncoespasmos - choque cardiogênico - PCR →Ação - Cronotrópico e inotrópico - vasoconstritor periférico - aumento da contração e FC - broncodilatador - glicogenólise → efeitos colaterais - palpitações e aumento dos batimentos cardíacos - dificuldade para respirar - nervosismo e ansiedade NITROGLICERINA (TRIDIL) → Indicações - vasodilatador coronário - IAM, Angina e ICC → Ação - Venodilatador - composto de óxido nitrico, diminuindo a demanda de O2 por diminuição de pré e pós carga → Observação : deve ser feito em frasco de vidro, pois ele é degradado com o contato do PVC do equipo NITROPRUSSIATO DE SÓDIO (NIPRIDE) → Indicações - crises hipertensivas - ICC - dissecação da aorta → Ação - Venodilatador e arteriodilatador (ação mista) - diminui RVP, PA e consumo de O2 → Observações : é fotossensível, deve diluir e administrar em BIC. Tem que trocar o equipo a cada 4h (SE FOR DO NORMAL) e a cada 24h (SE FOR O FOTOSSENSÍVEL). Distúrbios musculoesqueléticos → Tipos de ossos - Ossos longos → Alavancas - Ossos curtos → Absorção de choques e transmissão de forças - Ossos planos → Protegem estruturas internas - Ossos Irregulares → Sustentação, proteção, dissipação de cargas - Ossos sesamóides → Alguns alteram o ângulo de inserção do músculo OSTEOPOROSE → Perda excessiva de componente mineral e da resistência do osso. Observada na maioria dos indivíduos idosos, principalmente mulheres. CONTUSÃO → Lesão nos tecidos causada por impacto, chute ou queda, onde pequenos vasos sanguíneos se rompem, produzindo assim o hematoma. ESTIRAMENTO → “tração muscular”, ou seja, lacerações musculares microscópicas e incompletas induzida pelo uso, alongamento ou estresse excessivos, com sangramento no tecido. ENTORSE → Perda momentânea da congruência articular (cápsula articular e/ou ligamentos) provocada por um movimento de torção ou tração violenta, ocorrendo a perda da estabilidade. → Os vasos sanguíneos se rompem causando o edema, a articulação fica sensível a dor ao movimentar-se. → Característica da lesão - dor - edema - perda de função → tratamento - repouso - elevação da parte lesionada - crioterapia - atadura compressiva LUXAÇÃO → Ruptura na continuidade do osso, sendo definida de acordo com seu tipo de extensão. Ocorre quando as superfícies articulares entre os ossos se afastam de forma traumática - As superfícies articulares dos ossos formadores das articulações estão fora do contato anatômico. → Podem ser - congênitas ou presentes no nascimento - espontâneas ou patológicas - traumáticas → características clínicas - no momento da lesão → dor intensa, deformidade e perda de função - posteriormente → tumefação, contusão, equimose, rigidez e fraqueza muscular → tratamento - A articulação é imobilizada por talas, ataduras, aparelhos gessados ou tração e mantida em posição estável. - Analgesia e outros fármacos são utilizados para facilitar a redução fechada. - O tratamento que cabe ao enfermeiro dirige-se mais para o conforto, avaliação do estado neurovascular do paciente e proteção da articulação durante a recuperação. FRATURAS → o osso é exposto a um estresse maior que ele pode suportar, seja este por impactos diretos, forças de esmagamento, movimentos de torção repentinos e contrações musculares extremas. Lesões ósseas comuns → Fratura por fadiga - Resultante de carga magnitude. → Fratura por cisalhamento - Forças opostas atuando →Fratura em flexão - acontece em ossos longos → Fratura por torção - fratura de tíbia - futebol → Fratura impactada - induzida por uma carga de compressão, normalmente acontece quando existem cargas combinadas Tipos de fraturas → Fechadas - quando o osso quebrou mas a pele não foi perfurada → Expostas - Quando o osso está quebrado e a pele rompida Tratamento - redução manual (fechada) - Redução aberta ou osteossíntese (cirúrgica) - imobilização - reabilitação Complicações - choque hipovolêmico - síndrome da embolia gordurosa - infecção - lesão de vasos e nervos adjacentes Diagnósticos e intervenções de enfermagem para pct com fratura 1. Risco para déficit do volume de líquido relacionado à hemorragia e ao choque - Atentar para aspecto e quantidade das drenagens, monitorar sinais vitais com freqüência observando se há hipotensão, pele úmida e fria, agitação, palidez 2. Troca de gases prejudicada relacionada à imobilidade e aos êmbolos pulmonares ou gordurosos potenciais - Avaliar alterações no estado mental (confusão, irritabilidade e desorientação) pode ser sinal de hipóxia confirmando com gasometria arterial, incentivar exercícios respiratórios. 