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1 
 
 
 
ALTERAÇÕES POST MORTEM EM CÃES E GATOS: UMA REVISÃO DE 1 
LITERATURA 2 
 3 
POST-MORTEM CHANGES IN DOGS AND CATS: A LITERATURE REVIEW 4 
 5 
 6 
Thabata Luiza Barbosa Lima
1
 7 
Ana Paola Brendolan
2
 8 
 9 
 10 
Resumo 11 
 12 
O conhecimento das alterações post mortem é fundamental para a determinação do tempo 13 
decorrido entre a morte e encontro do cadáver e para evitar o falso diagnóstico sobre a causa 14 
da morte do animal visto que, sem conhecê-las, é possível que haja confusão entre as 15 
alterações post mortem e ante mortem. Esse reconhecimento dará indícios do que influenciou 16 
ou acarretou para o óbito do animal. Entretanto, realizar essa análise nem sempre é fácil e 17 
requer experiência do profissional. Por isso, o presente trabalho tem o intuito de descrever as 18 
alterações post mortem observáveis em cães e gatos. Quando ocorre a morte do animal, o 19 
organismo começar a sofrer uma série de alterações que caracterizam os fenômenos post 20 
mortem. Estes fenômenos podem ser classificados em abióticos e transformativos. Os 21 
fenômenos abióticos são perda da consciência; desaparecimento dos movimentos e do tônus 22 
muscular; ausência dos movimentos respiratórios e dos batimentos cardíacos; perda da ação 23 
reflexa a estímulos táteis, térmicos e dolorosos; perda das funções cerebrais; desidratação; 24 
algor mortis; rigor mortis; livor mortis; e coagulação do sangue. Já os transformativos são 25 
autólise; putrefação; maceração; saponificação; e mumificação. Estes fenômenos têm suas 26 
características peculiares que devem ser bem conhecidos a fim de evitar que sejam 27 
confundidos com fenômenos ante mortem e que um diagnóstico errôneo seja fornecido. 28 
 29 
Palavras-chave: Alterações. Post mortem. Cão. Gato. 30 
 31 
 32 
1 INTRODUÇÃO 33 
 34 
 35 
O estudo e conhecimento das alterações post mortem é importante para evitar o falso 36 
diagnóstico sobre a causa da morte do animal visto que, sem conhecê-las, é possível que haja 37 
confusão entre as alterações post mortem e ante mortem. Além disso, estudar estas alterações 38 
 
1
Discente do curso de Medicina Veterinária da Pontifícia Universidade Católica de Minas 
Gerais - Betim. E-mail: thabatavet@hotmail.com 
2
Docente do curso de Medicina Veterinária da Pontifícia Universidade Católica de Minas 
Gerais - Betim. Rua do Rosário 1.081, Bairro Angola, CEP 32.604-115, Betim, Minas Gerais, 
Brasil. (31) 3319-4444. E-mail: apbrendolan@hotmail.com. 
2 
 
 
 
é fundamental para o conhecimento ou a determinação do tempo decorrido entre a morte e o 39 
exame do cadáver (cronotanatognose) (GARRIDO; NAIA, 2014). 40 
Por meio da necropsia, através do exame post mortem, o patologista avalia as 41 
prováveis condições que levaram o animal à perda da higidez (BANDARRA; SEQUEIRA, 42 
1999a). O conhecimento da patologia animal é fundamental, uma vez que é com base no 43 
reconhecimento da anatomia e fisiologia de um animal que o profissional poderá avaliar as 44 
mudanças ocorridas que podem dar indícios do que influenciou ou acarretou para o óbito 45 
(MARIA, 2010). Além disso, as condições em que ocorreram o óbito devem ser consideradas, 46 
dentre elas, o histórico do animal, o local do acontecimento e as características inerentes a 47 
cada indivíduo (extremamente distintas de um caso clínico para outro). Estes fatores reforçam 48 
a relevância de se deter este conhecimento e a importância de ser capaz de realizar uma 49 
análise assertiva e satisfatória (BATISTA et al., 2016). 50 
Entretanto, conduzir uma análise de forma criteriosa nem sempre é uma tarefa fácil, 51 
uma vez que as alterações post mortem sempre vão estar presentes, em maior ou menor 52 
intensidade, na necropsia. Em muitos casos, elas podem ser confundidas com mudanças 53 
anatômicas e/ou fisiológicas ocorridas nos animais em decorrência de uma série de fatores ao 54 
longo de sua vida (BANDARRA; SEQUEIRA, 1999a). Por isso, o presente trabalho tem o 55 
intuito de descrever as alterações post mortem reconhecidas em cães e gatos. Além disso, a 56 
pesquisa se justifica ao elencar as alterações observáveis em cães e gatos que podem auxiliar 57 
em um exame post mortem adequado e na conclusão de um diagnóstico fidedigno. 58 
 59 
 60 
2 REVISÃO DE LITERATURA 61 
 62 
 63 
2.1 Morte e fenômenos post mortem 64 
 65 
 66 
A morte “não é um fato instantâneo, mas uma sequência de fenômenos gradativamente 67 
processados nos vários órgãos e sistemas de manutenção da vida” (FRANÇA, 2014, p. 535). 68 
Estes fenômenos, denominados post mortem ou cadavéricos, são classificados em abióticos e 69 
transformativos. Os fenômenos abióticos, como o próprio nome sugere, ocorrem sem a 70 
interferência de agentes biológicos. Estas alterações indicam que não há mais vida no animal, 71 
3 
 
 
 
mas elas não ocasionam em transformações que dificultam a necropsia. Por outro lado, os 72 
transformativos sofrem uma interferência considerável desses agentes (FRANÇA, 2017). 73 
 74 
 75 
2.2.1 Fenômenos cadavéricos abióticos 76 
 77 
 78 
Os fenômenos cadavéricos abióticos, por sua vez, se subdividem em imediatos e 79 
mediatos. Os imediatos são aqueles que se manifestam imediatamente com a morte, sendo 80 
indicativos de morte somática ou clínica. Dentre eles, podemos citar a perda da consciência e 81 
da sensibilidade; o desaparecimento dos movimentos e do tônus muscular; a ausência dos 82 
movimentos respiratórios e dos batimentos cardíacos; a perda da ação reflexa a estímulos 83 
táteis, térmicos, dolorosos; e a cessação da respiração, da circulação e da atividade cerebral 84 
(BANDARRA; SEQUEIRA, 1999a). A ocorrência e permanência destes fenômenos é que 85 
concretiza a morte, uma vez que qualquer um deles pode ocorrer de maneira isolada como 86 
consequência da ação de substâncias químicas ou de alterações fisiológicas no organismo 87 
(GALLI, 2014). 88 
Os fenômenos abióticos mediatos são aqueles que ocorrem em virtude da parada total 89 
das atividades metabólicas do organismo, além da prevalência de fenômenos físicos a que 90 
todo organismo inerte está sujeito. Eles incluem: desidratação, resfriamento do corpo, 91 
manchas de hipóstase, rigidez cadavérica e coagulação do sangue (CALABUIG, 2005). 92 
 93 
 94 
2.2.1.1 Desidratação cadavérica 95 
 96 
 97 
A desidratação cadavérica é caracterizada pela perda passiva de líquidos corpóreos, 98 
resultando em uma diminuição do peso do cadáver devido ao ressecamento cutâneo e de 99 
mucosas (FRANÇA, 2017). Anatomicamente, a desidratação cadavérica é melhor observada 100 
nos globos oculares, mucosas externas e na perda de elasticidade cutânea. Nos globos 101 
oculares, a desidratação culmina em perda da transparência da córnea, afundamento do globo 102 
ocular, decorrente da diminuição da pressão intraocular, e na formação da tela viscosa 103 
(CALABUIG, 2005). Na pele, a dessecação e o endurecimento fazem com que o tecido 104 
4 
 
