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Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável
CAPÍTULO 2 – AQUISIÇÃO DE DADOS
A aquisição de dados é um processo demorado e muitas vezes pode gerar custos, mas é 
fundamental para avanços de gestão e do desenvolvimento urbano sustentável. Neste 
capítulo, apresentaremos as duas principais formas de adquirir dados: capturar dados e 
utilizar bases existentes. Digitalização, aerofotogrametria e utilização de GPS são exem-
plos de captura de dados. As bases de dados locais da própria prefeitura e as bases na-
cionais, como o IBGE, são exemplos de bases existentes que podem ser utilizadas. Essas 
duas formas também mostram a diferença entre dados primários, coletados pela primei-
ra vez, e secundários, retirados de outras fontes. 
2.1 CONTEXTO DE AQUISIÇÃO DE DADOS
Pensar a aquisição de dados exige entender o contexto da ação desejada. Os dados de-
vem apoiar a política pública, mas sua aquisição deve considerar que nem todo município 
irá criar um Sistema de Informações Geográficas (SIG). Por isso, apresentamos outras 
ferramentas, como o Google Earth, que podem ser utilizadas para análise de dados mu-
nicipais e que trazem diferentes possibilidades para diferentes contextos. Escolher qual 
ferramenta será utilizada dependerá do contexto municipal, que inclui diferentes neces-
sidades e capacidades de recursos e administrativas. Esses tópicos estarão presentes no 
debate da Videoaula 2.
As duas principais características dos Sistemas de Informações Geográficas (SIG) são 
utilizar dados georreferenciados e reunir diferentes fontes de dados. O dado georrefe-
renciado é aquele que tem sua dimensão espacial associada à sua localização na super-
fície da terra.
Alguns dados necessários podem es-
tar disponíveis em bases governamen-
tais de acesso aberto, como o Instituto 
Brasileiro de Geografia a Estatística 
(IBGE) e o Sistema Único de Saúde (SUS). 
Instituições de pesquisa, fundações, uni-
versidades, e empresas privadas também 
são fontes de dados e informações, como 
a Fundação João Pinheiro, o Instituto de 
Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e 
ferramentas de mapas on-line.
Portal do IBGE
https://www.ibge.gov.br/geociencias/
todos-os-produtos-geociencias.html 
Portal de dados do SUS
https://datasus.saude.gov.br/
informacoes-de-saude-tabnet/
Portal de dados da Fundação João 
Pinheiro
http://fjp.mg.gov.br/
Portal de dados do IPEA
https://www.ipea.gov.br/portal/
APROFUNDE-SE
https://www.ibge.gov.br/geociencias/todos-os-produtos-geociencias.html
https://www.ibge.gov.br/geociencias/todos-os-produtos-geociencias.html
https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/
https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/
http://fjp.mg.gov.br/
https://www.ipea.gov.br/portal/
30
Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável
A disponibilidade de dados nos municípios varia muito entre as diferentes regiões do 
país e entre cidades do mesmo estado. Algumas prefeituras dispõem de poucos dados e 
informações, e precisarão gerar (ou atualizar) um mapa do município em formato digital. 
Outras já possuem uma base de dados cartográfica inicial. 
Em muitos casos, as próprias prefeituras terão muitos dados que podem ser aproveita-
dos para o sistema. Alguns exemplos são plantas de cadastros sociais e imobiliários, ma-
pas antigos com informações históricas e bancos de dados das secretarias. Poderá ser 
preciso obter mais dados, como imagens aéreas em escala para se identificar lotes.
Em todos os casos, a aquisição de dados precisa se encaixar com objetivos, realidade e 
recursos do município. Na sequência, discutiremos a etapa de aquisição de dados para 
montar o SIG municipal. 
2.2 AQUISIÇÃO DE DADOS 
A aquisição de dados é uma tarefa contínua. Com o tempo, é necessário atualizar os da-
dos existentes ou adicionar dados de acordo com os objetivos das políticas públicas ou 
dos problemas das cidades. Esse processo passa pelas etapas de planejamento, digitali-
zação/coleta/aquisição, processamento/verificação e inclusão no banco de dados. 
Figura 9 – Fluxo de aquisição de dados
Fonte: Elaborado pela autora. Elaboração gráfica do LabHab. 2022. Adaptado de Longley et al. (2015).
31
Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável
Na etapa de planejamento é feito um diagnóstico para identifi-
car quais dados e informações a prefeitura já possui, e as neces-
sidades da administração pública. A partir disso, determina-se 
quais dados deverão ser incluídos no sistema. No caso da planta 
de cadastro de valores, poderá ser preciso criá-la e atualizá-la. 
Também pode ser importante levantar ou atualizar a população 
por bairro e a localização de escolas, praças, postos de saúde 
e outros equipamentos públicos. Outra possibilidade é cons-
truir mapas com as áreas de importância ambiental, de interes-
se histórico, de especial interesse social e com outros tipos de 
zoneamento.
Na etapa de Digitalização/Coleta/Aquisição, deve-se digitalizar 
mapas, adquirir dados de bases existentes e coletar novos da-
dos. Na etapa de processamento/verificação, o dado é prepara-
do para ser incluído na base, com correção de possíveis erros. 
