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sumário História e conceituação da biblioteca universitária......................................................... 1 Serviço de referência: conceituação .............................................................................. 4 Usuários. Principais categorias de usuários................................................................... 6 Coleção e referência ...................................................................................................... 14 Diferentes tipos de documentos ..................................................................................... 23 Serviços prestados aos usuários.................................................................................... 26 Arranjos dos livros nas estantes..................................................................................... 33 Serviços cooperativas .................................................................................................... 37 Serviço de tratamento de coleção: atividades básicas. Aquisição tombamento ............ 45 Classificação /catalogação. Catálogos coletivos ............................................................ 51 Regras para arquivamento e alfabetação ...................................................................... 57 Noções básicas de normalização (abnt nbr 6023 e estilo vancouver) ........................... 67 Noções básicas de tutoria no ensino à distância ........................................................... 89 Tipologia de bases de dados eletrônicas ....................................................................... 96 Bibliotecas virtuais .......................................................................................................... 105 Marketing e relacionamento em mídias sociais.............................................................. 114 Software de gerenciamento de biblioteca ...................................................................... 122 5s da organização .......................................................................................................... 130 Questões ........................................................................................................................ 132 Gabarito .......................................................................................................................... 138 Co nh ec im en to s E sp ec ífi co s UNESP Bauru Conhecimentos Específicos O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 1 História e conceituação da Biblioteca Universitária — História do livro1 O que conhecemos como livro chegou ao seu aspecto atual após intensas e constantes modificações, que alteraram, inclusive, o seu significado. Hoje o vemos como algo corriqueiro, mas no passado foi um símbolo de poder e status, acessível apenas a uma pequena parcela da população. Seu papel como veículo de conheci- mento e informação, contudo, permanece o mesmo, ainda que esse processo também tenha assumido diferen- tes formas, de acordo com a época e o local. As primeiras representações gráficas que conhecemos são as chamadas pinturas rupestres – existentes há aproximadamente 32.000 anos – e os petroglifos, desenhos gravados em pedra. No Egito antigo, os “escribas” ou escrivães eram pessoas responsáveis pela leitura e produção dos textos nos papiros, espécies de plantas usadas desde 2500 a.C., as quais, por sua vez, constituíam um grande rolo de folhas pregadas umas às outras. Assim surgiram os pergaminhos, suportes de peles de animais (carneiro, cabra, ovelha, etc.), muito utilizados pelos “monges copistas” da Idade Média. Na Idade Média os livros eram considerados objetos de imenso valor e por isso, acessível somente para uma pequena parte da população (nobreza e o clero). Além disso, muitos livros eram considerados impróprios pela Igreja Católica, que dominava o cenário do medievo. Essas obras foram reunidas num livro denominado “Index Librorum Prohibitorum” ou “Índice dos Li- vros Proibidos”. A maioria dos livros eram de religião, enquanto outros de história, astronomia, literatura e filosofia, ficavam restrito a um número menor ainda. Nesse contexto, importante destacar que a maioria das pessoas, não sabiam ler ou escrever, o que dificul- tava ainda mais a disseminação desse conhecimento, guardado nas bibliotecas a “sete chaves”. Um fato muito importante que ocorreu em fins da Idade Média, ou ainda, da passagem da Idade Média para a Idade Moderna, foi o surgimento da Imprensa, em meados do século XV. Na Europa, fatores como o declínio do sistema feudal, o surgimento da burguesia, a Reforma Protestante, foram afastando as imposições da Igreja e abrindo um leque de possibilidades para as pessoas, que ao mesmo tempo, se sentiam impossibilitadas de expressarem suas opiniões. Esses acontecimentos impulsionaram a elaboração de métodos de impressão tal qual a prensa móvel, (já descoberta na China por Pi Sheng) pelo alemão Johannes Gutenberg (1398-1468). A partir de sua técnica, aperfeiçoada dos asiáticos, Gutenberg produziu o primeiro “livro” na Europa deno- minado “Bíblia de Gutemberg”, (entre 1400 e 1456), com tiragem de 180 exemplares. Esse sistema de impressão, jamais antes visto pela população europeia, foi o fulcro necessário para permitir o acesso aos livros ao restante da população. A partir daí, a popularização do livro ganhou força no mundo inteiro, considerado atualmente um dos obje- tos mais importantes de acesso ao conhecimento. Com o tempo, foram surgindo livros de didáticos, livros de estórias infantis, livros de poesias, dentre outros. O livro, um produto intelectual, surgiu da necessidade dos povos de guardar o conhecimento e passa-los de geração em geração. Ele é visto como um objeto de enorme valor cultural e histórico, muito importante para a disseminação do conhecimento no mundo. 1 Disponível em https://www.todamateria.com.br/historia-do-livro Acesso em 04.01.2022 x1y2z3 2dc35700002f6bb49660a7d9bab5c5e0b282f1e8d6b99090f0460735b06479e5 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 2 — História das bibliotecas Definição do Dicionário de Biblioteconomia e Arquivologia (CUNHA e CAVALCANTI. Briquet de Lemos, 2008): “Coleção de material impresso ou manuscrito, ordenado e organizado com o propósito de estudo e pes- quisa ou de leitura geral ou ambos. Muitas bibliotecas também incluem coleções de filmes, microfilmes, discos, vídeos e semelhantes que escapam à expressão “material manuscrito ou impresso”. Biblioteca significa algo como “Caixa de livros”, da junção dos radicais Biblio (Livro) e Thek (caixa). A Bi- blioteca atual pode ser chamada de Unidade de Informação, Centro de Informação, Centro de Documentação, entre outras denominações. Hoje, o termo não contempla mais de forma fidedigna as atividades e o espaço de trabalho do profissional, uma vez que a proliferação de suportes para o registro do conhecimento extrapola a noção de livros organiza- dos em espaços fechados. Atualmente esses espaços recebem diversas denominações: centro de documen- tação, arquivos, centros de informação, bibliotecas, bibliotecas virtuais, bibliotecas eletrônica ou digital, etc. Essas denominações estão reunidas sob o termo genérico “unidades de informação”. — Um pouco da história A história das bibliotecas no mundo acompanha a própria história da escrita e das formas de registro do conhecimento humano e antecede a própria história do livro. • A escrita mais antiga é a ideográfica (representação gráfica de ideias), inscrita em pedras (6000 AC), ossos (1500 AC), placas de madeira encerada, barroà responsabilização civil e criminal. 23 A mediação eficaz ocorre quando: ▪ O bibliotecário compreende o contexto da pergunta ▪ Identifica a melhor fonte com agilidade ▪ Ensina o usuário a utilizar essa fonte por conta própria no futuro ▪ Promove o pensamento crítico e a leitura reflexiva da informação ▸ Ferramentas e estratégias de atuação Para desempenhar bem seu papel, o bibliotecário de referência pode (e deve) utilizar recursos como: ▪ Tutoriais em vídeo sobre como usar bases de dados ▪ Guias de pesquisa organizados por temas ▪ Serviços via WhatsApp, e-mail ou chat integrado ao site da biblioteca ▪ Programas de formação de usuários, com calendário regular ▪ Grupos de apoio à pesquisa acadêmica ▪ Redes sociais como canal de divulgação de fontes confiáveis Essas estratégias ajudam a tornar o serviço mais visível, acessível e eficaz. O bibliotecário de referência é, antes de tudo, um profissional a serviço do usuário e do acesso qualificado à informação. Sua atuação é essencial para transformar a biblioteca em um espaço vivo de aprendizagem, inclusão e cidadania. Ao dominar as técnicas, respeitar a ética profissional e manter-se atualizado, o bibliotecário assegura que a informação cumpra seu papel social e educativo de forma plena. Diferentes tipos de documentos É importante termos em mente os conceitos claros de documento e documentação: • Documento6 é o livro, a revista, o jornal; é a peça de arquivo, a estampa, a fotografia, a medalha, a mú- sica; é, também, atualmente, o filme, o disco e toda a parte documental que precede ou sucede a emissão radiofônica. · Funcionalmente: o documento conserva dados (aspecto estático) e ao mesmo tempo informa; e · Estruturalmente: o documento é container e difusor, assim como é forma e substância. • Documentação é constituída por uma série de operações distribuídas, hoje, entre pessoas e organismos diferentes. O autor, o copista, o impressor, o editor, o livreiro, o bibliotecário, o documentador, o bibliógrafo, o crítico, o analista, o compilador, o leitor, o pesquisador, o trabalhador intelectual. Acompanha o documento desde o instante em que ele surge da pena do autor até o momento em que impressiona o cérebro do leitor. A Documentação voltou-se ao desenvolvimento de técnicas e princípios preocupados com a organização e recuperação informacional, voltada ao tratamento documental. Essas ações engendram-se independente- mente do tipo de documental ou de suporte, permitindo enxergar o documento em seu contexto de aplicação (ORTEGA, 2008). — Tipos de documentos7 01) Apresentação sonora/cênica/ entrevista/depoimento: Documentação referente a apresentações sonoras e cênicas de qualquer natureza (inclui rádio, TV, teatro, cinema, apresentações musicais, outros ambientes e/ ou mídias, participação em debates, mesas redondas, colóquios e similares). 6 http://www.conexaorio.com/biti/otlet/ 7 https://www.esalq.usp.br/biblioteca/sobre/normas-usp/tabela-abrang%C3%AAncia O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 24 02) Artigo de jornal – Artigo de jornal depoimento/entrevista – Artigo de periódico - depoimento/entrevista – Artigo de periódico – divulgação Artigos publicados em jornais e revistas em papel ou meio eletrônico de circulação ampla. Abrange também entrevistas, depoimentos, debates e mesas redondas publicados, considerados até então sob os cabeçalhos: artigo de jornal e artigo de periódico. 03) Artigos de periódicos especializados e publicados no país e no exterior: Artigos originais, de revisão e estudos de caso, publicados em periódicos especializados, em papel ou meio eletrônico. 04) Artigo de periódico - apresentação/ introdução. – Artigo de periódico - carta ao editor/editorial Cartas/comentários/respostas e editoriais de conteúdo substancial, envolvendo discussão de temas de na- tureza técnico-científica com característica de “pequenos artigos” em periódicos especializados, em papel ou meio eletrônico. 05) Artigo de periódico - resenha/ recensão – Artigo de jornal - resenha/recensão Resenhas de livros publicados em jornais e periódicos, em papel ou meio eletrônico. 06) Artigo de periódico - tradução – Monografia/Livro – tradução – Parte de monografia – tradução – Artigo de jornal – tradução Traduções de livros, publicados por editoras na íntegra ou em parte (capítulos) e de artigos de periódicos especializados ou revistas de ampla divulgação e jornais, em papel ou meio eletrônico. 07) Bibliografias: Bibliografias organizadas, compiladas e publicadas sobre assuntos específicos, em papel ou meio eletrônico. 08) Curadoria: Documentação referente à responsabilidade pela organização/coordenação de eventos cien- tíficos, artísticos e culturais. Inclui coordenação de grupos de trabalhos em eventos. 09) Editor de periódico: Abrange trabalhos de responsabilidade de editores e organizadores que reúnem e organizam publicações periódicas, em papel ou meio eletrônico. Inclui conselho científico e consultivo, comis- são editorial. 10) Folhetos/Opúsculos: Publicações não periódicas impressas contendo de 5 a 48 páginas, desde que aprovadas por órgãos colegiados. Inclui aula inaugural e discursos proferidos. 11) Laudos e pareceres técnicos, consultoria e projetos: Trabalhos periciais, pareceres e estudos de es- pecialistas ou técnicos envolvendo documentos de caráter conclusivo (laudos) e opiniões fundamentadas em notório saber (pareceres técnicos). Inclui consultoria pedagógica, relatórios técnicos de consultoria prestada e projetos desenvolvidos. 12) Maquetes/Protótipos/Projetos: Documentos referentes a projetos arquitetônicos ou de engenharia, mo- delos originais, maquetes e protótipos. 13) Material cartográfico: Mapas, cartas geográficas, atlas, globo etc. 14) Material didático – Parte de material didático Apostilas, manuais de apoio exclusivo a cursos; partes de apostilas ou de manuais, capítulos, aprovados pelos Conselhos Editoriais das Unidades, em papel ou meio eletrônico. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 25 15) Monografia/Livro – Parte de monografia/livro (autor e colaboradores) Livros publicados por editoras, na íntegra; partes (capítulos) de livros publicados por editoras, em papel ou meio eletrônico. 16) Parte de monografia/livro - apresentação, prefácio e posfácio: Apresentação, introdução, prefácio, pos- fácio de livros, desde que assinados. 17) Monografia/Livro - editor/ organizador: Apresentação, introdução, prefácio, posfácio de livros, desde que assinados. 18) Monografia/Livro - revisão técnica: Revisão técnica/científica de livros, assinada, feita por especialista na área, em papel ou meio eletrônico. 19) Patentes: Memorial descritivo e registro de patentes. 20) Produção artística e materiais áudio-visuais8 – Parte de produção artística Produção artística abrangendo trabalhos especiais de diferentes suportes: partituras musicais, documentá- rios, roteiros de rádio, cinema e TV publicados; produção e coordenação de vídeo, vídeo-texto, fitas gravadas, discos, filmes; documentação referente a história em quadrinhos, ilustrações e desenhos publicados; exposi- ções coletivas, cartazes (quadros, gravuras, fotografias, etc.). Inclui materiais tridimensionais, tais como: escul- turas, objetos de arte, etc. 21) Programas de computador: Documentação relativa a programas de computador. 22) Relatórios técnicos ou científicos: Relatórios técnicos ou científicos produzidos nas Unidades, publica- dos em papel ou meio eletrônico. Geralmente pertencentes a séries específicas e de acesso ao usuário.23) Revisão de tradução: Revisão de traduções, assinada. Publicados em papel ou meio eletrônico. 24) Textos na Web: Textos livres produzidos e divulgados em sites. 25) Trabalhos apresentados em Eventos e publicados no país e no exterior. – Trabalho de evento - anais - periódico – Trabalho de evento - resumo - periódico – Trabalho de evento - anais – Trabalho de evento - resumo Trabalhos completos e resumos apresentados em reuniões científicas e publicados em Anais, Proceedings, Posters e Papers, em papel ou meio eletrônico. Abrange também palestras proferidas e publicadas. 26) Trabalhos de especialização – MBA: Trabalho de conclusão de curso de pós-Graduação “latu sensu”, em nível de Especialização, feito por docente ou funcionário de uma Unidade. 27) Website: Elaboração de Websites (coleção de páginas Web referentes a um assunto, instituição, pessoa etc.). 28) Outros: Documentação referente a outras categorias não especificadas e de pouca ocorrência, que se caracterizem como produção bibliográfica do corpo docente, em consonância com a resolução n.4221, de 17.11.1995, depositada na biblioteca. 8 Para materiais tridimensionais, como não farão parte do acervo da Biblioteca, é necessário haver documentação para confirmar as informa- ções do registro bibliográfico. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 26 Serviços prestados aos usuários Acesso e circulação do acervo A organização e a oferta de serviços de acesso e circulação do acervo são pilares fundamentais do trabalho do bibliotecário. Esses serviços envolvem uma série de procedimentos e políticas que têm como objetivo ga- rantir que os materiais informacionais – físicos ou digitais – estejam disponíveis de forma equitativa, eficiente e segura para todos os usuários. Compreender esses mecanismos é essencial para quem presta atendimento em bibliotecas públicas, esco- lares, universitárias ou especializadas. ▸ Políticas de acesso ao acervo As bibliotecas, de acordo com sua missão institucional, definem políticas de acesso que podem variar de livre acesso a acervos restritos. A política de acesso é o conjunto de diretrizes que define quem pode consultar, retirar ou visualizar os materiais da biblioteca. Ela inclui: ▪ Definição dos perfis de usuários (alunos, servidores, comunidade externa etc) ▪ Tipos de materiais acessíveis (livros, periódicos, DVDs, bases digitais) ▪ Regras para o uso local e domiciliar do acervo ▪ Procedimentos para a requisição de materiais em outras unidades (empréstimo entre bibliotecas) O acesso pode ser aberto (o próprio usuário circula entre as estantes) ou fechado (os funcionários retiram os itens mediante solicitação). Cada modelo exige diferentes estratégias de organização, controle e segurança. ▸ Serviços de empréstimo O empréstimo é o serviço que permite ao usuário retirar materiais do acervo para uso fora do ambiente da biblioteca. Existem diferentes modalidades: ▪ Empréstimo domiciliar: o mais comum, com prazos e limites definidos ▪ Empréstimo especial: para casos como férias, TCC, pesquisas específicas ▪ Empréstimo entre bibliotecas (EEB): quando o material solicitado não se encontra na unidade do usuário Todos esses serviços são mediadores entre o acesso e a conservação do acervo. O bibliotecário precisa controlar prazos, renovações, reservas, e lidar com casos de atrasos e perdas. ▸ Renovação e reserva de materiais A renovação permite que o usuário prorrogue o prazo do empréstimo, caso o item não esteja reservado por outro usuário. Já a reserva garante ao interessado a prioridade de acesso assim que o item for devolvido. Esses serviços podem ser realizados presencialmente ou por meio dos sistemas informatizados da biblioteca. É importante que o profissional saiba administrar essas solicitações com clareza, garantindo equidade de acesso e o cumprimento das regras. Ferramentas como o SIGA (Sistema Integrado de Gestão Acadêmica) ou softwares como Pergamum e Sophia auxiliam nesse controle. ▸ Devolução e controle de atrasos O processo de devolução deve ser rápido e eficiente, com atualização imediata do sistema. No caso de atrasos, as bibliotecas costumam aplicar penalidades, que podem incluir: ▪ Suspensão temporária do direito ao empréstimo ▪ Multas por dia de atraso (prática comum em algumas instituições) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 27 É fundamental que o bibliotecário tenha uma postura orientadora, explicando ao usuário a importância do cumprimento dos prazos para garantir o bom funcionamento da circulação do acervo. ▸ Controle e conservação do acervo Para garantir a longevidade dos materiais e o acesso igualitário, a biblioteca realiza ações de controle, como: ▪ Inventário periódico do acervo ▪ Monitoramento de itens mais ou menos circulados ▪ Avaliação de danos e necessidade de restauração ou descarte Esses procedimentos garantem não apenas a eficiência da circulação, mas também a manutenção de um acervo útil, atualizado e em bom estado. ▸ Tecnologias aplicadas à circulação Hoje, a maioria das bibliotecas utiliza sistemas informatizados que automatizam e facilitam os serviços de acesso e circulação. Com isso, os usuários podem: ▪ Consultar a disponibilidade de itens online ▪ Realizar reservas e renovações pela internet ▪ Acompanhar seu histórico de empréstimos ▪ Receber notificações de prazos por e-mail Além disso, tecnologias como RFID (Identificação por Rádio Frequência) estão sendo adotadas para agilizar o empréstimo e devolução sem contato direto com o funcionário. O serviço de acesso e circulação do acervo não se limita ao simples ato de emprestar livros. Ele envolve um conjunto de decisões técnicas e políticas que refletem diretamente na experiência do usuário e no papel social da biblioteca. O bibliotecário, como mediador desse processo, precisa estar atento às necessidades dos usuários, ao mesmo tempo em que preserva o patrimônio informacional da instituição. Referência e orientação ao usuário O serviço de referência e orientação ao usuário é uma das atividades mais nobres e estratégicas da biblio- teca. Ele vai além do simples fornecimento de informações: trata-se de um atendimento técnico, personalizado e mediado, que busca entender a real necessidade do usuário, orientá-lo na busca e uso da informação e pro- mover a autonomia informacional. Esse serviço exige sensibilidade, conhecimento técnico, domínio das fontes de informação e habilidades de comunicação por parte do bibliotecário. ▸ O que é o serviço de referência O serviço de referência consiste em um conjunto de atividades destinadas a ajudar o usuário a localizar e utilizar a informação necessária para resolver uma dúvida, desenvolver um trabalho acadêmico, profissional ou pessoal. Ele se caracteriza por: ▪ Atendimento direto ao usuário, com escuta ativa ▪ Intermediação no uso de fontes informacionais (catálogos, bases de dados, bibliografias) ▪ Auxílio na formulação de estratégias de busca ▪ Educação do usuário para uso eficiente da informação É uma função essencialmente orientadora e educativa, que amplia o impacto da biblioteca como espaço formador de cidadãos críticos e informados. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 28 ▸ Tipos de orientação oferecidos A orientação ao usuário pode acontecer de diferentes formas, a dependerdo perfil do público, dos recursos da biblioteca e da complexidade das demandas. Os tipos mais comuns são: ▪ Orientação presencial: atendimento direto no balcão de referência ou nas salas de estudo ▪ Orientação remota: via e-mail, chat, formulário ou videoconferência ▪ Visitas guiadas e treinamentos: para apresentar o acervo, os serviços e as fontes de informação ▪ Apoio à normalização de trabalhos acadêmicos: orientação sobre ABNT, APA, Vancouver etc ▪ Auxílio em pesquisas especializadas: levantamento bibliográfico, revisão sistemática, análise documen- tal Esses atendimentos podem ser pontuais ou planejados em forma de programas contínuos de formação de usuários. ▸ Fontes e recursos utilizados no atendimento Para realizar o serviço de referência com qualidade, o bibliotecário precisa dominar uma série de fontes informacionais. Entre elas: ▪ Catálogo da biblioteca (físico e digital) ▪ Bibliografias temáticas ▪ Bases de dados acadêmicas (Scielo, Portal CAPES, EBSCO, JSTOR) ▪ Repositórios institucionais e de acesso aberto ▪ Enciclopédias, dicionários, anuários e diretórios ▪ Fontes governamentais e institucionais confiáveis O profissional precisa conhecer a natureza e a utilidade de cada fonte, além de ser capaz de explicar sua relevância para diferentes perfis e necessidades. ▸ Mediação da informação e formação do usuário A mediação da informação é um conceito central no serviço de referência. O bibliotecário não apenas en- trega a informação, mas ajuda o usuário a compreendê-la, avaliá-la e aplicá-la em seu contexto. Para isso, são necessárias habilidades como: ▪ Leitura crítica das necessidades informacionais ▪ Didática na explicação de processos de busca ▪ Estímulo à autonomia do usuário no uso de fontes ▪ Clareza na apresentação das respostas Ao promover essa mediação, a biblioteca também contribui para o desenvolvimento do letramento informa- cional – ou seja, a capacidade de localizar, interpretar e utilizar a informação de forma crítica e ética. ▸ Desafios e estratégias no atendimento O atendimento de referência pode enfrentar diversos desafios: ▪ Usuários com dificuldade de expressar suas dúvidas ▪ Falta de familiaridade com recursos digitais ▪ Excesso de informações disponíveis (infoxicação) ▪ Restrições de tempo e equipe O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 29 Para superar esses obstáculos, o bibliotecário pode adotar estratégias como: ▪ Utilizar perguntas abertas e acolhedoras ▪ Mapear os perfis de usuários e suas recorrências ▪ Criar tutoriais e materiais de apoio (manuais, vídeos) ▪ Implementar sistemas de tickets ou agendamento para atendimentos mais complexos ▸ O papel ético do bibliotecário na referência Durante o atendimento de referência, o profissional deve manter um compromisso com a ética da informa- ção. Isso envolve: ▪ Respeitar a privacidade e a confidencialidade das dúvidas do usuário ▪ Indicar fontes confiáveis, atualizadas e adequadas ▪ Não fornecer respostas prontas em casos de avaliações escolares ou acadêmicas ▪ Estimular o pensamento crítico e o uso responsável da informação O serviço de referência e orientação ao usuário representa a essência do trabalho bibliotecário: conectar pessoas ao conhecimento de forma significativa e transformadora. É nesse espaço que o bibliotecário atua como educador, mediador e facilitador do acesso à informação, contribuindo diretamente para a formação de cidadãos mais autônomos, críticos e preparados para os desafios da sociedade da informação. Ações culturais, educativas e de extensão As bibliotecas contemporâneas ampliaram seu papel tradicional de guardiãs do conhecimento para se tor- narem verdadeiros centros de cultura, educação e cidadania. Nesse contexto, as ações culturais, educativas e de extensão constituem serviços fundamentais prestados aos usuários, fortalecendo o vínculo entre a biblioteca e a comunidade. Esses serviços não apenas promovem o acesso à informação, mas também estimulam a criatividade, a leitura, o pensamento crítico e a participação social. ▸ Conceito e importância das ações culturais na biblioteca Ações culturais são atividades planejadas com o objetivo de valorizar manifestações artísticas, culturais e sociais no espaço da biblioteca. Elas contribuem para: Democratizar o acesso à cultura ▪ Estimular o hábito da leitura e da escrita ▪ Promover a diversidade cultural ▪ Tornar a biblioteca um espaço vivo e atrativo Essas ações variam de acordo com o perfil do público e com os recursos disponíveis, podendo ser pontuais ou contínuas, e abrangem diferentes formas de expressão artística e literária. ▸ Exemplos de atividades culturais As bibliotecas podem realizar uma ampla gama de atividades culturais, tais como: ▪ Clubes de leitura: encontros regulares para discussão de obras literárias ▪ Contação de histórias: voltada especialmente para o público infantil ▪ Oficinas criativas: de escrita, ilustração, poesia, zine, entre outros ▪ Exposições temáticas: de livros, artesanato, fotografia ou história local ▪ Lançamento de livros e saraus: com autores convidados O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 30 ▪ Cinema comentado e rodas de conversa: com debates sobre temas sociais Essas atividades fortalecem o papel da biblioteca como um centro de convivência e formação cultural. ▸ Ações educativas como extensão do ensino e da pesquisa As ações educativas têm como foco a formação continuada dos usuários, alinhando-se aos objetivos educa- cionais da instituição à qual a biblioteca está vinculada (como escolas, universidades ou órgãos públicos). Entre os principais exemplos, estão: ▪ Palestras e minicursos: sobre temas acadêmicos, técnicos ou de interesse geral ▪ Oficinas de capacitação em pesquisa e uso da informação ▪ Treinamentos em bases de dados e normalização de trabalhos ▪ Educação para o uso ético da informação e combate à desinformação Essas ações visam desenvolver habilidades informacionais e promover o letramento digital, acadêmico e científico. ▸ Programas e projetos de extensão comunitária Na perspectiva da extensão, a biblioteca se posiciona como agente de transformação social. Isso ocorre por meio de programas que extrapolam o espaço físico da biblioteca, alcançando grupos externos e promovendo o diálogo com a comunidade. Exemplos: ▪ Biblioteca itinerante: levando livros a regiões de difícil acesso ▪ Parcerias com escolas, ONGs, centros comunitários e hospitais ▪ Projetos de alfabetização e incentivo à leitura ▪ Campanhas de doação de livros e incentivo à preservação da memória local Essas ações permitem que a biblioteca atue como ferramenta de inclusão e desenvolvimento social, sobre- tudo em contextos de vulnerabilidade. ▸ Planejamento e execução das ações Para que essas iniciativas sejam efetivas, é necessário um bom planejamento, que inclua: ▪ Diagnóstico do público-alvo ▪ Definição de objetivos claros e mensuráveis ▪ Cronograma e recursos materiais e humanos ▪ Divulgação estratégica (cartazes, redes sociais, parcerias) ▪ Avaliação dos resultados (questionários, número de participantes, impacto) O bibliotecário desempenha um papel de liderança nesse processo, articulando equipes, buscando apoio institucional e adaptando as atividades às necessidades reais da comunidade. ▸ Bibliotecas como espaços de resistência e protagonismo cultural Em contextos sociais marcados por desigualdades, as ações culturais e educativas da biblioteca ganham uma dimensão política: transformam o espaço informacionalem espaço de escuta, expressão e construção de identidades. A biblioteca deixa de ser apenas um local de estudo e passa a ser: ▪ Um ambiente de acolhimento e pertencimento O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 31 ▪ Um espaço de debate e pluralidade de ideias ▪ Um ponto de resistência contra o apagamento cultural Essa visão amplia a responsabilidade do bibliotecário, que passa a atuar também como mediador cultural e agente de cidadania. As ações culturais, educativas e de extensão consolidam a biblioteca como um espaço dinâmico, formador e transformador. Por meio delas, o bibliotecário contribui para o desenvolvimento intelectual, social e cultural da comunidade, promovendo o acesso à informação de forma criativa, participativa e democrática. Essa dimensão do serviço bibliotecário é essencial para o fortalecimento do papel da biblioteca como insti- tuição viva, atualizada e indispensável à sociedade contemporânea. Inclusão digital e mediação tecnológica A inclusão digital e a mediação tecnológica são dimensões cada vez mais presentes no trabalho do biblio- tecário, principalmente no contexto da sociedade da informação e do avanço acelerado das tecnologias de comunicação. A biblioteca, enquanto espaço de acesso à informação e ao conhecimento, tem papel central na superação das desigualdades tecnológicas, ajudando os usuários a acessarem, compreenderem e utilizarem os recursos digitais de forma autônoma, crítica e segura. ▸ Conceito de inclusão digital na biblioteca A inclusão digital é o processo de garantir que todas as pessoas tenham acesso aos meios tecnológicos e às habilidades necessárias para utilizar a informação disponível em plataformas digitais. Isso inclui: ▪ Acesso físico a equipamentos como computadores, tablets e internet ▪ Desenvolvimento de habilidades digitais básicas e avançadas ▪ Autonomia para navegação, pesquisa, comunicação e produção de conteúdo digital ▪ Capacidade crítica para avaliar fontes e proteger dados pessoais Na biblioteca, a inclusão digital vai além da simples oferta de computadores. Trata-se de um serviço ativo, voltado para a formação e o empoderamento dos usuários. ▸ Espaço físico e infraestrutura digital A primeira etapa da inclusão digital é garantir que a biblioteca ofereça os meios físicos para o acesso: ▪ Terminais de computadores com conexão à internet ▪ Wi-fi gratuito e de qualidade ▪ Impressoras, scanners e outros periféricos ▪ Ambientes acessíveis e adaptados para pessoas com deficiência A infraestrutura precisa ser pensada para atender a diferentes perfis de usuários, desde estudantes até idosos ou pessoas com pouca familiaridade com a tecnologia. O ambiente também deve ser acolhedor e contar com sinalização clara. ▸ Mediação tecnológica pelo bibliotecário A mediação tecnológica é o processo pelo qual o bibliotecário atua como facilitador no uso das tecnologias. Isso envolve: ▪ Orientar usuários na navegação em sites, portais e bases de dados ▪ Ajudar no uso de plataformas de governo eletrônico (como agendamentos, emissão de documentos, ins- crição em concursos) ▪ Apoiar no uso de e-books, repositórios digitais e bibliotecas virtuais O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 32 ▪ Ensinar o uso básico de ferramentas como e-mail, editores de texto, navegadores e aplicativos Essa mediação exige paciência, didática e constante atualização por parte do profissional. É um serviço cada vez mais demandado, especialmente por usuários que não têm acesso ou formação tecnológica em casa ou no trabalho. ▸ Capacitações e oficinas de letramento digital As bibliotecas também podem organizar ações formativas voltadas ao desenvolvimento de competências digitais, como: ▪ Oficinas de informática básica ▪ Cursos de cidadania digital e segurança na internet ▪ Treinamentos sobre uso de bases acadêmicas e ferramentas de pesquisa ▪ Sessões de orientação sobre currículos digitais, aplicativos e plataformas de estudo Essas atividades devem ser planejadas com base nas reais necessidades do público atendido, e podem ser ofertadas de forma presencial ou online, de modo contínuo ou pontual. ▸ Bibliotecas como pontos de apoio a políticas públicas de inclusão digital Muitas bibliotecas públicas e universitárias têm sido parceiras de políticas públicas de acesso à internet, como o programa Wi-Fi Brasil, os Pontos de Cultura Digital e iniciativas locais. Nessas parcerias, o papel do bibliotecário inclui: ▪ Receber e orientar os usuários que buscam os serviços digitais do governo ▪ Manter os equipamentos funcionando e acessíveis ▪ Desenvolver relatórios e indicadores de uso ▪ Propor novos projetos e buscar parcerias com escolas, universidades e ONGs Esse trabalho fortalece a posição da biblioteca como espaço estratégico de desenvolvimento social e digital. ▸ Desafios e soluções para a inclusão digital Alguns dos principais desafios enfrentados pelas bibliotecas nessa área incluem: ▪ Falta de recursos para aquisição e manutenção de equipamentos ▪ Carência de capacitação técnica da equipe ▪ Resistência de parte dos usuários ao uso das tecnologias ▪ Infraestrutura precária de rede em áreas remotas Para enfrentar esses problemas, podem ser adotadas estratégias como: ▪ Buscar financiamento por meio de editais públicos e privados ▪ Realizar parcerias com instituições de ensino e empresas de tecnologia ▪ Formar grupos de voluntariado para apoio técnico e capacitação ▪ Criar tutoriais e materiais de autoajuda para os usuários Com criatividade e articulação, é possível manter a biblioteca como um centro de referência em acesso digital. A inclusão digital e a mediação tecnológica são pilares do serviço bibliotecário contemporâneo. Garantir o acesso à informação hoje significa também garantir o acesso às ferramentas que viabilizam essa informação. Ao assumir essa responsabilidade, o bibliotecário amplia seu papel social, contribuindo para a construção de uma sociedade mais equitativa, participativa e informada. A biblioteca se reafirma, assim, como um espaço de transformação, inovação e inclusão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 33 Arranjos dos livros nas estantes — Armazenagem da documentação Os livros são guardados nas estantes de acordo com sua classificação, no que se chama de ordem relativa. Ou seja, a ordem do livro é relativa ao seu assunto. É preciso atentar para a correta ordem de arquivamento do sistema decimal utilizado pela biblioteca. Além da ordem relativa, existe a ordem fixa, ou sistema de localização fixa. Se diz fixa pois cada livro tem o seu lugar garantido e preservado na estante. Tipo – Corredor X, Estante 3, Prateleira 4, Posição 7 (por exemplo). Quando o livro é retirado do seu local, é colocado um objeto para guardar o seu lugar. Esse objeto é chamado de “fantasma”. Outro ponto importante sobre localização fixa é que, em geral, as bibliotecas que a utilizam trabalham com os acervos fechados ao público. Apenas os funcionários é que tem acesso ao acervo. Faz sentido pois para um usuário interessado em um assunto específico é muito mais difícil achar livros daquele assunto, pois os livros estão agrupados pelo acaso e não pelo assunto. — Organização Seus setores ou seções se dividem da seguinte forma: Administração – é responsável pela administração geral.Ou seja, recursos humanos, segurança, finanças, planejamento, controle, correspondências, etc. Desenvolvimento de coleções – setor responsável pelo acervo da biblioteca ou desenvolvimento da coleção de documentos da biblioteca. É dividido em dois (em geral): 1- Seleção, que se responsabiliza por selecionar os livros e documentos que a biblioteca precisa e deseja para melhorar sua coleção, tanto qualitativamente quanto quantitativamente. Incorporando (seleção positiva) ou descartando/retirando (seleção negativa) livros e documentos a sua coleção. 2 – Aquisição, que irá implementar as decisões da seleção, ou seja, irá efetivamente adquirir os documentos selecionados pelo setor de seleção. A aquisição pode ser de 3 formas: compra (por assinatura para periódicos e por licitação no caso de órgãos públicos); permuta (troca de materiais entre instituições) e doação (quando a biblioteca recebe os documentos gratuitamente) e neste caso, é preciso avaliar criteriosamente se os livros doados realmente servem para o uso da biblioteca. Registro – setor responsável por tornar os livros e documentos patrimônio da biblioteca. Cada livro/docu- mento irá receber o seu número de tombo e vários carimbos para assegurar a propriedade do exemplar. PT (Processos técnicos) - setor que irá tratar o documento, aplicando técnicas da biblioteconomia para classifi- car, indexar e catalogar. Preservação, conservação e restauração – setor responsável por periodicamente avaliar o estado físico das obras e retirar da circulação os exemplares danificados, a fim de restaurá-los ou encaderná-los. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 34 Referência – setor responsável por atender o usuário. É o cartão de visitas da biblioteca. É o primeiro con- tato do usuário com o a biblioteca. Circulação – setor responsável pela circulação do acervo, ou seja, empréstimo e devolução dos livros. Normal- mente, está ligado ao setor de referência pois faz parte do atendimento ao usuário. Além do empréstimo, que é a retirada do livro pelo usuário, e da devolução, este setor realiza também a cobrança dos livros em atraso (por carta, telefone ou mesmo e-mail), reserva dos livros que estão emprestados e a renovação do empréstimo, ou seja, um novo prazo para ficar com o livro. — O espaço da biblioteca O primeiro passo a ser definido na organização de uma biblioteca é a sua localização. Para tanto, deve-se levar em consideração os seguintes pontos: • facilidade de acesso; • boa iluminação, porém que não seja diretamente exposta a raios solares durante grande parte do dia. O sol direto é altamente prejudicial aos livros e torna o ambiente muito quente, pouco acolhedor. A radiação UV máxima recomendada tanto para a área destinada ao acervo quanto para aquela onde as pessoas permanece- rão (usuários e funcionários) é de 75 UV (m w/lumem); • entrada independente de forma a permitir seu funcionamento, mesmo fora das horas e períodos normais de aula; • possibilidade de ampliações futuras; • distância de locais de muito barulho; • localização térrea pois, os livros colocam uma sobrecarga na estrutura da edificação de cerca de 800 kg/m de estante. • Acessibilidade com especial atenção aos usuários portadores de deficiências físicas, assim é preciso pro- videnciar rampas de acesso para facilitar a locomoção desses usuários. • Sanitários exclusivos para os funcionários, a fim de evitar ausências prolongadas que possam prejudicar o atendimento ao público. — Organização do espaço As áreas destinadas à biblioteca deverão estar naturalmente relacionadas com o tamanho da instituição, com o número de usuários e serviços a serem prestados. Para que uma biblioteca cumpra suas finalidades mínimas, é preciso pensar em: • espaço para funcionários; • espaço para acervo; • espaço para usuários. Atenção: O espaço mínimo indicado para a biblioteca é de, aproximadamente, 50 m2, o que corresponde ao tamanho de uma sala de aula. • Espaço para funcionários Levam-se em consideração os seguintes setores ou atividades internas: — Recepção – deve estar próxima à entrada da biblioteca, para realização de empréstimos e devolução de documentos. Por ser um ponto de observação e apoio aos frequentadores da biblioteca, a localização da re- cepção deve oferecer uma visão geral da biblioteca. A recepção deve contar com um balcão. Este balcão deve ter escaninhos para arquivar livros de empréstimos, gavetas, prateleira para livros devolvidos etc. Na recepção deve-se considerar também a possibilidade de disponibilizar para o usuário um terminal de consulta on-line ao catálogo da biblioteca. — sala de preparação do material – sala especial para execução dos serviços técnicos. Deve ter mesas sufi cientes para a quantidade de profissionais que ali trabalham. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 35 — sala de reunião – sala para trabalhos em equipe. Sala com pelo menos nove metros quadrados, com mesa de seis lugares e estante para livros. Ou ainda, mesas pequenas que possam ser agrupadas. Para acomodar um funcionário deve-se prever uma área de aproximadamente 6,5 m², considerando-se que o funcionário precisará de: — mesa 1,20 X 0,75m — cadeira 0,45 X 0,45 m — área de circulação 0,60 X 0,45 m A área mínima para uma pessoa em sala individual não deve ser inferior a 9,3 m². Essa área vai diminuindo proporcionalmente ao aumento do número pessoas que ocuparão uma sala. • Espaço para acervo As dimensões gerais: Largura das seções – 1m Profundidade – 20 a 25cm Espessura das prateleiras – 2 a 2,5cm Espaço entre estantes fronteiras – 0,76 a 1m Largura dos corredores principais – 1,10m Peso – 80Kg/m³ Área – 1m²/50 volumes Número médio de volumes por prateleira – 30 O acervo geralmente é organizado conforme a natureza do material: revistas científicas (periódicos), livros, discos, vídeos etc. O acervo deve ser acomodado em estantes próprias para os diversos tipos de material. Elas devem ser em aço, para evitar cupim e outros parasitas. Assim, pode-se pensar em destinar áreas para as seguintes coleções: — referência – material bibliográfico destinado à consulta e a prestar informações, tais como enciclopédias, dicionários, atlas etc. As estantes podem ter de 1 a 1,10 cm de altura. Como o material de referência é mais volumoso, em média podem ser colocados 18 volumes por prateleira. — setor de periódicos – um dos mais importantes setores da biblioteca. Neste local devem-se colocar mó- veis expositores de revistas e jornais. Fonte: Curso de capacitação de auxiliares de bibliotecas para os polos de educação a distância da UFG — sala de material audiovisual – sala para armazenar matérias especiais como vídeo, CD, DVD etc. Esta sala deverá ter os equipamentos, leitores e tomadas para testes. — Livros – as estantes para os livros têm as seguintes especificações: a) altura máxima: 1,80cm; b) largura das secções: 1m; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 36 c) profundidade: 0,20 a 0,25cm; d) número de prateleiras: de 5 a 6 (reguláveis e removíveis); e) espaço entre uma estante e outra: 0,76 a 1 m para facilitar a circulação dos usuários. Fonte: Curso de capacitação de auxiliares de bibliotecas para os polos de educação a distância da UFG As estantes devem ser dispostas em blocos, de forma que a movimentação de leitores pela coleção de livrosnão perturbe os que estão estudando em seus lugares. Para calcular a área das estantes e sua quantidade, deve-se observar o seguinte: 1 m² para 50 volumes. Este cálculo é feito prevendo o crescimento vegetativo da biblioteca. Dessa forma, o acervo ainda pode ocupar 2/3 da capacidade total das estantes. Conforme este cálculo, a biblioteca com coleção de 3.000 volumes deverá reservar, no mínimo, 60 m² para a área global das estantes, inclusive corredores. • Espaço para o leitor O espaço físico mínimo necessário para o usuário depende da categoria em que ele se insere. De um modo geral destina-se para (Wehplozt; Candido, Bono, 2008): — aluno de graduação – 2,3 m²; — aluno de pós-graduação – 3,2 m²; — professores – 3,7 m². — sala de leitura – espaço para acomodar 10% dos usuários, onde pode ficar localizado o ponto do controle de empréstimo e seção de referência. Fonte: Curso de capacitação de auxiliares de bibliotecas para os polos de educação a distância da UFG O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 37 Fonte: Curso de capacitação de auxiliares de bibliotecas para os polos de educação a distância da UFG Ainda serão necessários: • mural de cortiça para divulgar os eventos e serviços da biblioteca; • ar condicionado; • bebedouro; • copiadora; • microcomputador e impressora; • telefone/fax. Para definir o tipo de mobiliário para as diversas atividades do usuário, considere: • Mesas: o tamanho mínimo de mesa individual é de 90 cm X 60 cm. Mesas muito compridas devem ser evitadas. O espaço que um adulto ocupa é de 80 cm, no mínimo. As mesas redondas para 6 ou 8 leitores são caras e ocupam muito espaço. Entre uma mesa e outra deve haver um espaço de 1,5 m mais ou menos. As mesas mais recomendáveis são as simples, sem ornamentação e de cantos arredondados. A altura regulará entre 80 e 85 cm. • Cadeiras: devem ser resistentes, com pés protegidos por borrachas para evitar o barulho. O tamanho deve ser de 0,45 m X 0,45 m. (WEHRPLOTZ; CANDIDO; BONO (2008)) Serviços Cooperativas Conceito e objetivos dos serviços cooperativos em bibliotecas Os serviços cooperativos em bibliotecas fazem parte de uma estratégia consolidada de compartilhamento de recursos, conhecimentos e responsabilidades entre instituições. Em um cenário de crescentes demandas por informação e, muitas vezes, de limitações orçamentárias, a cooperação entre bibliotecas se apresenta como uma solução inteligente e eficiente. ▸ Conceito de serviços cooperativos Os serviços cooperativos em bibliotecas referem-se a ações conjuntas realizadas por duas ou mais biblio- tecas com o objetivo de ampliar o acesso à informação, otimizar recursos e melhorar a qualidade dos serviços prestados ao público. Essa colaboração pode ocorrer em diversos níveis — local, regional, nacional ou internacional — e envolve o desenvolvimento de atividades como empréstimo entre bibliotecas, compartilhamento de catálogos, intercâm- bio de materiais e experiências, desenvolvimento conjunto de coleções, entre outros. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 38 Principais características dos serviços cooperativos: ▪ Compartilhamento de recursos: Inclui tanto materiais físicos (como livros e periódicos) quanto recursos digitais (bases de dados, acervos online, softwares). ▪ Planejamento conjunto: As bibliotecas envolvidas alinham suas metas e definem estratégias comuns para melhor atender suas comunidades. ▪ Padronização de procedimentos: Para que a cooperação funcione, é necessário que as instituições si- gam padrões semelhantes de catalogação, classificação e circulação de materiais. ▪ Uso de tecnologias da informação: Ferramentas tecnológicas, como sistemas integrados de gestão de bibliotecas e redes de comunicação, são fundamentais para a efetivação da cooperação. ▸ Objetivos dos serviços cooperativos A cooperação entre bibliotecas não é apenas uma escolha administrativa, mas uma resposta estratégica a necessidades reais. A seguir, destacamos os principais objetivos dos serviços cooperativos: Ampliar o acesso à informação: Uma biblioteca isoladamente não consegue oferecer todo o conteúdo necessário a seus usuários. Ao coo- perar com outras instituições, expande-se o universo de fontes disponíveis, beneficiando especialmente estu- dantes, pesquisadores e profissionais de áreas diversas. Racionalizar e otimizar recursos: Por meio da cooperação, bibliotecas evitam a duplicação de materiais e podem investir de forma mais es- tratégica em novas aquisições, com base nas coleções das instituições parceiras. Isso é especialmente impor- tante em tempos de restrições orçamentárias. Favorecer a atualização e a inovação: O trabalho conjunto estimula a troca de experiências e o desenvolvimento de boas práticas. Além disso, facilita a implementação de novas tecnologias e serviços, muitas vezes com custos compartilhados. Fortalecer redes de conhecimento: A cooperação promove a construção de redes de apoio entre bibliotecários, gestores e técnicos. Essas re- des são fundamentais para o desenvolvimento profissional e institucional contínuo. Descentralizar o acesso à cultura e à informação: Em contextos sociais diversos, a cooperação entre bibliotecas públicas, escolares, universitárias e comuni- tárias contribui para reduzir desigualdades no acesso à informação, promovendo inclusão e cidadania. Modelos e tipos de cooperação entre bibliotecas A cooperação entre bibliotecas pode assumir diferentes formas, dependendo dos objetivos, das capacida- des institucionais e das necessidades informacionais das comunidades atendidas. ▸ Classificação geral dos modelos de cooperação A cooperação entre bibliotecas pode ser classificada conforme diferentes critérios. Um dos principais cri- térios é o grau de formalidade da relação estabelecida entre as instituições. A partir disso, temos os seguintes modelos: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 39 Cooperação informal: Neste modelo, as bibliotecas colaboram de forma espontânea, sem contratos ou convênios formais. As de- cisões são geralmente tomadas por acordos diretos entre os profissionais envolvidos, com base na confiança e na boa vontade institucional. Exemplos práticos: ▪ Troca de informações por telefone ou e-mail entre bibliotecários. ▪ Indicação de fontes informacionais ao usuário mesmo que o material pertença a outra biblioteca. ▪ Empréstimos pontuais de materiais, com base em relações pessoais entre profissionais. Cooperação formal: Envolve acordos institucionais estabelecidos por meio de convênios, termos de cooperação ou contratos. Esses documentos definem regras, metas, responsabilidades e recursos envolvidos no processo cooperativo. Exemplos práticos: ▪ Convênios de empréstimo interbibliotecário com prazos e critérios definidos. ▪ Participação em redes como o COMUT (Programa de Comutação Bibliográfica). ▪ Desenvolvimento conjunto de coleções com metas de cobertura temática coordenada. Cooperação integrada ou sistêmica: Neste modelo, várias bibliotecas são integradas em um mesmo sistema ou rede, com padronização com- pleta de procedimentos, uso de sistemas de informação compartilhados e gestão coordenada. Essa integração permite maior eficiência e abrangência dos serviços. Exemplos práticos: ▪ Sistemas municipais ou estaduais de bibliotecas públicas. ▪ Bibliotecasuniversitárias que compartilham um catálogo único e políticas de circulação comuns. ▪ Redes de bibliotecas escolares gerenciadas por uma secretaria de educação. ▸ Tipos de cooperação interbibliotecária Além dos modelos estruturais, também é possível classificar os serviços cooperativos com base nas ativida- des desempenhadas pelas bibliotecas envolvidas. A seguir, os principais tipos de cooperação: Empréstimo entre bibliotecas (EEB): É um dos tipos mais comuns de cooperação. Permite que usuários de uma biblioteca tenham acesso a obras pertencentes ao acervo de outra. Normalmente, envolve prazos definidos, critérios de solicitação e con- trole logístico do material. ▪ Aplicação comum: universidades, centros de pesquisa e bibliotecas públicas. Compartilhamento de catálogos: A criação de catálogos coletivos ou integrados facilita o acesso à informação, permitindo que usuários con- sultem, em um só lugar, os acervos de várias instituições. ▪ Ferramentas associadas: bases como o WorldCat, redes como o Pergamum ou o SophiA, entre outros. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 40 Comutação bibliográfica: Trata-se da obtenção de cópias de documentos (artigos, teses, capítulos de livros) localizados em outras bibliotecas, respeitando os direitos autorais. ▪ Exemplo no Brasil: COMUT (programa da CAPES) que permite solicitação de cópias de documentos de instituições participantes. Desenvolvimento cooperativo de coleções: Bibliotecas planejam conjuntamente suas aquisições, evitando duplicidades e otimizando recursos. Isso permite que, juntas, atendam a um número maior de demandas temáticas. ▪ Exemplo prático: uma rede de bibliotecas universitárias em diferentes áreas do conhecimento divide en- tre si as responsabilidades por adquirir materiais em certas disciplinas. Treinamento e capacitação conjunta: Bibliotecas cooperam para promover a formação continuada de seus profissionais, por meio de cursos, ofi- cinas e grupos de estudo compartilhados. ▪ Exemplo: eventos regionais de biblioteconomia promovidos por consórcios interbibliotecários. Cooperação tecnológica e de sistemas: Bibliotecas compartilham recursos tecnológicos, como servidores, softwares, ferramentas de indexação e sistemas de automação. ▪ Exemplo: consórcios para aquisição de bases de dados digitais ou plataformas de e-books. ▸ Importância dos tipos de cooperação para o cargo de bibliotecário O bibliotecário precisa compreender não só a teoria, mas também saber como aplicar esses tipos de co- operação no cotidiano de sua função. Em concursos públicos, especialmente para cargos em universidades, institutos federais e órgãos do poder judiciário, a cobrança de questões sobre tipos de cooperação é recorrente, com foco em: ▪ Capacidade de implementação de empréstimos entre bibliotecas. ▪ Participação em catálogos cooperativos. ▪ Gerenciamento de redes interbibliotecárias. ▪ Conhecimento de programas como o COMUT. Principais redes cooperativas no Brasil e no mundo A atuação cooperativa entre bibliotecas se concretiza por meio de redes institucionais que possibilitam o intercâmbio de informações, documentos, serviços e práticas. Essas redes são fundamentais para promover o acesso democrático ao conhecimento e a racionalização de recursos. ▸ Redes cooperativas no Brasil No contexto nacional, o Brasil desenvolveu diversas redes cooperativas voltadas ao fortalecimento do sis- tema bibliotecário em diferentes esferas — públicas, universitárias, escolares e especializadas. A seguir, des- tacamos as mais relevantes: COMUT – Programa de Comutação Bibliográfica: Coordenado pela CAPES, o COMUT é um programa de comutação bibliográfica que permite solicitar cópias de documentos técnico-científicos localizados em bibliotecas brasileiras e em algumas instituições do exterior. ▪ Permite o acesso a artigos de periódicos, teses, anais de congressos e partes de livros. ▪ Usuários (indivíduos ou instituições) solicitam documentos mediante pagamento por meio de créditos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 41 ▪ Amplia o acesso a materiais de difícil obtenção, sem que a biblioteca precise adquirir o título completo. ▪ É uma ferramenta muito usada por bibliotecas universitárias e centros de pesquisa. BIBLIODATA (Rede Pergamum): O sistema Pergamum é amplamente adotado por bibliotecas universitárias e permite a formação de catálo- gos coletivos, como a rede BIBLIODATA, que agrega diversas instituições de ensino superior. ▪ As bibliotecas participantes compartilham seus acervos em um catálogo coletivo. ▪ Usuários podem localizar materiais em outras instituições e solicitar empréstimos ou cópias. ▪ Favorece o desenvolvimento cooperativo de coleções e facilita o acesso entre universidades. Rede de Bibliotecas da Fiocruz: Voltada à área da saúde, a rede de bibliotecas da Fundação Oswaldo Cruz integra instituições de pesquisa e unidades técnicas. ▪ Compartilha acervos, serviços de referência e sistemas de gestão. ▪ Apoia a disseminação científica em saúde pública, medicina, biomedicina e áreas correlatas. ▪ Participa também de redes internacionais como a BIREME. BIBLIOSUS (Sistema de Bibliotecas do SUS): Coordena bibliotecas vinculadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), promovendo o compartilhamento de acervos e a disseminação de informações em saúde. ▪ Foco em bibliotecas de hospitais, universidades, secretarias de saúde e centros de pesquisa. ▪ Trabalha com acesso à informação técnica e científica para profissionais da saúde. SNBP – Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas: Coordenado pelo Ministério da Cultura, o SNBP articula as bibliotecas públicas brasileiras, promovendo ações de capacitação, modernização tecnológica e articulação em rede. ▪ Atua na integração entre bibliotecas estaduais, municipais e comunitárias. ▪ Incentiva projetos cooperativos, formação de consórcios regionais e compartilhamento de acervos. ▪ É responsável pelo desenvolvimento da Base de Dados do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas. ▸ Redes cooperativas internacionais No cenário mundial, redes cooperativas permitem o acesso a grandes bases de dados, acervos digitais e serviços de empréstimo interbibliotecário internacional. A seguir, algumas das mais importantes: OCLC – Online Computer Library Center (EUA): É uma das maiores e mais antigas cooperativas de bibliotecas do mundo. ▪ Gerencia o WorldCat, o maior catálogo coletivo do planeta, com mais de 2 bilhões de registros bibliográ- ficos. ▪ Oferece serviços de catalogação cooperativa, empréstimo interbibliotecário, controle de autoridade e ca- pacitação. ▪ Participam bibliotecas de mais de 100 países, incluindo algumas brasileiras. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 42 IFLA – International Federation of Library Associations and Institutions: Apesar de não ser uma rede de bibliotecas no sentido técnico, a IFLA funciona como um organismo global que articula bibliotecas e promove práticas cooperativas. ▪ Desenvolve diretrizes e recomendações internacionais sobre serviços cooperativos. ▪ Estimula projetos de cooperação em países em desenvolvimento. ▪ É um importante espaço para atualização e networking na área de Biblioteconomia. BIREME – Biblioteca Virtual em Saúde (VHL/BVS): Organismo ligado à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), comsede no Brasil. ▪ Coordena a rede de bibliotecas de saúde da América Latina e Caribe. ▪ Integra bases como LILACS, SciELO e outras fontes de informação científica em saúde. ▪ Fomenta o intercâmbio de documentos e conhecimento técnico-científico em múltiplos idiomas. Europeana (União Europeia): Portal que integra museus, arquivos, bibliotecas e coleções digitais de países europeus. ▪ Compartilha acervos digitalizados com acesso livre, promovendo o patrimônio cultural da Europa. ▪ Envolve bibliotecas nacionais, universitárias e especializadas. ▪ Estimula a interoperabilidade de dados e a padronização de metadados para uso cooperativo. DLF – Digital Library Federation (EUA): Coalizão de instituições dedicadas ao desenvolvimento de bibliotecas digitais. ▪ Foco em inovação tecnológica, acesso aberto e cooperação acadêmica. ▪ Estimula a integração de repositórios institucionais e bases de dados de pesquisa. ▪ Colabora com universidades, bibliotecas nacionais e centros de dados. ▸ Aplicabilidade prática para o bibliotecário O conhecimento sobre redes cooperativas é essencial para o bibliotecário, principalmente nos seguintes aspectos: ▪ Gestão de recursos informacionais: saber em quais redes a biblioteca pode se integrar para ampliar o acesso ao conhecimento. ▪ Planejamento de acervo: utilizar redes para complementar a coleção da biblioteca de forma estratégica. ▪ Referência e orientação ao usuário: indicar serviços como o COMUT ou o WorldCat para obtenção de documentos. ▪ Adoção de tecnologias cooperativas: selecionar sistemas de informação compatíveis com redes nacio- nais e internacionais. Benefícios e desafios da cooperação interbibliotecária A cooperação entre bibliotecas é uma prática estratégica que promove avanços significativos na prestação de serviços informacionais, na gestão de acervos e no fortalecimento institucional. No entanto, apesar dos inúmeros benefícios, o trabalho cooperativo também impõe desafios que precisam ser enfrentados com plane- jamento, recursos adequados e compromisso das instituições envolvidas. ▸ Benefícios da cooperação interbibliotecária A cooperação traz uma série de vantagens que afetam diretamente a qualidade dos serviços prestados pe- las bibliotecas e a experiência dos usuários. A seguir, destacamos os principais benefícios: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 43 Ampliação do acesso à informação: Ao integrar-se a redes cooperativas, uma biblioteca expande significativamente o universo informacional disponível aos seus usuários. Isso é especialmente importante para instituições que não conseguem adquirir todos os títulos desejados por conta de limitações orçamentárias. ▪ Usuários podem acessar documentos localizados em outras bibliotecas. ▪ Aumenta-se a variedade e a profundidade temática do acervo acessível. ▪ Fortalece-se o papel da biblioteca como mediadora do conhecimento. Otimização de recursos financeiros: Em vez de cada biblioteca adquirir o mesmo material, a cooperação permite a especialização de coleções e o compartilhamento de conteúdos. ▪ Redução de custos com aquisição de obras duplicadas. ▪ Possibilidade de investimento conjunto em bases de dados, sistemas e serviços digitais. ▪ Melhor aproveitamento dos recursos humanos e tecnológicos. Desenvolvimento profissional e institucional: O trabalho cooperativo facilita a troca de experiências e boas práticas entre bibliotecários, estimulando a capacitação contínua. ▪ Realização de cursos, oficinas e eventos em conjunto. ▪ Estímulo à padronização de serviços, como catalogação e indexação. ▪ Formação de redes de apoio técnico e científico. Fortalecimento das políticas públicas de leitura e informação: A atuação conjunta de bibliotecas públicas, escolares e comunitárias, por exemplo, contribui para a demo- cratização da leitura e da cultura. ▪ Ampliação da cobertura territorial dos serviços bibliotecários. ▪ Maior capilaridade na oferta de materiais educativos e culturais. ▪ Estímulo à inclusão digital e à cidadania informacional. Inovação e modernização tecnológica: A cooperação muitas vezes impulsiona a adoção de soluções tecnológicas avançadas, que seriam inviáveis de forma isolada. ▪ Implantação de sistemas integrados de gestão. ▪ Digitalização cooperativa de acervos. ▪ Compartilhamento de plataformas de e-books e repositórios institucionais. ▸ Desafios da cooperação interbibliotecária Apesar dos muitos benefícios, existem obstáculos que dificultam ou limitam a cooperação entre bibliotecas. Esses desafios podem ser de ordem técnica, administrativa, política ou cultural. Abaixo, destacamos os mais recorrentes: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 44 Falta de padronização: A ausência de normas e critérios comuns entre as instituições dificulta a integração dos serviços. ▪ Diferenças em sistemas de catalogação (ex: AACR2 vs RDA). ▪ Incompatibilidade entre softwares de automação bibliotecária. ▪ Variação nos critérios de indexação e classificação. Limitações tecnológicas e de infraestrutura: Nem todas as bibliotecas possuem os recursos necessários para integrar-se a redes cooperativas. ▪ Ausência de internet de qualidade. ▪ Falta de equipamentos e servidores adequados. ▪ Sistemas desatualizados ou inexistentes. Dificuldade de articulação institucional: A cooperação exige envolvimento de gestores e órgãos superiores, o que nem sempre ocorre de forma satisfatória. ▪ Resistência de direções administrativas em firmar convênios. ▪ Falta de clareza sobre papéis e responsabilidades entre os parceiros. ▪ Pouca valorização das bibliotecas nas políticas institucionais. Escassez de recursos humanos capacitados: A cooperação requer profissionais que compreendam as exigências técnicas e organizacionais desse tipo de serviço. ▪ Falta de formação específica sobre redes cooperativas. ▪ Sobrecarga de trabalho, dificultando a dedicação à cooperação. ▪ Pouca familiaridade com plataformas e ferramentas digitais. Questões legais e burocráticas: Aspectos jurídicos e administrativos podem dificultar o compartilhamento de documentos e dados. ▪ Restrições relacionadas a direitos autorais. ▪ Insegurança quanto ao empréstimo de materiais raros ou valiosos. ▪ Dificuldades em formalizar parcerias e contratos. ▸ Superando os desafios: recomendações práticas Para que a cooperação interbibliotecária se fortaleça, algumas ações estratégicas podem ser adotadas: ▪ Capacitação contínua dos bibliotecários, com foco em tecnologias cooperativas e gestão de redes. ▪ Criação de normas e procedimentos padronizados, facilitando a integração entre instituições. ▪ Investimento em tecnologia da informação, com foco em sistemas interoperáveis e acessíveis. ▪ Estabelecimento de convênios claros, com objetivos definidos, cronogramas e responsabilidades. ▪ Valorização das bibliotecas nas políticas públicas, garantindo recursos e apoio institucional para ações cooperativas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 45 Serviço de Tratamento de Coleção: Atividades Básicas. Aquisição Tombamento Atividades básicas do tratamento de coleções O tratamento de coleções é uma das funções centrais nas atividades técnicas da biblioteca. Trata-se de um conjunto de procedimentos técnicos aplicados aos materiais que compõem o acervo, como objetivo de organi- zá-los, preservá-los e torná-los acessíveis ao público. Este processo se inicia logo após a seleção e aquisição dos itens e envolve diversas etapas que devem ser executadas com precisão para garantir a eficiência no uso da coleção. Neste contexto, vamos entender as principais atividades que compõem o tratamento básico de coleções, essenciais para o bom funcionamento de qualquer biblioteca. ▸ Seleção e avaliação do material A primeira etapa do tratamento técnico é a seleção dos materiais que farão parte do acervo. Esta atividade é diretamente relacionada à política de desenvolvimento de coleções da biblioteca, que define critérios como: ▪ Pertinência temática (de acordo com o público-alvo); ▪ Qualidade do conteúdo (atualidade, confiabilidade); ▪ Condição física do material; ▪ Redundância no acervo (evita duplicação desnecessária); ▪ Disponibilidade orçamentária. Após a seleção, é feita uma avaliação do material recebido, o que inclui verificação de integridade física, identificação bibliográfica e correspondência com o pedido realizado. ▸ Classificação A classificação é o processo que define a posição do item dentro do acervo com base em um sistema de organização. O mais comum nas bibliotecas brasileiras é a Classificação Decimal de Dewey (CDD), embora outros sistemas também possam ser utilizados, como a Classificação Decimal Universal (CDU). A finalidade da classificação é organizar o acervo de forma lógica e acessível. Por exemplo, todos os livros de História ficam agrupados em determinada área da estante, o que facilita tanto a guarda quanto a localização por parte dos usuários e bibliotecários. Essa atividade exige domínio das regras de classificação, leitura atenta do conteúdo do material e, muitas vezes, consulta a ferramentas auxiliares, como tabelas de expansão e manuais. ▸ Catalogação Após classificado, o item passa pela catalogação, que é a descrição técnica e informativa do material. A catalogação pode ser dividida em: ▪ Catalogação descritiva: inclui dados como autor, título, editora, ano, número de páginas etc., com base em normas como a AACR2 ou RDA. ▪ Catalogação temática ou analítica: envolve a atribuição de assuntos e palavras-chave, utilizando voca- bulários controlados, como a Tabela de Assuntos da BIBLIOTECA NACIONAL ou o Vocabulário Controlado da USP. A catalogação é responsável por alimentar o sistema informatizado da biblioteca, permitindo a recuperação eficiente da informação pelo usuário. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 46 ▸ Indexação e atribuição de palavras-chave A indexação é uma etapa complementar à catalogação. Aqui, são atribuídos termos representativos ao con- teúdo do documento, com base em uma análise semântica. As palavras-chave e descritores devem refletir com precisão o assunto tratado, permitindo que o item seja facilmente localizado em pesquisas. Uma boa indexação aumenta a relevância dos resultados de busca e me- lhora significativamente a experiência do usuário com o catálogo. Etiquetagem e carimbagem: Depois de classificado e catalogado, o material precisa ser preparado fisicamente para integrar o acervo. Isso inclui: ▪ Etiquetagem do número de chamada; ▪ Carimbo de identificação da instituição; ▪ Colocação de etiquetas de código de barras (quando aplicável); ▪ Reforço da encadernação, se necessário. Essas ações garantem a rastreabilidade e a segurança do item dentro da biblioteca, além de permitir o con- trole do empréstimo e devolução. ▸ Armazenamento e disponibilização Por fim, o material é alocado na estante de acordo com a classificação e número de chamada. O bibliote- cário deve garantir que o ambiente físico esteja em boas condições, com controle de temperatura, umidade e luminosidade, protegendo os itens contra deterioração. Além disso, é necessário manter sinalizações e manuais de orientação atualizados, facilitando o acesso dos usuários às obras físicas. Essas são as atividades básicas do tratamento de coleções, que formam a espinha dorsal da organização técnica da biblioteca. Elas exigem precisão, conhecimento técnico e constante atualização, sendo fundamen- tais para garantir que o acervo seja útil, preservado e acessível à comunidade. Processo de aquisição de materiais bibliográficos A aquisição de materiais bibliográficos é uma das etapas mais estratégicas dentro do serviço técnico de uma biblioteca. Trata-se do processo pelo qual a instituição incorpora novos documentos ao seu acervo, seja por compra, doação, permuta ou outras formas de obtenção. O sucesso dessa atividade depende diretamente de uma boa política de desenvolvimento de coleções, que deve considerar as necessidades dos usuários, os objetivos da instituição e os recursos disponíveis. ▸ Política de desenvolvimento de coleções Todo processo de aquisição deve estar pautado por uma política de desenvolvimento de coleções, um do- cumento normativo que define: ▪ Objetivos do acervo (ex: pesquisa, ensino, extensão, leitura recreativa); ▪ Perfil dos usuários (ex: estudantes, pesquisadores, comunidade em geral); ▪ Critérios de seleção (ex: atualidade, relevância, qualidade editorial); ▪ Áreas de conhecimento prioritárias; ▪ Tipos de materiais aceitos (livros, periódicos, e-books, bases de dados etc.); ▪ Critérios para doações e descarte. Essa política orienta as decisões de compra e seleção, evitando desperdícios, redundâncias e desatualiza- ção do acervo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 47 ▸ Formas de aquisição A biblioteca pode adquirir materiais por diferentes meios. Cada um exige cuidados técnicos e administrativos distintos: ▪ Compra: geralmente realizada via licitação pública ou compra direta, conforme a legislação vigente. Exige levantamento de necessidades, cotação de preços e acompanhamento do processo junto ao setor de compras. ▪ Doação: recebimento de materiais de pessoas físicas ou jurídicas. Deve-se aplicar critérios rigorosos de seleção e triagem, pois muitas doações são obsoletas ou em mau estado. ▪ Permuta: troca de publicações entre instituições. Bastante comum em bibliotecas universitárias e públi- cas, especialmente com periódicos científicos e obras institucionais. ▪ Consórcios e assinaturas: no caso de bases digitais, e-books e revistas eletrônicas, é comum o compar- tilhamento de custos entre instituições ou aquisição via consórcios acadêmicos. ▸ Seleção e recomendação O processo de seleção envolve a identificação dos títulos que melhor atendem às necessidades da bibliote- ca. Essa etapa pode contar com: ▪ Indicações de professores, usuários ou especialistas; ▪ Análise de catálogos de editoras; ▪ Consulta a bibliografias recomendadas em editais de concursos, cursos e vestibulares; ▪ Relatórios de uso do acervo atual (itens mais emprestados, áreas mais demandadas). O bibliotecário desempenha um papel ativo nessa análise, especialmente ao cruzar os títulos sugeridos com os critérios da política da biblioteca. ▸ Orçamento e priorização Com base na seleção feita, o bibliotecário precisa organizar a lista de materiais considerando os limites orçamentários da instituição. Aqui entram critérios de priorização, como: ▪ Quantidade de usuários beneficiados por cada título; ▪ Urgência (ex: bibliografia obrigatória de disciplinas em andamento); ▪ Custo-benefício; ▪ Disponibilidade no mercado. É comum que nem todos os títulos desejados possam ser adquiridos imediatamente, exigindo planejamento e divisão em etapas ao longo do exercício fiscal. ▸ Processoadministrativo de aquisição A parte administrativa da aquisição envolve uma série de etapas formais: 1. Emissão de pedido de compra (requisição interna ou sistema informatizado); 2. Cotação de preços (mínimo de três fornecedores, geralmente); 3. Análise da proposta mais vantajosa (considerando prazo, frete, forma de pagamento); 4. Autorização e empenho orçamentário (controle contábil); 5. Ordem de compra e acompanhamento da entrega. Esses processos seguem as normas de licitação e contratos da administração pública, principalmente nos órgãos federais e municipais. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 48 ▸ Recebimento e conferência dos materiais Após a entrega, o bibliotecário ou a equipe técnica realiza a conferência dos materiais, verificando: ▪ Se os títulos, autores e edições correspondem ao pedido; ▪ Se os materiais estão em bom estado físico; ▪ Se a nota fiscal está correta. É nessa fase que se identifica eventuais divergências ou defeitos. Somente após essa conferência os itens seguem para o tombamento e tratamento técnico. O processo de aquisição de materiais bibliográficos é, portanto, um elo fundamental entre a necessidade informacional dos usuários e a efetiva disponibilização de recursos no acervo. Envolve planejamento, análise técnica, critérios claros e cumprimento de normas administrativas. O bibliotecário precisa dominar essas etapas para garantir a construção de um acervo equilibrado, atual e alinhado com os objetivos institucionais. Tombamento: registro e controle patrimonial O tombamento é a atividade que formaliza a entrada de um item no patrimônio da biblioteca. Trata-se de um procedimento obrigatório em instituições públicas e recomendado em instituições privadas, pois garante a rastreabilidade, a segurança e o controle dos bens adquiridos ou recebidos por doação. Além disso, é um ins- trumento de gestão patrimonial que permite auditorias, inventários e responsabilização dos responsáveis pelo acervo. No contexto do tratamento de coleções, o tombamento é o ponto de transição entre a aquisição do item e sua integração às atividades técnicas da biblioteca, como a catalogação e a disponibilização ao público. ▸ Conceito de tombamento Tombar significa registrar oficialmente um item como parte do patrimônio da instituição. No caso de biblio- tecas, isso inclui não apenas livros, mas também periódicos, mapas, CDs, DVDs, obras raras e outros tipos de materiais informacionais. O número de tombo é um identificador único, atribuído a cada item no momento em que ele é incorporado ao acervo. Esse número é utilizado para: ▪ Controlar o histórico do item (compra, empréstimo, perdas, reposições); ▪ Garantir a rastreabilidade patrimonial; ▪ Atender exigências legais e administrativas (principalmente em órgãos públicos); ▪ Apoiar o controle de inventário. O tombamento é realizado com base em normas internas da instituição e, no caso de órgãos públicos, con- forme orientações de tribunais de contas e leis orçamentárias. ▸ Etapas do tombamento O processo de tombamento geralmente segue uma sequência padronizada, que pode ser adaptada confor- me o porte da instituição: Recebimento formal do item: Após a conferência física e documental do material adquirido, a biblioteca registra a entrada do item no sistema. Geração do número de tombo: Cada item recebe um número sequencial único. Esse número será usado em etiquetas, sistemas informati- zados e documentos internos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 49 Registro em livros ou sistemas patrimoniais: O número de tombo, junto com as informações básicas do item (título, autor, editora, ano, valor, origem), é registrado no livro de tombo ou sistema de gestão patrimonial utilizado pela instituição. Etiqueta e carimbo de identificação: O item recebe o carimbo da biblioteca e a etiqueta com o número de tombo. Isso facilita a verificação física durante os inventários e evita extravios. Atualização do sistema de controle: Sistemas informatizados, como o SophiA, Pergamum ou Biblivre, devem ser alimentados com as informa- ções do tombo, possibilitando a integração com a catalogação e o controle de circulação. ▸ Tombamento e valor patrimonial Em instituições públicas, o tombamento também está relacionado ao controle financeiro dos bens. Isso significa que cada item deve ser registrado com o seu valor de aquisição, sendo possível calcular o patrimônio bibliográfico da instituição. Esse controle patrimonial é necessário para fins de: ▪ Prestação de contas a órgãos de controle; ▪ Planejamento orçamentário; ▪ Elaboração de relatórios de gestão; ▪ Proteção contra perdas, danos ou furtos. Nos casos de doação, o valor do item pode ser estimado com base em valores de mercado, desde que registrado adequadamente. ▸ Atualização e manutenção do tombamento Após o tombamento inicial, é necessário manter os registros atualizados. Isso envolve: ▪ Baixa patrimonial (ex: perda, descarte, inutilização); ▪ Alterações físicas ou de localização do item; ▪ Transferências entre setores ou entre instituições. Essas atualizações devem ser documentadas formalmente, preferencialmente com registros administrati- vos e justificativas, especialmente em órgãos públicos sujeitos a auditorias. ▸ Relação com o inventário O tombamento está diretamente vinculado ao inventário do acervo, que é a verificação periódica da exis- tência física e da situação dos itens registrados. Um inventário eficiente depende da consistência dos dados de tombo, incluindo: ▪ Número de identificação; ▪ Localização na estante; ▪ Condição física do item; ▪ Situação de empréstimo. Assim, o tombamento é uma etapa essencial para a confiabilidade do inventário e da gestão do acervo como um todo. O tombamento, embora muitas vezes visto como uma etapa burocrática, é na verdade uma ação estratégica e necessária para garantir o controle, a transparência e a integridade do patrimônio bibliográfico. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 50 Cabe ao bibliotecário dominar essa prática e integrá-la de forma eficaz aos demais processos técnicos, respeitando as exigências legais e operacionais da instituição em que atua. Integração entre aquisição, tombamento e organização técnica O tratamento técnico de coleções não é composto por etapas isoladas, mas por um processo integrado que envolve desde a entrada física do material na biblioteca até sua disponibilização ao usuário. A integração entre aquisição, tombamento e organização técnica é essencial para garantir que o acervo seja incorporado de forma eficiente, segura e funcional, dentro dos padrões profissionais exigidos. ▸ Visão geral do fluxo integrado O ciclo técnico da incorporação de um item no acervo segue, de modo geral, esta sequência: Aquisição: O material é selecionado, solicitado e adquirido pela biblioteca via compra, doação, permuta ou outra forma. Tombamento: O item recebido é registrado oficialmente no patrimônio da instituição. Organização técnica: A obra é classificada, catalogada, indexada, etiquetada e disponibilizada para consulta. Essa sequência deve ocorrer de forma contínua, com registros claros e comunicação eficiente entre as equipes envolvidas (aquisição, patrimônio, catalogação e circulação). ▸ Comunicação entre os setores Um dos pontos mais críticos no(3000 AC), folhas de palmeira, linho e papiro (3500 AC). • No séc. VI desenvolveram-se várias caligrafias ou estilos de letras nacionais. • No século IV DC, o pergaminho tornou-se o suporte principal da escrita na Europa. • Meados do séc. XVI, o papel substitui o pergaminho quase inteiramente, após a imprensa ter utilizado ambos como suporte da escrita. • No séc. XIII, a indústria e comércio regular do livro começa a estruturar-se. • A imprensa (Gutenberg) foi um avanço técnico que possibilitou a multiplicação, difusão e popularização dos impressos e livros. • A invenção de máquinas de escrever no séc. XIX facilitou o trabalho de composição. Atualmente, pouco se sabe sobre a existência de livros e bibliotecas na primeira metade do século XVI no Brasil2. Os documentos são escassos e as pesquisas são poucas. Não seria incorreto afirmar que a demanda de livros nesse período fosse quase insignificante e que os que estavam em solo brasileiro eram aqueles in- dispensáveis aos padres e magistrados no exercício de suas funções. O aparecimento de livros, instituições de ensino e, posteriormente, as bibliotecas, só ocorrerão a partir de 1549 com a instalação do Governo Geral, em Salvador (Bahia). A partir dessa data começou, de fato, o sistema educacional no Brasil e são, com o estabeleci- mento dos conventos de diversas ordens religiosas, principalmente da Companhia de Jesus - os Jesuítas - que serão formados os primeiros acervos no país. A vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil parece ser um assunto já muito debatido e, portanto, sem novidades. A transferência da Real Biblioteca, com um acervo de 60 mil peças, entre livros, manuscritos, estampas, mapas, moedas e medalhas para o Brasil, representou para o país, o início de sua futura Biblioteca Nacional. Com a Independência do Brasil, passou-se denominar Biblioteca Nacional. A Biblioteca Pública da Bahia foi fundada no dia 13 de maio de 1811, na administração de D. Marcos de Noronha e Brito, Conde dos Arcos e então Capitão-General da Província da Bahia, porém não foi dele a ini- ciativa e sim de um rico senhor de engenho, Pedro Gomes Ferrão Castelo Branco e de um grupo de homens inteligentes e cultos, que, às escondidas, liam em clubes maçônicos, livros franceses de ideias filosóficas e políticas. A biblioteca era a primeira com um caráter verdadeiramente público uma vez que as dos Conventos não eram públicas e a Real Biblioteca do Rio de Janeiro já existia em Lisboa e tinha sido apenas transferida de sede (MORAES, 1979). A Biblioteca tem por finalidade atender às necessidades de estudo, consulta e pesquisa de professores e alunos universitários, atuando como verdadeiro centro documentação 2 Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, Nova Série, São Paulo, v.6, n.1, p. 50-61, jan./jun. 2010. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 3 A biblioteca pode estar associada à função de educar - neste caso, incluem-se as bibliotecas públicas, es- colares, universitárias; de preservar a memória de uma sociedade – como no caso da biblioteca nacional; ou à função de recreação – que pode ser o caso das bibliotecas públicas, comunitárias, escolares e infantis. Porém, a função de disseminar a informação para todo usuário que recorra a seus serviços é comum a todas as elas, independentemente de sua natureza (CARVALHO, 2002). — Tipos de bibliotecas As bibliotecas têm suas especificidades e dinâmicas definidas em função, principalmente, do seu propósito, usuário ou da instituição que ela serve – fábricas, empresas, escolas etc. Existem basicamente 5 tipos de bibliotecas: Nacional, Pública, Especializada, Escolar e Universitária. Te- mos ainda a Biblioteca digital. • Biblioteca Nacional é a que tem por finalidade de preservar a memória nacional, isto é, a produção bi- bliográfica e documental de uma nação. Para isto, elas devem receber, segundo o que dispõe a lei do “depósito legal”, dois exemplares de todas as publicações impressas no país. • Biblioteca Pública tem por finalidade atender às necessidades de estudo, consulta e recreação de deter- minada comunidade, independente de classe da entidade mantenedora, elas podem ser: federais, estaduais e municipais. • Biblioteca Especializada é aquela que existe em função de um grupo restrito de usuários, reunindo e di- vulgado documentos de um campo especifico do conhecimento. Os clientes das bibliotecas especializadas são geralmente pertencentes à própria instituição a qual a biblioteca encontra-se subordinada, com necessidades e exigências bastante complexas, daí a importância de se elaborar uma eficaz política de desenvolvimento de coleções. Ela deve: – fornecer informação de forma rápida e eficaz, centrada em uma área do conhecimento, buscando atender as necessidades dos usuários. – realizar um tratamento exaustivo nos documentos, ampliando os recursos de recuperação da informação; – disseminar seletivamente a informação; – proporcionar o acesso a bases de dados especializadas na área de interesse da coleção da biblioteca; – permitir a recuperação aprofundada de informações sobre assuntos específicos da área. • Biblioteca Escolar: finalidade de fornecer o material bibliográfico necessário às atividades de professores e alunos de uma escola. Ela deve estar intimamente relacionada com a escola para funcionar como verdadeiro complemento das atividades realizadas em classe. Desempenha importante papel na formação do hábito da leitura. • Biblioteca Universitária: é aquela que serve aos propósitos das universidades e instituições de ensino superior, estando também por isso ligada ao tripé Ensino, Pesquisa e Extensão. Em universidades de grande porte, é comum existir a Biblioteca Central e Bibliotecas Setoriais ligadas a ela, formando assim um Sistema de Bibliotecas (SIBI). • Biblioteca Digital e virtual, com o avanço tecnológico, novas estruturas foram surgindo e as formas de acessar a informação passaram por grandes transformações. Até que nos deparamos com coleções hoje dis- poníveis inteiramente via internet, muitas com acesso público e gratuito. As bibliotecas digitais e as bibliotecas virtuais podem ser citadas como exemplo. — Portal Domínio Público O portal Domínio Público (www.dominiopublico.gov.br), é uma biblioteca virtual criada em 2004 e que ob- jetiva permitir a coleta, a integração, a preservação e o compartilhamento de conhecimentos, promovendo o amplo acesso às obras literárias, artísticas e científicas (nos formatos de textos, sons, imagens e vídeos), já em domínio público ou com sua divulgação devidamente autorizada (PORTAL, 2008). Além da pesquisa básica, você tem a possibilidade de realizar a pesquisa por conteúdo, pesquisa teses e dissertações e pesquisa por nome do autor. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 4 — Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) É um projeto do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) que, segundo o qual, “in- tegra os sistemas de informação de teses e dissertações existentes nas instituições de ensino e pesquisa bra- sileiras e também estimula o registro e publicação de teses e dissertações em meio eletrônico” (BDTD, 2008). O objetivo da BDTD é “disponibilizar gradativamente para consulta ou download, a produção nacional de teses e dissertações e oferecer aos usuários produtos e serviços integrados capazes de proporcionar aumento significativo ao impacto de suas pesquisas” (BDTD, 2008). Serviço de Referência: Conceituação — Principais Serviços3 Seu objetivo e oferecer serviços aos usuários.processo integrado é a comunicação entre os setores administrativos e téc- nicos. Muitas bibliotecas públicas ou universitárias possuem departamentos distintos para: ▪ Compras e licitação; ▪ Controle patrimonial; ▪ Tratamento técnico do acervo. Quando essas áreas não atuam de maneira articulada, surgem problemas como: ▪ Atrasos na entrada do material; ▪ Falta de informações sobre a origem do item; ▪ Erros na atribuição de número de tombo; ▪ Itens extraviados antes de serem catalogados. Para evitar isso, é fundamental: ▪ Padronizar formulários e relatórios; ▪ Utilizar sistemas informatizados integrados; ▪ Definir responsáveis por cada etapa; ▪ Manter canais de comunicação abertos entre as equipes. ▸ Sistemas de gestão integrados O uso de softwares de gestão bibliotecária (como Pergamum, SophiA, Biblivre, entre outros) permite maior integração entre aquisição, tombamento e catalogação. Esses sistemas possibilitam: ▪ Registro unificado do processo (pedido, recebimento, tombamento e classificação); O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 51 ▪ Acompanhamento do status de cada item; ▪ Emissão de relatórios automáticos; ▪ Integração com módulos de circulação e estatísticas. Além disso, sistemas compatíveis com o SIGA (Sistema Integrado de Gestão Administrativa) e o SIPAC (Sistema Integrado de Patrimônio, Administração e Contratos), muito usados em universidades, ajudam a co- nectar as áreas técnicas com o setor administrativo e financeiro. ▸ Boas práticas na integração dos processos Para que a integração seja eficiente, algumas práticas são recomendadas: ▪ Planejamento anual de aquisições com base em dados do acervo e em necessidades dos usuários; ▪ Criação de um cronograma técnico para o tratamento dos materiais recém-adquiridos; ▪ Controle por planilhas ou sistemas, registrando a situação de cada item (ex: “aguardando tombo”, “em processamento técnico”, “disponível”); ▪ Treinamento das equipes para uso adequado dos sistemas e cumprimento dos fluxos; ▪ Auditorias internas periódicas, comparando itens adquiridos, tombados e efetivamente disponíveis no acervo. Essas ações aumentam a eficiência, reduzem riscos de perda e garantem maior transparência e controle sobre o processo. Desafios da integração: Mesmo com sistemas informatizados e normatizações, há desafios que exigem atenção do bibliotecário: ▪ Volumes altos de materiais em curto tempo, como no caso de aquisições por emendas parlamentares ou projetos especiais; ▪ Falta de pessoal técnico qualificado, especialmente em bibliotecas de pequeno porte; ▪ Problemas na cadeia de suprimentos, como atrasos de fornecedores ou divergências de entrega; ▪ Restrições orçamentárias, que exigem priorização e escalonamento no processamento técnico. O bibliotecário deve atuar como gestor desses fluxos, antecipando problemas e buscando soluções criativas e eficazes para manter o acervo atualizado e acessível. A integração entre aquisição, tombamento e organização técnica não é apenas uma exigência burocrática, mas um fator determinante para a qualidade da biblioteca. Uma biblioteca que adquire materiais, mas não os processa ou os disponibiliza de forma eficiente, compromete sua missão institucional. Por isso, é essencial que o profissional bibliotecário domine cada etapa e saiba integrá-las com planejamen- to, controle e visão sistêmica. Classificação /Catalogação. Catálogos coletivos Tratamento técnico, ou processo técnico, é a atividade que irá tratar o documento com as técnicas da biblioteconomia para representação do documento (catalogação) e do conteúdo (classificação e indexação). A catalogação é o processo de descrição do documento para a criação de um catálogo. Cada documento será catalogado a partir de um código de catalogação – o código em vigor e mais utilizado no mundo inteiro é o AACR2 – Regras de Catalogação Anglo Americanas segunda edição, que está em edição revista e é publicado aqui no Brasil pela FEBAB. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 52 — Funções da catalogação a) Permitir ao usuário: 1. localizar um item específico; 2. escolher entre várias manifestações de um item; 3. escolher entre vários itens semelhantes, sobre quais, inclusive, possa não ter conhecimento prévio algum; 4. expressar, organizar ou alterar sua mensagem interna. b) Permitir a um item encontrar seu usuário. c) Permitir a outra biblioteca: 1. localizar um item específico; 2. saber quais os itens existentes em acervos que não o seu próprio. (MEY, 1995, p.7) A International Federation of Library Associations and Institutions (IFLA), em 2009, elencou que o catálogo tem como objetivo permitir aos usuários: - Encontrar recursos bibliográficos em uma coleção; - Avaliar um recurso bibliográfico através da seleção de informações desejadas ou distinguir recursos com características análogas; - Selecionar um recurso bibliográfico que atenda às necessidades do usuário do catálogo, ou seja, escolher itens que satisfaçam suas necessidades referentes ao conteúdo, formato físico e outras características; - Obter acesso a um item descrito; - Navegar em seus registros através da organização lógica dos dados dos itens catalogados. Classificar é atribuir uma classe (um assunto) ao livro. E isso é importante numa biblioteca, pois cada livro será classificado sob um único assunto, ainda que composto por vários assuntos. Para tanto, as bibliotecas adotam em geral dois esquemas de classificação. A Classificação Decimal de Dewey e a Classificação Decimal Universal. As duas tem muito em comum. A CDU, que é baseada na CDD, dá mais liberdade ao classificador. Mas o mais importante, como não poderia deixar de ser, são as classes. Ambas dividem o conhecimento em 10 classes principais, por isso são chamadas de classificações decimais. E há apenas uma pequena diferença entre elas, nas classes 4 e 8, que na CDD continuam como sempre foram, mas na CDU a classe 4 está vaga enquanto que a 8 abriga além de literatura, linguística. A indexação consiste na análise de assunto para a representação do conteúdo do documento por meio da atribuição de termos ou palavras-chave. Tem como objetivo a recuperação de qualquer documento ou informa- ção no momento em que o usuário executa a busca por assunto. No processo de indexação, os conteúdos são extraídos através da análise de assuntos dos documentos e transcritos para termos autorizados nos instrumen- tos de controle (vocabulário controlados, tesauros, etc.) (LANCASTER, 2004). — Princípios da indexação Etapas da indexação de assuntos: 1. Análise conceitual 2. Tradução Análise conceitual decide de que trata/assunto do documento. Para Lancaster (2004, p. 15) “[...] identifica assuntos estudados ou representados num documento.” 3 perguntas: - De que trata? -Por que foi incorporado a nosso acervo? O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 53 - Quais de seus aspectos serão de interesse para nossos usuários? “indexação centrada no usuário” (FIDEL, 1994 apud LANCASTER, 2004, p. 10) - Métodos colaborativos de indexação. - É preciso que os indexadores saibam muito mais do que os princípios da indexação. Devem, em especial, estar inteiramente a par dos interesses da comunidade atendida e das necessidades de informação de seus membros.” (LANCASTER, 2004, p. 12) — Código AACR2Em 1967, foi publicada, em trabalho conjunto da American Library Association (ALA), Canadian Library As- sociation e a Library Association (Inglaterra) a primeira edição das AngloAmerican Cataloguing Rules (AACR) que foi editado no Brasil em 1969, traduzido como Código de Catalogação Anglo-Americana, passando a ser adotado em quase todas as escolas de Biblioteconomia brasileiras. A partir daí, em 1978, surgiu a segunda edição, AACR2 e, em 1988, uma segunda edição revista, AACR2R, com várias emendas e revisões até 2005 (MEY; SILVEIRA, 2009). Sua aplicação visa a todas as atividades biblioteconômicas, bibliográficas e livrescas, isto é, confecção de fichas catalográficas, bibliografias, citações bibliográficas, listas de livros e de outros materiais para qualquer finalidade, incluindo catálogos coletivos. (BARBOSA, 1978, p. 40) Estrutura da descrição no AACR2r: Capítulos e áreas - 8 ÁREAS DE DESCRIÇÃO: 1) Área do título e indicação de responsabilidade 2) Área da edição 3) Área dos detalhes específicos do material (Ou do tipo de publicação) 4) Área da publicação, distribuição etc. 5) Área da descrição física 6) Área da série 7) Área das notas 8) Área do número normalizado e das modalidades de aquisição 9) Itens suplementares 10) Itens constituídos de vários tipos de material 11) Fac-símiles, fotocópias e outras reproduções Níveis de descrição: • Depende da política de catalogação estabelecida pela Biblioteca; • A política de catalogação determina a escolha dos níveis de descrição: •• Um único nível para todos os itens OU estabelece diretrizes para o uso de níveis diferentes dependendo do tipo de item a ser descrito. Níveis de detalhamento da descrição: 1º nível Título principal / primeira indicação de responsabilidade, se diferir do cabeçalho de entrada principal em for- ma ou número, ou se não houver cabeçalho de entrada principal. – Indicação de edição. – Primeiro editor etc., data de publicação etc. – Extensão do item. – Nota(s). – Número normalizado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 54 Níveis de detalhamento da descrição: 2º nível Título principal [designação geral do material] = Título equivalente : outras informações sobre o título / pri- meira indicação de responsabilidade ; cada uma das indicações subsequente de responsabilidade. – Indicação de edição / primeira indicação de responsabilidade relativa a edição. – Detalhes específicos do material (ou do tipo de publicação). – Primeiro lugar de publicação etc. : primeiro editor etc., data de publicação etc. – Extensão do item : outros detalhes físicos : dimensões. – (Título principal da série / indicação de responsabilidade relativa à série, ISSN da série ; numeração dentro da série. Título da subsérie, ISSN da subsérie ; numeração dentro da subsérie). – Nota(s). – Número normalizado. Níveis de detalhamento da descrição: 3º nível Todos os elementos especificados nas regras seguintes, aplicáveis ao item que está sendo descrito. Parte II – Pontos de Acesso, Títulos Uniformes, Remissivas Introdução - Parte II Capítulo 21 – Escolha dos Pontos de Acesso Capítulo 22 – Cabeçalhos para Pessoas Capítulo 23 – Nomes Geográficos Capítulo 24 – Cabeçalhos para Entidades Capítulo 25 – Títulos Uniformes Capítulo 26 – Remissivas — Código RDA A partir de 2003, vêm ocorrendo seguidas reuniões com especialistas da International Federation of Library Associations and Institutions (IFLA) com o objetivo de se criar um novo código internacional de catalogação. Com isso, em 2004, foi constituído o Joint Steering Comittee for the Development of AACR (Comitê Gestor Conjunto para o Desenvolvimento das AACR), que previa o lançamento das AACR3. Porém, tornou-se o comitê para o novo código de descrição e acesso aos recursos, Resource Description and Access, conhecido como RDA (MEY; SILVEIRA,2009). O RDA foi criado para dar maior flexibilidade e extensibilidade necessária para acomodar novos recursos na representação descritiva e ser aplicado a qualquer ambiente informacional, seja ele digital ou convencional possibilitando as interações necessárias às buscas e explicitando de forma clara e objetiva, correspondendo também às necessidades dos usuários não presenciais (CORRÊA, 2008). — Formato MARC21 Houve um tempo, em que os bibliotecários norte-americanos sentiram a necessidade de não catalogar novamente o que já tinha sido catalogado, ou seja, eles queriam trocar registros bibliográficos entre suas bi- bliotecas. Porém, os sistemas existentes não eram compatíveis. A solução encontrada por eles foi se juntar a Library of Congress (LC) para desenvolverem um formato de intercâmbio de registros, mesmo entre sistemas diferentes. No início da década de 50, um grupo de bibliotecários formado pela própria LC realizaram estudos sobre a possibilidade de utilizar recursos computacionais para automatizar parte de seus serviços. Na medida em que os resultados iam tendo êxito, a direção da biblioteca convocou um grupo de trabalho composto por bibliotecá- rios e analistas de sistemas para encontrar uma forma de converter os dados das fichas catalográficas a fim de gerar o repertório bibliográfico. Desta forma, em 1966, iniciou-se um projeto piloto idealizado pela LC que pos- sibilitava fornecer as bibliotecas dados de catalogações legíveis por máquinas, surgindo assim o Machine-Rea- dable for Cataloging (MARC) que significa registro catalográfico legível por computador (CÔRTE et al.,1999). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 55 O MARC é um formato de intercâmbio formado por um conjunto de códigos e designações de conteúdos definido para codificar registros que são interpretados por máquina. Seu objetivo principal é possibilitar o inter- câmbio de dados, ou seja, importar dados de diferentes instituições ou exportar dados de sua instituição para outros sistemas ou redes de bibliotecas através de programas de computador desenvolvidos especificamente para isto (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2010). O padrão MARC permite o compartilhamento entre bibliotecas dos seus recursos bibliográficos promovendo a comunicação entre diferentes sistemas e permitindo que elas substituam seus sistemas de automação, po- rém sem perda da compatibilização dos dados (LOPES, 2010). O MARC utiliza números, letras e símbolos gráficos que são subdivididos em campos fixos e variáveis, sub- campos e indicadores, utilizados para representar um item em um sistema de automação. Ele individualiza o documento, tornando-o único em toda biblioteca ou até mesmo em uma rede de bibliotecas interligadas. (Fonte: Representação Descritiva - Laboratório de Práticas Integradas (LPI) - Coordenação: Ana Cristi- na de Albuquerque) Campos de números e códigos do MARC21 00X: Campos de controle 01X-09X: Campos de números e códigos 1XX: Campos do pontos de acesso principal 20X-24X: Campos de título e títulos relacionados 25X-28X: Campos de edição, imprenta, etc. 3XX: Campos de descrição física 4XX: Campos de indicação de série 5XX: Campos de nota 6XX: Campos de pontos de acesso de assunto 70X-75X: Campos dos pontos de acesso secundários 76X-78X: Campos dos pontos de acesso de ligação 80X-83X: Campos dos pontos de acesso secundários de série 841-88X: Campos de itens, localização, gráficos alternativos, etc. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.56 Estrutura do Padrão MARC 21 (Fonte: Representação Descritiva - Laboratório de Práticas Integradas (LPI) - Coordenação: Ana Cristina de Albuquerque) — Sistema de Classificação Decimal Decimal (CDD)9 A CDD organiza todo o conhecimento em dez classes principais que, excluindo a primeira (000 Computa- dores, informação e referência geral), prosseguem do metafísico (filosofia e religião) ao mundano (história e geografia). A inteligência da CDD está na escolha de números decimais para suas categorias; isto permite que o sistema seja ao mesmo tempo puramente numérico e infinitamente hierárquico. Utiliza alguns mecanismos de uma classificação facetada, combinando elementos de diferentes partes da estrutura para construir um número representando o assunto do conteúdo (frequentemente combinando dois elementos de assuntos juntando nú- meros que representam áreas geográficas ou épocas) e sua forma, em vez de extrair a representação de uma única lista contendo cada classe e seu significado. Por exemplo, um livro de Literatura Brasileira será classificado em 869.3 na CDD e em 869(81) na CDU. Note que a raiz é a mesma, 869, mas o uso das tabelas é diferente para cada caso. — Lista de cabeçalhos de assunto10 Trata-se de uma lista convencional de assuntos que são usados como pontos de acesso no catálogo de uma biblioteca ou de um outro serviço de documentação. É uma convenção pois os autores da lista fazem da sua escolha uma norma de procedimento, tal como as regras sociais não escritas são seguidas pelas pessoas nas suas relações sociais. O grande objetivo é otimizar os pontos de acesso, evitando casos de falta de coerência e integridade dos catálogos. Uma lista deste tipo contém descrição, sinônimos dos termos que são usados na indexação e na recuperação por assunto de um documento. 9 https://pt.wikipedia.org/wiki/Classificação_decimal_de_Dewey 10 https://besmealhada.wordpress.com/como-se-diz/lista-de-autoridade-de-assuntos/ O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 57 Regras para arquivamento e alfabetação Conceitos básicos de arquivamento e alfabetação O correto arquivamento de documentos é uma atividade essencial dentro da rotina de trabalho de um biblio- tecário. Para que a informação seja preservada e localizada de forma rápida e eficiente, é necessário compre- ender bem os conceitos fundamentais de arquivamento e alfabetação. ▸ O que é arquivamento? Arquivamento é o conjunto de procedimentos técnicos utilizados para organizar, guardar e conservar do- cumentos, de modo que possam ser recuperados quando necessário. O objetivo principal é garantir acesso rápido, segurança da informação e preservação do acervo documental. É importante destacar que o arquivamento não se restringe a papéis. Ele pode abranger documentos digi- tais, imagens, mapas e qualquer tipo de informação registrada, exigindo técnicas específicas para cada tipo de suporte. ▸ Finalidades do arquivamento As principais finalidades do arquivamento são: ▪ Facilitar a localização de documentos ▪ Preservar a integridade da informação ▪ Atender a prazos legais e administrativos ▪ Reduzir o volume de material acumulado ▪ Assegurar a confidencialidade de dados, quando necessário Esses objetivos exigem uma organização sistemática e contínua, baseada em critérios técnicos definidos com clareza. ▸ Tipos de arquivos Os arquivos podem ser classificados de acordo com diversos critérios, entre eles: ▪ Quanto à natureza: arquivos correntes, intermediários e permanentes ▪ Quanto à estrutura: centralizados (gerenciados por um único setor) ou descentralizados (cada setor cui- da do seu próprio acervo) ▪ Quanto à titularidade: públicos (mantidos por órgãos governamentais) ou privados (mantidos por empre- sas ou instituições particulares) Cada tipo exige cuidados específicos quanto à organização e à conservação. ▸ Alfabetação e sua importância A alfabetação é uma das formas mais comuns de organização de documentos, especialmente em arquivos correntes, catálogos e fichários. Trata-se da ordenação dos elementos com base na sequência alfabética, se- guindo regras predefinidas. Sua importância está na simplicidade e agilidade com que permite localizar um documento a partir de um nome, título ou assunto. No entanto, sua aplicação exige conhecimento técnico, pois há regras específicas para lidar com nomes compostos, abreviações, partículas, títulos e siglas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 58 ▸ Terminologias importantes Alguns termos básicos que o bibliotecário precisa dominar: ▪ Documento: registro de uma informação em qualquer suporte ▪ Classificação: atividade de agrupar documentos por assuntos ou categorias ▪ Ordenação: disposição física dos documentos segundo um critério ▪ Indexação: atribuição de palavras-chave ou descritores para facilitar a recuperação ▪ Codificação: uso de símbolos ou códigos para representar informações de forma simplificada ▸ Diferença entre classificação e ordenação Apesar de muitas vezes serem utilizadas como sinônimos, esses dois termos têm significados distintos: ▪ Classificar é agrupar documentos com características semelhantes, como por assunto, função, tipo ou setor. ▪ Ordenar é definir uma sequência para esses grupos ou documentos, podendo seguir a ordem alfabé- tica, numérica, cronológica, geográfica, entre outras. Por exemplo, ao arquivar correspondências, pode-se classificá-las por remetente (assunto) e, dentro de cada grupo, ordená-las alfabeticamente. ▸ Papel do bibliotecário no arquivamento O bibliotecário exerce papel central na gestão documental, sendo responsável por implantar, revisar e mo- nitorar os métodos de arquivamento e organização da informação. Isso inclui desde a criação de um plano de classificação documental até o treinamento de equipes e uso de softwares especializados. Além disso, o bibliotecário deve conhecer as normas técnicas aplicáveis, como as do Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ), que orientam sobre gestão de documentos e arquivos públicos e privados. Principais métodos de arquivamento utilizados em bibliotecas O ambiente de uma biblioteca exige uma organização rigorosa dos documentos e acervos, tanto físicos quanto digitais. Para garantir acesso rápido, controle eficiente e preservação do conteúdo, o bibliotecário recor- re a métodos de arquivamento bem definidos. Esses métodos são aplicados de acordo com o tipo de material, finalidade da consulta e dinâmica do uso pelos usuários e funcionários. ▸ Arquivamento por ordem alfabética Este é um dos métodos mais utilizados, especialmente para documentos cujo principal ponto de acesso é o nome de uma pessoa, instituição ou local. Aplicações: ▪ Arquivos de usuários cadastrados ▪ Correspondências ▪ Pastas por nome de autor ▪ Fichários de títulos de livros Vantagens: ▪ Fácil de aplicar ▪ Método direto e compreensível ▪ Facilita a localização quando o nome é conhecido O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 59 Desvantagens: ▪ Pode gerar confusão se as regras de alfabetação não forem bem seguidas ▪ Dificulta a busca por assunto ▸ Arquivamento numérico Nesse método, os documentos são organizados segundo uma sequência numérica. Pode ser numeração simples, cronológica ou baseada em códigos internos. Aplicações: ▪ Prontuários de usuários com númerode registro ▪ Documentos administrativos ▪ Sistemas informatizados de controle de acervo Vantagens: ▪ Grande capacidade de organização ▪ Facilita o sigilo (nomes não ficam expostos) ▪ Ideal para uso com sistemas informatizados Desvantagens: ▪ Exige índice ou sistema auxiliar para localizar a informação ▪ Difícil acesso sem saber o número exato ▸ Arquivamento por assunto (ou temático) Esse método agrupa os documentos conforme os temas ou áreas de conhecimento. É muito utilizado para a organização de catálogos, referências bibliográficas e arquivos técnicos. Aplicações: ▪ Arquivamento de artigos por tema ▪ Classificação de publicações periódicas ▪ Estruturação de bases de dados Vantagens: ▪ Excelente para pesquisa por área de interesse ▪ Facilita a análise temática de acervos Desvantagens: ▪ Pode gerar sobreposição de temas ▪ Exige padronização na nomenclatura dos assuntos O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 60 ▸ Arquivamento cronológico Neste caso, a organização segue a ordem de datas (dia, mês, ano). É utilizado quando o fator temporal é o mais relevante para a consulta. Aplicações: ▪ Registros de eventos e atividades ▪ Correspondências recebidas ou enviadas ▪ Documentação contábil ou administrativa Vantagens: ▪ Rápido para localizar documentos recentes ▪ Mantém histórico organizado Desvantagens: ▪ Ineficiente para busca por nome ou assunto ▪ Exige atualização constante e disciplina na organização ▸ Arquivamento geográfico Neste método, os documentos são organizados com base em localidades (país, estado, cidade). É mais comum em arquivos institucionais com atuação regional ampla. Aplicações: ▪ Relatórios por região ▪ Dados de filiais ou sedes descentralizadas ▪ Materiais institucionais por área de abrangência Vantagens: ▪ Organiza grandes volumes por localização ▪ Útil para instituições com muitos núcleos regionais Desvantagens: ▪ Pode ser irrelevante em bibliotecas de pequeno porte ▪ Depende de boa definição de critérios geográficos ▸ Arquivamento por código ou sistema de classificação Bibliotecas utilizam sistemas específicos de classificação, como a Classificação Decimal de Dewey (CDD) ou a Classificação Decimal Universal (CDU), para organizar livros por áreas do conhecimento. Esses sistemas combinam códigos numéricos com assuntos, facilitando a localização e a organização física e lógica do acervo. Aplicações: ▪ Organização de estantes e prateleiras ▪ Catálogos e bases de dados ▪ Classificação temática padronizada O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 61 Vantagens: ▪ Facilita a localização por área de conhecimento ▪ Permite expansão ilimitada do acervo ▪ Amplamente adotado no mundo todo Desvantagens: ▪ Requer conhecimento técnico do sistema ▪ Pode ser confuso para usuários não familiarizados ▸ Critérios para escolha do método mais adequado A escolha do método de arquivamento depende de diversos fatores, como: ▪ Tipo e volume de documentos ▪ Frequência de acesso ▪ Perfil dos usuários ▪ Recursos disponíveis (físicos e tecnológicos) ▪ Finalidade do arquivo (consulta rápida, preservação histórica, controle interno) Não raro, uma biblioteca combina dois ou mais métodos, como arquivamento temático com alfabético ou numérico com cronológico, para atender diferentes necessidades. Regras de alfabetação segundo normas arquivísticas A alfabetação, ou ordenação alfabética, é um dos métodos mais utilizados na organização de documentos em bibliotecas, arquivos e centros de documentação. No entanto, sua aplicação exige o cumprimento de regras normativas específicas, definidas por instituições arquivísticas, para garantir padronização, previsibilidade e agilidade na localização da informação. ▸ Princípio da ordem alfabética literal A ordenação alfabética literal é aquela que segue a sequência das letras, de forma direta, como aparecem nas palavras, desconsiderando acentos e outros sinais gráficos. Exemplo: ▪ Ana ▪ Andressa ▪ Anelise ▪ Antônio ▪ Aparecida ▪ Observação: Apesar de “Antônio” ter acento, ele é ignorado no processo de ordenação. O mesmo ocorre com cedilhas e til. ▸ Ordem de prioridade dos elementos Quando se ordena nomes compostos ou múltiplos elementos, deve-se seguir uma ordem de prioridade. A regra básica é considerar a primeira palavra significativa, mas há casos específicos: ▪ Nomes de pessoas: a ordenação é feita pelo prenome (primeiro nome) ▪ Nomes de instituições: considera-se o nome completo, sem inversões O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 62 ▪ Títulos de documentos: ordem literal do título, sem omitir artigos definidos ou indefinidos (o, a, os, as, um, uma etc.) Exemplo: ▪ Carlos Alberto da Silva ▪ Carlos Eduardo Martins ▪ Carlos Henrique Oliveira Ordem correta: 1. Carlos Alberto da Silva 2. Carlos Eduardo Martins 3. Carlos Henrique Oliveira ▸ Regras para nomes de pessoas Ao ordenar nomes de pessoas, seguem-se estas orientações: ▪ Desconsiderar preposições e partículas (de, da, do, dos, das) ▪ Ordenar pelo prenome ▪ Considerar nomes completos em ordem literal Exemplo: ▪ Maria das Dores ▪ Maria de Fátima ▪ Maria do Carmo Ordem correta: 1. Maria das Dores 2. Maria de Fátima 3. Maria do Carmo Obs: A ordenação leva em conta a sequência das letras imediatamente após “Maria”. ▸ Tratamento de abreviações e siglas Abreviações devem ser ordenadas como se fossem palavras completas, e siglas são tratadas como pala- vras normais na ordem alfabética literal. Exemplo: ▪ ANA (Agência Nacional de Águas) ▪ ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) ▪ ANP (Agência Nacional do Petróleo) Ordem correta: 1. ANA 2. ANATEL 3. ANP Abreviações como “Dr.” ou “Sr.” devem ser ignoradas no critério de ordenação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 63 ▪ Nomes com números Quando um nome possui números (ordinais ou cardinais), a ordem segue a leitura literal, considerando o número como escrito por extenso. Exemplo: ▪ João 2º ▪ João 10º ▪ João 3º Ordem correta: 1. João 10º 2. João 2º 3. João 3º (Errado). O correto seria: 1. João 2º (segundo) 2. João 3º (terceiro) 3. João 10º (décimo) Portanto, números ordinais devem ser convertidos mentalmente para a forma por extenso. ▸ Títulos de documentos e obras Em bibliotecas e arquivos, os títulos devem ser alfabetizados considerando-se a primeira palavra, incluindo artigos, pronomes ou preposições. Exemplo: ▪ A casa das sete mulheres ▪ O alienista ▪ Um estudo em vermelho Ordem correta: 1. A casa das sete mulheres 2. O alienista 3. Um estudo em vermelho Mesmo que se queira ignorar os artigos, o padrão arquivístico literal inclui todos os elementos no início do título. ▸ Nomes estrangeiros Nomes estrangeiros seguem as mesmas regras dos nomes nacionais, sendo organizados conforme a or- dem literal do idioma original. Não se faz tradução nem adaptação. Exemplo: ▪ John Smith ▪ Johann Strauss ▪ José Garcia O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meiose a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 64 Ordem correta: 1. Johann Strauss 2. John Smith 3. José Garcia ▸ Palavras repetidas ou idênticas Quando nomes ou títulos iniciam com as mesmas palavras, o critério é observar a palavra seguinte. Exemplo: ▪ Biblioteca Central ▪ Biblioteca Escolar ▪ Biblioteca Pública Ordem correta: 1. Biblioteca Central 2. Biblioteca Escolar 3. Biblioteca Pública ▸ Regras complementares importantes ▪ Letras maiúsculas e minúsculas não interferem na ordem ▪ Palavras acentuadas são ordenadas como se estivessem sem acento ▪ Quando dois nomes são idênticos, observa-se o nome do meio ou sobrenome ▪ Siglas com pontuação (ex: U.N.E.) são ordenadas como se fossem contínuas (UNE) ▸ Normas técnicas de referência As regras de alfabetação no Brasil seguem principalmente os padrões estabelecidos por: ▪ Arquivo Nacional ▪ Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ) ▪ Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), especialmente nas normas de descrição documental Essas instituições garantem a padronização dos critérios de arquivamento, facilitando o intercâmbio de in- formações entre diferentes unidades e sistemas. Erros comuns e boas práticas no arquivamento e na ordenação alfabética O processo de arquivamento e ordenação alfabética exige não apenas conhecimento técnico das regras e métodos, mas também atenção aos detalhes e consistência na aplicação das normas. Pequenos descuidos podem comprometer a localização dos documentos, gerar retrabalho e até levar à perda de informações im- portantes. ▸ Erros mais comuns no arquivamento Diversos equívocos ocorrem por falta de padronização, desconhecimento das regras ou negligência na conferência dos dados. Os principais erros incluem: Erro 1: Desconsiderar as partículas nos nomes pessoais de forma errada É comum que preposições como “de”, “da”, “do” sejam levadas em consideração ou ignoradas de maneira inconsistente. Isso pode alterar completamente a ordem alfabética. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 65 Exemplo: ▪ José da Silva ▪ José Ferreira Ordem incorreta: 1. José da Silva 2. José Ferreira Ordem correta: 1. José Ferreira 2. José da Silva As partículas “da”, “de” são desconsideradas para fins de ordenação literal. Erro 2: Ignorar acentos e sinais gráficos ao arquivar Embora as normas arquivísticas determinem que acentos não influenciam a ordem alfabética, há quem uti- lize programas de computador ou listas manuais que os considerem erroneamente. Erro 3: Usar abreviações de forma inconsistente Quando abreviações são utilizadas de formas variadas para um mesmo nome (ex: Dr., Doutor, D.), podem gerar múltiplas entradas para o mesmo conteúdo, desorganizando o arquivo. Erro 4: Ordenar por sobrenome em sistemas que seguem o prenome Arquivos pessoais devem ser organizados a partir do primeiro nome (prenome). Inverter essa lógica pode causar falhas de localização. Erro 5: Não manter atualização constante dos arquivos Arquivos que não são atualizados com frequência tendem a ficar desorganizados. Documentos fora do lugar comprometem todo o sistema de busca. Erro 6: Não revisar inserções novas Inserir documentos sem verificar a posição correta pode resultar em materiais colocados em local inadequa- do, dificultando a recuperação. Erro 7: Falta de padronização em nomes de instituições ou títulos Algumas instituições têm nomes extensos e similares, e a falta de padronização na nomenclatura pode cau- sar duplicidade ou sobreposição de registros. ▸ Boas práticas no arquivamento e ordenação alfabética Para evitar erros e manter a organização dos arquivos, o bibliotecário deve adotar práticas recomendadas pelas normas arquivísticas e pela experiência de gestão documental. Abaixo, listamos as principais. Prática 1: Adotar um manual de padronização interno Crie e siga um documento com as regras de alfabetação e arquivamento aplicáveis à sua biblioteca. Inclua exemplos, termos padronizados e procedimentos operacionais. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 66 Prática 2: Utilizar índices auxiliares sempre que necessário Arquivos numéricos ou temáticos devem estar acompanhados de um índice alfabético, digital ou físico, que facilite a recuperação da informação. Prática 3: Treinar toda a equipe de forma unificada Todos os funcionários que manipulam arquivos devem receber a mesma formação e orientação para garan- tir uniformidade no processo de arquivamento. Prática 4: Fazer auditorias e revisões periódicas Estabeleça uma rotina para verificar se os documentos estão corretamente organizados. A revisão periódica ajuda a identificar problemas antes que eles se agravem. Prática 5: Manter registros de entrada e saída de documentos Principalmente em arquivos ativos, registrar movimentações garante controle, segurança e rastreabilidade das informações. Prática 6: Usar etiquetas legíveis e padronizadas Em arquivos físicos, as etiquetas devem seguir um padrão visual e conter informações completas, com le- tras legíveis e tamanho adequado. Prática 7: Aplicar regras de alfabetação de forma literal e consistente É essencial aplicar a mesma lógica de ordenação para todos os nomes e títulos, sem exceções. Isso inclui o tratamento de nomes estrangeiros, siglas, títulos com números, entre outros. Prática 8: Fazer testes de localização periódicos A equipe pode realizar testes aleatórios de localização de documentos, simulando uma busca real, para verificar se o sistema está funcionando corretamente. ▸ Exemplos práticos de correção Situação A – Nomes com partículas Errado: ▪ Maria de Fátima ▪ Maria das Dores ▪ Maria do Carmo Correto: 1. Maria das Dores 2. Maria de Fátima 3. Maria do Carmo Situação B – Títulos com artigos Errado: ▪ O Pequeno Príncipe ▪ A Revolução dos Bichos ▪ Um Estudo em Vermelho O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 67 Correto: 1. A Revolução dos Bichos 2. O Pequeno Príncipe 3. Um Estudo em Vermelho ▸ Uso de tecnologia a favor do arquivamento Atualmente, muitos dos processos de arquivamento contam com sistemas informatizados. No entanto, é importante destacar que: ▪ Mesmo com software, as regras arquivísticas devem ser configuradas corretamente ▪ Sistemas que ordenam por sobrenome, por padrão, podem não se adequar a critérios de arquivos físicos ▪ É necessário verificar se o sistema respeita a ordenação literal, ignorando acentos e sinais gráficos A tecnologia é uma aliada, mas não substitui o conhecimento técnico e a vigilância ativa do bibliotecário. Adotar boas práticas e evitar os erros mais comuns contribui significativamente para a qualidade da organi- zação documental. Essa atenção aos detalhes garante maior eficiência, economia de tempo e profissionalismo no trabalho do bibliotecário. Noções básicas de normalização (ABNT NBR 6023 e Estilo Vancouver) Importância da normalização na atividade bibliotecária A normalização é um dos pilares da atuação bibliotecária, especialmente no que diz respeito à organização, recuperação e disseminação da informação. Quando falamos de normalização, estamos nos referindo ao conjunto de regras, diretrizes e padrões ado- tados para garantir que a produção, o registro e o uso da informação ocorramde maneira uniforme, compreen- sível e eficiente. ▸ O que é normalização no contexto da Biblioteconomia No universo das bibliotecas e centros de informação, a normalização diz respeito ao uso de normas técnicas que padronizam elementos como: ▪ Elaboração de referências bibliográficas ▪ Apresentação de trabalhos acadêmicos ▪ Catalogação de documentos ▪ Indexação e recuperação da informação Essas normas, em geral, são elaboradas por instituições especializadas como a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a International Organization for Standardization (ISO), ou órgãos internacionais de publicações científicas, como o International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE), responsável pelo estilo Vancouver. ▸ Por que a normalização é essencial para o bibliotecário O bibliotecário atua como mediador entre a informação e o usuário. Para desempenhar esse papel com precisão e qualidade, é essencial que o profissional conheça e aplique as normas de forma correta. A seguir, destacam-se os principais motivos pelos quais a normalização é indispensável no cotidiano bibliotecário: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 68 Uniformidade e padronização: A normalização garante que as informações sejam organizadas de forma coerente e previsível. Isso é cru- cial tanto na organização de acervos quanto na orientação a usuários para a produção de trabalhos acadêmicos e científicos. Facilidade de recuperação da informação: Um sistema normalizado permite que a busca por documentos, autores ou assuntos seja feita de forma mais eficiente. A padronização de nomes, títulos e fontes facilita o trabalho dos sistemas de informação e melhora a experiência do usuário. Garantia de credibilidade e qualidade na informação: O uso adequado das normas em referências e citações contribui para a credibilidade do material científico. Além disso, evita o plágio e garante a rastreabilidade das fontes utilizadas em pesquisas. Suporte à produção acadêmica e científica: O bibliotecário é frequentemente responsável por orientar pesquisadores, professores e estudantes na ela- boração de trabalhos acadêmicos. Ter domínio das normas como a ABNT NBR 6023 e o estilo Vancouver per- mite oferecer um suporte técnico qualificado e atualizado. Atuação em ambientes diversos: Em instituições de ensino, órgãos públicos, centros de pesquisa e empresas privadas, a exigência por or- ganização e normalização da informação é constante. O conhecimento das normas amplia a empregabilidade e a atuação do bibliotecário. ▸ Relação entre normalização e organização da informação A normalização não atua de forma isolada. Ela está diretamente relacionada a outras práticas fundamentais da Biblioteconomia, como a catalogação e a indexação. Juntas, essas atividades permitem: ▪ Estruturar bases de dados confiáveis ▪ Organizar bibliotecas digitais e físicas com precisão ▪ Desenvolver sistemas de recuperação de informação mais eficazes ▪ Fornecer acesso facilitado e confiável à informação científica e técnica ▸ Papel do bibliotecário como agente normativo Além de aplicar as normas, o bibliotecário também exerce um papel educativo e consultivo. Muitas vezes, é ele quem: ▪ Revisa referências e citações de trabalhos acadêmicos ▪ Elabora manuais de normalização para instituições ▪ Capacita usuários no uso correto das normas ▪ Atua como referência técnica dentro de comissões editoriais, comitês de ética e conselhos acadêmicos Dominar as normas técnicas é mais do que um requisito técnico: é uma competência estratégica para o bibliotecário moderno. Em um cenário onde a informação é abundante, mas nem sempre bem organizada, o profissional da informação se destaca quando consegue garantir a confiabilidade, o rigor e a padronização dos conteúdos com os quais trabalha. Por isso, o conhecimento das normas como a ABNT NBR 6023 e o estilo Vancouver é essencial para o exercício pleno da profissão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 69 Estrutura e principais regras da ABNT NBR 6023 A ABNT NBR 6023 é a norma brasileira que trata da elaboração de referências, isto é, da descrição dos documentos que foram utilizados como fonte de informação em trabalhos acadêmicos, científicos, técnicos ou profissionais. Atualizada pela última vez em 2018, ela substituiu a versão de 2002 e trouxe mudanças importan- tes para a normalização das referências no Brasil. Entender sua estrutura e regras é fundamental para bibliotecários, pois essa norma é amplamente utilizada no ambiente acadêmico e institucional. ▸ Objetivo e escopo da ABNT NBR 6023 A norma tem como objetivo principal estabelecer os elementos essenciais e opcionais das referências, além de orientar sobre a forma de apresentação e a ordem dos dados. Ela se aplica a diversos tipos de documentos: ▪ Livros e capítulos de livros ▪ Artigos de periódicos ▪ Documentos eletrônicos (sites, e-books, vídeos) ▪ Trabalhos acadêmicos ▪ Patentes, legislação, mapas, entre outros ▸ Elementos essenciais e complementares A ABNT NBR 6023 organiza os dados das referências em dois grupos principais: Elementos essenciais: São aqueles que obrigatoriamente devem constar em toda referência, de acordo com o tipo de documento. Exemplo: autor, título, edição, local, editora e data de publicação para livros. Elementos complementares: São informações adicionais que ajudam na identificação do documento, como número de páginas, tradutor, ilustrador, link de acesso, DOI (para documentos digitais), entre outros. A inclusão desses elementos é reco- mendada quando agrega clareza ou precisão. ▸ Ordem dos elementos nas referências Cada tipo de material possui uma estrutura própria, mas a norma segue uma lógica geral: os dados devem ser apresentados na seguinte ordem (com adaptações conforme o tipo do documento): Autor(es) ▪ Título ▪ Edição (quando não for a primeira) ▪ Local de publicação ▪ Editora ▪ Data de publicação ▪ Informação complementar (número de páginas, série, notas, link, etc.) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 70 — Os principais elementos da referência Os autores Os autores são indicados por seus sobrenomes seguidos das iniciais do nome. Todas as iniciais dos autores são citadas. Quando houver até três autores, todos devem ser indicados. Quando houver quatro ou mais autores, indicar apenas o primeiro, seguido da expressão “et al.” Atenção: A ABNT NBR 6023 de 2018 permite que todos os autores da obra sejam listados na referência. No entanto, para fins de padronização e simplificação no momento de elaborar as citações no texto, adotou-se a prática de indicar até o terceiro autor. Acima desse número, faz-se uso da expressão “et al.”. Em documentos de outra natureza, como projetos de pesquisa, currículos ou relatórios, a menção de todos os autores pode ser realizada se assim for recomendado. x1y2z3 2dc35700002f6bb49660a7d9bab5c5e0b282f1e8d6b99090f0460735b06479e5 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 71 Sobrenomes com grau de parentesco: FERREIRA FILHO, R. CASTRO NETO, A. C. Sobrenomes hispânicos: ALVAREZ ALDUAN,M. A. Sobrenomes com prefixos: VER BOVEN, D. DI CREDDO, R. LA BRUYERE, R. VAN ENDE, E. DE MONTFORT, F. Autoria corporativa: ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. BRASIL. Ministério da Saúde. SBPqO - Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica. O título Letras minúsculas utilizando um dos recursos de destaque: negrito, itálico ou sublinhando. Caso haja subtítulo Título de revista O título da revista ou periódico deve estar em destaque e abreviado, respeitando as abreviaturas das bases Medline ou LILACS. Para as revistas de abrangência internacional, utilize o NLM Catalog. Para as revistas de abrangência nacional/latino-americana, utilize o Portal de Revistas Científicas em Saúde. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 72 Edição A edição, se constar no documento, deve ser transcrita pelas abreviaturas do numeral ordinal e da palavra edição, ambas no idioma do documento. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 73 Local O local de publicação (cidade) deve ser indicado conforme consta no documento. Na ausência do nome da cidade, pode ser indicado o estado ou país, desde que esteja presente no documento. Quando o local não está explicitado no documento, mas pode ser identificado, deve-se indicá-lo entre colchetes. Por exemplo: [São Paulo]: Se não for possível identificar o local de publicação, utiliza-se a expressão “sine loco”, abreviada, entre colchetes [S.l.]. Por exemplo: [S. l.]: Editora O nome da editora, gravadora, entre outras instituições responsáveis pela publicação, deve ser indicado conforme aparece no documento, suprimindo-se as palavras que designam a natureza jurídica ou comercial. A expressão “sine nomine” deve ser abreviada e colocada entre colchetes [s.l.], quando a editora não puder ser identificada [s.n.]. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 74 Data/ano de publicação O ano de publicação deve ser expresso em algarismos arábicos. Se nenhum ano de publicação puder ser encontrado no documento, um ano deve ser indicado entre colchetes: []. Paginação/descrição física Pode-se registrar o número da última página ou folha de cada sequência, mantendo a forma encontrada (letras e algarismos romanos e arábicos). Se necessário, indica-se a quantidade de páginas não numeradas entre colchetes. Exemplo: 236 p. [58] p. Em partes de publicação, como artigos ou capítulos de livros, deve-se indicar os números de folhas ou páginas inicial e final, precedidos da abreviatura “f.” ou “p.”. Por exemplo: p. 31-40. A indicação de volumes é feita com “v.”, seguido do número do volume. Por exemplo: v. 2. Já a indicação de fascículos utiliza a abreviatura “n.” seguida do número do fascículo. Por exemplo: n. 6. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 75 Mês O mês, quando presente, deve preceder o ano e ser indicado de forma abreviada, no idioma original da publicação, seguindo o padrão ao lado. Intervalos de meses devem ser indicados por uma barra oblíqua. Por exemplo: jan./mar. Disponibilidade e acesso Indicar, como os últimos elementos da referência de documento em meio eletrônico online, a disponibilidade e a data de acesso, antecedidas de “Disponível em:” e “Acesso em:”, respectivamente. Disponível em: http://sddinforma.fob.usp.br. Acesso em: 7 jan. 2024 Obs.: Fique atento à data de acesso não é data de publicação. Modelos de referência Os modelos de referência, conforme estabelecidos pela Norma Brasileira NBR 6023 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), desempenham um papel fundamental na organização e na estruturação das informações bibliográficas utilizadas em trabalhos acadêmicos, científicos e técnicos. Esses modelos são projetados para garantir a precisão, a clareza e a consistência na apresentação das referências, facilitando a compreensão e a localização das fontes consultadas pelos leitores. A norma NBR 6023 define uma série de elementos essenciais que devem estar presentes em uma referência bibliográfica, incluindo autor(es), título, edição, local de publicação, editora e ano de publicação, entre outros. Esses elementos são organizados de acordo com a natureza da publicação (livro, artigo de periódico, documento eletrônico, entre outros) e seguem uma ordem específica, determinada pela norma. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 76 Livros LIVRO EM PARTE O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 77 Trabalhos acadêmicos Artigos periódicos O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 78 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 79 Artigo de jornal Eventos O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 80 Patentes Bulas de remédio Normas técnicas O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 81 Referências legislativas Documento iconográfico Inclui pintura, gravura, ilustração, fotografia, desenho técnico, diapositivo, diafilme, material estereográfico, transparência, cartaz, entre outros. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 82 Vídeo Twitter Facebook O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 83 Enciclopédia/dicionário Wikipédia Blog O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilizaçãocivil e criminal. 84 Podcast E-mail Base de dados Página na web Formatação das referências A formatação das referências bibliográficas, conforme estabelecida pela Norma Brasileira NBR 6023 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), desempenha um papel crucial na apresentação organizada e padronizada das fontes consultadas em trabalhos acadêmicos, científicos e técnicos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 85 Seguir as diretrizes da NBR 6023 é fundamental para garantir a clareza, a precisão e a consistência na listagem das referências, facilitando a identificação e a localização das fontes pelos leitores. As referências devem ser apresentadas com a seguinte formatação: – Alinhamento de texto à esquerda; – Espacejamento simples entre linhas; – Fonte tamanho 12 (Times New Roman ou Arial); – Ordenadas alfabeticamente e não numeradas; – Espaço de uma linha em branco entre cada referência; – Inseridas logo após o capítulo de conclusão; – O título da seção não possui indicativo numérico. Referências bibliográficas: Disponível em https://www.significados.com.br/metodologia-cientifica Acesso 14.03.2024 Disponível em https://doity.com.br/blog/metodologia-cientifica/ Acesso 14.03.2024 Disponível https://usp.br/sddarquivos/aulasmetodologia/abnt6023 Acesso 15.03.2024 Estilo Vancouver: características e aplicação O estilo Vancouver é um dos sistemas de normalização mais utilizados em publicações científicas da área da saúde e ciências biomédicas. Seu uso é especialmente comum em artigos de revistas científicas, dissertações e teses que seguem as exigências de periódicos internacionais e nacionais vinculados ao meio acadêmico. Criado pelo International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE), o estilo Vancouver define regras específicas tanto para as citações no corpo do texto quanto para a elaboração da lista de referências, com foco na objetividade, concisão e facilidade de leitura. ▸ Características gerais do estilo Vancouver O estilo Vancouver se destaca por apresentar uma estrutura bastante diferente daquela adotada pela ABNT. Suas principais características incluem: ▪ Numeração das citações por ordem de aparecimento no texto ▪ Uso de números arábicos entre colchetes ou sobrescritos (dependendo da orientação do periódico) ▪ Organização da lista de referências de forma numérica sequencial, conforme a ordem de citação ▪ Abreviação padronizada de nomes de periódicos com base no Index Medicus ▪ Redução de pontuação e elementos não essenciais para tornar as referências mais enxutas Forma de citação no texto: As citações no estilo Vancouver não utilizam o nome do autor. Em vez disso, cada fonte é indicada por um número que corresponde à sua posição na lista de referências. ▪ A primeira citação recebe o número \[1], a segunda \[2], e assim por diante. ▪ Quando a mesma obra é citada novamente, repete-se o número já atribuído. ▪ O número pode aparecer entre colchetes \[1], sobrescrito¹ ou entre parênteses (1), conforme as normas da revista ou instituição. Exemplos de citação no corpo do texto: ▪ A informação foi confirmada em estudos anteriores \[1]. ▪ Segundo a pesquisa de Silva¹, os resultados foram consistentes. ▪ O método adotado segue o protocolo já descrito (2). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 86 ▸ Estrutura básica da referência no estilo Vancouver As referências são organizadas de forma direta, com uso de abreviações e sem destaque tipográfico (ne- grito ou itálico). A estrutura varia conforme o tipo de documento, mas a ordem dos elementos é bem definida. Artigo de periódico: AUTOR(ES). Título do artigo. Título abreviado do periódico. Ano;volume(número)\:páginas. Exemplo: Santos KC, Oliveira TM. Gestão da informação em saúde pública. Rev Bras Bibliotecon. 2023;29(3):101-9. Livro: AUTOR(ES). Título do livro. Edição. Local de publicação: Editora; Ano. Exemplo: Barros DD, Lima PS. Fundamentos de biblioteconomia. 2ª ed. São Paulo: Saraiva; 2021. Capítulo de livro: AUTOR(ES) do capítulo. Título do capítulo. In: AUTOR(ES) do livro. Título do livro. Local: Editora; Ano. p. páginas do capítulo. Exemplo: Mendes RS. Indexação em bibliotecas digitais. In: Souza AB, organizador. Tecnologias da informação. Rio de Janeiro: LTC; 2020. p. 45-62. Documento eletrônico com DOI: AUTOR(ES). Título. Título do periódico. Ano \[citado ano mês dia];volume(número)\:páginas. DOI. Exemplo: Silva JB, Castro LM. Avaliação de repositórios institucionais. Inf Pesqui. 2022 \[citado 2025 jul 8];18(2):33- 47. doi:10.1590/1809-4782.2022v18n2. ▸ Regras para os nomes dos autores Os nomes são abreviados: sobrenome seguido das iniciais dos prenomes, sem vírgulas entre as iniciais. ▪ Exemplo: Silva JR, Pereira LA. Para até seis autores, todos são listados. Se houver mais de seis, indicam-se os seis primeiros seguidos da expressão et al. ▪ Exemplo: Oliveira AG, Souza TM, Ramos CA, Pereira R, Lima TP, Mendes JF, et al. ▸ Abreviação dos títulos dos periódicos Os títulos das revistas científicas devem ser abreviados de acordo com o List of Journals Indexed for ME- DLINE, disponível no portal da NLM (National Library of Medicine). ▪ Exemplo: Journal of the Medical Library Association vira J Med Libr Assoc. Vantagens do estilo Vancouver: ▪ Permite citações mais curtas no corpo do texto ▪ Evita repetições extensas de nomes de autores e anos O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 87 ▪ Facilita a leitura em textos com muitas referências ▪ É amplamente aceito por revistas científicas internacionais ▸ Aplicações práticas para o bibliotecário O bibliotecário pode ter que lidar com o estilo Vancouver em diversas situações: ▪ Apoio à produção científica: revisão de artigos científicos, teses, dissertações e relatórios de pesquisa que seguem esse modelo ▪ Capacitação de pesquisadores e estudantes: treinamentos sobre como aplicar corretamente o estilo Vancouver ▪ Atualização de repositórios institucionais: organização de metadados e inserção de referências com base nesse estilo ▪ Participação em periódicos e comissões editoriais: revisão de manuscritos e padronização de referên- cias O estilo Vancouver exige atenção aos detalhes e prática na construção das referências, especialmente pe- las abreviações e pela ordem numérica. Seu domínio é indispensável para bibliotecários que atuam em ambientes acadêmicos, especialmente nas áreas de saúde, ciências biológicas e publicações científicas em geral. Diferenças entre ABNT NBR 6023 e Vancouver As normas ABNT NBR 6023 e o estilo Vancouver são dois sistemas de normalização amplamente utilizados na produção e organização de referências bibliográficas. Apesar de terem objetivos semelhantes — garantir a padronização na forma de apresentar as fontes de informação —, essas normas possuem diferenças estrutu- rais, formais e funcionais importantes. Conhecer essas distinções é essencial para que o bibliotecário possa orientar corretamente usuários, revi- sar documentos e aplicar os padrões exigidos em cada contexto institucional ou editorial. ▸ Diferenças quanto ao contexto de aplicação Aspecto ABNT NBR 6023 Estilo Vancouver Origem Brasil (Associação Brasileira de Normas Técnicas) Internacional (International Committee of Medical Journal Editors - ICMJE) Área de maior uso Trabalhos acadêmicosno Brasil (graduação, pós, concursos, TCCs) Artigos científicos nas áreas da saúde e ciências biomédicas Abrangência Ampla (diversas áreas do conhecimento) Específica (principalmente saúde) Adoção institucional Instituições brasileiras de ensino e pesquisa Revistas científicas nacionais e internacionais ▸ Diferenças na forma de citação no texto A forma como as fontes são indicadas no corpo do texto é uma das diferenças mais marcantes entre os dois sistemas. ABNT NBR 6023: Utiliza o sistema autor-data, com indicação entre parênteses. ▪ Exemplo: (SILVA, 2020) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 88 Vancouver: Utiliza o sistema numérico, com inserção de um número de chamada por ordem de citação. ▪ Exemplo: \[1] ou ¹ (a depender da formatação exigida) Essas diferenças impactam diretamente a leitura do texto e a forma como o leitor localiza as fontes na lista de referências. ▸ Diferenças na lista de referências Critério ABNT NBR 6023 Estilo Vancouver Ordem das referências Alfabética pelo sobrenome do autor Numérica por ordem de citação no texto Destaque de títulos Título do livro emnegrito Sem destaque (negrito ou itálico não usado) Separação entre elementos Uso de pontuação completa e clara (ponto, dois-pontos, etc.) Redução da pontuação para simplificar Nome dos autores Sobrenome em maiúsculas seguido de iniciais Sobrenome com iniciais abreviadas, sem vírgula Nomes de periódicos Nome completo, sem abreviação Abreviados conforme Index Medicus ▸ Exemplo comparativo de referência (livro) ABNT NBR 6023: PEREIRA, M. C. Introdução à biblioteconomia. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2021. Vancouver: Pereira MC. Introdução à biblioteconomia. 2ª ed. São Paulo: Atlas; 2021. ▸ Exemplo comparativo de citação no texto ABNT: Segundo Pereira (2021), a biblioteconomia é uma ciência em constante transformação. Vancouver: A biblioteconomia é uma ciência em constante transformação \[1]. ▸ Outras diferenças relevantes Flexibilidade na inclusão de elementos complementares: ▪ A ABNT permite e recomenda o uso de elementos adicionais que ajudam na identificação da fonte (ex: tradutor, nota de edição, série). ▪ O estilo Vancouver é mais conciso e valoriza a objetividade, utilizando apenas os elementos essenciais. Padronização internacional: ▪ A ABNT é uma norma nacional, adaptada à realidade brasileira. ▪ O Vancouver é um padrão internacionalmente aceito, especialmente por revistas indexadas em bases como PubMed e SciELO. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 89 Organização e apresentação gráfica: ▪ A ABNT tende a ser mais descritiva, com formatação detalhada. ▪ O Vancouver valoriza a economia de espaço e a legibilidade, principalmente em publicações de alta den- sidade informacional. ▸ Como o bibliotecário deve lidar com essas diferenças Diante dessas distinções, é importante que o bibliotecário: ▪ Domine ambos os estilos, entendendo suas aplicações e peculiaridades; ▪ Verifique as exigências da instituição ou periódico, para orientar corretamente o usuário; ▪ Utilize softwares de referência (como Mendeley, Zotero ou EndNote) que permitem alternar entre estilos com facilidade; ▪ Capacite alunos e professores, mostrando exemplos práticos das diferenças e aplicações; ▪ Mantenha-se atualizado, especialmente quando houver revisões das normas ou atualizações em pa- drões internacionais. Entender as diferenças entre a ABNT NBR 6023 e o estilo Vancouver é uma habilidade indispensável para o bibliotecário. Esses dois sistemas refletem necessidades distintas e públicos específicos, mas ambos deman- dam atenção aos detalhes, domínio técnico e senso crítico. A escolha entre um estilo e outro não é apenas uma questão de preferência, mas sim de adequação às exigências formais do contexto em que o trabalho será apresentado. Noções básicas de tutoria no ensino à distância Conceito de tutoria no ensino a distância A tutoria no ensino a distância (EaD) é uma das peças-chave para garantir a qualidade do processo educa- tivo. Com o crescimento dessa modalidade, principalmente em cursos de formação continuada, graduação e pós-graduação, o papel do tutor ganhou relevância. Diferentemente do ensino presencial, onde o contato direto é constante, no EaD o tutor cumpre a função de mediador entre o conteúdo, o aluno e a instituição, oferecendo suporte pedagógico e emocional durante todo o percurso formativo. ▸ Tutoria como mediação no processo de aprendizagem No modelo de ensino a distância, o estudante tem mais autonomia, mas isso não significa que está sozinho. O tutor atua como um facilitador da aprendizagem, ajudando o aluno a construir conhecimento de forma ativa e crítica. Essa mediação pode se dar por meio de fóruns de discussão, chats, videoaulas, feedbacks individuali- zados, correções de atividades e esclarecimento de dúvidas. A tutoria é, portanto, um elo entre o conteúdo desenvolvido por especialistas e a realidade do aluno, consi- derando suas dificuldades, seu ritmo de estudo e suas necessidades. Mais do que repassar conteúdo, o tutor deve orientar o aluno em sua trajetória, motivá-lo e garantir que ele avance de forma significativa. ▸ Modalidades de tutoria no EaD A tutoria no ensino a distância pode ser classificada em diferentes modalidades, de acordo com a forma como ocorre a interação entre tutor e aluno. As principais são: ▪ Tutoria a distância: realizada por meio de plataformas virtuais, e-mails, videoconferências e fóruns. É a mais comum em ambientes totalmente online. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 90 ▪ Tutoria presencial: quando há encontros presenciais periódicos, geralmente em polos de apoio. Nessas ocasiões, o tutor atua para esclarecer dúvidas, aplicar atividades ou realizar avaliações presenciais. ▪ Tutoria híbrida: mistura momentos presenciais e a distância, oferecendo uma maior flexibilidade ao aluno. Cada uma dessas modalidades exige competências específicas dos tutores e uma estrutura bem organiza- da para garantir o acompanhamento contínuo dos estudantes. ▸ A importância da tutoria no sucesso do aluno Estudos indicam que um dos maiores fatores de evasão em cursos a distância é a sensação de isolamento. A presença ativa do tutor, por meio de interações regulares e da promoção de um ambiente acolhedor, contribui diretamente para a permanência e o sucesso do aluno. Além disso, o tutor também ajuda o estudante a desenvolver competências como organização, responsa- bilidade e autonomia, elementos fundamentais no EaD. Ele atua como incentivador, identificando dificuldades, propondo estratégias e dando retorno construtivo sobre o desempenho dos alunos. ▸ Tutoria e aprendizagem significativa A base da atuação do tutor deve ser uma concepção pedagógica centrada na aprendizagem significativa. Isso quer dizer que o aluno precisa relacionar o novo conhecimento ao que já sabe, compreendendo o sentido do que está estudando. O tutor, nesse contexto, deve promover situações de aprendizagem que estimulem a reflexão, o pensamento crítico e a aplicação prática dos conteúdos. Para isso, é importante que o tutor conheça bem os objetivos do curso, os materiais disponibilizados, os critérios de avaliação e, sobretudo, as características do público-alvo. Assim, sua atuação se torna mais estra- tégica, personalizada e eficiente.A tutoria no ensino a distância não é apenas uma função técnica, mas sim uma prática pedagógica intencio- nal. Requer habilidades de comunicação, empatia, organização e domínio das ferramentas digitais. O tutor é um elemento-chave para a qualidade do EaD, e sua presença ativa pode transformar a experiência do aluno, promovendo o engajamento e favorecendo o processo de aprendizagem. Atribuições e competências do tutor O tutor no ensino a distância desempenha uma função pedagógica essencial, sendo o elo entre o aluno e o processo de aprendizagem. Diferente do papel tradicional do professor em sala de aula, o tutor atua de forma mais orientadora, promovendo a autonomia do estudante, mas garantindo que ele esteja amparado ao longo de sua jornada. ▸ Principais atribuições do tutor no EaD As atribuições do tutor variam de acordo com o modelo adotado pela instituição, mas, de modo geral, in- cluem: Acompanhamento pedagógico do aluno: O tutor deve acompanhar o desempenho dos estudantes, monitorar a participação nas atividades, analisar os resultados das avaliações e identificar possíveis dificuldades individuais ou coletivas. Esclarecimento de dúvidas: Um dos papéis mais frequentes do tutor é responder às dúvidas dos alunos em relação aos conteúdos, orientações de estudo, uso da plataforma e procedimentos acadêmicos. Mediação de fóruns e atividades colaborativas: O tutor é responsável por estimular a participação dos alunos em fóruns, promovendo discussões significa- tivas, propondo questões provocativas e ajudando a manter o foco nos objetivos do curso. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 91 Correção de atividades e avaliações: Em muitos casos, o tutor também corrige atividades escritas, devolve feedbacks qualitativos e orienta os estudantes sobre como melhorar seu desempenho. Motivação e apoio emocional: Dada a natureza mais isolada do EaD, o tutor precisa desenvolver uma relação empática com os alunos, incentivando-os a seguir com os estudos, especialmente em momentos de desânimo ou sobrecarga. Relatórios e registros acadêmicos: O tutor muitas vezes precisa elaborar relatórios de acompanhamento, registrar dados sobre a evolução dos estudantes e informar a coordenação sobre casos de baixo rendimento ou evasão. ▸ Competências essenciais para um tutor eficiente O exercício da tutoria exige um conjunto de competências que vão além do domínio do conteúdo. A seguir, destacamos as principais: Competência pedagógica: O tutor deve compreender os fundamentos da educação a distância, conhecer metodologias de ensino- -aprendizagem e ser capaz de orientar o aluno na construção de seu conhecimento, respeitando sua autonomia. Habilidade de comunicação escrita e digital: Como grande parte da interação se dá por meio de mensagens, fóruns e vídeos, o tutor precisa se expressar com clareza, objetividade e cordialidade, adaptando sua linguagem ao perfil dos alunos. Empatia e inteligência emocional: A sensibilidade para lidar com as dificuldades dos alunos, o respeito à diversidade e a escuta ativa são elementos que fortalecem o vínculo entre tutor e estudante, contribuindo para um ambiente de aprendizagem mais acolhedor. Gestão do tempo e organização: Como a tutoria envolve o acompanhamento simultâneo de vários alunos, é essencial que o tutor saiba pla- nejar suas tarefas, priorizar demandas e manter a regularidade no atendimento. Domínio de ferramentas digitais: O tutor precisa estar familiarizado com o ambiente virtual de aprendizagem (AVA), saber utilizar plataformas de videoconferência, fóruns, chats, correio eletrônico acadêmico e sistemas de gestão de atividades. Capacidade de mediação de conflitos: Em atividades colaborativas, divergências entre os alunos podem surgir. O tutor deve saber intervir de forma construtiva, mantendo a harmonia do grupo e estimulando o respeito mútuo. ▸ Tutor como agente de formação contínua Vale destacar que a atuação do tutor também envolve o próprio desenvolvimento profissional. Um bom tutor está em constante processo de formação, atualizando-se sobre metodologias ativas, recursos tecnológicos, estratégias de ensino e avaliação no EaD. Além disso, a troca de experiências com outros tutores, a participação em grupos de estudo e o envolvimen- to em projetos pedagógicos contribuem para o aprimoramento constante de sua prática. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 92 ▸ Importância do alinhamento com a equipe pedagógica O tutor não atua de forma isolada. Sua integração com a equipe pedagógica — que inclui coordenadores, professores autores e técnicos — é fundamental para garantir a coerência do processo educativo. O tutor deve manter um canal aberto de comunicação com esses profissionais, repassando informações relevantes, suge- rindo melhorias e colaborando na tomada de decisões. Tecnologias e ferramentas utilizadas na tutoria A atuação do tutor no ensino a distância é profundamente mediada pelas tecnologias. Diferente do modelo presencial, em que a comunicação se dá face a face, no EaD ela ocorre predominantemente por meio de fer- ramentas digitais. Essas tecnologias não apenas viabilizam o contato entre tutor e aluno, mas também potencializam o proces- so de aprendizagem, tornando-o mais dinâmico, interativo e personalizado. ▸ Ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) O AVA é o espaço principal onde ocorrem as interações no EaD. É a plataforma digital que reúne todos os recursos pedagógicos, atividades, fóruns, avaliações e canais de comunicação entre os participantes do curso. Para o tutor, o domínio desse ambiente é essencial. Principais funções do AVA para a tutoria: ▪ Monitoramento do progresso do aluno: o tutor pode visualizar relatórios de acesso, participação em fóruns, envio de atividades e notas. ▪ Comunicação assíncrona: através de mensagens internas e fóruns, o tutor responde dúvidas e interage com os alunos. ▪ Avaliação e feedback: a correção de atividades e o envio de devolutivas acontecem diretamente na pla- taforma. ▪ Publicação de avisos e orientações: o tutor pode reforçar prazos, dar dicas de estudo e alertar sobre pontos importantes do conteúdo. Exemplos de AVAs utilizados no Brasil: ▪ Moodle ▪ Google Classroom ▪ Canvas ▪ Blackboard ▸ Ferramentas de comunicação síncrona Além da comunicação assíncrona (realizada em tempos diferentes), a tutoria também pode ocorrer de for- ma síncrona, ou seja, em tempo real. Isso é comum em encontros ao vivo, plantões de dúvida e orientações coletivas. Principais ferramentas utilizadas: ▪ Zoom: permite videoconferências com compartilhamento de tela, gravação e interação por chat. ▪ Google Meet: integração com a plataforma Google, ideal para encontros rápidos e com boa usabilidade. ▪ Microsoft Teams: utilizado por instituições que trabalham com o pacote Office 365, integra chat, videocha- mada e compartilhamento de arquivos. Essas ferramentas favorecem o contato mais direto com os estudantes e proporcionam uma sensação de proximidade, reduzindo a sensação de isolamento comum no EaD. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 93 ▸ Ferramentas de colaboração e produção de conteúdo O tutor também pode estimular o aprendizado por meio de atividades colaborativas, incentivando a constru- ção coletiva do conhecimento. Para isso, algumas ferramentasOs serviços de referência são: a. Consulta local ao acervo – normalmente, a consulta ao acervo é feita através do acesso ao catálogo da biblioteca, onde se poderá consultar, por diversos campos, como autor, título, assunto, série e outros, a existência do material de interesse do usuário. Em geral, o usuário de bibliotecas tem acesso livre à maioria das coleções. b. Empréstimo domiciliar – é a única forma de retirada dos materiais da biblioteca. Para utilizá-lo, o usuário precisa estar cadastrado na biblioteca e deve possuir vínculos com a instituição (professor, aluno ou funcioná- rio). O prazo para a devolução dos materiais é uma decisão administrativa e poderá variar de acordo com as categorias e com o tipo de material solicitado. c. Reserva e renovação de materiais – esses serviços podem ser solicitados pelo usuário no balcão de aten- dimento da biblioteca ou podem ser feitos diretamente através do sistema automatizado da biblioteca mediante uso de senha e login. d. Levantamento bibliográfico e acesso às bases de dados de pesquisa – este serviço consiste em identifi- car, pesquisar e levantar informações no acervo da biblioteca, de outras Instituições e em bases de dados de fontes/bibliografias (nacionais ou internacionais), sobre determinado assunto ou autor de interesse. Atualmente, encontram-se disponíveis inúmeras bases de dados de livre acesso (gratuitas) ou de acesso restrito. Neste últi- mo caso, é necessário utilizar senhas ou autorizações prévias fornecidas normalmente pela biblioteca de onde a pesquisa está sendo realizada. e. Treinamento de usuários – é um serviço muito importante oferecido pela biblioteca com o objetivo de orientar alunos, professores, funcionários sobre a melhor forma de utilização dos produtos, serviços e acervo. É oferecido a partir do momento em que o usuário é cadastrado no sistema, sendo realizado de forma individual ou em grupo, mediante agendamento com o bibliotecário responsável. f. Divulgação de novas aquisições – esse serviço tem como objetivo divulgar, através de boletins eletrônicos enviados diretamente aos usuários ou impressos, informações sobre os novos materiais bibliográficos adquiri- dos pela biblioteca e que já se encontram à disposição para serem utilizados, com a finalidade de promover o uso junto aos usuários. Além do boletim é importante que a biblioteca realize exposições com as novas aquisi- ções, de preferência em local visível e próximo aos usuários. — Práticas promotoras de acesso, uso e leitura Manter a biblioteca ativa e dinâmica é função das mais importantes. Relacionamos aqui algumas dicas para ajudá-lo: – sensibilizar o público quanto à apropriação do espaço, do bom uso das coleções, dos recursos disponíveis. – desenvolver suas habilidades de busca, pesquisa, fontes de informação, base de dados; saber localizar os materiais com rapidez e precisão. 