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Texto 3 A psicoterapia existencial pesquisa fenomenológica

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BRUNNA SILVA

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( ) c%delo das flores pode ser definido COl\lO scndo uma nova dimen-
s~o ell' cor nexperimenta·;';!i·i·:ii··;;
{ :11111h1'11.11I1illlW1111~H'0 1I1('!lldlld(1111'11de Pl'S(flllsa, onde a psicana-
IiM' II 11111IIIIii'1111111H"III11111j II'jllllllll'lllll( /e i11\'l'slig:ll;il11psicol6gica, em que
II /111lll'iplil Imllllllll'lllll dll 111('1lldllllil IIiJ1I1'Ifnl't 11\':'lllscja dns sonhos, dos
constituir-se num projeto sem saber para onde este caminho 0
levaria, perdeu-se ficando a deriva.
(
. 0 metodo fenomenol6gico vai preocupar-se em mostrar, e nao em
demonstrar. Tentou nos levar ao sentido, buscando 0 caminho das coisas,
acreditando que 0 caminho se mostra. Ace!to~ 0 princfpio
A
da.tra~sp~ren-
cia e nao 0 da manifestac;:ao, nem da aparenCla. Transparencla nao e umI mostrar~se em si mesmo e sim se anunciar atraves de algo que se mostra.
Na pesquisa psicolGglca,em seu sentido qualitativo, a id€ia de feno-
menD assumiu 0 sentido de entidade enquanto coisa, pensamento, pessoa,
que se mostra enquanto situada, por meio da descric;:aodo situar~se. A par-
tir de 1967, esta forma de pesquisa atingiu maior divulga~ao, fundamen-
tando-se na busca de sentido nao mais se preocupando com generalizac;:6es,
princfpios e leis, recorrendo, entao, a reduc;:aofenomenolGgica.
A pesquisa fenomenolGgica, como uma das propostas de levantamen~
to e analise dos dados atraves de metodos qualitativos, segue os seguintes
passos:
• Tema - Constitui-se no fenomeno, na preocupa~ao com a natureza
daquilo que se pretende investigar, sem 0 previo conhecimento sis~
tematizado do fenomeno,nao p~rtin~o,assim,de princfpios. expli-
.cativos, teorias ou quatquerindica~aodefinidora do fenomeno. Ini-
cia~se, entao, 0 trabalho, i,nterrogando dfen~meno, desconhecendo
ascaracterfsticas. essenciais 40f~n?ll1e~9~u~~~qu~r ~st~dar .
• .constitui~ao Dospados __~ essa~taBa'8~pe~q~isaclor at€m~se· ao que
even t8ssigIlifi~~m.paraos sujei tose~p~s~u.isa, .···~.·.)i·/..··.··i.i' ....·.·..·· •. i
pr~c~dinl{~lltoM~tod~16gif() •.7"TerrlS9rn8r~~urs8 .•••.•aentrevista que
pretendein vestigar a ·.Yiy~nciCl.das·p~s§Qas.~l]1id~t~~tnit1aslas.situa~.
;., .. '::.:.: ..::: .. ::,':,.,;..:":'",:. ':F·: ;:.>:.:::' ','_' c. ,,-:>.:-:"'-, ,:.:':.,':,:,,';. :0-,:";-";
cia da linguagem como revcladora da articulac;ao dos sentlmentos e da
interpretac;ao frente a relac;ao do ser com 0 mundo e as reflex6es de
Kierkegaard como fundamento daquilo que e revelado na linguagem.
