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Guilherme Christen Möller - Cronologia dos Processos Judiciais

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Ano 31 | # 660 | Out/Nov 2019www.editorabonijuris.com.br
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 NACIONAL
A INFLUÊNCIA DA 
MÍDIA COMPROMETE A 
IMPARCIALIDADE DO JÚRI?
Claudio Bidino analisa os crimes de grande 
repercussão nos EUA e os efeitos da 
imprensa sobre a administração da justiça
EM ENTREVISTA, PRESIDENTE 
DA OAB-PR DEFENDE SUSPENSÃO 
DE NOVOS CURSOS DE DIREITO
De acordo com Cassio Lisandro Telles, 
as 1.670 faculdades existentes no país já
atenderiam as necessidades do mercado
A idade mínima para a aposentadoria é o grande trunfo da reforma aprovada 
pelo Congresso Nacional. Agora, aguardam-se os embates jurídicos
A HERMENÊUTICA, NÃO A HERMÉTICA
A
Bonijuris nasceu em 1989 como um bole-
tim periódico destinado a contribuir com 
informações, serviços e artigos jurídicos 
relevantes aos operadores do direito.
A evolução foi natural. No devido tempo, 
o boletim tornou-se uma revista mensal, que 
incorporava, além da doutrina, acórdãos em 
destaque, ementários titulados e as súmulas 
recentes dos tribunais superiores.
Ao chegar ao seu ano 30, em 2018, a Revista 
Bonijuris tomou um rumo ambicioso: estreou 
um novo projeto gráfico e editorial, 260 páginas, 
edição bimestral, roupagem jornalística, distri-
buição nacional e circulação impressa de 4 mil 
exemplares. Sem, entretanto, abandonar o ob-
jetivo principal: servir como ferramenta de re-
ferência, consulta e informação especializadas.
A recepção da revista é auspiciosa. Desde 
que lançou sua nova fase, a publicação vem 
conquistando a simpatia da comunidade 
acadêmica, dos escritórios de advocacia, dos 
tribunais nas suas mais diversas alçadas, das 
procuradorias da justiça e dos demais opera-
dores de direito enfim.
Em seu rigor crítico e técnico, em sua revisão 
apurada, em sua divulgação de artigos criterio-
samente selecionados, a Bonijuris orgulha-se em 
fincar raízes na iniciativa privada para tornar-se 
a maior e melhor revista jurídica do país. Im-
pressa, abrangente, significativa, enriquecedora, 
plural, consistente e regular. Não uma aventura 
atemporal desprovida de norte, sul, leste e oeste, 
mas uma tentativa realista de debater as ques-
tões jurídicas em um espaço gráfico (e digital) 
que convida à leitura e não a afugenta.
Memorável criação de Shakespeare, o prín-
cipe dinamarquês Hamlet indaga-se: “Poderei 
estar encerrado em uma casca de noz e me 
sentir rei de um espaço infinito?” Há quem 
admita essa limitação de horizonte. Não a Re-
vista Bonijuris.
O tema de capa desta edição está ligado ao 
presente indicativo do direito. Focamos na re-
forma da previdência e em seus efeitos. Certa-
mente, a revolução nas aposentadorias, com a 
introdução da idade mínima, deve proporcio-
nar um amplo debate acadêmico. Este é o perfil 
de uma publicação como a Revista Bonijuris.
Nos detemos naquilo que pode ampliar, 
não limitar o conceito de ciência jurídica. Na-
quilo que pode dilatar, não restringir a ma-
neira de ensinar e aprender o direito. Naquilo 
que pode trazer à tona e não fazer imergir em 
águas profundas a pesquisa acadêmica.
É da interação social e de seus conflitos que 
se criam e se interpretam as leis. Para tanto, 
não pode o direito espelhar-se em si mesmo 
como um Narciso. A pena para tal crime é co-
nhecida: apaixonado por sua própria imagem, 
a vaidosa e arrogante personagem da mitolo-
gia grega definhou-se.
A Revista Bonijuris orgulha-se em abrigar, 
em seu conselho editorial, notáveis do direito 
na teoria e na práxis. O membro mais recente 
desse seleto grupo é o ministro do Superior 
Tribunal de Justiça Nefi Cordeiro, que acei-
tou o convite prontamente, com o entusiasmo 
que lhe é peculiar. 
A academia não deve ser apenas um es-
forço concentrado para atender critérios de 
classificação e estrato do sistema de avaliação 
estatal. O ministro apoia essa tese. É um cami-
nho tortuoso que leva o doutrinador a debater 
a hermética quando deveria focar na herme-
nêutica. Com isso, não se está aqui a tutelar a 
simplicidade em detrimento da complexidade 
ou vice-versa. O temor é de que a linguagem 
formulada seja apenas uma maneira delibera-
da de esconder a ausência de um pensamento 
genuíno. O ministro Nefi Cordeiro concorda. 
A Revista Bonijuris também.
Boa leitura!
EDITORIAL
3REVISTA BONIJURIS I ANO 31 I EDIÇÃO 660 I OUT/NOV 2019
SUMÁRIO
4 REVISTA BONIJURIS I ANO 31 I EDIÇÃO 660 I OUT/NOV 2019
 EDITORIAL
 3 Direito
A hermenêutica, não a hermética
 TRIBUNA LIVRE
 8 Inadimplemento
Quotas condominiais em atraso
Átila Melo Silva
 9 Segurança pública
Reconhecimento facial: o futuro chegou
Flávio Filizolla D´Urso
 10 Polêmica
O impacto da nova previdência nos estados
Ana Paula Oriola de Raeffray e Pierre Moreau
 12 Terceirização
Nova amplitude, antigos problemas
Daniele Esmanhotto Duarte
 14 Violência
O inconstitucional pacote anticrime
Eduardo Reale
 16 Judicialização
Relativização da penhora de bens
Fernando Machado Bianchi
 ENTREVISTA
 18 “O MEC deveria suspender por dez 
anos a criação de cursos de direito”
CASSIO LISANDRO TELLES
 CAPA
 24 Idade mínima: o trunfo da reforma da 
previdência
Marcus Vinicius Gomes
 30 A necessária e inevitável reforma 
previdenciária
Martina Catini Trombeta
 DOUTRINA JURÍDICA
 36 Tribunal do júri
Mídia, crime e justiça nos Estados Unidos
Claudio Bidino
 58 Novo CPC
Penhora do salário na visão do STJ: exceção à 
regra?