3 Curso de capacitação de auxiliares de bibliotecas para os polos de educação a distância da UFG / Suely Henrique de Aquino Gomes (org.). -- Goiânia :Centro Integrado de Aprendizagem em Rede, Universidade Federal de Goiás, 2009. x1y2z3 2dc35700002f6bb49660a7d9bab5c5e0b282f1e8d6b99090f0460735b06479e5 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 5 – orientar o usuário para o uso autônomo das coleções. – pesquisar a história do bairro, da cidade, conhecer a comunidade e contar com a colaboração dela na realização de eventos na biblioteca, tais como: poetas, escritores, artesãos, profissionais liberais. – estimular o empréstimo domiciliar. – convidar professores e servidores para utilizarem e colaborarem com a biblioteca. – promover eventos como saraus de poesia, lançamento de livros, exposição de obras de arte, rodas de leitura. — Orientação à pesquisa escolar4 A biblioteca escolar, além de disponibilizar as informações contidas nas fontes de pesquisa (jornais, revistas, enciclopédias, almanaques, dicionários, índices e outros), deve oportunizar aos educandos contato com o acer- vo, fazendo-os capazes de conhecer suas peculiaridades (apresentação, forma de acesso, abrangência), tão importantes à formação e ao hábito de estudo. Portanto, capacitar o aluno para que este passe a reconhecer e manusear as fontes de pesquisa, e conscientizá-lo sobre a importância da leitura para a compreensão e síntese das informações ali contidas, é papel da escola e da Biblioteca escolar. Perini (apud BAGNO, 1998, p. 9), entende que educação é mais do que a simples transmissão de conheci- mento. É papel da escola e, por consequência, do educador, criar situações para que o educando seja levado a procurar conhecimento, a fim de desenvolver habilidades. Neste sentido, entende-se que, para a realização de trabalhos escolares, os alunos devam ser orientados a desenvolverem as habilidades de procurar, selecio- nar, comparar, escolher e criticar. Quando há ausência desses elementos os alunos deixam de fazer pesquisa, realizam apenas “trabalhos-cópia”. É de suma importância promover o desenvolvimento das habilidades citadas por Perini, visto que se deve junto a escola e o setor da Biblioteca promover ações que levem a propagação desse conhecimento. Por exem- plo, podemos citar a promoção de Feiras do Livro, Campanhas de Pesquisa escolar etc com a finalidade de propagar de forma correta o uso da pesquisa escolar. — Programas de Incentivo à Leitura São programas5 voltados fundamentalmente para a criação de novos leitores, ampliação do conhecimento e do aprendizado com base na literatura e nas mais variadas fontes de informação, intensificando principalmen- te nas crianças e jovens o processo de autodescoberta e a conquista de bens culturais, a partir das experiên- cias narradas/vivenciadas pelos personagens. As atividades são oferecidas gratuitamente ou a um custo baixíssimo para seus participantes, afim de cum- prir o objeto da Biblioteca de democratizar. Seu objetivo principal do Programa é a ampliação das oportunidades de encontro entre o texto literário e o leitor, imprescindível para a formação do leitor de qualquer idade. Muito programas são desenvolvidos nas escolas, principalmente nas escolas de ensino fundamental, afim de desenvolver o hábito da leitura desde de cedo. Outra forma de propagação de incentivo a leitura são as Semanas de incentivo à leitura. Destacamos aqui uma reportagem que aborda o Incentivo à leitura: Escola de Aracruz, ES, recebe prêmio nacional por incentivo à leitura “Comecei a ver a professora Kezia lendo as histórias e passei a gostar de ler”, conta a estudante Ana Lívia. Ela estuda na escola Profª Maria Inês Della Valentina, que fica em Jacupemba, i Aracruz, no Norte do Espírito Santo. A instituição de ensino fundamental foi 1º lugar no Prêmio PVE, do Instituto Votorantim, por incentivar alunos à leitura. A premiação nacional foi realizada em São Paulo. Ao todo, foram 1.130 escolas que se inscreveram para participar do prêmio. A escola de Aracruz foi a melhor avaliada quanto ao nível de aprendizado dos estudantes. 4 https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/467/589 5 https://barcadoslivros.org/barca-dos-livros/programa-de-incentivo-a-leitura/ O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 6 A professora Kezia Roni, citada pela aluna Ana Lívia, explica que foi preciso trabalhar duro com os alunos nos últimos anos para conseguir o resultado. “Quase que diariamente a gente ia lendo, fazendo questionamentos e eles foram demonstrando essa vonta- de de querer mais, de ter mais curiosidade com os vários tipos de gêneros textuais que utilizamos. Na medida que os projetosdigitais são bastante úteis: ▪ Padlet: quadro virtual colaborativo, onde alunos e tutores podem postar textos, imagens, vídeos e links em tempo real. ▪ Google Docs e Google Slides: permitem a produção conjunta de textos, apresentações e projetos, com edição simultânea e comentários. ▪ Jamboard: lousa digital interativa, ideal para dinâmicas de grupo e esquemas visuais. Essas ferramentas possibilitam uma aprendizagem mais participativa e favorecem o desenvolvimento de competências como cooperação e pensamento crítico. ▸ Aplicativos de mensagens e redes sociais acadêmicas Embora nem sempre façam parte oficialmente do curso, muitos tutores utilizam aplicativos de mensagens (como WhatsApp e Telegram) para criar grupos de apoio, reforçar lembretes e manter um contato mais ágil com os alunos. Além disso, algumas instituições adotam plataformas como: ▪ Edmodo: rede social com foco educacional, permite criar grupos de estudos, aplicar quizzes e trocar mensagens. ▪ ClassDojo: mais comum no ensino básico, mas também adaptável para a educação superior, promove o engajamento e a gamificação do aprendizado. Esses recursos, quando bem utilizados, ampliam os canais de comunicação e fortalecem o vínculo entre tutor e aluno. No entanto, é importante que o uso desses meios respeite a política institucional e os limites de disponibilidade do tutor. ▸ Ferramentas de avaliação e acompanhamento O acompanhamento do desempenho dos alunos é parte central da tutoria. As plataformas geralmente ofe- recem recursos de análise que ajudam o tutor a identificar quem está com dificuldades e onde é necessário intervir. Exemplos de funcionalidades úteis: ▪ Relatórios de desempenho: mostram quem acessou os conteúdos, quantas vezes, por quanto tempo e se realizou as atividades propostas. ▪ Sistemas de rubricas: utilizados para tornar a correção mais objetiva e criteriosa, facilitando o feedback. ▪ Sistemas de alertas: notificações automáticas sobre prazos, atrasos ou baixa participação. Essas ferramentas apoiam o tutor na tomada de decisões pedagógicas e permitem um acompanhamento mais estratégico e individualizado. ▸ Importância da formação digital do tutor O domínio das tecnologias não pode ser visto apenas como um diferencial, mas como uma competência essencial. O tutor precisa estar preparado para lidar com diferentes plataformas, solucionar dúvidas técnicas básicas dos alunos e explorar os recursos pedagógicos que cada ferramenta oferece. Além disso, é fundamental manter-se atualizado, já que novas ferramentas surgem constantemente e po- dem enriquecer a experiência de aprendizagem no EaD. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 94 Relação entre tutor, aluno e equipe pedagógica No ensino a distância, a qualidade do processo de aprendizagem depende não apenas dos conteúdos e das tecnologias, mas também da articulação entre os diferentes agentes envolvidos. A relação entre tutor, aluno e equipe pedagógica é um dos pilares do EaD, pois garante a coerência do percurso formativo, a personalização do atendimento e o suporte necessário para que o estudante avance com autonomia e segurança. ▸ O aluno como protagonista da aprendizagem No modelo EaD, o aluno é visto como protagonista do seu próprio processo de aprendizagem. Isso significa que ele precisa desenvolver autonomia, disciplina e autorregulação para cumprir as atividades, assistir às au- las, interagir com os colegas e buscar ajuda quando necessário. Contudo, essa autonomia não se constrói de forma solitária — ela precisa de mediação e suporte contínuo. É aí que entra o papel do tutor: ajudar o aluno a desenvolver essas competências, oferecendo apoio peda- gógico, motivacional e até mesmo emocional. O tutor observa a trajetória do estudante, identifica suas dificul- dades, sugere caminhos e o encoraja a manter-se ativo no curso. ▸ A comunicação entre tutor e aluno A relação entre tutor e aluno deve ser baseada na escuta, no respeito e na presença constante, mesmo que virtual. Uma boa comunicação é aquela que: ▪ Utiliza linguagem clara, objetiva e acolhedora ▪ Responde dúvidas com agilidade e qualidade ▪ Estimula a reflexão e o pensamento crítico ▪ Dá feedbacks construtivos, apontando caminhos para o aprimoramento ▪ Reconhece os avanços do aluno, fortalecendo sua autoestima É essencial que o tutor mantenha uma postura proativa, antecipando dificuldades e se colocando à disposi- ção para apoiar o estudante em suas demandas acadêmicas. Essa proximidade, mesmo que a distância, é um fator decisivo para a permanência e o sucesso do aluno no EaD. ▸ O tutor como elo entre aluno e equipe pedagógica O tutor não atua isoladamente. Ele é parte de uma engrenagem maior, que inclui professores conteudistas, coordenadores pedagógicos, designers instrucionais, técnicos de suporte e gestores educacionais. A função do tutor é, muitas vezes, ser o primeiro ponto de contato entre o aluno e essa equipe. Funções de mediação do tutor: ▪ Reportar dificuldades recorrentes: Se muitos alunos apresentam problemas com um conteúdo ou ativi- dade, o tutor informa à equipe para que ajustes possam ser feitos. ▪ Propor melhorias: Com base na sua vivência prática, o tutor pode sugerir mudanças na abordagem, na linguagem dos materiais ou na dinâmica das atividades. ▪ Alinhar orientações: Quando surgem dúvidas institucionais (sobre prazos, certificados, políticas do cur- so), o tutor deve buscar a resposta correta com a equipe pedagógica para repassá-la com clareza ao aluno. Essa atuação como “ponte” exige do tutor uma comunicação clara e profissional com os demais membros da equipe, bem como comprometimento com os objetivos educacionais do curso. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 95 ▸ Colaboração com professores e coordenadores Em muitos cursos, o conteúdo é elaborado por professores especialistas, que nem sempre participam dire- tamente do contato com os alunos. Nesse cenário, o tutor funciona como o representante do curso no cotidiano dos estudantes. Por isso, deve conhecer bem: ▪ Os objetivos de aprendizagem de cada módulo ▪ As estratégias didáticas planejadas ▪ Os critérios de avaliação ▪ As metas e prazos definidos pela coordenação Uma relação próxima com a coordenação permite ao tutor ajustar sua atuação às diretrizes do curso, evi- tando contradições e garantindo a coerência pedagógica. ▸ Gestão de conflitos e encaminhamentos Em algumas situações, o tutor também precisa lidar com conflitos — seja entre alunos, entre aluno e con- teúdo, ou entre aluno e instituição. Nessas horas, seu papel é acolher, escutar e encaminhar adequadamente. Exemplos de atuação: ▪ Um aluno questiona uma nota: o tutor pode revisar a correção, explicar os critérios e, se necessário, en- caminhar à coordenação. ▪ Alunos entram em conflito em um fórum: o tutor deve intervir com imparcialidade, reforçando as regras de convivência e buscando o diálogo. ▪ Um estudante manifesta dificuldades emocionais: o tutor pode acolher a queixa e orientar sobre os canais de apoio disponíveis. Ter equilíbrio, empatia e conhecimento das normas institucionais é fundamental para lidar com essas situa- ções de maneira adequada e ética. ▸ Parceria para o sucesso do estudante A relação entre tutor, aluno e equipe pedagógica não é hierárquica, mas colaborativa. Cada um tem um papel a cumprir, e o sucesso do processo formativo depende da articulação entre esses papéis. Veja uma síntese da função de cada ator: Agente Função principal Aluno Protagonista da aprendizagem, responsávelpor seu percurso Tutor Mediador pedagógico, apoio constante ao aluno Professor conteudista Elaborador dos materiais e atividades do curso Coordenação pedagógica Responsável pelo planejamento e qualidade do curso Quando essa parceria funciona bem, o aluno se sente acolhido, compreendido e guiado em sua trajetória. O tutor, por sua vez, torna-se um verdadeiro facilitador da aprendizagem, promovendo um ambiente virtual mais humano, produtivo e motivador. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. x1y2z3 2dc35700002f6bb49660a7d9bab5c5e0b282f1e8d6b99090f0460735b06479e5 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 96 Tipologia de bases de dados eletrônicas Conceito de bases de dados eletrônicas As bases de dados eletrônicas são um dos pilares fundamentais da organização, recuperação e dissemi- nação da informação no ambiente digital. Para o bibliotecário, entender esse conceito é essencial para gerir recursos informacionais com eficiência, promover o acesso ao conhecimento e atender às demandas informa- cionais de usuários diversos. ▸ O que são bases de dados eletrônicas De maneira geral, uma base de dados eletrônica é um conjunto estruturado de informações armazenadas em formato digital, acessível por meio de sistemas computacionais. Essas informações podem incluir textos, imagens, vídeos, tabelas, gráficos e outros formatos, organizados de modo que permitam sua recuperação rápida e eficiente através de mecanismos de busca. Diferentemente de um simples arquivo de textos, uma base de dados é planejada com critérios técnicos de organização e estruturação de dados, o que permite uma navegação lógica e a execução de consultas comple- xas, com filtros e operadores diversos. Principais características das bases de dados eletrônicas: Estrutura organizada: as informações são armazenadas de forma sistemática, com uso de campos, regis- tros, metadados e indexação. ▪ Recuperação da informação: permite buscas refinadas e combinações de critérios, facilitando o acesso a dados específicos. ▪ Armazenamento digital: os dados são acessíveis por meio de dispositivos eletrônicos, como computado- res, tablets e celulares, geralmente via internet. ▪ Atualização constante: muitas bases são atualizadas em tempo real ou periodicamente, garantindo a atualidade da informação. ▪ Interoperabilidade: podem se integrar a sistemas de informação e softwares de gestão de bibliotecas, como o Pergamum ou o SophiA. ▸ Bases de dados x sistemas de informação É importante diferenciar bases de dados de sistemas de informação. Enquanto a base de dados é o reposi- tório onde os dados estão organizados e armazenados, o sistema de informação é o conjunto de ferramentas e processos que permite o gerenciamento e o uso desses dados. Por exemplo, uma biblioteca universitária pode ter uma base de dados com todos os seus periódicos cien- tíficos, e um sistema como o SophiA para acessar, catalogar e emprestar esses materiais. ▸ Função das bases de dados no contexto biblioteconômico No trabalho do bibliotecário, as bases de dados eletrônicas têm diversas aplicações: ▪ Suporte à pesquisa acadêmica e científica ▪ Organização de acervos digitais ▪ Auxílio na tomada de decisão em serviços de referência ▪ Apoio a usuários na recuperação de documentos relevantes ▪ Conservação da memória institucional, quando usadas para armazenar teses, dissertações e outros do- cumentos internos O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 97 Vantagens em relação às bases de dados físicas: ▪ Acesso remoto e simultâneo por múltiplos usuários ▪ Maior agilidade na atualização e manutenção dos dados ▪ Economia de espaço físico ▪ Possibilidade de busca automatizada e personalizada ▪ Integração com sistemas de bibliotecas, catálogos online e repositórios digitais Terminologias relacionadas: ▪ Base referencial: contém apenas as referências bibliográficas dos documentos (autor, título, fonte, etc.). ▪ Base de texto completo: inclui o conteúdo integral dos documentos, como artigos e livros. ▪ Base multidisciplinar: abrange diversas áreas do conhecimento. ▪ Base especializada: foca em uma área temática específica. Exemplos práticos de uso: ▪ Um bibliotecário em uma instituição de ensino utiliza bases como Scopus e Web of Science para auxiliar pesquisadores na construção de revisões bibliográficas. ▪ Em bibliotecas públicas, o uso de bases como o Portal de Periódicos da CAPES amplia o acesso à infor- mação científica para a comunidade. ▪ Bibliotecas jurídicas acessam bases como JusBrasil e LexML para fornecer apoio técnico e jurídico. As bases de dados eletrônicas são ferramentas essenciais no trabalho biblioteconômico atual. Elas repre- sentam muito mais do que um repositório de informações: são instrumentos sofisticados de gestão, recupera- ção e disseminação do conhecimento. Entender seu conceito e funcionamento é o primeiro passo para explorá-las com eficácia, otimizando os serviços oferecidos pelas bibliotecas e centros de informação. Classificação das bases de dados quanto ao conteúdo Compreender a classificação das bases de dados eletrônicas quanto ao seu conteúdo é fundamental para o bibliotecário realizar uma mediação da informação precisa e eficaz. Essa categorização permite identificar rapidamente qual tipo de base é mais adequado para atender a uma necessidade informacional específica, seja de um estudante, pesquisador, profissional ou cidadão comum. ▸ Bases referenciais As bases referenciais são aquelas que contêm exclusivamente os dados descritivos de um documento, como autor, título, data de publicação, periódico, volume, número e páginas. Não disponibilizam o conteúdo in- tegral da obra, mas direcionam o usuário até a fonte original ou ao local onde o documento pode ser consultado. Características principais: ▪ Não oferecem acesso ao texto completo ▪ São úteis para levantamento bibliográfico ▪ Permitem identificar fontes e referências em determinada área ▪ Podem indicar localização ou número de chamada em bibliotecas físicas Exemplos: ▪ LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) ▪ PubMed (embora contenha alguns textos completos, é majoritariamente referencial) ▪ Bibliografia Brasileira de Biblioteconomia O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 98 ▸ Bases de texto completo São bases que disponibilizam o conteúdo integral dos documentos, como artigos, livros, dissertações, teses e legislações. O acesso pode ser gratuito ou restrito a assinantes, dependendo da política de acesso de cada base. Características principais: ▪ Permitem leitura e download dos documentos ▪ Ampliam o acesso à informação científica, técnica ou literária ▪ Facilitam a realização de pesquisas mais aprofundadas ▪ Algumas oferecem ferramentas de citação automática, compartilhamento e marcação de favoritos Exemplos: ▪ SciELO (Scientific Electronic Library Online) ▪ JSTOR ▪ DOAJ (Directory of Open Access Journals) ▪ BDTD (Biblioteca Digital de Teses e Dissertações) ▸ Bases estatísticas ou numéricas São bases que concentram dados quantitativos, como indicadoreseconômicos, sociais, de saúde e am- bientais. São muito utilizadas por pesquisadores das áreas de ciências sociais aplicadas e ciências da saúde. Características principais: ▪ Fornecem séries históricas e dados atualizados ▪ Permitem cruzamento de variáveis e exportação de dados ▪ Podem incluir gráficos, mapas e ferramentas de análise estatística Exemplos: ▪ IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) ▪ DATASUS (Departamento de Informática do SUS) ▪ IPEAData ▪ ONU Data ▸ Bases multimídia Essas bases armazenam e organizam documentos em formatos variados que vão além do texto: vídeos, imagens, áudios, mapas interativos e modelos 3D. São fundamentais para instituições culturais, educacionais e de pesquisa visual. Características principais: ▪ Ampliam o acesso a materiais audiovisuais ▪ Facilitam o ensino-aprendizagem com recursos visuais ▪ Podem exigir infraestrutura tecnológica específica para uso O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 99 Exemplos: ▪ Europeana (base multimídia cultural europeia) ▪ Internet Archive (com livros, vídeos, áudios e softwares) ▪ Biblioteca Nacional Digital do Brasil (com acervo iconográfico e audiovisual) ▪ ARCA - Repositório da Fiocruz (com vídeos e imagens científicas) ▸ Bases normativas e legais Destinadas a armazenar legislações, normas técnicas, decisões judiciais, pareceres jurídicos e outros docu- mentos normativos. São especialmente relevantes para bibliotecas jurídicas, técnicas e institucionais. Características principais: ▪ Atualização constante conforme mudanças legais ▪ Permitido acesso por filtros como número da norma, data, órgão emissor ▪ Muitas são mantidas por órgãos oficiais ou entidades normativas Exemplos: ▪ LexML Brasil (rede de informações legislativas e jurídicas) ▪ JusBrasil ▪ Normas da ABNT (via associação ou assinatura) ▪ Portal da Legislação do Planalto ▸ Bases híbridas ou multidocumentais Essas bases reúnem diferentes tipos de conteúdos num mesmo ambiente: referencial, texto completo, ima- gens, dados estatísticos, etc. São ideais para atender usuários com múltiplas necessidades informacionais em um único local. Características principais: ▪ Alta diversidade de materiais ▪ Navegação por diferentes tipos de documentos ▪ Integração entre conteúdos e áreas temáticas Exemplos: ▪ Portal de Periódicos da CAPES ▪ Biblioteca Digital Mundial (UNESCO) ▪ Repositórios institucionais universitários Tipos de acesso e características técnicas das bases Entender os tipos de acesso e as características técnicas das bases de dados eletrônicas é uma etapa essencial para o bibliotecário que atua na mediação e gestão da informação. Essa compreensão permite não apenas selecionar as bases adequadas para diferentes perfis de usuários, como também resolver problemas técnicos e orientar sobre o uso eficiente dessas plataformas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. x1y2z3 2dc35700002f6bb49660a7d9bab5c5e0b282f1e8d6b99090f0460735b06479e5 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 100 ▸ Tipos de acesso às bases de dados As bases de dados eletrônicas podem ser classificadas de acordo com a forma como o conteúdo é dis- ponibilizado ao usuário. Essa classificação influencia diretamente no planejamento das bibliotecas quanto ao orçamento, à política de acesso e aos serviços oferecidos. Acesso aberto (open access): São bases que disponibilizam gratuitamente seu conteúdo para leitura, download e uso, respeitando os direitos autorais e as licenças de uso estabelecidas pelos autores ou instituições. Características principais: ▪ Acesso livre sem necessidade de autenticação ▪ Conteúdo geralmente licenciado em Creative Commons ▪ Promovem a democratização da informação ▪ Exigem avaliação quanto à qualidade e procedência Exemplos: ▪ DOAJ (Directory of Open Access Journals) ▪ SciELO ▪ Repositórios institucionais (como o da USP, UFRJ, etc.) ▸ Acesso restrito ou por assinatura São bases cujo conteúdo é disponibilizado apenas mediante pagamento, assinatura institucional ou auten- ticação via login e senha. Características principais: ▪ Exigem contrato de licença com editoras ou provedores ▪ Podem ser acessadas por IP institucional ou via VPN ▪ Geralmente oferecem conteúdo mais atualizado e especializado ▪ Exigem controle de uso e gerenciamento de acessos Exemplos: ▪ Scopus ▪ Web of Science ▪ EBSCOhost ▪ Biblioteca Virtual da Pearson Acesso misto ou freemium São bases que disponibilizam parte do conteúdo gratuitamente, mas exigem pagamento para acesso com- pleto ou para funcionalidades adicionais. Características principais: ▪ Parte do acervo é de livre acesso ▪ Recurso estratégico para atrair usuários e ampliar assinaturas ▪ Pode permitir leitura gratuita e restringir download ou exportação O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 101 Exemplos: ▪ JSTOR (possui artigos de acesso aberto e outros restritos) ▪ Academia.edu ▪ ResearchGate ▸ Características técnicas das bases de dados Além dos tipos de acesso, as bases possuem uma série de características técnicas que afetam diretamente a experiência do usuário e a integração com sistemas de bibliotecas. A seguir, destacamos os principais ele- mentos técnicos a serem considerados. Interface de busca e usabilidade: A forma como a base permite a navegação e a busca pelos conteúdos é crucial. Interfaces intuitivas favore- cem o uso autônomo pelos usuários e reduzem a necessidade de treinamento. ▪ Sistema de busca simples (por palavra-chave) ▪ Busca avançada (por autor, título, assunto, data, etc.) ▪ Suporte a operadores booleanos (AND, OR, NOT) ▪ Filtros por idioma, tipo de documento, área do conhecimento ▸ Compatibilidade e integração com sistemas Bases modernas devem ser compatíveis com outros sistemas de informação, como catálogos de bibliotecas (OPACs), repositórios e gestores de referência. ▪ Exportação de referências para softwares como Mendeley, Zotero e EndNote ▪ Padrões de interoperabilidade (OAI-PMH, Dublin Core, MARC) ▪ Integração com sistemas de gestão de bibliotecas (ex: Pergamum, SophiA) Formatos de documentos disponíveis: As bases podem disponibilizar documentos em diferentes formatos, o que afeta sua acessibilidade e possi- bilidades de uso: ▪ PDF (mais comum para artigos e capítulos) ▪ HTML (facilita leitura em dispositivos móveis) ▪ EPUB (usado para livros e leitura digital fluida) ▪ MP4, MP3, JPEG, TIFF (bases multimídia) Ferramentas e recursos adicionais: Muitas bases de dados oferecem recursos que aumentam a eficiência da pesquisa e a organização pessoal do usuário: ▪ Histórico de buscas salvas ▪ Alertas por e-mail ou RSS sobre novos conteúdos ▪ Marcadores e criação de bibliotecas pessoais ▪ Tradução automática de resumos ou textos ▪ Métricas de impacto e citação (Altmetrics, CiteScore, H-index) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilizaçãocivil e criminal. 102 Autenticação e segurança: Bases de dados por assinatura geralmente requerem algum tipo de autenticação para garantir segurança e controle de acesso: ▪ Autenticação por IP institucional ▪ Login com senha (usuário institucional) ▪ Acesso remoto via proxy ou VPN ▪ Autenticação federada (CAFe, Shibboleth) Acessibilidade e inclusão: A preocupação com acessibilidade é cada vez maior nas bases de dados, que precisam se adaptar a usu- ários com deficiências. ▪ Compatibilidade com leitores de tela ▪ Navegação por teclado ▪ Fontes ajustáveis e modos de alto contraste ▪ Legendas em vídeos e descrição de imagens ▸ Tabela comparativa dos tipos de acesso Tipo de acesso Custo Exemplos Benefícios principais Aberto Gratuito SciELO, DOAJ Livre acesso, disseminação ampla Restrito Pago ou licenciado Scopus, EBSCOhost Conteúdo especializado e atualizado Misto (freemium) Parcialmente pago JSTOR, ResearchGate Acesso inicial gratuito, expansão paga ▸ Importância da análise técnica para o bibliotecário O domínio das características técnicas das bases de dados permite ao bibliotecário: ▪ Selecionar as bases mais adequadas para o perfil de sua comunidade ▪ Garantir a acessibilidade e a usabilidade das plataformas ▪ Negociar contratos com editoras com base em critérios técnicos e não apenas comerciais ▪ Capacitar os usuários para uma utilização mais autônoma e crítica dos recursos digitais Conhecer os tipos de acesso e os aspectos técnicos das bases de dados é um diferencial na atuação do bi- bliotecário. A análise criteriosa desses elementos garante que as bibliotecas ofereçam serviços mais eficientes, inclusivos e alinhados às necessidades da sociedade da informação. Exemplos de bases de dados relevantes para bibliotecários Para o exercício da profissão bibliotecária, é essencial conhecer e dominar o uso das bases de dados mais relevantes disponíveis nacional e internacionalmente. Estas bases são fontes primárias de informação cien- tífica, técnica, normativa, estatística, cultural e multidisciplinar, utilizadas para apoiar atividades de pesquisa, ensino, extensão, atendimento ao público e desenvolvimento de coleções. ▸ Bases de dados científicas e acadêmicas Essas bases concentram artigos científicos, teses, dissertações, e literatura técnica voltada à produção acadêmica. São fundamentais para bibliotecas universitárias e centros de pesquisa. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 103 SciELO (Scientific Electronic Library Online): ▪ Acesso: aberto ▪ Abrangência: multidisciplinar, com foco em produção científica da América Latina e Caribe ▪ Utilidade: consulta a artigos revisados por pares, ideal para apoio à pesquisa científica Scopus (Elsevier): ▪ Acesso: restrito (por assinatura institucional) ▪ Abrangência: multidisciplinar, com dados bibliográficos e métricas de citação ▪ Utilidade: análise de produtividade científica, identificação de autores e revistas mais citados Web of Science (Clarivate Analytics): ▪ Acesso: restrito ▪ Abrangência: multidisciplinar, com foco em publicações de alto fator de impacto ▪ Utilidade: rastreamento de citações, construção de revisões sistemáticas BDTD (Biblioteca Digital de Teses e Dissertações): ▪ Acesso: aberto ▪ Abrangência: produção acadêmica de pós-graduação brasileira ▪ Utilidade: acesso a teses e dissertações defendidas nas principais universidades do país ▸ Bases específicas da área de Biblioteconomia e Ciência da Informação Estas bases são voltadas diretamente para a formação e atuação dos profissionais da informação. BRAPCI (Base de Dados em Ciência da Informação): ▪ Acesso: aberto ▪ Abrangência: artigos, eventos e periódicos da área de Ciência da Informação ▪ Utilidade: acompanhamento da produção científica brasileira na área Library and Information Science Abstracts (LISA): ▪ Acesso: restrito ▪ Abrangência: internacional, voltada para temas como gestão da informação, bibliotecas digitais e servi- ços de referência ▪ Utilidade: suporte teórico e prático à atuação profissional LISTA (Library, Information Science & Technology Abstracts): ▪ Acesso: restrito (algumas instituições oferecem acesso via EBSCO) ▪ Abrangência: periódicos e literatura cinzenta em biblioteconomia e TI aplicada ▪ Utilidade: ferramenta de atualização e formação continuada ▸ Bases normativas, jurídicas e legislativas Importantes para bibliotecas públicas, jurídicas, técnicas e escolares que lidam com legislação e normas aplicadas. LexML Brasil: ▪ Acesso: aberto ▪ Abrangência: legislação, jurisprudência, projetos de lei e documentos normativos ▪ Utilidade: apoio à pesquisa jurídica, acesso rápido à legislação atualizada O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 104 ABNT Coleção Digital: ▪ Acesso: restrito (via assinatura institucional ou compra avulsa) ▪ Abrangência: normas técnicas da ABNT ▪ Utilidade: consulta às normas para normalização de trabalhos, documentos técnicos e institucionais JusBrasil: ▪ Acesso: parcialmente aberto (parte do conteúdo é pago) ▪ Abrangência: jurisprudência, legislação, processos judiciais e notícias jurídicas ▪ Utilidade: pesquisa jurídica básica, acompanhamento de processos, apoio a bibliotecas jurídicas ▸ Bases estatísticas e de dados públicos Essas bases fornecem dados estruturados para análises e produção de conhecimento baseado em evidên- cias. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): ▪ Acesso: aberto ▪ Abrangência: dados socioeconômicos, demográficos, geográficos e ambientais ▪ Utilidade: construção de estudos de usuários, planejamento de serviços, apoio à pesquisa DATASUS (Departamento de Informática do SUS): ▪ Acesso: aberto ▪ Abrangência: dados de saúde pública e indicadores epidemiológicos ▪ Utilidade: levantamento de dados para pesquisas na área da saúde e políticas públicas IPEAData: ▪ Acesso: aberto ▪ Abrangência: indicadores econômicos, sociais e de políticas públicas ▪ Utilidade: suporte à análise de políticas sociais e econômicas ▸ Repositórios e bases de acesso cultural e multimídia Fontes de valor patrimonial e cultural, úteis para ações educativas, preservação digital e promoção do aces- so à cultura. Europeana ▪ Acesso: aberto ▪ Abrangência: documentos digitais de acervos culturais europeus (imagens, áudios, textos, vídeos) ▪ Utilidade: recursos educativos, exposições virtuais, apoio à mediação cultural Internet Archive: ▪ Acesso: aberto ▪ Abrangência: milhões de arquivos digitais, incluindo livros, vídeos, músicas e sites arquivados ▪ Utilidade: preservação digital, pesquisa histórica, materiais raros e de domínio público Biblioteca Nacional Digital do Brasil (BNDigital): ▪ Acesso: aberto ▪ Abrangência: obras do acervo da Biblioteca Nacional em formato digital ▪ Utilidade: apoio à pesquisa histórica, cultural e bibliográfica, acesso a obras raras O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 105 ▸ Portais integradores e serviços de acesso a múltiplas bases Plataformas que reúnem várias bases em um mesmo ambiente de busca integrada. Portal de Periódicos da CAPES: ▪ Acesso: restrito (via instituições participantes) ▪ Abrangência: mais de 40 mil títulos de periódicos científicos, livros e bases referenciais ▪ Utilidade: apoio à pós-graduação e pesquisa, abrangência internacional,interface unificada Google Scholar (Google Acadêmico): ▪ Acesso: aberto ▪ Abrangência: ampla, multidisciplinar, inclui artigos, livros e citações ▪ Utilidade: busca rápida por literatura acadêmica, identificação de versões abertas dos documentos O conhecimento sobre essas bases é indispensável para o bibliotecário moderno, que precisa atuar como curador e mediador da informação em um cenário cada vez mais digital e diversificado. Saber quais bases utilizar para cada tipo de demanda é uma habilidade técnica valiosa, tanto para o atendi- mento direto ao usuário quanto para a gestão estratégica de acervos e serviços informacionais. Bibliotecas virtuais Conceito e evolução das bibliotecas virtuais As bibliotecas virtuais representam uma das maiores transformações ocorridas no campo da Bibliotecono- mia nas últimas décadas. A migração do acervo físico para o digital, o acesso remoto à informação e a integra- ção com tecnologias emergentes colocam as bibliotecas em um novo patamar de atuação. ▸ O que é uma biblioteca virtual A biblioteca virtual pode ser definida como uma estrutura digital organizada que disponibiliza acervos infor- macionais em formato eletrônico, acessíveis remotamente por meio de redes de computadores, principalmente a internet. Diferentemente da biblioteca digital (cujo acervo é composto exclusivamente por documentos em formato digital), a biblioteca virtual pode agregar tanto documentos digitais quanto referências a documentos físicos localizados em outras instituições. Principais características: ▪ Acesso remoto via internet; ▪ Acervo predominantemente digital (mas não necessariamente exclusivo); ▪ Utilização de sistemas informatizados para organização, indexação e recuperação da informação; ▪ Interface digital para interação com o usuário (plataformas, repositórios, catálogos online); ▪ Suporte a serviços bibliotecários em ambiente virtual (empréstimo digital, referência online, comutação bibliográfica, etc.). ▸ Distinção entre biblioteca virtual, biblioteca digital e biblioteca eletrônica É comum que esses termos apareçam de forma intercambiável, mas há diferenças conceituais importantes: ▪ Biblioteca digital: acervo composto por objetos digitais, como e-books, artigos, vídeos e imagens digita- lizadas. É um subconjunto das bibliotecas virtuais. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 106 ▪ Biblioteca eletrônica: refere-se à infraestrutura tecnológica que possibilita o armazenamento e recupera- ção da informação. O foco está mais na tecnologia do que no acervo em si. ▪ Biblioteca virtual: conceito mais amplo, que engloba o acervo digital e os serviços ofertados remotamen- te, buscando simular a experiência da biblioteca física no ambiente online. ▸ A origem e os primeiros modelos de biblioteca virtual O conceito de biblioteca virtual surgiu junto ao desenvolvimento da internet e das tecnologias de digitaliza- ção nos anos 1990. A popularização do formato PDF, os avanços nos sistemas de gerenciamento de bases de dados e a necessidade crescente de acesso remoto à informação científica impulsionaram esse modelo. Alguns marcos importantes: ▪ Projeto Gutenberg (1971): considerado o primeiro projeto de biblioteca digital, com o objetivo de disponi- bilizar livros em domínio público no formato eletrônico. ▪ Biblioteca do Congresso dos EUA (década de 1990): início da digitalização de coleções raras e dispo- nibilização online. ▪ Portais de periódicos científicos: como JSTOR e ScienceDirect, que deram origem ao conceito de bi- blioteca virtual especializada. No Brasil, iniciativas como o Portal de Periódicos da CAPES e a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) foram fundamentais para consolidar o acesso remoto à produção científica e acadêmica nacional. ▸ A evolução das bibliotecas virtuais com a tecnologia Com o tempo, as bibliotecas virtuais passaram a integrar ferramentas mais avançadas: ▪ Metadados padronizados: para facilitar a indexação e interoperabilidade entre bases de dados; ▪ Sistemas de busca avançada: como os motores de descoberta (discovery services), que unificam o acesso a múltiplas fontes de informação; ▪ Integração com plataformas de e-learning: ampliando o uso da biblioteca em ambientes de educação a distância; ▪ Uso de inteligência artificial: para recomendação de conteúdos, atendimento automatizado (chatbots), análise de comportamento do usuário e curadoria digital. Esse processo acompanha o conceito de biblioteca 4.0, inserido no contexto da transformação digital e da quarta revolução industrial, em que as bibliotecas devem ser integradas, interativas e centradas no usuário. ▸ Impacto na atuação do bibliotecário A biblioteca virtual demanda do bibliotecário novas competências e uma mudança de postura. O profissio- nal deixa de atuar apenas no espaço físico e passa a interagir com plataformas digitais, gerenciar metadados, desenvolver estratégias de visibilidade do acervo digital e atender usuários em ambientes virtuais. Entre as novas competências destacam-se: ▪ Alfabetização digital e informacional; ▪ Conhecimento de bases de dados e softwares bibliográficos; ▪ Capacidade de curadoria de conteúdo digital; ▪ Atuação em ambientes colaborativos e interinstitucionais. A biblioteca virtual é fruto da convergência entre informação, tecnologia e mediação bibliotecária. Sua evo- lução está diretamente ligada ao desenvolvimento da internet, da digitalização e das necessidades informacio- nais da sociedade contemporânea. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 107 Ao compreender esse conceito e sua trajetória, o bibliotecário se posiciona melhor frente aos desafios e possibilidades do ambiente digital. Estrutura, recursos e funcionalidades das bibliotecas virtuais Após compreender o conceito e a evolução das bibliotecas virtuais, é fundamental entender como elas funcionam na prática. Uma biblioteca virtual precisa de uma estrutura técnica sólida e de recursos que permi- tam não apenas o armazenamento e o acesso à informação, mas também a mediação e a usabilidade para o usuário. ▸ Elementos essenciais da estrutura de uma biblioteca virtual A estrutura de uma biblioteca virtual é composta por diversos sistemas integrados que trabalham de forma conjunta para garantir a organização, preservação e disseminação da informação. Entre os principais elemen- tos, destacam-se: Infraestrutura tecnológica: Inclui servidores, sistemas de segurança, plataformas digitais e conectividade de rede. É a base que sus- tenta todos os demais serviços da biblioteca virtual. Sistema de Gerenciamento de Bibliotecas (SIGB ou ILS – Integrated Library System): É o software que realiza o controle do acervo, cadastro de usuários, circulação, catalogação, aquisição e geração de relatórios. Em bibliotecas virtuais, o sistema precisa ser compatível com arquivos digitais e permitir integração com plataformas externas. Repositórios digitais: São plataformas específicas para armazenamento e recuperação de documentos digitais, como teses, dis- sertações, e-books e artigos. Podem ser institucionais ou temáticos (ex: DSpace, Eprints, Omeka). Catálogo online (OPAC – Online Public Access Catalog): Permite a pesquisa e acesso ao acervo digital (e, eventualmente, físico). Deve oferecer interface amigável, filtros avançados e integração com bases externas. Interface do usuário: Refere-se ao design da biblioteca virtual, usabilidade da navegação, acessibilidade e compatibilidade com dispositivos móveis. A experiência do usuário influenciadiretamente no sucesso da biblioteca virtual. ▸ Principais recursos oferecidos pelas bibliotecas virtuais As bibliotecas virtuais modernas oferecem uma gama de recursos que vão além da simples disponibilização de documentos. Esses recursos tornam o ambiente mais dinâmico, interativo e centrado nas necessidades do usuário. Entre os mais comuns: Acesso remoto a conteúdos digitais: O usuário pode acessar e-books, periódicos, vídeos, áudios e outros materiais de qualquer lugar, a qualquer hora. Serviços de referência online: Atendimento via e-mail, chat ou formulários, em que o bibliotecário auxilia na busca de informação, orienta- ção de pesquisa ou uso da biblioteca. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 108 Comutação bibliográfica: Serviços como o COMUT ou o SCAD permitem o envio de cópias de documentos de outras bibliotecas mediante solicitação. Reserva e renovação online: Quando integradas ao acervo físico, muitas bibliotecas virtuais permitem reservar livros ou renovar prazos via sistema. Ferramentas de gestão da pesquisa: Incluem exportação de referências, integração com gerenciadores bibliográficos (como Mendeley e Zotero), sugestões de leitura e histórico de busca. Espaços para publicação e autoarquivamento: Muitos repositórios permitem que autores depositem seus próprios trabalhos, promovendo a ciência aberta e o acesso livre à informação. ▸ Funcionalidades técnicas mais comuns As funcionalidades das bibliotecas virtuais são moldadas pelas necessidades dos usuários e pelo avanço das ferramentas tecnológicas. A seguir, algumas das mais relevantes: Pesquisa integrada (discovery services): Permite buscar em múltiplas fontes ao mesmo tempo (repositórios, bases assinadas, catálogo local), com resultados unificados e organizados por relevância. Metadados e interoperabilidade: A utilização de padrões como Dublin Core, MARC21 e OAI-PMH permite que as bibliotecas virtuais se co- muniquem com outras bases, ampliando o alcance do acervo. Personalização do ambiente do usuário: Muitas plataformas oferecem criação de perfil, favoritos, histórico de leituras e alertas de novos conteúdos. Acessibilidade digital: Recursos como leitores de tela, navegação por teclado e contraste ajustável são fundamentais para garantir o acesso universal. Analytics e relatórios de uso: Ferramentas de análise de dados permitem ao bibliotecário acompanhar o comportamento dos usuários, avaliar o desempenho do acervo e melhorar os serviços. A atuação do bibliotecário na manutenção da estrutura e recursos O bibliotecário é peça-chave na operação da biblioteca virtual. Seu papel vai além da gestão técnica e en- volve: ▪ Curadoria e seleção de conteúdos digitais; ▪ Garantia da qualidade dos metadados e da organização da informação; ▪ Mediação entre o usuário e a tecnologia; ▪ Produção de materiais de apoio (tutoriais, guias de uso); O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 109 ▪ Participação em projetos de interoperabilidade e compartilhamento de acervos. A atualização constante sobre novas ferramentas, linguagens de marcação e práticas digitais é essencial para que o bibliotecário mantenha a biblioteca virtual relevante e eficiente. A biblioteca virtual é sustentada por uma estrutura tecnológica robusta e por recursos que visam facilitar o acesso, a pesquisa e o uso da informação digital. As funcionalidades vão desde o simples acesso remoto até a integração com plataformas de ciência aberta e redes de colaboração. Entender esses componentes é fundamental para o bibliotecário moderno, que precisa dominar tanto os aspectos técnicos quanto a mediação informacional em ambientes digitais. Principais plataformas e exemplos de bibliotecas virtuais no Brasil e no mundo Após compreender a estrutura e os recursos das bibliotecas virtuais, é essencial conhecer as principais plataformas já em operação — tanto no Brasil quanto no cenário internacional. Essa familiarização ajuda o bibliotecário a entender os padrões utilizados, as possibilidades de serviço, a forma como o conteúdo é dispo- nibilizado e quais tecnologias estão sendo adotadas. ▸ Bibliotecas virtuais no Brasil O Brasil conta com importantes iniciativas de bibliotecas virtuais, mantidas por instituições públicas, acadê- micas e governamentais. Abaixo estão alguns exemplos de destaque: Portal de Periódicos da CAPES: Uma das maiores bibliotecas virtuais acadêmicas da América Latina. Oferece acesso a milhares de periódi- cos científicos, bases de dados internacionais, livros eletrônicos, normas técnicas e patentes. Características principais: ▪ Acesso remoto mediante autenticação institucional; ▪ Conteúdo multidisciplinar e em vários idiomas; ▪ Interfaces de busca por editoras, assuntos ou bases de dados. Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD): Iniciativa do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT). Integra os repositórios de instituições de ensino superior de todo o país. Destaques: ▪ Sistema de busca unificado por autor, título, palavra-chave e instituição; ▪ Incentiva o acesso livre à produção acadêmica nacional; ▪ Utiliza o protocolo OAI-PMH para interoperabilidade. Biblioteca Digital Mundial (BDM): Embora mantida pela UNESCO e pela Biblioteca do Congresso dos EUA, a BDM tem participação de acer- vos brasileiros, como da Fundação Biblioteca Nacional e do Museu Paulista. Diferenciais: ▪ Disponibiliza documentos raros, manuscritos, mapas e fotos históricas; ▪ Interface em vários idiomas, inclusive português; ▪ Conteúdo voltado para a diversidade cultural global. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 110 Biblioteca Virtual em Saúde (BVS): Criada pela BIREME/OPAS/OMS, é uma rede de fontes de informação em saúde organizada em conjunto com países da América Latina e Caribe. Pontos fortes: ▪ Acesso gratuito a publicações científicas da área da saúde; ▪ Recursos de pesquisa integrados e multilinguismo; ▪ Serviços como a LILACS, SciELO e DeCS. Domínio Público: Plataforma mantida pelo Ministério da Educação que disponibiliza obras em domínio público ou com per- missão de uso livre. Conteúdo: ▪ Literatura nacional e estrangeira, músicas, imagens, vídeos e documentos históricos; ▪ Acervo em formatos PDF, MP3, MP4 e EPUB; ▪ Utilizado em atividades escolares e culturais. Exemplos internacionais de bibliotecas virtuais: O cenário internacional é rico em bibliotecas virtuais que funcionam como referência em termos de acervo, organização e inovação. Abaixo, os principais exemplos: Europeana: Plataforma da União Europeia que agrega acervos digitais de mais de 3 mil instituições culturais. Características: ▪ Interface em diversas línguas; ▪ Mais de 50 milhões de itens (imagens, textos, sons, vídeos); ▪ Apoio a projetos educacionais e científicos com dados abertos. Internet Archive: Um dos maiores projetos de preservação digital do mundo. Seu acervo inclui livros, filmes, áudios, sites e softwares antigos. Destaques: ▪ Iniciativa sem fins lucrativos; ▪ Biblioteca de mais de 20 milhões de livros digitalizados; ▪ Projeto “Wayback Machine”, que arquiva páginas da internet. Biblioteca do Congresso (Library of Congress - EUA): Maior biblioteca do mundo, com acervo digital robusto disponível em sua biblioteca virtual. O conteúdo deste livro eletrônicoé licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 111 Pontos fortes: ▪ Acesso a manuscritos históricos, partituras, mapas e livros raros; ▪ Ferramentas avançadas de busca e visualização; ▪ Oferece exposições virtuais e recursos educacionais. Gallica (Bibliothèque nationale de France): Biblioteca digital da França, com milhões de documentos digitalizados. Conteúdo: ▪ Livros, jornais, imagens, partituras, manuscritos; ▪ Interface rica e moderna, com suporte à leitura online; ▪ Forte integração com projetos acadêmicos e escolares. Project Gutenberg: Uma das bibliotecas virtuais mais antigas, fundada em 1971, com foco na disponibilização de livros de do- mínio público. Recursos: ▪ Acesso livre e gratuito a milhares de e-books; ▪ Obras em diversos idiomas; ▪ Compatível com leitores digitais (formato EPUB, Kindle, HTML). ▸ Comparativo geral entre bibliotecas virtuais Biblioteca Virtual País/Origem Tipo de Acervo Acesso Idiomas Destaques Portal CAPES Brasil Científico Restrito por IP Português/ Inglês Bases de dados internacionais BDTD Brasil Acadêmico Livre Português Teses e dissertações Europeana União Europeia Cultural e histórico Livre Multilíngue Acesso integrado à herança cultural Internet Archive EUA Multimídia e digital Livre Inglês Preservação de conteúdos históricos da web Domínio Público Brasil Literário e educacional Livre Português Obras em domínio público Gallica França Acadêmico e cultural Livre Francês Interface moderna e curadoria de qualidade O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 112 Importância para o bibliotecário: Conhecer essas plataformas permite ao bibliotecário: ▪ Ampliar o repertório de fontes confiáveis para pesquisa; ▪ Orientar usuários na busca por informações de qualidade; ▪ Utilizar padrões internacionais de organização de acervo; ▪ Participar de redes de colaboração e compartilhamento de conteúdo; ▪ Fomentar o uso de acervos abertos em ambientes educacionais e científicos. As bibliotecas virtuais no Brasil e no mundo demonstram a diversidade de formatos, objetivos e tecnologias disponíveis. Desde iniciativas governamentais até projetos comunitários, essas plataformas representam a evolução da prática bibliotecária no ambiente digital. O profissional da informação deve dominar o uso dessas ferramentas para potencializar o acesso à informa- ção, promover a inclusão digital e apoiar a formação de leitores e pesquisadores. Desafios e oportunidades das bibliotecas virtuais para o bibliotecário Com a consolidação das bibliotecas virtuais como instrumentos essenciais de acesso à informação na sociedade digital, o papel do bibliotecário também se transforma. Surgem novas demandas técnicas, desafios éticos e operacionais, ao mesmo tempo em que se abrem oportunidades para inovação, protagonismo profis- sional e valorização das competências informacionais. ▸ Principais desafios enfrentados pelo bibliotecário em bibliotecas virtuais O ambiente digital impõe ao bibliotecário uma série de mudanças que vão além da substituição do suporte físico pelo digital. São desafios que exigem novas competências, atualização constante e capacidade de adap- tação. Acompanhamento tecnológico constante: A evolução rápida das tecnologias exige do bibliotecário atualização frequente em softwares, padrões de metadados, repositórios digitais, plataformas de ensino a distância, segurança da informação, entre outros. A formação tradicional precisa ser complementada por cursos técnicos, oficinas e capacitação prática. Preservação digital: Diferente da conservação de acervos físicos, a preservação digital envolve estratégias para garantir o aces- so futuro a arquivos digitais. Isso inclui formatos sustentáveis, migração periódica, backup, controle de versões e documentação técnica. Direitos autorais e acesso aberto: Gerenciar acervos digitais exige conhecimento aprofundado sobre a legislação de direitos autorais, licen- ciamento aberto (Creative Commons), domínio público, e uso educacional. A mediação do acesso precisa ser ética e legalmente embasada. Inclusão digital e acessibilidade: O bibliotecário precisa garantir que todos os usuários, independentemente de suas limitações físicas ou so- ciais, possam acessar a biblioteca virtual. Isso envolve desde adaptar conteúdos a leitores de tela até promover ações de alfabetização digital. Mediação da informação à distância: O atendimento presencial dá lugar à orientação remota, exigindo novas abordagens na comunicação com o usuário. O bibliotecário precisa dominar recursos como e-mail, chat, videoconferência e até redes sociais para se manter acessível. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 113 Avaliação do uso e tomada de decisões com base em dados: Ferramentas analíticas passam a ser fundamentais para entender o comportamento do usuário, medir a efetividade dos recursos disponíveis e planejar melhorias. A análise de dados exige novas habilidades do bi- bliotecário. ▸ Oportunidades para o bibliotecário no contexto digital Apesar dos desafios, as bibliotecas virtuais representam um campo fértil de oportunidades para o bibliote- cário se destacar como mediador da informação, curador de conteúdo digital e agente de inovação. Protagonismo na curadoria e organização da informação digital: O bibliotecário pode assumir a liderança na curadoria de conteúdos digitais, organizando acervos com qua- lidade, coerência temática e relevância para o público-alvo. Essa atuação agrega valor aos repositórios digitais e fortalece o papel da biblioteca como fonte confiável. Expansão do alcance da atuação profissional: Com a biblioteca virtual, o bibliotecário pode atender usuários em qualquer lugar do mundo, quebrando bar- reiras geográficas. Isso amplia o impacto de seu trabalho e permite desenvolver serviços personalizados para públicos variados. Participação em redes e projetos colaborativos: O ambiente digital facilita a integração entre instituições. O bibliotecário pode atuar em projetos de ciência aberta, desenvolvimento de repositórios institucionais, indexação coletiva e preservação colaborativa do conhe- cimento. Inovação na prestação de serviços: A biblioteca virtual permite criar novos serviços, como tutoriais interativos, podcasts de orientação informa- cional, recomendações personalizadas, bibliografias temáticas automatizadas e até bots de atendimento. Isso valoriza o serviço e melhora a experiência do usuário. Valorização das competências em gestão da informação: A organização do conhecimento digital requer domínio de classificações, ontologias, taxonomias e lingua- gens documentárias. O bibliotecário passa a ser reconhecido como especialista em organização da informação em ambientes digitais complexos. Ensino e formação de usuários digitais: O bibliotecário pode atuar como educador, oferecendo capacitações em busca informacional, uso ético da informação, avaliação de fontes digitais e produção científica. Isso reforça seu papel pedagógico no contexto da educação formal e informal. ▸ Riscos de não adaptação É importante destacar que, diante desse novo cenário, a resistência à mudança ou a falta de atualização pode tornar o profissional obsoleto. A desatualização tecnológica, o desconhecimento de plataformas digitais e a dificuldade em trabalhar com dados e sistemas são riscos reais. Por isso, o bibliotecárioprecisa desenvolver uma mentalidade de aprendizado contínuo e inovação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 114 Competências digitais esperadas do bibliotecário em bibliotecas virtuais: Área de competência Habilidades esperadas Tecnológica Uso de repositórios, metadados, interoperabilidade, sistemas de gestão de acervo digital Informacional Curadoria, classificação, avaliação de fontes digitais Pedagógica Ensino da competência informacional, produção de tutoriais, orientação a distância Ético-legal Conhecimento de direitos autorais, acesso aberto, privacidade digital Comunicacional Atendimento online, uso de redes sociais, linguagem acessível no ambiente virtual As bibliotecas virtuais representam uma mudança estrutural no modo de oferecer e acessar informação, exigindo dos bibliotecários novas habilidades, atitudes e conhecimentos. Ao mesmo tempo em que trazem desafios importantes — como a preservação digital, a inclusão e a media- ção remota —, abrem oportunidades para inovação, protagonismo profissional e ampliação do impacto social da biblioteconomia. Cabe ao bibliotecário reconhecer essas transformações e preparar-se para atuar com excelência nesse novo cenário. Marketing e relacionamento em mídias sociais Conceitos Fundamentais De Marketing Digital Aplicados À Biblioteconomia O marketing digital tem se mostrado uma ferramenta essencial para a valorização da biblioteca como insti- tuição social e cultural. Quando aplicado corretamente, ele permite que bibliotecários fortaleçam o vínculo com a comunidade, ampliem o acesso à informação e reforcem a importância dos serviços oferecidos. ▸ O que é marketing digital? Marketing digital é o conjunto de ações de comunicação e promoção realizadas em meios digitais, com o objetivo de divulgar produtos, serviços ou ideias. No contexto das bibliotecas, trata-se de usar as plataformas online para informar, atrair, engajar e fidelizar usuários. Ao contrário do marketing tradicional, o marketing digital permite a interação direta com o público, ofere- cendo resultados mensuráveis e estratégias ajustáveis. Isso é essencial para instituições públicas, como as bibliotecas, que precisam justificar suas ações com dados e resultados objetivos. Aplicações práticas para bibliotecários: No contexto bibliotecário, o marketing digital não se limita à divulgação de livros. Ele abrange todo o univer- so de serviços informacionais: ▪ Promoção de eventos culturais e educacionais ▪ Divulgação de bases de dados e serviços online ▪ Compartilhamento de conteúdo educativo ▪ Fortalecimento da imagem institucional da biblioteca ▪ Engajamento da comunidade com a missão da biblioteca O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 115 ▸ Os 4 Ps do marketing adaptados à biblioteca A base clássica do marketing é formada pelos 4 Ps: Produto, Preço, Praça e Promoção. Na área de biblio- teconomia, eles são adaptados para representar os serviços e valores da instituição: ▪ Produto: são os serviços oferecidos, como empréstimos, acesso à internet, consulta a acervos digitais, treinamentos de usuários, entre outros. ▪ Preço: ainda que os serviços sejam gratuitos, existe um “custo” simbólico associado ao tempo, à disponi- bilidade e à facilidade de acesso. A biblioteca deve minimizar esses custos. ▪ Praça (distribuição): refere-se aos canais pelos quais os serviços chegam ao usuário. As redes sociais, sites institucionais e aplicativos são exemplos de canais digitais de distribuição. ▪ Promoção: envolve todas as formas de comunicação usadas para divulgar os serviços, atrair novos usu- ários e manter o público engajado. Aqui entram os posts em redes sociais, newsletters, vídeos informativos, entre outros. ▸ Segmentação de público e personalização do conteúdo Outro ponto importante do marketing digital é a segmentação: entender quem são os usuários da biblioteca para produzir conteúdos relevantes e direcionados. Um conteúdo eficaz considera: ▪ Faixa etária dos usuários ▪ Interesses informacionais ▪ Nível de escolaridade ▪ Frequência de uso dos serviços Com base nisso, o bibliotecário pode criar campanhas voltadas para diferentes públicos, como estudantes do ensino médio, pesquisadores acadêmicos, leitores infantis, entre outros. A personalização gera maior enga- jamento e percepção de valor. ▸ Inbound marketing e a jornada do usuário O inbound marketing (marketing de atração) é uma das principais estratégias digitais. Em vez de “empurrar” informações, ele atrai o usuário com conteúdo relevante e útil. Nas bibliotecas, essa abordagem pode ser usada para: ▪ Criar posts educativos sobre temas de interesse geral ▪ Oferecer guias de pesquisa ou dicas de leitura ▪ Produzir conteúdos que resolvam dúvidas frequentes sobre uso do acervo Tudo isso contribui para o fortalecimento da imagem da biblioteca como um espaço de aprendizado contí- nuo. ▸ Funil de marketing e engajamento do usuário Outro conceito essencial é o do funil de marketing, que representa as etapas da jornada do usuário até seu engajamento: 1. Atração – a biblioteca chama atenção com conteúdos interessantes (postagens, eventos, campanhas). 2. Conversão – o usuário passa a seguir a página, participa de eventos, faz empréstimos. 3. Relacionamento – o usuário engajado interage com frequência, compartilha conteúdos, recomenda a biblioteca a outras pessoas. 4. Fidelização – o usuário se torna um defensor da biblioteca e contribui ativamente com sugestões e par- ticipação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 116 Exemplo prático: campanha de incentivo à leitura Suponha que uma biblioteca pública deseje aumentar o número de empréstimos entre adolescentes. Ela pode aplicar o marketing digital da seguinte forma: ▪ Criar postagens com indicações de livros populares entre jovens ▪ Usar enquetes no Instagram para conhecer as preferências de leitura ▪ Fazer parcerias com influenciadores locais ou professores ▪ Oferecer desafios de leitura com recompensas simbólicas Essa campanha envolve os princípios do inbound marketing, a segmentação do público e os 4 Ps, ao mes- mo tempo em que utiliza os recursos das redes sociais para gerar engajamento. Aplicar os conceitos do marketing digital na biblioteconomia não significa transformar a biblioteca em uma empresa, mas sim usar estratégias modernas para melhorar a comunicação, promover os serviços e fortalecer o papel social da instituição. O bibliotecário, como agente de informação, precisa dominar essas ferramentas para garantir que o con- teúdo certo chegue ao público certo, no momento certo. Essa é uma habilidade cada vez mais valorizada em concursos públicos e no exercício profissional. O Papel Das Mídias Sociais Na Promoção De Bibliotecas As mídias sociais ocupam hoje um papel central na comunicação institucional, e as bibliotecas não podem mais se dar ao luxo de ignorar esse espaço. Elas funcionam como vitrines digitais onde se pode mostrar, em tempo real, o que está sendo feito, para quem, e com qual propósito. ▸ A biblioteca como agente ativo nas redes Tradicionalmente, a biblioteca era vista como um espaço silencioso, físico e voltado à consulta. No entanto, a evolução do comportamento do usuário — hoje mais conectado, dinâmico e multimídia — exigiu uma atuali- zação da presença institucional dasbibliotecas. As mídias sociais permitem que a biblioteca: ▪ Quebre estereótipos sobre seu papel ▪ Alcance públicos que não frequentam o espaço físico ▪ Atualize sua imagem perante a comunidade ▪ Mostre relevância cultural e social com ações cotidianas ▸ Presença digital como extensão do espaço físico Estar nas redes sociais significa levar os serviços da biblioteca para além dos seus muros. A presença digital não substitui o atendimento presencial, mas o complementa. Plataformas como Instagram, Facebook, Twitter e TikTok têm sido utilizadas para: ▪ Divulgar horários, serviços e novidades do acervo ▪ Promover eventos como oficinas, feiras e clubes de leitura ▪ Compartilhar conteúdos educativos e dicas de pesquisa ▪ Registrar e valorizar ações comunitárias realizadas na biblioteca ▪ Criar canais de atendimento e escuta ativa do público ▸ Escolha das plataformas de acordo com o público-alvo Cada mídia social tem um perfil de usuários e uma linguagem própria. A escolha das plataformas deve estar alinhada com o tipo de público que a biblioteca deseja atingir. Veja alguns exemplos: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 117 Plataforma Perfil de Usuário Uso Recomendado Instagram Jovens, estudantes, educadores Divulgação visual de eventos e campanhas Facebook Público mais amplo e diversificado Informações institucionais e comunicação comunitária Twitter Profissionais e acadêmicos Compartilhamento de notícias e conteúdos rápidos TikTok Adolescentes e jovens adultos Conteúdo criativo, desafios, dicas de leitura YouTube Todos os públicos Vídeos educativos, tutoriais, gravações de eventos A biblioteca deve focar na qualidade da comunicação, e não necessariamente estar em todas as redes ao mesmo tempo. ▸ Linguagem acessível e institucional Nas mídias sociais, o tom de comunicação da biblioteca precisa equilibrar profissionalismo e acessibilidade. Isso significa: ▪ Evitar linguagem excessivamente técnica ▪ Usar uma identidade visual coerente com a instituição ▪ Responder comentários e mensagens com atenção e cordialidade ▪ Produzir conteúdos inclusivos, com foco na diversidade cultural O bibliotecário deve atuar como mediador de informações e curador de conteúdos relevantes para a comu- nidade que atende. ▸ Campanhas e ações que geram engajamento As redes sociais oferecem uma grande oportunidade para estimular a participação da comunidade. Algumas práticas eficazes incluem: ▪ Campanhas temáticas: mês da leitura, dia do bibliotecário, semana da alfabetização informacional ▪ Séries de postagens: dicas semanais de livros, perfil de autores, curiosidades históricas ▪ Enquetes e quizzes: envolvem os usuários e promovem interações significativas ▪ Depoimentos de usuários: histórias de quem utiliza os serviços da biblioteca fortalecem a conexão com o público ▪ Conteúdos colaborativos: permitir que os próprios usuários indiquem livros, compartilhem fotos ou criem resenhas Essas ações ajudam a biblioteca a se tornar um espaço vivo também no ambiente digital. ▸ Parcerias e visibilidade institucional Outro ponto importante é o potencial das mídias sociais para criar parcerias e fortalecer a imagem institu- cional da biblioteca. Ao divulgar colaborações com escolas, universidades, grupos culturais e órgãos públicos, a biblioteca amplia sua rede de atuação e reforça seu papel social. Além disso, redes bem geridas podem chamar a atenção da imprensa, de patrocinadores e de agentes cul- turais, trazendo mais recursos e reconhecimento para a instituição. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 118 Desafios e cuidados: Apesar de todos os benefícios, a atuação nas redes também exige responsabilidade. Alguns desafios que merecem atenção: ▪ Manutenção regular das postagens ▪ Evitar informações incorretas ou sensíveis sem apuração ▪ Cumprimento de normas de acessibilidade digital ▪ Gestão ética da imagem e dos dados dos usuários ▪ Definição clara de quem administra as redes e qual a política de comunicação É importante que haja um plano de comunicação alinhado com os valores e objetivos da biblioteca. As mídias sociais são, hoje, ferramentas estratégicas para a promoção das bibliotecas. Elas aproximam o público, tornam os serviços mais visíveis e posicionam a instituição como um espaço dinâmico e relevante para a sociedade. Ao saber utilizar bem esses canais, o bibliotecário reforça seu papel como gestor da informação, comunicador institucional e agente cultural. Por isso, dominar as redes sociais deixou de ser um diferencial — e passou a ser uma competência essen- cial para quem atua na área. Estratégias De Relacionamento Com O Público-Alvo Nas Redes Sociais A promoção de serviços bibliotecários nas redes sociais vai além da simples divulgação. Trata-se de cons- truir uma relação contínua, de confiança e pertencimento entre a biblioteca e seus usuários. Essa relação é fundamental para que a biblioteca se mantenha relevante e fortalecida no imaginário coletivo da comunidade. ▸ Entendendo o público-alvo da biblioteca O primeiro passo para um relacionamento eficaz é conhecer quem se deseja alcançar. As bibliotecas, espe- cialmente as públicas e universitárias, atendem a perfis variados de usuários. Por isso, é necessário identificar: ▪ Faixas etárias predominantes ▪ Interesses de leitura ou pesquisa ▪ Frequência de uso dos serviços ▪ Necessidades específicas (acesso à internet, apoio acadêmico, leitura infantil, etc.) Com essas informações, o conteúdo das redes pode ser moldado para dialogar diretamente com os interes- ses e hábitos da comunidade atendida. ▸ Personas: construindo representações do público Uma técnica muito usada no marketing digital é a criação de personas — perfis fictícios que representam os usuários reais da biblioteca. Cada persona tem um nome, idade, profissão, interesses e desafios. Por exemplo: ▪ Ana, 16 anos, estudante do ensino médio, busca livros para o vestibular e participa de clubes de leitura ▪ Carlos, 42 anos, professor universitário, utiliza a biblioteca para pesquisa e acesso a periódicos científicos ▪ Dona Maria, 67 anos, aposentada, frequenta oficinas culturais e procura por literatura regional Criar conteúdos com base nessas personas permite uma comunicação mais direcionada e eficaz. ▸ Interação: escuta ativa e resposta rápida Nas redes sociais, o relacionamento se constrói pelo diálogo. Isso exige escuta ativa e respostas consisten- tes. O bibliotecário (ou equipe responsável) deve estar atento a: ▪ Comentários nas postagens ▪ Mensagens privadas com dúvidas ou sugestões O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 119 ▪ Marcação da biblioteca por usuários em publicações ▪ Feedbacks, elogios ou críticas A resposta deve ser sempre cordial, clara e dentro do prazo razoável. A interação humaniza a instituição e mostra que a biblioteca está disponível para atender. ▸ Calendário de conteúdo: regularidade e coerência O relacionamento com o público também depende da presença constante da biblioteca nas redes. Um bom planejamento editorial deve incluir: ▪ Postagens periódicas (diárias, semanais ou conforme a capacidade da equipe) ▪ Diversificação de formatos: textos, imagens, vídeos, stories, enquetes ▪ Coerência visual (cores, logos, estilo de imagem) e textual (linguagem e tomde voz) Ter um calendário de conteúdo ajuda a manter a organização e evitar períodos de inatividade, que prejudi- cam o engajamento. ▸ Campanhas de envolvimento comunitário Algumas ações específicas ajudam a aprofundar o relacionamento com o público, como: ▪ Campanhas colaborativas: convidar os usuários a indicar livros, contar histórias de leitura ou participar de concursos culturais ▪ Desafios mensais: maratonas de leitura, quiz literário, bingo de autores ▪ Encontros virtuais: clubes de leitura online, rodas de conversa transmitidas ao vivo ▪ Homenagens: destacar usuários frequentes, voluntários ou projetos comunitários apoiados pela biblioteca Essas ações criam um senso de pertencimento e envolvem emocionalmente o público com a instituição. ▸ Uso de linguagem afetiva e institucional ao mesmo tempo O tom das mensagens deve combinar profissionalismo com proximidade. Alguns pontos importantes: ▪ Evitar jargões técnicos que afastem o público leigo ▪ Usar chamadas atrativas e acessíveis ▪ Criar empatia com o leitor (uso moderado de emojis, perguntas diretas, linguagem inclusiva) ▪ Valorizar o papel do leitor e da comunidade como protagonistas da biblioteca ▸ Ações de fidelização e construção de comunidade Além de atrair novos usuários, é importante manter os antigos. Algumas estratégias de fidelização incluem: ▪ Recompensas simbólicas para quem participa de campanhas ou eventos ▪ Divulgação periódica de novidades no acervo, com personalização para diferentes públicos Criação de grupos fechados em redes como Facebook ou WhatsApp para usuários mais ativos Promoção de séries contínuas de conteúdo (ex: toda quarta-feira, dica de leitura infantil) Com o tempo, esse tipo de ação transforma seguidores em colaboradores da causa da biblioteca. ▸ Monitoramento e ajustes com base no retorno do público Toda estratégia de relacionamento precisa ser avaliada com base nos resultados. Isso envolve: ▪ Acompanhamento do número de seguidores e engajamentos ▪ Observação de quais postagens geram mais curtidas, comentários ou compartilhamentos O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 120 ▪ Coleta de sugestões e impressões dos usuários por meio de formulários simples ▪ Ajustes na linguagem, frequência ou formato de conteúdo de acordo com os dados A gestão de redes sociais é um processo contínuo de teste, avaliação e melhoria. Relacionar-se com o público nas redes sociais exige mais do que postar informações. Exige empatia, es- cuta ativa, planejamento e capacidade de dialogar com diferentes perfis. Ao adotar estratégias adequadas de relacionamento, a biblioteca fortalece seu papel como espaço acolhedor, plural e em constante transformação. O bibliotecário, nesse cenário, assume um papel central como mediador entre a instituição e a comunidade — com as redes sociais como sua principal ferramenta de aproximação e engajamento. Métricas, Avaliação De Resultados E Boas Práticas Gerenciar a presença de uma biblioteca nas redes sociais não se resume à produção de conteúdo. É essen- cial acompanhar o desempenho das ações e entender quais estratégias realmente geram impacto. Para isso, o uso de métricas, a avaliação de resultados e a adoção de boas práticas são etapas fundamentais. Essa abordagem permite que o bibliotecário otimize esforços, melhore o engajamento e justifique o valor social e informacional da biblioteca junto à comunidade e aos gestores. ▸ Por que medir é importante? Em qualquer estratégia de marketing digital, inclusive no contexto institucional da biblioteca, medir resulta- dos serve para: ▪ Verificar o que está funcionando e o que precisa ser ajustado ▪ Compreender o comportamento e as preferências do público ▪ Planejar novas ações com base em dados reais ▪ Prestar contas à gestão pública ou privada sobre o impacto das ações ▪ Identificar tendências e oportunidades de melhoria contínua A mensuração não exige softwares caros. As principais redes sociais oferecem ferramentas gratuitas de análise, como o Instagram Insights, o Facebook Business Suite e o YouTube Analytics. ▸ Principais métricas para bibliotecas nas redes sociais As métricas, ou indicadores de desempenho, podem ser divididas em grupos conforme o objetivo da comu- nicação. Abaixo, destacamos os principais: ▪ Alcance: número de pessoas que visualizaram o conteúdo. Ajuda a avaliar a visibilidade das ações. ▪ Impressões: número total de vezes que a postagem foi exibida, incluindo repetições. ▪ Engajamento: soma de curtidas, comentários, compartilhamentos, cliques e reações. Indica o nível de interação do público com o conteúdo. ▪ Taxa de engajamento: percentual que relaciona o número de interações com o total de seguidores ou visualizações. ▪ Crescimento de seguidores: variação no número de pessoas que seguem o perfil ao longo do tempo. ▪ Cliques em links: especialmente útil quando a biblioteca compartilha links para catálogos online, eventos ou formulários. ▪ Mensagens recebidas: número de mensagens diretas ou comentários com dúvidas, elogios ou suges- tões. Exemplo prático de análise: Suponha que uma biblioteca poste semanalmente dicas de leitura. Ao analisar as métricas, percebe-se que os vídeos curtos com resenhas têm mais alcance e comentários do que as imagens estáticas. Essa informação orienta a equipe a priorizar vídeos como formato principal nas próximas postagens. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 121 Ferramentas úteis para análise de resultados: Além das próprias redes sociais, existem ferramentas externas que ajudam a monitorar dados e gerar rela- tórios: ▪ Meta Business Suite (Facebook e Instagram): permite gerenciar páginas, agendar postagens e acessar estatísticas completas. ▪ Google Analytics: útil se a biblioteca tem um site ou blog, para rastrear origem dos acessos e comporta- mento do usuário. ▪ Canva Pro / Buffer / Hootsuite: além de permitir agendamento de postagens, algumas versões oferecem análises básicas de engajamento. Mesmo com poucos recursos, o bibliotecário pode usar planilhas simples para registrar dados semanais ou mensais e observar a evolução ao longo do tempo. ▸ Boas práticas na gestão de redes sociais A eficácia da presença digital da biblioteca depende de rotinas e atitudes consistentes. Abaixo estão algu- mas boas práticas recomendadas: ▪ Planejamento estratégico: definir objetivos claros (divulgação de serviços, formação de leitores, fortale- cimento institucional) e metas mensuráveis. ▪ Postagens regulares e variadas: manter a frequência e explorar diferentes formatos (imagens, vídeos, textos, lives, stories). ▪ Atenção à identidade visual: uso coerente de cores, fontes e elementos gráficos reforça a imagem da biblioteca. ▪ Acessibilidade digital: uso de legendas em vídeos, descrição de imagens e linguagem inclusiva ampliam o acesso às informações. ▪ Acompanhamento constante: responder mensagens e comentários com atenção, mantendo uma pre- sença ativa e receptiva. ▪ Capacitação contínua da equipe: manter-se atualizado sobre ferramentas, tendências de comunicação e temas de interesse do público. Indicadores qualitativos e retorno institucional: Nem todos os resultados podem ser medidos em números. Também é importante observar indicadores qualitativos, como: ▪ Depoimentos de usuários nas redes ou pessoalmente ▪ Participação espontânea em campanhas ▪ Aumento da procura por serviços divulgados digitalmente ▪ Repercussão de ações em outros canais, como imprensa ou escolas ▪ Reconhecimento da biblioteca como espaço inovadorque a escola já desenvolvia iam chegando, nós íamos analisando e planejando as atividades que seriam interessantes para que os alunos pudessem crescer nessa questão de evoluir na leitura e escrita com qualidade”, contou a professora. A parceria dos pais no planejamento das atividades reforçou os estudos em casa e contribuiu para melhorar o ambiente escolar. A cooperação transformou a biblioteca em um lugar em que os alunos agora gostam de ficar. “Eu não tinha muito tempo de ler, mas agora eu gosto de ler muito. Aqui na escola sempre gosto de pegar um livrinho para ler”, disse a estudante Larissa Cardoso. A auxiliar de serviços gerais Maria da Penha, que é mãe da estudante Ana Lívia, revela que o interesse da filha pelos estudos melhorou na escola e que a criança passou a ter prazer com a leitura. “Ela pega o caderno, faz o dever de casa. Sempre que tem algum trabalhinho ela vai com os colegas fazer. Ela gosta bastante de ler”, disse. A estudante Sionara Nossa fala que, do início do ano letivo para cá, sentiu que vem evoluindo nos estudos. Ela acredita que o hábito de escrever e ler tem sido o responsável por isso. “No começo do ano estava bom, só que depois a gente foi aprendendo, aprendendo, e ficou melhor a leitura, foi desenvolvendo e aí foi melhorando tudo”, concluiu a menina. (Fonte: https://g1.globo.com/es/espirito-santo/noticia/2019/03/29/escola-de-aracruz-es-recebe-premio- -nacional-por-incentivo-a-leitura.ghtml) Usuários. Principais categorias de usuários A importância da categorização dos usuários nas bibliotecas A categorização dos usuários em uma biblioteca vai muito além de uma simples formalidade administrativa. Ela representa um dos pilares fundamentais para a organização, planejamento e oferta de serviços de informa- ção adequados às necessidades de públicos distintos. Compreender quem são os usuários e como agrupá-los de forma eficaz permite que o bibliotecário atue com maior precisão, promovendo o acesso à informação de maneira equitativa e eficiente. ▸ O papel da categorização na gestão da informação Quando uma biblioteca conhece os perfis de seus usuários, ela consegue: ▪ Planejar coleções de forma mais direcionada, com conteúdos que atendam aos interesses específicos de cada grupo; ▪ Estabelecer políticas de empréstimo personalizadas, ajustando prazos e limites conforme a necessidade e o perfil do usuário; ▪ Oferecer serviços de referência e orientação mais eficazes; ▪ Desenvolver ações de extensão, mediação de leitura ou formação de usuários com foco em públicos es- pecíficos; ▪ Avaliar a efetividade dos serviços prestados com base no perfil de uso de cada categoria. Assim, a categorização se torna uma ferramenta estratégica para garantir que a biblioteca cumpra seu papel social, educativo e informativo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 7 ▸ Eficiência operacional e alocação de recursos A categorização também contribui diretamente para a eficiência operacional. Com base nos dados sobre os diferentes tipos de usuários, a equipe bibliotecária pode: Alocar recursos humanos e materiais com maior precisão; ▪ Determinar os melhores horários para atendimento e funcionamento; ▪ Antecipar demandas específicas de determinados grupos, como horários alternativos para trabalhadores ou adaptação de materiais para pessoas com deficiência; ▪ Direcionar ações de marketing e divulgação de serviços com foco em públicos específicos. Por exemplo, uma biblioteca universitária que identifica alta demanda de alunos de pós-graduação por pe- riódicos científicos pode priorizar investimentos em bases de dados acadêmicas. ▸ A personalização do atendimento como valor agregado Um dos grandes benefícios da categorização é a capacidade de personalizar o atendimento. Usuários com diferentes níveis de formação, objetivos de uso da biblioteca ou experiências com a leitura e a pesquisa exigem abordagens diferentes. Um estudante do ensino fundamental que frequenta uma biblioteca pública, por exemplo, necessita de um atendimento distinto daquele oferecido a um pesquisador universitário ou a um leitor com deficiência visual. Essa personalização promove a inclusão e o engajamento dos usuários, tornando a biblioteca um ambiente mais acessível, acolhedor e funcional. ▸ Base para políticas públicas e avaliação de desempenho Nos contextos das bibliotecas públicas, escolares e universitárias, a categorização dos usuários também é fundamental para fundamentar políticas públicas. Os dados gerados pelo uso segmentado ajudam a: ▪ Justificar a ampliação de orçamentos e repasses; ▪ Medir o impacto social da biblioteca; ▪ Criar relatórios detalhados que auxiliam na prestação de contas e na transparência da gestão pública; ▪ Formular indicadores de desempenho com base em critérios mais objetivos. Além disso, instituições públicas que mantêm bibliotecas frequentemente precisam prestar contas a órgãos de fiscalização, como Tribunais de Contas ou Ministérios da Educação e Cultura. A categorização ajuda a for- necer dados confiáveis e organizados. ▸ Desafios na categorização dos usuários Apesar de sua importância, a categorização dos usuários exige cuidado e atualização constante. Alguns desafios comuns incluem: ▪ Evitar classificações rígidas e excludentes que limitem o acesso; ▪ Atualizar as categorias de forma periódica, acompanhando mudanças sociais, culturais e tecnológicas; ▪ Considerar a pluralidade dos usuários e suas múltiplas identidades (um mesmo usuário pode ser estudan- te, pesquisador e trabalhador, por exemplo); ▪ Trabalhar com dados sensíveis respeitando a ética e a legislação sobre privacidade. A categorização dos usuários não é apenas uma exigência técnica da biblioteconomia, mas um instrumento essencial para o bom funcionamento da biblioteca. Ao identificar com clareza os diferentes públicos que atende, a biblioteca pode oferecer serviços mais eficazes, inclusivos e alinhados às necessidades da comunidade. Cabe ao bibliotecário manter esse processo atualizado, ético e centrado no acesso democrático à informa- ção. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 8 Usuários. Principais Categorias de Usuários ▸ Classificações tradicionais de usuários Dentro da Biblioteconomia, especialmente no contexto das bibliotecas públicas, escolares e universitárias, classificar os usuários de forma sistemática sempre foi uma prática essencial para a organização dos serviços. Essa classificação permite entender melhor os diferentes perfis de frequentadores e adaptar os serviços às suas necessidades. As classificações tradicionais são baseadas em critérios como vínculo institucional, faixa etária, finalidade do uso da informação e frequência de acesso. Classificação por vínculo institucional: Essa é uma das formas mais comuns de categorização, especialmente em bibliotecas universitárias, esco- lares e corporativas. Os usuários são classificados de acordo com seu relacionamento com a instituição man- tenedora da biblioteca. ▪ Estudantes: usuários regularmente matriculados na instituição. Podem ser divididos em subgrupos, como ensino fundamental, médio, técnico, graduação ou pós-graduação. ▪ Professores: fazem uso frequente da biblioteca para ensino e pesquisa. ▪ Funcionários técnico-administrativos: costumam usar a biblioteca para atualização profissional ou la- zer. ▪ Comunidade externa: em alguns casos, a biblioteca estende seus serviços ao público em geral, mesmo que ele não tenha vínculo direto com a instituição. Classificação por faixa etária: Muito utilizadae dinâmico Esses elementos ajudam a construir o reconhecimento institucional, fortalecendo o papel da biblioteca junto à comunidade e aos gestores. Relatórios e prestação de contas: Organizar os dados coletados em relatórios periódicos é uma forma de profissionalizar a gestão da biblio- teca. Um relatório pode incluir: ▪ Evolução do número de seguidores e alcance das postagens ▪ Ações realizadas no período e resultados obtidos ▪ Conteúdos com melhor desempenho O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 122 ▪ Sugestões e comentários do público ▪ Propostas de melhoria para o próximo período Esses relatórios servem tanto para uso interno quanto para apresentação a órgãos gestores, patrocinadores ou parceiros. Monitorar as redes sociais da biblioteca com base em métricas e indicadores é uma prática essencial para garantir eficácia, melhorar a comunicação e justificar os investimentos realizados. Mais do que números, tra- ta-se de compreender o impacto da biblioteca na vida das pessoas e ajustar as estratégias para atender com excelência às necessidades da comunidade. O bibliotecário, ao adotar essa abordagem analítica e reflexiva, fortalece sua atuação profissional e contribui para o reconhecimento e valorização da biblioteca como um espaço de transformação social. Software de gerenciamento de biblioteca Conceito e importância dos softwares de gerenciamento de biblioteca Os softwares de gerenciamento de biblioteca são ferramentas tecnológicas desenvolvidas para organizar, automatizar e otimizar os serviços internos de uma biblioteca. Eles representam uma evolução significativa em relação aos métodos manuais de controle de acervo, empréstimos e catalogação, promovendo maior eficiência, segurança e acessibilidade às informações. ▸ Definição dos softwares de gerenciamento Um software de gerenciamento de biblioteca, também conhecido como Sistema Integrado de Gestão de Bibliotecas (SIGB), é uma plataforma digital que permite realizar atividades como: ▪ Catalogação de obras seguindo padrões bibliográficos; ▪ Controle de empréstimos e devoluções; ▪ Cadastro de usuários; ▪ Pesquisa automatizada no acervo; ▪ Geração de relatórios e estatísticas de uso; ▪ Integração com bases de dados e outras bibliotecas. Estes sistemas podem ser locais (instalados nos servidores da instituição) ou baseados em nuvem, o que permite o acesso remoto por usuários e administradores. Além disso, muitos deles oferecem módulos espe- cíficos para diferentes áreas de atuação dentro da biblioteca, como gestão de periódicos, acervo multimídia e repositórios digitais. ▸ Por que são importantes para a gestão da biblioteca A presença de um software adequado transforma a realidade da biblioteca em vários sentidos. Abaixo, estão os principais impactos positivos: Eficiência operacional: A automatização das rotinas reduz o tempo e o esforço necessários para executar tarefas rotineiras, como registrar um empréstimo ou atualizar o acervo. Isso permite que os bibliotecários direcionem mais atenção a ações de mediação de leitura, orientação ao usuário e curadoria do acervo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 123 Redução de erros e perdas: Sistemas automatizados diminuem as chances de erros humanos no registro de livros, prazos de devolu- ção e catalogação. Além disso, ajudam a evitar perdas de materiais por meio de rastreamento e controle mais precisos. Melhoria na experiência do usuário: A maioria dos sistemas permite que os usuários façam consultas ao catálogo, renovem materiais e reser- vem livros pela internet, sem precisar ir fisicamente à biblioteca. Isso amplia o acesso e torna o serviço mais dinâmico e moderno. Facilidade de gestão e tomada de decisão: Os relatórios e estatísticas gerados automaticamente permitem que o bibliotecário avalie o desempenho da biblioteca, identifique demandas e faça planejamentos com base em dados reais. Isso contribui para uma gestão mais estratégica. Adequação a normas e padrões: Os sistemas seguem padrões internacionais de catalogação, como MARC 21 e AACR2, o que garante inte- roperabilidade com outras instituições e facilita o intercâmbio de informações bibliográficas. ▸ A importância para bibliotecas públicas e acadêmicas Nas bibliotecas públicas, os softwares de gerenciamento têm o papel de democratizar o acesso à informa- ção, promovendo inclusão digital e melhor atendimento à comunidade. Já nas bibliotecas acadêmicas, eles são fundamentais para apoiar o ensino, a pesquisa e a extensão, possibilitando o acesso rápido e confiável a obras científicas e técnicas. Outro ponto importante é que muitos desses sistemas estão preparados para lidar com recursos digitais, como e-books e artigos eletrônicos, o que permite à biblioteca manter-se atualizada frente às mudanças tecno- lógicas no campo da informação. ▸ Relação com a atuação do bibliotecário O bibliotecário é o profissional responsável por parametrizar, alimentar e manter o sistema funcionando corretamente. Ele deve conhecer os padrões bibliográficos, os módulos do software e as necessidades dos usuários para ajustar o sistema à realidade da instituição. Além disso, precisa estar preparado para treinar a equipe, oferecer suporte técnico básico e intermediar a comunicação com desenvolvedores, caso necessário. Entender o conceito e a importância dos softwares de gerenciamento de biblioteca é um passo essencial para quem se prepara para concursos na área. As bancas frequentemente cobram esse conteúdo com foco tanto na teoria quanto na aplicação prática, por isso é fundamental compreender não só o que são esses sistemas, mas também como eles transformam a atuação do bibliotecário e a dinâmica da biblioteca como um todo. Principais funcionalidades dos sistemas de gerenciamento Os sistemas de gerenciamento de biblioteca, também conhecidos como SIGB (Sistemas Integrados de Gestão de Bibliotecas), são projetados para oferecer um conjunto de funcionalidades que atendem às necessi- dades operacionais, técnicas e administrativas de uma biblioteca. Com o avanço da tecnologia e a crescente complexidade dos serviços de informação, essas plataformas passaram a incluir uma série de módulos e ferramentas que auxiliam tanto o bibliotecário quanto o usuário final. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 124 ▸ Catalogação A catalogação é o processo de descrição e classificação dos materiais do acervo. Nos sistemas de geren- ciamento, essa função é feita por meio de formulários padronizados, que seguem normas internacionais, como AACR2, RDA e MARC 21. Principais recursos: ▪ Cadastro completo de livros, periódicos, mídias digitais, TCCs, dissertações e outros tipos de materiais; ▪ Atribuição de assuntos, autores, palavras-chave e localização física; ▪ Geração automática de fichas catalográficas; ▪ Importação de registros via protocolo Z39.50 (padrão usado para buscar dados em outras bibliotecas); ▪ Validação de campos obrigatórios e auxílio na padronização. Essa funcionalidade garante um acervo bem organizado, facilitando a recuperação da informação pelos usuários. ▸ Circulação (empréstimo, devolução e renovação) Esse é o módulo mais utilizado no dia a dia da biblioteca. Ele permite controlar todo o processo de emprés- timo de materiais, desde a retirada até a devolução ou renovação,tanto presencial quanto online. Recursos comuns: ▪ Controle de prazos e renovação automática ou por solicitação; ▪ Emissão de notificações por e-mail ou SMS (avisos de devolução, atrasos, reservas); ▪ Registro de históricos de empréstimos por usuário; ▪ Aplicação de penalidades em caso de atraso (bloqueios, multas); ▪ Relatórios de movimentação do acervo. A automação da circulação reduz erros e permite um atendimento mais rápido e eficiente ao público. ▸ Cadastro e gerenciamento de usuários O sistema permite registrar todos os usuários da biblioteca, com informações como nome, matrícula, tipo de vínculo (aluno, professor, servidor, comunidade externa), e histórico de uso. Funcionalidades: ▪ Definição de perfis de acesso com permissões específicas; ▪ Controle de senhas para uso do sistema online; ▪ Consulta ao histórico de empréstimos; ▪ Integração com sistemas acadêmicos (por exemplo, matrícula e situação de aluno). Esse controle permite que o bibliotecário conheça o perfil dos usuários e desenvolva políticas de atendimen- to mais adequadas. ▸ OPAC – Catálogo público online O OPAC (Online Public Access Catalog) é a interface pública de pesquisa do acervo. Por meio dele, os usuários podem fazer buscas, verificar a disponibilidade dos materiais e, em alguns casos, realizar reservas e renovações. Características principais: ▪ Busca simples e avançada (por título, autor, assunto, ISBN, etc.); ▪ Filtros por tipo de material, data de publicação, idioma, entre outros; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 125 ▪ Visualização da situação do item (disponível, emprestado, reservado); ▪ Sugestão de obras relacionadas; ▪ Links para conteúdos digitais (caso o sistema esteja integrado a repositórios). O OPAC é essencial para tornar o acervo acessível e navegável, mesmo fora do ambiente físico da biblio- teca. ▸ Relatórios e estatísticas O SIGB também atua como ferramenta de gestão, fornecendo relatórios e dados que ajudam na avaliação e planejamento da biblioteca. Relatórios mais comuns: ▪ Empréstimos por período, por título, por usuário; ▪ Obras mais e menos procuradas; ▪ Itens com maior tempo de permanência em circulação; ▪ Perfil dos usuários mais ativos; ▪ Relatórios financeiros (em caso de cobrança de multa); ▪ Estatísticas para prestação de contas e relatórios institucionais. Esses dados orientam decisões sobre aquisição de novos materiais, descarte de obras, ampliação de ser- viços, entre outros. ▸ Aquisição e desenvolvimento de coleções Alguns sistemas mais completos oferecem módulos para auxiliar no processo de aquisição de novos títulos. Funcionalidades: ▪ Registro de pedidos e sugestões de compra; ▪ Controle orçamentário e fornecedores; ▪ Integração com o módulo de catalogação após a aquisição; ▪ Registro de doações e trocas. Esse recurso ajuda a manter o acervo atualizado e alinhado com as necessidades do público-alvo. ▸ Integração com repositórios e bases digitais Nos sistemas modernos, há também suporte para: ▪ Repositórios institucionais (para TCCs, teses, artigos científicos); ▪ Bases de dados externas (como Scielo, CAPES, EBSCO); ▪ Repositórios de e-books e audiolivros. Essa integração amplia a oferta de recursos informacionais da biblioteca, especialmente em contextos aca- dêmicos. As funcionalidades dos sistemas de gerenciamento de biblioteca não apenas automatizam tarefas, mas também ampliam a capacidade de atendimento, controle e planejamento das bibliotecas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 126 Softwares mais utilizados em bibliotecas públicas e acadêmicas No contexto da gestão de bibliotecas, escolher o software adequado é fundamental para garantir eficiência, organização e qualidade no atendimento ao usuário. Cada tipo de biblioteca – pública, acadêmica, especiali- zada ou escolar – possui características e demandas específicas, e isso influencia diretamente na escolha do sistema. ▸ BIBLIVRE O Biblivre (Biblioteca Livre) é um software gratuito, de código aberto, desenvolvido para atender especial- mente bibliotecas públicas, escolares e comunitárias. Principais características: ▪ Interface amigável e simples de operar; ▪ Totalmente em português; ▪ Módulos para cadastro de usuários, catalogação, circulação, administração e busca no acervo; ▪ Suporte a padrões bibliográficos como MARC 21; ▪ Atualizações frequentes e suporte técnico ativo por meio da comunidade e do Ministério da Cultura. Contexto de uso: Muito utilizado por bibliotecas públicas municipais e estaduais que precisam de um sistema gratuito, de fácil instalação e com funcionalidades básicas. É frequentemente citado em concursos públicos, principalmente em questões situacionais voltadas para a realidade de bibliotecas com poucos recursos. ▸ Pergamum O Pergamum é um dos softwares mais consolidados no ambiente acadêmico brasileiro. Foi desenvolvido pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e é amplamente utilizado por universidades públicas e privadas. Principais características: ▪ Suporte completo a todos os módulos de uma biblioteca universitária; ▪ Integração com sistemas acadêmicos e bases de dados científicas; ▪ Módulo de biblioteca digital para repositórios institucionais (TCCs, dissertações, artigos); ▪ Controle de multibibliotecas (para instituições com mais de um campus); ▪ Relatórios gerenciais avançados. Contexto de uso: É o sistema preferido de muitas universidades e institutos federais, pois permite um alto nível de persona- lização, integração com o ambiente acadêmico e suporte a múltiplos tipos de acervo. Aparece com frequência em concursos para instituições federais de ensino superior. ▸ SophiA Biblioteca O SophiA Biblioteca é um sistema comercial, desenvolvido pela Prima Informática, muito usado em bibliote- cas escolares, universitárias e especializadas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 127 Principais características: ▪ Interface amigável e suporte técnico especializado; ▪ Atualizações constantes com foco em usabilidade; ▪ Controle completo de empréstimos, reservas e renovações; ▪ Integração com dispositivos móveis e redes sociais; ▪ Módulo para bibliotecas digitais. Contexto de uso: Adotado por muitas escolas particulares e universidades privadas. Em concursos, pode ser mencionado como exemplo de sistema pago, principalmente quando a banca quer explorar diferenças entre softwares livres e comerciais. ▸ Koha Koha é um software livre, de código aberto, criado na Nova Zelândia, que vem ganhando espaço no Brasil por sua robustez e flexibilidade. Principais características: ▪ Interface web 100% personalizável; ▪ Multilinguagem, inclusive com versão em português; ▪ Totalmente compatível com MARC 21 e Z39.50; ▪ Suporte a bibliotecas digitais; ▪ Comunidade internacional ativa e documentação ampla. Contexto de uso: Utilizado por bibliotecas universitárias e especializadas que buscam autonomia tecnológica e desejam cus- tomizar o sistema conforme suas necessidades. Seu uso tem crescido principalmente em instituições que valo- rizam a filosofia do software livre. ▸ Aleph Desenvolvido pela empresa israelense Ex Libris, o Aleph é um sistema robusto e sofisticado, utilizado por grandes bibliotecas universitárias, especialmente aquelas que fazem parte deconsórcios internacionais de pesquisa. Principais características: ▪ Alto desempenho em gestão de acervos extensos; ▪ Suporte multilíngue e multibibliotecas; ▪ Integração com repositórios, bases científicas e sistemas de autenticação acadêmica; ▪ Alto custo de aquisição e manutenção, geralmente viável apenas para instituições com grande orçamento. Contexto de uso: Presente em universidades federais e em instituições de grande porte. Não é comum em bibliotecas públi- cas devido ao custo. Em concursos, costuma ser citado em questões que envolvem comparação de sistemas e análise de custo-benefício. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 128 ▸ PHL (Personal Home Library) Embora menos robusto do que outros sistemas citados, o PHL é uma opção gratuita e simples, ideal para pequenas bibliotecas. Principais características: ▪ Simples de instalar e usar; ▪ Indicado para bibliotecas com acervo reduzido; ▪ Recursos básicos de cadastro, busca e circulação; ▪ Interface pouco moderna, mas funcional. Contexto de uso: Ainda encontrado em bibliotecas escolares e comunitárias que precisam de um sistema leve e gratuito. Em concursos, pode ser mencionado como alternativa a sistemas mais complexos, especialmente quando a banca deseja explorar a realidade de bibliotecas de pequeno porte. Comparativo geral dos sistemas: Software Tipo Uso principal Código aberto Nível de complexidade Biblivre Gratuito Bibliotecas públicas e escolares Sim Baixo a médio Pergamum Comercial Universidades públicas e privadas Não Alto SophiA Comercial Escolas e faculdades privadas Não Médio a alto Koha Gratuito Bibliotecas universitárias Sim Alto Aleph Comercial Universidades de grande porte Não Muito alto PHL Gratuito Pequenas bibliotecas Sim Baixo Vantagens e desafios na implementação desses sistemas A adoção de um sistema de gerenciamento em uma biblioteca representa um avanço importante na moder- nização dos serviços de informação. No entanto, sua implementação não é um processo imediato nem isento de dificuldades. É necessário planejamento, envolvimento da equipe, análise da estrutura tecnológica disponível e definição clara dos objetivos institucionais. ▸ Principais vantagens da implementação de sistemas de gerenciamento A modernização de bibliotecas com o uso de softwares específicos proporciona diversos ganhos que impac- tam diretamente a qualidade do serviço prestado, a organização interna e a experiência do usuário. Melhoria na organização do acervo: ▪ Permite padronização na catalogação, indexação e classificação dos materiais. ▪ A localização dos itens se torna mais rápida e precisa. ▪ Reduz a perda ou extravio de materiais devido ao controle automatizado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 129 Agilidade nos processos internos: ▪ Empréstimos, devoluções e renovações são realizados de forma rápida, com registros precisos. ▪ A emissão de relatórios e estatísticas é automatizada, economizando tempo da equipe técnica. ▪ Facilita o trabalho do bibliotecário, permitindo foco em atividades de mediação e orientação. Acesso facilitado para os usuários: ▪ Consultas ao acervo podem ser feitas online, por meio do OPAC. ▪ A possibilidade de renovação e reserva remota aumenta a autonomia do usuário. ▪ Interfaces intuitivas incentivam o uso contínuo da biblioteca. Integração com outros sistemas: ▪ Sistemas acadêmicos (matrícula, notas) podem ser integrados ao software da biblioteca. ▪ Bases de dados científicas e repositórios digitais podem ser conectados, ampliando o acesso à informa- ção. Eficiência na gestão da biblioteca: ▪ O bibliotecário passa a contar com dados concretos sobre uso do acervo, perfil de usuários, materiais mais procurados, entre outros. ▪ A tomada de decisão se torna mais estratégica, com base em evidências. ▪ Apoia o planejamento de compras, descarte e ampliação de acervo. ▸ Desafios na implementação de sistemas de gerenciamento Apesar das inúmeras vantagens, o processo de implantação e operação de um software de biblioteca pode apresentar obstáculos que, se não forem bem gerenciados, comprometem o sucesso do projeto. Limitações orçamentárias: ▪ Alguns sistemas (como o Aleph ou o SophiA) possuem custo elevado de licenciamento e manutenção. ▪ A biblioteca pode não dispor de recursos para infraestrutura mínima (servidores, rede estável, computa- dores modernos). ▪ Dificuldades em garantir suporte técnico especializado, principalmente em cidades do interior. Resistência à mudança: ▪ Parte da equipe pode demonstrar resistência ao novo sistema por falta de familiaridade com tecnologia ou receio de perder espaço no processo. ▪ É comum haver insegurança quanto ao uso correto dos módulos do sistema. ▪ A implantação exige treinamento constante e acompanhamento de desempenho. Qualificação da equipe técnica: ▪ O sucesso do sistema depende da capacitação do bibliotecário e demais colaboradores. ▪ A equipe deve dominar não só o funcionamento do sistema, mas também os padrões de catalogação e normas técnicas aplicáveis. ▪ Muitas instituições negligenciam essa etapa, comprometendo o uso pleno das funcionalidades. Migração de dados: ▪ A transição de registros de um sistema antigo (ou de planilhas manuais) para o novo exige planejamento técnico detalhado. ▪ Erros na migração podem acarretar perda de informações bibliográficas ou duplicidade de registros. ▪ Em sistemas mais complexos, é necessária a ajuda de profissionais de TI com experiência específica. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 130 Necessidade de manutenção e atualização: ▪ Sistemas precisam ser atualizados regularmente para corrigir erros, implementar novas funcionalidades e garantir segurança da informação. ▪ Em soluções baseadas em software livre, essa responsabilidade muitas vezes recai sobre o bibliotecário, que pode não ter conhecimentos técnicos para lidar com questões de servidor ou código-fonte. ▸ Fatores que influenciam o sucesso da implementação Para minimizar os desafios e potencializar os benefícios, é fundamental: ▪ Fazer um diagnóstico prévio da biblioteca: tamanho do acervo, perfil dos usuários, estrutura física e tecnológica. ▪ Definir critérios objetivos para escolha do sistema (custo, suporte, compatibilidade com normas técni- cas, funcionalidades necessárias). ▪ Promover capacitação constante da equipe. ▪ Estabelecer um cronograma realista de implantação, com etapas bem definidas e acompanhamento dos resultados. ▪ Buscar apoio institucional, sensibilizando gestores sobre a importância estratégica do sistema para a melhoria do serviço. A implementação de um sistema de gerenciamento é, ao mesmo tempo, um processo técnico e humano. Exige conhecimento de ferramentas, normas bibliográficas, gestão de pessoas e planejamento estratégico. 5S da organização Metodologia 5s A metodologia 5s é um método japonês de administração baseado em cinco princípios, de acordo com a figura abaixo: A metodologia 5Sé um sistema de gestão originado no Japão, utilizado para promover a organização, pa- dronização e disciplinanos ambientes de trabalho. Seu objetivo principal é criar um local mais eficiente, limpo, seguro e produtivo, eliminando desperdícios e facilitando a rotina. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRASOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 131 Ela se baseia em cinco princípios (os “5 sensos”), que orientam ações práticas dentro da organização. Veja a seguir: Os 5 Sensos da Organização 1. Seiri – Senso de Utilização Consiste em separar o necessário do desnecessário, eliminando aquilo que não tem utilidade. Na prática:excluir documentos obsoletos, ferramentas duplicadas ou materiais vencidos. Benefício:liberação de espaço e foco no que realmente importa. 2. Seiton – Senso de Ordenação Significa organizar os itens restantesde forma funcional e lógica, facilitando o acesso e o uso. Na prática:criar etiquetas, padronizar pastas, organizar arquivos físicos e digitais. Benefício:economia de tempo e redução de erros. 3. Seisō – Senso de Limpeza Vai além de “faxina”: trata da manutenção contínua da limpeza, identificando e corrigindo fontes de sujeira. Na prática:manter o ambiente limpo e cuidar dos equipamentos. Benefício:melhora a segurança, o bemestar e a imagem da organização. 4. Seiketsu – Senso de Padronização Trata da criação de padrõespara manter os três primeiros sensos ativos. Na prática:elaborar checklists, treinamentos e rotinas de organização. Benefício:garante constância e evita que a bagunça volte. 5. Shitsuke – Senso de Disciplina É o hábito de seguir e manter os padrões estabelecidos, promovendo cultura organizacional. 👉 Na prática:incentivo ao comprometimento de todos os colaboradores. ✨ Benefício:consolida o 5S como parte do dia a dia, sem precisar ser “relembrado”. Resultados esperados em uma organização que aplica o 5S: – Ambientes mais organizados e agradáveis; – Melhoria na produtividade e na comunicação interna; – Redução de perdas e retrabalhos; – Maior senso de responsabilidade coletiva; – Preparação para outras ferramentas de gestão e qualidade. Aplicação da Metodologia 5S na Biblioteca Universitária A metodologia 5S é uma ferramenta de gestão originada no Japão, voltada para a organização, padroniza- ção e melhoria contínua dos ambientes de trabalho. Em bibliotecas universitárias, sua aplicação é essencial para garantir eficiência, acessibilidade da informação, preservação do acervo e bom atendimento ao público pois contribui para a eficiência na gestão do acervo, melhoria da experiência do usuário e otimização dos pro- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 132 cessos internos. Para o cargo de Assistente de Suporte Acadêmico II, conhecer e aplicar essa metodologia sig- nifica atuar com mais organização, responsabilidade e qualidade, promovendo um ambiente acadêmico mais produtivo e acolhedor. Questões 1. VUNESP - 2022 O gestor do seu departamento fez um convite para que você apresentasse os principais objetivos da uti- lização dos “sistemas e métodos” numa organização. Diante dessa demanda, você apresentou corretamente o seguinte: (A) pode-se eliminar o trabalho inútil e supérfulo, assim como se busca reduzir os custos e otimizar os re- cursos. (B) trata-se de um sistema de gestão que integra a tecnologia e as pessoas em torno de objetivos comuns. (C) promove-se o downsizing na organização, tornando-a mais eficiente, eficaz e produtiva. (D) é uma forma simples e efetiva de se implementar a filosofia da qualidade total e dos 5S. (E) uma nova configuração organizacional carece de uma metodologia consagrada de gestão e na qual os sistemas sejam integrados. 2. VUNESP - 2024 O programa 5S foi criado no Japão a partir da aplicação de 5 sensos, que em japonês se iniciam com a letra “S”, com o objetivo de melhorar o ambiente de trabalho, tornando-o mais seguro, eficiente e produtivo. Frente ao exposto, é correto afirmar que o (A) Seiri, ou senso de ordenação, consiste em determinar um local adequado para guardar objetos, materi- ais, equipamentos e documentos, de forma a facilitar seu acesso e localização. (B) Seiton, ou senso de utilização, tem como objetivo identificar e eliminar objetos e informações desnecessári- as, de modo a promover a organização e a eficiência do trabalho. (C) Seiso, ou senso de limpeza, refere-se a manter o ambiente de trabalho limpo e organizado e a con- scientizar todos os funcionários da empresa sobre a importância de manter a limpeza. (D) Seiketsu, ou senso de autodisciplina, estabelece que é preciso se comprometer com os padrões técnic- os, éticos e com a melhoria contínua. (E) Shitsuke, ou senso de padronização, visa estabelecer procedimentos e diretrizes claras que ajudem a manter o local de trabalho em um estado ideal. 3. VUNESP - 2022 Sistema de automação de bibliotecas que objetiva gerenciar as rotinas de biblioteca, software livre de códi- go aberto lançado na Nova Zelândia, possui uma comunidade de usuários para atender às novas demandas. No Brasil, o IBICT desenvolveu serviços para apoiar sua disseminação. Trata-se do (A) Koha. (B) Hipátia. (C) BibLivre. (D) GNUteca. (E) Evergreen. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 133 4. VUNESP - 2025 O principal objetivo dos sistemas de automação, como o VTLS, é (A) automatizar as tarefas administrativas nas bibliotecas. (B) organizar e facilitar a recuperação eficiente de itens dos acervos. (C) garantir segurança e controle de acesso físico à biblioteca. (D) manter redes internas de bibliotecas. (E) monitorar as atividades dos usuários na biblioteca. 5. VUNESP - 2024 Assinale a alternativa correta. (A) O padrão de metadados desenvolvido para a descrição e descoberta de recursos na Internet que apre- senta um vocabulário padronizado em 15 elementos de dados, para descrever recursos digitais é conhecido com RDA – Resource: Description and Access. (B) O arquivo eletrônico baseado em protocolo de acesso livre e dados abertos de bibliotecas digitais, dota- do de dispositivos de autopublicação e intercâmbio de metadados para séries periódicas denomina-se ISSN – International Standard Serial Number. (C) O sistema utilizado para identificar univocamente objetos digitais na web, aos quais possam ser atribuí- dos direitos de propriedade intelectual, bem como para o intercâmbio de informações sobre essas proprie- dades em um ambiente da rede é denominado DOI – Digital Object Identifier. (D) A infraestrutura técnica desenvolvida pela W3C, baseada em XML e voltada para a descrição, inter- câmbio de metadados e interoperabilidade, importante na concepção da Web semântica denomina-se ISBN – International Standard Book Number. (E) O conjunto genérico de todos os nomes de objetos digitais e endereços que identificam recursos infor- macionais na web é conhecido como o padrão internacionalmente sistematizado de descrições de estrutura e conteúdo informacional SGML – Standard Generalized Markup Language. 6. VUNESP - 2023 Assinale a alternativa que apresenta exclusivamente atividades que se referem às atribuições do biblio- tecário de referência. (A) Assistência aos usuários, empréstimo de materiais, consulta à tabela de classificação. (B) Treinamento aos usuários, leitura técnica do documento, reposição de materiais nas estantes. (C) Respostas às questões de referência, levantamento bibliográfico e normalização técnica. (D) Manutenção do cadastro de instituições para empréstimos, inscrição de usuário, preenchimento de da- dos no carimbo de registro dos materiais. (E) Comutação bibliográfica, coleta da produção institucional para cadastro, levantamento de publicações disponíveis para permuta. 7. VUNESP - 2023O planejamento de uma unidade de informação pode ser categorizado pelo ponto de vista das atividades ou abrangência, sendo correto afirmar que, por definição, o planejamento (A) de operações abrange os processos de produção e distribuição de produtos e serviços. (B) de produtos abarca a combinação dos planos existentes na organização e o processo de integração do planejamento estratégico. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 134 (C) de acompanhamento provê o esboço da estrutura que permite que sejam alcançados os objetivos pre- vistos. (D) de recursos se refere aos produtos e serviços que se pretende oferecer ao público. (E) global se expressa na prática como o programa de necessidades físicas para a biblioteca. 8. VUNESP - 2023 Em relação a instrumentos de organização e administração de bibliotecas, é correto afirmar que (A) os manuais de serviços são definidos como documentos que regulam o uso do acervo e dos serviços disponibilizados. (B) o regimento se define por estabelecer métodos rotineiros de execução de atividades e detalha a maneira exata como devem ser realizadas. (C) o regulamento rege a organização da biblioteca, sendo o instrumento que complementa e explica o organograma. (D) os fluxogramas são definidos como o conjunto de metas, políticas, procedimentos, regras, passos e recursos gerenciais da biblioteca. (E) as normas são comandos diretos e objetivos de curso de ação a seguir, como a proibição de entrar na sala de consulta com bolsas e sacolas. 9. VUNESP - 2023 Unidade independente operativa dentro do planejamento de serviços de informação e bibliotecas que contém um conjunto de ações e atividades inter-relacionadas e coordenadas para alcançar objetivos específi- cos, dentro de tempo e espaço determinados. Trata-se da definição de (A) programa. (B) avaliação de serviço. (C) relatório de atividades. (D) diagnóstico organizacional. (E) projeto. 10. VUNESP - 2021 Função que identifica metas a serem atingidas e as atividades a serem executadas nas bibliotecas e serviços de informação, assim como os recursos necessários para a implementação, com base em previsões e estima- tivas. Trata-se da definição da função de (A) organização. (B) planejamento. (C) controle. (D) direção. (E) tomada de decisão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 135 11. VUNESP - 2021 Assinale a alternativa correta considerando que no processo de organização de bibliotecas é indispensável considerar o tipo de biblioteca e os respectivos serviços a serem realizados. (A) A biblioteca depositária tem com principal função manter o controle sobre teses, dissertações, relatórios técnicos, trabalhos de congresso, que são de valor para o acervo das bibliotecas. (B) A biblioteca universitária, como uma instituição básica para o processo de educação da sociedade, deve desenvolver o hábito de leitura, o acesso à informação e a preservação de acervos culturais. (C) A biblioteca pública deve funcionar como um serviço de documentação, processando e conservando informação especializada, e difundindo esses documentos para o público em geral e para os pesquisadores. (D) A biblioteca escolar deve colaborar no enriquecimento cultural dos alunos, na formação do hábito de leitura e apreciação literária, e fornecer recursos informacionais e apoio à pesquisa na escola. (E) A biblioteca especializada deve, prioritariamente, centralizar e organizar o material fora de uso, que deve ser conservado para consulta ocasional. 12. VUNESP - 2022 O planejamento para a gestão da biblioteca possibilita (A) reduzir os custos com o foco em operações eficientes e compatíveis com as condições existentes. (B) substituir atividades coordenadas e não fragmentadas pelo máximo esforço individual. (C) alterar o fluxo uniforme de trabalho produtivo por um fluxo de resposta mais fluido e imprevisível. (D) modificar os julgamentos premeditados e preestabelecidos por atitudes e decisões mais espontâneas. (E) monitorar as ações coletivas e enfatizar ações criativas realizadas de forma mais individualizada. 13. VUNESP - 2023 Em relação ao preparo físico de materiais da biblioteca, é correto afirmar que (A) as monografias devem ter uma etiqueta fixada do lado direito da capa contendo volume, número e ano da obra. (B) os periódicos devem ter uma capa individual com informações de título, número de classificação e outras informações necessárias. (C) a etiqueta com número de chamada deve ser fixada no dorso do livro e pode ser protegida com fita adesiva transparente. (D) a etiqueta com código de barras para bibliotecas com sistema de empréstimo automatizado deve ser fixada na parte de baixo da lombada da obra. (E) a etiqueta de identificação de uma monografia encadernada em espiral deve ser colada na lombada, em posição próxima à parte inferior. 14. VUNESP - 2022 (D) Sobre as licenças Creative Commons, é correto afirmar que (A) a pessoa que realiza o uso dos direitos é quem escolhe a licença mais adequada para referenciar, com- binando as cinco características existentes, que são flexíveis. (B) a atribuição (BY) é a exigência de que qualquer uso da obra indique autoria, sendo a única comum a todas as licenças, e pode ser combinada com as outras três características. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 136 (C) a condição NãoDerivados (ND) é a de quem detém os direitos para impedir usos que possam ser pri- mariamente direcionados à vantagem comercial ou compensação monetária. (D) a atribuição não comercial (NC) é definida quando só podem ser feitos usos da obra no original para qualquer fim, sem transformações, adaptações ou modificações. (E) as características que são combinadas com mais frequência pelo autor de uma obra são NãoDerivados (ND) e CompartilhaIgual (AS). 