3. Risco para disfunção neurovascular periférica - Avaliar o membro afetado para coloração e temperatura, ouvir as queixas do paciente para pressão na perna, avaliar sensações de dormência no membro, observar enchimento capilar. 4. Risco para lesão relacionado ao tromboembolismo - Avaliar circulação periférica, pulsos (comparando com outro membro), calor e edema, administrar anticoagulantes conforme prescrição. 5. Risco para infecção relacionado à fratura aberta ou à intervenção cirúrgica - Monitorar aspecto da lesão e drenagens, realizar técnica aséptica nas trocas de curativos, administrar antibióticos profilácticos 6. Risco para Síndrome por Desuso relacionado à lesão e à imobilização - Estimular as mudanças de decúbito e o uso do membro imobilizado dentro dos limites permitidos, realizar exercícios passivos das articulações que não estão imobilizadas APARELHO GESSADO - Dispositivo de imobilização externa rígido, moldado aos contornos do corpo - Objetivos: imobilizar uma parte do corpo em uma posição específica e aplicar pressão uniforme sobre o tecido mole subjacente. - Também é utilizado especificamente para imobilizar a fratura reduzida, corrigir deformidade ou sustentar e estabilizar as articulações enfraquecidas → imobilização em gesso - O uso de gesso e/ou fibra de vidro são os tipos mais comuns de tratamento de fraturas - Isso ocorre porque a maioria dos ossos quebrados podem se consolidar com sucesso uma vez que as pontas ósseas sejam reposicionadas e imobilizadas enquanto cicatrizam. → diagnósticos de enfermagem e intervenções para o pct com aparelho gessado 1. Integridade cutânea prejudicada relacionada com lacerações e abrasões; - Tratar as lacerações cutâneas e abrasões para promover a cura. 2. Risco para disfunção neurovascular periférica relacionada com as respostas fisiológicas à lesão e efeito de compressão mecânica do aparelho gessado; - Monitorar a circulação, movimento e sensação do membro afetado. 3. Déficit de conhecimento relacionado com a falta de familiaridade com o aparelho gessado ( manutenção e retirada) evidenciado por verbalização - Informar o paciente sobre o problema patológico e a finalidade e expectativas do regime de tratamento prescrito. → Material necessário para confecção de uma imobilização - malha tubular - algodão ortopédico - luva de procedimento - gesso - faixa crepe → Cuidados de enfermagem (antes da colocação) - Orientar o paciente; - Observar condições de pele e existência de lesões; - Retirar a sujidade da área; - Posicionar corretamente a parte a ser engessada; → cuidados durante a colocação da imobilização - Promover conforto ao paciente; - Verificar se há consistência suficiente para suportar as solicitações mecânicas previstas (marcha, movimentação no leito); - O acabamento é fundamental, dando ao aparelho boa aparência e função. - Deve ser executado antes que ocorra o endurecimento do gesso. → Tala funcional - permite movimentos limitados ou controlados próximos às juntas Esse tratamento é desejável para algumas, mas não para todas as fraturas Tração musculoesquelética → aplicação de uma força, de modo a evitar espasmos musculares, imobilizar, reduzir e alinhar fraturas Pode se obter a força de tração pela força resultante da aplicação de duas forças de tração em diferentes direções. → A tração pode ser usada como um tratamento preliminar, ou seja, antes de outras formas de tratamento. → posição correta do leito - Membros superiores: leito na horizontal; - Membros inferiores leito em Trendelemburg (pacientes com trauma cranioencefálico, insuficiência cardíaca congestiva ou com