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29 Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável CAPÍTULO 2 – AQUISIÇÃO DE DADOS A aquisição de dados é um processo demorado e muitas vezes pode gerar custos, mas é fundamental para avanços de gestão e do desenvolvimento urbano sustentável. Neste capítulo, apresentaremos as duas principais formas de adquirir dados: capturar dados e utilizar bases existentes. Digitalização, aerofotogrametria e utilização de GPS são exem- plos de captura de dados. As bases de dados locais da própria prefeitura e as bases na- cionais, como o IBGE, são exemplos de bases existentes que podem ser utilizadas. Essas duas formas também mostram a diferença entre dados primários, coletados pela primei- ra vez, e secundários, retirados de outras fontes. 2.1 CONTEXTO DE AQUISIÇÃO DE DADOS Pensar a aquisição de dados exige entender o contexto da ação desejada. Os dados de- vem apoiar a política pública, mas sua aquisição deve considerar que nem todo município irá criar um Sistema de Informações Geográficas (SIG). Por isso, apresentamos outras ferramentas, como o Google Earth, que podem ser utilizadas para análise de dados mu- nicipais e que trazem diferentes possibilidades para diferentes contextos. Escolher qual ferramenta será utilizada dependerá do contexto municipal, que inclui diferentes neces- sidades e capacidades de recursos e administrativas. Esses tópicos estarão presentes no debate da Videoaula 2. As duas principais características dos Sistemas de Informações Geográficas (SIG) são utilizar dados georreferenciados e reunir diferentes fontes de dados. O dado georrefe- renciado é aquele que tem sua dimensão espacial associada à sua localização na super- fície da terra. Alguns dados necessários podem es- tar disponíveis em bases governamen- tais de acesso aberto, como o Instituto Brasileiro de Geografia a Estatística (IBGE) e o Sistema Único de Saúde (SUS). Instituições de pesquisa, fundações, uni- versidades, e empresas privadas também são fontes de dados e informações, como a Fundação João Pinheiro, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e ferramentas de mapas on-line. Portal do IBGE https://www.ibge.gov.br/geociencias/ todos-os-produtos-geociencias.html Portal de dados do SUS https://datasus.saude.gov.br/ informacoes-de-saude-tabnet/ Portal de dados da Fundação João Pinheiro http://fjp.mg.gov.br/ Portal de dados do IPEA https://www.ipea.gov.br/portal/ APROFUNDE-SE https://www.ibge.gov.br/geociencias/todos-os-produtos-geociencias.html https://www.ibge.gov.br/geociencias/todos-os-produtos-geociencias.html https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/ https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/ http://fjp.mg.gov.br/ https://www.ipea.gov.br/portal/ 30 Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável A disponibilidade de dados nos municípios varia muito entre as diferentes regiões do país e entre cidades do mesmo estado. Algumas prefeituras dispõem de poucos dados e informações, e precisarão gerar (ou atualizar) um mapa do município em formato digital. Outras já possuem uma base de dados cartográfica inicial. Em muitos casos, as próprias prefeituras terão muitos dados que podem ser aproveita- dos para o sistema. Alguns exemplos são plantas de cadastros sociais e imobiliários, ma- pas antigos com informações históricas e bancos de dados das secretarias. Poderá ser preciso obter mais dados, como imagens aéreas em escala para se identificar lotes. Em todos os casos, a aquisição de dados precisa se encaixar com objetivos, realidade e recursos do município. Na sequência, discutiremos a etapa de aquisição de dados para montar o SIG municipal. 2.2 AQUISIÇÃO DE DADOS A aquisição de dados é uma tarefa contínua. Com o tempo, é necessário atualizar os da- dos existentes ou adicionar dados de acordo com os objetivos das políticas públicas ou dos problemas das cidades. Esse processo passa pelas etapas de planejamento, digitali- zação/coleta/aquisição, processamento/verificação e inclusão no banco de dados. Figura 9 – Fluxo de aquisição de dados Fonte: Elaborado pela autora. Elaboração gráfica do LabHab. 2022. Adaptado de Longley et al. (2015). 31 Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável Na etapa de planejamento é feito um diagnóstico para identifi- car quais dados e informações a prefeitura já possui, e as neces- sidades da administração pública. A partir disso, determina-se quais dados deverão ser incluídos no sistema. No caso da planta de cadastro de valores, poderá ser preciso criá-la e atualizá-la. Também pode ser importante levantar ou atualizar a população por bairro e a localização de escolas, praças, postos de saúde e outros equipamentos públicos. Outra possibilidade é cons- truir mapas com as áreas de importância ambiental, de interes- se histórico, de especial interesse social e com outros tipos de zoneamento. Na etapa de Digitalização/Coleta/Aquisição, deve-se digitalizar mapas, adquirir dados de bases existentes e coletar novos da- dos. Na etapa de processamento/verificação, o dado é prepara- do para ser incluído na base, com correção de possíveis erros. Trataremos mais dessas etapas no subcapítulo 2.4. A etapa final é a inclusão na base de dados e será discutida no próximo capítulo. AULA 2 MÓDULO 3 Aula 2: Aquisição de dados: uma visão geral do processo 2.3 FONTES DE DADOS, INFORMAÇÕES E INDICADORES NACIONAIS Os governos enfrentam diferentes desafios para adquirir e co- letar dados. Por isso, é importante que prefeituras e governos estaduais aproveitem dados, informações e indicadores que já estão disponíveis nacionalmente. A proposta é que os esforços locais complementem os esforços realizados pelo governo fe- deral, com o objetivo de criar uma cooperação entre os níveis de governo. Grande quantidade de dados produzidos pelo go- verno federal são de acesso público e gratuito. A principal e mais completa base de dados disponível no Brasil é o Censo Demográfico, atualizado a cada dez anos. Ele permite conhecer as condições de vida da população nas áreas urbanas e rurais dos municípios brasileiros. A riqueza de informações do Censo é essencial para se criar políticas públicas. O IBGE reali- za outras pesquisas além do Censo, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), que gera informações sobre os seguintes recortes territoriais: Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação, Regiões Metropolitanas que contêm Municípios das Capitais, Região Integrada de Desenvolvimento (RIDE) da Grande Teresina e municípios das capitais. PARA MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O TEMA VER TAMBÉM O MÓDULO 8. 8 32 Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável Os temas tratados pelo IBGE no Censo se di- videm em características demográficas da população, características socioeconômicas, características de domicílios particulares e ca- racterísticas urbanísticas (JANNUZZI, 2006). As características sociodemográficas são ida- de, sexo, cor ou raça, religião e fecundidade, por exemplo. Como exemplos de caracterís- ticas socioeconômicas temos renda, situação de trabalho e posse de bens materiais. Para os domicílios particulares, o IBGE coleta infor- mações sobre número de banheiros e as for- mas de coleta de esgoto, a coleta de resíduos sólidos e o abastecimento de água. Para as ca- racterísticas urbanísticas, coleta informações sobre o entorno das moradias, investigando dez itens: capacidade da via, pavimentação, bueiro e boca de lobo, iluminação pública, ponto de ônibus ou van, sinalização para bi- cicletas, existência de calçada, obstáculo na calçada, rampa para cadeirante e arborização. O IBGE realiza e disponibiliza para a população muitas pesquisas. Elas envolvem temas como educação, trabalho, economia, população, saúde e território, não só sobre o Brasil, mas também sobre seus estados e municípios. Você pode consultaressas pesquisas no site do IBGE Cidades@. O Cidades@ é o sistema que reúne as informações do IBGE sobre os municípios e estados do Brasil, e está disponível no link https://cidades.ibge.gov.br/ pesquisas. VOCÊ SABIA ? A primeira contagem da população brasileira foi realizada em 1872, ainda durante o Império. Mas foi a partir de 1890, já na República, que os censos passaram a ser feitos a cada dez anos. O Brasil mantém um excelente retrospecto dos censos regulares e inovadores. Segundo o IBGE, o Brasil foi o primeiro país da América Latina a incluir o tema “fecundidade” e o único a colher informações sobre renda. VOCÊ SABIA ? O Censo cobre todo o território nacional e é a principal referência para se entender o país. Além disso, os dados são desagregados por estados, municípios, regiões metro- politanas e em setores censitários. O setor censitário é a menor unidade territorial trabalhada pelo IBGE para coletar as informações censitárias. Em geral, o território de um município incorpora alguns ou muitos setores censitários. Nesse sentido, a espa- cialização do dado é fundamental para o seu entendimento de acordo com as necessi- dades do município. O censo demográfico é essencial para as políticas públicas, já que coleta muitos dados e com muitos detalhes sobre um certo período. Ele permite criar, avaliar e monitorar polí- ticas públicas e seus programas, direcionando-as adequadamente para as áreas que mais precisam. Também permite calcular o tamanho do público-alvo de programas sociais. https://cidades.ibge.gov.br/pesquisas https://cidades.ibge.gov.br/pesquisas 33 Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável Os dados do Censo foram usados pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo para criar indicadores de avaliação da inclusão urbana de empreendimentos habitacionais (LABHAB, 2021). Nesse caso, a avaliação da malha urbana e da inserção viária foi baseada nos seguintes dados: setor censitário classifi- cado como área urbana, sistema viário urbano no entorno do empreendimento e den- sidade demográfica. O quadro abaixo apresenta algumas fontes de dados, informações e indicadores nacionais. Quadro 1 – Exemplos de bases de dados nacionais Fonte: Elaborado pela autora. Elaboração gráfica do LabHab. 2022. Adaptado de Jannuzzi (2006). https://downloads.ibge.gov.br/ https://downloads.ibge.gov.br/ http://www.snis.gov.br/ http://www.snis.gov.br/ https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/ https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/ https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/ https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/ 34 Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável Além das pesquisas citadas acima, outros órgãos nacionais também têm bases de da- dos espaciais on-line que podem ser baixadas e utilizadas. Alguns deles são o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério dos Transportes, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e a Fundação João Pinheiro (FJP). Eles também realizam estudos e pesquisas, e possuem bases de dados estatísticos e es- paciais que podem ser consultados. Quadro 2 – Exemplos de bases de dados espaciais e tabulares de instituições de pesquisa e órgãos públicos Fonte: Elaborado pela autora. Elaboração gráfica do LabHab. 2022. http://mapas.mma.gov.br/i3geo/datadownload.htm http://mapas.mma.gov.br/i3geo/datadownload.htm http://www.cprm.gov.br/publique/Gestao-Territorial/Apresentacao-37 http://www.cprm.gov.br/publique/Gestao-Territorial/Apresentacao-37 http://terrabrasilis.dpi.inpe.br/downloads/ http://terrabrasilis.dpi.inpe.br/downloads/ https://www.car.gov.br/publico/imoveis/index https://www.car.gov.br/publico/imoveis/index https://mapbiomas.org/ https://www.ipea.gov.br/ipeageo/bases.html https://www.ipea.gov.br/ipeageo/bases.html http://fjp.mg.gov.br/produtos/ http://www.snirh.gov.br/ https://adaptabrasil.mcti.gov.br/ https://www.gov.br/transportes/pt-br/assuntos/dados-de-transportes/bit/bit-mapas 35 Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável Outro exemplo é a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), associada ao Ministério de Minas e Energia, com atribuições de Serviço Geológico do Brasil. Ela pos- sui o mapeamento de risco para alguns municípios brasileiros, com informações como risco de inundação e de deslizamentos de terra. Elas são úteis para realizar o cruzamento desses mapas com mapas de planejamento territorial municipal ou para verificar possibi- lidades de regularização fundiária e urbanística. Além disso, podem ajudar na tomada de decisão. Os arquivos do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério da Infraestrutura também são úteis cruzar informações e para ajudar no planejamento territorial. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o MapBiomas disponibilizam mapas de cobertura vegetal, tipo de uso do solo e de queimadas. O INPE monitora ativamente fo- cos de queimada e isso está disponível on-line para consulta. O Mapbiomas é fruto de uma rede colaborativa que mapeia a co- bertura de solo de todo o país anualmente. Esses dados podem ser baixados e utilizados livremente. Os mapeamentos indicam mudanças de uso do solo de um ano para o outro, localização de áreas de desmatamento e de queimadas, e permitem fazer aná- lises temporais. São úteis em todo o território, especialmente no caso de municípios de regiões com focos de desmatamento e queimada. Outra fonte de informação para municípios com grandes áreas rurais é o SICAR (Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural), que disponibiliza on-line os polígonos das propriedades cadastradas e algumas informações adicionais. A Fundação João Pinheiro (FJP) também realiza estudos impor- tantes. Ela disponibiliza muitas estatísticas e indicadores eco- nômicos, financeiros, demográficos e sociais. Um dos campos em que é reconhecida é no estudo do déficit habitacional e da inadequação de domicílios. O estudo é atualizado anualmente para estados e regiões metropolitanas selecionados, e está dis- ponível com seus dados para consultas on-line. As informações podem servir de base para políticas públicas municipais habita- cionais, especialmente por ser publicado anualmente. Além de bases nacionais, os municípios podem verificar se há disponibilidade de dados estaduais. Com frequência, é possível obter dados e informações em nível estadual, apesar das bases variarem de estado para estado. Os exemplos de bases de da- dos disponibilizadas on-line pelos estados são o Departamento de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul (https://dee. rs.gov.br/inicial) e o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (https://www.ipardes.pr.gov.br ). https://dee.rs.gov.br/inicial https://dee.rs.gov.br/inicial https://www.ipardes.pr.gov.br 36 Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável Conhecer as limitações das fontes de dados é importante para saber até onde o gestor ou a gestora pública pode ir com eles. Reconhecendo seus limites, é possível usá-los da forma certa de acordo com objetivos e necessidades locais. No momento, os dados disponíveis pelo censo demográfico brasileiro são de 2010. Como estamos em 2022, a realidade pode ter mudado muito em 12 anos. Então, é importante considerar que o perfil da população de uma região pode já não ser o mesmo quando se cria políticas públicas. Ainda assim, alguns dados do Censo 2010 talvez possam ser aproveitados, enquanto outros não. AULA 3 MÓDULO 3 Aula 3: Dados, informações e indicadores nacionais 2.4 FONTES DE DADOS E INFORMAÇÕES EM NÍVEL LOCAL A disponibilidade de dados e informações em nível municipal é diferente para cada município, porque existem desafios diver- sos para coletar e executar a gestão de dados. Muitos desafios surgem por causa de diferentes capacidades técnicas, institu- cionaise governativas dos entes federados. Assim, o acesso a ferramentas digitais nas cidades é bastante desigual (UN- HABITAT, 2012). Veja abaixo algumas ferramentas e formas de apresentar os dados que alguns municípios talvez já tenham: • Informações do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) – Secretaria de Saúde ou similar; • Registros administrativos (de saúde, de focos de dengue, de pontos de coleta de lixo etc.) – diversas secretarias; • Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM) – Secretaria de Planejamento Urbano ou similar; • Planta Geral de Valores para cálculo do IPTU – Secretaria de Finanças ou similar; • Plantas do Plano Diretor – Secretaria de Planejamento Urbano ou similar; • Mapas antigos do município – Arquivo Público; • Rotas de ônibus – empresas de transporte público. Esses exemplos mostram que é muito importante levantar os dados e informações que o município já tem e de quais preci- sa. É importante saber quais documentos, dados e informações 37 Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável já existem, onde estão, em qual formato e com qual qualidade se encontram. Isso ajudará a equipe a identificar quais dados e informações a prefeitura precisa e não possui no momento. Pode ser que faltem informações necessárias ou interessantes para as políticas públicas locais, como um conjunto de imagens aéreas. No item 2.4.1 trataremos do aproveitamento de dados e informações existentes e no item 2.4.2 veremos algumas for- mas de gerar dados. 2.4.1 APROVEITAMENTO DE DADOS EXISTENTES As prefeituras podem já ter dados e informações que podem ser aproveitados. Esses dados possuem diferentes potenciais de utilização e operações adicionais podem ser necessárias para aproveitá-los. Nos próximos itens, abordaremos algumas des- sas fontes de dados, onde podem ser utilizados e as operações necessárias para utilizá-los. 2.4.1.1 Registros administrativos O setor público gera muitas informações, dados e registros para orientar suas decisões e para as atividades cotidianas. Esses registros administrativos são necessários para se cobrar impostos, desenvolver programas sociais e políticas de saúde, trabalho e emprego (FERREIRA, 2008). Porém, suas informa- ções podem ser utilizadas para objetivos diferentes do original. É possível utilizá-los para construir novos indicadores para mo- nitorar políticas públicas municipais (JANNUZZI, 2006). AULA 4 MÓDULO 3 Aula 4: Dados e informações municipais: estratégias possíveis e o aproveitamento de dados e informações existentes Denaldi, Fonseca e Akaishi (2017) usaram os registros administrativos do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) do Ministério da Saúde para identificar e ca- racterizar a precariedade habitacional em um município. Para isso, as pesquisadoras espacializaram as informações geradas pelos agentes de saúde e transportaram essas informações para um programa de informações geográficas. Segundo as au- toras, essa base é útil especialmente para pequenos municípios com capacidade ad- ministrativa limitada e com dificuldades para gerar informações locais. PARA MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O TEMA VER TAMBÉM OS MÓDULOS 6 E 7. 6,7 Para saber mais sobre a utilização de dados do SIAB, veja o artigo de Rosana Denaldi, Maria L. Fonseca e Ana Akaishi. DENALDI, R.; FONSECA, M. de L.; AKAISHI, A. G. Produção de informação para política habitacional no contexto dos pequenos municípios: alternativa de utilização do sistema de informação da atenção básica (SIAB). Gestão & Regionalidade, São Caetano do Sul, v. 33, n. 99, p. 55–73, 2017. doi: 10.13037/gr.vol33n99.3806. Disponível em: https://seer.uscs.edu. br/index.php/revista_gestao/article/ view/3806 APROFUNDE-SE https://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_gestao/article/view/3806 https://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_gestao/article/view/3806 https://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_gestao/article/view/3806 38 Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável 2.4.1.2 Dados, mapas e plantas em papel Caso alguns ou todos os dados necessários estejam em papel, como mapas e plantas, é preciso digitalizá-los. Isso significa passar um dado impresso para o meio digital, esca- neando o documento para gerar um arquivo digital de boa qualidade. Esse arquivo digital é então colocado no sistema correto de coordenadas geográficas, ou seja, ele recebe uma informação de localização. Isso é feito por meio de programas de SIG e se chama georreferenciamento. Depois disso, é importante vetorizar a imagem. Nesse processo, desenhamos digitalmen- te pontos, linhas e polígonos para cada um dos elementos do mapa e acrescentamos os atributos ou informações associadas a cada um deles. Esses elementos podem ser rios, ruas, quadras ou lotes. A vetorização permite trabalhar com os elementos do mapa de forma separada, por exemplo, por lotes. A Figura 10 mostra um exemplo desse processo. À esquerda, temos um mapa do exército digitalizado e, à direita, sua versão vetorizada. Foram vetorizados os cursos d’água, as vias e as manchas urbanas. Acrescentou-se um código, o tipo e o nome para cada um dos elementos. Figura 10 – Exemplo de digitalização e vetorização de mapas em papel. O mapa à direita mostra o resultado da digitalização e vetorização do mapa à esquerda. Fonte: WEBER, E.; HASENACK, H. Base cartográfica digital do Rio Grande do Sul: escala 1:250.000. Porto Alegre: UFRGS – Centro de Ecologia, 2007. 1 CD-ROM. (Série Geoprocessamento). É preciso verificar se no processo de digitalização, vetorização e georreferenciamento todas as informações ficaram corretas e se a projeção cartográfica é a certa, pois existem muitos tipos de projeção disponíveis. Pode ser verificado se na etapa de vetorização de um rio o seu nome ficou errado ou se alguns trechos ficaram em locais incorretos, por exemplo. 39 Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável Algumas fontes de informações já podem estar disponíveis em formato digital (ou ve- torizado) em arquivos do tipo CAD, por exemplo. Os programas de CAD servem para fazer desenhos no computador, como plantas e mapas, e geralmente são usados para desenhos técnicos como projetos de arquitetura. Alguns arquivos CAD podem já estar georreferenciados. Nesse caso, eles precisarão apenas ser convertidos para um tipo de arquivo compatível com os sistemas de informações geográficas. Quando os arquivos digitais não estão georreferenciados, é necessário realizar o mesmo processo de georre- ferenciamento já explicado acima. Na década de 70, a Diretoria de Serviço Geográfico (DSG) do Exército Brasileiro criou cartas topográficas para todo o território nacional. Mesmo antigas, elas oferecem informações topográficas e históricas importantes. Atualmente, estão disponíveis em formato compatível com programas de Sistemas de Informações Geográficas e são de uso livre. VOCÊ SABIA ? Figura 11 – Exemplo de desenho feito em programa de CAD Fonte: https://www.autodesk.pt/products/autocad/overview?term=1-YEAR&tab=subscription 2.4.1.3 Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM) O Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM) é uma importante ferramenta que pode ser utilizada para o planejamento e a gestão territorial. Segundo a Carta Brasileira para Cidades Inteligentes, é um sistema que registra os elementos espaciais da estrutura urba- na, formado por uma componente geométrica e outra descritiva. O CTM é uma base sobre a qual podem ser construídas outras bases temáticas. Alguns exemplos são o cadastro tri- butário, a base de dados do sistema de saúde e o cadastro de áreas verdes e públicas. https://www.autodesk.pt/products/autocad/overview?term=1-YEAR&tab=subscription 40 Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável O CTM é interessante por cobrir todo o território do municí- pio. Essa é a diferença entre esse tipo de cadastro e o cadastroimobiliário, por exemplo. No cadastro imobiliário se encontram apenas os lotes e as glebas. No cadastro territorial multifinalitá- rio estão incluídos dados em áreas fora dos imóveis: objetos de infraestrutura nas ruas e praças ou nos rios e lagoas, e constru- ções não regularizadas. Essa diversidade de informações exige que cada tipo de objeto seja cadastrado como uma camada es- pecífica (CARNEIRO, 2018). O CTM atua como um inventário territorial que permite iden- tificar as necessidades reais do município. Por possuir uma grande variedade de informações, ele pode ser utilizado para direcionar ações e políticas públicas. Quando as prefeituras contam com um CTM completo e atualizado, podem identificar locais onde há habitações precárias ou locais onde ainda não há pavimentação, saneamento básico ou equipamentos urbanos públicos. Os municípios que já contam com esse cadastro podem utili- zá-lo como base para estabelecer um Sistema de Informações Geográficas municipal e para disponibilizar essas informações para a população. No caso de prefeituras que ainda não tenham o cadastro, a sua criação pode ser o ponto de partida para cole- tar informações que darão