15. VUNESP - 2022 Assinale a alternativa correta. (A) As metodologias de preservação digital adotam quatro estratégias concomitantes: a restauração do ambiente, a preservação das plataformas, que é mais conservadora, a recriação virtual e a manutenção da cadeia de custódia. (B) A estratégia da emulação envolve um conjunto de atividades que devem ser repetidas periodicamente e consiste em copiar, converter ou transferir a informação digital do patamar tecnológico para outro mais atualizado e de uso corrente. (C) Os equipamentos e programas são salvaguardados na estratégia de preservação da tecnologia com a finalidade de replicar no futuro a configuração necessária para recuperar um objeto digital em ambiente original e processado no ambiente nativo. (D) O encapsulamento envolve conservar programas aplicativos originais, objetos digitais e todas as fun- cionalidades, tornando viável substituir as plataformas de hardware obsoletas para rodar, no futuro, os aplicativos em máquinas virtuais. (E) A migração envolve criar containers de estruturas físicas e lógicas em que todos os elementos necessári- os para a interpretação do objeto digital estão reunidos, incluindo o próprio objeto e os metadados corre- spondentes. 16. VUNESP - 2022 Assinale a alternativa que apresenta exclusivamente ferramentas para desenvolvimento de diretórios e re- positórios de documentos de acesso aberto na web. (A) SHERPA-ROMEO, BIBLIVRE, Z39.19. (B) SPARC, EVERGREEN, OWL. (C) BOAI, Z39.50, PERGAMUM. (D) DOAJ, DOAR e ROAR. (E)OAI-PMH, OPENBIBLIO, SKOS. 17. VUNESP - 2023 Fonte de informação em banco de dados online que contém mais de 186 milhões de páginas e 287000 títulos de documentos históricos e governamentais em formato totalmente pesquisável e baseado em imagens. Fornece cobertura abrangente de mais de 2800 periódicos relacionados à lei. Trata-se de (A) Embase. (B) Biblioteca Digital Mundial. (C) HeinOnline. (D) IusData. (E) Public Administration Abstracts. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 137 18. VUNESP - 2023 Sistema que consiste na organização e coordenação da obtenção de documentos, por duas ou mais bibli- otecas em nível local, regional, nacional ou internacional, com a finalidade de prover, ao menos, um exemplar ou assinatura de cada publicação na área envolvida. Trata-se da definição de (A) aquisição centralizada. (B) aquisição planificada. (C) política de formação de coleções. (D) seleção de acervos. (E) desbastamento de coleções. 19. VUNESP - 2021 Em relação às atividades de mediação desenvolvidas pelo profissional da informação na biblioteca escolar e na biblioteca pública, é correto afirmar que (A) na mediação pedagógica realizada em sintonia com os professores, a prática bibliotecária deve ser cen- trada no acervo para que o ensino-aprendizagem em conjunto seja um processo integrado. (B) a mediação da informação deve propiciar um clima de respeito entre educadores, alunos e bibliotecários, focando no uso de novas tecnologias para melhorar a relação, a comunicação e a aprendizagem. (C) na mediação da leitura, o bibliotecário mediador deve ter por função propiciar ao leitor o envolvimento com o texto e, quando possível, levá-lo a compartilhar o que foi lido com outros leitores. (D) a mediação cultural deve focar em instrumentos literários que levem à convivência com personagens simples ou complexos de universos reconfortantes ou conflitantes a fim de deslocar o aluno para um mundo imaginário. (E) a mediação literária deve ocorrer por meio da orientação realizada pelos bibliotecários para pesquisa, é imprescindível para os trabalhos realizados no ambiente escolar e decisiva para os alunos na faculdade. 20. VUNESP - 2023 Oferece um ponto de acesso único em linha que o usuário pode identificar imediatamente, ao qual ele apre- senta uma solicitação, entregue aos cuidados de profissionais qualificados, solicitação esta que enseja uma resposta rápida, pertinente e de qualidade. Trata-se da definição de (A) disseminação seletiva da informação. (B) processo de negociação da questão. (C) serviço de referência virtual. (D) treinamento para acesso a bases de dados. (E) fornecimento eletrônico de documentos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 138 Gabarito 1 A 2 C 3 A 4 B 5 C 6 C 7 A 8 E 9 E 10 B 11 D 12 A 13 C 14 B 15 C 16 D 17 C 18 B 19 C 20 C O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.em bibliotecas públicas e escolares, essa categorização considera o estágio de desenvolvi- mento dos usuários e suas competências informacionais. ▪ Crianças: geralmente até os 12 anos. Necessitam de material lúdico, linguagem acessível e mediação constante. ▪ Adolescentes: entre 13 e 17 anos. Costumam usar a biblioteca tanto para lazer quanto para atividades escolares. ▪ Adultos: público mais autônomo, com objetivos variados, como estudo, trabalho ou lazer. ▪ Idosos: podem demandar apoio em tecnologias ou preferir suportes físicos, como livros impressos. Cos- tumam valorizar o espaço de convivência. Classificação por finalidade de uso: Essa classificação considera o propósito com que o usuário busca a informação. ▪ Usuários acadêmicos: voltados para ensino, pesquisa e produção científica. Frequentemente utilizam periódicos, livros técnicos e bases de dados. ▪ Usuários recreativos: procuram literatura, quadrinhos, filmes, música e outras formas de entretenimento cultural. ▪ Usuários profissionais: buscam informações para uso direto no trabalho, como legislação, normas téc- nicas, dados econômicos e relatórios. ▪ Usuários informativos: interessados em se atualizar sobre notícias, eventos e informações gerais. Classificação por frequência de uso: Essa abordagem busca diferenciar usuários com base na intensidade e constância do uso dos serviços. ▪ Usuários regulares: utilizam a biblioteca com frequência semanal ou mensal. Costumam estar bem fa- miliarizados com os recursos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 9 ▪ Usuários ocasionais: visitam a biblioteca de forma esporádica, geralmente com um objetivo pontual. ▪ Novos usuários: estão em fase de adaptação ao ambiente e necessitam de maior orientação e acolhi- mento. ▪ Usuários potenciais: fazem parte do público-alvo, mas ainda não frequentam a biblioteca. São foco de ações de divulgação e formação de público. Classificação por grau de autonomia: Outro critério útil é a autonomia do usuário na busca e uso da informação. Isso afeta diretamente o tipo de atendimento necessário. ▪ Usuários autônomos: dominam ferramentas de busca e conseguem utilizar os recursos da biblioteca com pouca ou nenhuma mediação. ▪ Usuários semiautônomos: conseguem utilizar parte dos recursos sozinhos, mas ainda recorrem ao au- xílio do bibliotecário em determinadas situações. ▪ Usuários dependentes: necessitam de orientação constante, seja por desconhecimento do acervo, seja por limitações cognitivas, tecnológicas ou físicas. ▸ Importância da flexibilidade nas classificações É importante ressaltar que nenhuma dessas classificações deve ser usada de forma engessada. Um mes- mo usuário pode, em diferentes momentos, se encaixar em mais de uma categoria. Um idoso, por exemplo, pode ser um estudante universitário e utilizar a biblioteca tanto para fins acadêmicos quanto para lazer. Portanto, as classificações devem servir como guias para planejamento, mas sempre respeitando a indivi- dualidade e diversidade dos usuários. As classificações tradicionais de usuários formam a base da gestão de serviços em qualquer biblioteca. Elas ajudam a identificar demandas específicas e permitem desenvolver um atendimento mais estratégico e eficiente. No entanto, o bibliotecário deve ter sensibilidade para compreender que essas categorias não são absolu- tas, e que o acolhimento às necessidades individuais continua sendo o principal valor da profissão. Categorias específicas de usuários em diferentes tipos de bibliotecas As bibliotecas não são instituições homogêneas — elas se diferenciam quanto à finalidade, público-alvo, acervo, localização e vínculo institucional. Por isso, as categorias de usuários variam de acordo com o tipo de biblioteca. Compreender essas variações é essencial para que o bibliotecário organize serviços, acervos e po- líticas de atendimento com mais eficiência. ▸ Bibliotecas públicas As bibliotecas públicas são voltadas para toda a comunidade, sem exigência de vínculo com alguma ins- tituição. Têm caráter universal, gratuito e inclusivo, sendo mantidas por órgãos governamentais municipais, estaduais ou federais. Por conta disso, seus usuários são amplamente diversos. Principais categorias: ▪ Leitores recreativos: buscam romances, contos, quadrinhos, poesia, etc. ▪ Estudantes da rede pública ou privada: utilizam a biblioteca para estudo, pesquisa escolar e preparação para vestibulares ou concursos. ▪ Professores e educadores: procuram apoio didático e recursos para uso em sala de aula. ▪ Trabalhadores e concurseiros: utilizam o espaço para estudo e consulta a materiais específicos. ▪ Pessoas em situação de vulnerabilidade: buscam acesso à leitura, cultura, cidadania e inclusão social. ▪ Idosos: utilizam a biblioteca como espaço de convivência e lazer intelectual. ▪ Crianças acompanhadas ou não: participam de atividades lúdicas e programas de incentivo à leitura. x1y2z3 2dc35700002f6bb49660a7d9bab5c5e0b282f1e8d6b99090f0460735b06479e5 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 10 ▸ Bibliotecas escolares Essas bibliotecas atendem principalmente alunos, professores e funcionários de instituições de ensino bá- sico (educação infantil, fundamental e médio). Seu foco principal é pedagógico, com ênfase no suporte ao currículo escolar. Principais categorias: ▪ Alunos por faixa etária: atendidos com materiais adequados ao seu nível de leitura e desenvolvimento cognitivo. ▪ Professores de diferentes disciplinas: procuram materiais de apoio didático e literário. ▪ Coordenadores pedagógicos e diretores: utilizam a biblioteca para projetos escolares e eventos edu- cativos. ▪ Pais e responsáveis: eventualmente acessam a biblioteca para acompanhar o desempenho e o incentivo à leitura das crianças. ▸ Bibliotecas universitárias Voltadas para o ensino superior, essas bibliotecas apoiam atividades de ensino, pesquisa e extensão. Os serviços são mais técnicos e voltados para a produção científica. Principais categorias: ▪ Estudantes de graduação: utilizam o acervo para disciplinas obrigatórias e trabalhos acadêmicos. ▪ Estudantes de pós-graduação: buscam periódicos, dissertações, teses e bases de dados para pesqui- sas mais aprofundadas. ▪ Professores e pesquisadores: fazem uso constante de materiais especializados, normas técnicas, fon- tes primárias e repositórios científicos. ▪ Técnicos administrativos: utilizam a biblioteca para atualização profissional e estudo. ▪ Comunidade externa (quando há acesso liberado): pode consultar acervos ou participar de eventos e formações. ▸ Bibliotecas especializadas Estas bibliotecas atendem setores específicos da sociedade ou instituições que demandam informação técnica e especializada. Estão presentes em órgãos públicos, empresas, tribunais, hospitais, museus e centros de pesquisa. Principais categorias: ▪ Técnicos e especialistas da área-fim (ex: engenheiros, juristas, médicos, arquivistas): buscam con- teúdos diretamente aplicáveis ao trabalho. ▪ Pesquisadores internos e externos: utilizam fontes raras, documentos técnicos e produção científica especializada. ▪ Estagiários e trainees: em formação, utilizam o acervo para complementar o aprendizado prático. ▪ Executivos e gestores: procuram informações estratégicas para tomada de decisão. ▪ Público externo qualificado: quando há abertura parcial ao público, podem acessar documentos ou par- ticipar de eventos. x1y2z3 2dc35700002f6bb49660a7d9bab5c5e0b282f1e8d6b99090f0460735b06479e5 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciadopara LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 11 ▸ Bibliotecas digitais Com a ampliação do acesso à internet e o crescimento do ensino a distância, surgiram as bibliotecas digitais ou virtuais, com acesso remoto ao conteúdo. Os usuários dessas bibliotecas possuem perfis bem variados, mas todos dependem de recursos tecnológicos e competências digitais. Principais categorias: ▪ Estudantes de EAD: utilizam a biblioteca virtual como principal fonte de conteúdo didático. ▪ Usuários com mobilidade reduzida ou residentes em áreas remotas: encontram na biblioteca digital um meio de acesso democrático à informação. ▪ Pesquisadores que trabalham com documentos digitalizados e bancos de dados. ▪ Leitores recreativos que consomem livros digitais (e-books), audiobooks e periódicos online. ▸ Atenção à multiplicidade dos papéis dos usuários É importante ressaltar que, em todos os tipos de biblioteca, um mesmo indivíduo pode ocupar mais de uma categoria simultaneamente. Por exemplo, um professor universitário também pode ser um leitor recreativo, um pesquisador e um formador de novos leitores. Essa sobreposição exige do bibliotecário uma atuação sensível e flexível, capaz de reconhecer os múltiplos papéis dos usuários. A segmentação dos usuários por tipo de biblioteca permite uma gestão mais eficaz dos recursos e uma prestação de serviços mais ajustada às reais necessidades do público. Cada biblioteca, de acordo com sua natureza e função social, lida com demandas específicas que exigem planejamento, capacitação da equipe e constante diálogo com os usuários. Cabe ao bibliotecário adaptar as práticas tradicionais de categorização à realidade de seu ambiente, respei- tando sempre a diversidade, a acessibilidade e a missão educacional da biblioteca. Estratégias de atendimento e adequação dos serviços às categorias de usuários Conhecer as categorias de usuários é apenas o primeiro passo. A etapa mais decisiva é transformar esse conhecimento em ação prática — ou seja, planejar e executar estratégias de atendimento que se alinhem com os perfis identificados. O bibliotecário, nesse contexto, atua como mediador entre os recursos da informação e o usuário, garantin- do que o acesso seja efetivo, significativo e inclusivo. A seguir, veremos estratégias fundamentais para oferecer um serviço bibliotecário adequado, personalizado e eficiente. Diagnóstico e escuta ativa: O primeiro elemento de qualquer estratégia é o levantamento de dados sobre os usuários. Isso pode ser feito por meio de: ▪ Formulários de cadastro completos; ▪ Pesquisas de satisfação; ▪ Observação do comportamento de uso do espaço e dos recursos; ▪ Conversas informais com os usuários; ▪ Análise de empréstimos e estatísticas de acesso. A escuta ativa é essencial. O bibliotecário deve manter canais abertos para receber sugestões, críticas e demandas, o que permite ajustar o atendimento em tempo real. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 12 ▸ Segmentação dos serviços e produtos informacionais Com base nas categorias de usuários, a biblioteca pode segmentar seus serviços para atender de maneira mais eficaz. Veja alguns exemplos práticos: ▪ Para crianças: cantinho da leitura, hora do conto, acervo colorido e com letras grandes, jogos educativos, mediação ativa. ▪ Para adolescentes: clubes de leitura juvenil, eventos culturais, acesso à internet para pesquisas, acervo jovem atualizado. ▪ Para estudantes universitários: treinamento em normalização de trabalhos acadêmicos, acesso a bases de dados, serviços de comutação bibliográfica. ▪ Para pesquisadores: suporte em métricas científicas, orientação em estratégias de busca avançada, empréstimo entre bibliotecas. ▪ Para idosos: rodas de leitura, oficinas de letramento digital, atendimento humanizado e pacientes, mate- riais com letras ampliadas. ▪ Para pessoas com deficiência: acessibilidade arquitetônica e digital, materiais em braille, audiolivros, softwares leitores de tela. ▸ Política de circulação adaptada As regras de empréstimo e devolução devem ser ajustadas conforme as necessidades dos usuários. Por exemplo: ▪ Prazos maiores para professores, pesquisadores e idosos; ▪ Limite maior de obras para usuários regulares ou em fase de TCC; ▪ Empréstimo de materiais especiais sob critérios definidos (notebooks, tablets, kits de estudos). Essa política deve ser transparente, flexível e constantemente revisada com base no uso real dos recursos. ▸ Ações educativas e de formação de usuários É papel do bibliotecário capacitar o usuário para que ele se torne cada vez mais autônomo. Isso pode ser feito por meio de: ▪ Visitas guiadas para novos alunos ou usuários iniciantes; ▪ Oficinas sobre uso do catálogo, acesso a bases de dados e normas da ABNT; ▪ Campanhas sobre direitos e deveres dos usuários; ▪ Produção de materiais didáticos (manuais, vídeos, infográficos) explicando o funcionamento da biblioteca. Essas ações fortalecem o vínculo com os usuários e aumentam o uso consciente dos recursos disponíveis. ▸ Ambiente físico e digital inclusivo A biblioteca precisa ser um ambiente acolhedor, que respeite as necessidades físicas, cognitivas e emocio- nais de cada grupo de usuários. Estratégias nesse sentido incluem: ▪ Setorização do espaço por faixa etária ou objetivo de uso (estudo em grupo, leitura silenciosa, multimídia); ▪ Mobiliário ergonômico e adaptado; ▪ Iluminação adequada e sinalização acessível; ▪ Espaços com wi-fi gratuito, tomadas e mesas amplas; ▪ Plataformas digitais responsivas, acessíveis e com linguagem clara. O ambiente influencia diretamente na permanência e frequência dos usuários, sendo parte essencial da estratégia de atendimento. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 13 ▸ Equipe capacitada e empática O atendimento ao público é o coração da biblioteca. Por isso, todos os funcionários — e não apenas o bi- bliotecário — devem ser capacitados para: ▪ Tratar os usuários com respeito, paciência e empatia; ▪ Conhecer as principais categorias e saber encaminhar demandas; ▪ Atualizar-se constantemente sobre os serviços oferecidos; ▪ Desenvolver sensibilidade para lidar com públicos diversos, como crianças, idosos, pessoas com deficiên- cia ou em situação de vulnerabilidade. A cultura de atendimento deve ser institucionalizada, com treinamentos periódicos e acompanhamento da qualidade do serviço. ▸ Parcerias e projetos integradores As bibliotecas podem desenvolver projetos em parceria com escolas, universidades, secretarias de cultura, ONGs e empresas para expandir seu alcance e atender melhor seus públicos. Exemplos: ▪ Oficinas culturais com artistas locais; ▪ Programas de leitura em comunidades; ▪ Projetos de inclusão digital em bairros periféricos; ▪ Grupos de apoio ao estudo para concurseiros ou vestibulandos. Esses projetos fortalecem o papel da biblioteca como agente social e ampliam seu impacto nas comunida- des. ▸ Monitoramento e avaliação Nenhuma estratégia se sustenta sem avaliação constante. É preciso monitorar indicadores como: ▪ Frequência por perfil de usuário; ▪ Taxa de empréstimo por categoria; ▪ Satisfação dos usuários com os serviços; ▪ Tempo médio de permanência; ▪ Participação em eventos e projetos. A partir desses dados, o bibliotecário pode aprimorar os serviços, redistribuir recursos e realinhar suas ações estratégicas.A adequação dos serviços às categorias de usuários é um compromisso ético e técnico do bibliotecário. Mais do que conhecer perfis, é necessário agir com base neles, promovendo inclusão, acesso e desenvolvimento. Uma biblioteca que atende bem entende seus usuários, respeita suas diferenças e transforma esse conhe- cimento em ações práticas, flexíveis e acolhedoras. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 14 Coleção e Referência Tipos E Características Das Coleções Em Bibliotecas As coleções são o coração de qualquer biblioteca. São elas que sustentam a função social, educativa e cultural da instituição, oferecendo acesso à informação, ao conhecimento e à memória. A diversidade de tipos e características das coleções reflete os objetivos da biblioteca, o perfil dos usuários e as exigências técnicas de gestão da informação. Coleção geral A coleção geral reúne materiais que atendem às necessidades informacionais mais amplas dos usuários. É composta, em geral, por livros, periódicos, materiais digitais e outros documentos que cobrem diversas áreas do conhecimento. Em bibliotecas públicas, por exemplo, essa coleção é voltada ao público em geral e busca garantir acesso democrático à leitura e à informação. Características principais: ▪ Abrangência temática ampla ▪ Disponível para empréstimo domiciliar (na maioria dos casos) ▪ Atualização constante para refletir as demandas dos usuários ▪ Normalmente organizada por sistemas de classificação como a CDD (Classificação Decimal de Dewey) ▸ Coleção de referência Esta coleção é formada por obras de consulta rápida, como dicionários, enciclopédias, atlas, manuais, guias e índices. O objetivo não é a leitura integral, mas sim a obtenção de informações pontuais. Por essa razão, as obras de referência, na maioria das bibliotecas, não são emprestadas. Características principais: ▪ Uso restrito ao ambiente da biblioteca ▪ Atualização frequente, especialmente em áreas de conhecimento dinâmicas ▪ Organização voltada para a facilidade e agilidade da consulta ▪ Complementa os serviços de referência realizados por bibliotecários ▸ Coleção de reserva ou de obras raras Algumas bibliotecas mantêm coleções especiais compostas por livros esgotados, edições antigas, obras ra- ras ou documentos de valor histórico. Em geral, essas coleções são acessadas sob critérios restritos e exigem condições especiais de conservação. Características principais: ▪ Valor histórico, patrimonial ou bibliográfico ▪ Acesso restrito e sob supervisão ▪ Armazenamento em ambientes com controle de temperatura, umidade e luminosidade ▪ Digitalização crescente para preservação e ampliação do acesso ▸ Coleção de materiais especiais Esse tipo de coleção inclui documentos não convencionais, como mapas, partituras, fotografias, obras au- diovisuais, multimídia e materiais em formatos acessíveis (ex: braile, audiolivros). Sua presença varia conforme o perfil da biblioteca. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 15 Características principais: ▪ Suporte diferenciado do impresso tradicional ▪ Requer equipamentos específicos para consulta e conservação ▪ Atendimento a públicos com necessidades específicas ▪ Organização adaptada a normas técnicas como a AACR2 e RDA ▸ Coleção infantil e juvenil Voltada para crianças e adolescentes, essa coleção tem como foco o incentivo à leitura e à formação de leitores. É composta por obras de ficção, literatura infantojuvenil, gibis, materiais educativos e conteúdos didá- ticos, muitas vezes com ilustrações e linguagem acessível. Características principais: ▪ Linguagem e conteúdo adequados à faixa etária ▪ Foco na formação leitora e no desenvolvimento educacional ▪ Estrutura atrativa e lúdica ▪ Pode incluir recursos como jogos educativos, livros interativos e materiais digitais ▸ Coleção digital ou eletrônica Cada vez mais presentes nas bibliotecas, as coleções digitais incluem e-books, periódicos eletrônicos, bases de dados, conteúdos multimídia e objetos digitais de aprendizagem. Essas coleções ampliam o acesso remoto e permitem o uso de tecnologias na mediação da informação. Características principais: ▪ Acesso online, muitas vezes por meio de plataformas institucionais ▪ Licenciamento de uso coletivo ou individual ▪ Requer infraestrutura tecnológica (acesso à internet, dispositivos, softwares) ▪ Atualização facilitada e dinâmica ▸ Coleção local ou de autores regionais Essa coleção tem por objetivo preservar a memória local, valorizar a produção intelectual regional e dar visibilidade a autores e temas ligados ao território em que a biblioteca está inserida. Características principais: ▪ Conteúdo ligado à cultura e à história local ▪ Produção de autores regionais ou sobre temas locais ▪ Importante para a preservação da identidade e da memória coletiva ▪ Costuma integrar projetos de história oral, bibliografia regional e centros de memória Conhecer os tipos de coleções e suas características é essencial para o trabalho do bibliotecário, pois im- pacta diretamente no desenvolvimento, organização, atendimento ao usuário e nos serviços oferecidos pela biblioteca. Cada tipo de coleção exige cuidados específicos quanto à seleção, catalogação, conservação e acesso, e o domínio dessas especificidades é fundamental para uma atuação técnica eficaz. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 16 Processo De Desenvolvimento E Manutenção De Coleções O desenvolvimento de coleções é um dos pilares da gestão bibliotecária e envolve todas as etapas de pla- nejamento, seleção, aquisição, avaliação e descarte de materiais. Esse processo garante que a biblioteca atenda adequadamente às necessidades informacionais de seu público, respeitando critérios técnicos, éticos e institucionais. A manutenção da coleção, por sua vez, assegura sua atualização, relevância e conservação ao longo do tempo. ▸ Planejamento da coleção Antes de adquirir qualquer material, é necessário um diagnóstico do perfil da biblioteca e de seu público. Esse diagnóstico serve de base para um plano de desenvolvimento da coleção (PDC), documento técnico que orienta todas as ações relacionadas à seleção, aquisição, avaliação e descarte. Elementos essenciais do planejamento: ▪ Missão da biblioteca ▪ Perfil dos usuários ▪ Áreas prioritárias do conhecimento ▪ Recursos financeiros e infraestrutura ▪ Políticas institucionais e normativas legais (como a Lei nº 12.244/2010) ▸ Seleção de materiais A seleção é uma etapa crítica, pois define o que será incluído na coleção. Deve ser feita com critérios téc- nicos bem definidos, considerando a qualidade, atualidade, relevância e adequação dos materiais às necessi- dades do público. Critérios comuns de seleção: ▪ Autoridade do autor ou da editora ▪ Atualização e validade da informação ▪ Linguagem acessível e adequada ao público ▪ Pertinência com as áreas temáticas definidas no plano ▪ Estado físico do material (no caso de doações ou aquisições em segunda mão) Fontes de apoio para a seleção: ▪ Catálogos de editoras ▪ Resenhas em periódicos especializados ▪ Sugestões de usuários e docentes (em bibliotecas universitárias) ▪ Listas bibliográficas oficiais (como bibliografias de concursos) ▸ Aquisição Após a seleção, a biblioteca parte para a aquisição dos materiais.Isso pode ocorrer por compra, doação, permuta ou consórcios de bibliotecas. A escolha do modo de aquisição depende dos recursos disponíveis e das políticas institucionais. Formas de aquisição: ▪ Compras por meio de licitação ou dispensa (em instituições públicas) ▪ Doações de editoras, autores ou usuários ▪ Permutas com outras instituições ▪ Assinaturas de bases digitais e plataformas de e-books O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 17 Cuidados na aquisição: ▪ Conferência dos itens recebidos ▪ Registro patrimonial ▪ Verificação da integridade física e intelectual do material ▪ Registro em sistemas informatizados de gestão (como o Biblivre, Pergamum, SophiA) ▸ Tombamento e catalogação Uma vez adquiridos, os materiais devem ser registrados no acervo e organizados para consulta. Isso en- volve a atribuição de número de tombo (registro patrimonial) e a catalogação conforme normas como AACR2, RDA, MARC21, entre outras. Etapas: ▪ Registro do número de tombo e etiqueta de identificação ▪ Catalogação descritiva e temática (classificação e indexação) ▪ Inserção em catálogos digitais e físicos ▪ Armazenamento em estantes ou repositórios apropriados ▸ Avaliação da coleção Periodicamente, a coleção precisa ser avaliada para verificar se continua relevante, atual e adequada às necessidades dos usuários. Essa avaliação é feita com base em indicadores quantitativos e qualitativos. Indicadores de avaliação: ▪ Frequência de uso (empréstimos, consultas, downloads) ▪ Atualidade da informação ▪ Estado físico do material ▪ Cobertura temática equilibrada ▪ Alinhamento com os objetivos da instituição Ferramentas de apoio: ▪ Relatórios de circulação ▪ Pesquisas de satisfação ▪ Checklists temáticos ▪ Avaliações de pares e especialistas Desbaste (ou expurgo) O desbaste é o processo de retirada de materiais obsoletos, danificados ou redundantes da coleção. Apesar de polêmico em algumas situações, é uma prática necessária para manter a qualidade e a funcionalidade do acervo. Critérios para desbaste: ▪ Obsolescência do conteúdo ▪ Múltiplos exemplares pouco utilizados ▪ Materiais danificados e sem possibilidade de restauração ▪ Baixo índice de circulação ▪ Redundância temática O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 18 Destino dos materiais desbastados: ▪ Doações a outras instituições ▪ Reciclagem ou descarte ambientalmente responsável ▪ Venda em feiras de livros (com autorização institucional) ▸ Conservação e preservação Manter os materiais em boas condições físicas é essencial para a longevidade da coleção. A conservação preventiva e a restauração (quando necessária) devem fazer parte das rotinas técnicas da biblioteca. Ações preventivas: ▪ Controle de temperatura e umidade ▪ Higienização periódica do acervo ▪ Manuseio adequado dos materiais ▪ Armazenamento em estantes apropriadas ▪ Proteção contra pragas, luz solar e umidade ▸ Atualização tecnológica Com a crescente presença de acervos digitais, a manutenção da coleção também envolve cuidados com a obsolescência tecnológica. Isso inclui garantir o acesso contínuo a conteúdos eletrônicos, atualização de licen- ças, migração de formatos e compatibilidade de sistemas. ▪ Exemplo: bases de dados que mudam de plataforma ou arquivos digitais que precisam ser convertidos para formatos mais modernos. O processo de desenvolvimento e manutenção de coleções exige planejamento técnico, atualização cons- tante e um olhar estratégico para o futuro da biblioteca. A boa gestão da coleção é o que garante a relevância da instituição frente às transformações da sociedade, das tecnologias e das demandas dos usuários. Fontes E Serviços De Referência: Conceito, Tipos E Objetivos O serviço de referência é uma das atividades mais nobres e estratégicas desenvolvidas dentro de uma bi- blioteca. Ele tem como missão fundamental conectar o usuário à informação de forma rápida, precisa e eficaz, promovendo o uso consciente e qualificado das fontes disponíveis no acervo. ▸ Conceito de serviço de referência De forma objetiva, o serviço de referência é o atendimento personalizado ao usuário com o objetivo de orientá-lo na localização, acesso e uso da informação. Ele pode ocorrer de forma presencial ou remota, sincrô- nica ou assíncrona, sempre mediado por um bibliotecário ou profissional treinado. Esse serviço vai muito além de responder perguntas. Ele envolve compreender a demanda do usuário, iden- tificar a melhor fonte para sua necessidade e, se necessário, ensinar como utilizar ferramentas de pesquisa, interpretar resultados e avaliar a confiabilidade da informação. ▸ Conceito de fonte de referência Fonte de referência é qualquer documento ou recurso informacional que ofereça respostas diretas e pon- tuais a perguntas específicas. Essas fontes não são lidas de forma contínua, mas consultadas conforme a necessidade do usuário. São recursos indispensáveis para o serviço de referência, pois permitem ao bibliotecário oferecer informa- ções precisas e confiáveis em tempo hábil. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 19 ▸ Tipos de fontes de referência As fontes de referência podem ser classificadas de várias formas. A seguir, apresentamos as principais ca- tegorias e seus exemplos mais comuns: Fontes gerais: ▪ Dicionários (de língua, técnicos, bilíngues) ▪ Enciclopédias (gerais e especializadas) ▪ Atlas e mapas ▪ Almanaques Fontes bibliográficas: ▪ Catálogos bibliográficos ▪ Bibliografias especializadas ▪ Repertórios de obras ▪ Índices de periódicos Fontes factuais ou informativas: ▪ Estatísticas ▪ Anuários ▪ Legislação (constituições, códigos, leis) ▪ Guias e manuais técnicos Fontes biográficas: ▪ Dicionários biográficos ▪ Enciclopédias de personalidades ▪ Bases de dados com perfis profissionais Fontes digitais: ▪ Bases de dados online (como Scielo, Portal de Periódicos CAPES, EBSCO) ▪ Fontes governamentais (IBGE, INEP, Senado) ▪ Sites institucionais confiáveis ▪ Repositórios de acesso aberto (como BDTD, ArXiv) Essas fontes são constantemente atualizadas e demandam domínio técnico por parte do bibliotecário para indicar a mais apropriada a cada situação. ▸ Tipos de serviços de referência O serviço de referência pode se apresentar de diferentes formas, conforme o tipo de interação com o usuá- rio. Abaixo estão os principais tipos: Referência presencial: ▪ Atendimento direto no balcão ou nos espaços da biblioteca ▪ Requere escuta ativa e análise rápida da demanda ▪ Permite orientação direta no uso do catálogo e nas fontes físicas O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. x1y2z3 2dc35700002f6bb49660a7d9bab5c5e0b282f1e8d6b99090f0460735b06479e5 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 20 Referência virtual: ▪ Realizada por e-mail, chat, redes sociais ou formulários online ▪ Ganha relevância com ouso das tecnologias da informação ▪ Permite atender usuários a distância e fora do horário comercial Serviço de alerta: ▪ Informa o usuário sobre novos materiais no acervo ▪ Pode ser feito por boletins, e-mails ou sistemas integrados ▪ Muito útil em bibliotecas universitárias e especializadas Disseminação seletiva da informação (DSI): ▪ Envio proativo de informações com base no perfil e interesse do usuário ▪ Exige cadastro prévio e segmentação temática ▪ Aplicável em bibliotecas jurídicas, médicas, empresariais etc. Orientação ao uso da informação: ▪ Envolve atividades educativas: treinamentos, oficinas, guias de pesquisa ▪ Ensina o usuário a pesquisar com autonomia e senso crítico ▪ Parte do conceito de competência informacional (information literacy) Referência especializada: ▪ Atendimento em áreas técnicas específicas ▪ Exige domínio do vocabulário e das bases da área (ex: direito, saúde, engenharia) ▪ Apoia pesquisas acadêmicas, TCCs, artigos, teses ▸ Objetivos dos serviços de referência Os serviços de referência têm como meta garantir o acesso à informação de maneira equitativa, eficaz e contextualizada. Os objetivos mais comuns incluem: ▪ Ajudar o usuário a formular perguntas claras e objetivas ▪ Orientar na escolha e no uso das fontes de informação adequadas ▪ Mediar o acesso ao acervo físico e digital ▪ Promover o uso racional e crítico da informação ▪ Estimular a autonomia informacional dos usuários ▪ Oferecer suporte técnico a pesquisas e estudos ▪ Apoiar a missão educacional, cultural ou científica da biblioteca ▸ Perfil do profissional de referência Embora este ponto será aprofundado na próxima seção, vale destacar que o bibliotecário de referência deve reunir habilidades técnicas, comunicativas e pedagógicas. Ele precisa compreender a necessidade do usuário, conhecer o acervo e as fontes de informação e dominar ferramentas de busca. Além disso, deve manter-se constantemente atualizado sobre novas fontes, tecnologias e metodologias de atendimento ao usuário. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 21 O serviço de referência representa o momento mais direto e significativo de interação entre o bibliotecário e o usuário. É nesse espaço que se concretiza a missão da biblioteca: oferecer acesso qualificado à informação. Conhecer os tipos de fontes e serviços é essencial para garantir um atendimento eficaz, que respeite a diversi- dade de perfis e necessidades dos públicos atendidos. O Papel Do Bibliotecário Nos Serviços De Referência O bibliotecário, especialmente aquele que atua no serviço de referência, desempenha uma função estratégi- ca dentro da biblioteca. Mais do que um simples intermediador entre o usuário e o acervo, ele é um profissional da informação responsável por promover o acesso, a mediação, a formação de usuários e a educação para o uso crítico da informação. ▸ Atribuições do bibliotecário de referência O serviço de referência exige atuação técnica e pedagógica. O bibliotecário precisa identificar a necessida- de informacional do usuário, selecionar as melhores fontes, orientar o uso dessas fontes e, quando necessário, capacitar o usuário para pesquisas futuras mais autônomas. Principais atribuições: ▪ Atender o usuário de forma personalizada e atenta ▪ Compreender a demanda expressa e latente (o que o usuário diz e o que realmente precisa) ▪ Indicar fontes adequadas de informação, tanto físicas quanto digitais ▪ Ensinar a utilizar catálogos, bases de dados e mecanismos de busca ▪ Oferecer suporte à pesquisa acadêmica, técnica ou profissional ▪ Desenvolver produtos e serviços de referência (alertas, DSI, guias de pesquisa) ▪ Avaliar e atualizar constantemente as fontes de referência disponíveis Essas atribuições variam de acordo com o tipo de biblioteca e o perfil dos usuários atendidos, mas, em es- sência, todas exigem uma postura ativa e propositiva por parte do profissional. ▸ Competências necessárias Para atuar de maneira eficiente nos serviços de referência, o bibliotecário precisa reunir um conjunto de competências técnicas, comunicativas e atitudinais. Competências técnicas: ▪ Domínio de normas de catalogação, indexação e classificação ▪ Conhecimento aprofundado das principais fontes de informação (gerais e especializadas) ▪ Familiaridade com sistemas de gerenciamento de bibliotecas (como Pergamum, SophiA, Biblivre) ▪ Habilidade na busca em bases de dados, portais acadêmicos e repositórios digitais Competências comunicativas: ▪ Capacidade de escuta ativa e empatia com o usuário ▪ Clareza na explicação de conceitos e orientações ▪ Adaptação da linguagem conforme o perfil do usuário (criança, acadêmico, pesquisador, público geral) Competências pedagógicas: ▪ Saber ensinar o uso da informação com foco na autonomia do usuário ▪ Desenvolver atividades de formação de usuários (oficinas, tutoriais, guias) ▪ Estimular a competência informacional e o pensamento crítico O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 22 Competências éticas: ▪ Garantir o sigilo da informação solicitada, especialmente em serviços sensíveis ▪ Promover acesso equitativo à informação ▪ Respeitar a diversidade cultural, educacional e informacional dos usuários ▸ Atuação em diferentes tipos de biblioteca A forma como o bibliotecário de referência atua pode variar conforme o tipo de biblioteca: Bibliotecas públicas: ▪ Atende um público diversificado e muitas vezes leigo ▪ Enfatiza o atendimento acessível, a orientação à leitura e a formação cidadã ▪ Desenvolve atividades culturais e educativas de apoio à comunidade Bibliotecas escolares: ▪ Atua de forma integrada ao currículo escolar ▪ Estimula o desenvolvimento da competência leitora e informacional ▪ Trabalha diretamente com professores e alunos na formação de hábitos de estudo e pesquisa Bibliotecas universitárias: ▪ Foco no apoio à pesquisa, ensino e extensão ▪ Atua no suporte à normalização de trabalhos acadêmicos e acesso a bases científicas ▪ Desenvolve oficinas e treinamentos para formação de pesquisadores e estudantes Bibliotecas especializadas (jurídicas, médicas, empresariais): ▪ Atendimento técnico a usuários com demandas específicas ▪ Necessita de conhecimento aprofundado da área temática ▪ Atua com serviços de valor agregado, como clipping, DSI e estudos bibliográficos ▸ Desafios enfrentados pelo bibliotecário de referência O contexto atual impõe desafios cada vez maiores ao bibliotecário. Entre os principais estão: ▪ A enorme quantidade de informação disponível (excesso informacional) ▪ A disseminação de conteúdos falsos ou não verificados ▪ A dificuldade de acesso e uso de tecnologias por parte de alguns usuários ▪ A necessidade de atualização constante diante das inovações tecnológicas ▪ O reconhecimento profissional e a valorização institucional da área Diante disso, o bibliotecário precisa manter-se em formação contínua, buscar redes de colaboração profis- sional e adotar práticas inovadoras no atendimento. ▸ A importância da mediação informacional O papel de mediador da informação é uma das funções centrais do bibliotecário de referência. Ele não ape- nas entrega uma resposta, mas conduz o usuário à compreensão do caminho que o levou àquela informação. Isso fortalece o aprendizado e estimula a autonomia. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LIVIA FERREIRA SOARES MESSIAS - 311.995.018-16, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores