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INTRODUÇÃO 
A Internet das Coisas (IoT) é apresentada como a capacidade de capturar, analisar e 
agir por meio de dados gerados por objetos (coisas) e máquinas conectadas à 
Internet. O material a descreve como a terceira geração da internet: 
1. A primeira geração foi baseada na digitalização da informação. 
2. A segunda (Web 2.0) consistiu na entrada maciça das pessoas como geradoras 
de conteúdo, principalmente através das mídias sociais. 
3. A terceira geração, a IoT, proporciona a capacidade de objetos se conectarem à 
Internet e se comunicarem entre si, com máquinas, sistemas de informações e 
usuários. 
O termo "Internet of Things" é considerado ter sido usado pela primeira vez pelo 
pesquisador britânico Kevin Ashton em 1999. A noção de IoT se tornou uma prioridade 
estratégica por volta de 2010, com o serviço de Street View da Google e a capacidade 
de armazenamento de muitos dados das redes Wi-Fi, e em 2012 foi o tema da maior 
conferência de Internet na Europa. 
As tecnologias de Internet das Coisas são consideradas de maior importância pois não 
desaparecem e são integradas à vida cotidiana. A IoT é esperada para incorporar as 
rotinas diárias, impactando a economia de recursos, a qualidade de vida, o campo 
corporativo e a otimização de processos industriais. É vista como uma tecnologia 
transformadora que impactará vários setores da sociedade. 
Estudos divulgados recentemente estimam que, no ano de 2025, a Internet das Coisas 
poderá alcançar um impacto econômico global em torno de US$11.1 trilhões, o 
equivalente a onze por cento da economia global. A projeção também indica que, no 
ano de 2050, cinquenta bilhões de objetos estarão conectados à Internet. 
Apesar dos pontos desenvolvidos, o material nota que, no Brasil, a acessibilidade e 
facilidade de uso da IoT ainda são fracas, especialmente comparadas a países 
desenvolvidos que conseguiram aproveitar e aprimorar a utilização da tecnologia, 
indicando que o país está tecnologicamente falando, defasado. De acordo com Da 
Silva (2015), a IoT pode trazer benefícios ao país se houver um trabalho sério por parte 
dos governantes. Profissionais de TI poderão aplicar as tecnologias em diversas áreas 
como medicina, engenharia e agricultura. 
 
 
 
 
UNIDADE 1 
Esta unidade tem como objetivos principais: 
• Introduzir o conceito de IoT. 
• Compreender a relação entre a Internet das Coisas e as Cidades Inteligentes. 
• Entender a diferença entre M2M (Machine-to-Machine) e IoT. 
• Relacionar os avanços tecnológicos associados à IoT. 
Inovações Tecnológicas em IoT 
O que é Internet das Coisas (IoT)? 
De acordo com Santos et al. (2016), a Internet das Coisas (IoT) é uma extensão da 
Internet atual. Surgiu a partir dos avanços em diversas áreas, como sistemas 
embarcados, microeletrônica, comunicação e sensoriamento/atuadores. 
A IoT proporciona aos objetos (coisas) do dia a dia a capacidade de se conectarem à 
Internet. Esses objetos possuem capacidade computacional, de energia e de 
comunicação. 
Historicamente, a noção de IoT se tornou uma prioridade estratégica por volta de 
2010. O termo "Internet of Things" teria sido usado pela primeira vez pelo pesquisador 
britânico Kevin Ashton em 1999. Em 1999, a IoT era associada ao uso da tecnologia 
RFID (Identificação por Radiofrequência). Após 2005, o termo passou a ser pesquisado 
mais a fundo pela indústria e academia, relacionado às redes de sensores sem fio. 
IoT refere-se à integração de objetos físicos (coisas) e virtuais em redes conectadas à 
Internet. Isso permite que os objetos coletem, troquem e armazenem dados. Esses 
dados são processados e analisados para gerar informações e serviços em grande 
escala. 
IoT é a capacidade de sentir, coletar, transmitir, analisar e distribuir dados em grande 
escala. Com base nisso, a humanidade pode obter o conhecimento e a sabedoria 
necessários para sobreviver e prosperar nas próximas décadas. 
A Evolução da Internet e o Lugar da IoT 
O material apresenta a evolução da Internet em diferentes estágios: 
1. A primeira etapa foi baseada na camada de aplicativos que operava sobre a 
Internet e oferecia uma interface que transformava informações em algo 
utilizável. A Web surgiu e passou por várias evoluções, começando no meio 
acadêmico com a ARPANET. 
2. A segunda etapa, caracterizada pela "corrida do ouro", viu empresas 
começarem a compartilhar informações na Internet, oferecendo produtos e 
serviços. 
3. Na terceira evolução, a Web saiu de um patamar de dados estáticos e passou a 
incluir informações transacionais, comércio online, e o surgimento de empresas 
como eBay e Amazon.com. 
4. A quarta etapa, também chamada de "Web social" ou de "experiência social", 
com redes como Facebook, Instagram, Twitter, WhatsApp e Telegram, tornou-se 
famosa e rentável, permitindo que pessoas se comuniquem e compartilhem 
conteúdo. 
A Internet das Coisas é considerada a terceira geração da internet, proporcionando a 
capacidade de objetos se conectarem à Internet e se comunicarem entre si, com 
máquinas, sistemas de informações e usuários. É vista como uma evolução real da 
Internet que trará revoluções com potencial para melhorar a vida das pessoas na 
aprendizagem, trabalho e lazer. 
Blocos Básicos de Construção da Internet das Coisas 
Segundo Al-Fuqaha (2015), os blocos básicos para a construção da Internet das Coisas 
incluem: 
• Identificação: Essencial para identificar de forma única os objetos que se 
conectarão à Internet. Tecnologias como RFID (Identificação por 
Radiofrequência) e NFC (Near Field Communication), além de endereçamento 
IP, são utilizadas. 
• Sensores/Atuadores: Os sensores coletam informações do ambiente, e os 
dados são armazenados em Data Warehouse, Clouds ou Centros de 
Armazenamento. Os atuadores manipulam o ambiente ou reagem aos dados 
coletados. Sensores desempenham um papel central, gerando dados. 
• Comunicação: Outro bloco fundamental, permite a comunicação entre os 
objetos inteligentes. A tecnologia de comunicação influencia o consumo de 
energia dos objetos. Exemplos de tecnologias incluem Wi-Fi, Bluetooth, IEEE 
802.15.4 e RFID. 
• Computação: Refere-se à unidade de processamento, como 
microcontroladores, FPGAs e processadores, que dão capacidade aos objetos 
inteligentes para processar informações. 
• Serviços: Existem diversos tipos de serviços oferecidos pela IoT. Destacam-se os 
serviços de identificação, coleta e agregação de informações, colaboração e 
inteligência, e serviços de ubiquidade (disponibilidade em qualquer momento e 
lugar). A semântica cuida da extração de conhecimento dos dados e da 
descoberta e uso inteligente dos recursos para realizar corretamente a tomada 
de decisões. 
• Semântico: Diz respeito à habilidade de extrair conhecimento dos dados. 
Aplicações e Impacto da IoT 
A IoT gera impacto em diversas áreas, como indústria, eletrônica, consumo, saúde, 
segurança, agronegócio, educação e no cotidiano em geral. É esperada para incorporar 
as rotinas diárias, impactando a economia de recursos, a qualidade de vida, o campo 
corporativo e a otimização de processos industriais. 
O impacto da IoT é abrangente. Transformou aviões e carros em redes de 
computadores e se espalhou para máquinas de lavar roupa e alarmes de fumaça, por 
exemplo. Equipamentos médicos também são exemplos de aplicações. 
Estudos recentes estimam um impacto econômico global em torno de US$11.1 
trilhões em 2025, o equivalente a onze por cento da economia global. A projeção 
também indica cinquenta bilhões de objetos conectados à Internet em 2050. 
Relação entre M2M e IoT 
Existe uma certa confusão entre os termos Machine to Machine (M2M) e IoT. Embora 
sejam intimamente relacionados e tragam benefícios para os negócios, há diferenças. 
O principal uso industrial de M2M está relacionado à telemetria e à automação, por 
exemplo, para controlar máquinas ou monitorar consumo de energia, com foco naredução de custos. 
A dúvida sobre a relação entre M2M e IoT é comum e alvo de debate. Ambos os 
conceitos estão intimamente relacionados e trazem benefícios aos negócios. O material 
menciona que o significado genérico desses termos é conhecido pela indústria e 
aplicado de forma isolada, mas a história mostra que tecnologias duráveis não tardam 
a ser oficialmente definidas. 
Cidades Inteligentes e IoT 
Cidades inteligentes (Smart Cities) utilizam a tecnologia para transformar a vida e o 
trabalho nas cidades, monitorando, por exemplo, o trânsito, a segurança e o clima em 
tempo real. 
Não há uma única definição para "cidades inteligentes", mas o conceito envolve o uso 
de tecnologia para expressar a gestão contemporânea do espaço urbano. A tecnologia 
e a informação são integradas à gestão pública com participação efetiva dos cidadãos. 
O capital social e intelectual são fundamentais para a competitividade urbana. 
Cidades Inteligentes podem usar uma variedade de tecnologias para gerenciar sua 
infraestrutura (estradas, pontes, túneis, metrôs, aeroportos, portos, comunicações, 
água, energia). Elas otimizam recursos, planejam prevenção e manutenção, gerenciam 
atividades e monitoram segurança. Exemplos de cidades com projetos baseados em 
IoT no Brasil incluem Rio de Janeiro, Coréia do Sul, e Ille de Masdar e Abu Dhabi em 
outros países, que inserem sistemas inteligentes na infraestrutura. 
Avanços Tecnológicos Relacionados à IoT 
Diversos avanços tecnológicos são importantes para a IoT e continuarão a surgir. Alguns 
deles incluem: 
• Computação Ubíqua: Tecnologia integrada ao ambiente de maneira ampla, 
permitindo capturar, analisar e agir por meio de tecnologia inteligente no 
ambiente. É baseada em sensores e serviços. 
• Computação em Nuvem (Cloud Computing): Imprescindível para a IoT, pois 
armazena e processa grandes volumes de dados gerados pelos objetos 
conectados. Permite usar o poder de computação de servidores e propriedades 
da Nuvem para criar aplicações de IoT. 
• Computação Cognitiva: Tecnologia baseada em sistemas programáveis, capaz 
de processar informações e aprender de forma semelhante ao cérebro humano, 
tornando a análise de dados mais rápida. 
• Big Data: Refere-se ao volume crescente de dados com o qual o Big Data lida. 
IoT gerará um número incrivelmente grande de informações, que precisarão ser 
armazenadas, tratadas e disponibilizadas. O grande volume de dados gerados 
pela IoT é denominado "Big Data". A Big Data é caracterizada por propriedades 
de alto volume, alta velocidade e alta variedade dos dados. 
• Inteligência Artificial (IA): Capacidade crescente de informação e maior 
capacidade de processamento, permitindo agir e permitir que modelos e 
inferências sejam obtidos a partir dos dados, levando as máquinas a aprender. 
• Crowdsourcing: O ambiente da Internet tende a ser cada vez mais difuso e unir 
todos (crowd). É uma forma de pessoas estarem acessíveis para interagir, 
cooperar e contribuir. 
• Blockchain: Blocos de informação conectados como uma corrente no ambiente 
digital da Internet. Permite que transações de várias naturezas sejam 
registradas, armazenadas, vinculadas e recuperadas. 
• RFID (Radio Frequency Identification): Tecnologia que utiliza radiofrequência 
para identificar e rastrear objetos. É um pilar fundamental para a criação de 
aplicações de IoT. Dispositivos biomédicos são uma área de aplicação atual de 
RFID. Sistemas RFID necessitam de leitor e tags para funcionar. 
• Redes de Sensores sem Fio (RSSFs): Consiste em uma coleção de dispositivos 
independentes e distribuídos que coletam e transmitem informações 
digitalmente. Utilizam tecnologias como ZigBee, 6LowPan e Bluetooth nas 
camadas física e protocolos de rede. Aplicações incluem monitoramento 
ambiental, prevenção de catástrofes e automação de prédios. RSSFs em IoT são 
aplicadas em diversas áreas como sistemas urbanos, cidades inteligentes e 
soluções para integração de veículos inteligentes. Seus desafios incluem 
restrições técnicas, processamento em tempo real, escalabilidade, 
representação de dados e heterogeneidade. 
O Cenário da IoT no Brasil 
No Brasil, a acessibilidade e facilidade de uso da IoT ainda são fracas, comparadas a 
países desenvolvidos. O país está "tecnologicamente falando, defasado". De acordo 
com Da Silva (2015), a IoT pode trazer benefícios ao país com trabalho sério dos 
governantes. Profissionais de TI poderão aplicar as tecnologias em diversas áreas como 
medicina, engenharia e agricultura. 
Apesar do interesse, o mercado brasileiro ainda está em fase de entender os modelos 
de negócio necessários. Os maiores desafios para empreendedores em IoT no Brasil 
incluem: 
• Excesso de regulamentação. 
• Carga tributária. 
• Nível de segurança dos dispositivos conectados. 
• Custos de operação e infraestrutura defasada. 
• Sindicatos e associações que limitam a adoção de tecnologias. 
• Falta de infraestrutura para dar conta da quantidade de dispositivos. 