Trataremos mais dessas etapas no subcapítulo 2.4. A etapa final é 
a inclusão na base de dados e será discutida no próximo capítulo. 
 AULA 2
MÓDULO 3
Aula 2: Aquisição de 
dados: uma visão 
geral do processo
2.3 FONTES DE DADOS, INFORMAÇÕES E 
INDICADORES NACIONAIS
Os governos enfrentam diferentes desafios para adquirir e co-
letar dados. Por isso, é importante que prefeituras e governos 
estaduais aproveitem dados, informações e indicadores que já 
estão disponíveis nacionalmente. A proposta é que os esforços 
locais complementem os esforços realizados pelo governo fe-
deral, com o objetivo de criar uma cooperação entre os níveis 
de governo. Grande quantidade de dados produzidos pelo go-
verno federal são de acesso público e gratuito.
A principal e mais completa base de dados disponível no Brasil 
é o Censo Demográfico, atualizado a cada dez anos. Ele permite 
conhecer as condições de vida da população nas áreas urbanas 
e rurais dos municípios brasileiros. A riqueza de informações do 
Censo é essencial para se criar políticas públicas. O IBGE reali-
za outras pesquisas além do Censo, como a Pesquisa Nacional 
por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), que 
gera informações sobre os seguintes recortes territoriais: 
Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação, Regiões 
Metropolitanas que contêm Municípios das Capitais, Região 
Integrada de Desenvolvimento (RIDE) da Grande Teresina e 
municípios das capitais.
PARA MAIS 
INFORMAÇÕES 
SOBRE O TEMA 
VER TAMBÉM O 
MÓDULO 8.
8
32
Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável
Os temas tratados pelo IBGE no Censo se di-
videm em características demográficas da 
população, características socioeconômicas, 
características de domicílios particulares e ca-
racterísticas urbanísticas (JANNUZZI, 2006). 
As características sociodemográficas são ida-
de, sexo, cor ou raça, religião e fecundidade, 
por exemplo. Como exemplos de caracterís-
ticas socioeconômicas temos renda, situação 
de trabalho e posse de bens materiais. Para os 
domicílios particulares, o IBGE coleta infor-
mações sobre número de banheiros e as for-
mas de coleta de esgoto, a coleta de resíduos 
sólidos e o abastecimento de água. Para as ca-
racterísticas urbanísticas, coleta informações 
sobre o entorno das moradias, investigando 
dez itens: capacidade da via, pavimentação, 
bueiro e boca de lobo, iluminação pública, 
ponto de ônibus ou van, sinalização para bi-
cicletas, existência de calçada, obstáculo na 
calçada, rampa para cadeirante e arborização.
O IBGE realiza e disponibiliza para a 
população muitas pesquisas. Elas envolvem temas 
como educação, trabalho, economia, população, saúde e 
território, não só sobre o Brasil, mas também sobre seus estados e 
municípios. Você pode consultaressas pesquisas no site do IBGE 
Cidades@. O Cidades@ é o sistema que reúne as informações 
do IBGE sobre os municípios e estados do Brasil, e está 
disponível no link https://cidades.ibge.gov.br/
pesquisas. 
VOCÊ SABIA ?
A primeira contagem 
da população brasileira foi 
realizada em 1872, ainda durante o 
Império. Mas foi a partir de 1890, já 
na República, que os censos passaram 
a ser feitos a cada dez anos. O Brasil 
mantém um excelente retrospecto 
dos censos regulares e inovadores. 
Segundo o IBGE, o Brasil foi o 
primeiro país da América Latina a 
incluir o tema “fecundidade” e o 
único a colher informações 
sobre renda.
VOCÊ SABIA ?
O Censo cobre todo o território nacional e é a principal referência para se entender o 
país. Além disso, os dados são desagregados por estados, municípios, regiões metro-
politanas e em setores censitários. O setor censitário é a menor unidade territorial 
trabalhada pelo IBGE para coletar as informações censitárias. Em geral, o território de 
um município incorpora alguns ou muitos setores censitários. Nesse sentido, a espa-
cialização do dado é fundamental para o seu entendimento de acordo com as necessi-
dades do município.
O censo demográfico é essencial para as políticas públicas, já que coleta muitos dados e 
com muitos detalhes sobre um certo período. Ele permite criar, avaliar e monitorar polí-
ticas públicas e seus programas, direcionando-as adequadamente para as áreas que mais 
precisam. Também permite calcular o tamanho do público-alvo de programas sociais.
https://cidades.ibge.gov.br/pesquisas
https://cidades.ibge.gov.br/pesquisas
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Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável
Os dados do Censo foram usados pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da 
Universidade de São Paulo para criar indicadores de avaliação da inclusão urbana de 
empreendimentos habitacionais (LABHAB, 2021). Nesse caso, a avaliação da malha 
urbana e da inserção viária foi baseada nos seguintes dados: setor censitário classifi-
cado como área urbana, sistema viário urbano no entorno do empreendimento e den-
sidade demográfica.
O quadro abaixo apresenta algumas fontes de dados, informações e indicadores 
nacionais.