problemas respiratórios não devem ser mantidos em Trendelemburg) - Halo craniano: leito em proclive. → diagnósticos e intervenções de enfermagem para pct sob tração 1. Déficit de conhecimento relacionado com o regime de tratamento. - O paciente deve obter esclarecimentos sobre tratamento e seus objetivos, para assim, melhor seguir as orientações médicas e de enfermagem 2. Mobilidade física prejudicada relacionada com o distúrbio musculoesquelético e a tração - O paciente deve ser estimulado a se movimentar dentro das suas possibilidades, utilizando o trapézio e realizar atividades com fisioterapeuta 3. Dor aguda relacionada com o distúrbio musculoesquelético. - O enfermeiro deve adotar todas as medidas de prevenção do aparecimento de úlceras de pressão para ajudar o paciente a se posicionar no leito e observar sinais de dor administrando a analgesia prescrita. → complicações potenciais do pct sob tração - Úlcera de pressão; - Pneumonia; - Constipação; - Anorexia; - Estase e infecção urinária; - Estase venosa com TVP. Sedação e analgesia → técnicas que combinam medicamentos para relaxar e aliviar a dor de pacientes que precisam de procedimentos. AMIODARONA Indicações Arritmias ventriculares e supraventriculares Contraindicações Pacientes com sensibilidade ou alergia ao iodo, bem como aqueles com bradicardia. Diluição Não deve ser diluída em soro fisiológico, pois é incompatível com cloreto de sódio. Deve ser diluída em soro glicosado a 5%. Forma de aplicação Pode ser administrada por via intravenosa (IV) em bolus ou infusão contínua, dependendo da gravidade do quadro clínico. Tempo entre administrações Em PCR, administrar 300 mg em bolus IV; se necessário, repetir 150 mg após 3 a 5 minutos. ATROPINA Indicações Bradicardia sinusal, bloqueios AV de segundo e terceiro graus, hipersecreção Contraindicações Pacientes com taquicardia. Diluição A atropina geralmente não necessita de diluição quando administrada em emergência. Forma de aplicação Via intravenosa (IV) ou intraóssea (IO) Tempo entre administrações Na bradicardia, 0,5 mg IV/IO a cada 3 a 5 minutos, até uma dose máxima de 3 mg. DIAZEPAM Indicações Crises convulsivas Efeitos adversos Sonolência, diminuição da pressão arterial, bradicardia Diluição Não requer diluição para administração IV Forma de aplicação Pode ser administrado por via intravenosa lenta (IV) ou via retal (em crianças) Tempo entre administrações Para crises convulsivas, administrar 5-10 mg IV lentamente, podendo repetir após 10 a 15 minutos, até uma dose máxima de 30mg. DOBUTAMINA Indicações Baixo débito cardíaco, insuficiência cardíaca. Monitorização Uso com monitorização devido ao risco de arritmias e batimentos ectópicos. Diluição A dobutamina deve ser diluída em soro glicosado ou solução salina (normalmente em 250 mL ou 500 mL de solução) Forma de aplicação Administrada por infusão intravenosa contínua. Tempo entre administrações A infusão é contínua, ajustando a dose conforme a resposta hemodinâmicado paciente. DOPAMINA Indicações Choque séptico, baixo débito cardíaco Diluição Diluir em soro fisiológico ou soro glicosado. Forma de aplicação Administrada por infusão intravenosa contínua Tempo entre administrações Infusão contínua ajustada conforme a resposta clínica, iniciando com 2 a 5 mcg/kg/min e tirando conforme necessário. ADRENALINA Indicações Crises asmáticas, anafilaxia, parada cardiorrespiratória. Efeitos adversos Taquicardias, aumento da pressão arterial, arritmias. Diluição Para administração intravenosa em PCR, pode ser administrada sem diluição (1 mg de adrenalina a 1:10.000 IV em bolus). Para outras situações, como anafilaxia, pode ser diluída em solução salina. Forma de aplicação Administrada por via intravenosa (IV) em bolus durante aPCR, ou subcutânea/intramuscular para anafilaxia e crises asmáticas Tempo entre administrações Em PCR, administrar 1 mg IV/IO a cada 3 a 5 minutos. FENITOÍNA Indicações Estado epiléptico, convulsões Contraindicações Bloqueios AV de segundo e terceiro graus, Diluição Diluir em soro fisiológico (não utilizar soro glicosado, pois