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Nexo Causal – Estrutura Completa 
🔹 1. Conceito 
O nexo causal é o vínculo entre a conduta do agente e o resultado. 
 Serve para verificar se o resultado pode ser juridicamente imputado à conduta 
praticada. 
 Sem nexo causal, não há responsabilidade penal pelo resultado. 
Exemplo prático: João atira em Pedro, que morre em consequência do disparo. O tiro 
(conduta) está diretamente ligado à morte (resultado). 
 
🔹 2. Teorias do Nexo Causal 
2.1. Teoria da Equivalência dos Antecedentes (Conditio sine qua non) – 
adotada pelo CP (art. 13, caput) 
• Ideia: causa é toda condição sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
• Critério do “se suprimir mentalmente”: se retirarmos a conduta do 
agente, o resultado ainda ocorreria? 
o Se sim → não há nexo. 
o Se não → há nexo. 
Exemplo: se retirarmos mentalmente o disparo de João, Pedro não teria morrido → há 
nexo causal. 
2.2. Teoria da Causalidade Adequada (doutrina) 
• Só se consideram causas aquelas que normalmente produzem o 
resultado. 
• Elimina causas anormais, extraordinárias. 
Exemplo: Se a vítima morreu por explosão hospitalar imprevisível, o tiro não é causa 
adequada da morte. 
2.3. Teoria da Imputação Objetiva (doutrina moderna) 
• Analisa não apenas o nexo físico, mas também se a conduta criou um 
risco não permitido e se o resultado foi a concretização desse risco. 
Exemplo: Se um médico aplica anestesia em cirurgia regular, e a vítima morre por 
reação alérgica totalmente imprevisível, não há imputação objetiva do resultado. 
 
🔹 3. Concausas 
As concausas são causas que concorrem com a conduta do agente para o resultado. 
Podem ser: 
3.1. Concausa Absolutamente Independente 
• O resultado decorre de causa estranha à conduta do agente. 
• Efeito: exclui o nexo causal → o agente não responde pelo resultado. 
Exemplos do dia a dia: 
• Um motorista atropela alguém, causando ferimentos leves. No hospital, 
ocorre terremoto que mata a vítima. 
• Uma pessoa dá um empurrão leve em outra, mas ela morre por infarto 
fulminante sem relação com o empurrão. 
Tipos: 
• Pré-existente: já estava antes (doença fulminante). 
• Concomitante: acontece junto (raio atingindo a vítima no momento do 
ato). 
• Superveniente: acontece depois, mas sem ligação (acidente de trânsito a 
caminho do hospital). 
 
3.2. Concausa Relativamente Independente 
• O resultado decorre da conduta do agente, ainda que em conjunto com 
outra causa. 
• Efeito: não exclui o nexo causal → o agente responde pelo resultado. 
Exemplos do dia a dia: 
• Alguém dá uma facada; a vítima morre porque no hospital há negligência 
médica. 
• Um agressor bate em um idoso cardíaco, e isso precipita o infarto que leva 
à morte. 
Tipos: 
• Pré-existente: condição da vítima que contribui (doença grave). 
• Concomitante: ocorre ao mesmo tempo (erro médico). 
• Superveniente: ocorre depois, mas de forma imprevisível e irresistível 
(infecção hospitalar decorrente da lesão). 
 
3.3. Concausa Dependente 
• O resultado decorre diretamente da conduta inicial. 
• Efeito: não exclui o nexo → agente responde. 
Exemplos do dia a dia: 
• Alguém esfaqueia a vítima; esta morre por infecção provocada exatamente 
pelo ferimento. 
• O agente empurra a vítima na piscina; ela não sabia nadar e morre afogada. 
 
🔹 4. Causas Relacionadas 
4.1. Causa Relativamente Autônoma 
• Mesmo quando há intervenção de terceiros (médico, bombeiro), se a causa 
inicial permanece, o agente responde. 
Exemplo: agressor provoca incêndio e bombeiros se ferem no combate; o agente 
responde. 
4.2. Causa Superveniente Relativamente Independente 
• Só afasta a responsabilidade se for absolutamente independente e por si 
só suficiente para o resultado. 
Exemplo: após um atropelamento leve, a vítima é assassinada por um terceiro no 
hospital → o atropelador não responde pela morte. 
 
🔹 5. Resumo Esquemático 
• Absolutamente independente → exclui nexo → não responde. 
• Relativamente independente → não exclui nexo → responde. 
• Dependente → não exclui nexo → responde. 
 Dica prática: 
Sempre pergunte: “Se eu tirar a conduta do agente, o resultado ainda ocorreria?” 
• Se sim → causa absolutamente independente → exclui o nexo. 
• Se não → agente responde. 
	Nexo Causal – Estrutura Completa
	🔹 1. Conceito
	🔹 2. Teorias do Nexo Causal
	2.1. Teoria da Equivalência dos Antecedentes (Conditio sine qua non) – adotada pelo CP (art. 13, caput)
	2.2. Teoria da Causalidade Adequada (doutrina)
	2.3. Teoria da Imputação Objetiva (doutrina moderna)
	🔹 3. Concausas
	3.1. Concausa Absolutamente Independente
	3.2. Concausa Relativamente Independente
	3.3. Concausa Dependente
	🔹 4. Causas Relacionadas
	4.1. Causa Relativamente Autônoma
	4.2. Causa Superveniente Relativamente Independente
	🔹 5. Resumo Esquemático

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