• Falta de padronização de dispositivos e equipamentos. 
Apesar dos desafios, há verticais que podem ser beneficiadas, como casa conectada, 
varejo, manufatura, vestíveis (wearables), medicina e carros conectados. As principais 
razões para investimento em IoT incluem melhorar o tempo de chegada ao mercado, 
aumentar a produtividade e aumentar a tomada de decisão. Medeiros (2015) afirma 
que a rede 4G do Brasil já está preparada para IoT e que em breve teremos 5G, com 
85% da receita em IoT concentrada nas 10 principais aplicações. 
Metodologias de Ensino com IoT 
Novos conceitos de ensino e aprendizagem para a educação estão sendo estudados 
com a incorporação de IoT. Exemplos incluem metodologias que utilizam simulações, 
aprendizado 3D, tecnologias virtuais para otimizar o ensino e a aprendizagem 
personalizada. 
A metodologia BYOD ("Bring Your Own Device" - Traga seu próprio dispositivo) estimula 
o uso de dispositivos pessoais dos alunos em atividades educacionais. Isso permite 
economizar recursos e oferecer flexibilidade. 
A construção de uma estrutura disponível onde o aluno pode estudar e realizar 
experimentos de sua casa, trabalho ou outro lugar é facilitada por IoT. O uso de 
smartphones e MOOCs (Massive Open Online Courses) estimula atividades baseadas 
em colaboração. A diversidade de recursos e metodologias com IoT pode levar a uma 
aprendizagem adaptativa e personalizada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE 2 
1. Conceitos de Tecnologias para IoT: Big Data e Analytics 
• Big Data em IoT: 
o O Big Data refere-se ao grande volume de dados gerados pelos 
dispositivos IoT. Essa enorme escala de dados exige novas arquiteturas e 
técnicas de processamento. 
o A integração entre IoT e Big Data é relevante em diversas áreas, como 
cidades inteligentes, saúde e gestão de desastres. 
o O Big Data é caracterizado pelo grande volume, alta velocidade, 
variedade e veracidade dos dados. 
o As plataformas IoT auxiliam os usuários a entender e controlar esse 
grande volume de dados gerados pelos dispositivos conectados. 
o O Cloud Computing fornece os recursos necessários para armazenar e 
processar a imensa quantidade de dados produzidos pela Internet das 
Coisas, que é grande demais para ser processada pelas ferramentas 
disponíveis localmente. 
• Analytics em IoT: 
o Embora os materiais não detalhem amplamente o conceito de 
"Analytics" isoladamente na Unidade 2, a análise de dados é 
mencionada como um recurso central das plataformas IoT baseadas em 
nuvem. 
o As plataformas de IoT fornecem funcionalidades para a análise e 
visualização de dados. 
o A integração entre Big Data e Cloud Computing permite que os usuários 
explorem e transformem os dados gerados por dispositivos IoT em 
insights. 
2. Principais Plataformas IoT e Plataformas Baseadas em Nuvem 
• O que são Plataformas IoT: 
o Uma plataforma IoT pode ser vista como um Software Middleware.Ela 
atua como uma ponte entre usuários e as "coisas". 
o Sua função é facilitar a programação e o gerenciamento completo dos 
dispositivos conectados. 
o As plataformas IoT são fundamentais para resolver problemas e acelerar 
o desenvolvimento de novas aplicações para a Internet das Coisas. 
o Elas são definidas como um conjunto de softwares capaz de gerenciar 
dispositivos IoT de forma completa e centralizada, seja em uma rede 
local ou na internet. 
• Plataformas Baseadas em Nuvem: 
o A computação em nuvem (Cloud Computing) desempenha um papel 
crucial nas Plataformas de IoT. 
o Ela oferece grande flexibilidade na oferta de serviços pela internet, 
permitindo acesso a recursos computacionais sem a necessidade de 
gerenciar infraestrutura de TI complexa. 
o A conectividade ubíqua é uma característica primordial das plataformas 
baseadas em nuvem. 
o Os recursos centrais oferecidos por essas plataformas incluem 
conectividade como serviço, monitoramento, manutenção, visualização 
de dados, análise e lógica baseada em alertas e gatilhos. 
o Os serviços de computação em nuvem são geralmente oferecidos em 
modelos como SaaS (Software as a Service), PaaS (Platform as a 
Service) e IaaS (Infrastructure as a Service). 
▪ SaaS: Entrega software e aplicações pela internet. Exemplos: 
Dropbox, Google Drive, Salesforce, Google Analytics, Zendesk, 
Netflix, Paypal. 
▪ PaaS: Fornece uma plataforma para desenvolver, gerenciar e 
executar aplicações. Oferece o ambiente necessário para rodar 
um aplicativo, com controle sobre implementações, 
configurações e hospedagens. Empresas como Ericsson (IoT 
Accelerator) e IBM (Watson IoT Platform) adotam o PaaS em 
suas plataformas IoT. Exemplos mencionados: Microsoft Azure, 
Google Cloud Platform, Google App Engine e Microsoft Azure 
Cloud Services. 
▪ IaaS: Proporciona a infraestrutura de hardware virtualizada 
(servidores, storage, redes) disponível como serviço. Exemplos: 
Amazon Elastic Compute Cloud (EC2), Rackspace Cloud Servers. 
o O conceito "Everything-as-a-Service" (XaaS) abrange modelos como 
PaaS, IaaS e SaaS, podendo incluir outros serviços como Rede como 
Serviço (NaaS) e Banco de Dados como Serviço (DBaaS). As arquiteturas 
de soluções IoT se beneficiam desse paradigma. 
• Classificação das Plataformas IoT: 
o Podem ser de código aberto ou proprietárias. 
o Código Aberto: Permitem que os desenvolvedores possam modificá-las 
e replicá-las gratuitamente. Exemplos: Eclipse Kapua, FIWARE, 
OpenMTC, ThingsBoard, Leliyan, Macchina.io Edge, SiteWhere, 
ThingsSpeak, TheThingBox. A principal característica é que podem ser 
customizadas e replicadas de forma gratuita. 
o Proprietárias: Pertencem a grandes empresas de tecnologia e 
frequentemente são extensões de serviços de nuvem existentes. 
Exemplos: AWS IoT, IBM Watson IoT Platform, Google Cloud IoT, 
Microsoft Azure IoT Suite, IoT Accelerator (Ericsson), MindSphere 
(Siemens), Cloud Edge Intelligence. 
• Características Desejadas em uma Plataforma IoT: 
o Além da segurança, uma plataforma IoT esperada deve oferecer serviços 
mínimos como interoperabilidade, tratamento de grande volume de 
dados, descoberta e gerenciamento de coisas, e tudo isso com uma 
interface gráfica poderosa. 
o Elas devem ser adaptáveis e escaláveis para permitir o gerenciamento 
de serviços IoT. 
