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SAÚDE MENTAL DO IDOSO COM ENFOQUE NA DEPRESSÃO 
MENTAL HEALTH OF THE ELDERLY WITH FOCUS ON DEPRESSION 
 
Maria do Socorro Santos de Oliveira, Silvia Morais de Santana Ferreira, Milana 
Drumond Ramos Santana 
 
 
 
 
 
 
 
Revista e-ciência 
Volume 4 
Número 1 
Artigo 03 
 
 
 
V.4, N.1, OUT. 2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ARTIGO DE REVISÃO rev. e-ciênc. v.4, n.1, 2016, p.26-33 
SAÚDE MENTAL DO IDOSO COM ENFOQUE NA DEPRESSÃO 
 
MENTAL HEALTH OF THE ELDERLY WITH FOCUS ON DEPRESSION 
 
Maria do Socorro Santos de Oliveira1, Silvia Morais de Santana Ferreira2, Milana Drumond Ramos Santana3 
 
 DOI: http://dx.doi.org/10.19095/rec.v4i1.95 
 
RESUMO 
O envelhecimento é um processo multifatorial que promove alterações anatômicas e funcionais no organismo, no 
entanto, depressão e demência têm incapacitado idosos em todo o mundo. Nessa perspectiva, é necessário ampliar 
o conhecimento sobre essa temática, considerando-se que a depressão pode impactar negativamente a qua lidade 
de vida dos idosos. O estudo teve como objetivo identificar o que a literatura científica aborda sobre depressão em 
idosos. Para pesquisa utilizou-se levantamento de artigos que versassem sobre a temática, nas bases de dados 
Medline, Scielo, Lilacs, utilizando como Decs: depressão, sintomas e idosos. Os estudos selecionados indicaram que 
sintomas de depressão são frequentes em idosos, podendo variar de humor deprimido, irritabilidade, d ificuldade de 
expressar sentimentos e emoções, culpa, desamparo, até alterações estruturais e funcionais do s istema ne rvoso 
central, como: comorbidades, doença incapacitante, abandono e/ou maus-tratos, uso crônico de medicamentos, 
aposentadoria irrisória, mudanças de papéis na sociedade e na família, sofrimentos prévios e atuais, perda de ente 
querido, especialmente do cônjuge e de filhos, entre outros. Assim, considerando os sinais relativos aos s intomas 
depressivos no cuidado à população idosa referentes a este estudo, percebeu-se deficiência de identificação da 
sintomatologia da depressão a qual pode ser confundida com o processo de envelhecimento, o que dificulta na 
percepção dos sintomas. 
Palavras-chave: Saúde mental. Depressão. Idosos. 
 
ABSTRACT 
Aging is a multifactorial process that promotes anatomical and functional changes in the body, however, depression 
and dementia incapacitate elderly worldwide. From this perspective, it is necessary to expend the knowledge on 
this subject, considering that depression can negatively impact the quality of life of older people. The study a imed 
to identify what the scientific literature focuses on depression in elderly. For research used survey articles approach 
the subject in the databases Medline, Scielo, Lilacs, using the terms: depression, symptoms and the e lderly. The 
selected studies indicated that symptoms of depression are common in the elderly, ranging from depressed mood, 
irritability, difficulty expressing feelings and emotions, fault, helplessness, to structural and functional changes in 
the central nervous system, such as: comorbidities, disabling disease, abandonment and / or abuse, chronic drug 
use, paltry retirement, changing roles in society and in the family, previous and current suffering, loved one loss , 
especially wives and children, among others. Thus, it is important the creation of actions for prevention, education 
and awareness of health professionals, family and population to reach an old age with physical and mental health. 
Keywords: Mental health. Depression. Elderly.
 