Thomas Caldas de Arruda
 62 Semântica
Cronologia dos processos judiciais: uma análise
Guilherme Christen Möller
 72 Processo civil
Os precedentes no direito romano e no CPC 
Brasileiro
Claudio Henrique de Castro
 82 Política urbana
Cidades sustentáveis: muito além das estruturas 
físicas
Maria Cláudia Antunes de Souza e Priscilla Albino
 92 Guarida de urgência
O delegado e a concessão de medidas protetivas
Eduardo Steganha
 104 Opinião pública
Antropocentrismo e o direito dos animais
Anita Caruso Puchta
 116 Constitucional
Responsabilidade civil dos guardas municipais
Jorge Fabricio dos Santos
 SELEÇÃO DO EDITOR
 122 Hierarquia
Crime militar ou transgressão disciplinar
Cleber Olympio
 134 Direito do consumidor
Distorções práticas da lei de garantias em Portugal
Mário Frota
 LEGISLAÇÃO
 142 Degustação de novas leis
 SÚMULAS
 146 Enunciados do STF, STJ, TST, TRF2, TRF4, TRF5, 
TJBA, TJES, TJMG, TJPR, TJRJ, TJSC, TJSP, TRT1 e 
TRT2
REVISTA BONIJURIS # 660
SUMÁRIO
5REVISTA BONIJURIS I ANO 31 I EDIÇÃO 660 I OUT/NOV 2019
 EMENTÁRIO TITULADO
 152 Hábito religioso
Freiras podem usar véu na foto da CNH
 156 Remoção de vídeos
Google pagará multa por demora na retirada de 
conteúdo
 160 Registro público
Retificação de registro imobiliário quando 
ausente prova de erro
 164 Circunstância genérica
Não incide atenuante de confissão em caso de 
legítima defesa
 168 Atividade de risco
É atividade especial a exposição a tensão 
superior a 250 volts
 172 Prioridade
Tramitação prioritária é direito subjetivo do 
idoso
 174 Cadastro equivocado
Erro no registro do recurso não impede acesso 
à justiça
 176 Justiça laboral
Competência para julgamento de ações de 
entidades privadas de previdência 
 180 Prescrição
Termo inicial da prescrição do IPTU 
 ACÓRDÃOS EM DESTAQUE
 182 Responsabilidade solidária
Indenização por incêndio em boate
 186 Compromisso de compra e venda
Perda total de valores pagos
 194 Caráter propter rem
Pagamento das despesas condominiais vencidas
 204 Ilicitude da prova
Revista pessoal realizada por agente de 
segurança privada
 208 Direito patrimonial
Criação de benefícios e vantagens previdenciárias
 211 Defesa do executado
Garantia do juízo para a oposição de embargos 
à execução
 217 Benefício
Depósito recursal feito pelo empregador 
doméstico
 PRÁTICA FORENSE
 224 Direito do trabalho
Contrato de estágio: a precariedade do vínculo
Rocco Nelson, Walkyria Teixeira e Isabel Nelson
 242 Direito civil
Execução de taxas condominiais vincendas
Christian Eising Oenning
 ALÉM DO DIREITO
 246 Verdades mentirosas do processo 
criminal
GregAndrade
 246 Vítimas do juridiquês – II
Eduardo Mercer
 247 Migalhas de amor
Anita Zippin
 247 O bravo e o manso
Ernani Buchmann
 NÃO TROPECE NA LÍNGUA
 248 Locuções adverbiais para consulta (7)
Maria Tereza de Queiroz Piacentini
 AGENDA DE EVENTOS
 250 Programação de eventos jurídicos
 ÍNDICE REMISSIVO
 252 Temático e onomástico
 PONTO FINAL
 258 Os direitos da família multiespécie
Thais Precoma Guimarães
REVISTA BONIJURIS
ISSN 1809-3256
Vol. 31, n. 5 – Edição 660 – Out/Nov 2019
contato@bonijuris.com.br
facebook.com/bonijuris
EDITOR-CHEFE
Luiz Fernando de Queiroz
COORDENADORA DE CONTEÚDO
Pollyana Elizabethe Pissaia
COORDENADOR JURÍDICO
Geison de Oliveira Rodrigues
PRODUÇÃO GRÁFICA
Jéssica Regina Petersen
DISTRIBUIÇÃO
Ana Crissiane de Moraes Prates Cordeiro 
Renata Kovalski
JORNALISTA
Marcus Vinicius Gomes (3552/13/96 – PR)
REVISÃO E EDIÇÃO
Denise Camargo
Dulce de Queiroz Piacentini
Murilo Coelho
Noeli do Carmo Faria
Olga Maria Krieger
Valéria Stüber
ARTE
Ilustração: Giovana Tows (foto entrevista), 
Guilherme Scarpim (artigos) e Simon Taylor (capa)
Projeto gráfico: Straub Design
DIAGRAMAÇÃO
Julio Cesar Baptista
ESTAGIÁRIOS
Henrique Junior Choinski
Robert Oliveira
Wagner Fernandes Netto
CONSELHO EDITORIAL
Antonio Carlos Facioli Chedid, Carlos Roberto 
Ribas Santiago, Célio Horst Waldraff, Clèmerson 
Merlin Clève, Eduardo Cambi, Guillermo Orozco 
Pardo, Hélio de Melo Mosimann, Hélio Gomes 
Coelho Jr., Jacinto Nelson de Miranda Coutinho, 
João Casillo, João Oreste Dalazen, Joatan Marcos 
de Carvalho, Joel Dias Figueira Júnior, Jorge de 
Oliveira Vargas, José Laurindo de Souza Netto, 
José Lúcio Glomb, José Sebastião Fagundes 
Cunha, Juan Gustavo Corvalán, Luiz Fernando 
Coelho, Manoel Antonio Teixeira Filho, Manoel 
Caetano Ferreira Filho, Mário Frota, Mário Luiz 
Ramidoff, Nefi Cordeiro, Ricardo Sayeg, Roberto 
Portugal Bacellar, Roberto Victor Pereira Ribeiro, 
Sidnei Beneti, Teresa Arruda Alvim, Zeno Simm
COLÉGIO DE LEITORES
Adriana Pires Heller, Alceli Ribeiro Alves, André 
Zacarias Tallarek de Queiroz, Anita Zippin, Carlos 
Oswaldo M. Andrade, Danielle Cristina de Oliveira, 
Elisete Machado, Flávio Zanetti de Oliveira, 
Francisco Zardo, Joana Carvalho Brasil, Juliana 
Silva, Karla Pluchiennik Moreira, Luciano Augusto 
de Toledo Coelho, Luís Alberto Gonçalves Gomes 
Coelho, Luiz Carlos da Rocha, Luise Tallarek de 
Queiroz Maliska, Nelson Antônio Gomes Jr., 
Patrícia Piekarczyk, Ricardo de Queiroz Duarte, 
Roberto Ribas Tavarnaro, Rodrigo da Costa Clazer, 
Rui César Lopes Peiter, Ruy Alves Henriques Filho, 
Sergio Murilo Mendes, Valéria Siqueira, Victoria 
Tapxure Scaramuzza, Yoshihiro Miyamura, Yuri 
Augusto Barbosa Vargas
REDAÇÃO
redacao@bonijuris.com.br
ANÚNCIOS / ASSINATURAS
comercial@bonijuris.com.br
EXEMPLAR IMPRESSO
R$ 130,00
QUALIS C – CAPES 
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Tels.: 41 3323-4020
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@2019 A Revista Bonijuris é publicada bimestralmente pela Editora Bonijuris 
Ltda. Todos os direitos reservados. Os artigos assinados não representam a 
opinião da revista. Pré-impressão, impressão e acabamento: Gráfica Capital. 
Papel couché fosco 80g/m². Tiragem: 4.500 exemplares. Circulação nacional.
Solicita-se permuta. / We ask for exchange. / Se pide canje. / On démande 
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NOTA: Todos os artigos publicados passam por rigoroso processo de 
seleção, edição e revisão para adequá-los ao padrão Bonijuris e ao 
espaço disponível. O editor.