3. Arquitetura de Soluções para IoT 
• As arquiteturas de soluções para IoT se beneficiam dos paradigmas da 
computação em nuvem, da web semântica e do Big Data. 
• Os blocos básicos de construção da Internet das Coisas, segundo Al-Fuqaha 
(2015), incluem: 
o Identificação: Essencial para identificar de forma única os objetos para 
conexão à internet, utilizando tecnologias como RFID e IP. 
o Sensores/Atuadores: Coletam informações do ambiente ou reagem a 
ele. Os dados dos sensores podem ser armazenados e processados em 
Data Warehouses, Nuvem ou Centros de Armazenamento. 
o Comunicação: Outro bloco fundamental, permitindo que os objetos 
inteligentes se conectem. A comunicação influencia o consumo de 
energia e é crucial para a maioria dos objetos e serviços. Tecnologias 
incluem Wi-Fi, Bluetooth, IEEE 802.15.4, RFID, entre outras. 
o Computação: Refere-se à unidade de processamento, como 
microcontroladores, FPGAs e processadores, que dão capacidade aos 
objetos para serem inteligentes. 
o Semântica: Diz respeito à habilidade de extrair conhecimento dos dados 
variados gerados. Ajuda na descoberta e uso inteligente dos recursos, 
possibilitando a oferta de um determinado serviço. A semântica efetua 
o reconhecimento e análise dos dados para a tomada correta de 
decisões. Tecnologias empregadas incluem RDF, Web Ontology 
Language (OWL) e Efficient XML Interchange (EXI). 
o Serviços: Distinguem as diversas classes de serviços que a IoT provê. 
Incluem Serviços de Identificação (para mapeamento de objetos físicos 
no mundo real para o mundo virtual), Serviços de Agregação de 
Informações (coletam e sumarizam dados brutos), Serviços de 
Colaboração (utilizam dados obtidos e processados para tomada de 
decisão) e Serviços de Ubiquidade (oferecem serviços de colaboração e 
inteligência a qualquer momento e lugar). 
• Uma plataforma IoT é definida como um conjunto de softwares capaz de 
gerenciar dispositivos IoT de forma completa e centralizada. 
4. Noções sobre Prototipagem de Soluções IoT 
• Embora os detalhes específicos sobre como prototipar não estejam 
explicitamente descritos nos trechos fornecidos para esta unidade, a base para 
a prototipagem reside na compreensão dos blocos de construção da IoT 
(sensores/atuadores, comunicação, computação, etc.) e das arquiteturas de 
soluções. 
• A escolha da plataforma IoT (código aberto ou proprietária) e a utilização de 
serviços em nuvem (PaaS, por exemplo, que fornece uma plataforma para 
desenvolvimento) impactam diretamente o processo de prototipagem. 
 
 
 
 
 
 
 
1. Introdução: A Era da Internet das Coisas e a Nuvem 
• Nos últimos anos, a Internet evoluiu de uma rede basicamente de 
computadores conectados para incluir objetos físicos conectados. Sensores, 
tecnologias de identificação e inteligência incorporadas aos objetos estão 
impulsionando o rápido desenvolvimento da IoT. 
• Nesse cenário, a Computação em Nuvem (Cloud Computing) surge como uma 
necessidade essencial, pois evita que os usuários tenham que construir 
infraestruturas complexas de Tecnologia da Informação (TI), como instalação, 
configuração e atualização de softwares. 
• A computação em Nuvem funciona como um modelo emergente onde todos os 
dados e as aplicações dos usuários são movidos para grandes centros de 
armazenamento, conhecidos como data centers. 
2. O que é Computação em Nuvem? 
• O termo "computação em nuvem" refere-se a um conceito de utilizar e acessar 
dispositivos conectados à internet sem precisar tê-los instalados em seu 
dispositivo local. 
• A definição padrão adotada pelo NIST (National Institute of Standards and 
Technology) define Cloud Computing como um modelo que permite acesso 
conveniente, sob demanda via rede, a um conjunto compartilhado de 
recursos de computação configuráveis (como redes, servidores, 
armazenamento, aplicações e serviços). Esses recursos podem ser rapidamente 
provisionados e liberados com mínimo esforço de gestão ou interação com o 
fornecedor de serviços. 
• A Cloud Computing possui cinco características essenciais fundamentais: 
o Self-service sob demanda: Os recursos computacionais podem ser 
adquiridos pelo usuário conforme sua necessidade, sem intervenção 
humana significativa. 
o Amplo acesso à rede: Os recursos computacionais são disponibilizados 
na rede em tempo real e acessados por meio de mecanismos que 
possibilitam a utilização de plataformas Thin ou Thin Client (ex: celular, 
tablets, notebooks, desktops). 
o Pool de recursos: Os recursos computacionais oferecidos são agrupados 
e atendem a diversos usuários (modelomulti-tenant), através de 
diferentes recursos físicos e também virtuais, distribuídos de forma 
dinâmica de acordo com a demanda. 
o Elasticidade rápida: Para atender às necessidades dos usuários, os 
recursos computacionais são provisionados de forma rápida e elástica. 
o Serviços mensuráveis: A utilização dos recursos deve ser gerenciada e 
monitorada, controlada e reportada de forma quantitativa e qualitativa, 
garantindo total transparência para o usuário e o fornecedor. 
3. Modelos de Serviços da Nuvem 
Os três modelos de negócio mais comuns de Cloud Computing são: 
• Software as a Service (SaaS): Trata-se do modelo de implantação de software 
na nuvem, onde a aplicação é licenciada para ser usada como um serviço pelo 
cliente, via demanda, através da Internet. 
o Exemplos: Dropbox, Google Drive, Salesforce, Google Analytics, Zendesk, 
Netflix, Paypal. 
o Visão para o cliente: Utiliza um provedor de aplicações rodando na 
Nuvem, sem a necessidade de gerenciar a infraestrutura. 
• Platform as a Service (PaaS): Modelo que fornece uma plataforma de 
desenvolvimento para o suporte e entrega de aplicações e serviços, disponíveis 
pela Internet. 
o Exemplos: Google App Engine, Microsoft Azure Cloud Services. 
o Visão para o cliente: Fornece a plataforma necessária para rodar um 
aplicativo e controle sobre implementações, configurações e 
hospedagens. Serviços de PaaS liberam o grupo de tarefas ligadas à 
administração do sistema, permitindo foco no crescimento do negócio. 
o Alguns fornecedores e seus serviços PaaS incluem: AWS Elastic 
Beanstalk, Google App Engine, Microsoft Azure Cloud Services, IBM 
Bluemix, Red Hat OpenShift Online, Heroku. 
o Benefícios do PaaS: Produtividade (elimina a necessidade de gerenciar 
balanceamento de carga, replicação, cluster, etc.), Desenvolvimento 
focado no negócio. 
o Pontos de atenção no PaaS: Segurança (responsabilidade 
compartilhada), Aprisionamento (lock-in) a um provedor específico, 
Restrição a produtos prontos (requer flexibilidade e controle que IaaS 
oferece). 