1 Discente do curso de Bacharelado em Enfermagem, Faculdade de Juazeiro do Norte, Juazeiro do Norte, CE, Brasil 
2 Psicóloga com formação em Orientação Profissional, Gestão de Carreira e Preparação para aposentadoria, Juazeiro do Norte, 
CE, Brasil 
3 Doutora em Ciências da Saúde (FMABC), docente da Faculdade de Juazeiro do Norte, Juazeiro do Norte, CE, Brasil 
http://dx.doi.org/10.19095/rec.v4i1.95
 
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ARTIGO DE REVISÃO rev. e-ciênc. v.4, n.1, 2016, p.26-33 
INTRODUÇÃO 
 
O número de idosos tem crescido 
consideravelmente nos últimos anos e tende a atingir 
o maior contingente populacional no Brasil e no 
mundo (HILLER et al., 2011). Contudo, sabe-se que o 
envelhecimento é um processo multifatorial que 
promove alterações anatômicas e funcionais no 
organismo, que podem resultar no surgimento de 
doenças crônicas e degenerativas, como hipertensão 
arterial, artrite, reumatismo, artrose, doenças 
cardíacas, diabetes, osteoporose, doenças 
pulmonares, demências ou transtornos mentais, 
acidente vascular cerebral e câncer, resultando na 
diminuição da funcionalidade e da qualidade de vida 
do idoso (SILVA et al., 2007). 
No entanto, dentre os diversos transtornos que 
afetam os idosos, a saúde mental merece especial 
atenção. Depressão e demência têm incapacitado 
idosos em todo o mundo por levarem à perda da 
independência e quase inevitavelmente, da 
autonomia (BENEDETTI et al., 2008). Porém, a 
depressão ganha destaque na atualidade como a 
doença psiquiátrica mais comum entre os idosos. 
Destaca-se que a depressão tem se configurado 
como um relevante e crescente problema de saúde 
pública, especificamente entre a população idosa, 
estima-se que sua prevalência se aproxime dos 15% 
entre idosos da população geral (EULÀLIO et al., 
2015). 
O quadro de depressão é multideterminado, 
resultante de fatores genéticos, bioquímicos, 
psicológicos e sóciofamiliares, e classifica-o como um 
conjunto de perturbações que variam em duração, 
frequência e intensidade (EULÁLIO et al., 2015). Já a 
ocorrência de depressão em idosos pode ser 
responsável pela perda de autonomia e pelo 
agravamento de quadros patológicos preexistentes. 
Com frequência, está associada à elevação do risco 
de morbidade e mortalidade, ocasionando aumento 
na utilização dos serviços de saúde, negligência no 
autocuidado e adesão reduzida a tratamentos 
terapêuticos (TESTON, et al., 2014). 
Assim, as políticas públicas de saúde 
contribuem para que mais pessoas alcancem a idade 
avançada com o melhor estado de saúde possíve l. O 
envelhecimento ativo e saudável é o grande objetivo 
nesse processo. Se considerarmos saúde de forma 
ampliada, torna-se necessária alguma mudança no 
contexto atual em direção a medidas de prevenção e 
assistência mais favorável e específica para a 
população idosa (IRIGARAY; SCHNEIDER, 2009). 
Percebe-se então, a necessidade de maior 
valorização aos sinais relativos de sintomas 
depressivos no cuidado à população idosa, porque 
essa condição pode contribuir para o surgimento e 
agravo de doenças crônicas, distanciamento socia l e 
empecilho na adesão ao tratamento de doenças já 
existentes. Nessa perspectiva, é necessário ampliar o 
conhecimento sobre essa temática, considerando -se 
que a depressão pode impactar negativamente a 
qualidade de vida dos idosos (TESTON, et al., 2014). 
Assim, constitui-se como objetivo deste estudo 
identificar o que a literatura científica aborda sobre 
depressão em idosos. 
 
METODOLOGIA 
 
 Trata-se de uma revisão integrativa de 
literatura que percorreu as seguintes etapas: 
definição da questão norteadora, estabelecimento dos 
objetivos da revisão; demarcação de critérios de 
inclusão e exclusão de artigos (seleção da amostra); 
definição das informações a serem extraídas dos 
artigos selecionados; análise dos resultados; 
discussão e apresentação dos dados obtidos. 
 Desta forma, foram consultadas as bases de 
dados Medical Literature Analysis and Retrieval 
System Online (Medline), Scientific Eletronic Library 
Online (Scielo), Literatura Latino-Americana e do 
Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), utilizando-se 
osDecs: saúde mental, depressão e idosos, em 
 