 
Quadro 1 – Exemplos de bases de dados nacionais
Fonte: Elaborado pela autora. Elaboração gráfica do LabHab. 2022. Adaptado de Jannuzzi (2006). 
https://downloads.ibge.gov.br/
https://downloads.ibge.gov.br/
http://www.snis.gov.br/
http://www.snis.gov.br/
https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/
https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/
https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/
https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/
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Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável
Além das pesquisas citadas acima, outros órgãos nacionais também têm bases de da-
dos espaciais on-line que podem ser baixadas e utilizadas. Alguns deles são o Ministério 
do Meio Ambiente, o Ministério dos Transportes, o Instituto de Pesquisa Econômica 
Aplicada (IPEA), o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e a Fundação João Pinheiro (FJP). 
Eles também realizam estudos e pesquisas, e possuem bases de dados estatísticos e es-
paciais que podem ser consultados.
Quadro 2 – Exemplos de bases de dados espaciais e tabulares de instituições de pesquisa e órgãos públicos
Fonte: Elaborado pela autora. Elaboração gráfica do LabHab. 2022.
http://mapas.mma.gov.br/i3geo/datadownload.htm
http://mapas.mma.gov.br/i3geo/datadownload.htm
http://www.cprm.gov.br/publique/Gestao-Territorial/Apresentacao-37
http://www.cprm.gov.br/publique/Gestao-Territorial/Apresentacao-37
http://terrabrasilis.dpi.inpe.br/downloads/
http://terrabrasilis.dpi.inpe.br/downloads/
https://www.car.gov.br/publico/imoveis/index
https://www.car.gov.br/publico/imoveis/index
https://mapbiomas.org/
https://www.ipea.gov.br/ipeageo/bases.html
https://www.ipea.gov.br/ipeageo/bases.html
http://fjp.mg.gov.br/produtos/
http://www.snirh.gov.br/
https://adaptabrasil.mcti.gov.br/
https://www.gov.br/transportes/pt-br/assuntos/dados-de-transportes/bit/bit-mapas
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Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável
Outro exemplo é a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), associada ao 
Ministério de Minas e Energia, com atribuições de Serviço Geológico do Brasil. Ela pos-
sui o mapeamento de risco para alguns municípios brasileiros, com informações como 
risco de inundação e de deslizamentos de terra. Elas são úteis para realizar o cruzamento 
desses mapas com mapas de planejamento territorial municipal ou para verificar possibi-
lidades de regularização fundiária e urbanística. Além disso, podem ajudar na tomada de 
decisão. Os arquivos do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério da Infraestrutura 
também são úteis cruzar informações e para ajudar no planejamento territorial. 
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o 
MapBiomas disponibilizam mapas de cobertura vegetal, tipo de 
uso do solo e de queimadas. O INPE monitora ativamente fo-
cos de queimada e isso está disponível on-line para consulta. O 
Mapbiomas é fruto de uma rede colaborativa que mapeia a co-
bertura de solo de todo o país anualmente. Esses dados podem 
ser baixados e utilizados livremente. Os mapeamentos indicam 
mudanças de uso do solo de um ano para o outro, localização de 
áreas de desmatamento e de queimadas, e permitem fazer aná-
lises temporais. São úteis em todo o território, especialmente 
no caso de municípios de regiões com focos de desmatamento 
e queimada. Outra fonte de informação para municípios com 
grandes áreas rurais é o SICAR (Sistema Nacional de Cadastro 
Ambiental Rural), que disponibiliza on-line os polígonos das 
propriedades cadastradas e algumas informações adicionais.
A Fundação João Pinheiro (FJP) também realiza estudos impor-
tantes. Ela disponibiliza muitas estatísticas e indicadores eco-
nômicos, financeiros, demográficos e sociais. Um dos campos 
em que é reconhecida é no estudo do déficit habitacional e da 
inadequação de domicílios. O estudo é atualizado anualmente 
para estados e regiões metropolitanas selecionados, e está dis-
ponível com seus dados para consultas on-line. As informações 
podem servir de base para políticas públicas municipais habita-
cionais, especialmente por ser publicado anualmente. 
Além de bases nacionais, os municípios podem verificar se há 
disponibilidade de dados estaduais. Com frequência, é possível 
obter dados e informações em nível estadual, apesar das bases 
variarem de estado para estado. Os exemplos de bases de da-
dos disponibilizadas on-line pelos estados são o Departamento 
de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul (https://dee.
rs.gov.br/inicial) e o Instituto Paranaense de Desenvolvimento 
Econômico e Social (https://www.ipardes.pr.gov.br ).
https://dee.rs.gov.br/inicial
https://dee.rs.gov.br/inicial
https://www.ipardes.pr.gov.br
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Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável
Conhecer as limitações das fontes de dados é importante para 
saber até onde o gestor ou a gestora pública pode ir com eles. 
Reconhecendo seus limites, é possível usá-los da forma certa 
de acordo com objetivos e necessidades locais. No momento, 
os dados disponíveis pelo censo demográfico brasileiro são de 
2010. Como estamos em 2022, a realidade pode ter mudado 
muito em 12 anos. Então, é importante considerar que o perfil 
da população de uma região pode já não ser o mesmo quando 
se cria políticas públicas. Ainda assim, alguns dados do Censo 
2010 talvez possam ser aproveitados, enquanto outros não. 