• Infrastructure as a Service (IaaS): Modelo que fornece a infraestrutura de 
hardware virtualizada (servidores, storage, redes) como um serviço. É típico de 
um ambiente virtualizado disponível pela Internet. 
o Exemplos: Amazon Elastic Compute Cloud (EC2), Rackspace Cloud 
Servers. 
o Visão para o cliente: A infraestrutura é disponibilizada ao cliente para 
processamento, armazenamento, redes e recursos necessários para 
implantar e executar software. 
• A arquitetura Everything-as-a-Service (XaaS) engloba os modelos PaaS, IaaS e 
SaaS e vai além, abrangendo qualquer coisa como um serviço online. Diversos 
tipos de serviços podem ser entregues, como NaaS (Network as a Service) e 
DBaaS (Data as a Service). 
4. Modelos de Implementação da Nuvem 
Existem quatro modelos de implementação: 
• Nuvem Pública: Destinada ao público em geral. Os centros de dados são 
virtualizados e ficam fora do firewall da empresa. Geralmente, os serviços são 
disponibilizados pela Internet. 
• Nuvem Privada: Exclusiva para uma única organização, atendendo vários 
consumidores ou unidades de negócio. Pode ser um espaço privado dedicado 
dentro de um centro de computação de dados, ideal para empresas que 
necessitam de um local seguro e apropriado. 
• Nuvem Comunitária: O uso é aberto a uma comunidade específica de 
consumidores de organizações com objetivos e preocupações comuns. São 
organizações que compartilham os recursos de uma mesma infraestrutura. 
• Nuvem Híbrida: É uma composição de pelo menos dois modelos de 
implementação (pública, privada ou comunitária). 
5. Conceitos Relacionados em IoT: Fog Computing e Edge Computing 
• Fog Computing (Computação em Névoa): Termo criado pela Cisco que define 
uma arquitetura computacional distribuída, trazendo a nuvem mais próxima 
do usuário. É visto como uma expansão da Computação em Nuvem. A 
computação em névoa envolve vários nós (Fog Nodes) que realizam 
processamento e armazenamento. 
• Edge Computing (Computação de Borda): É a camada localizada mais perto da 
fonte de dados, ou seja, os dispositivos IoT. A computação de borda não se 
conecta diretamente à nuvem, mas sim a um aplicativo em nuvem que esteja 
sendo executado em um dispositivo local (ex: celular, atuando como a borda). O 
principal impulso da computação de borda é que a execução deve ser realizada 
em um local mais próximo de onde a informação é gerada. Dispositivos de 
borda podem armazenar informações, processá-las e podem realizar trabalhos 
de execução a partir da nuvem central, exigindo adicionalmente a entrega de 
serviços. 
6. Integração Cloud-IoT 
• A convergência da Computação em Nuvem e da Internet das Coisas é uma 
evolução impulsionada por cenários específicos e tecnologias. 
• Fatores que motivam essa integração incluem: 
o Processamento: A capacidade da nuvem de processar grandes volumes 
de dados gerados pelos dispositivos IoT. Desafios de performance 
computacional em aplicações que exigem movimento. 
o Comunicação: A necessidade de uma infraestrutura que otimize o 
gerenciamento dos objetos e a conexão entre eles, com o 
compartilhamento dos dados. Soluções de nuvem permitem gerenciar e 
controlar dispositivos remotos com alta velocidade. 
o Armazenamento: Restrições de espaço nos dispositivos IoT levam ao 
armazenamento na nuvem, sob demanda e não volátil. A nuvem fornece 
espaço escalável para grandes volumes de dados (Big Data), permitindo 
configurar segurança de acesso e manipulação dos dados. Big Data é um 
desafio em Cloud-IoT, mas também uma oportunidade. 
o Segurança: Os dados dos serviços IoT armazenados na nuvem envolvem 
criptografia. Os desafios de segurança incluem a criptografia e o acesso 
aos dados pelo usuário. 
o Confiabilidade: Muitas aplicações IoT são críticas (ex: saúde). 
Confiabilidade é um desafio importante. 
• A integração Cloud-IoT oferece benefícios como a análise e visualização de 
grandes volumes de dados gerados pelos dispositivos. Esses dados podem ser 
empregados para examinar, relacionar e transformar informações através de 
algoritmos e modelos genéticos. A integração de tecnologias de Big Data e 
Cloud Computing agrega valor e possibilita a inovação em plataformas de IoT. 
7. Exemplos de Provedores de Serviços em Nuvem 
As grandes empresas que utilizam a nuvem incluem: 
• Amazon: Oferece serviços como Elastic Compute Cloud (EC2) para máquinas 
virtuais, Simple Storage Service (S3) para armazenamento de dados, Simple 
Queue Service (SQS) para comunicação entre máquinas, e SimpleDB para 
mapeamento de dados. 
• Google: Disponibiliza Google Docs, Google Applications (SaaS), Google App 
Engine (PaaS), e Chrome OS para rodar em Nuvem. 
• Microsoft Azure: Oferece serviços como Windows Azure (serviços de 
hospedagem, gerenciamento e armazenamento), SQL Services (banco de 
dados), .Net Services (aplicações baseadas em .Net Framework), Live Services 
(armazenamento e sincronização) e SharePoint/Dynamics CRM Services. 
8. Modelos de Negócio e o Papel da Liderança (Relacionado ao Material) 
• Além dos aspectos técnicos da nuvem, o material discute a evolução dos 
modelos de negócio e a importância de estar orientado ao cliente e suas 
demandas atuais e futuras. 
• O conceito de Plataforma de Negócios é apresentado como um novo 
paradigma. Uma plataforma de negócios é um conjunto de negócios reunidos 
em uma mesma organização, focada em atender seus clientes com base em 
suas competências essenciais. O sucesso da evolução de negócios está 
intrinsecamente relacionado à adoção de negócios fundamentados nas 
competências essenciais. 
• Uma plataforma de negócios expansionista busca sempre a ambição de crescer 
e ampliar sua influência. As plataformas de negócios têm como característica a 
facilidade em destruir negócios promissores e investir em novos 
empreendimentos. 
• O papel do líder nesse novo modelo de negócioé crucial. O líder é visto como 
um "líder conector" que orienta a expansão do negócio e assume riscos. 