precipita). Forma de aplicação Administrada por via intravenosa lenta (IV), geralmente entre 25 a 50 mg/min, para evitar toxicidade. Tempo entre administrações Para o estado epiléptico, dose de ataque de 15 a 20 mg/kg, podendo ser repetida conforme necessário e monitorização. FUROSEMIDA (LASIX) Indicações Edema, edema agudo de pulmão, insuficiência cardíaca congestiva, hipertensão. Efeitos adversos Perda de eletrólitos (sódio, magnésio, potássio), nefrotoxicidade. Diluição Geralmente não necessita de diluição quando administrada por via intravenosa. Forma de aplicação Administrada por via intravenosa em bolus lento ou infusão contínua Tempo entre administrações Em emergências, pode ser repetida após 20 minutos, dependendo da resposta clínica. MIDAZOLAM Indicações Crises convulsivas, sedação Efeitos adversos Sedação prolongada, depressão respiratória, hipotensão Antídoto Flumazenil Diluição Não requer diluição para administração IV. Forma de aplicação Administrado por via intravenosa lenta, intramuscular ou nasal. Tempo entre administrações Para crises convulsivas, doses de 2,5 a 5 mg IV, podendo repetir após alguns minutos conforme necessidade. PROPOFOL Indicações Indução anestésica, intubação orotraqueal. Efeitos adversos Hipotensão, bradicardia, apnéia Diluição - Forma de aplicação Administrado por via intravenosa, em bolus ou infusão contínua, dependendo da indicação Tempo entre administrações Para indução anestésica, administrar 1 a 2,5 mg/kg em bolus IV SALBUTAMOL (AEROLIN) Indicações Crises de broncoespasmo Diluição Deve ser diluído exclusivamente em soro fisiológico. Forma de aplicação Pode ser administrado por via inalatória (nebulização) ou intravenosa. Tempo entre administrações Em nebulização, repetir a cada 20 minutos até controle da crise. SULFATO DE MAGNÉSIO Indicações Hipomagnesemia, pré-eclâmpsia, convulsões da eclâmpsia Contraindicações Oligúria, hipocalemia, bloqueio cardíaco. Diluição Pode ser diluído em soro fisiológico ou soro glicosado Forma de aplicação Administrado por via intravenosa lenta ou infusão contínua Tempo entre administrações Na eclâmpsia, administrar 4 a 6 g IV em bolus lento, seguido de infusão contínua de 1 a 2 g/h. SUXAMETÔNIO Indicações Bloqueadores neuromusculares usados para intubação orotraqueal. Diluição - Forma de aplicação Administrados por via intravenosa em bolus. Tempo entre administrações São de administração única durante a indução, sendo o tempo de ação ajustado conforme o efeito desejado (suxametônio é de ação ultracurta, rocurônio é de ação intermediária). Monitorização hemodinâmica Protocolo PCR → Parada cardiorrespiratória - interrupção abrupta do fluxo sanguíneo para o cérebro e outros órgãos vitais, levando rapidamente à perda de consciência e, se não tratada imediatamente, à morte. Causas comuns - Infarto - afogamento - choque - trauma grave - asfixia - overdose - arritmias cardíacas - sepse → Protocolo de RCP - Verificar responsividade e respiração - chamar o SAMU - Sequência CAB (circulação, abertura das vias aéreas e respiração) - compressões torácicas - 5-6cm - 100-120 por minuto → Ritmos e uso do DEA - chocáveis - taquicardia ventricular -a sucessão rápida de batimentos ectópicos ventriculares que pode levar à acentuada deteriorização hemodinâmica, chegando a ausência de pulso arterial palpável. - fibrilação ventricular - contração incoordenada do miocárdio, o ritmo cardíaco é desordenado não tem condução elétrica. - Não chocáveis - atividade elétrica sem pulso - ausência de pulso detectável na presença de algum tipo de atividade elétrica. - assistolia - a ausência total de atividade elétrica no músculo cardíaco. O DEA só pode ser usado em ritmos chocáveis! → Questões QUESTÕES PERTINENTES AO CASO CLÍNICO 1. Durante as manobras básicas de ressuscitação cardiorrespiratória (RCR) em uma parada cardíaca intra-hospitalar testemunhada, com o paciente monitorizado e o eletrocardiograma mostrando fibrilação ventricular, qual a intervenção mais importante até o 3° minuto da ocorrência? (a) Retificação das vias aéreas e ventilação artificial. (b) Intubação traqueal para obtenção de uma via aérea segura. (c) Desfibrilação elétrica. (d) Injeção imediata de adrenalina, 1 mg EV. - Em casos de FV ou taquicardia ventricular sem pulso, a desfibrilação elétrica imediata é o único tratamento eficaz para reverter essas arritmias. 