AULA 3
MÓDULO 3
Aula 3: Dados, 
informações e 
indicadores nacionais
2.4 FONTES DE DADOS E INFORMAÇÕES 
EM NÍVEL LOCAL 
A disponibilidade de dados e informações em nível municipal é 
diferente para cada município, porque existem desafios diver-
sos para coletar e executar a gestão de dados. Muitos desafios 
surgem por causa de diferentes capacidades técnicas, institu-
cionaise governativas dos entes federados. Assim, o acesso 
a ferramentas digitais nas cidades é bastante desigual (UN-
HABITAT, 2012). Veja abaixo algumas ferramentas e formas de 
apresentar os dados que alguns municípios talvez já tenham:
• Informações do Sistema de Informação da Atenção 
Básica (SIAB) – Secretaria de Saúde ou similar;
• Registros administrativos (de saúde, de focos de 
dengue, de pontos de coleta de lixo etc.) – diversas 
secretarias;
• Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM) – Secretaria 
de Planejamento Urbano ou similar;
• Planta Geral de Valores para cálculo do IPTU – 
Secretaria de Finanças ou similar;
• Plantas do Plano Diretor – Secretaria de Planejamento 
Urbano ou similar;
• Mapas antigos do município – Arquivo Público;
• Rotas de ônibus – empresas de transporte público.
Esses exemplos mostram que é muito importante levantar os 
dados e informações que o município já tem e de quais preci-
sa. É importante saber quais documentos, dados e informações 
37
Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável
já existem, onde estão, em qual formato e com qual qualidade 
se encontram. Isso ajudará a equipe a identificar quais dados 
e informações a prefeitura precisa e não possui no momento. 
Pode ser que faltem informações necessárias ou interessantes 
para as políticas públicas locais, como um conjunto de imagens 
aéreas. No item 2.4.1 trataremos do aproveitamento de dados 
e informações existentes e no item 2.4.2 veremos algumas for-
mas de gerar dados.
2.4.1 APROVEITAMENTO DE DADOS EXISTENTES
As prefeituras podem já ter dados e informações que podem ser 
aproveitados. Esses dados possuem diferentes potenciais de 
utilização e operações adicionais podem ser necessárias para 
aproveitá-los. Nos próximos itens, abordaremos algumas des-
sas fontes de dados, onde podem ser utilizados e as operações 
necessárias para utilizá-los.
2.4.1.1 Registros administrativos
O setor público gera muitas informações, dados e registros 
para orientar suas decisões e para as atividades cotidianas. 
Esses registros administrativos são necessários para se cobrar 
impostos, desenvolver programas sociais e políticas de saúde, 
trabalho e emprego (FERREIRA, 2008). Porém, suas informa-
ções podem ser utilizadas para objetivos diferentes do original. 
É possível utilizá-los para construir novos indicadores para mo-
nitorar políticas públicas municipais (JANNUZZI, 2006).
AULA 4
MÓDULO 3
Aula 4: Dados e 
informações municipais: 
estratégias possíveis e 
o aproveitamento de 
dados e informações 
existentes
Denaldi, Fonseca e Akaishi (2017) usaram 
os registros administrativos do Sistema de 
Informação da Atenção Básica (SIAB) do 
Ministério da Saúde para identificar e ca-
racterizar a precariedade habitacional em 
um município. Para isso, as pesquisadoras 
espacializaram as informações geradas 
pelos agentes de saúde e transportaram 
essas informações para um programa de 
informações geográficas. Segundo as au-
toras, essa base é útil especialmente para 
pequenos municípios com capacidade ad-
ministrativa limitada e com dificuldades 
para gerar informações locais. 
PARA MAIS 
INFORMAÇÕES 
SOBRE O TEMA 
VER TAMBÉM OS 
MÓDULOS 6 E 7.
6,7
Para saber mais sobre a utilização 
de dados do SIAB, veja o artigo de Rosana 
Denaldi, Maria L. Fonseca e Ana Akaishi.
DENALDI, R.; FONSECA, M. de L.; AKAISHI, 
A. G. Produção de informação para política 
habitacional no contexto dos pequenos 
municípios: alternativa de utilização do 
sistema de informação da atenção básica 
(SIAB). Gestão & Regionalidade, São 
Caetano do Sul, v. 33, n. 99, p. 55–73, 2017. 
doi: 10.13037/gr.vol33n99.3806.
Disponível em: https://seer.uscs.edu.
br/index.php/revista_gestao/article/
view/3806
APROFUNDE-SE
https://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_gestao/article/view/3806
https://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_gestao/article/view/3806
https://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_gestao/article/view/3806
38
Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável
2.4.1.2 Dados, mapas e plantas em papel
Caso alguns ou todos os dados necessários estejam em papel, como mapas e plantas, é 
preciso digitalizá-los. Isso significa passar um dado impresso para o meio digital, esca-
neando o documento para gerar um arquivo digital de boa qualidade. 
Esse arquivo digital é então colocado no sistema correto de coordenadas geográficas, 
ou seja, ele recebe uma informação de localização. Isso é feito por meio de programas de 
SIG e se chama georreferenciamento. 