EXPEDIENTE
62 REVISTA BONIJURIS I ANO 31 I EDIÇÃO 660 I OUT/NOV 2019
DOUTRINA JURÍDICA
Guilherme Christen Möller ADVOGADO E CONSULTOR JURÍDICO
CRONOLOGIA DOS PROCESSOS 
JUDICIAIS: UMA ANÁLISE
I
NÃO HÁ QUE SE FALAR EM INCONSTITUCIONALIDADE DA NOVA 
REDAÇÃO DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, MAS DE MERA 
CORREÇÃO SEMÂNTICA 
na estrutura e no sentido epistemológico da 
carta magna.
A proposta desta reflexão está contida 
no referido rol, mais precisamente no artigo 
12 do cpc de 2015. Em síntese, partindo-se da 
ideia de contemplar isonomia no tratamento 
das partes, surge tal artigo com a finalidade 
de considerar um sistema cronológico para o 
julgamento dos processos judiciais – levando-
-se em conta a data da conclusão do proces-
so para o estabelecimento dessa ordem a ser 
observada. Ademais, evita-se o privilégio de 
julgar um ou outro processo senão em exclu-
siva função de sua data de conclusão. Todavia, 
antes mesmo da entrada em vigor do novo 
cpc/2015, houve a alteração do seu texto pela 
Lei 13.256/16, promovendo-se uma série de al-
terações na nova codificação processual, entre 
as quais uma nova ao artigo 12, de modo a alte-
rar a “obrigação”, que preconizava o caput des-
te artigo – como explicado acima –, para uma 
“preferencialidade”.
Nesse sentido, objetiva-se analisar se a 
nova redação do artigo 12 representa uma 
afronta à isonomia disposta no artigo 5º da 
Constituição Federal.
O
Código de Processo Civil de 2015 foi 
desenhado e desenvolvido na pers-
pectiva de contemplar a concretização 
dos direitos fundamentais processu-
ais previstos na Constituição Federal. 
Aliás, na visão de um constitucionalismo con-
temporâneo1, não poderia ser outra a função 
do Código de Processo Civil senão a de asse-
gurar os referidos direitos. O cpc/2015 (Lei 
13.105, de 16 de março de 2015) conta, na sua es-
trutura, com normas “introdutórias” que dão 
sentido às demais normas dessa codificação. 
Em sua maioria, compreendidas entre os arti-
gos 1º ao 12 – advertência que se dá pelo fato 
de este referido rol não contar com um caráter 
taxativo (veja-se o art. 489, § 1º, inc. iv) –, pas-
sam a recepcionar as garantias fundamentais 
processuais da Constituição Federal de 1988. 
Seja pela ratificação do texto constitucional 
no próprio regramento disposto no código, 
seja pelo diálogo de duas ou mais normas fun-
damentais processuais da Constituição Fede-
ral que acabam, a partir dessa interpretação 
conjunta, em uma nova norma fundamental 
processual civil, não há como negar o desenho 
do Código de Processo Civil de 2015 com base 
Guilherme Christen Möller DOUTRINA JURÍDICA
63REVISTA BONIJURIS I ANO 31 I EDIÇÃO 660 I OUT/NOV 2019
Do estabelecimento destes pontos pórticos, 
o que se quer para esta reflexão é observar se 
as alterações promovidas pela Lei 13.256/16, es-
pecificamente na nova redação para o artigo 
12 do Código de Processo Civil – ou seja, a obri-
gação de seguir uma ordem cronológica de jul-
gamento de processos para uma “preferencia-
lidade” – representa uma afronta à isonomia 
disposta no artigo 5º da Constituição Federal, 
e, por consequência, se a nova redação do arti-
go 12 do cpc/15 seria inconstitucional.
Como hipótese, tem-se que tal alteração não 
é inconstitucional em razão da inexistência de 
violação da isonomia no tratamento dos pro-
cessos pelos juízes e tribunais. A afirmação 
surge da observação de que já na redação ori-
ginal havia a inexistência de regra absoluta de 
cronologia; afinal, existiam determinados casos 
em que a possibilidade de “descumprir” a regra 
cronológica do caput (v.g. §§ 2º e 6º) melhoraria 
a gestão dos gabinetes judiciais. O ponto é que 
o sentido que se deve interpretar o artigo 12 do 
Código de Processo Civil continua sendo o de 
obrigação de seguir a ordem cronológica para 
o julgamento dos processos a partir da data de 
conclusão, já que a Lei 13.256/16 tão somente re-
solveu uma incoerência semântica contida na 
redação originária do citado artigo 12 – desde a 
redação original tem-se que a “obrigação”, em 
verdade, nada mais era do que uma “preferen-
cialidade” no momento de observar a ordem 
cronológica, pois enquanto não versar acerca 
de questões que envolvam os §§ 2º e 6º há, sim, 
de se seguir a cronologia da data de conclusão 
dos processos para prolação das decisões judi-
ciais (independentemente da sua espécie). 
PROPOSTA INICIAL DE ORDEM 
CRONOLÓGICADE JULGAMENTO DOS 
PROCESSOS (ART. 12 DO CPC) E SUA NOVA 
ROUPAGEM CONFERIDA PELA LEI 13.256/16
Contemporaneamente, não se pode falar 
sobre a aplicação de uma legislação infracons-
titucional sem levar em conta ser aplicado 
diretamente o próprio texto constitucional. 
Afinal, “o conteúdo da norma inferior deve 
corresponder ao conteúdo da norma superior, 
assim e ao mesmo tempo que o conteúdo da 
norma superior deve exteriorizar-se pelo con-
teúdo da norma inferior”2-3. Ademais, mesmo 
estando claro que o texto constitucional tem 
eficácia plena, não dependendo de outra lei 
para atestar este sentido, o processo civil, mais 
precisamente o Código de Processo Civil, vai 
ratificar e desenvolver mecanismos proces-
suais para a concretização das normas funda-
mentais processuais da Constituição Federal, 
significando dizer que “um Código de Processo 
Civil só pode ser visto [...] como uma concreti-
zação dos direitos fundamentais processuais 
civis previstos na Constituição”4, e é justamen-
te esta a epistemologia do primeiro artigo do 
Código de Processo Civil de 2015, segundo o 
qual “o processo civil será ordenado, discipli-
nado e interpretado conforme os valores e as 
normas fundamentais estabelecidos na Cons-
tituição da República Federativa do Brasil, 
observando-se as disposições deste Código”5.
Seguindo-se a proposta exposta, a estrutu-
ra do Código de Processo Civil de 2015 foi pen-
sada e desenhada na forma de, inicialmente, 
contemplar normas fundamentais – que, em 
sua maioria, são derivadas das próprias nor-
mas fundamentais processuais civis – a serem 
observadas a fim de servirem de norte para 
a compreensão de todas as demais normas 
desta codificação. Compreendidos no capítu-
lo I do título único do livro I, da parte geral, 
os artigos 1º ao 12 servem como uma espécie 
de “introdução” ao cpc – o que muito lembra 
o proposto pelo Código de Processo Civil de 
19396 (Decreto-Lei 1.608, de 18 de setembro de 
1939), conjunto que pode ser denominado “di-
reito processual fundamental” ou ainda “direi-
to processual geral”, embora esse rol não seja 
exaustivo7.