Martin Heidegger (1889-1976), da mesma forma que Platao e Aristote-
les, tinha como objetivo 0 estudo do ser, porem se diferenciou destes filo-
( sofos na medida em que acreditava gue,para refletir acerca do ser, deveria
( transforma-Io em ente. Para tanto, retirou 0 carater universal do ser e, par-
tindo para 0 concreto, propos-se a iniciar seu estudo pelo ente em sua rea-
( lidade determinada e concreta. Acreditava que somente pelo exame refle-
xivo do existente, chegaria a noc;ao do sentido do ser. Sua reflexao tern
infcio com a analise do dasein (sein = a presenc;a, da = at). Com esta desig-
nac;ao pretendesubstituir a palavra sujeito por um termo que caracteriza 0
ser em relac;ao. Ser-af significa 0 ser lanc;ado num mundo, cuja mera pre-
senc;a'lmplica na possibilidade completa e total da existencia. Assim, cria
( a maxima do existencialismo, onde a existencia tem prioridade sobre a
essencia. A essencia do ser reside na sua existencia, logo 0 ser nao pode
jamais ser distinguido do seu modo de ser e as suas propriedades nada mais
I sao do que modos possfveis do existente. >
( Para conhecer a estrutura da. existencia, Heidegger (1989) indica 0
caminho da quotidianidade, que admite nao ser uma tarefa facH, mas par-
tindo-se da faticidade do mundo, da vida em ultima analise e da sua histo~
ricidade e que se pode chegar ao ser. A determinac;ao fundamental do dasein
eo estar-no-mundo ou ser-no-mundo em seus tres aspectos: 0 mundo que
:onsiste nutn conjunto de objetos que se apresentam utilitariamente para
o dasein; serYindo-se do mundo para sua transformac;ao;o ser do existente,
queconsis~et1UmC()njllntodeiPossibilidadesque ell.' podeTarealizar; 0
serem,que'lmplicaeIll objetivar-s~nomundo deac~rdo com as suasneces-
I ,i~ades, tr~ze~d9afocarat~r,de i~tencio~alidad~. '>'." ";',, ",. ".',>
;.•••0.m~do;~isteflcial qu~ s;I',araoser~afclosdeIllais entes dglJ,~iyerso,
consistindo .narelac;ao do daseiri com (j ,mundo" ~essencialmentepreocu-
- A P,icoce"p;, h;"'no;,J, Urn,P'''I";'' F,~orn~"16':~"=~~-7-~-1,1
- '- 11pa'rao. A preocupac;ao imp6e a presen'ra do mundo, a praticidade dos obje- "
tos, implicando tanto nos aspectos da vida interior como da vida exterior.
Pertence a natureza mais intima da existencia humana com suas diferen-
tes conotac;6es. A solicitude, outro modo essencial do ser-no-mundo, con-
siste na atenc;ao ao proximo como tal.
Heidegger (1989), na tentativa de descrever a estruturado dasein, afir-
ma que este se manifesta sob tres formas ontologicas. A prime ira, que e
considerada a situac;ao originaria, consiste na abertura do ser para 0 mun-
do. A pre-senc;a como disposic;:aoe denominada quotidianamente como
humor. 0 estado de humor na disposic;ao constitui-se, portanto, na aber-
tura mundana da pre-senc;a. E 0 estado afetivo que varia incessantemen-
te, segundo as vicissitudes da quotidianidade. Nesta forma ontologica, 0
sentimento, que reside na origem de todas as outras situac;6es, nos revela
a situac;ao fundamental. Para se chegar a situac;ao originaria tem-se de par-
tir de do is sentimentos que dai derivam: angustia e tedio. Segundo esse
filosofo, atraves de tres perguntas poder-se-a chegar a estrutura do senti-
mento da situac;ao de abertura para 0 mundo, san elas: De que temos me-
do? 0 que e ter medo? Pelo que temos medo? Em seu livro 0 ser e a tem-
po, Heidegger constata:
"Todas as modifica~5es do temor, enquanto possibilidades de disposi~ao, apon-
tam para 0 fato de que a pre-sen~a, como ser-no-mundo e temerosa." (p. 197)
A segunda forma ontologica consiste no fato de dar significados ao
mundo. Tem-se aqui a interpretac;ao ou compreensibilidade, que pretende
situar 0 objeto de forma a apreender-Ihe 0 sentido. 0 objeto reduz-se ao seu
sentido. Toda e qualquer disposic;aopossui a sua compreensibilidade, a qual,
por sua vez, vem sintonizada com 0 humor. A compreensao subsiste no
poder ser da presenc;a e em todas as dimens6es essenciais conduz as possi-
bilidades, possuindo a estrutura existencial do projeto. Ela projeta 0 ser da
presenc;a para sua destinac;:ao.Na compreensao, a presenc;a projeta seu ser
para as possibilidades. A interpreta~ao funda-se numa visao previa, segun-
do uma possibilidade de interpretac;ao; logo, nao isenta de pressuposto. 0
sentido, que consiste na sustentac;ao da compreensibilidade, articula-se na
abertura da compreensao com sua caracterfstica basica deinterpretac;ao.
