AULA 3 - Processo de Execução e Cumprimento de Sentença

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Processo de Execução e Cumprimento de Sentença
Prof: Warlley Alexandro Lima Costa
Processo sincrético 
 O processo sincrético surgiu com o advento da Lei nº 11.232/2005;
 Em regra, a execução deixa de ser autônoma, passando a ser uma extensão/fase do processo de conhecimento; 
 Com exceção das execuções por títulos extrajudiciais (art. 784, CPC) e em alguns casos de execuções de títulos judiciais (art. 515, §1º);
Processo de Execução
Processo de 
Conhecimento
Conceito de Execução
 É conceituada como processo ou etapa em que o magistrado determina as medidas executivas tendentes ao cumprimento de uma obrigação constante no título executivo.
 
 Neste processo ou etapa, a atuação jurisdicional não busca reconhecer um direito, mas sim adotar as medidas necessárias para a sua satisfação. 
 Não ocorre julgamento do mérito; 
 Não há necessidade de produção de provas com vistas a obter o convencimento do juiz;
 Primeiramente é satisfeito o crédito em decorrência do emprego dos meios executivos, posteriormente o juiz profere sentença;
Diferença entre Processo de Conhecimento e 
Processo/Etapa de Execução
	PROCESSO/FASE DE CONHECIMENTO	PROCESSO/ETAPA DE EXECUÇÃO
	Tem o objetivo de resolver uma lide na qual ainda não se sabe quem tem direito;	A lide encontra-se resolvida, o que se busca é a efetivação do direito; 
	É necessário produção de provas, realização de audiência, análise do mérito; 	Aqui, o objetivo é a realização da obrigação (pagar, fazer, não fazer);
	O juiz, ao prolatar a sentença, põe fim ao conflito.	A sentença meramente terminativa, é proferida após a satisfação da obrigação.
Formas de Execução: direta e indireta
 Forma indireta/coerção: é forçar o próprio executado a cumprir a obrigação, tendo como base o uso de medidas de coação-pressão psicológica sobre o devedor. Ex.: pagamento de multa diária, prisão.
 Forma direta ou subrogatoria: possibilidade da tarefa ser desempenhada pelo Estado-Juiz. Abstrai a conduta do executado.
Ex.: Localização de bens do executado, procedendo a penhora e a alienação, transformando em dinheiro, como meio de pagar o credor.
Medidas Executivas
Meios de Sub-rogação
Meios de coerção
Título executivo
A execução forçada está vinculada necessariamente à existência de um título executivo;
O título é a comprovação do ato (fato) jurídico que deu origem à obrigação nele contida;
O título não é vinculado ao processo de execução, mas a execução não sobrevive sem ele;
Apenas o Estado pode forçar a obrigação;
Os títulos se dividem em judiciais e extrajudiciais.
Título executivo judicial
Título executivo judicial:
São formados após o processo ou fase de conhecimento e se aperfeiçoam com a sentença transitada em julgado.
Via de regra, a execução de título executivo judicial se dará por fase de processo sincrético, mas há, excepcionalmente, casos em que ela se realizará por processo autônomo. Ex.: cumprimento de uma sentença arbitral.
Somente os títulos judiciais dão ensejo a uma possível execução provisória.
Título executivo extrajudicial
Título executivo extrajudicial:
Constam no art. 784, CPC. Se submetem ao procedimento de execução de título extrajudicial, enquanto os judiciais têm como ação própria o cumprimento de sentença.
A execução de título extrajudicial sempre se realizará por processo autônomo.
Nos títulos extrajudiciais, a execução forçada será ajuizada sempre como definitiva.
O CPC, equiparou os títulos executivos judiciais e extrajudiciais, ambos tem a mesma eficácia executiva, abstrata e plena.
Quais são os títulos extrajudiciais contidos no CPC?
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal;
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução;
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;
Quais são os títulos extrajudiciais contidos no CPC?