Depois disso, é importante vetorizar a imagem. Nesse processo, desenhamos digitalmen-
te pontos, linhas e polígonos para cada um dos elementos do mapa e acrescentamos os 
atributos ou informações associadas a cada um deles. Esses elementos podem ser rios, 
ruas, quadras ou lotes. A vetorização permite trabalhar com os elementos do mapa de 
forma separada, por exemplo, por lotes.
A Figura 10 mostra um exemplo desse processo. À esquerda, temos um mapa do exército 
digitalizado e, à direita, sua versão vetorizada. Foram vetorizados os cursos d’água, as 
vias e as manchas urbanas. Acrescentou-se um código, o tipo e o nome para cada um dos 
elementos.
Figura 10 – Exemplo de digitalização e vetorização de mapas em papel. O mapa à direita mostra o resultado da 
digitalização e vetorização do mapa à esquerda.
Fonte: WEBER, E.; HASENACK, H. Base cartográfica digital do Rio Grande do Sul: escala 1:250.000. Porto Alegre: 
UFRGS – Centro de Ecologia, 2007. 1 CD-ROM. (Série Geoprocessamento).
É preciso verificar se no processo de digitalização, vetorização e georreferenciamento 
todas as informações ficaram corretas e se a projeção cartográfica é a certa, pois existem 
muitos tipos de projeção disponíveis. Pode ser verificado se na etapa de vetorização de 
um rio o seu nome ficou errado ou se alguns trechos ficaram em locais incorretos, por 
exemplo.
39
Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável
Algumas fontes de informações já podem estar disponíveis em formato digital (ou ve-
torizado) em arquivos do tipo CAD, por exemplo. Os programas de CAD servem para 
fazer desenhos no computador, como plantas e mapas, e geralmente são usados para 
desenhos técnicos como projetos de arquitetura. Alguns arquivos CAD podem já estar 
georreferenciados. Nesse caso, eles precisarão apenas ser convertidos para um tipo de 
arquivo compatível com os sistemas de informações geográficas. Quando os arquivos 
digitais não estão georreferenciados, é necessário realizar o mesmo processo de georre-
ferenciamento já explicado acima.
Na década de 70, a Diretoria de Serviço 
Geográfico (DSG) do Exército Brasileiro criou cartas 
topográficas para todo o território nacional. Mesmo antigas, elas 
oferecem informações topográficas e históricas importantes. 
Atualmente, estão disponíveis em formato compatível 
com programas de Sistemas de Informações 
Geográficas e são de uso livre.
VOCÊ SABIA ?
Figura 11 – Exemplo de desenho feito em programa de CAD
Fonte: https://www.autodesk.pt/products/autocad/overview?term=1-YEAR&tab=subscription
2.4.1.3 Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM)
O Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM) é uma importante ferramenta que pode 
ser utilizada para o planejamento e a gestão territorial. Segundo a Carta Brasileira para 
Cidades Inteligentes, é um sistema que registra os elementos espaciais da estrutura urba-
na, formado por uma componente geométrica e outra descritiva. O CTM é uma base sobre 
a qual podem ser construídas outras bases temáticas. Alguns exemplos são o cadastro tri-
butário, a base de dados do sistema de saúde e o cadastro de áreas verdes e públicas.
https://www.autodesk.pt/products/autocad/overview?term=1-YEAR&tab=subscription
40
Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável
O CTM é interessante por cobrir todo o território do municí-
pio. Essa é a diferença entre esse tipo de cadastro e o cadastroimobiliário, por exemplo. No cadastro imobiliário se encontram 
apenas os lotes e as glebas. No cadastro territorial multifinalitá-
rio estão incluídos dados em áreas fora dos imóveis: objetos de 
infraestrutura nas ruas e praças ou nos rios e lagoas, e constru-
ções não regularizadas. Essa diversidade de informações exige 
que cada tipo de objeto seja cadastrado como uma camada es-
pecífica (CARNEIRO, 2018).
O CTM atua como um inventário territorial que permite iden-
tificar as necessidades reais do município. Por possuir uma 
grande variedade de informações, ele pode ser utilizado para 
direcionar ações e políticas públicas. Quando as prefeituras 
contam com um CTM completo e atualizado, podem identificar 
locais onde há habitações precárias ou locais onde ainda não há 
pavimentação, saneamento básico ou equipamentos urbanos 
públicos. 
Os municípios que já contam com esse cadastro podem utili-
zá-lo como base para estabelecer um Sistema de Informações 
Geográficas municipal e para disponibilizar essas informações 
para a população. No caso de prefeituras que ainda não tenham 
o cadastro, a sua criação pode ser o ponto de partida para cole-
tar informações que darão suporte aos eixos da política urba-
na (planejamento, gestão, governança, financiamento, projetos 
e obras). Para se aprofundar nesse assunto, sugerimos que as 
pessoas participantes assistam à Videoaula 8. Caso haja inte-
resse, o Portal Capacidades do Governo Federal disponibiliza 
um curso com diretrizes para se criar os Cadastros Territoriais 
Multifinalitários.
AULA 8
MÓDULO 3
Aula 8: Cadastro Territorial 
Multifinalitário aplicado à 
Gestão Municipal
Palestra do 
Prof. Everton da Silva
O Ministério do Desenvolvimento Regional 
disponibiliza cursos EAD de acesso gratuito. 