Diz Heidegger( 1989):
"Sentido e a perspectiva em fun~ao da qual se estrutura 0 projeto peia posi~ao
pre\Ti~,vi~a() preYl~e .. . ............existencial inerente ao proprio
discurso: a escuta. 0 discurso e a escuta fundem-se na compreensao. Para
Heidegger (1989):
A discursividade consiste, pois, no instrumento peIo qual 0 dasein da
sentido ao mundo e ao seu proprio dasein. E atraves da necessidade de comu-
nicac;:aoque 0 dasein se apresenta, reve!ando por este meio a sua existencia
inautentica, onae a- sua constitui~ao existencial tende a degradar-se, esta-
do de queda. Nesta situac;:ao,0 discurso toma-se falatorio, modo de ser da
compreensao desarraigada da presen~a. A compreensibilidade nada mais
implica do que em curiosidade, onde a principal ocupa~ao ever e nao com-
preendcr, perde-se nas novidades, caracterizando-se pe!a impermanencia,
excita-se e inquieta-se perante 0 novo. A curiosidade constitui-se de dois
momentos: impermanencia no mundo circundante das ocupa~oes e disper-
SaDfrente as novas possibilidades. A partir desses dois constitutivos, fun-
da-se 0 dcsamparo. A disposi~ao ou humor toma-se ambigilidade, onde a
ilusao da vivencia autentica traz 0 sentimento de ambigilidade, tomando-
se impossfvel distinguir 0 autentico do inautentico.
Soren Aabye Kierkegaard (1813/55), na sua obra literaria 0 desespero
humano, propoe-se a descrever que: "0 homem e espfrito". Na tentativa de
responder que e espfrito, diz "0 espfrito e 0 eu". 0 eu, para 0 autor, e uma
reIa~ao que nao se estabe!ece com qualquer coisa alheia a si mesmo, mas
consigo proprio. Diz ainda:
"...mais e melhor do que na rela~ao propriamente dita consiste no orientar-se
dessa rela~ao para a pr6pria interioridade."
. 0 eunao e rela~ao em si, massim
~ao se a si prc5pJ:ia,
mo
sobre si proprio. Se a rela-
consl~itlli-~iecomo um terceiro ter-
aquela:que
passa a ser
o desespero pela carencia de neccssid"dl' Ol'one quando a possfvel
repele a necessidade e a eu se precipita, pcrdelldo-sc 110 possfvcl. Este eu
toma-se uma abstrac;ao, debatendo-se contra si 1I1CSIJlO, flois, impedido de
mudar de lugar, prende-se a neces.sidade.
No desespero pela carencia do possfvel, tudo se (om" uilla nccessidade,
tem-se af 0 fatalista, que perde seu eu porque para de S(l 11:] ncccssidade.
'*'
detalhadamente observadas tanto nas expressoes quotidianas como nas
cxistenciais.
Ao descrever a psicoterapia como um processo que se constitui numa
relac;aode intersubjetividades, a qual se funda no discurso do psicoterapeu-
ta e do diente, toma-se imprescindfvel conhecer a estrutura em que a fala
e a escuta se articulam. Conhecendo-se esta articulac;ao, pode-se promo-
ver atuac;oes mais eficientes. 0 psic610gono lugar da escuta, na compreen-
sao do relato daquele que the pede ajuda, pode apreender ospontos de desor-
dem ou de estagnac;ao, facilitando 0 discurso do cliente e permitindo que
os aspectos conflitivos emerjam. Este emergir na fala do diente, ao se dei-
xar afetar pela intervenc;ao terapeutica, pode proporcionar a ampliac;aoda
consciencia no sentido de um maior conhecimento de si mesmo.
As expressoes de inautenticidade reveladas no discursodo cliente apa-
recem sempre de acordo com a compreensibilidade da vivencia de cada um.
Acerca desse tema diz Augras(1981):
Em psicologia, a fala e considerada a instrumento fundamental na tare-
fa do psic610go.Alguns te6ricos desta area do saber enfatizam a importan-
cia do nao-verbal, porem, a grande maioria destaca aquilo que e verbaliza-
do. Monique Augras (1981) verifica ser a linguagem 0 instrumcnto de que
o homem dispoe para explicitar sua situac;ao. E continua:
, "A fala, pdo seu carater f(sico a abstrato, interpretativo e manipulador, concen-
tfa em si todas as modalidades de formulao;:ao e atuao;:ao do ser no mundo. Para
Mender ao objetivo inicialmente propos to, qual seja 0 de encontrar na situao;:ao
existencial subs(dios para estabelecer uma compreensao individual, 0 questiona-
mcnro da linguagem afirma-se como meio necessario a investigao;:ao." ( p.23)
"No campo do diagn6stico, a fala do cIiente, nas entrevistas e nas provas, e a
manifestao;:ao de sua realidade, e como tal sera investigada, atraves dela e que
serao trazidos a lume as suas vivencias: a sua hist6ria , 0 seu corpo, a sua estra-
nheza, 0 seu fazer." (p.2S).