 
 
apresente um aspecto seco, duro e espesso, semelhante a pergaminho (FRANÇA, 2017; 105 
CALABUIG, 2005). O ressecamento da mucosa, por sua vez, resulta em seu escurecimento, o 106 
que pode ser confundido com cianose (DOLINAK; MATSHES; LEW, 2005). 107 
O processo de dessecação, por sua vez, depende fundamentalmente de fatores 108 
ambientais e individuais. Dentre os fatores ambientais que podem influenciar na desidratação 109 
cadavérica estão a umidade relativa do ar, a temperatura e a ocorrência de correntes de ar. 110 
Além disso, condições individuais como idade, porte e cobertura tegumentar podem 111 
influenciar e devem ser consideradas em todo o processo de análise (CALABUIG, 2005). A 112 
desidratação não ocorre de maneira rápida e isso deve ser levado em consideração durante a 113 
necropsia (CRAVO, 2015), visto que existe a possibilidade de a desidratação observada no 114 
animal ser um eventoante mortem. 115 
 116 
 117 
2.2.1.2 Algor mortis ou resfriamento cadavérico 118 
 119 
 120 
Organismos homeotérmicos vivos mantêm sua temperatura em decorrência de 121 
processos exotérmicos. Por meio da ausência de atividade metabólica, o cadáver não é capaz 122 
de manter sua homeostase, de forma que a sua temperatura corpórea tende a se equilibrar com 123 
a temperatura ambiente (DOLINAK; MATSHES; LEW, 2005). 124 
Estima-se que essa perda de calor seja, em média, 1º C a cada hora (SANTOS et al., 125 
2006). No entanto, esses dados são extraídos de humanos, e, em cães e gatos, podem sofrer 126 
enormes variações, tendo em vista a grande variedade de raças, que influenciam 127 
significativamente no tamanho, na pelagem e outros fatores que interferem na capacidade de o 128 
corpo perder calor. No processo de resfriamento, a temperatura corporal cai mais lentamente 129 
nas primeiras horas após o óbito, apresentando queda mais acentuada após três horas. A 130 
ocorrência de febre, hipotermia ou a causa da morte podem mudar o perfil do processo de 131 
resfriamento (NOKES et al., 1992). 132 
 133 
 134 
2.2.1.3 Livor mortis ou manchas de hipóstase 135 
 136 
 137 
5 
 
 
 