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas;
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei;
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
Requisitos dos títulos: certeza, liquidez e exigibilidade
A obrigação contida em um título extrajudicial deve ser certa, líquida e exigível (art. 783 c/c art. 786);
CERTEZA: a obrigação deve existir (fazer, não fazer, pagar, entrega de coisa).
LIQUIDEZ: delimita o conteúdo da prestação.
EXIGIBILIDADE: demonstração da mora, o que justifica a prestação jurisdicional.
Medidas executivas típicas
	Imposição de multa (art. 536, §1º)
	Busca e apreensão de pessoa ou coisa;
	Desfazimento de obra (art. 1.301);
	Penhora (art. 839);
	Prisão civil (art. 528, §3º);
	Bacenjud: interliga a Justiça ao Banco Central e às instituições financeiras;
	Infojud: é um serviço oferecido unicamente aos magistrados (e servidores por eles autorizados), que tem como objetivo atender às solicitações feitas pelo Poder Judiciário à Receita Federal;
	Renajud: sistema on-line de restrição judicial de veículos criado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que interliga o Judiciário ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
Quando usar as medidas executivas atípicas?
 Quando os meios típicos não forem suficientes para forçar o devedor;
 Caráter subsidiário;
 Os meios atípicos são a última ratio e não a prima ratio;
 A medida executiva atípica não pode ser contrária à lei, devendo ainda, observar o princípio da menor onerosidade ao executado, conforme art. 805 do CPC.
	Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados.
Vamos praticar ...
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
Vamos praticar ...
João da Silva moveu ação de indenização por danos morais contra Maria de Souza, alegando que foi publicamente difamado por ela em redes sociais. No processo de conhecimento, após regular trâmite processual, foi proferida sentença condenando Maria de Souza a pagar ao autor a quantia de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a título de reparação pelos danos morais sofridos, devidamente corrigida desde a data da sentença, acrescida de juros de mora desde a citação.
Transitada em julgado a sentença, o exequente ingressa com pedido de cumprimento de sentença visando a satisfação do valor a que tem direito. A ação principal correu na 1ª Vara Cível da Comarca de Belém/PA, sob o numero 1234
Vamos praticar ...
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 1ª Vara Cível da Comarca de Belém/PA,
Processo: 1234
João da Silva, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 523 do Código de Processo Civil,propor o presente:
Cumprimento de Sentença
em face de Maria de Souza, igualmente qualificada, pelas razões de fato e de direito que passa a expor:
Vamos praticar ...
I DOS FATOS
Trata-se de cumprimento de sentença movida por João da Silva contra Maria de Souza em razão do não pagamento voluntário do valor fixado em processo de conhecimento.
Resta transitado em julgado a sentença condenatória, que arbitrou condenação em razão indenização por danos morais contra Maria de Souza, no valor R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
Sendo assim, diante do inadimplemento resta a parte autora requisitar em juízo o cumprimento da presente sentença.
Vamos praticar ...
II DO DIREITO
A sentença proferida em desfavor da executada transitou em julgado no dia 15 de agosto de 2024. O prazo de 15 dias para pagamento voluntário do débito previsto no artigo 523 do CPC já se esgotou, não tendo a executada realizado o pagamento espontâneo da quantia devida.
A executada foi condenada ao pagamento de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), valor esse que deverá ser acrescido de correção monetária a partir da data da sentença (10/07/2024), além de juros moratórios de 1% ao mês desde a citação (15/05/2024), conforme a tabela de atualização fornecida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará.
Sendo assim, resta configurada a obrigação, pleiteando a parte exequente o cumprimento da obrigação.
Vamos praticar ...
III DOS PEDIDOS
a) A intimação da executada, por intermédio de seu advogado, ou, na ausência deste, pessoalmente, para que, no prazo de 15 dias, efetue o pagamento do valor atualizado do débito, acrescido de juros e correção monetária;
b) Não sendo realizado o pagamento no prazo estabelecido, seja determinado o acréscimo da multa de 10% (art. 523, §1º, CPC) e dos honorários advocatícios de 10% sobre o valor da execução;
c) Caso o pagamento não seja realizado, que sejam efetivados atos expropriatórios, com a penhora de bens da executada, preferencialmente via sistema BacenJud, Renajud e Infojud, para a satisfação do crédito. 
