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Resumo para AP2 - Biofísica Aula 7 - Biofísica da Visão 1. Processo de Visão: A visão é o processo pelo qual a luz refletida pelos objetos é traduzida em uma imagem neural. A luz entra no olho e é focada pela lente (cristalino) na retina. Os fotorreceptores da retina convertem a energia luminosa em sinais elétricos, que são processados no cérebro, formando imagens visuais. 2. Estrutura dos Fotorreceptores: o Bastonetes: Sensíveis à luz fraca e movimento, proporcionando visão noturna (escotópica/monocromática). Contêm a proteína rodopsina. o Cones: Operam com alta luminosidade, responsáveis por detalhes e cores (visão colorida/fotópica). Contêm fotopsinas (pigmentos específicos para as cores vermelho, verde e azul). 3. Retina e Tipos Celulares: A retina contém células como fotorreceptores, bipolares, ganglionares, horizontais e amácrinas. Bastonetes e cones convertem luz em sinais, enquanto as células bipolares e ganglionares encaminham os sinais para o cérebro. 4. Reflexo Pupilar: A pupila controla a entrada de luz. Em condições de alta luz, os músculos circulares se contraem (miose), enquanto no escuro, os músculos radiais dilatam a pupila (midríase), regulando a quantidade de luz que entra no olho. 5. Acomodação Visual: O cristalino muda sua curvatura e espessura, ajustando o foco de acordo com a distância do objeto. Esse mecanismo permite focalizar a imagem na retina. 6. Visão de Cores e Daltonismo: A percepção das cores depende dos três tipos de cones. Problemas em um ou mais tipos de cones resultam no daltonismo, que pode ser acromático (sem distinção de cores) ou dicromático (dificuldade em distinguir certas cores). 7. Terapia Genética: Pesquisas em terapia genética têm mostrado potencial para restaurar a visão, como em estudos com ratos e macacos que tiveram sua capacidade de visão aprimorada após tratamentos experimentais. 8. Curiosidades sobre a Visão: Há exemplos de tetracromatismo (capacidade de ver uma gama mais ampla de cores) e casos de anisocoria (pupilas de tamanhos diferentes, como o de David Bowie, causado por uma lesão ocular). Esses pontos abordam a base biofísica da visão, desde a recepção da luz até o processamento das imagens pelo sistema nervoso central. Defeitos de Refração: • Miopia: Dificuldade em enxergar objetos distantes, pois a luz é focada antes da retina. Geralmente corrigida com lentes divergentes. • Hipermetropia: Dificuldade em enxergar objetos próximos, pois a luz é focada atrás da retina. Corrigida com lentes convergentes. • Astigmatismo: Deformidade na curvatura da córnea ou do cristalino, que faz com que as imagens fiquem desfocadas em alguns eixos. Pode ser corrigido com lentes cilíndricas. • Presbiopia: Dificuldade em focalizar objetos próximos devido ao envelhecimento, que reduz a elasticidade do cristalino. Geralmente tratada com lentes convexas. Catarata: • Opacificação do cristalino, comum em idosos, que leva à perda gradual da visão. A cirurgia de catarata remove o cristalino opaco, substituindo-o por uma lente artificial. Glaucoma: • Aumento da pressão intraocular que causa danos ao nervo óptico, levando à perda de visão periférica e, em casos graves, à cegueira. É tratado com medicamentos, cirurgia ou laser para reduzir a pressão. Daltonismo (Discromatopsia): • Deficiência na percepção de cores devido à ausência ou mau funcionamento dos cones (células fotorreceptoras). Pode ser: o Monocromático: Visualização apenas em tons de preto, branco e cinza. o Dicromático: Falta de percepção de uma das três cores primárias, como na deuteranopia (verde) ou protanopia (vermelho). o Tricromático Anômalo: Percepção alterada de uma cor, como deuteranomalia (verde). Retinopatia: • Danos na retina, frequentemente associados ao diabetes (retinopatia diabética) ou hipertensão, causando perda progressiva da visão. Pode afetar a retina de diversas formas, como com o vazamento de vasos sanguíneos. Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI): • Danos à mácula (centro da retina), comprometendo a visão central e os detalhes finos. É mais comum em idosos e pode ser tratada com injeções intraoculares, laser ou medicamentos que retardam a progressão. Descolamento de Retina: • Separação da retina da camada subjacente de suporte, levando à perda da visão se não tratado rapidamente. Requer intervenção cirúrgica para correção. Ambliopia (Olho Preguiçoso): • Condição em que um dos olhos não desenvolve visão normal, geralmente devido a desvio ocular (estrabismo) ou diferença de refração entre os olhos. Tratada com oclusão (tampão) do olho dominante ou óculos corretivos. Estrabismo: • Alinhamento incorreto dos olhos, levando à visão dupla ou falta de visão binocular. Pode ser corrigido com óculos, exercícios oculares ou cirurgia. Anisocoria: • Condição em que as pupilas têm tamanhos diferentes, podendo ser fisiológica ou um sinal de doenças neurológicas. É frequentemente investigada em exames neurológicos. Aula 8 - Biofísica da Fonoaudição Introdução à Biofísica da Audição: O documento explora como o som, como onda mecânica, precisa de um meio para se propagar e ser ouvido. A audição humana envolve processos físicos e biológicos que convertem essas ondas sonoras em sinais neurais interpretados pelo cérebro. Estrutura do Ouvido: • Ouvido Externo: Inclui o pavilhão auditivo e o canal auditivo, que captam e direcionam o som para o tímpano. • Ouvido Médio: Contém os ossículos (martelo, bigorna e estribo) que amplificam o som e o transmitem para o ouvido interno. • Ouvido Interno: A cóclea transforma as vibrações em sinais elétricos que o nervo auditivo leva ao cérebro. Mecanismos de Audição: • O documento detalha como as células ciliadas na cóclea captam diferentes frequências, com o órgão de Corti transformando vibrações em impulsos elétricos. • A membrana basilar discrimina sons agudos e graves devido à sua variação de rigidez ao longo da cóclea. Frequências e Intensidades Audíveis: O ouvido humano percebe sons entre 20 Hz e 20.000 Hz, com variações na intensidade percebida. Sons acima de 120 dB causam desconforto e podem ser prejudiciais. Reflexo de Atenuação: O sistema auditivo possui mecanismos de proteção para sons intensos, incluindo músculos que amortecem a vibração dos ossículos para evitar danos auditivos. Distúrbios Auditivos e Exposição ao Ruído: A exposição prolongada a sons acima de 85 dB pode causar danos permanentes. O documento aborda como a legislação estabelece limites para exposição segura ao ruído. Aplicações Educacionais: O texto sugere atividades interdisciplinares, experiências com ondas sonoras e construção de instrumentos musicais, visando integrar Física e Biologia no ensino de som e audição. Resumo de outro documento A biofísica da audição investiga os princípios físicos e biológicos que fundamentam a percepção sonora no ser humano. O processo auditivo inicia- se quando ondas sonoras são captadas pelo pavilhão auricular e canalizadas até a membrana timpânica, que vibra em resposta a essas ondas. Essas vibrações são transmitidas pelos ossículos da orelha média (martelo, bigorna e estribo) até a cóclea na orelha interna. Na cóclea, as células ciliadas convertem as vibrações mecânicas em impulsos elétricos, que são enviados ao cérebro através do nervo auditivo para serem interpretados como som. A capacidade de localizar a origem de um som no espaço é influenciada por diferenças de tempo e intensidade entre os ouvidos, além das características anatômicas individuais, como a forma do pavilhão auricular e a largura dos ombros. Estudos indicam que a largura dos ombros pode afetar a precisão na localização sonora, especialmente em frequências