O livor mortis é um mecanismo de hemoconcentração dependente da gravidade, 138 
caracterizado pela pele esbranquiçada em determinado sítio anatômico. Ocorre como 139 
resultado da deposição de células sanguíneas por meio da ação gravitacional e da compressão 140 
do corpo sobre o sangue contido nos vasos sanguíneos (SANNOHE, 2002), levando à 141 
deposição de manchas violáceas no sítio diametralmente oposto ao do livor, fenômeno 142 
conhecido como hipóstase cadavérica. O diâmetro dos vasos e a viscosidade do sangue 143 
interferem no processo de hipóstase (HÉRCULES, 2014). A hipóstase começa a ocorrer cerca 144 
de 2 a 4 horas após a morte e, após sua formação completa, as marcas tendem a se fixar, de 145 
forma que, independentemente da posição em que o corpo seja colocado, as manchas não se 146 
modificam (SPITZ; SPITZ, 2006). O livor mortis e a hipóstase contralateral podem ser 147 
observados externamente, na pele e mucosas, e internamente, nas vísceras abdominais e 148 
torácicas, ocorrendo de forma mais acentuada nos pulmões, por ser órgão de intensa irrigação. 149 
A fixação da hipóstase ocorre em torno de 12 horas após a morte, sendo resultado da 150 
ruptura das hemácias que ocasiona em outra alteração post mortem: a embebição dos tecidos 151 
pela hemoglobina (FRANÇA, 2017). Entretanto, autores afirmam que essa fixação pode 152 
acontecer em períodos mais longos ou mais curtos, sendo influenciada pelas condições do 153 
ambiente e do próprio animal (SANNOHE, 2002). 154 
 A hipóstase pode ser um fenômeno ante mortem, por isso é importante saber 155 
diferenciá-la da hipóstase post mortem. Quando ocorre antes da morte, ela é denominada 156 
congestão hipostática, condição patológica que resulta em acúmulo de sangue, edema e 157 
hipóxia nas partes baixas do corpo, pela ação da gravidade. Esses eventos provocam lesões 158 
em indivíduos com hipóstase ante mortem, como pneumonia hipostática e escaras de 159 
decúbito, enquanto na hipóstase post mortem não é possível visualizar tais lesões (ALVES et 160 
al., 2009; MURAKAMI; PRÓPERO; MONTANHA, 2011). 161 
 A hipóstase deve ser diferenciada de hemorragia. Na hipóstase, o acúmulo de sangue 162 
ocorre inteiramente no interior dos vasos sanguíneos, enquanto na hemorragia ocorre pelo 163 
extravasamento de sangue dos vasos sanguíneos para o tecido adjacente, subcutâneo ou 164 
cavidades. Na área de hipóstase, o tecido submetido à pressão digital fica de tonalidade mais 165 
clara, o que não ocorre nas áreas de hemorragia. 166 
 167 
 168 
2.2.1.4 Rigor mortis ou rigidez cadavérica 169 
 170 
6 
 
 
 
 171 
A rigidez cadavérica é um fenômeno decorrente do enrijecimento dos músculos, que 172 
se configura como uma consequência das alterações bioquímicas que ocorrem no mioplasma 173 
(DOLINAK; MATSHES; LEW, 2005). O processo de contração muscular em vida ocorre 174 
pela ligação das fibras de actina e miosina presentes nos tecidos musculares, cuja energia para 175 
ocorrência é decorrente da quebra da adenosina trifosfato (ATP) em adenosina difosfato 176 
(ADP) por meio de mecanismo aeróbio (TSOKOS; BYARD, 2012). 177 
Assim, o rigor mortis se inicia com a cessação do bombeamento de íons de cálcio para 178 
o interior do retículo sarcoplasmático que, devido à ausência de ATP, aumenta a concentração 179 
de cálcio no citosol. Este íon se liga a proteína troponina C e induz a mudança conformacional 180 
da tropomiosina. Como não há ATP para desfazer este complexo, os músculos tornam-se 181 
rígidos (HALL, 2011). Além disso, a redução do conteúdo de ATP e o aumento do ácido 182 
láctico intracelular, que diminui o pH, minimizam a elasticidade e plasticidade muscular 183 
(TSOKOS; BYARD, 2012). 184 
Apesar de o processo ter início logo após a morte, a rigidez cadavérica só é perceptível 185 
após algumas horas, ocorrendo de forma progressiva. Na carcaça, a rigidez se instala em 186 
sentido crânio-caudal, ocorrendo primeiro nos músculos da pálpebra, na cabeça, pescoço, 187 
membro anteriores, corpo, membros posteriores e finalmente na cauda. Ela atinge o pico 188 
máximo em cerca de 12 horas e desaparece entre 24 a 48 horas depois, dependendo das 189 
condições ambientais as quais o cadáver está sujeito. No processo, os músculos involuntários 190 
entram em rigor antes dos voluntários, por conterem menores reservas de glicogênio, devido à 191 
atividade constante (DOLINAK; MATSHES; LEW, 2005; TSOKOS; BYARD, 2012; 192 
FRANÇA, 2017). 193 
Outro aspecto importante a se salientar é a confusão que pode haver entre rigidez 194 
muscular e articular. No caso, é importante evidenciar que as estruturas ósseas e cartilaginosas 195 
não estão envolvidas no mecanismo de formação do enrijecimento post mortem (SPITZ; 196 
FISHER, 2006). Componentes associados às condições mórbidas ou à ocorrência da morte 197 
podem influenciar diretamente no processo de rigidez cadavérica. É bem estabelecido que 198 
fatores como infecções, alta temperatura ambiente, intenso trabalho muscular e quadros 199 
convulsivos podem acelerar esse processo. Em contrapartida, animais caquéticos e baixa 200 
temperatura ambiente podem retardar o processo (CALABUIG, 2005). 201 
Devido à baixa reserva energética, o coração é o primeiro órgão a entrar em rigor 202 
mortis. Essa rigidez culmina na expulsão do sangue do seu interior, de maneira completa em 203 
7 
 