A estrutura do CPC foi pensada e desenhada de forma a contemplar 
normas fundamentais a serem observadas a fim de servirem de norte 
para a compreensão de todas as demais normas desta codificação
CRONOLOGIA DOS PROCESSOS JUDICIAIS: UMA ANÁLISE
64 REVISTA BONIJURIS I ANO 31 I EDIÇÃO 660 I OUT/NOV 2019
Entre as regras e os princípios processuais8 
dispostos no referido capítulo, encontra-se a 
garantia do julgamento dos processos a par-
tir de ordem cronológica de conclusão, repre-
sentada pelo artigo 12 do Código de Processo 
Civil, dispondo que “os juízes e os tribunais 
atenderão, preferencialmente, à ordem cro-
nológica de conclusão para proferir sentença 
ou acórdão”9. Trata-se de uma disposição não 
conhecida até o momento da promulgação do 
Código de Processo Civil de 2015, ou seja, algo 
jamais visto ou sequer pensado em outras 
legislações de cunho processual que antece-
deram o novo código. Em verdade, a ideologia 
contida no referido dispositivo surge “como 
forma de concretizar o princípio republica-
no da igualdade”10; afinal, partindo-se do que 
assegura a Constituição Federal no caput de 
seu artigo 5º, ao dispor que “todos são iguais 
perante a lei”, cumulativamente ao texto do 
artigo 139, inciso i, do cpc/2015, estabelecen-
do que o órgão judicial tem o ônus de asse-
gurar igualdade no tratamento das partes11, 
aplicar privilégios no momento da opção 
pelo julgamento de um e não de outro proces-
so automaticamente faz com que se padeça 
de tal garantia constitucional12. Em uma cro-
nologia histórica-legislativa, a questão é que, 
diferentemente da redação normativa apre-
sentada sobre o artigo 12 do Código de Pro-
cesso Civil de 2015 – redação que surgiu com 
a edição da Lei 13.256/1613 –, quando da versão 
original, lá dispunha, em seu caput, que “os 
juízes e os tribunais deverão obedecer à or-
dem cronológica de conclusão para proferir 
a sentença ou acórdão”. A Lei 13.256/16 pro-
moveu uma alteração no caput desse artigo 
para substituir a “obrigação” por uma “pre-
ferencialidade”14. Dito de outra forma, antes 
da reformulação proposta pela Lei 13.256/16 
ao artigo 12 do cpc/15, objetivava-se estabe-
lecer critérios isonômicos no momento do 
julgamento dos processos, sem privilégios na 
“escolha” de qual processo deveria ser julgado 
primeiro.
Como será demonstrado, até o advento do 
Código de Processo Civil de 2015 não existia 
uma norma (seja ela da natureza que for) 
que assumisse a função proposta para o ar-
tigo 12. Assim, o julgador não tinha qualquer 
orientação na hora de escolher entre os pro-
cessos de sua competência. A questão era de 
natureza discricionária, ou seja, poderia o 
julgador sedimentar os processos e, assim, 
seguir uma cronologia ou poderia julgá-los 
sem qualquer distinção da sua natureza. Por-
tanto, julgando aleatoriamente os processos, 
a ordem de julgamento era uma questão que 
se resolvia na particularidade das unidades 
jurisdicionais brasileiras, que, por vezes, não 
seguia uma padronização temporal. A ques-
tão da observação da data de conclusão dos 
processos partiu de uma reinvindicação dos 
próprios operadores do direito, levada ao 
conhecimento do Conselho Nacional de Jus-
tiça (cnj) e, por meio de políticas públicas, 
buscou-se combater a ausência de observa-
ção cronológica do julgamento dos processos 
judiciais.
A proposta é demasiadamente relevante. 
Explica-se. Alguns autores sustentam que, a 
partir da Constituição Federal de 1988, inde-
pendentemente de vigorar, à época, o Código 
de Processo Civil de 1973, havia-se adentra-
do em um novo ciclo processual, um direito 
constitucional processual, a base da ideia con-
temporânea de um processo justo, carregada 
por autores como Luiz Guilherme Marinoni, 
Sérgio Cruz Arenhart e Daniel Mitidiero15 e 
Humberto Theodoro Júnior16, e de um acesso à 
ordem jurídica justa, tese representada, indis-
cutivelmente, pelo atual representante da es-
cola paulista de processo, Kazuo Watanabe17. 
Ambas as teses visam superar aquilo que J. J. 
Calmon de Passos18 há muito tempo alertou: 
a impureza do processo. Partindo-se da cisão 
Até o advento do novo CPC não existia uma norma que assumisse 
a função proposta para o artigo 12. O julgador não tinha qualquer 
orientação na escolha dos processos de sua competência
Guilherme Christen Möller DOUTRINA JURÍDICA
65REVISTA BONIJURIS I ANO 31 I EDIÇÃO 660 I OUT/NOV 2019
kelseniana19 entre o direito e a ciência do direi-
to, o saudoso professor baiano alertava para a 
questão de existirem vícios de ordem moral no 
momento do desenvolvimento do processo – e 
com razão, a opção de um processo por outro, 
por vezes, poderá contar com alguma espécie 
de preferência moral –, capaz de torná-lo im-
puro. Sem qualquer análise parcial de ambas 
as teses citadas, importa destacar que elas es-
tão calcadas na visão democrática da Consti-
tuição Federal de 1988, visando alcançar uma 
superação de vícios morais processuais por 
meio do respeito às garantias fundamentais 
processuais. A insurgência da ordem cronoló-
gica do julgamento dos processos judiciais, que 
nada mais é do que, caso se seguir a proposta 
antes referida, uma forma de garantir um pro-
cesso justo. Nessa linha, portanto, a pergunta 
que fica agora é desdobrada em duas: 1) se o 
sentido interpretativo que se aplica ao artigo 
12 do Código de Processo Civil de 2015 deve ser 
de que não mais existe uma regra obrigatória 
na observação de ordem cronológica da con-
clusão dos processos – a fim de servir como pa-
râmetro a ser observado no momento do julga-
mento, e intrinsecamente ligado ao primeiro; 
2) se face ao rompimento da obrigatoriedade 
do artigo 12 do Código de Processo Civil de 
2015 está-se diante de uma flagrante inconsti-
tucionalidade, especialmente pelo fato de uma 
possível quebra de isonomia no tratamento 
que deve ser dado às partes, ou seja, ferindo 
diretamente o próprio caput do artigo 5º da 
ConstituiçãoFederal de 1988. 
Ambas as questões serão respondidas no 
capítulo seguinte.
