Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

Segunda Guerra
Mundial: Causas,
Conflitos e
Consequências
Causas da Guerra
Tratado de Versalhes (1919): Impôs punições severas à Alemanha após a Primeira
Guerra, causando ressentimento e crise econômica que abriram espaço para o
nazismo.
Ascensão do Nazismo e de Hitler (1933): Com discurso revanchista, nacionalista e
expansionista, Hitler prometeu restaurar o orgulho alemão e ignorou restrições do
tratado.
Expansão territorial da Alemanha: Anexação da Áustria (Anschluss) e da
Tchecoslováquia (Sudetos), sem resistência efetiva das potências ocidentais (política
de apaziguamento).
Fracasso da Liga das Nações: A organização não conseguiu conter a agressividade de
regimes como o nazista, fascista (Itália) e militarista (Japão).
Pacto Molotov-Ribbentrop (1939): Acordo de não agressão entre Alemanha e URSS,
com cláusulas para dividir a Polônia.
Invasão da Polônia (1º de setembro de 1939): Foi o estopim da Segunda Guerra
Mundial. A Alemanha de Hitler invadiu a Polônia usando a tática de blitzkrieg (guerra-
relâmpago). Após a vitória alemã, formaram-se duas grandes alianças: o Eixo, liderado
por Alemanha, Itália e Japão; e os Aliados, inicialmente com Reino Unido, França e
União Soviética, com os Estados Unidos entrando mais tarde.
Líderes do Eixo
Adolf Hitler (1889–1945) nasceu na Áustria e serviu como soldado na Primeira Guerra
Mundial. Após o conflito, entrou para a política na Alemanha e fundou o Partido Nazista.
Tentou um golpe em 1923 (Putsch da Cervejaria), foi preso e escreveu Mein Kampf, expondo
suas ideias nacionalistas, racistas e expansionistas.
Na década de 1930, aproveitou a crise econômica e o desespero popular para conquistar
apoio. Em 1933, chegou legalmente ao poder como chanceler e logo transformou o regime
em uma ditadura totalitária. Perseguiu judeus, comunistas e opositores, iniciou
rearmamento militar e adotou políticas agressivas de expansão territorial. 
Benito Mussolini (1883–1945) nasceu na Itália e começou sua vida política como socialista,
mas rompeu com o movimento e fundou o Fascismo, um regime autoritário, nacionalista e
militarista. Em 1922, liderou a Marcha sobre Roma, pressionando o rei a nomeá-lo primeiro-
ministro. A partir daí, desmontou a democracia italiana e instaurou uma ditadura.
Durante os anos 1930, Mussolini se aproximou da Alemanha nazista, invadiu a Etiópia e
apoiou Franco na Guerra Civil Espanhola. Em 1940, entrou na Segunda Guerra Mundial ao
lado de Hitler, esperando ganhos fáceis. 
A Segunda Guerra Mundial começou em 1º de setembro de 1939, com a invasão da Polônia
pela Alemanha nazista, seguida pela entrada da União Soviética pelo leste, conforme o
pacto Molotov-Ribbentrop. Poucos dias depois, França e Reino Unido declararam guerra à
Alemanha, mas não conseguiram impedir seu avanço inicial. Em 1940, Hitler lançou a
Blitzkrieg (guerra-relâmpago) contra o Ocidente, conquistando Dinamarca, Noruega, Países
Baixos, Bélgica e França em poucos meses. A França caiu em junho, e o governo de Vichy foi
instalado como regime colaboracionista.
Enquanto isso, a Itália entrou na guerra em junho de 1940, aliando-se à Alemanha. No
mesmo ano, Hitler tentou invadir a Grã-Bretanha na Batalha da Inglaterra, mas falhou
diante da resistência da RAF e da superioridade do radar britânico. No início de 1941, o Eixo
seguiu avançando. A Alemanha interveio nos Bálcãs, ocupando a Iugoslávia e a Grécia, que
haviam resistido à invasão italiana. Com isso, o Eixo passou a controlar quase toda a
Europa continental. A guerra ainda parecia distante de um fim, e os Aliados estavam na
defensiva, resistindo como podiam diante da máquina de guerra nazifascista em plena
expansão.