• Empresas como Amazon, Apple, Red Bull, Hyundai e Tesla são citadas como 
exemplos que demonstram essa evolução para modelos de negócio orientados 
a plataformas e o papel da liderança na adaptação. 
9. Conglomerados vs. Plataformas 
• O material diferencia os conglomerados tradicionais das plataformas de 
negócios. Enquanto conglomerados crescem por fusões e aquisições, buscando 
retornos sobre investimento e estratégias de defesa, as plataformas de 
negócios se baseiam em competências essenciais e estratégias de expansão 
orientadas à demanda do cliente. 
• A visão de uma plataforma de negócios está intrinsecamente ligada à sua 
essência. 
 
 
UNIDADE 4 
Transmissão de Dados e Segurança em IoT 
• Noções de redes de comunicações de dados. 
• Compreender sobre as redes TCP/IPv4 e IPv6. 
• Entender a relação entre a Internet e redes de sensores. 
• Conhecer os principais desafios relacionados à segurança em IoT. 
A transmissão de dados é um pilar na IoT, pois é ela que possibilita a interação entre os 
dispositivos e a realização de tarefas com mínima intervenção humana, visando tornar 
os processos mais rápidos, seguros e automatizados. No entanto, a implementação da 
IoT enfrenta barreiras que precisam ser superadas, como regulamentos, tributos, 
custos operacionais, sindicatos conservadores, e, de forma notável, a segurança. 
1. Noções de Redes de Comunicações de Dados em IoT 
• A comunicação de dados é essencial para a IoT, permitindo que os objetos se 
conectem, troquem informações e atuem. 
• O avanço das redes sem fio é um fator chave que possibilita essa conectividade 
e a transmissão de dados para a Internet. 
• A Internet das Coisas transforma a internet em uma ferramenta essencial no 
domínio sensorial, lidando com dados capturados por sensores, como pressão, 
vibração, iluminação, umidade, volume, altura, comprimento, entre outros. 
• Desde os primórdios da ARPANET, vários protocolos de comunicação existem. 
Atualmente, o padrão mais utilizado para a rede que conecta tudo pela internet 
é o TCP/IP. 
• No mundo onde as coisas interagem com pessoas e outras coisas, a velocidade 
e a qualidade da comunicação são muito importantes. Um objeto conectado 
pode ser acessado por meio de uma rede cabeada, sem fio, ou móvel 4G. O 
Brasil já possui a rede 4G pronta para IoT, e o 5G está a caminho. 
• As Redes de Sensores sem Fio (RSSFs) são um tipo importante de rede no 
contexto da IoT. Uma RSSF é uma coleção de dispositivos independentes e 
distribuídos que coletam e transmitem dados digitalmente por um canal sem 
fio. Elas podem empregar centenas ou milhares de sensores, acompanhados 
por gateways e uma unidade de coordenação ou controle. 
• Tecnologias típicas para RSSFs incluem WiFi, Bluetooth, IEEE 802.15.4, RFID e 
ZigBee, operando em diversas camadas da rede (física, enlace, rede, segurança 
e aplicação). RSSFs são geralmente alimentadas por baterias. 
• A escalabilidade é uma característica importante para as redes de sensores, 
pois elas precisam acomodar o crescimento exponencial dos dados gerados. 
• A comunicação é considerada um dos blocos básicos na construção da Internet 
das Coisas. Refere-se à unidade de processamento, microcontroladores, FPGAs 
e processadores, através da qual os objetos IoT se conectam e se tornam 
inteligentes. 
• Tecnologias como 2G e 3G suportam comunicações Máquina a Máquina (M2M) 
e integração de sensores. ZigBee é adequado para transmissão de dados de 
sensores em curta distância, com baixa complexidade, baixo consumo de 
energia e taxa. A tecnologia Ultra Wide Band (UWB) é utilizada para aplicações 
de curto alcance em ambientes internos e sistemas de posicionamento em 
tempo real. 
• M2M é um princípio tecnológico industrial relacionado à telemetria e 
automação, como controle de máquinas e monitoramento de consumo de 
energia. Embora haja alguma confusão entre M2M e IoT, os conceitos estão 
intimamente relacionados. 
Este panorama inicial nos dá uma boa base sobre a importância e os tipos de redes e 
tecnologias de comunicação de dados utilizadas na IoT, além de alguns dos desafios 
enfrentados. 
2. Redes TCP/IPv4 e IPv6 
• A Internet é fundamental para a IoT, funcionando como uma camada ou rede 
composta por switches, roteadores e outros equipamentos, cuja função 
principal é transportar informações de um ponto a outro de forma rápida, 
confiável e segura. 
• Desde os primórdios da ARPANET, diversos protocolos de comunicação foram 
desenvolvidos, sendo o padrão TCP/IP o mais utilizado atualmente para 
conectar tudo pela internet. 
• O TCP/IP é um conjunto de protocolos que permite a comunicação entre 
dispositivos em diferentes redes. O Protocolo Internet (IP) é responsável pelo 
endereçamento e roteamento dos pacotes de dados. 
• No contexto da IoT, onde se espera um crescimento exponencial de dispositivos 
conectados, o sistema de endereçamento se torna um ponto crítico. Embora 
não detalhado nas fontes, o IPv4 possui um número limitado de endereços 
disponíveis, o que se torna uma barreira para a conexão de trilhões de objetos 
previstos para o futuro. 
• A implementação do IPv6 é mencionada como uma das barreiras que têm 
retardado o desenvolvimento da IoT, segundo a Cisco. O IPv6 oferece um 
espaço de endereçamento muito maior, capaz de acomodar a vasta quantidade 
de dispositivos que compõem a Internet das Coisas. 
• A utilização do TCP/IP permite que objetos IoT se conectem e se tornem 
"inteligentes". 
3. A Relação entre a Internet e Redes de Sensores 
• A Internet das Coisas transforma a internet em uma ferramenta essencial no 
domínio sensorial. Isso significa que a internet passa a lidar com grandes 
volumes de dados capturados por sensores, que medem grandezas como 
pressão, vibração, iluminação, umidade, volume, altura, comprimento, entre 
outros. 
• As Redes de Sensores Sem Fio (RSSFs) são coleções de dispositivos 
independentes e distribuídos que coletam e transmitem dados digitalmente 
através de um canal sem fio. Uma RSSF pode envolver centenas ou milhares de 
sensores, juntamente com gateways e uma unidade de coordenação ou 
controle. 
• Sensores assumem um papel central na construção de soluções para a Internet 
das Coisas. Eles geram dados contínuos ou são acionados por eventos. A 
informação coletada pelos sensores é armazenada, transmitida, interpretada e 
utilizada para produzir informação útil. 