específicas. Além disso, a biofísica da audição abrange a análise de emissões otoacústicas, que são sons emitidos pela cóclea em resposta a estímulosacústicos. Essas emissões são utilizadas clinicamente para avaliar a integridade das células ciliadas e diagnosticar perdas auditivas. Compreender os fundamentos biofísicos da audição é essencial para o desenvolvimento de tecnologias assistivas, como aparelhos auditivos e implantes cocleares, e para a elaboração de estratégias terapêuticas eficazes no tratamento de distúrbios auditivos. Biofísica da Fonação Introdução à Fonação: A fonação é fundamental para a comunicação humana, permitindo a expressão de ideias, emoções e informações através da fala e do canto. A produção de voz envolve um complexo sistema que inclui desde a respiração até o controle das estruturas vocais no cérebro e na laringe. Componentes do Aparelho Fonador: O aparelho fonador humano é composto por estruturas como fossas nasais, boca, faringe, laringe, traqueia, pulmões e músculos abdominais e torácicos, além de centros nervosos que coordenam a fala e o controle respiratório. Produção do Som na Fonação: • Durante a fonação, o ar dos pulmões faz as cordas vocais vibrarem, produzindo som. Esse som é amplificado nas cavidades de ressonância (faringe, boca e nariz) e articulado na boca com o auxílio dos lábios, língua e mandíbula. • A frequência da voz depende da tensão e massa das cordas vocais. Em homens, as cordas vocais são mais espessas, resultando em frequências mais baixas, enquanto nas mulheres as frequências são mais altas. Efeitos Biofísicos nas Cordas Vocais: • A produção vocal é influenciada pelo gradiente de pressão, elasticidade e tensão das cordas vocais, além do efeito Venturi, que facilita a vibração e fechamento das cordas vocais durante a passagem de ar. Variações na Voz: Alterações na massa das cordas vocais e nas cavidades de ressonância impactam a tonalidade vocal. A testosterona, por exemplo, altera a voz masculina durante a puberdade ao aumentar a massa das cordas vocais e o tamanho da laringe. Canto das Aves: As aves produzem sons principalmente através da siringe, uma estrutura diferente da laringe humana. O canto dos pássaros serve para comunicação, demarcação de território e atração de parceiros, sendo um comportamento influenciado por fatores genéticos e sociais. Ecolocalização: Alguns animais, como morcegos e cetáceos, utilizam a ecolocalização para navegar e localizar presas. Esse sistema de orientação baseia-se na emissão de ondas sonoras e na interpretação dos ecos refletidos. AULA 9 - TORQUE E ALAVANCA O conceito de torque (ou momento de força) na biofísica refere-se à capacidade de uma força de causar rotação em um objeto em torno de um eixo ou ponto de apoio. O torque é calculado pela fórmula: Torque= Força X Distância perpendicular ao eixo Essa distância é conhecida como braço de alavanca. O torque depende tanto da magnitude da força quanto da distância da força ao ponto de rotação (ou fulcro), o que explica por que uma alavanca mais longa permite levantar cargas maiores com menor esforço. Alavancas são dispositivos que utilizam torque para aumentar a eficiência do trabalho, permitindo mover uma carga com menos força aplicada. Existem três classes principais de alavancas, definidas pela posição do fulcro, força aplicada e carga: 1. Primeira Classe: Fulcro entre a força e a carga (ex.: pescoço, onde a articulação do crânio age como fulcro para a cabeça). 2. Segunda Classe: Carga entre o fulcro e a força (ex.: panturrilha, onde o pé age como fulcro para levantar o corpo). 