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RITOS, MITOS E SÍMBOLOS 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Rodrigo Rangel 
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CONVERSA INICIAL 
Chegamos à nossa sexta aula sobre ritos, mitos e símbolos. Na aula 
passada vimos alguns exemplos de forma geral, para que fosse possível 
perceber nas diferentes religiões como cada elemento se manifesta, suas 
diferenças e semelhanças. Nesta aula, a proposta é visualizar e analisar uma 
religião específica, o cristianismo, a religião mais praticada no Brasil, seja por 
católicos, evangélicos, espíritas ou outros grupos. 
TEMA 1 – CRISTIANISMO: MITOS TEOGÔNICOS, COSMOGÔNICOS E 
ANTROPOGÔNICOS 
1.1. Mito teogônico 
A Bíblia, nesta aula, passa a ser primordial para entender o cristianismo, 
já que seus escritos são tidos como a revelação de Deus. Quando se lê o livro 
de Gênesis buscando o mito teogônico, logo se percebe que ele é inexistente. 
Ou seja, não há uma história, um relato ou versículo que mostre o entendimento 
de mito teogônico em relação ao deus do cristianismo. Para o cristianismo, o 
Deus é preexistente, não tem começo nem fim. Isso é fácil de entender se 
relembrarmos duas citações feitas na aula 2, quando tratamos do mito teogônico. 
Segundo Silva (2014), os mitos teogônicos relatam o surgimento do ser 
supremo, dos deuses, heróis míticos, espíritos e todas as entidades da dimensão 
do divino. Embora sejam pouco comuns, os mitos teogônicos aparecem com 
maior frequência em religiões politeístas. Por meio deles é mais fácil percebemos 
a compreensão do povo sobre cada entidade e suas respectivas funções sociais. 
Analisando a revelação de deus para o cristianismo, Silva (2014) 
assegura que “uma das importâncias dos mitos teogônicos é sua relação direta 
com a apresentação da pessoa de deus. O nome de um deus criado não poderá 
ser utilizado para apresentar o deus bíblico, já que este é preexistente, eterno, 
sem princípio e fim” (p. 109). 
1.2 Mito cosmogônico 
Diferentemente, o mito cosmogônico do cristianismo é muito claro e 
expresso logo nos primeiros versos de Gênesis, capítulo um: 
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No princípio Deus criou os céus e a terra. 
Era a terra sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo, 
e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. Disse Deus: 
"Haja luz", e houve luz. 
Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das trevas. Deus 
chamou à luz dia, e às trevas chamou noite. Passaram-se a tarde e a 
manhã; esse foi o primeiro dia. Depois disse Deus: "Haja entre as 
águas um firmamento que separe águas de águas". 
Então Deus fez o firmamento e separou as águas que estavam 
embaixo do firmamento das que estavam por cima. E assim foi. Ao 
firmamento Deus chamou céu. Passaram-se a tarde e a manhã; esse 
foi o segundo dia. E disse Deus: "Ajuntem-se num só lugar as águas 
que estão debaixo do céu, e apareça a parte seca". E assim foi. À 
parte seca Deus chamou terra, e chamou mares ao conjunto das 
águas. E Deus viu que ficou bom (Bíblia, 2000, p. 6). 
 No cristianismo, toda criação do cosmos se dá pela palavra falada de 
Deus. Claro que o cientista da religião que se propuser a estudar o cristianismo 
mais a fundo perceberá as nuances desse mito. O mito cosmogônico busca 
“explicar” como os eventos criativos se deram. Nesse caso específico, o relato 
explica que a sequência de criação da luz, do firmamento, da terra seca, dos 
rios e mares se deu em dias sucessivos. 
1.3 Mito antropogônico 
 Para muitas culturas, esse mito é fundamental para tentar explicar as 
questões mais primárias da existência humana. De onde viemos? Quem somos? 
Para onde vamos? No relato bíblico, a criação do homem se dá na sequência 
criativa de Deus no sexto dia. Mostra a importância do homem nessa criação, 
seu destino e forma de relacionamento com a divindade. 