Confira no link abaixo.
https://www.gov.br/mdr/pt-br/assuntos/
desenvolvimento-regional/capacidades
Os cursos do Programa Nacional de 
Capacitação das Cidades têm diversos 
temas relacionados à administração pública. 
Um dos cursos é direcionado à criação de 
cadastros territoriais multifinalitários: 
“Diretrizes para o Cadastro Territorial 
Multifinalitário”.
APROFUNDE-SE
https://www.gov.br/mdr/pt-br/assuntos/desenvolvimento-regional/capacidades
https://www.gov.br/mdr/pt-br/assuntos/desenvolvimento-regional/capacidades
41
Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável
2.4.2 GERAÇÃO DE DADOS 
Em muitos casos, pode ser necessário gerar dados. Isso pode acontecer quando as bases 
públicas nacionais não são suficientes para a política pública local, não têm todos os da-
dos necessários ou eles não estão na escala necessária. Ou também quando o município 
precisa de um certo dado que ainda não foi coletado. 
Existem alternativas gratuitas para gerar dados e informações utilizando plataformas 
on-line. Essas alternativas são muito úteis e aproveitam os recursos da própria admi-
nistração pública, reduzindo custos e tempo. Mas em alguns casos, o tipo de informação 
solicitada exigirá a contratação de serviços específicos. 
Escolher qual ferramenta utilizar deve se basear nos seguintes aspectos: a) se a plata-
forma é de uso livre ou se seu custo é viável; b) se a interface é versátil e acessível; c) 
se a equipe técnica está familiarizada com o seu manuseio; e d) se ela é compatível com 
outros programas usados pela prefeitura. Apresentaremos duas alternativas que já se 
mostraram bastante úteis e, em seguida, outras duas técnicas mais avançadas para se 
gerar dados.
2.4.2.1 Utilização de GPS
O GPS (Sistema de Posicionamento Global) é uma ferramenta que permite que se cole-
te informações sobre a localização geográfica de qualquer lugar da superfície terrestre. 
Essa localização é dada em coordenadas geográficas. Os pontos coletados com o GPS 
podem ser carregados e ajustados utilizando mapas on-line. Sua utilização é simples e di-
reta: aparelhos de GPS ou celulares podem ser utilizados para coletar os pontos. A coleta 
de pontos e informações utilizando GPS é uma das formas mais simples das prefeituras 
reunirem dados.
Imagine que uma prefeitura queira cadastrar os pontos da cidade onde costuma haver 
descarte irregular de resíduos. Para isso, a funcionária ou o funcionário pode ir a campo e 
marcar a localização desses pontos utilizando o GPS. Além de marcar os pontos no GPS, 
pode ser utilizado um formulário de campo para se preencher com mais informações so-
bre cada um dos pontos (data e horário da visita, nome do local e nome da pessoa que 
fez o registro). Essas informações adicionais podem ser ligadas a cada um dos pontos 
utilizando ferramentas de mapas on-line como o Google Earth.
Diversas ferramentas 
de uso livre podem ser 
utilizadas para carregar e ajustar 
dados de GPS: Google Earth, 
OpenStreetMap, QGIS, Carto 
e muitas outras. 
VOCÊ SABIA?
42
Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável
2.4.2.2 Google Earth
Essa ferramenta aberta permite que se desenhe pontos, linhas e polígonos sobre ima-
gens de satélite (vetorização). Outros recursos disponíveis são a visualização em 3D e 
informações de elevação do terreno. Também pode ser utilizada para gerar ou comple-
mentar dados existentes. 
O Google Earth pode ser utilizado em muitas situações e ajuda o município a criar sua 
base de dados com informações específicas municipais. Ele também ajuda a divulgar os 
dados, facilitando a sua visualização por todas as pessoas interessadas. Dentro da plata-
forma é possível organizar as informações em pastas e escolher as cores e o aspecto da 
visualização dos elementos (pontos, linhas e polígonos). Também é possível incluir pon-
tos coletados em campo com o auxílio de um GPS e digitalizar informações existentes na 
prefeitura.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em 2020 
utilizou o Google Earth para gerar dados e informações (Krause et al., 2022). Ela foi reali-
zada em seis polos do país: Belo Horizonte, Brasília, Juazeiro do Norte, Marabá, Recife e 
Porto Alegre, incluindo 157 municípios. Seu objetivo era identificar os núcleos urbanos 
informais nos municípios participantes. Os pesquisadores realizaram levantamento de 
campo em conjunto com as prefeituras locais. A base de dados inicial com os desenhos 
dos polígonos dos núcleos urbanos informais foi feita no Google Earth. O programa foi 
escolhido justamente pela facilidade de uso e pelos recursos disponibilizados. Em eta-
pas posteriores, foi utilizado o programa de geoprocessamento QGIS, que possui mais 
recursos de análise. Os arquivos com o cadastro dos núcleos urbanos informais foram 
disponibilizados para as prefeituras participantes.
AULA 5
MÓDULO 3
Aula 5: Dados e 
informações municipais: 
coleta e produção
Na Videoaula 5 
apresentamos um 
rápido tutorial sobre as 
funcionalidades do 
QGIS.