Uma observação demasiadamente interes-
sante e que influirá para esta conclusão: há 
de ser considerado que antes mesmo da Lei 
13.256/16, ou seja, quando da redação original 
do Código de Processo Civil de 2015, o próprio 
artigo 12, precisamente o seu § 2º, continha 
sua própria flexibilização, notadamente um 
rol de hipóteses em que havia a exclusão da 
regra prevista no caput: 
I – as sentenças proferidas em audiência, homo-
logatórias de acordo ou de improcedência liminar 
do pedido; II – o julgamento de processos em 
bloco para aplicação de tese jurídica firmada em 
julgamento de casos repetitivos; III – o julgamento 
de recursos repetitivos ou de incidente de reso-
lução de demandas repetitivas; IV – as decisões 
proferidas com base nos arts. 485 e 932; V – o 
julgamento de embargos de declaração; VI – o jul-
gamento de agravo interno; VII – as preferências 
legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Na-
cional de Justiça; VIII – os processos criminais, nos 
órgãos jurisdicionais que tenham competência pe-
nal; IX – a causa que exija urgência no julgamento, 
assim reconhecida por decisão fundamentada. 
Do mesmo modo, há, ainda, uma salvaguar-
da de casos em que deveriam ser julgados 
antes dos demais, ou seja, que ocupariam o 
primeiro lugar na lista de processos a serem 
julgados (art. 12, § 6º, do Código de Processo Ci-
vil), notadamente, o que “I – tiver sua senten-
ça ou acórdão anulado, salvo quando houver 
necessidade de realização de diligência ou de 
complementação da instrução”, ou “ii – se en-
quadrar na hipótese do artigo 1.040, inciso ii”20.
A ORDEM CRONOLÓGICA DE 
JULGAMENTO DOS PROCESSOS APÓS 
A LEI 13.256/16: UMA POSSÍVEL 
INCONSTITUCIONALIDADE NA NOVA 
REDAÇÃO DO ART. 12 DO CPC/15?
Viu-se que a nova roupagem do artigo 12 
do Código de Processo Civil traz a ideia de 
que se deve dar “preferencialidade” no mo-
mento da escolha do caso a ser julgado. Daí 
poderia emanar a ideia de que, partindo-se de 
“preferencialidade”, os juízes e os tribunais 
estão livres no momento do julgamento para 
escolher um ou outro processo, independen-
temente da data de conclusão. A ideia ante-
rior é demasiadamente equivocada. Sobre a 
orientação cronológica a ser observada para 
o julgamento dos processos judiciais, veja-se 
que, em verdade, se está falando de um pro-
Partindo-se de ‘preferencialidade’, os juízes e os tribunais estão 
livres no momento do julgamento para escolher um ou outro 
processo, independentemente da data de conclusão
CRONOLOGIA DOS PROCESSOS JUDICIAIS: UMA ANÁLISE
66 REVISTA BONIJURIS I ANO 31 I EDIÇÃO 660 I OUT/NOV 2019
blema que já nos é presente desde o tempo 
do Código de Processo Civil de 197321. Aliás, a 
questão era demasiadamente ostensiva até a 
promulgação da Constituição Federal de 1988, 
haja vista que nem o Código de Processo Ci-
vil de 1973 contava com uma regra nos mol-
des do artigo 12 do Código de Processo Civil 
de 2015, tampouco a Constituição da ditadura 
militar (1967) continha qualquer norma cons-
titucional que zelasse pela isonomia entre as 
pessoas como dispõe o artigo 5º da vigente 
Constituição. 
Agora, pensando-se a partir da promul-
gação da Constituição Federal de 1988, in-
dependente de ter existido norma infra-
constitucional processual que consagrasse 
expressamente a atenção a uma ordem cro-
nológica para o julgamento dos processos 
judiciais, tomando por base a data de con-
clusão, o critério a ser adotado pelos juízes 
e pelos tribunais deveria ser, desde aquele 
período, com vistas a proporcionar a igualda-
de entre as partes. Ou seja, para que se cum-
prisse o sentido epistemológico da igualdade 
um processo concluso no ano de 1998 não po-
deria ser julgado depois de um concluso em 
1999 – e claro, ressalvadas as questões como 
julgamento em massa e outras situações com 
vistas a proporcionar melhor gerenciamen-
to das unidades jurisdicionais –, pois a mera 
atitude de escolher um e não outro processo, 
deixando-se de considerar a data da conclu-
são de cada, já romperia com a ideia de iso-
nomia pelo privilégio dado a um determinado 
caso. Aliás, desta reflexão surge uma situação 
demasiadamente recorrente até o advento do 
Código de Processo Civil de 2015: o grau de 
dificuldade de cada processo. Uma constan-
te reclamação dos advogados era a demora 
em se obter provisão jurisdicional em casos 
não habituais, para os quais seria despendi-
do mais tempo do julgador para análise. A 
mesma reflexão feita dá-se neste momento; 
afinal, sendo o caso fácil ou difícil (até porque 
não se concorda com a existência desta dis-
tinção), todos devem ser julgados de maneira 
isonômica, obstando-se privilégios por conta 
do grau de dificuldade. O sentido contrário ao 
afirmado nada mais representa do que mera 
vulgata institucionalizada, a fim de justificar 
a opção pelo julgamento de um e não de ou-
tro processo – cai-se, novamente, na impureza 
mencionada por J. J. Calmon de Passos22.
Fez bem o legislador ao interpretar a orien-
tação que se vinha tomando acerca da cro-
nologia da data de conclusão para a prolação 
das decisões judiciais. No campo normativo, 
a função do artigo 12 tão somente reforça a 
discussão sobre a obediência ao texto cons-
titucional no momento da interpretação da 
cronologia temporal dos processos judiciais. 
Entretanto, um ponto deve ser esclarecido 
acerca da redação original desta disposição 
para que se possa compará-la em relação à 
nova: a plasticidade da obrigação ali contida. 
Veja-se que o Código de Processo Civil de 2015 
incorpora não só a orientação para obrigação 
de atentar-se à cronologia da conclusão dos 
processos, como também assimila a flexibili-
zação já existente. Em verdade, o que se tinha 
era uma incongruência semântica de uma re-
gra não absoluta, pois ao mesmo tempo em 
que o caput da redação original do citado arti-
go 12 dispunha haver obrigação de seguir uma 
ordem cronológica para prolatar as decisões, o 
§ 2º (e, de igual forma, o § 6º) flexibilizava essa 
orientação, excluindo determinadas hipóte-
ses da regra geral. Deixando-se de adentrar 
nas referidas hipóteses, o que se pode obser-
var é que a nova redação em momento algum 
alterou o sentido originário. A questão é que 
quando se fala acerca de “preferencialidade” e 
não de obrigatoriedade, o sentido permanece 
o mesmo, uma vez que desde a redação origi-
nal não havia obrigatoriedade, mas sim uma 
preferência. A nova redação do artigo 12 do 
Uma constante reclamação dos advogados era a demora em se 
obter provisão jurisdicional em casos não habituais, para os quais 
seria despendido mais tempo do julgador para análise
Guilherme Christen Möller DOUTRINA JURÍDICA
67REVISTA BONIJURIS I ANO 31 I EDIÇÃO 660 I OUT/NOV 2019
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Código de Processo Civil tão somente corrige 
a incoerência linguística tida na redação origi-
nal, enquanto na prática forense nada mudou.