Vamos praticar ...
Valor atualizado do débito: O valor exato, conforme planilha anexa, corresponde a R$ 22.000,00, considerando as atualizações até a presente data.
Termos em que,
Pede deferimento.
Belém/PA, data ...
Advogado ...
OAB/PA...
Vamos praticar ...
EXECUÇÃO DE TITULO EXTRAJUDICIAL
Vamos praticar ...
O Banco XYZ S/A firmou com Carlos Almeida um contrato de empréstimo no valor de R$ 50.000,00, formalizado por cédula de crédito bancário, com vencimento final em 10 de março de 2024. Apesar das notificações enviadas, o executado deixou de quitar o saldo devedor, o que resultou na inadimplência do contrato.
Considerando o caráter de título executivo extrajudicial da cédula de crédito bancário, conforme previsto no artigo 784, inciso I, do Código de Processo Civil, ante a assinatura das partes contratantes e de duas testemunhas, o Banco XYZ S/A ingressa com ação de execução para a satisfação do crédito.
Vamos praticar ...
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ vara cível e empresarial da comarca de .... Do Estado ...
Banco XYZ S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 00.000.000/0001-00, com sede na Rua Central, nº 123, Centro, Belém/PA, por meio de seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 771 e seguintes do Código de Processo Civil, propor a presente:
Execução de Título Executivo Extrajudicial
em face de Carlos Almeida, brasileiro, casado, empresário, portador do CPF nº 000.000.000-00, residente e domiciliado na Rua das Flores, nº 456, Bairro São João, Belém/PA, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
Vamos praticar ...
I DOS FATOS
Trata-se de Execução de Titulo Extrajudicial movida por Banco XYZ S/A contra Carlos Almeida em razão do não pagamento voluntário do contrato de empréstimo firmado com a referida instituição financeira.
Considerando o inadimplemento, a instituição financeira promover a presente execução do título executivo formado pelas partes em sede da instituição, nos termos do art. 784, inciso I
Sendo assim, diante do inadimplemento resta a parte autora requisitar em juízo o cumprimento da presente sentença.
Vamos praticar ...
II DO DIREITO
A presente execução se funda em cédula de crédito bancário firmada entre as partes em 10 de janeiro de 2023, no valor total de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), com vencimento final em 10 de março de 2024. O título possui caráter executivo extrajudicial, conforme o artigo 784, inciso I, do CPC.
O executado deixou de pagar as parcelas do empréstimo a partir de 10 de fevereiro de 2024, permanecendo em aberto a quantia de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais), já considerando os pagamentos parciais realizados anteriormente.
Até a presente data, o executado é devedor da quantia total de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais), valor esse que deverá ser acrescido de correção monetária, juros de mora de 1% ao mês, além de multa contratual de 2%, conforme pactuado no contrato.
Vamos praticar ...
III DOS PEDIDOS 
a) A citação do executado, para que, no prazo de 3 (três) dias, efetue o pagamento da quantia total de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais), acrescida dos encargos de mora, sob pena de penhora de bens suficientes para a satisfação do crédito, conforme prevê o artigo 829 do CPC;
b) Caso o executado não pague ou nomeie bens à penhora, que seja deferida a penhora via BacenJud, Renajud e Infojud, para o bloqueio de valores e ativos financeiros, bem como a restrição de veículos e outros bens passíveis de expropriação;
c) A condenação do executado ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios no percentual de 10%, conforme previsto no artigo 827 do CPC;
d) A intimação do executado para, em caso de penhora, oferecer embargos no prazo legal, sob pena de prosseguimento da execução. 
Vamos praticar ...
Provas: O exequente junta aos autos a cédula de crédito bancário e as notificações extrajudiciais enviadas ao executado
Termos em que,
Pede deferimento.
Local, data ...
Advogado ...
OAB/PA ...
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