• Tecnologias típicas para RSSFs incluem WiFi, Bluetooth, IEEE 802.15.4, RFID e 
ZigBee. Estas tecnologias operam em diversas camadas da rede, como física, de 
enlace, de rede, de segurança e de aplicação. As RSSFs são geralmente 
alimentadas por baterias. 
• A comunicação, seja por rede cabeada, sem fio ou móvel (como 4G, já pronta 
para IoT no Brasil, com o 5G a caminho), é crucial para que os objetos IoT 
possam se conectar e interagir. As RSSFs se conectam a essas redes, muitas 
vezes por meio de gateways, para enviar os dados coletados para a Internet. 
• A relação é simbiótica: a Internet fornece a infraestrutura para transportar e, 
em muitos casos, processar e armazenar os dados gerados pelas redes de 
sensores, e as redes de sensores fornecem os dados sensoriais que alimentam 
as aplicações e serviços da IoT, tornando o mundo físico detectável e interativo. 
• A escalabilidade é uma característica importante para as redes de sensores, 
pois o crescimento exponencial dos dados gerados exige que a rede possa 
acomodar esse aumento. 
4. Protocolos LoRa e NB-IoT 
• Além das tecnologias de rede mais conhecidas, existem protocolos de 
comunicação mais recentes e promissores que estão sendo cada vez mais 
utilizados em aplicações IoT, como LoRa e NB-IoT (Narrowband-IoT). 
• Embora os detalhes específicos desses protocolos não estejam aprofundados 
nas fontes apresentadas, eles são destacados no mapaconceitual como 
tecnologias importantes dentro da transmissão de dados para IoT. 
• Geralmente, protocolos como LoRa e NB-IoT são projetados para comunicação 
de baixa potência e longo alcance, ideais para dispositivos IoT que precisam 
transmitir pequenas quantidades de dados por grandes distâncias sem 
consumir muita energia. 
5. Principais Desafios Relacionados à Segurança em IoT 
• O avanço da IoT, que tem como objetivo conectar todos os dispositivos através 
da Internet, proporciona a troca de informações e realização de tarefas com o 
mínimo de interferência humana, buscando tornar os processos mais rápidos, 
seguros e automatizados. 
• Entretanto, para que o Brasil alcance as previsões positivas de crescimento na 
área de IoT, é necessário ultrapassar algumas barreiras, e a segurança é 
mencionada explicitamente como uma dessas barreiras que, atualmente, 
dificultam sua implementação. 
• Aspectos relacionados à segurança também são uma preocupação. 
• Com o aumento significativo de dispositivos conectados à Internet, os ataques 
de segurança ocorrem com frequência, gerando uma preocupação na área de 
segurança. A segurança aumenta na mesma proporção que o número de 
equipamentos conectados. 
• No contexto das Redes de Sensores Sem Fio (RSSFs), a segurança é uma das 
camadas (física, enlace, rede, segurança e aplicação) onde tecnologias típicas 
como WiFi, Bluetooth, IEEE 802.15.4, RFID e ZigBee operam. 
• Segundo Krishnamurthi (2020), um dos principais desafios relacionados ao 
sensoriamento de dados em IoT são as restrições técnicas. Os sensores são 
altamente vulneráveis a falhas, ataques e quebra física. Isso pode levar à perda 
de dados do sensor e a informações imprecisas. 
• Em uma lista dos cinco maiores problemas apontados para empreendedores de 
IoT no Brasil, realizada pela Tech in Brazil em 2015, o nível de segurança dos 
dispositivos conectados foi destacado. 
• Outro ponto levantado pela mesma fonte são os custos de operação com 
roubos e/ou depredação de infraestrutura. 
• Além disso, no mundo conectado da IoT, a segurança e a privacidade das 
informações são cada vez mais importantes. 
• A rapidez com que ocorrem falhas e as correções dirigidas a vulnerabilidades é 
um fator essencial para a segurança, especialmente considerando a dificuldade 
de aplicar correções devido à baixa qualidade dos dispositivos e equipamentos 
fabricados por diferentes empresas. 
• Uma plataforma IoT esperada, além da segurança, precisa oferecer outros 
serviços como interoperabilidade, gestão de grande volume de dados, 
descoberta de dados, etc.. Os diferentes protocolos de comunicação utilizados 
pelos dispositivos IoT podem precisar de distintos níveis de privacidade e 
segurança. Para isso, utilizam-se protocolos de criptografia, mas a existência 
desses protocolos para funcionarem corretamente depende da existência de 
potentes recursos computacionais para o seu processamento. 
• O principal desafio em segurança e privacidade na IoT é pensar no número 
crescente de dispositivos e usuários. É necessário que os sistemas de segurança 
e privacidade sejam inclusivos com as novas demandas que surgem com o 
amadurecimento da área. 
• No contexto da integração entre Cloud Computing e IoT (Cloud-IoT), um dos 
desafios críticos apontados é a segurança. Os dados dos serviços IoT são 
frequentemente armazenados na nuvem, e os desafios envolvem a criptografia 
durante o envio dos dados para a nuvem e durante o acesso aos dados pelo 
usuário. 
• Outro desafio na implementação da computação em Nuvem para a Internet das 
Coisas é a segurança agregada aos serviços de Internet das Coisas baseados 
em Nuvem. É preciso compatibilizar as diferenças entre os mecanismos de 
segurança dos dispositivos e das plataformas. 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE 5 
 
Para começar, vamos focar nos casos de utilização e nas verticais onde a IoT tem sido 
aplicada. Os materiais destacam que a unidade se relaciona diretamente com as áreas 
de "Indústria" e "Rural", que são verticais importantes para a IoT. 
As fontes listam diversas verticais e casos de uso, como: 
• Manufatura (Indústria): Tornando as fábricas mais "inteligentes". 
• Agronegócio (Rural). 
• Saúde/Medicina: Monitoramento contínuo de pacientes, auxiliando médicos 
no diagnóstico, dispositivos biomédicos. 
• Cidades Inteligentes (Smart Cities): Monitoramento de tráfego, segurança e 
meio ambiente, otimização de processos urbanos. 
• Veículos Conectados / Carros: Reduzindo congestionamentos em sistemas de 
tráfego inteligentes. 
• Casa Conectada: Eletrodomésticos inteligentes. 
• Varejo. 
• Wearables (dispositivos vestíveis). 
• Gestão de Frotas. 
• Prédios Inteligentes. 
• Smart Grid (Redes Elétricas Inteligentes). 
• Segurança Pública. 
• Gestão de Maquinário Produtivo. 
• Governo. 
• Educação: Utilizando metodologias e ferramentas baseadas em IoT. 
• Monitoramento de Carga. 
Esses projetos e aplicações se baseiam, naturalmente, nas tecnologias e plataformas de 
IoT que exploramos nas unidades anteriores, utilizando redes de comunicação, 
sensores e atuadores, e frequentemente integrando serviços em nuvem para 
processamento e análise de dados. 