 
 
relação ao ventrículo esquerdo e parcial no ventrículo direito. Por isso, espera-se encontrar 204 
sangue coagulado no ventrículo direito e ausência de coágulos no esquerdo quando realizado 205 
o exame macroscópico do órgão. Caso esse achado não seja observado, há um indício da 206 
ocorrência de processos degenerativos de miocárdio no animal ainda em vida, como 207 
insuficiência cardíaca (BANDARRA; SEQUEIRA, 1999a). 208 
 209 
 210 
2.2.1.5 Coagulação do sangue 211 
 212 
 213 
A coagulação sanguínea é outro fenômeno importante devido a sua possibilidade de 214 
ocorrência em vida e post mortem. Os coágulos podem ser classificados em cruóricos e 215 
lardáceos. Os cruóricos possuem coloração vermelha e são caracterizados pela predominância 216 
de hemácias, enquanto os lardáceos possuem uma coloração branco amarelado, o que indica a 217 
predominância de leucócitos e plaquetas (MARIA, 2010). 218 
Nos fenômenos de coagulação post mortem, predominam os coágulos cruóricos, os 219 
quais, na falta de uma análise criteriosa e atenta, podem ser confundidos com trombos. 220 
Macroscopicamente, os trombos estão aderidos à superfície de inserção, são opacos, friáveis e 221 
de superfície irregular. Os coágulos, por outro lado, destacam-se facilmente, são brilhantes e 222 
de superfície regular (BANDARRA; SEQUEIRA, 1999a).223 
 É fundamental compreender que o processo de coagulação não acontece em todo o 224 
sangue do animal. A coagulação está altamente associada à hipóstase, visto que, quando mais 225 
lenta a coagulação sanguínea, maior a formação das manchas e vice-versa. Assim, é válido 226 
compreender se o animal possui alguma condição ante mortem como anemia, deficiência de 227 
plaquetas e insuficiência hepática, condições estas que interferem com a coagulabilidade do 228 
sangue. A presença de sangue mal coagulado no cadáver é sempre sinal de uma doença ante 229 
mortem, que deverá ser investigada mais profundamente (MENDONÇA, 2004; GOMES et 230 
al., 2008). 231 
 232 
 233 
2.2.2 Fenômenos cadavéricos transformativos 234 
 235 
 236 
8 
 
 
 