I3andler e Grinder (1975) estruturam uma proposta te6rico-pratica em
psicologia a programac;ao neurolingLifstica, a qual definem como um conjun-
to de tecnicas que ensinam a entender as processos intemos das p'essoasatra-
yeS da identificac;ao dos padroes das linguagens verbal e extraverbal.
A experiencia no processo psicoterapeutico, ao longo dos anos, deixa
cada vez mais claro que e atraves da comunicac;ao, estabelecida na relac;ao
entre 0 psicoterapeuta e a cliente, que as psicoterapias atingem seu exito.
Heidegger (1989), fil6sofo da daseinaruilise, na tentativa de construir sua~
otltologia, chega a dizer que e no discurso que a indivfduo revela aquilo que
ele esconde. Ele, entre muitos autores, reconhece a importancia do discur
so do sujeito para se chegar a compreensao au a constituic;ao do ser.
Por outro lado, reconhece-se tambem que aquilo que a psicoterapeuta
articula na sua linguagem e fundamental para que a process a tenha uma
repercussao terapeutica. Milton Erickson (Zeig, 1985), neurologista ame-
ricana, que atuou terapeuticamente atraves da hipnose, acreditava que
aquilo que a psicoterapeuta falava c.onstitufa a elemento fundamental para
mudanc;~daquele
Jaspers
o metodo de pesquisa utilizado nesse estudo foi 0 fenomenol6gico-
empfrico, seguindo 0 esquema sugerido par Amatuzzi(1996):
A fim de buscar a estrutura do processo psicoterapeutico, foram utili-
zados como referencia dois psicoterapeutas que atuam numa proposta exis-
tencial, as quais gravaram assess6esque foram material dessa pesquisa, devi-
damente autorizados pelos seus clientes.
o grupo de estudo constituiu-se par tres processos de psicoterapia, em
cada um dos psicoterapeutas, destacando-se assessoesiniciais( tres), as inter-
mediarias( cinco) e as finais (tres).
Na analise dos dados noprocesso de escuta e fala, apreenderam-se as
unidades de significado presentes no discurso psicoterapeutico. Os elemen-
tos que aparecem com uma freqllencia significativa na psicoterapia pare-
cem constituir alguns dos fundamentos do processo de escuta.e fala na rela-
c;ao cliente-psicoterapeuta. As ullidades de significadq serilo d~critas na
forma como aparecem nodiscurso psicoterapeuticoe,·. respectivamente,
tivos,
vac;6es,
st'r;)(Id;llLi.~;)~1)(lssihilidades de manejo de psicoterapeuta, na ordem do dis-
l'l11.~lIl';lr:1(I St'IIIidll, possihilidades futuras. 0 risco que esta implicando em cad a escolha, uma
vez que quando uma diresitua~ao em
que se encontra agora~ A expressao dessa vivencia atraves do discurso apa-
reel', como lamenta~ao das possibilidades que nao foram escolhidas da
segulOte forma:
Perda do proprio referencial: Diz 0 cliente:
"Todo mundo faz assim, nao fala de'sua privacidade, eu tambem nao falo, porque
vou me expor: falo s6 amenidades, coisas superficiais. Sei que passo superficiali-
dade, mas todo mundo passa,"
Kierkegaard (1968) refere-se a esta vivencia ao descrever a dialetica da
liberdade, necessidade e possibilidade. Na vivencia dessa dialetica corre
sempre 0 risco de perder-se em si mesmo ou de si mesmo. Heidegger (1989)
fala da vivencia que se perde na impessoalidade como uma das formas de
existir inautentica. A perda do pr6prio referencial e revelada pelo pleno
desconhecimento do seu sentido, do seu prajeto e dal desconhece tambem
os pr6prios referenciais. 0 existente fica a merce do que lhe dizem, das nor-
mas que Ihe san impostas, Perde-se no mundo, nao sabe 0 que e seu e 0 que
e do outro. 0 discurso compi5e-se pela incapacidade de tomar decisao, per-
gunta sempre ao Gutro, inclusive ao psicoterapeuta, como deve praceder
nas diferentes situa~i5es de sua vida. Sente-se perturbado pelas observa~i5es
do outro ao seu respeito. Como um barco a deriva, sente-se feliz frente ao
elogio do outro e infeliz diante da crltica. Sua a~ao e mediada pela insegu-
ran~a e sua auto-imagem e desconhecida e avaliada como sem valor
Na psicoterapia, deve-se trabalhar de forma a nunca servir como refe-
rendal para 0 cliente, portanto deve 0 psicoterapeuta ter cautela para que
as suas cren~as nao sejam ao cliente e ter um extremo contraIl' so-
bre 0 ao cliente, nem que este insista que
~ ~ueixa fica em t~rno daquilo do qual outrara se abriu mao: Uma par-
ttcIpante da pesquIsa lamentava-se da seguinte forma:
"Sempre quis fazer diretto, mas quando terminei 0 segundo grau, meu noivo pediu-
me em c,as~menro, com a condi~ao de que eu nao fosse para a faculdade, por is-
sO,acabel,nao reahzando meu grande sonho, e hoje aos 40 anos com os mcus filhos
en ados VIVO esta grande frustra~ao,"
Cabe ,ao ps!coterapeuta trazer a tona a vivencia inautentica, mobili-
z~ndo 0 dlente a responsabilidade pela escolha e tambem clarificar a viven-
CIa atual de modo a mostrar-Ihe que na medida em que se lamenta, se per-
manece na mesma escolha.