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português, no período de janeiro e fevereiro de 2016. 
Os artigos selecionados seguiram os seguintes 
critérios de inclusão; a) estudos escritos em 
português; b) artigos originais e de revisões; c) 
artigos com texto completo disponível online; 
 Foram excluídos do estudo dissertações, 
teses, monografias e trabalhos não publicados. 
Adotou-se um formulário para coleta de dados dos 
artigos selecionados, obtendo-se assim informações 
sobre o autor, data da publicação, objetivos e 
principais conclusões das pesquisas. O sistema de 
seleção encontra-se apresentado no fluxograma 
abaixo: 
 
 
 
 
 
FIGURA 1 - Fluxograma mostrando a seleção do 
estudo para a revisão: estratégia de pesquisa, 
número de registros identificados (incluídos e 
excluídos). 
 
 
RESULTADOS 
 
 
 
 
 
RESULTADOS 
 
As buscas realizadas totalizaram inicialmente 
67 artigos. Após análise dos critérios de inclusão 
foram selecionados seis artigos constituindo a 
amostra final. A tabela 01, apresenta um resumo 
geral dos artigos incluídos na amostra final, além dos 
autores, ano de publicação, objetivos e principais 
conclusões.
 
Tabela 1: Síntese dos artigos selecionados para revisão integrativa 
Autores Objetivos Principais conclusões 
 
Fernandes, Costa, 
Nascimento, 2010 
 
Investigar fatores relativos à 
prevalência e determinantes de 
sintomas depressivos em idosos 
atendidos na atenção primária 
de saúde. 
 
 
Quanto à prevalência foi identificado um total de 52% 
dos idosos classificados com depressão, que surgiu de 
forma leve na maioria. Como prováveis determinantes 
de sua sintomatologia foi possível visualizar a natureza 
multifatorial do fenômeno em questão, tendo sua 
origem influenciada, tanto por fatores endógenos ou 
individuais, como por fatores exógenos ou sociais. 
 
 
Silva, Sousa, 
Ferreira, Peixoto, 
2012 
 
Avaliar a prevalência de 
sintomas de depressão em 
idosos institucionalizados e 
verificar possíveis fatores 
associados. 
 
Verificaram que os sintomas de depressão são 
frequentes entre idosos institucionalizados, que estes 
ocorrem mais em mulheres, indivíduos com mais idade, 
com algum tipo de limitação/dependência. 
 
 
Santana, Filho, 2007 
 
Estimar a prevalência de 
sintomas depressivos em idosos 
institucionalizados e investigar 
os fatores socioeconômicos, 
demográficos e 
comportamentais associados à 
sintomatologia depressiva. 
 
Observaram-se sintomas depressivos maiores nas 
mulheres, nos idosos acima de 80 anos, com baixa 
escolaridade e fumantes atuais. 
Não houve associação entre sintomatologia depressiva e 
os demais fatores demográficos e socioeconômicos 
como: estado civil, cor/raça, escolaridade, religião, 
prática religiosa e renda mensal. 
A RTIGOS 
SELECIONADOS 
MEDLINE 
SCIELO 
LILACS 
 
67 
CRITÉRIOS DE 
INCLUSÃO 
 
N = 6 
ARTIGOS EXCLUIDOS 
61 
Decs: Saúde 
mental and, 
Depressão 
and, Idosos. 
 
Estudos em português; 
Artigos originais e de 
revisão; 
Artigos com texto 
completo disponíveis 
on-line. 
 
 
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Santos, Jesus, 
Navarro, 2011 
 
Refletir sobre e depressão e, 
principalmente todos os 
aspectos ligados a mesma na 
terceira idade. 
 
Pode-se concluir que, muitos podem ser os motivos para 
que a depressão na terceira idade aconteça, porém, o 
carinho de familiares e amigos, a atenção por parte do 
governo e de profissionais, a melhoria na qualidade de 
vida aliada a tratamentos corretos, podem fazer a 
diferença para vencer a doença. 
 
 
Trevisan, 2009 
 
 
Analisar o nível de 
independência funcional, 
ocorrência de sintomas 
depressivos e o nível cognitivo 
de pacientes idosos 
institucionalizados. 
 
 
Observou-se que quanto ao estado mental, uma 
pequena parcela dos idosos apresentou declínio 
cognitivo (22,7%), 45,4% apresentaram independência 
nas AVDs e 50% independência nas AIVDs e 27,3% 
apresentaram sintomas indicativos de depressão. 
 