3. Terceira Classe: Força entre o fulcro e a carga (ex.: braço, onde o cotovelo age como fulcro, e o bíceps aplica força para levantar o antebraço). No corpo humano, as alavancas são formadas pelos ossos (como barras rígidas) e articulações (fulcros). Essas alavancas são essenciais para movimentos e atividades físicas, permitindo que os músculos realizem trabalho com maior eficiência e controle. Cada tipo de alavanca tem um papel específico no movimento, contribuindo para a flexibilidade, força e amplitude de movimento. O artigo "Conceitos Para a Fisioterapia – Alavancas do Corpo Humano" do Portal Lupmed explora a aplicação dos conceitos de alavancas na biomecânica humana, fundamentais para profissionais de fisioterapia. As alavancas são definidas como barras rígidas que giram em torno de um eixo de rotação, movidas por uma força aplicada para superar uma resistência. No corpo humano, esses elementos correspondem a: • Ossos: atuam como as barras rígidas. • Articulações: funcionam como os eixos de rotação. • Músculos: fornecem a força aplicada por meio da contração. • Resistência: pode ser representada pelo peso dos segmentos corporais, forças externas ou a gravidade. O artigo também aborda o conceito de Vantagem Mecânica (VM), que é a razão entre o comprimento do braço de força e o comprimento do braço de resistência. Uma VM maior que 1 indica que é necessária uma força menor do que a resistência para gerar movimento, enquanto uma VM menor que 1 significa que uma força maior que a resistência deve ser aplicada. Além disso, são descritos os três tipos de alavancas presentes no corpo humano: 1. Alavancas de Primeira Classe (Interfixa): o eixo está entre a força e a resistência. Exemplo: extensão do cotovelo pelo tríceps braquial. 2. Alavancas de Segunda Classe (Inter-resistente): a resistência está entre o eixo e a força. Exemplo: flexão plantar do tornozelo pelos músculos gastrocnêmio e sóleo. 3. Alavancas de Terceira Classe (Interpotente): a força está entre o eixo e a resistência. Exemplo: flexão do cotovelo pelo bíceps braquial. Compreender esses conceitos é essencial para fisioterapeutas, pois permite a análise e otimização dos movimentos humanos, contribuindo para a elaboração de tratamentos mais eficazes. AULA 10 - Princípios de Hidrostática e Hidrodinâmica 1. Hidrostática: A hidrostática estuda os fluidos em repouso e as forças que eles exercem. Ela se baseia em princípios fundamentais como o Princípio de Pascal e o Princípio de Arquimedes: ▪ Princípio de Pascal: Afirma que uma pressão aplicada em um ponto de um fluido incompressível em repouso é transmitida igualmente em todas as direções. Esse princípio é a base para dispositivos como prensas hidráulicas e freios. ▪ Princípio de Arquimedes: Diz que um corpo submerso em um fluido sofre uma força de empuxo para cima igual ao peso do fluido deslocado. Esse princípio explica a flutuabilidade, ou seja, porque objetos afundam ou flutuam. A Pressão Hidrostática aumenta com a profundidade, sendo calculada pela fórmula P=p.g.h, onde p é a densidade do fluido, g é a aceleração gravitacional, e h é a profundidade. Esse conceito é essencial para entender fenômenos como a pressão no fundo de um tanque de água ou no mar. 2. Hidrodinâmica: A hidrodinâmica estuda o movimento dos fluidos e as forças envolvidas, abrangendo conceitos como Equação da Continuidade e Equação de Bernoulli: ▪ Equação da Continuidade: Estabelece que, para um fluido incompressível, a vazão (ou fluxo de massa) é constante ao longo de um tubo. Isso implica que, em uma área estreita, a velocidade do fluido aumenta, e em uma área mais larga, a velocidade diminui. ▪ Equação de Bernoulli: Relaciona a pressão, a velocidade e a altura de um fluido em movimento, expressando a conservação da energia. Segundo essa equação, onde a velocidade de um fluido é maior, a pressão é menor, e vice- versa. Esse princípio é fundamental para a compreensão de fenômenos como o voo de aviões e o funcionamento de atomizadores. Esses princípios são aplicados em muitas áreas, como engenharia hidráulica, medicina (ex.: circulação sanguínea), e em