2. Durante as manobras básicas de ressuscitação cardiorrespiratória em uma parada cardíaca intra-hospitalar não testemunhada, com o paciente monitorizado e o eletrocardiograma mostrando fibrilação ventricular. qual a intervenção imediata mais importante? (a) Retificação das vias aéreas, compressões torácicas e ventilação. (b) Intubação traqueal para obtenção de uma via aérea segura. (c) Desfibrilação elétrica imediata. d) Injeção imediata de amiodarona, 300 mg EV. - Devemos garantir um mínimo de circulação sanguínea e oxigenação tecidual, para aumentar a eficácia da desfibrilação. 3. Todos os citados a seguir são considerados métodos emergenciais adequados para obtenção e manutenção de vias aéreas para ventilação/oxigenação do paciente durante a RCP. EXCETO: (a) Limpeza da cavidade oral, flexão dorsal da cabeça e levantamento da mandíbula, ventilando com máscara e AMBU. (b) Traqueostomia cirúrgica. (c) Intubação oro ou nasotraqueal. (d) Cricotireotomia. 4. Qual das seguintes situações NÃO DEVE ESTAR INCLUÍDA entre as possíveis consequências da administração de bicarbonato de sódio? a) Alcalose metabólica. b) Risco de hipopotassemia. c) Risco de hiperosmolaridade. d) Desvio da curva de dissociação da hemoglobina para direita. 5. Um paciente intubado, em ventilação mecânica, sedado e curarizado está monitorizado com capnografia. Ele apresenta PCR e a concentração final do PCO, expirado (PETCO,). que vinha se mantendo em níveis normais de 35 mmHg, cai rapidamente para próximo de 0 mmHg. sem que se constate obstrução ou vazamento do tubo endotraqueal. Qual a explicação fisiológica mais apropriada para essa alteração? (a) Baixo fluxo sanguíneo periférico. (b) Acidose láctica. (c) Baixo fluxo sanguíneo pulmonar, com aumento da relação ventilação/perfusão. (d) Alta produção de CO, nos tecidos periféricos. - A baixa no PETCO acontece por causa da interrupção do fluxo sanguíneo pulmonar. 6. Em relação ao uso de fármacos no atendimento da parada cardiorrespiratória podemos AFIRMAR: a) O cálcio (gluconato ou cloreto) é essencial no manuseio da parada cardíaca por hipopotassemia e hipomagnesemia. b) A atropina é a droga de escolha nas paradas cardíacas em assistolia ou atividadeelétrica sem pulso (dissociação eletromecânica), devendo ser repetida quantas vezes for necessário, sem limitação da dose. c) A amiodarona deve ser usada sempre nos casos de parada cardíaca por fibrilação ventricular, podendo postergar a desfibrilação elétrica. d) Drogas vasopressoras, como a adrenalina, são indicadas no atendimento da parada cardiorrespiratória com a finalidade de aumentar a pressão de perfusão coronariana cerebral. QUESTÕES DISCURSIVAS 1) Descrever anatomia e fisiologia do sistema cardiovascular O sistema cardiovascular é composto pelo coração, veias e artérias. O coração é dividido em átrios (esquerdo e direito) e ventrículos (direito e esquerdo), bombeando o sangue para as artérias, que retornam para o mesmo pelas veias, com a função de oxigenar, transportar nutrientes, hormônios e remover resíduos metabólicos do organismo. 2) Conceitualizar a PRC É uma interrupção da circulação sistêmica e da respiração, resultando em ausência de pulso e, consequentemente, inconsciência e apneia. 3) Quais são os danos celulares e dos órgãos alvos após os cinco primeiros minutos de PCR. O principal dano celular causado pela PCR é a hipóxia, que atinge diretamente o coração, cérebro, rim e fígado. A hipóxia, no coração, causa um risco considerável de disfunção cardíaca ; no cérebro pode causar lesão irreversível, edema e isquemia ; no rim pode causar insuficiência renal aguda ; no fígado gera sérios danos. 