 Os fenômenos cadavéricos transformativos, por sua vez, são classificados em 237 
destrutivos e conservadores. Os destrutivos são aqueles que promovem a completa destruição 238 
do cadáver, enquanto os conservadores mantêm, apesar das modificações transformativas, as 239 
características gerais do cadáver (BANDARRA; SEQUEIRA, 1999a). 240 
 241 
 242 
2.2.2.1 Fenômenos cadavéricos destrutivos 243 
 244 
 245 
Os fenômenos cadavéricos destrutivos caracterizam um conjunto de alterações que 246 
conduzem à decomposição do cadáver. Dentre eles estão a autólise, a putrefação e a 247 
maceração (GALLI, 2014). 248 
 249 
 250 
2.2.2.1.1 Autólise 251 
 252 
 253 
A autólise é caracterizada por um processo enzimático que ocorre após a morte e 254 
culmina em uma autodigestão tissular. O processo tem início poucas horas post mortem e à 255 
medida que as células e os tecidos vão morrendo, há liberação de enzimas contidas em 256 
organelas celulares que, ao serem liberadas, dão início ao processo digestivo. Por isso, a 257 
autólise é mais acentuada em tecidos ricos em enzimas, como no trato digestivo e no pâncreas 258 
(FÁVERO, 1973). 259 
A autólise é minimizada ou cessada com a diminuição da temperatura, a ausência de 260 
água ou pelo uso de agentes fixadores como o formol, glutaraldeído e formaldeído. O tecido 261 
que sofreu autólise apresenta, a olho nu, mudanças na coloração e na textura. Entretanto, a 262 
análise micróscopica revela alterações citoplasmáticas e nucleares em todo o órgão, resultante 263 
do processo de anóxia, o que possibilita diferenciá-los de outros fenômenos, como a necrose 264 
de coagulação (ARMANI, 2007). 265 
 266 
 267 
2.2.2.1.2 Putrefação 268 
 269 
9 
 
 
 
 270 
A putrefação ocorre em decorrência da ação de microrganismos aeróbios, anaeróbios e 271 
anaeróbios facultativos presentes em diferentes órgãos do animal, mas principalmente na 272 
porção inicial do intestino grosso (FÁVERO, 1973). Essa porção é na qual mais se acumulam 273 
gases, determinando o aparecimento incipiente da mancha verde abdominal (PATITÓ, 2003). 274 
A mesma, com o passar do tempo difunde por todo o tronco, cabeça e membros, atribuindo 275 
uma coloração bastante escura aos tecidos do cadáver (SCHMITT, 2006). 276 
Geralmente, esse processo de putrefação se inicia em regiões centrais do organismo, 277 
podendo ter sua progressão modificada em função de algumas condições. Essas condições 278 
foram categorizadas por Bandarra e Sequeira (1999b) como extrínsecas e intrínsecas e as 279 
principais delas sumarizadas no quadro 1. 280 
 281 
Quadro 1: Principais condições extrínsecas e intrínsecas que influenciam a ocorrência de putrefação. 282 
Extrínsecas Intrínsecas 
Condição Influência Condição Influência 
Temperatura Ambiente 
Temperaturas inferiores a 0ºC 
conservam o cadáver. 
Temperaturas superiores a 25°C 
aceleram a putrefação. 
Sangria 
Possui efeito retardante, visto 
que o sangue tem condições 
ideias para a replicação das 
bactérias. 
Grau de umidade 
Graus de umidade altos aceleram o 
processo de putrefação até alcançar 
níveis elevados, retardando o 
processo. 
Doenças 
desidratantes 
Retardam a putrefação porque 
diminuem a quantidade de água 
no organismo. 
Morte rápida 
Favorece o processo em virtude 
da massa sanguínea disponível. 
Higiene dos locais 
Quanto maior a higiene,zação, menos 
contaminação ambiental e putrefação 
mais retardada. 
Doenças toxêmicas 
e septicêmicas 
Aceleram a putrefação se 
acompanhadas de graves 
alterações regressivas do 
parênquima dos órgãos e dos 
líquidos orgânicos. 
Cobertura 
Tegumentar 
Pelos, penas, lã e camada de 
gordura aceleram a putrefação 
por dificultar a dissipação do 
calor. 
 283 
Fonte: Bandarra e Sequeira (1999b). 284 
 285 
Dessa forma, é notável que o processo de putrefação também aconteça em velocidades 286 
diferentes dependendo da condição ambiental e de fatores do próprio animal. 287 
Sistematicamente, o desenvolvimento do processo é dividido em quatro períodos: coloração, 288 
gasoso, coliquativo e esqueletização (SCHMITT; CUNHA; PINHEIRO, 2006). O período de 289 
coloração é caracterizado pelo surgimento de manchas esverdeadas no corpo do animal 290 
(PATITÓ, 2003), fenômeno conhecido por pseudomelanose. Essa cor é resultante da presença 291 
de sulfametahemoglobina, um composto oriundo da reação entre o gás sulfídrico produzido 292 
10 
 