 Um fator interessante ao observar esse mito é que ele tem dupla 
descrição. No capítulo 1, uma descrição geral, que aponta para a criação no 
sentido de raça humana (homem e mulher), e uma outra mais pormenorizada no 
capítulo 2. Observe os textos: 
Capítulo 1.26-31: Então disse Deus: "Façamos o homem à nossa 
imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes 
do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais grandes de toda a 
terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao 
chão". 
Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; 
homem e mulher os criou. 
Deus os abençoou, e lhes disse: "Sejam férteis e multipliquem-
se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, 
sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela 
terra". Disse Deus: "Eis que lhes dou todas as plantas que nascem 
em toda a terra e produzem sementes, e todas as árvores que dão 
frutos com sementes. Elas servirão de alimento para vocês. E dou 
todos os vegetais como alimento a tudo o que tem em si fôlego de 
vida: a todos os grandes animais da terra, a todas as aves do céu e 
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a todas as criaturas que se movem rente ao chão". E assim foi. E 
Deus viu tudo o que havia feito, e tudo havia ficado muito bom. 
Passaram-se a tarde e a manhã; esse foi o sexto dia. (Bíblia, 2000, 
p. 6) 
Capítulo 2.7: Então o Senhor Deus formou o homem do pó da 
terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou 
um ser vivente. 
Capítulo 2.18-25: Então o Senhor Deus declarou: "Não é bom 
que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe 
corresponda". Depois que formou da terra todos os animais do campo 
e todas as aves do céu, o Senhor Deus os trouxe ao homem para ver 
como este lhes chamaria; e o nome que o homem desse a cada ser 
vivo, esse seria o seu nome. Assim o homem deu nomes a todos os 
rebanhos domésticos, às aves do céu e a todos os animais selvagens. 
Todavia não se encontrou para o homem alguém que o auxiliasse e 
lhe correspondesse. Então o Senhor Deus fez o homem cair em 
profundo sono e, enquanto este dormia, tirou-lhe uma das costelas, 
fechando o lugar com carne. Com a costela que havia tirado do 
homem, o Senhor Deus fez uma mulher e a trouxe a ele. Disse então 
o homem: "Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! 
Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada". Por essa 
razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se 
tornarão uma só carne. O homem e sua mulher viviam nus, e não 
sentiam vergonha (Bíblia, 2000). 
 A princípio, pode-se pensar que são dois mitos antropogônicos, mas, na 
realidade, o segundo relato parece mais constituir os pormenores de como se 
deu a criação do homem. 
TEMA 2 – CRISTIANISMO: EXEMPLOS DE MITOS PARADISÍACOS, 
TRANSFORMAÇÃO E ESCATOLÓGICOS 
2.1 Mito paradisíaco 
 Remonta a um tempo de perfeição: 
Os mitos dos tempos paradisíacos relatam as condições de vida e os 
fenômenos existentes imediatamente após a criação e o surgimento do 
mundo. Em geral, essas condições de vida são consideradas ideais e, 
por isso, há um desejo constante de retorno àquele tempo. É comum o 
povo acreditar que, naquele tempo, o ser supremo vivia com o povo, 
mantendo com ele uma relação direta e amigável (Silva, 2014, p. 111). 
Nesse sentido, Gênesis descreve a maravilha que era o Jardim do Éden 
e como a criação perfeitamente criada vivia em harmonia em um verdadeiro 
paraíso: 
Ora, o Senhor Deus tinha plantado um jardim no Éden, para os lados 
do leste; e ali colocou o homem que formara. O Senhor Deus fez 
nascer então do solo todo tipo de árvores agradáveis aos olhos e 
boas para alimento. E no meio do jardim estavam a árvore da vida e 
a árvore do conhecimento do bem e do mal. No Éden nascia um rio 
que irrigava o jardim, e depois se dividia em quatro. O nome do 
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primeiro é Pisom. Ele percorre toda a terra de Havilá, onde existe 
ouro. O ouro daquela terra é excelente; lá também existem o bdélio e 
a pedra de ônix. O segundo, que percorre toda a terra de Cuxe, é o 
Giom. O terceiro, que corre pelo lado leste da Assíria, é o Tigre. E o 
quarto rio é o Eufrates. O Senhor Deus colocou o homem no jardim 
do Éden para cuidar dele e cultivá-lo. E o Senhor Deus ordenou ao 
homem: "Coma livremente de qualquer árvore do jardim, mas não 
coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em 
que dela comer, certamente você morrerá" (Bíblia, 2000, Gênesis 2). 