4) Quais são as três fases distintas da PCR. A primeira é a fase elétrica, que é definida nos primeiros 4-5 minutos da PCR em fibrilação ventricular, onde a desfibrilação é necessária. A segunda fase é a hemodinâmica, que consiste nos 4-10 minutos pós evento, onde o pct pode continuar em fibrilação ventricular, é nesse momento que iniciam as compressões torácicas excelentes. A terceira e última fase é a metabólica, que acontece quando o pct está a mais de 10 minutos sem pulso, onde já tem danos celulares irreversíveis. 5) Descreva o ELO do Suporte Avançado de Vida. É um dos ELOs da cadeia de sobrevivência, onde são feitos alguns cuidados para estabilizar e manter a vida do paciente, este, em específico, é o quarto ELO, que foca na identificação precoce de PCR, desfibrilação rápida. manejo das vias aéreas, administração de fármacos e cuidados pós parada. 6) Como é a atuação do enfermeiro e do técnico de enfermagem frente a PCR. O enfermeiro é quem, geralmente, coordena a equipe, realiza compressões, pode desfibrilar se for treinado para isso, administra medicamentos e registra todo o cuidado. Já o técnico vai auxiliar nas compressões, preparar equipamento e monitorar os sinais vitais. 7) Como é feito o diagnóstico da PCR. Através da verificação do pulso central, podendo ser da carótida ou femoral, como também do sinal de apneia ou gasping e inconsciência. 8) Quais são os respaldos éticos e legais do enfermeiro durante a PCR. O enfermeiro deve atuar na PCR seguindo princípios éticos, como fazer o melhor pelo paciente (beneficência), evitar causar danos (não maleficência) e cumprir decisões do paciente, como recusa de tratamentos. Além disso, pode liderar uma equipe, administrar medicamentos e usar equipamentos como desfibriladores, desde que seja capacitado.O COFEN, reforça a necessidade de treinamento e uso de protocolos atualizados, mas dá o respaldo necessário para que o enfermeiro possa agir nas situações de PCR, como na resolução 641/2020. 9) O que diz as resoluções: COFEN-641/2020; COFEN - 704/2022; Cofen de nº. 024/2018. - COFEN-641/2020: normatiza a atuação do enfermeiro, em casos de emergência, a utilizar dispositivos extraglóticos para acessar as vias aéreas dos pacientes. - COFEN - 704/2022 : é uma norma que aprova o uso de desfibriladores por enfermeiros para cuidado do paciente em PCR. - COFEN de nº. 024/2018 : atribui a responsabilidade de conferência/vistoria e reposição do carro de emergência ao enfermeiro. 10) Descrever o método de compressões torácicas durante PCR A compressão deve ser feita na linha intermamilar do pct, com a região hipotenar da mão dominante no tórax e a outra por cima, entrelaçando-a ; os braços devem estar estendidos em 90º. Após isso, inicia a compressão numa frequência de 100-120 compressões por minuto (música baby shark), com uma profundidade de 5-6 centímetros num adulto, até o retorno completo do tórax ; após isso, faremos 2 “bombeadas” no ambu. Em crianças, a manobra é um pouco diferente, utilizamos apenas uma mão. Já em bebês, é feito com os dois polegares um pouco abaixo da linha intermamilar. 11) Quais são os ritmos da PCR (Chocáveis e não chocáveis) - Chocável: fibrilação ventricular e taquicardia ventricular sem pulso - Não chocável : atividade elétrica sem pulso e a assistolia 12) Diferenciar o desfibrilador bifásico do monofásico. O monofásico tem energia em um único sentido e requer 360 joules, já o bifásico tem a energia em dois sentidos e requer menos energia, de 120-200 joules. 13) Quais as medicações (indicação, efeito terapêutico e colateral) utilizadas durante a PCR e quais os cuidados durante a sua administração A adrenalina é usada para melhorar a circulação do sangue para o coração e o cérebro. Mas pode causar problemas como arritmias e aumento da pressão arterial, sendo aplicado por via intravenosa ou intraóssea, acompanhado de uma descarga de soro fisiológico e elevação do membro. Além dela, a amiodarona é indicada em ritmos que não respondem à desfibrilação, ajudando a estabilizar o coração, mas pode causar efeitos como bradicardia e queda de pressão arterial. Também tem o cálcio, na forma de cloreto ou gluconato, que é indicado para problemas como falta de cálcio, excesso de potássio ou intoxicações por medicamentos que afetam o coração, ajudando a estabilizar os batimentos. Contudo, deve ser administrado com cautela, preferencialmente por via central e diluído, pois pode causar arritmias ou danos ao tecido se escapar da veia. 14) Descreva o método de ventilação durante a PCR. Ventila-se com o AMBU a cada 30 compressões, ou seja, 30x2, em adultos. 