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Tecnologia dos materiais Nome: Antonio Edson Costa Pastana Filho RU: 4464331 Estocagem e Preparação de Reagentes Introdução O complexo Salobo, pertencente à Vale, é uma das maiores operações de mineração de cobre e ouro do Brasil, localizado na região de Carajás (PA). Dentro dessa operação, a usina de tratamento mineral é responsável por processar o minério extraído, realizando etapas que incluem britagem, moagem, concentração e beneficiamento. Na planta de preparação e dosagem de produtos químicos, são manipulados diversos reagentes essenciais ao processo de flotação e separação do concentrado de cobre e ouro. Figura 1 – Planta de preparação e dosagem de produtos químicos Fonte: Autor Neste ambiente industrial, a escolha correta dos materiais é fundamental para garantir segurança operacional, durabilidade dos equipamentos e redução de custos de manutenção. As condições de trabalho são severas, envolvendo presença de substâncias corrosivas, abrasivas e variações de temperatura. Por isso, equipamentos e componentes são fabricados com materiais cuidadosamente selecionados, combinando metais, cerâmicas e polímeros conforme a necessidade. O objetivo deste trabalho é identificar três materiais distintos utilizados no setor – um metálico, um cerâmico e um polimérico – descrevendo suas principais características, incluindo estrutura cristalina, resistência mecânica e demais propriedades relevantes. Além disso, serão propostos materiais substitutos para cada caso, avaliando a viabilidade técnica e econômica de sua adoção. Essa análise busca demonstrar como as decisões de engenharia de materiais impactam diretamente na confiabilidade e eficiência de uma planta de processamento mineral. Identificação dos Materiais 1. Material Metálico – Tubulação de aço inoxidável (AISI 316) Aplicação: utilizada para condução de soluções químicas agressivas na etapa de preparação e dosagem. Estrutura cristalina: cúbica de face centrada (CFC), típica dos aços inoxidáveis austeníticos. Resistência mecânica: em torno de 500 MPa, com boa tenacidade. Propriedades: excelente resistência à corrosão por cloretos, boa soldabilidade e durabilidade em ambientes agressivos. Figura 2 – Tubulação de aço inoxidável na planta. Fonte: Autor 2. Material Cerâmico – Revestimento de bombas com alumina (Al₂O₃) Aplicação: utilizado no revestimento interno de bombas que transportam polpas abrasivas, evitando desgaste prematuro. Estrutura cristalina: hexagonal/trigonal, característica da coríndon. Resistência mecânica: alta dureza (9 na escala Mohs), suportando abrasão intensa, porém com baixa tenacidade (frágil a impactos). Propriedades: excelente resistência ao desgaste, estabilidade química e alta durabilidade em ambientes abrasivos. Figura 3 – Revestimento cerâmico aplicado nas volutas da bomba antes e depois. Fonte: Autor Figura 4 – Revestimento cerâmico aplicado nas placas da bomba antes e depois. Fonte: Autor 3. Material Polimérico – Tanques em PEAD (polietileno de alta densidade) Aplicação: usados para armazenar e dosar reagentes químicos devido à sua boa resistência química. Estrutura cristalina: semicristalina, com cadeias poliméricas organizadas parcialmente. Resistência mecânica: cerca de 25 MPa, com baixa densidade e flexibilidade moderada. Propriedades: leveza, facilidade de fabricação e resistência à maioria dos produtos químicos usados na usina. Figura 5 – Tanque de PEAD no setor químico. Fonte: Autor Materiais Substitutos e Viabilidade Substituto para o aço inoxidável (AISI 316): Liga de titânio (Ti-6Al-4V) Vantagem técnica: maior resistência à corrosão e menor peso. Desvantagem econômica: custo elevado, inviável para tubulações extensas. Substituto para a alumina (Al₂O₃): Carbeto de silício (SiC) Vantagem técnica: alta dureza e melhor resistência ao choque térmico. Desvantagem econômica: custo ligeiramente superior, viável apenas em peças críticas. Substituto para o PEAD: Polipropileno (PP) ou PVC clorado (CPVC) Vantagem técnica: suportam temperaturas mais altas e maior pressão. Desvantagem econômica: diferença pequena de custo, substituição simples. Considerações Finais A seleção adequada de materiais é essencial para garantir a confiabilidade da planta de preparação e dosagem de produtos químicos. O aço inoxidável, a alumina e o PEAD são amplamente utilizados por apresentarem bom equilíbrio entre custo, durabilidade e resistência às condições severas da usina. Materiais alternativos, como ligas de titânio, carbeto de silício e polímeros mais resistentes, podem melhorar o desempenho em aplicações específicas, mas sua adoção depende da análise de custo-benefício. Em projetos de grande escala, o critério econômico costuma ser determinante, enquanto em pontos críticos a prioridade é a confiabilidade. image5.tmp image1.png image2.png image3.tmp image4.tmp