suporte aos eixos da política urba- na (planejamento, gestão, governança, financiamento, projetos e obras). Para se aprofundar nesse assunto, sugerimos que as pessoas participantes assistam à Videoaula 8. Caso haja inte- resse, o Portal Capacidades do Governo Federal disponibiliza um curso com diretrizes para se criar os Cadastros Territoriais Multifinalitários. AULA 8 MÓDULO 3 Aula 8: Cadastro Territorial Multifinalitário aplicado à Gestão Municipal Palestra do Prof. Everton da Silva O Ministério do Desenvolvimento Regional disponibiliza cursos EAD de acesso gratuito. Confira no link abaixo. https://www.gov.br/mdr/pt-br/assuntos/ desenvolvimento-regional/capacidades Os cursos do Programa Nacional de Capacitação das Cidades têm diversos temas relacionados à administração pública. Um dos cursos é direcionado à criação de cadastros territoriais multifinalitários: “Diretrizes para o Cadastro Territorial Multifinalitário”. APROFUNDE-SE https://www.gov.br/mdr/pt-br/assuntos/desenvolvimento-regional/capacidades https://www.gov.br/mdr/pt-br/assuntos/desenvolvimento-regional/capacidades 41 Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável 2.4.2 GERAÇÃO DE DADOS Em muitos casos, pode ser necessário gerar dados. Isso pode acontecer quando as bases públicas nacionais não são suficientes para a política pública local, não têm todos os da- dos necessários ou eles não estão na escala necessária. Ou também quando o município precisa de um certo dado que ainda não foi coletado. Existem alternativas gratuitas para gerar dados e informações utilizando plataformas on-line. Essas alternativas são muito úteis e aproveitam os recursos da própria admi- nistração pública, reduzindo custos e tempo. Mas em alguns casos, o tipo de informação solicitada exigirá a contratação de serviços específicos. Escolher qual ferramenta utilizar deve se basear nos seguintes aspectos: a) se a plata- forma é de uso livre ou se seu custo é viável; b) se a interface é versátil e acessível; c) se a equipe técnica está familiarizada com o seu manuseio; e d) se ela é compatível com outros programas usados pela prefeitura. Apresentaremos duas alternativas que já se mostraram bastante úteis e, em seguida, outras duas técnicas mais avançadas para se gerar dados. 2.4.2.1 Utilização de GPS O GPS (Sistema de Posicionamento Global) é uma ferramenta que permite que se cole- te informações sobre a localização geográfica de qualquer lugar da superfície terrestre. Essa localização é dada em coordenadas geográficas. Os pontos coletados com o GPS podem ser carregados e ajustados utilizando mapas on-line. Sua utilização é simples e di- reta: aparelhos de GPS ou celulares podem ser utilizados para coletar os pontos. A coleta de pontos e informações utilizando GPS é uma das formas mais simples das prefeituras reunirem dados. Imagine que uma prefeitura queira cadastrar os pontos da cidade onde costuma haver descarte irregular de resíduos. Para isso, a funcionária ou o funcionário pode ir a campo e marcar a localização desses pontos utilizando o GPS. Além de marcar os pontos no GPS, pode ser utilizado um formulário de campo para se preencher com mais informações so- bre cada um dos pontos (data e horário da visita, nome do local e nome da pessoa que fez o registro). Essas informações adicionais podem ser ligadas a cada um dos pontos utilizando ferramentas de mapas on-line como o Google Earth. Diversas ferramentas de uso livre podem ser utilizadas para carregar e ajustar dados de GPS: Google Earth, OpenStreetMap, QGIS, Carto e muitas outras. VOCÊ SABIA? 42 Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável 2.4.2.2 Google Earth Essa ferramenta aberta permite que se desenhe pontos, linhas e polígonos sobre ima- gens de satélite (vetorização). Outros recursos disponíveis são a visualização em 3D e informações de elevação do terreno. Também pode ser utilizada para gerar ou comple- mentar dados existentes. O Google Earth pode ser utilizado em muitas situações e ajuda o município a criar sua base de dados com informações específicas municipais. Ele também ajuda a divulgar os dados, facilitando a sua visualização por todas as pessoas interessadas. Dentro da plata- forma é possível organizar as informações em pastas e escolher as cores e o aspecto da visualização dos elementos (pontos, linhas e polígonos). Também é possível incluir pon- tos coletados em campo com o auxílio de um GPS e digitalizar informações existentes na prefeitura. Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em 2020 utilizou o Google Earth para gerar dados e informações (Krause et al., 2022). Ela foi reali- zada em seis polos do país: Belo Horizonte, Brasília, Juazeiro do Norte, Marabá, Recife e Porto Alegre, incluindo 157 municípios. Seu objetivo era identificar os núcleos urbanos informais nos municípios participantes. Os pesquisadores realizaram levantamento de campo em conjunto com as prefeituras locais. A base de dados inicial com os desenhos dos polígonos dos núcleos urbanos informais foi feita no Google Earth. O programa foi escolhido justamente pela facilidade de uso e pelos recursos disponibilizados. Em eta- pas posteriores, foi utilizado o programa de geoprocessamento QGIS, que possui mais recursos de análise. Os arquivos com o cadastro dos núcleos urbanos informais foram disponibilizados para as prefeituras participantes. AULA 5 MÓDULO 3 Aula 5: Dados e informações municipais: coleta e produção Na Videoaula 5 apresentamos um rápido tutorial sobre as funcionalidades do QGIS. Vimos que o Google Earth é uma ferramenta muito útil para a geração de dados e informações para as prefeituras. Na Videoaula 4 também foi apresentado um rápido tutorial com algumas funcionalidades. Você identifica aplicações do Google Earth para a sua cidade? Pense em algumas aplicações, partindo dos exemplos da apostila e da videoaula. Depois disso, parta para a mão na massa: tente utilizar o programa e gerar essas informações, explorando as funcionalidades que existem. ATIVIDADE PROGRAMADA 43 Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável 2.4.2.3 OpenStreetMap O OpenStreetMap é um projeto de mapeamento colaborativo, no qual qualquer pessoa pode editar os mapas. Todos os dados e informações gerados podem ser baixados e uti- lizados de forma livre. Programas que trabalham com informações geográficas, como o QGIS, possuem suporte para baixar e trabalhar com esses dados. As informações disponíveis variam de cidade para cidade. Em alguns locais, há maior quantidade de informações e, em outros, menos. É possível extrair traçados de vias e informações como nome das ruas e das rodovias. Além disso, informaçõessobre rotatórias, passagens de nível e viadutos também podem estar disponíveis. Como as in- formações que podem estar disponíveis para cada município variam e são muitas, reco- mendamos que se examine cuidadosamente o site do programa para avaliar suas utilida- des caso a caso. Para saber mais sobre as informações que podem estar disponíveis no OpenStreetMap, acesse o site do projeto. https://wiki.openstreetmap.org/ wiki/Map_features APROFUNDE-SE 2.4.2.4 Aerofotogrametria A aerofotogrametria é uma técnica de obtenção de informações sobre a superfície ter- restre por meio de fotografia aérea. Uma aeronave com uma câmera especial realiza um voo fotogramétrico, cobrindo toda a área a ser mapeada. Atualmente, é comum usar dro- nes para esse tipo de serviço. As ortofotos são as imagens geradas por esse voo. Ortofoto é a foto sem as deformações da fotografia aérea e as variações do relevo. Após essas correções, a ortofoto passa a equivaler geometricamente a um mapa ou planta desenhados. Todos os pontos se apre- sentam na mesma escala e seus elementos podem ser medidos com precisão. É possível medir distâncias, posições, ângulos e áreas, como num mapa comum. Com essa técnica é possível produzir mapas e cartas topográficas de forma rápida e com imagens. O processo é chamado de restituição aerofotogramétrica, no qual se interpreta as fotos e se desenha vetores sobre os elementos da imagem. Esse tipo de foto já é ofere- cida georreferenciada e pode ser carregada dentro do SIG, como veremos a seguir. Isso pode ser muito útil para prefeituras, facilitando a criação de projetos com informações topográficas do local. Também facilita a visualização dos elementos topográficos e das dimensões dos lotes, como a distância entre um elemento e uma edificação, por exemplo. Além disso, é preciso ter conhecimento téc- nico para trabalhar com o OpenStreetMap. O Google Earth também exige conhe- cimento técnico, mas menos do que o OpenStreetMap. https://wiki.openstreetmap.org/wiki/Map_features https://wiki.openstreetmap.org/wiki/Map_features 44 Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável A figura abaixo mostra uma ortofoto sobreposta por um mapa de lotes. Figura 12 – Exemplo de ortofoto e sobreposição de lotes para região de São Paulo Fonte: Adaptado de GeoSampa. O custo desse tipo de levantamento pode ser alto para alguns municípios. Nesse caso, há outras opções. O levantamento pode ser feito apenas em algumas áreas do município, como na região central, em áreas com maior crescimento imobiliário ou em áreas com menor disponibilidade de dados nas outras bases. Em alguns casos, é possível usar dife- rentes escalas para diferentes regiões, como mapear a área rural com menos detalhes e a área urbana com mais detalhes. Outra opção é combinar essas estratégias e fazer o le- vantamento em partes, começando pelas áreas urbanas com maior demanda e deixando o resto do território para um segundo momento. A utilização de aerofotogrametria não é acessível e muitos municípios não têm recursos para realizar os voos. Assim, não é necessário utilizá-la para que as prefeituras tenham informações importantes para suas políticas públicas, em especial para a política de de- senvolvimento urbano. 2.4.2.5 LiDAR O LiDAR (Light Detection and Ranging) é uma tecnologia óptica de detecção remota que mede propriedades da luz refletida. Ele emite feixes de laser na banda do infravermelho próximo (IV) e mede a rapidez com que o laser atinge um objeto e volta para o disposi- tivo. Dessa forma, a posição e a distância desse objeto podem ser determinadas. Isso facilita muitos trabalhos, como o mapeamento de florestas e terrenos. A posição dos objetos na superfície permite modelar a superfície do terreno tridimensionalmen- te. Assim, com o LiDAR se produz o Modelo Digital de Terreno e o Modelo Digital de Superfície. O modelo de terreno representa o terreno sem nenhuma cobertura, enquan- to o de superfície leva em conta objetos como árvores e edifícios. 45 Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável O LiDAR pode ser usado para comparar a área de fato construí- da de imóveis com a informada nos dados cadastrais do imóvel junto à prefeitura municipal. Isso foi feito em um estudo que utilizou o LiDAR para mapear imóveis potencialmente ociosos em São Paulo (ROYER et al., 2021). Algumas áreas-chave foram mapeadas com o LiDAR e depois as áreas construídas nos imó- veis foram conferidas. A partir disso, o potencial construtivo foi calculado e então esses dados foram comparados com o cadas- tro da prefeitura municipal. Caso queira se aprofundar mais no assunto, acesse o artigo abaixo sobre uso do LiDAR. ROYER, L. O. et al. Metodologia para identificação de imóveis potencialmente ociosos. São Paulo: FAU-USP, 2021. https://labhab.fau.usp.br/extensao/ metodologia-para-identificacao- de-imoveis-ociosos-passiveis-de- aplicacao-do-instrumento-de- parcelamento-edificacao-e-utilizacao- compulsorios-pelo-municipio-de-sao- paulo/ APROFUNDE-SE O LiDAR também foi utilizado para mapear a favela da Rocinha no Rio de Janeiro, através de um projeto chamado Favelas 4D. O mapeamento registra dimensões, distâncias e elevações das ruas e construções. As favelas, assentamentos precários, núcleos urbanizados e cortiços muitas vezes estão em áreas das quais se tem menos dados e menos mapeamentos disponíveis. Isso difi- culta o desenvolvimento da população que mora ali. Esse tipo de mapeamento dá visibilidade a essas comunidades e direciona po- líticas públicas, como projetos de infraestrutura básica. https://labhab.fau.usp.br/extensao/metodologia-para-identificacao-de-imoveis-ociosos-passiveis-de-aplicacao-do-instrumento-de-parcelamento-edificacao-e-utilizacao-compulsorios-pelo-municipio-de-sao-paulo/ https://labhab.fau.usp.br/extensao/metodologia-para-identificacao-de-imoveis-ociosos-passiveis-de-aplicacao-do-instrumento-de-parcelamento-edificacao-e-utilizacao-compulsorios-pelo-municipio-de-sao-paulo/ https://labhab.fau.usp.br/extensao/metodologia-para-identificacao-de-imoveis-ociosos-passiveis-de-aplicacao-do-instrumento-de-parcelamento-edificacao-e-utilizacao-compulsorios-pelo-municipio-de-sao-paulo/ https://labhab.fau.usp.br/extensao/metodologia-para-identificacao-de-imoveis-ociosos-passiveis-de-aplicacao-do-instrumento-de-parcelamento-edificacao-e-utilizacao-compulsorios-pelo-municipio-de-sao-paulo/ https://labhab.fau.usp.br/extensao/metodologia-para-identificacao-de-imoveis-ociosos-passiveis-de-aplicacao-do-instrumento-de-parcelamento-edificacao-e-utilizacao-compulsorios-pelo-municipio-de-sao-paulo/ https://labhab.fau.usp.br/extensao/metodologia-para-identificacao-de-imoveis-ociosos-passiveis-de-aplicacao-do-instrumento-de-parcelamento-edificacao-e-utilizacao-compulsorios-pelo-municipio-de-sao-paulo/ https://labhab.fau.usp.br/extensao/metodologia-para-identificacao-de-imoveis-ociosos-passiveis-de-aplicacao-do-instrumento-de-parcelamento-edificacao-e-utilizacao-compulsorios-pelo-municipio-de-sao-paulo/ 46 Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável Caso queira acessar o projeto Favela 4D, acesse o link abaixo. https://senseable.mit. edu/favelas/ APROFUNDE-SE Figura 13 – Exemplo de imagem tridimensional gerada pelo LiDAR para a favela da Rocinha/RJ Fonte: https://senseable.mit.edu/favelas/ Embora novas utilizações para o LiDAR estejam surgindo a cada dia, ele ainda não é uma tecnologia barata. Assim como o que foi dito para os levantamentos aerofotogramétricos, não é neces- sário utilizar o LIDAR para que as prefeituras tenham informa- ções relevantes para suas políticas públicas. Sua utilização pode ser considerada pelo poder público municipal para situações e necessidades específicas. Uma alternativa possível é o uso da visualização 3D do Google Earth apresentado acima. Quais dados e informações existem no seu município? Vimos nesse capítulo as informações já existentesnas prefeiurs são um recurso valioso para os sistemas de informações. Como sugestão, você pode buscar elaborar essa lista e conhecer o que já existe na sua prefeitura. Quando fizer isso, lembre-se dos itens que são importantes: informação, onde está, qual formato e qual a qualidade. ATIVIDADE PROGRAMADA https://senseable.mit.edu/favelas/ https://senseable.mit.edu/favelas/ https://senseable.mit.edu/favelas/