15) Quais são as 10 causas reversíveis de PCR, juntamente com seu possível tratamento. Uma das mais características é a hipovolemia, que refere-se à perda de volume sanguíneo, sendo tratada com reposição de fluidos ou sangue para restaurar a circulação; tem a hipóxia, que é a falta de oxigênio no organismo, requer ventilação adequada e oxigênio suplementar ; O desequilíbrio ácido no sangue, conhecido como acidose (hidrogênio), é corrigido por ventilação adequada e, se necessário, bicarbonato de sódio ; A hipercalemia ou hipocalemia, que representam excesso ou falta de potássio, são tratadas com cálcio, insulina com glicose ou agentes que regulam os níveis de potássio ; já a hipotermia, caracterizada pela baixa temperatura corporal, é tratada por reaquecimento gradual com cobertores quentes ou fluidos aquecidos ; tem o pneumotórax hipertensivo, que ocorre devido ao acúmulo de ar que comprime os pulmões e o coração, sendo tratado com descompressão imediata por agulha ou lesão torácica ; O tamponamento cardíaco, causado por acúmulo de líquido ao redor do coração, requer pericardiocentese para drenagem de líquido ; Em casos de intoxicação por toxinas, é essencial identificar a substância e, se possível, administrar antídotos ; tem a trombose coronariana, que bloqueia as artérias do coração, e é tratada com trombólise ou angioplastia de emergência, enquanto a embolia pulmonar, exige trombólise ou embolectomia, dependendo da gravidade. 16) Descreva os cuidados pós-pcr e os cuidados de enfermagem para esse momento. A equipe de enfermagem deve monitorar os sinais vitais do pct (saturação, FR, FC, FEV), controlar a temperatura, fazer avaliação neurológica, verificar balanço hídrico e dar suporte à família. 17) Realize a SAE do caso clínico acima. Histórico Tabagista há 30 anos ½ maço por dia ;HAS ; IAM na família NANDA NIC NOC Perfusão técnica ineficaz : relacionada à fibrilação ventricular e IAM, evidenciada por dor precordial e PCR. - Monitorização cardíaca contínua - Administração de medicamentos - Terapia trombolítica Ausência de dor torácica , PA dentro dos limites normais , ritmo cardíaco estável . Ansiedade: relacionada ao desconforto físico e incertezas sobre o estado de saúde, evidenciada por face de ansiedade e relato de dor. - Redução da ansiedade - Comunicação terapêutica - Controle da dor Diminuição da expressão de ansiedade , relato de maior conforto . Risco de desequilíbrio hidroeletrolítico: relacionado ao uso de medicamentos e à condição clínica. - Monitorização de eletrólitos - Administração de eletrólitos - Terapia intravenosa Níveis séricos de eletrólitos normais , ausência de sinais clínicos de desidratação ou sobrecarga hídrica . Risco de infecção: relacionado à intubação e manipulação invasiva. - Prevenção de infecção - Controle de infecção -Cuidados com dispositivos invasivos Ausência de sinais de infecção no local de dispositivos invasivos , temperatura corporal normal. EVOLUÇÃO : Homem de 48 anos, tabagista há 30 anos, com HAS sem tratamento e histórico de IAM, apresentou dor precordial irradiando para o braço esquerdo, sudorese fria e ansiedade. Diagnosticado com IAM com supradesnivelamento do segmento ST na parede inferior, evoluiu para PCR por fibrilação ventricular, revertida com desfibrilação, RCP e intervenções medicamentosas. Os diagnósticos de enfermagem incluíram perfusão tecidual ineficaz, ansiedade, risco de desequilíbrio hidroeletrolítico e risco de infecção. Foi realizado monitoramento contínuo, controle de dor, suporte ventilatório com intubação, cuidados assépticos e preparação para trombólise mecânica. Pct foi extubado após 12 horas e recebeu alta da UTI em boas condições