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FÍSICO-QUÍMICA Professor: Pedro Henrique Amorim Modelo cinético dos Gases. Gases Reais – Ligações intermoleculares, fator de compressibilidade, equação do Virial, Equação de Van der Waals, propriedades críticas e o principio dos estados correspondentes. Aula 2 É modelo qualitativo (baseado em hipóteses) expresso matematicamente para o comportamento de uma gás ideal. O modelo cinético dos gases é baseado em três hipóteses: 1º Um gás é constituído de moléculas de massa “m”, em movimento aleatório incessante, em linha reta, na ausência de uma campo de forças; 2º O tamanho da moléculas é desprezível no sentido de que seus diâmetros são muito menores que sua distância média; 3º As moléculas não interagem umas com as outras (ou raramente) exceto em colisões elásticas. Conservação da energia cinética de translação A energia potencial não depende da distância entre as moléculas, logo Ep=0, Et = 0 + Ec De acordo com esse modelo, a pressão que uma gás exerce é devido às colisões que as moléculas fazem com as paredes do recipiente. Cada colisão implica em uma força momentânea sobre a parede (variação do momento) Variação do momento (quantidade de movimento) Volume = A vx Δt Densidade de partículas = nNa/V Número de partículas no volume A Vx Δt: (nNa/V) x A Vx Δt mvx – (– mvx)= 2mvx Em um instante qualquer: Portanto, a variação total do momento em Δt é: ½ 𝑛𝑁𝑎𝐴𝑣𝑥Δ𝑡 𝑉 ½ 𝑛𝑁𝑎𝐴𝑣𝑥Δ𝑡 𝑉 x 2mvx = 𝑛𝑀𝐴𝑣2𝑥Δ𝑡 𝑉 A velocidade de variação do momento é: 𝑛𝑀𝐴𝑣2𝑥 𝑉 Pela 2ª lei de Newton, a velocidade de variação do momento é igual à força, que por unidade de área, define a pressão: p= 𝑛𝑀𝑣2𝑥 𝑉 Temos que: p= 𝑛𝑀𝑐2 3𝑉 𝑣2 = 𝑣2x + 𝑣 2 y + 𝑣 2 z 𝑐2 = < 𝑣2 > = < 𝑣2x> + < 𝑣 2 y > + < 𝑣 2 z > 𝑐2 = 3 𝑣2x De modo que: p α número de colisões das moléculas do gás com as paredes; p = uniforme. Com base neste modelo: Onde: M= massa molar m/n C= velocidade média quadrática Para uma amostra macroscópica com N moléculas: 1/2 1/2 Medida da energia cinética média das moléculas do gás A velocidade média das moléculas : Relação entre a velocidade quadrática média e a velocidade média das moléculas 1/2 Na prática, sem muito rigor Igualando a equação com a equação o gás ideal temos: 1/2 Velocidade média quadrática para o gás ideal Distribuição de velocidades de Maxwell(1831-1879) A fração f de moléculas que têm uma velocidade no intervalo entre s + Δs, desde que Δs seja suficientemente pequeno é: Distribuição de velocidades de Maxwell(1831-1879) T3 T2 T1 T1 > T2 >T3 Pequenas frações de moléculas têm velocidades muito altas ou muito baixas. Para um gás em diferentes temperaturas Distribuição de velocidades de Maxwell(1831-1879) M3 M2 M1 M1 < M2 < M3 Para diferentes gases (diferentes massas molares) na mesma temperatura temos: Moléculas pesadas têm velocidades médias mais baixas que as leves, porém, com dispersão significativamente menor de velocidades Algumas propriedades de transporte Difusão processo pelo meio do qual moléculas diferentes misturam-se entre si ocupando o espaço. Exemplo: difusão no estado sólido, em sistemas líquido- líquido, difusão gasosa(mantêm a uniformidade da atmosfera) Algumas propriedades de transporte Efusão passagem de uma gás por um pequeno orifício. Exemplo: bexiga, pneu etc. Algumas propriedades de transporte As velocidades de difusão e efusão aumentam com a temperatura T, e diminuem com o aumento da massa molar M. No caso do processo de efusão de gases tem-se: Esta expressão é conhecida como Lei de Graham da efusão: “A uma dada temperatura e pressão, a velocidade de efusão de um gás é inversamente proporcional à raiz quadrada da sua massa molar” vef ∝ 1 𝑀½ Algumas propriedades de transporte Exemplo: Quase 5 vezes mais moléculas de H2 escapam, comparado com moléculas de CO2 Não obedecem à lei pV=nRT, exceto quando p 0 Situação Ideal Situação não-Ideal pressão baixa temperatura alta pressão alta temperatura baixa Observa-se desvios da idealidade importantes em pressões elevadas e a baixas temperaturas, condições nas quais as interações entre as moléculas do gás são levadas em consideração As interações intermoleculares (de origem eletrostática) podem ser de natureza: Repulsiva Contribuem para a expansão dos gases, e positivamente à energia potencial Atrativa Contribuem para a compressão dos gases, e negativamente à energia potencial Estas interações contribuem para a energia total do sistema para os gases reais e afetam suas propriedades Comparação entre as isotermas experimentais para o CO2 e as indicadas pela lei de Boyle Na isoterma correspondente a 20°C para o CO2 temos: AB – Compressão do gás obedece a lei de Boyle CDE – Compressão do gás sem variação de pressão; condensação do líquido, forças de natureza atrativa. EF – Compressão do líquido formado com acentuada variação na pressão; forças de natureza repulsiva Na isoterma correspondente a 20°C para o CO2 temos: Na isoterma correspondente a 31,04°C para o CO2 temos: No ponto crítico, não há distinção entre gás e liquido (única fase). É um ponto de inflexão na isoterma crítica. A temperatura de 31,04 °C (304,19K) é conhecida como temperatura crítica. Algumas conclusões: Um gás não pode ser condensado por aumento de pressão, a menos que sua temperatura esteja abaixo da temperatura crítica; O fluido obtido nestas condições é chamado de fluido supercrítico, com propriedades intermediárias entre gás e líquido, muito usado em extrações. Algumas conclusões: No ponto crítico, temos as constantes críticas do gás, pc, Tc, Vmc Fator de compressibilidade Z = f(T,p) Z = Vm Vm per = Volume molar do gás Volume molar do gás perfeito Vm = RT p Como temos: Z = Vm RT/p = pVm RT pVm= 𝑍𝑅𝑇 Fator de compressibilidade Z = 1 gás real; Z < 1 forças atrativas imperam, gases se liquefazem; Z > 1 forças repulsivas imperam, gases não se liquefazem. Quando p 0, Z se aproxima de 1, como se espera para um gás ideal. Equação de Estado Virial (Virial = força do latim) 𝑍 = 1 + 𝐵 𝑉𝑚 + 𝐶 𝑉𝑚 2 + ⋯ Onde B e C são os coeficientes do virial, variam de gás para gás e B e C f(T) Combinando com a equação temos: Z = pVm RT pVm RT = 1 + 𝐵 𝑉𝑚 + 𝐶 𝑉𝑚 2 + ⋯ p = 𝑛𝑅𝑇 𝑉 (1 + 𝑛𝐵 𝑉 + 𝑛2𝐶 𝑉𝑚 2 + ⋯ ) p = Vm RT (1 + 𝐵 𝑉𝑚 + 𝐶 𝑉𝑚 2 + ⋯ ) Equação de Estado Virial (Virial = força do latim) pVm RT = 1 + 𝐵 𝑉𝑚 + 𝐶 𝑉𝑚 2 + ⋯ Observação: Em pressões muito baixas, Vm é muito grande, e os termos 𝐵 𝑉𝑚 e 𝐶 𝑉𝑚 2 ≈ 0, logo o comportamento tende para o ideal . pVm= 𝑅𝑇 pV= 𝑛𝑅𝑇 Equação de Estado de Van der Waals 𝑝 + an2 𝑉2 𝑉 − 𝑛𝑏 = 𝑛𝑅𝑇 p = 𝑛𝑅𝑇 𝑉−𝑛𝑏 − an2 𝑉2 Ou: Onde a e b são os parâmetros de Van der Waals, não dependem de T e variam de gás para gás. Correção para o volume excluído Correção para a pressão Equação de Estado de Van der Waals𝑝 + an2 𝑉2 𝑉 − 𝑛𝑏 = 𝑛𝑅𝑇 p = 𝑛𝑅𝑇 𝑉−𝑛𝑏 − an2 𝑉2 “b” representa a intensidade das interações repulsivas “a” representa a intensidade das interações atrativas Equação de Estado de Van der Waals O parâmetro “a” corrige a pressão ideal para a pressão real e está relacionado às forças atrativas entre as partículas do gás. Equação de Estado de Van der Waals O parâmetro “b” corrige o volume molar e relaciona-se com o tamanho destas partículas. Equação de Estado de Van der Waals São obtidos pelo ajuste das curvas calculadas ás curvas experimentais Equação de Estado de Van der Waals Propriedades reduzidas Relação entre as propriedades normais e aquelas do ponto crítico Tr = T 𝑇𝑐 pr = p 𝑝𝑐 Vr = Vm 𝑉𝑚𝑐 São propriedades adimensionais, úteis nas definições que se seguem: Equação de Estado de Van der Waals Equação de Estado de Van der Waals Comparação com as isotermas reais Equação de Estado de Van der Waals Isotermas de Van de Waals As isotermas de Van der Waals se assemelham às isotermas experimentais para um gás real, exceto pelas ondulações de Van der Waals, que são irreais pois sugerem que, sob certas condições, o aumento de pressão provoca aumento de volume. Se T < Tc - isotermas com ondulações com máximos e mínimos; Se T Tc – máximos mínimos convergem; Se T = Tc – máximos e mínimos coincidem no ponto crítico. Equação de Estado de Van der Waals Equação de Estado de Van der Waals Construção de Maxwell Equação de Estado de Van der Waals As constantes críticas podem ser relacionadas com os parâmetros de Van der Waals a e b. Neste ponto, as derivadas 1ª e 2ª = 0 Equação de Estado de Van der Waals A equação de Van de Waals em termos das constantes críticas é: Derivando temos: Equação de Estado de Van der Waals Equação de Estado de Van der Waals Resolvendo e equações para as constantes críticas temos: Equação de Estado de Van der Waals Fator de compressibilidade para um gás de Vander Waals Princípio dos Estados Correspondentes Segundo este princípio, observado por Van der Waals, gases reais confinados em um mesmo volume reduzido Vr e a uma temperatura reduzida Tr exercem aproximadamente a mesma pressão reduzida pr. prpc = 𝑅𝑇 𝑉𝑟𝑉𝑐−𝑏 − a 𝑉𝑟 2𝑉𝑐 2 Reescrevendo a equação de Van der Waals em termos das propriedades reduzidas temos: Princípio dos Estados Correspondentes Expressando as constantes críticas em termos dos parâmetros de Van de Waals a e b temos: a𝑝𝑟 27𝑏2 = 8𝑎𝑇𝑟 27𝑏 3𝑏𝑉𝑟−𝑏 − a 9𝑏2𝑉𝑟 2 Princípio dos Estados Correspondentes Finalmente, rearranjando temos: pr = 8𝑇𝑟 3𝑉𝑟−1 − 3 𝑉𝑟 2 Observações: • Esta equação se aplica a qualquer gás, pois não depende mais de a e b; • É possível coordenar em um só diagrama as propriedades de vários gases Princípio dos Estados Correspondentes Termodinâmica 1ª Lei – Conceitos fundamentais, sistema e vizinhanças, tipos de sistemas. Trabalho, calor, e energia interna, enunciado da 1ª lei da termodinâmica. Entalpia, variação com a temperatura. Termoquímica – Transformações físicas e químicas, lei de Hess, entalpia de reação.
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