 
 
no metabolismo das bactérias associado a hemoglobina liberada pelo processo de hemólise 293 
(CALABUIG, 2005). 294 
O segundo período, denominado gasoso, enfisematoso ou deformante, caracteriza-se 295 
por um acentuado grau de timpanismo abdominal. Os gases produzidos podem infiltrar 296 
também no tecido subcutâneo, caracterizando um processo de enfisema. Ambos processos 297 
modificam progressivamente a fisionomia e a forma do corpo do animal. Quando eles 298 
ocorrem de modo muito intenso, pode-se observar a ocorrência de prolapso de reto e de 299 
vagina. Além disso, pode ocorrer extravasamento de fluidos devido a pressão exercida pelos 300 
gases produzidos (CALABUIG, 2005; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012). 301 
A produção gasosa começa a diminuir de maneira concomitante a ocorrência do 302 
período coliquativo. Este período é caracterizado pelo amolecimento e desintegração dos 303 
tecidos, que se transformam em uma massa disforme, pastosa e escura. Nesse momento, os 304 
odores característicos da putrefação atingem maior intensidade (PRADO, 1972). 305 
Por fim, o período de esqueletização ocorre quando a maioria das partes moles do 306 
cadáver sofreu coliquação, restando apenas a estrutura óssea (GALLI, 2014). Dependendo das 307 
condições em que o cadáver se encontra ao passar pelo processo de putrefação, existe ainda a 308 
possiblidade de nele se instalarem insetos que podem acelerar o processo de decomposição 309 
dos tecidos. A presença desses insetos, geralmente das famílias Calliphoridae, Muscidae e 310 
Sarcophagidae, tem grande importância para a estimativa do tempo de morte (OLIVEIRA-311 
COSTA, 2008; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012). 312 
 313 
 314 
2.2.2.1.3 Maceração 315 
 316 
 317 
A maceração compreende uma sucessão da putrefação em que os tecidos moles se 318 
destacam dos ossos. Esse processo pode ocorrer quando o cadáver fica em meio aquoso 319 
estagnado contaminado (GARRIDO; RODRIGUES, 2012) sofrendo ação bacteriana ou 320 
quando um concepto morto permanece no útero da mãe a partir do quinto mês de gestação 321 
(PRADO, 1972). 322 
 323 
 324 
2.2.2.2 Fenômenos cadavéricos conservadores 325 
11 
 
 
 