Irigaray, Schneider, 
2009 
 
Investigar a relação entre 
fatores de personalidade, 
qualidade de vida e depressão 
em idosas. 
 
Apresentaram características medianas para todos os 
fatores de personalidade, com dimensões referidas a 
alta deferência e baixa agressão e presença de 
depressão. 
DISCUSSÃO 
 
 Nos últimos anos, com o envelhecimento 
populacional a temática do idoso tem ganhado 
relevância, especialmente pelas doenças 
apresentadas por esta faixa etária da população, 
incluindo um elevado número de doenças 
psiquiátricas, especialmente a depressão (SILVA et 
al., 2012). 
 Contudo, Fernandes et al., (2010) mostram 
que é no indivíduo idoso que os estados depressivos 
têm pior prognóstico e maior incidência de suicíd ios . 
Quando duradouros, podem interferir na sua 
capacidade funcional e, consequentemente, na sua 
capacidade de autocuidado e nas suas relações 
sociais. Segundo Trevisan (2009), o primeiro impacto 
do envelhecimento para o indivíduo é a perda de seus 
papéis sociais e o vazio experimentado por não 
encontrar novas funções, podendo vir a gerar a 
depressão. 
 Em relação à saúde mental da pessoa idosa, 
afirma-se que é necessário um plano de ação para 
prevê a aplicação de estratégias que favoreçam a 
prevenção de transtornos mentais, a descoberta 
precoce, o tratamento dessas doenças, com inclusão 
de procedimentos de diagnósticos, medicação 
adequada, psicoterapia e capacitação de profissionais 
e demais pessoas que atendam esse público 
(FRANÇA; MURTA, 2010). 
 Ainda, em seus estudos França e Murta 
(2010), falam que é importante a elaboração de 
ações que eduquem e conscientizem a população 
para o alcance de uma velhice com saúde física e 
mental bem como o fortalecimento de uma rede de 
cuidados e apoio aos idosos com o envolvimento da 
família, voluntários e comunidade. Destaca-se, ainda, 
nesse plano de ação a importância de realizar 
pesquisas, baseadas em evidências e indicadores 
confiáveis, sobre questões relacionadas à idade como 
instrumento útil para a formulação de políticas 
relativas ao envelhecimento. 
 No entanto, para elaboração de um plano de 
ação é necessário que se identifique sinais de 
depressão no idoso. Porém, Silva et al., (2012) 
ressaltam que frequentemente os sintomas de 
depressão é negligenciado o que altera sua qualidade 
de vida, além de levar ao aumento da carga 
econômica aos serviços de saúde, por seus custos 
diretos e indiretos. Apesar de sua relevância clínica, a 
sintomatologia depressiva em idosos é pouco 
verificada e valorizada por parte dos profissionais de 
saúde. 
 Trevisan (2009) afirma que à apresentação 
dos sinais depressivos no idoso nem sempre é típica , 
 