tecnologias de transporte e tratamento de fluidos. Aula 11 - Biofísica da Circulação A Biofísica da Circulação trata dos princípios físicos que governam o movimento do sangue pelo sistema cardiovascular, explorando como a pressão,o fluxo e a resistência interagem para garantir a adequada circulação sanguínea. Aqui estão os principais conceitos dessa área: 1.Pressão e Fluxo Sanguíneo: O sistema cardiovascular depende de diferenças de pressão para mover o sangue através das artérias, veias e capilares. O coração gera essa pressão ao bombear sangue, e ela diminui progressivamente ao longo do sistema vascular. Pressão Arterial é a força que o sangue exerce contra as paredes dos vasos. É medida em duas fases: sistólica (durante a contração do coração) e diastólica (quando o coração relaxa). Lei de Poiseuille: Descreve o fluxo de líquidos em tubos rígidos, sendo aplicável ao fluxo sanguíneo nos vasos sanguíneos: 𝑄 = ∆𝑃. 𝜋. 𝑟4 8. 𝜂. 𝐿 Onde Q é o fluxo volumétrico, ΔP é a diferença de pressão, r é o raio do vaso, η é a viscosidade do sangue, e L é o comprimento do vaso. Essa fórmula mostra que pequenas mudanças no raio de um vaso têm um grande impacto no fluxo sanguíneo, o que é crucial para entender a regulação da circulação pelo sistema nervoso e pelo controle do diâmetro dos vasos. Resistência Vascular: A resistência ao fluxo sanguíneo é influenciada pela viscosidade do sangue, pelo comprimento e pelo diâmetro dos vasos. Vasos mais estreitos ou de maior comprimento oferecem maior resistência ao fluxo. A Resistência Periférica Total (RPT) é um conceito importante que se refere à soma das resistências em todo o sistema arterial, influenciando diretamente a pressão arterial e o esforço necessário do coração para bombear sangue. Equação de Bernoulli e Circulação: A equação de Bernoulli, que relaciona a pressão, velocidade e altura de um fluido, aplica-se ao sistema cardiovascular, explicando como a pressão e a velocidade do fluxo sanguíneo mudam ao longo do sistema vascular. Em vasos mais estreitos, a velocidade do fluxo aumenta e a pressão diminui, o que ajuda a entender o comportamento do sangue em diferentes partes do corpo, como nos capilares, onde a troca de nutrientes e gases ocorre. Complacência e Elasticidade dos Vasos: Complacência refere-se à capacidade dos vasos sanguíneos, especialmente das veias, de se expandirem e contraírem com variações de pressão. Veias são mais complacentes que artérias, o que lhes permite armazenar volumes maiores de sangue. A elasticidade das artérias, especialmente a aorta, ajuda a manter um fluxo contínuo de sangue durante o ciclo cardíaco, mesmo quando o coração está em repouso (diástole). Tensão de Parede e Lei de Laplace: A Lei de Laplace relaciona a tensão na parede de um vaso à pressão e ao raio do vaso: 𝑇 = 𝑃. 𝑟 2 Onde T é a tensão, P é a pressão interna, e r é o raio. Esse conceito é fundamental para compreender a fragilidade de vasos pequenos e a formação de aneurismas em vasos maiores. Viscosidade do Sangue: O sangue tem uma viscosidade que é maior do que a da água devido à presença de células como os glóbulos vermelhos. A viscosidade do sangue afeta o esforço necessário para o coração bombear sangue e a resistência ao fluxo nos vasos. Alterações na viscosidade, como em condições de desidratação ou aumento do hematócrito (concentração de células sanguíneas), impactam diretamente a circulação. A biofísica da circulação ajuda a entender as bases do funcionamento cardiovascular e a maneira como doenças como hipertensão, insuficiência cardíaca e aterosclerose impactam o sistema circulatório. Ela é essencial para a fisiologia, medicina e o desenvolvimento de tratamentos e tecnologias médicas como marcapassos e dispositivos de suporte circulatório. Aula 12 - Biofísica da Respiração A Biofísica da Respiração analisa os processos físicos envolvidos