Os juízes e os tribunais devem continuar 
seguindo a ordem cronológica da conclusão 
dos processos no momento de julgá-los. To-
davia, podem não se filiar a essa obrigação 
nas ressalvadas hipóteses contidas no artigo 
12 do Código de Processo Civil23. Assim, sobre 
a questão da suposta inconstitucionalida-
de da nova redação do artigo 12 do Código 
de Processo Civil dada pela Lei 13.25616, se 
se seguir a linha até então construída nesta 
análise não se vislumbra qualquer violação à 
isonomia no tratamento dos processos pelos 
juízes e pelos tribunais, já que desde antes de 
tal orientação tornar-se norma prevalecia a 
ideia de sua flexibilização para específicoscasos, como os contidos nos §§ 2º e 6º do ar-
tigo 1224. Agora, por outro lado, se se aplicar 
um sentido interpretativo ao artigo 12 do 
cpc/2015 que possa dar ensejo a uma “facul-
dade” de seguir uma ordem cronológica para 
o julgamento dos processos, ou pior, se essa 
tivesse sido a nova roupagem proposta pela 
Lei 13.256/16 ao referido artigo, pelos motivos 
de uma proposta isonômica de observação 
dos processos pelos juízes e tribunais, ver-se-
-ia uma inconstitucionalidade25.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em um primeiro momento, quando se 
analisou a proposta do artigo 12 do Código 
de Processo Civil, viu-se que, sendo uma nor-
ma expressa, a redação era desconhecida até 
o advento do Código de 2015, já que mesmo 
após o ano de 1988 o direito processual cami-
nhou para o sentido de nortear uma isono-
mia (art. 5º, caput, da Constituição Federal 
de 1988) entre os processos judiciais, evitan-
do a escolha de um e não de outro processo 
judicial no momento da prolação da decisão. 
Os juízes e os tribunais devem continuar seguindo a ordem 
cronológica das conclusões dos processos. Todavia, podem não se 
filiar a essa obrigação nas ressalvadas hipóteses contidas no CPC
CRONOLOGIA DOS PROCESSOS JUDICIAIS: UMA ANÁLISE
68 REVISTA BONIJURIS I ANO 31 I EDIÇÃO 660 I OUT/NOV 2019
Nenhuma outra legislação processual civil 
brasileira carregou orientação similar ao que 
propõe o artigo 12 do Código de Processo Ci-
vil de 2015. De fato, a tendência de se obser-
var a cronologia no momento do julgamento 
dos processos judiciais surgiu a partir da ob-
servação das bases fundamentais da Cons-
tituição Federal de 1988, o que passou, em 
verdade, a ser fiscalizado mediante políticas 
públicas promovidas pelo Conselho Nacional 
de Justiça (cnj).
Inobstante as atividades promovidas pelo 
Conselho Nacional de Justiça (cnj) visando 
inibir que gabinetes judiciais contassem com 
processos judiciais conclusos há mais de es-
pecíficos períodos, fez bem o legislador pro-
cessual ao interpretar e absorver o sentido 
constitucional de ordem cronológica para o 
julgamento dos processos da forma que resul-
tou no artigo 12 do Código de Processo Civil, 
ou seja, determinando em sua redação origi-
nal que “os juízes e os tribunais deverão obe-
decer à ordem cronológica de conclusão para 
proferir sentença ou acórdão”. 
O “problema” surgiu quando a Lei 13.256/16, 
a qual, entre as diversas disposições que al-
teraram o Código de Processo Civil (mesmo 
antes da vigência deste), deu uma nova roupa-
gem textual ao artigo 12 para determinar que 
“os juízes e os tribunais atenderão, preferen-
cialmente, à ordem cronológica de conclusão 
para proferir sentença ou acórdão”. O que a 
lei fez, em uma análise rasa, foi alterar a “obri-
gação” que dispunha o artigo 12 do Código de 
Processo Civil para uma “preferencialidade”, 
atitude protestada e contestada no âmbito ju-
rídico brasileiro (especialmente por parte dos 
advogados).
Dessa modificação (obrigação para prefe-
rência) sob a óptica de uma suposta violação 
ao sentido epistemológico contido na garan-
tia fundamental da isonomia (art. 5º, caput, 
da Constituição Federal de 1988), denotaria 
uma flagrante inconstitucionalidade na nova 
redação do artigo 12 do Código de Processo 
Civil. Desde sua redação original, a norma 
contida no artigo 12 não é absoluta, ou seja, há 
casos em que haveria a possibilidade de des-
cumprir a ordem cronológica obrigatória (§§ 
2º e 6º). Assim, no plano semântico do texto 
normativo, o que se tinha era uma incongru-
ência desde sua redação original, haja vista 
que sempre houve uma “preferencialidade” 
em ser seguida a cronologia para o julgamen-
to dos processos judiciais – eis o ponto: a res-
salva contida nos próprios parágrafos do ar-
tigo 12 do Código de Processo Civil já rompia 
com a ideia de obrigação. A Lei 13.256/16 tão 
somente corrigiu tal incongruência. O sen-
tido proposto para o referido artigo segue o 
mesmo: desde que não envolvam as hipóteses 
ressalvadas, deve-se adotar uma cronologia 
obrigatória. Assim, se acompanhar nesta li-
nha proposta, não há que se falar em incons-
titucionalidade da nova redação, mas uma 
mera correção semântica.	 n
NotAS
1. STRECK, Lenio Luiz. Verdade e consenso: 
constituição, hermenêutica e teorias discur-
sivas. 6. ed. rev. e ampl. São Paulo: Saraiva, 
2017.
2. ÁVILA, Humberto. Teoria dos princípios. 
12. ed. São Paulo: Malheiros, 2011, p. 140-
141.
3. “O papel que qualquer codificação atu-
al pode aspirar dentro da ordem jurídica é 
o de centralidade – vale dizer, consistir em 
eixo a partir do qual se articulam os vários 
institutos de determinado ramo do direito, 
dando-lhes um sentido comum mínimo. Um 
Código contemporâneo é antes de tudo um 
Código central. No Estado Constitucional, 
a ordem e a unidade do direito processual 
civil estão assegurados pela Constituição e, 
muito especialmente, pelos direitos funda-
mentais processuais civis que compõem o 
nosso modelo de processo justo. É a partir 
daí que devemos construir interpretativa-
mente o sistema do processo civil brasilei-
ro” (MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, 
Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo curso 
de processo civil. 3. ed. rev. atual. e ampl. 
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 
2017, v. I, p. 578).
4. MARINONI; ARENHART; MITIDIERO. Op. 
cit., p. 578.
5. Idem.
6. MÖLLER, Guilherme Christen. A formação 
do direito processual civil brasileiro contem-
porâneo. In: Revista Eletrônica Direito e Políti-
ca, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu 
em Ciência Jurídica da Univali, Itajaí, v.13, 
n. 2, 2. Quadrimestre, 2013, p. 764-791.
7. “Há outras normas fundamentais do 
processo civil brasileiro que não estão con-
sagradas expressamente nos doze primeiros 
artigos do CPC. Há normas fundamentais na 
Constituição – devido processo legal, juiz 
natural, proibição de prova ilícita; há normas 
fundamentais espalhadas no próprio CPC, 
como o princípio de respeito ao autorregra-
mento da vontade no processo e o dever de 
observância dos precedentes judiciais (arts. 