Após abordar os diversos casos de uso e verticais, o próximo passo na unidade é 
entender os modelos de negócio associados a esses projetos de IoT. 
A discussão sobre modelos de negócio em IoT está intimamente ligada aos Serviços em 
Nuvem para IoT. A computação em nuvem (Cloud Computing) oferece modelos de 
serviço que são frequentemente utilizados na implementação de soluções IoT, como: 
• Software as a Service (SaaS): Onde o software da aplicação IoT é fornecido 
como um serviço pela internet. 
• Platform as a Service (PaaS): Fornece a plataforma necessária para rodar 
aplicativos IoT, incluindo sistemas operacionais, servidores e ambientes de 
desenvolvimento. 
• Infrastructure as a Service (IaaS): Oferece a infraestrutura de hardware 
virtualizada, como servidores e armazenamento, essencial para suportar as 
soluções IoT. 
Além de utilizarem esses modelos de serviços de computação em nuvem, a própria IoT 
habilita novos modelos de negócio. A capacidade de conectar dispositivos, coletar e 
analisar dados em larga escala permite a criação de propostas de valor inovadoras em 
diversas verticais. 
As Plataformas de IoT desempenham um papel crucial nesses modelos, pois servem 
como middleware para conectar dispositivos, gerenciar dados e disponibilizar serviços. 
Existem diferentes tipos de plataformas, algumas focadas em conectividade (M2M), 
outras em tipos específicos de dispositivos, e plataformas mais amplas que oferecem 
funcionalidades completas para análise e visualização de dados. 
Um conceito relacionado destacado nos materiais, especialmente na discussão sobre 
Cloud Computing e o sucesso de empresas como a Amazon, é o de "plataforma de 
negócios". Uma plataforma de negócios é um conjunto de negócios reunidos sob uma 
estratégia corporativa única, ancorada em competências essenciais e focada nos 
clientes e suas demandas futuras. Essa abordagem pode ser aplicada no contexto da 
IoT, onde empresas constroem plataformas que agregam valor através da conexão de 
múltiplos dispositivos e serviços. A Amazon, por exemplo, evoluiu seu modelo de 
negócio para ser centrado no cliente ("customer centricity"), e a visão estratégica que 
impulsiona essa abordagem é crucial para o sucesso. 
Portanto, ao discutir projetos de IoT, é fundamental analisar não apenas a tecnologia 
utilizada e a vertical de aplicação, mas também como a solução gera valor e qual 
modelo de negócio a sustenta, frequentemente envolvendo a computação em nuvem e 
a criação de plataformas robustas. 
Vamos agora detalhar em como a IoT habilita novos modelos de negócio. 
A capacidade da Internet das Coisas de conectar objetos físicos à internet, permitindo a 
coleta, transmissão, análise e distribuição de informações em larga escala,é a base 
para a habilitação de novos modelos de negócio e a transformação dos existentes. A 
IoT essencialmente transforma objetos físicos em objetos de informação, e essa 
capacidade de gerar e usar dados em tempo real abre diversas oportunidades. 
Vejamos como a IoT habilita esses modelos, com base nos materiais: 
1. Geração e Análise de Dados (Big Data e Ciência de Dados): A IoT gera um 
volume imenso de dados provenientes dos dispositivos conectados. A 
capacidade de coletar e analisar esse "Big Data" é crucial. Modelos de negócio 
podem ser baseados na venda, compartilhamento ou uso estratégico desses 
dados para obter insights acionáveis, otimizar operações, prever necessidades 
ou oferecer serviços personalizados. A computação em nuvem é indispensável 
para processar esse grande volume de dados. 
2. Oferta de Serviços Baseados em Dados e Conectividade: Muitos modelos de 
negócio em IoT se baseiam na entrega de serviços, não apenas na venda de um 
produto. Exemplos incluem: 
o Monitoramento Contínuo: Na saúde, o monitoramento contínuo de 
pacientes permite tratamentos personalizados e auxilia médicos no 
diagnóstico. 
o Otimização e Automação: Em cidades inteligentes, a IoT habilita o 
monitoramento de tráfego, segurança e meio ambiente, permitindo a 
otimização de processos urbanos. Na indústria ("Manufatura 4.0"), a 
conexão de maquinário produtivo e a coleta de dados permitem fábricas 
mais inteligentes e gestão mais eficiente. 
o Gestão de Ativos: Monitoramento de carga ou gestão de frotas se 
tornam mais eficientes com dispositivos conectados que fornecem 
localização, status e outras informações em tempo real. 
o Serviços ao Consumidor: Eletrodomésticos conectados ou dispositivos 
vestíveis (wearables) permitem novos serviços para o usuário final, 
muitas vezes controlados por aplicativos e integrados a ecossistemas 
maiores. 
3. Utilização de Plataformas de IoT e Serviços em Nuvem: As soluções IoT 
frequentemente utilizam Plataformas de IoT como middleware para conectar 
dispositivos, gerenciar dados e habilitar a criação e entrega de serviços. Essas 
plataformas, muitas vezes baseadas em Computação em Nuvem (oferecendo 
IaaS, PaaS, SaaS), fornecem a infraestrutura e as ferramentas necessárias para 
implementar e escalar soluções IoT. Modelos de negócio podem ser centrados 
nessas plataformas, oferecendo funcionalidades ou acesso a dados para 
desenvolvedores e outras empresas. 
4. Criação de "Plataformas de Negócios": A IoT contribui para a evolução de 
empresas em "plataformas de negócios", que são conjuntos de negócios 
reunidos sob uma estratégia única, focada nas demandas atuais e futuras dos 
clientes. Assim como a Amazon evoluiu para uma plataforma centrada no 
cliente, agregando diversos serviços (incluindo computação em nuvem que 
suporta IoT), empresas podem usar a IoT para criar plataformas que conectam 
múltiplos dispositivos, serviços e usuários, gerando valor através dessa 
interconexão e dos dados gerados. 
5. Melhoria da Produtividade e Tomada de Decisão: A capacidade de coletar 
dados em tempo real e analisá-los habilita modelos que focam em melhorar a 
eficiência operacional, aumentar a produtividade e suportar uma tomada de 
decisão mais informada. Isso pode ser aplicado em diversas verticais, como 
indústria e agronegócio, que são destacadas como áreas importantes para 
projetos de IoT. 
Em resumo, a IoT habilita novos modelos de negócio ao transformar o mundo físico em 
uma fonte rica de dados e interações, que, quando combinados com tecnologias como 
a Computação em Nuvem, Big Data e Plataformas, permitem a criação e entrega de 
serviços inovadores, a otimização de processos existentes e o desenvolvimento de 
ecossistemas de negócios baseados em plataformas conectadas.

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