Hirohito (1901–1989) foi imperador do Japão de 1926 a 1989, tendo seu reinado marcado
pela ascensão do militarismo e pela participação do Japão na Segunda Guerra Mundial.
Embora sua autoridade fosse vista como divina, o poder real passou a ser exercido
principalmente pelos generais e primeiros-ministros militaristas. Durante os anos 1930, o
Japão invadiu a Manchúria, a China e outras regiões da Ásia, buscando construir um
império. Em 1940, Hirohito integrou o Eixo ao lado da Alemanha e da Itália. Em 1941, o
Japão atacou Pearl Harbor, levando os EUA à guerra. Sob seu reinado, o Japão cometeu
crimes de guerra em vários países asiáticos e travou combates intensos no Pacífico. Mesmo
que seu papel direto nas decisões seja debatido, Hirohito era informado das ações militares
e apoiava a expansão imperial.
Início da Guerra e Expansão do
Eixo (1939–1941)
Nesse período, o Eixo atingiu o ápice de seu poder territorial e militar. A Alemanha nazista
lançou, em junho de 1941, a Operação Barbarossa, invadindo a União Soviética com
milhões de soldados. A ofensiva foi avassaladora: os alemães avançaram rapidamente,
cercaram exércitos soviéticos e chegaram às portas de Moscou, Leningrado e do Cáucaso. A
URSS parecia à beira do colapso. No Norte da África, as forças do Eixo sob comando de
Rommel avançavam rumo ao Egito, ameaçando o Canal de Suez e o controle britânico na
região. A Itália, embora militarmente fraca, ainda controlava territórios nos Bálcãs e no
norte da África com apoio alemão.
No Pacífico, após o ataque japonês a Pearl Harbor em dezembro de 1941, o Japão
expandiu-se rapidamente. Conquistou Hong Kong, Malásia, Filipinas, Indonésia, Birmânia e
grande parte do Pacífico. Os japoneses apresentavam-se como libertadores da Ásia, mas
agiam com brutalidade extrema nas áreas ocupadas. Ao final de 1942, o Eixo controlava o
maior território de toda a guerra: da costa atlântica francesa aos arredores de Stalingrado,
do norte da Noruega ao deserto africano, do Havaí até a fronteira indiana. Porém, essa
expansão havia atingido o limite logístico. A resistência soviética, os ataques dos Aliados e
as vastas distâncias começaram a minar o controle do Eixo, preparando o terreno para sua
retração.
Domínio do Eixo (junho 1941–final
de 1942)
Contra-ofensiva dos Aliados (1942
– 1943)
A partir de meados de 1942, os Aliados começaram a reverter o andamento da guerra. No
front oriental, a Batalha de Stalingrado (ago/1942–fev/1943) foi decisiva: os soviéticos
cercaram e destruíram o 6º Exército alemão, marcando o primeiro grande colapso da
máquina de guerra nazista. No norte da África, os britânicos venceram o Afrika Korps em El
Alamein (out/1942), impedindo o avanço rumo ao Egito. Pouco depois, os Aliados
desembarcaram no Marrocos e Argélia na Operação Tocha, abrindo uma nova frente que
forçaria a rendição do Eixo no continente africano em 1943. No Pacífico, os EUA 
iniciaram sua contra-ofensiva com a campanha de 
Guadalcanal (ago/1942–fev/1943), impondo derrotas
 crescentes ao Japão. A superioridade naval e aérea 
americana começou a se impor, e os japoneses pas-
saram a perder territórios. Ao final de 1943, os Aliados 
haviam tomado o norte da África, invadido a Itália 
(com a queda de Mussolini em julho), e os soviéticos
 empurravam os alemães para o oeste. 