926-927, CPC). Há, portanto, esquecimento 
incompreensíveis – não seria exagero dizer 
que os art. 190 e 926 e 927 são pilares do 
novo sistema do processo civil brasileiro –, 
além de ao menos um exagero: a observân-
cia da ordem cronológica da decisão [ref. ao 
art. 12 do CPC/2015, já modificado após a 
edição desse livro, pela Lei n. 13.256/2016], 
Guilherme Christen Möller DOUTRINA JURÍDICA
69REVISTA BONIJURIS I ANO 31 I EDIÇÃO 660 I OUT/NOV 2019
embora realmente seja importante, não me-
recia o status de entrar no rol de normas 
fundamentais do processo civil. Mas, no 
particular, legem habemus” (DIDIER JÚNIOR, 
Fredie. Curso de direito processual civil. 17. 
ed. rev. ampl. e atual Salvador: Juspodivm, 
2015, v. I, p. 61-62).
8. “Nesse sentido, deve-se ter em mente a 
clara distinção entre “norma processuais” e 
princípios”: “a observação é importante. A 
distinção entre regras e princípios tem grande 
importância prática. São normas com estrutu-
ras distintas e formas de aplicação próprias, 
orientadas por padrões de ‘argumentação 
específicos, que favorecem o estabelecimento 
de ônus argumentativos diferentes e impac-
tam diretamente na definição daquilo que 
deve ser exigido de forma definitiva’, por 
meio da solução jurisdicional” (LIMA, Rafael 
Bellem de. Regras na teoria dos princípios. 
São Paulo: Malheiros, 2014, p. 52).
9. BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 
2015. Código de Processo Civil, Brasília, DF, 
mar. 2015. Disponível em: http://www.planal-
to.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/
L13105.htm. Acesso em: 28 maio 2019.
10. DIDIER JÚNIOR. Op. cit., p. 146.
11. BRASIL. Constituição da República Fede-
rativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: 
Centro Gráfico, 1988. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicaocompilado.htm. Acesso em: 28 
maio 2019.
12. “Se “todos são iguais perante a lei” (CF, 
art. 5º, caput), e se ao órgão judicial incumbe 
“assegurar às partes igualdade de tratamen-to” (NCPC, art. 139, I), é óbvio que a garantia 
de isonomia restará quebrada se a escolha 
do processo a ser julgado, dentre os diversos 
pendentes de decisão, pudesse ser feita sem 
respeitar a ordem cronológica de conclusão. 
A garantia constitucional não pode conviver 
com o privilégio desse tipo” (THEODORO JÚ-
NIOR, Humberto. Curso de direito processual 
civil. 57. ed. rev. atual. e ampl. Rio de Janeiro: 
Forense, 2016, v. I, p. 95).
13. BRASIL. Lei 13.256, de 4 de fevereiro de 
2016. Altera a Lei 13.105, de 16 de março de 
2015 (Código de Processo Civil), para discipli-
nar o processo e o julgamento do recurso ex-
traordinário e do recurso especial, e dá outras 
providências, Brasília, DF, 2016. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
Ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm. Acesso 
em: 28 maio 2019.
14. “Prevaleceu, pois, a ideia de que a racio-
nalização do trabalho poderia sofrer algum 
comprometimento com o dispositivo que de-
terminava uma obrigação aos magistrados, 
sem levar em conta, por exemplo, a existên-
cia e necessidade de distinção entre deman-
das simples e complexas – estas últimas, 
se obedecida a ordem, poderiam impedir o 
julgamento de centenas de processos, atra-
sando, ainda mais a prestação jurisdicional, 
por exemplo. Ademais, a própria previsão le-
gislativa quanto ao controle dos prazos para 
que o juiz profira suas decisões (art. 226, II 
e III), permitindo uma única prorrogação por 
igual tempo, sob pena de sofrer represen-
tação dirigida ao corregedor do Tribunal ou 
ao Conselho Nacional de Justiça – CNJ, foi 
elemento que influenciou na modificação da 
norma. E ainda neste sentido, se o juiz não 
se justificar e mantiver a inércia, os autos 
serão remetidos ao seu substituto legal, sem 
prejuízo da aplicação das sanções adminis-
trativas cabíveis (art. 235 e seus parágrafos)” 
(CARNEIRO, Paulo Cezar Pinheiro. Art. 12. In: 
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim; DIDIER JÚ-
NIOR, Fredie; TALAMINI, Eduardo; DANTAS, 
Bruno. (Coord.). Breves comentários ao Novo 
Código de Processo Civil. 3. ed. rev. e atu-
al. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 
2016, p. 107).
15. MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, 
Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. O Novo Pro-
cesso Civil. 2. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: 
Editora Revista dos Tribunais, 2016.
16. THEODORO JÚNIOR. Op. cit.
17. WATANABE, Kazuo. Acesso à ordem ju-
rídica justa: conceito atualizado de acesso à 
justiça, processos coletivos e outros estudos. 
Belo Horizonte: Del Rey, 2019.
18. CALMON DE PASSOS, José Joaquim. De-
mocracia, participação e processo. In: Calmon 
de Passos, José Joaquim. Ensaios e artigos. 
Salvador: Juspodivm, 2016, v. 2.
19. KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. 
Trad. João Baptista Machado. São Paulo: WMF 
Martins Fontes, 2015.
20. BRASIL. Lei n. 13.105, de 16 de março de 
2015. Código de Processo Civil, Brasília, DF, 
mar. 2015. Disponível em: http://www.planal-
to.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/
L13105.htm. Acesso em: 28 maio 2019.
21. “Como é notório, sob a égide do 
CPC/1973 o órgão jurisdicional não tinha 
vinculação a qualquer ordem cronológica de 
julgamento, proferindo sentenças e acórdãos 
na ordem que bem desejassem. É natural 
que assim sendo os órgãos jurisdicionais 
prefiram julgar processos mais simples, que 
deem menos trabalho para serem decididos. 
Ainda mais se considerarmos a imposição 
pelo CNJ e pelos próprios tribunais de me-
tas de julgamento que têm como critério a 
quantidade de julgados proferidos pelo ór-
gão jurisdicional” (NEVES, Daniel Amorim 
Assumpção. Novo Código de Processo Civil 
comentado: artigo por artigo. Salvador: Jus-
podivm, 2016, p. 31).
22. CALMON DE PASSOS. Op. cit.
23. “Dar preferência à ordem cronológica 
não significa que seja faculdade do juiz. O 
magistrado deverá, sim, atender preferen-
temente a ordem cronológica, sempre que 
isto for possível. Para não atendê-la terá de 
justificar. Mais um dispositivo legal feito por 
encomenda de última hora, que atrapalha o 
sistema processual do CPC. Tudo o que vem 
em seguida ao caput indica a obrigatorieda-
de de atender-se a ordem cronológica, pois 
do contrário não faria sentido manterem-se 
os demais dispositivos. Melhor teria sido o 
legislador da L. 13256/2015 alterar apenas o 
caput para que a preferência fosse realmente 
uma faculdade e revogar os demais dispo-
sitivos” (NERY JÚNIOR, Nelson; NERY, Rosa 
Maria de Andrade. Código de Processo Civil 
comentado. 16. ed. rev. atual. e ampl. São 
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 
p. 235).