2.2 Mito transformação 
 Todos estamos sujeitos a uma série de dificuldades, doenças, 
calamidades e toda expressão do mal. O mito de transformação é aquele 
responsável por descrever um período intermediário, que culmina no 
entendimento do motivo pelo qual as coisas estão como estão. Ele mostra 
como as mudanças da perfeição para o que temos hoje ocorreu e as 
consequências dessa transformação: 
 
Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais selvagens que 
o Senhor Deus tinha feito. E ela perguntou à mulher: "Foi isto mesmo 
que Deus disse: ‘Não comam de nenhum fruto das árvores do jardim’? 
"Respondeu a mulher à serpente: "Podemos comer do fruto das 
árvores do jardim, mas Deus disse: ‘Não comam do fruto da árvore 
que está no meio do jardim, nem toquem nele; do contrário vocês 
morrerão’ ". 
Disse a serpente à mulher: "Certamente não morrerão! Deus 
sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e 
vocês serão como Deus, conhecedores do bem e do mal". Quando a 
mulher viu que a árvore parecia agradável ao paladar, era atraente 
aos olhos e, além disso, desejável para dela se obter discernimento, 
tomou do seu fruto, comeu-o e o deu a seu marido, que comeu 
também. 
Os olhos dos dois se abriram, e perceberam que estavam nus; 
então juntaram folhas de figueira para cobrir-se. Ouvindo o homem e 
sua mulher os passos do Senhor Deus que andava pelo jardim 
quando soprava a brisa do dia, esconderam-se da presença do 
Senhor Deus entre as árvores do jardim. 
Mas o Senhor Deus chamou o homem, perguntando: "Onde 
está você? " E ele respondeu: "Ouvi teus passos no jardim e fiquei 
com medo, porque estava nu; por isso me escondi". E Deus 
perguntou: "Quem lhe disse que você estava nu? Você comeu do 
fruto da árvore da qual lhe proibi comer? "Disse o homem: "Foi a 
mulher que me deste por companheira que me deu do fruto da árvore, 
e eu comi". O Senhor Deus perguntou então à mulher: "Que foi que 
você fez? " Respondeu a mulher: "A serpente me enganou, e eu 
comi". Então o Senhor Deus declarou à serpente: "Já que você fez 
isso, maldita é você entre todos os rebanhos domésticos e entre 
todos os animais selvagens! Sobre o seu ventre você rastejará, e pó 
comerá todos os dias da sua vida. Porei inimizade entre você e a 
mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe 
ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar". À mulher, ele declarou: 
"Multiplicarei grandemente o seu sofrimento na gravidez; com 
sofrimento você dará à luz filhos. Seu desejo será para o seu marido, 
e ele a dominará". 
E ao homem declarou: "Visto que você deu ouvidos à sua 
mulher e comeu do fruto da árvore da qual eu lhe ordenara que não 
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comesse, maldita é a terra por sua causa; com sofrimento você se 
alimentará dela todos os dias da sua vida. Ela lhe dará espinhos e 
ervas daninhas, e você terá que alimentar-se das plantas do campo. 
Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, 
visto que dela foi tirado; porque você é pó e ao pó voltará". Adão deu 
à sua mulher o nome de Eva, pois ela seria mãe de toda a 
humanidade. O Senhor Deus fez roupas de pele e com elas vestiu 
Adão e sua mulher. Então disse o Senhor Deus: "Agora o homem se 
tornou como um de nós, conhecendo o bem e o mal. Não se deve, 
pois, permitir que ele também tome do fruto da árvore da vida e o 
coma, e viva para sempre". Por isso o Senhor Deus o mandou embora 
do jardim do Éden para cultivar o solo do qual fora tirado. Depois de 
expulsar o homem, colocou a leste do jardim do Éden querubins e 
uma espada flamejante que se movia, guardando o caminho para a 
árvore da vida (Bíblia, 2000, p. 8). 