clínicas. Assistência de enfermagem ao pct submetido a ventilação mecânica → É o método artificial de ventilar pacientes com incapacidade de respirar espontaneamente. A ventilação mecânica assiste ou substitui a respiração espontânea, diminuindo ou substituindo o trabalho respiratório do paciente. → Objetivos 1. Assegurar as vias aéreas pérvias; 2. Remover secreções brônquicas; 3. Oxigenoterapia; 4. Ventilar os pulmões adequadamente; 5. Fisioterapia respiratória. OXIGENOTERAPIA → indicações de O2 acima da concentração ambiente (21%) - PaO2 60%). VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA → método de tratamento que ajuda o paciente a respirar melhor, sem a necessidade de intubação → indicação - casos de menor gravidade, como taquipneia (respiração acelerada), dispnéia (dificuldade de respirar) e dessaturação (queda do oxigênio no sangue) - É utilizada rotineiramente em pacientes que evoluem com insuficiência respiratória aguda . → Configuração do aparelho - CPAP (Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas): mantém uma pressão positiva contínua nas vias aéreas; - BIPAP (Bilevel Positive Airway Pressure): fornece duas pressões distintas para inspiração (IPAP) e expiração (EPAP). → Tipos de VNI Máscara de anestesia coxim inflável - Também indicado para uso em V.N.I sendo acoplado ao rosto do paciente através das garras conectadas em fixadores; - Fabricada em PVC, sendo descartável; - Marcas disponíveis: Ambu, Comper e Well Lead; Máscara para CPAP - Exclusivo para uso em V.N.I; - Disponível em 2 modelos para melhor adequação ao paciente; - Possui saída exalatória para saída do ar; - Fabricada em silicone, que permite reprocessamento; - Marca disponível: Foyome → Cuidados de enfermagem - Ambiente - Verificação do nível de consciência, oximetria, monitorização multiparâmetros - Posicionamento do paciente ao leito - Verificação da patência de vias aéreas e outras condições - Umidificação (> 4 L/min), troca das extensões,filtros - Inspecionar a pele pericateter,máscaras - Reavaliar necessidade da terapia x sinais de intoxicação - Gasometria (perfusão e oxigenação) - Atentar a mobilização x Higiene oral e corporal VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA → requer intubação endotraqueal ou traqueostomia. É indicada para pacientes com falência respiratória grave que não respondem à VNI. → Tipos - Ventilação Controlada (CMV): o ventilador assume completamente a respiração do paciente; - Ventilação Assistida (A/C): permite que o paciente inicie a respiração, mas o ventilador completa o ciclo; - Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada (SIMV): permite respirações espontâneas entre os ciclos ventilatórios; - Pressão de Suporte (PSV): fornece pressão inspiratória para facilitar a respiração espontânea → Parâmetros importantes - Volume Corrente (VC): 5-8 mL/kg de peso corporal; - Frequência Respiratória (FR): 12-20 respirações por minuto; - Fração Inspirada de Oxigênio (FiO2): varia de 21% a 100%; - Pressão Positiva no Final da Expiração (PEEP): 3-5 cmH2O → Complicações - Barotrauma e volutrauma (lesões pulmonares por altas pressões); - Infecções respiratórias (pneumonia associada à ventilação mecânica - PAV); - Hipotensão arterial (devido à redução do retorno venoso); - Lesões na traqueia e laringe → Cuidados de enfermagem - Monitorizar sinais vitais e parâmetros respiratórios; - Realizar aspiração de secreções sempre que necessário; - Garantir a fixação adequada do tubo endotraqueal; - Controlar a pressão do cuff (balonete) para evitar lesões traqueais; - Monitorizar sinais de desconforto respiratório e necessidade de ajustes no ventilador; - Higienizar a cavidade oral frequentemente → O desmame do VMI - O paciente deve apresentar - Boa troca gasosa (PaO2/FiO2 > 200); - Estabilidade hemodinâmica; - Boa força muscular respiratória; - Capacidade de respiração espontânea - Métodos de desmame - Redução progressiva da FiO2 e PEEP; - Uso de modalidades como SIMV e PSV; - Teste de respiração espontânea (T-tube ou CPAP); - Extubação quando atendidos os critérios clínicos