Em 1944, os Aliados avançaram com força total em todas as frentes. No Ocidente, o ponto
decisivo foi o Dia D (6 de junho), com o desembarque na Normandia, que abriu a frente
ocidental na França ocupada. A operação foi bem-sucedida e, nos meses seguintes, os
Aliados libertaram Paris (agosto) e avançaram rumo à Alemanha. No Leste, a União
Soviética lançou a devastadora Operação Bagration (junho-agosto), destruindo grupos
inteiros do exército alemão e libertando a Bielorrússia, partes da Polônia e os Bálcãs. O
avanço soviético era rápido e brutal, empurrando os nazistas cada vez mais para o oeste.
Na Itália, os Aliados avançavam lentamente, enfrentando forte resistência alemã, mas
conseguiram libertar Roma em junho. Ao mesmo tempo, intensos bombardeios aéreos
arrasavam cidades alemãs e minavam sua capacidade industrial.
No Pacífico, os EUA adotaram a estratégia de "salto de ilhas", capturando posições-chave
como Saipan, Guam e Leyte, aproximando-se do Japão. A derrota naval japonesa em Mar
das Filipinas enfraqueceu ainda mais sua defesa. O Eixo recuava em todas as direções.Em
1944, a derrota já era apenas questão de tempo.
Avanço dos Aliados e Recuo do
Eixo (1944)
Derrota do Eixo e Fim da Guerra
(início – setembro de 1945)
No início de 1945, o Eixo estava em colapso. A União Soviética invadiu a Alemanha pelo
leste, tomando Varsóvia e chegando a Berlim em abril. No oeste, os Aliados cruzaram o
Reno e avançaram rapidamente sobre o território alemão. Benito Mussolini, tentando fugir
para a Suíça disfarçado de soldado alemão, foi capturado por partisans italianos em 27 de
abril. No dia seguinte, foi executado por fuzilamento junto com sua companheira Clara
Petacci. Seus corpos foram pendurados de cabeça para baixo numa praça em Milão, como
símbolo do fim do fascismo italiano. Poucos dias depois, com Berlim cercada, Adolf Hitler
se suicidou em 30 de abril de 1945, em seu bunker. Seu corpo foi queimados por ordem
dele, para evitar exibição pública, como ocorrera com Mussolini. Com os dois principais
líderes do Eixo mortos, a Alemanha se rendeu em 8 de maio de 1945 (o Dia da Vitória na
Europa, VE Day). No Pacífico, o Japão continuava resistindo, mesmo com derrotas
sucessivas. As batalhas de Iwo Jima e Okinawa mostraram o alto custo da invasão direta.
Para evitar isso, os EUA lançaram bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki (6 e 9 de
agosto), matando centenas de milhares. A União Soviética declarou guerra ao Japão e
invadiu a Manchúria em 8 de agosto. Diante do cenário, o Japão anunciou sua rendição em
15 de agosto, oficializada em 2 de setembro de 1945 a bordo do navio USS Missouri. Assim
terminou a Segunda Guerra Mundial, o conflito mais destrutivo da história, com milhões de
mortos e um novo equilíbrio global prestes a surgir.
A União Soviética incorporou cerca de 800 mil mulheres em suas forças armadas. Elas
atuaram como médicas, operadoras de defesa antiaérea e até como pilotos de caça.
Destaca-se Liudmila Pavlichenko, uma atiradora de elite com 309 mortes confirmadas,
tornando-se uma das mais letais da história. 
Nos EUA, aproximadamente 350 mil mulheres serviram em unidades como o Corpo de
Enfermeiras do Exército e os Pilotos do Serviço da Força Aérea para Mulheres (WASPs). Elas
desempenharam funções que iam desde pilotar aviões até consertar equipamentos
militares. 