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por isso, a presença de humor deprimido ou tris teza 
são insuficientes para caracterizá-los. Irritabilidade, 
dificuldade de expressar sentimentos e emoções, 
culpa, desamparo, perda do prazer em atividades que 
antes eram consideradas prazerosas, entre outros 
também podem ser indicativos de depressão. Por 
este motivo, a avaliação da função cognitiva também 
deve ser incluída como parte da investigação, visto 
que o déficit cognitivo pode estar associado com o 
não relato de sintomas depressivos. 
 Contudo, mostra-se que a sintomatologia de 
depressão no idoso associa-se a múltiplos fatores, 
tais como, alterações estruturais e funcionais do 
sistema nervoso central, comorbidades, doença 
incapacitante, abandonoe/ou maus-tratos, uso 
crônico de medicamentos, aposentadoria irrisória, 
mudanças de papéis na sociedade e na família, 
sofrimentos prévios e atuais, perda de ente querido, 
especialmente do cônjuge e de filhos, entre outros 
(FERNANDES et al., 2010). 
 Destaca-se ainda que várias questões possam 
interferir na identificação de sintomas depressivos em 
idosos, como expressar em forma de queixas físicas , 
bem como sua relutância em relatar sintomas 
psiquiátricos. Além disso, muitas vezes sintomas 
depressivos, a exemplo da baixa do humor, são 
considerados fisiológicos na velhice ou reações 
esperadas na vigência de doenças físicas. A 
dificuldade de se diagnosticar a depressão no idoso 
também é influenciada por fatores como a 
confiabilidade das escalas de mensuração e a seleção 
dos indivíduos e do contexto no qual está inserido 
(EULÁLIO et al.,2015). 
 A depressão pode aumentar o grau de 
deficiência associada a condições médicas graves, 
complicar o quadro clínico da demência ou causar 
queixas e sintomas que podem ser confundidos com 
demência. A depressão pode influenciar 
consideravelmente a função dos idosos nas atividades 
de vida diária e nos relacionamentos sociais, uma vez 
que os pacientes deprimidos costumam demonstrar 
insatisfação com o que lhes é oferecido, há 
interrupções em seus estilos de vida e muitos isolam-
se socialmente (TREVISAN, 2009). 
 Nesta perspectiva, a avaliação da 
sintomatologia depressiva em idosos, torna-se 
importante para eficácia do cuidado e tratamento da 
doença. Porém, diante do exposto da deficiência de 
identificação da sintomatologia, destaca-
sedespreparo de alguns profissionais de saúde frente 
a esse fenômeno em pessoas idosas (ALMEIDA; 
MAIA, 2010). 
 Assim, Schneider e Irigaray (2009) mostram 
em seu estudo, estimativas de que 50% dos idosos 
depressivos não são diagnosticados pelos 
profissionais de saúde, principalmente da atenção 
primária. Isso também é referendado pela vivência 
das pesquisadoras no cuidado ao idoso nesse 
contexto de atenção à saúde. Nesse cenário, 
observâncias empíricas identificam um considerável 
número de idosos apresentando sintomas 
depressivos, como ansiedade, baixa autoestima, 
solidão, insônia, desamparo e anedonia, porém sem 
nenhuma abordagem terapêutica instituída. 
 No entanto, Almeida e Maia (2011), elencam 
que atualmente há muitos profissionais envolvidos 
em pesquisas sobre a amizade na velhice. Na análise 
realizada neste trabalho, as relações amigas têm se 
mostrado eficazes no combate à solidão, à 
depressão, à imobilidade e ao suicídio, promovendo, 
dessa maneira, uma melhor qualidade de vida aos 
idosos (OLIVEIRA et al., 2006). 
Nessa perspectiva, Silva et al. (2007) falam 
que a enfermagem pode exercer um papel 
fundamental, oferecendo uma práxis voltada ao 
envelhecimento saudável, compreendendo os 
fenômenos como eles se apresentam e assegurando 
o atendimento das necessidades do idoso, a fim de 
preservar a sua saúde física e mental e o 
aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual, em 
condições de autonomia e dignidade. Assim, a 
abordagem da depressão geriátrica pela 
 
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enfermagem, deve ir além de uma abordagem 
convencional com enfoque curativo, dirigindo-se a 
promoção da saúde mental e a prevenção da 
depressão, prescindindo, portando, da identificação 
adequada do agravo e fatores de risco re lacionados 
(GODOY, 2013). 
Ressalta-se ainda, que a enfermagem como 
cuidador mais próximo do pacientetem papel ainda 
mais importante nesse diagnóstico. Contudo, a 
observação de tais aspectos pode auxiliar o 
enfermeiro na proposição de ações preventivas, na 
identificação precoce dos sinais e sintomas da 
depressão, assim como no tratamento es tabelecido 
em parceria com outros profissionais de saúde 
(SÉRVIO; CAVALCANTE, 2013). 
Assim, nota-se a importância da detecção 
precoce dos sintomas na terceira idade. O não 
reconhecimento dessa enfermidade e a consequente 
ausência de tratamento podem contribuir com o 
aumento da morbidade e, provavelmente, da 
incidência de óbitos nessa faixa etária. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Considerando os sinais relativos aos s intomas 
depressivos no cuidado à população idosa, referentes 
a este estudo, percebeu-se deficiência de 
identificação da sintomatologia da depressão a qua l 
pode ser confundido, com o processo de 
envelhecimento, o que dificulta na percepção dos 
sintomas. 
 
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