2.3 Mitos escatológicos 
 São pouco comuns, mas remontam a previsões de acontecimentos 
futuros, gerando expectativas escatológicas na religião. Observe os textos: 
Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o 
descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o 
calcanhar". (Bíblia, 2000, NVI, p. 8). 
Tendo Jesus se assentado no monte das Oliveiras, os 
discípulos dirigiram-se a ele em particular e disseram: "Dize-nos, 
quando acontecerão essas coisas? E qual será o sinal da tua vinda e 
do fim dos tempos?" Jesus respondeu: "Cuidado, que ninguém os 
engane. Pois muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Eu sou o Cristo!’ 
E enganarão a muitos. Vocês ouvirão falar de guerras e rumores de 
guerras, mas não tenham medo. É necessário que tais coisas 
aconteçam, mas ainda não é o fim. Nação se levantará contra nação, 
e reino contra reino. Haverá fomes e terremotos em vários lugares. 
Tudo isso será o início das dores. Então eles os entregarão para 
serem perseguidos e condenados à morte, e vocês serão odiados por 
todas as nações por minha causa” (Bíblia, 2000, Mateus 24.3-15). 
TEMA 3 – CRISTIANISMO: EXEMPLO DE RITOS DE PASSAGEM 
 Como toda religião, o cristianismo também dispõe de rituais chamados de 
passagem, apesar de, no catolicismo e no protestantismo, a visão sobre a forma 
e o tempo para se realizar o batismo destoe. Em linhas gerais, o batismo se 
constitui um ótimo exemplo de rito de passagem. Muitos textos bíblicos mostram 
o sentido desse mito, que é marcar o início de uma nova fase, de um novo tempo 
em relação ao divino e suas práticas. Croatto (2010, p. 355) descreve: 
Os ritos de nascimento, também chamados ritos de passagem (cf 
Arnold Van Gennep), pelos quais se põe o nome ou se recebe o recém-
nascido na comunidade. O mesmo acontece com quem “renasce” em 
outro momento da sua vida. Nesse último caso é preferível chamar de 
“rito de iniciação”. A este grupo pertence o batismo, a circuncisão, os 
“votos perpétuos” na vida religiosa católica, a consagração nos 
ministérios de algumas religiões etc. Nos ritos de nascimento, a mãe 
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deve observar certas normas de “separação” por um determinado 
tempo a realizar algumas cerimônias de reintegração, purificação e etc. 
 O rito se dá ao se mergulhar ou se aspergir água sobre o indivíduo, 
marcando o novo tempo. O texto de Paulo aos Romanos exemplifica bem o 
significado desse rito: 
Ou vocês não sabem que todos nós, que fomos batizados em Cristo 
Jesus, fomos batizados em sua morte? Portanto, fomos sepultados 
com ele na morte por meio do batismo, a fim de que, assim como 
Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do Pai, também 
nós vivamos uma vida nova. Se dessa forma fomos unidos a ele na 
semelhança da sua morte, certamente o seremos também na 
semelhança da sua ressurreição. Pois sabemos que o nosso velho 
homem foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado seja 
destruído, e não mais sejamos escravos do pecado; pois quem 
morreu, foi justificado do pecado. Ora, se morremos com Cristo, 
cremos que também com ele viveremos. Pois sabemos que, tendo 
sido ressuscitado dos mortos, Cristo não pode morrer outra vez: a 
morte não tem mais domínio sobre ele. Porque morrendo, ele morreu 
para o pecado uma vez por todas; mas vivendo, vive para Deus. Da 
mesma forma, considerem-se mortos para o pecado, mas vivos para 
Deus em Cristo Jesus (Bíblia, 2000, Romanos 6.3-11). 