Angti.s,tia ,e~st~ncial: Os relatos nesta vivencia dao-se no sentido de
encontrar JustIfrcatIvas para nao se Ian~ar para 0 devir na seguinte forma:
"!,!a~ posso dormir fora de casa com .meu narnorado, meus pais nao acei:tam este
tIpo e conduta, eles poderiam ter ufil enfarte, eeu nao posso fazer ista .com ell's."
Heidegger (1989)certifica que a disposi~aopara
da por do is sentimentos turldament~lis: an~~usl~ia.
relaciona-se como
I :11111111 lOlljl" II' 'CIl11l1l c1icnte buscando seu proprio referencial, insistindo em
"I:IS 11l1111:1i li\IJ('S (' OIll'lllOIndopara as escolhas realizadas pOl'ell' proprio.
o discurso desse cliente, na maioria das vezes, revela-se de forma reti-
ccntc, po is ell' espera conhecer urn pouco mais do outro, para poder mos-
lrar-sc de acordo com a expectativa daquele com quem se relaciona. Nos
primeiros contatos, a ansiedade e sua marca regi;trada, parecendo insegu-
1'0, fr,'igil. 0 psicoterapeuta deve estar atento, pois deixa transparecer suas
cxpectativas, segundo as quais 0 cliente vai se mostrar.
Pouco a pouco, na psicoterapia deve-se caminhar a fim de que 0 clien-
te entre em contato com a sua solidao e seu medo.
"I: 11111:1'iIIl',:I:l,'"Eu queria podn scr 11111grande p/'o(jssion:J!('01111)1I11'11c1H'fc, livl'\lspuhlieauos,
palcstras,o mno mundo. Serve tam-
bem como fornecedorade dados, de realidadepara que oterapeutapossa
distinguiro dado objetivo do subjetivo.;c
o psicoterapeuta:
"- 0 que voce foi f'lZer."
"- Voce vai pensar que eu sou uma chata." Responde 0 psicoterapeuta:
"- Er:.tao, parece que voce fala para que eu nao pense que voce e uma
chata e nao porque voce queira realmente falar. Voce age comigo como age
com 0 mundo sempre querendo atuar da forma que voce acredita que oou-
tro quer que voce atue."
, ~est~ i~t~rven:,;:.,:r',,':-'.:. :.:
RQI1911a~(1954)escreveu, na decada de50, acerca da utilizas:aodas
tesniC~trnpsisoteraIJiaeafinnouque.a abordagem existencialista em psi-
colqgia.nagdispunl).a de 'tempo de existenciasuficiente para desenvolver
r~'ClIrs~,sI~Cllic()s,lima vez que a proposta de uma psieo!l'.r;lpia com base na
fdos()(w alnda cstava se estruturando.
I!ojc, decpara 0 seu fundamenta, sem deixar de estar
atento as reeomenda~5es de Forghieri(1993):
"Ao se utilizar da redu~ao fenomeno16gica para investigar formas coneretas de
existencia, ou experiencias vividas em determinadas situa~6es, 0pesquisador deve
iniciar 0 seutrabalho yoltando-se para a,sua pr6pria vivencia a fim de refletir so-
bre ela para captar 0 significado da mesma ell:1sua existencia."(p.59)
A ideia de averigoar aquilo queJundamentaa psicoterapia n~mapro-
posta fenomenol6gico-existencial surgi~da experi~J.lci,ac0D-10psic;6logo elf-
nico ao longode 20 anosn~ssetipo de ati~iclade.()pol'l.tbdeIJartida foi,
portanto,a pr6pri~vive~cia naO 56 comoaq~dequeajuda, rnastaD-1~~D-1
como aque1e que eajl1c1ado; ... . ...
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