24. THEODORO JÚNIOR. Op. cit., p. 96.
25. “A exótica interpretação, entretanto, 
não precisa ser levada ao cabo em razão da 
Lei 13.256, de 04.02.2016, que modificando 
a redação originária do art. 12, caput, do 
Novo CPC, passa a prever que a ordem cro-
nológica de julgamento deve ser atendida 
preferencialmente. Numa leitura apressada 
da mudança legislativa pode parecer que o 
respeito à ordem cronológica simplesmen-
te deixou de existir, tendo sido o art. 12 
do Novo CPC tacitamente revogado. Não 
concordo com esse entendimento. O artigo 
ora comentado certamente levou um golpe 
considerável diante da novidade, mas está 
longe de estar revogado. Sendo o dispositivo 
uma regra fortemente inspirada no princípio 
da isonomia, para evitar que o ‘amigo do 
rei’ tenha seu processo julgado antes dos 
demais, sempre que o juiz justificar a que-
bra da ordem para melhor ajustar o trabalho 
cartorial, sem que com isso privilegie de for-
ma pontual e direcionada determinado ad-
vogado e/ou parte, terá legítima justificativa 
para inverter a ordem cronológica de julga-
mento. Na realidade, continua a existir uma 
ordem e suas exceções legais, de forma que 
o juiz, sempre que decidir em descompasso 
com essas regras, deverá fundamentar sua 
postura” (NEVES, Daniel Amorim Assump-
ção. Novo Código de Processo Civil comen-
tado: artigo por artigo. Salvador: Juspodivm, 
2016, p. 34).
REFERÊNCIAS
ÁVILA, Humberto. Teoria dos princípios. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 
2011.
CALMON DE PASSOS, José Joaquim. Democracia, Participação e Pro-
cesso. In: ______, José Joaquim. Ensaios e artigos. Salvador: Jus-
podivm, 2016, v. 2.
CARNEIRO, Paulo Cezar Pinheiro. Art. 12. In: WAMBIER, Teresa Arruda 
Alvim; DIDIER JÚNIOR, Fredie; TALAMINI, Eduardo; DANTAS, Bruno. 
(Coord.). Breves comentários ao Novo Código de Processo Civil. 3. 
ed. rev. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.
DIDIER JÚNIOR, Fredie. Curso de direito processual civil. 17. ed. rev. 
ampl. e atual. Salvador: Juspodivm, 2015, v. I.
KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. Trad. João Baptista Machado. São 
Paulo: WMF Martins Fontes, 2015.
LIMA, Rafael Bellem de. Regras na teoria dos princípios. São Paulo: 
Malheiros, 2014.
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Da-
niel. O Novo Processo Civil. 2. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: 
Revista dos Tribunais, 2016.
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Da-
niel. Novo curso de Processo Civil. 3. ed. rev. atual. e ampl. São 
Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. v. I.
MÖLLER, Guilherme Christen. A formação do direito processual civil 
CRONOLOGIA DOS PROCESSOS JUDICIAIS: UMA ANÁLISE
70 REVISTA BONIJURIS I ANO 31 I EDIÇÃO 660 I OUT/NOV 2019
brasileiro contemporâneo. Revista Eletrônica Direito e Política, 
Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Ciência Jurídica da 
Univali, Itajaí, v. 13, n. 2, 2. quadrimestre 2013.
NERY JÚNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Pro-
cesso Civil comentado. 16. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista 
dos Tribunais, 2016.
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo Civil co-
mentado: artigo por artigo. Salvador: Juspodivm, 2016.
STRECK, Lenio Luiz. Verdade e consenso: Constituição, Hermenêutica 
e Teorias Discursivas. 6. ed. rev. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2017.
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. 57. 
ed. rev. atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2016. v. I.
WATANABE, Kazuo. Acesso à ordem jurídica justa: conceitoatualizado 
de acesso à justiça, processos coletivos e outros estudos. Belo Ho-
rizonte: Del Rey, 2019.
// Revista Bonijuris FICHA TÉCNICA 
Título original: A análise sobre a constitucionalidade da nova redação do art. 12 do Códi-
go de Processo Civil: sobre as modificações promovidas pela Lei 13.256/16 acerca da ordem 
cronológica de julgamento dos processos judiciais. Title: The analysis on the constitutio-
nality of the new wording of art. 12 of the Code of Civil Procedure: on the changes promo-
ted by Law n. 13.256/16 on the chronological order of judgment of the judicial proceedin-
gs. Autor: Guilherme Christen Möller. Mestrando em Direito Público pelo Programa de 
Pós-Graduação em Direito da Escola de Direito da Universidade do Vale do Rio dos Sinos 
(Unisinos). Bolsista do Programa de Excelência Acadêmica (Proex) da Coordenação de 
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Bacharel em Direito pela Univer-
sidade Regional de Blumenau (furb). Autor de livros e de mais de duas dezenas de artigos 
científicos relacionados ao Direito Processual Civil, Teoria Geral do Processo e Direito 
Constitucional. Membro do Instituto Brasileiro de Direito Processual (ibdp) e da Asso-
ciação Brasileira de Direito Processual (abdpro). Advogado (oab/sc 51.682) e Consultor 
Jurídico. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0168074867678392. Resumo: Não se pode 
falar sobre a aplicação de uma legislação infraconstitucional, como a processual civil, 
sem levar em conta a compatibilidade com o texto constitucional. Antes da reformulação 
proposta pela Lei 13.256/16 ao artigo 12 do cpc/15, objetivava-se estabelecer critérios iso-
nômicos no momento do julgamento dos processos, sem privilégios na “escolha” de qual 
processo deveria ser julgado primeiro. A nova redação do artigo 12 tão somente corri-
ge a incoerência linguística tida na redação original, enquanto na prática forense nada 
mudou. Contudo, desde sua primeira versão, há casos em que haveria a possibilidade de 
descumprir a ordem cronológica obrigatória (§§ 2º e 6º). Estas exceções contidas nos dois 
parágrafos já rompia com a ideia de obrigação, por isso a Lei 13.256/16 tão somente corrigiu 
tal incongruência. Vale a ordem cronológica, ressalvadas as exceções. Abstract: One can-
not talk about the application of infraconstitutional legislation, such as civil procedural 
law, without taking into account the compatibility with the constitutional text. Prior to 
the reformulation proposed by Law 13.256 / 16 to article 12 of CPC / 15, the objective was to 
establish isonomic criteria at the time of trial, without privileges in “choosing” which pro-
cess should be tried first. The new wording of Article 12 only corrects the linguistic incon-
sistency in the original wording, while in forensic practice nothing has changed. However, 
since its first version, there are cases in which it would be possible to break the obligatory 
chronological order (§§ 2 and 6). These exceptions contained in the two paragraphs alrea-
dy broke with the idea of obligation, so Law 13.256 / 16 only corrected such incongruity. The 
chronological order is valid, except for the exceptions. Data de recebimento: 29.05.2019. 
Data de aprovação: 05.08.2019. Fonte: Revista Bonijuris, vol. 31, n. 5 – # 660 – out/nov 2019, 
págs 62-70, Editor: Luiz Fernando de Queiroz, Ed. Bonijuris, Curitiba, pr, Brasil, issn 1809-
3256 (redacao@bonijuris.com.br).

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