 326 
 327 
Os fenômenos cadavéricos transformativos conservadores incluem, como o próprio 328 
nome diz, a conservação das formas macroscópicas e/ou anatômicas devido à ocorrência de 329 
processos biológicos ou físico-químicos, naturais ou artificiais (VANRELL, 2016), e incluem 330 
a saponificação e a mumificação. 331 
 332 
 333 
2.2.2.2.1 Saponificação 334 
 335 
 336 
A saponificação é um processo conservador. Ocorre de forma espontânea e se 337 
caracteriza pela transformação do cadáver em substância de consistência untuosa, mole e 338 
quebradiça,de tonalidade amarelo escura, com aparência de cera ou sabão (BANDARRA; 339 
SEQUEIRA, 1999b). Biologicamente, isso ocorre quando certas enzimas bacterianas 340 
hidrolisam as gorduras neutras, dando origem aos ácidos graxos, os quais em contato com 341 
elementos minerais da argila se transformam em ésteres, concebendo as características 342 
supracitadas ao material (FRANÇA, 2017). Por isso, a obesidade (GOMES, 2004) e um 343 
ambiente com solo argiloso e úmido facilitam a ocorrência do processo de saponificação 344 
(PATITÓ, 2003). 345 
 346 
 347 
2.2.2.2.2 Mumificação 348 
 349 
 350 
A mumificação é um processo transformativo conservador do cadáver que pode 351 
ocorrer de modo natural ou artificial (PRADO, 1972; DEL-CAMPO, 2009). Para a ocorrência 352 
natural, são necessárias condições especiais que garantam a desidratação rápida, a fim de 353 
minimizar a ação microbiana responsável pela putrefação. O cadáver exposto em regiões de 354 
clima quente perde água rapidamente, sofrendo intenso dessecamento (GENNARD, 2012). 355 
Os processos artificiais, submetem o cadáver a técnicas especiais de conservação que 356 
podem mimetizar o processo natural ou por meio do uso de técnicas como o embalsamento, 357 
amplamente e historicamente utilizado por incas e egípcios (CROCE; CROCE JÚNIOR, 358 
12 
 
 
 
2012). O cadáver mumificado apresenta características como redução do peso; pele dura, 359 
seca, enrugada e de tonalidade enegrecida; menor volume cranial; traços fisionômicos da face 360 
discretamente preservados e dentes e anexos cutâneos bem conservados (BANDARRA; 361 
SEQUEIRA, 1999b). 362 
 363 
 364 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 365 
 366 
 367 
 O estudo e o reconhecimento de alterações post mortem são fundamentais para 368 
determinação do tempo decorrido após a morte e para um diagnóstico anatomopatológico 369 
assertivo. Para que esse processo seja efetivo, é fundamental que o médico veterinário 370 
reconheça estas alterações e saiba diferencia-las de alterações ante mortem. Por isso, é 371 
importante a realização de uma análise cadavérica criteriosa e o conhecimento de 372 
características inerentes ao animal e da compreensão do ambiente onde ocorreu a morte. 373 
Inúmeros fatores podem influenciar no aparecimento precoce ou tardio destas alterações, e 374 
todos, em conjunto, devem ser analisados para que se possa conhecer o tempo de morte e para 375 
que se tenha uma melhor compreensão das alterações post mortem. Nesse cenário, o 376 
conhecimento anatomopatológico é crucial, visto que é por meio dele que será possível 377 
compreender os fenômenos observados e diferenciá-los de outros ante mortem que ocorram 378 
de forma similar, minimizando a possibilidade de um falso diagnóstico. 379 
 380 
 381 
Abstract 382 
 383 
Knowledge of post-mortem changes is essential for determining the time elapsed between 384 
death and finding the corpse and to avoid a false diagnosis about the cause of death of the 385 
animal since, without knowing them, it is possible that there is confusion between the changes 386 
post mortem and ante mortem. This recognition will give evidence of what influenced or 387 
caused the animal's death. However, performing this analysis is not always easy. Therefore, 388 
the present work aims to describe the post mortem changes observed in dogs and cats. When 389 
the animal's death occurs, the organism begins to undergo a series of changes that characterize 390 
post-mortem phenomena. These phenomena can be classified as abiotic and transformative. 391 
Abiotic phenomena are loss of consciousness; disappearance of movements and muscle tone; 392 
absence of respiratory movements and heartbeat; loss of reflex action to tactile, thermal and 393 
painful stimuli; loss of brain functions; dehydration; algorithm mortis; rigor mortis; livor 394 
mortis; and blood clotting. Transformative phenomena are autolysis; putrefaction; maceration; 395 
saponification; and mummification. These phenomena have their peculiar characteristics that 396 
13 
 
 
 
must be well known in order to avoid being confused with ante-mortem phenomena and that 397 
an erroneous diagnosis is provided. 398 
 399 
Keywords: Changes. Post-mortem. Dog. Cat. 400 
 401 
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