na ventilação pulmonar, transporte e troca de gases. Esses princípios explicam como o ar se move para dentro e para fora dos pulmões e como o oxigênio e o dióxido de carbono são trocados no nível celular. Os principais conceitos da biofísica da respiração incluem: 1. Pressão e Fluxo de Ar: A respiração é impulsionada por diferenças de pressão entre o ambiente externo e os pulmões. A Lei de Boyle afirma que, para um gás em temperatura constante, a pressão é inversamente proporcional ao volume: P×V= constante. Durante a inspiração, o diafragma e os músculos intercostais se contraem, aumentando o volume da cavidade torácica e diminuindo a pressão intrapulmonar, permitindo que o ar entre. Na expiração, esses músculos relaxam, reduzindo o volume e aumentando a pressão para expulsar o ar. 2. Pressão Parcial e Difusão de Gases: Os gases trocados na respiração seguem o princípio de difusão, movendo-se de áreas de maior para menor pressão parcial. A Lei de Dalton afirma que a pressão total de uma mistura de gases é a soma das pressões parciais dos gases individuais. Nos alvéolos, o oxigênio tem uma pressão parcial mais alta que no sangue venoso, promovendo sua entrada nos capilares pulmonares. Inversamente, o dióxido de carbono se difunde para fora do sangue, pois sua pressão parcial é mais alta no sangue venoso que nos alvéolos. 3. Complacência Pulmonar: Complacência é a capacidade dos pulmões de expandir e contrair sob variações de pressão. Ela é afetada pela elasticidade dos tecidos pulmonares e pela tensão superficial dos alvéolos. Em condições como enfisema, a complacência pulmonar é aumentada, enquanto em fibrose, ela é reduzida, dificultando a ventilação. 4. Tensão Superficial e Surfactante Pulmonar: Nos alvéolos, a tensão superficial tende a fazer com que os alvéolos colapsem. Para reduzir essa tensão, as células alveolares produzem surfactante, uma substância que impede o colapso alveolar e facilita a expansão dos pulmões, especialmente importante durante a inspiração. A Lei de Laplace para bolhas esféricas é utilizada para descrever a relação entre tensão, pressão e raio dos alvéolos: 𝑃 = 2𝑇 𝑟 Onde P é a pressão dentro do alvéolo, T é a tensão superficial, e r é o raio do alvéolo. 5. Ventilação e Perfusão: A eficiência da troca gasosa depende do equilíbrio entre ventilação (fluxo de ar para os alvéolos) e perfusão (fluxo sanguíneo nos capilares pulmonares). Esse equilíbrio é expresso como a relação V/Q Em situações de desequilíbrio, como embolia pulmonar (onde a perfusão é comprometida) ou doenças respiratórias (onde a ventilação é afetada), a troca de gases é prejudicada. 6. Resistência das Vias Aéreas: A resistência ao fluxo de ar nas vias aéreas é descrita pela Lei de Poiseuille, que diz que a resistência é inversamente proporcional ao raio das vias aéreas à quarta potência. Ou seja, uma pequena diminuição no raio das vias aéreas aumenta significativamente a resistência ao fluxo. Asma e bronquite são exemplos de condições em que a resistência das vias aéreas aumenta, dificultando o movimento de ar. 7. Difusão de Gases e Lei de Fick: A troca de oxigênio e dióxido de carbono entre os alvéolos e o sangue ocorre por difusão, descrita pela Lei de Fick: Fluxo de gás = 𝐴.𝐷.(𝑃1−𝑃2) 𝑇 Onde A é a área de troca, D é a constante de difusão do gás, P1−P2P é a diferença de pressão parcial, e T é a espessura da membrana alveolar. Alterações na área de troca (como na pneumonia) ou espessura da membrana (como na fibrose) podem reduzir a eficiência da difusão. Esses princípios biofísicos são fundamentais para entender o processo respiratório e como condições clínicas, como DPOC, pneumonia e asma, afetam a respiração. A compreensão desses conceitos é essencial para práticas médicas e para o desenvolvimento de tratamentos respiratórios, como ventilação mecânica e administração de oxigênio.