TEMA 4 – CRISTIANISMO: EXEMPLOS DE RITOS 
 Por conta do grande número de ritos no cristianismo,citaremos aqui 
apenas os mais conhecidos. Já falamos do batismo, mas há também, para as 
vertentes do cristianismo que não batizam crianças, o rito de consagração da 
criança; de comunhão ou primeira comunhão; da crisma; de templos, objetos ou 
pessoas ao ministério. No entanto, independentemente da linha do cristianismo, 
um rito é comum a todas as vertentes: o casamento. 
 Aqui é importante ressaltar como o mito e o rito se relacionam 
intimamente. O rito do casamento é diretamente proporcional ao entendimento 
do mito antropogênico. Com a criação do homem e da mulher, o homem deve 
deixar pai e mãe e se unir à sua mulher. Daí derivam as cerimônias de 
casamento como as temos hoje, com alterações de forma, mas ritualísticas e 
fortemente embasadas no princípio do mito. 
Observe os textos: 
Mas no princípio da criação Deus ‘os fez homem e mulher’. ‘Por esta 
razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois 
se tornarão uma só carne’. Assim, eles já não são dois, mas sim uma 
só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém o separe". (Bíblia, 
2000, Marcos 10.6-9) 
O casamento deve ser honrado por todos; o leito conjugal, 
conservado puro; pois Deus julgará os imorais e os adúlteros (Bíblia, 
2000, Hebreus 13.4). 
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 Assim, é fácil perceber como o entendimento de um mito gera um rito, e 
como a força desse rito mantém a estrutura de uma religião. 
TEMA 5 – CRISTIANISMO: EXEMPLOS DE SÍMBOLOS 
 Como vimos na aula 4, qualquer objeto pode ser elevado a símbolo, desde 
que esteja diretamente ligado a uma experiência pessoal com o deus. No 
cristianismo, os símbolos mais conhecidos e usados são a cruz e o peixe. 
A cruz representa o local onde Jesus Cristo foi crucificado ao salvar a 
humanidade e, por isso, simboliza a força, o poder e o sagrado. Lembra a forma 
sacrificial como o cristão foi resgatado e transformado. 
Já o peixe foi fundamental para a difusão do cristianismo. A palavra peixe, 
do grego Ichthys, representa o acrônimo Iesous Christos, Theou yios Soter, que 
significa "Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador". Mais do que representar a 
forma de um peixe, portanto, simboliza uma declaração de fé. 
 
Crédito: Kozyreva Elena/Shutterstock; Ioria/Shutterstock. 
 Ao estudar os símbolos, é sempre importante identificar o que ele 
realmente se está tentando comunicar, conforme visto na aula 4. 
NA PRÁTICA 
 O exercício do cientista religioso na análise direta da religião escolhida é 
uma tarefa empolgante. Conhecer os ritos, mitos e símbolos ajuda a entender, 
muitas vezes, não somente a religião, mas a cultura a que está ligada. Por óbvio, 
é impossível em poucas páginas exaurir todo o assunto, mas acredita-se que 
esse exercício praticado leva a um conhecimento cada vez mais profundo acerca 
do assunto. Certamente a abordagem mostrada nessa aula é simples e 
introdutória, mas cabe a cada um buscar as formas mais complexas e completas, 
a fim de se conhecer melhor as religiões. 
 
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FINALIZANDO 
Procuramos nesta aula aplicar os conhecimentos já adquiridos nas aulas 
anteriores. Para o cientista religioso, é fundamental conhecer e discernir os 
mitos, ritos e símbolos diretamente ligados à religião, que é seu objeto de estudo. 
 
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REFERÊNCIAS 
BÍBLIA. São Paulo: Vida, 2003. 
CROATTO, J. S. As linguagens da experiência religiosa: uma introdução à 
fenomenologia da religião. São Paulo: Paulinas, 2010. 
SILVA, C. Fenomenologia da religião: compreendendo as ideias religiosas a 
partir das suas manifestações. São Paulo: Vida Nova, 2014. 
 
 
 
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