Vimos que o Google Earth é uma ferramenta 
muito útil para a geração de dados e 
informações para as prefeituras. Na Videoaula 
4 também foi apresentado um rápido tutorial 
com algumas funcionalidades. Você identifica 
aplicações do Google Earth para a sua cidade? 
Pense em algumas aplicações, partindo dos 
exemplos da apostila e da videoaula. Depois 
disso, parta para a mão na massa: tente utilizar 
o programa e gerar essas informações, 
explorando as funcionalidades que 
existem.
ATIVIDADE 
PROGRAMADA
43
Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável
2.4.2.3 OpenStreetMap
O OpenStreetMap é um projeto de mapeamento colaborativo, no qual qualquer pessoa 
pode editar os mapas. Todos os dados e informações gerados podem ser baixados e uti-
lizados de forma livre. Programas que trabalham com informações geográficas, como o 
QGIS, possuem suporte para baixar e trabalhar com esses dados. 
As informações disponíveis variam de cidade para cidade. Em alguns locais, há maior 
quantidade de informações e, em outros, menos. É possível extrair traçados de vias 
e informações como nome das ruas e das rodovias. Além disso, informaçõessobre 
rotatórias, passagens de nível e viadutos também podem estar disponíveis. Como as in-
formações que podem estar disponíveis para cada município variam e são muitas, reco-
mendamos que se examine cuidadosamente o site do programa para avaliar suas utilida-
des caso a caso.
Para saber mais sobre as 
informações que podem estar 
disponíveis no OpenStreetMap, 
acesse o site do projeto.
https://wiki.openstreetmap.org/
wiki/Map_features
APROFUNDE-SE
2.4.2.4 Aerofotogrametria
A aerofotogrametria é uma técnica de obtenção de informações sobre a superfície ter-
restre por meio de fotografia aérea. Uma aeronave com uma câmera especial realiza um 
voo fotogramétrico, cobrindo toda a área a ser mapeada. Atualmente, é comum usar dro-
nes para esse tipo de serviço.
As ortofotos são as imagens geradas por esse voo. Ortofoto é a foto sem as deformações 
da fotografia aérea e as variações do relevo. Após essas correções, a ortofoto passa a 
equivaler geometricamente a um mapa ou planta desenhados. Todos os pontos se apre-
sentam na mesma escala e seus elementos podem ser medidos com precisão. É possível 
medir distâncias, posições, ângulos e áreas, como num mapa comum. 
Com essa técnica é possível produzir mapas e cartas topográficas de forma rápida e com 
imagens. O processo é chamado de restituição aerofotogramétrica, no qual se interpreta 
as fotos e se desenha vetores sobre os elementos da imagem. Esse tipo de foto já é ofere-
cida georreferenciada e pode ser carregada dentro do SIG, como veremos a seguir. Isso 
pode ser muito útil para prefeituras, facilitando a criação de projetos com informações 
topográficas do local. Também facilita a visualização dos elementos topográficos e das 
dimensões dos lotes, como a distância entre um elemento e uma edificação, por exemplo.
Além disso, é preciso ter conhecimento téc-
nico para trabalhar com o OpenStreetMap. 
O Google Earth também exige conhe-
cimento técnico, mas menos do que o 
OpenStreetMap.
https://wiki.openstreetmap.org/wiki/Map_features
https://wiki.openstreetmap.org/wiki/Map_features
44
Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável
A figura abaixo mostra uma ortofoto sobreposta por um mapa de lotes.
Figura 12 – Exemplo de ortofoto e sobreposição de lotes para região de São Paulo
Fonte: Adaptado de GeoSampa.
O custo desse tipo de levantamento pode ser alto para alguns municípios. Nesse caso, há 
outras opções. O levantamento pode ser feito apenas em algumas áreas do município, 
como na região central, em áreas com maior crescimento imobiliário ou em áreas com 
menor disponibilidade de dados nas outras bases. Em alguns casos, é possível usar dife-
rentes escalas para diferentes regiões, como mapear a área rural com menos detalhes e 
a área urbana com mais detalhes. Outra opção é combinar essas estratégias e fazer o le-
vantamento em partes, começando pelas áreas urbanas com maior demanda e deixando 
o resto do território para um segundo momento. 
A utilização de aerofotogrametria não é acessível e muitos municípios não têm recursos 
para realizar os voos. Assim, não é necessário utilizá-la para que as prefeituras tenham 
informações importantes para suas políticas públicas, em especial para a política de de-
senvolvimento urbano.
2.4.2.5 LiDAR
O LiDAR (Light Detection and Ranging) é uma tecnologia óptica de detecção remota que 
mede propriedades da luz refletida. Ele emite feixes de laser na banda do infravermelho 
próximo (IV) e mede a rapidez com que o laser atinge um objeto e volta para o disposi-
tivo. Dessa forma, a posição e a distância desse objeto podem ser determinadas.
Isso facilita muitos trabalhos, como o mapeamento de florestas e terrenos. A posição 
dos objetos na superfície permite modelar a superfície do terreno tridimensionalmen-
te. Assim, com o LiDAR se produz o Modelo Digital de Terreno e o Modelo Digital de 
Superfície. O modelo de terreno representa o terreno sem nenhuma cobertura, enquan-
to o de superfície leva em conta objetos como árvores e edifícios.
45
Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável
O LiDAR pode ser usado para comparar a área de fato construí-
da de imóveis com a informada nos dados cadastrais do imóvel 
junto à prefeitura municipal. Isso foi feito em um estudo que 
utilizou o LiDAR para mapear imóveis potencialmente ociosos 
em São Paulo (ROYER et al., 2021). Algumas áreas-chave foram 
mapeadas com o LiDAR e depois as áreas construídas nos imó-
veis foram conferidas. A partir disso, o potencial construtivo foi 
calculado e então esses dados foram comparados com o cadas-
tro da prefeitura municipal.
Caso queira se aprofundar mais no 
assunto, acesse o artigo abaixo sobre 
uso do LiDAR.
ROYER, L. O. et al. Metodologia 
para identificação de imóveis 
potencialmente ociosos. São Paulo: 
FAU-USP, 2021.
https://labhab.fau.usp.br/extensao/
metodologia-para-identificacao-
de-imoveis-ociosos-passiveis-de-
aplicacao-do-instrumento-de-
parcelamento-edificacao-e-utilizacao-
compulsorios-pelo-municipio-de-sao-
paulo/
APROFUNDE-SE
O LiDAR também foi utilizado para mapear a favela da Rocinha 
no Rio de Janeiro, através de um projeto chamado Favelas 4D. 
O mapeamento registra dimensões, distâncias e elevações das 
ruas e construções. As favelas, assentamentos precários, núcleos 
urbanizados e cortiços muitas vezes estão em áreas das quais se 
tem menos dados e menos mapeamentos disponíveis. Isso difi-
culta o desenvolvimento da população que mora ali. Esse tipo de 
mapeamento dá visibilidade a essas comunidades e direciona po-
líticas públicas, como projetos de infraestrutura básica. 
https://labhab.fau.usp.br/extensao/metodologia-para-identificacao-de-imoveis-ociosos-passiveis-de-aplicacao-do-instrumento-de-parcelamento-edificacao-e-utilizacao-compulsorios-pelo-municipio-de-sao-paulo/
https://labhab.fau.usp.br/extensao/metodologia-para-identificacao-de-imoveis-ociosos-passiveis-de-aplicacao-do-instrumento-de-parcelamento-edificacao-e-utilizacao-compulsorios-pelo-municipio-de-sao-paulo/
https://labhab.fau.usp.br/extensao/metodologia-para-identificacao-de-imoveis-ociosos-passiveis-de-aplicacao-do-instrumento-de-parcelamento-edificacao-e-utilizacao-compulsorios-pelo-municipio-de-sao-paulo/
https://labhab.fau.usp.br/extensao/metodologia-para-identificacao-de-imoveis-ociosos-passiveis-de-aplicacao-do-instrumento-de-parcelamento-edificacao-e-utilizacao-compulsorios-pelo-municipio-de-sao-paulo/
https://labhab.fau.usp.br/extensao/metodologia-para-identificacao-de-imoveis-ociosos-passiveis-de-aplicacao-do-instrumento-de-parcelamento-edificacao-e-utilizacao-compulsorios-pelo-municipio-de-sao-paulo/
https://labhab.fau.usp.br/extensao/metodologia-para-identificacao-de-imoveis-ociosos-passiveis-de-aplicacao-do-instrumento-de-parcelamento-edificacao-e-utilizacao-compulsorios-pelo-municipio-de-sao-paulo/
https://labhab.fau.usp.br/extensao/metodologia-para-identificacao-de-imoveis-ociosos-passiveis-de-aplicacao-do-instrumento-de-parcelamento-edificacao-e-utilizacao-compulsorios-pelo-municipio-de-sao-paulo/
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Informações: A dimensão do conhecimento para o desenvolvimento urbano sustentável
Caso queira acessar 
o projeto Favela 4D, 
acesse o link abaixo.
https://senseable.mit.
edu/favelas/
APROFUNDE-SE
Figura 13 – Exemplo de imagem tridimensional gerada pelo LiDAR para a favela 
da Rocinha/RJ
Fonte: https://senseable.mit.edu/favelas/
Embora novas utilizações para o LiDAR estejam surgindo a cada 
dia, ele ainda não é uma tecnologia barata. Assim como o que foi 
dito para os levantamentos aerofotogramétricos, não é neces-
sário utilizar o LIDAR para que as prefeituras tenham informa-
ções relevantes para suas políticas públicas. Sua utilização pode 
ser considerada pelo poder público municipal para situações e 
necessidades específicas. Uma alternativa possível é o uso da 
visualização 3D do Google Earth apresentado acima.
Quais dados e informações existem no 
seu município? Vimos nesse capítulo as 
informações já existentesnas prefeiurs 
são um recurso valioso para os sistemas de 
informações. Como sugestão, você pode 
buscar elaborar essa lista e conhecer o que 
já existe na sua prefeitura. Quando fizer isso, 
lembre-se dos itens que são importantes: 
informação, onde está, qual formato e 
qual a qualidade.
ATIVIDADE 
PROGRAMADA
https://senseable.mit.edu/favelas/
https://senseable.mit.edu/favelas/
https://senseable.mit.edu/favelas/

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