O Brasil enviou 73 enfermeiras para integrar a Força Expedicionária Brasileira (FEB) na
Itália. Elas enfrentaram condições adversas para cuidar dos soldados feridos, sendo
pioneiras na presença feminina nas Forças Armadas brasileiras. Virgínia Portocarrero, por
exemplo, era a Capitão-Enfermeira da FEB.
Espionagem e Resistência: as mulheres também atuaram como espiãs e agentes de
resistência. Krystyna Skarbek, por exemplo, foi uma espiã britânica de origem polonesa que
realizou missões de inteligência na Europa ocupada. Josephine Baker, artista afro-
americana, usou sua fama para coletar informações para a resistência francesa.
Participação das Mulheres
Campos de Concentração
 Os campos de concentração foram locais criados por regimes autoritários, especialmente
durante a Segunda Guerra Mundial, para prender, explorar, torturar e exterminar pessoas
consideradas "inimigas" ou "indesejadas" pelo Estado. O exemplo mais brutal e conhecido
são os campos nazistas na Alemanha e nos territórios ocupados, onde milhões de judeus,
ciganos, homossexuais, prisioneiros de guerra, pessoas com deficiência, opositores
políticos e outros grupos foram mantidos em condições desumanas.
Esses campos não eram apenas prisões, eram centros de trabalho forçado, experiências
médicas cruéis e, em muitos casos, de extermínio sistemático. Auschwitz, Dachau,
Treblinka e Sobibor são alguns dos mais infames. Milhões de pessoas morreram nesses
lugares por fome, doenças, execuções, câmaras de gás e maus-tratos constantes.
 Os campos de concentração nazistas começaram a ser desativados no final da Segunda
Guerra Mundial, quando as tropas Aliadas avançaram sobre os territórios controlados pela
Alemanha. A partir de 1944, muitos campos foram libertados, mas o que se encontrou foi
horror: corpos empilhados, prisioneiros em estado extremo de desnutrição e estruturas de
extermínio, como câmaras de gás e fornos crematórios.
Alguns campos foram destruídos pelos próprios nazistas antes da chegada dos Aliados,
numa tentativa de esconder as provas dos crimes. Outros foram preservados como
memoriais e museus, como Auschwitz-Birkenau, Dachau e Majdanek, para que o mundo
jamais se esqueça do que aconteceu ali.
A Segunda Guerra Mundial transformou profundamente o mundo em praticamente todos
os aspectos. Politicamente, o conflito resultou na divisão clara entre dois blocos de poder:
o capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e o socialista, liderado pela União Soviética.
Essa tensão ideológica deu origem à Guerra Fria, um confronto indireto que duraria
décadas. A Europa, antes centro de poder global, saiu devastada e economicamente
fragilizada, abrindo caminho para os EUA e a URSS assumirem o protagonismo mundial.
A guerra também provocou uma reconfiguração geográfica. Fronteiras foram
redesenhadas, colônias começaram a exigir independência e países como Alemanha e
Japão passaram por profundas transformações políticas, econômicas e sociais. A Alemanha
foi dividida em dois países com ideologias opostas, e o Japão passou por um processo de
democratização e desmilitarização imposto pelos Estados Unidos.
No plano econômico, a necessidade de reconstrução da Europa impulsionou o Plano
Marshall, promovendo crescimento rápido nos países ocidentais e consolidando o modelo
capitalista. Por outro lado, países do Leste Europeu ficaram sob influência soviética,
implantando regimes comunistas alinhados à URSS.
Houve a criação da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1945, com o objetivo de
evitar novos conflitos dessa magnitude.
Além disso, a guerra acelerou o desenvolvimento tecnológico e científico, como no caso da
energia nuclear, que seria usada tanto para fins militares quanto civis nos anos seguintes.
Também houve maior participação das mulheres no mercado de trabalho e mudanças
significativas nas estruturas sociais de vários países.
Consequências
Acordos firmados
Conferência de Yalta (1945): Divisão da Alemanha em 4 zonas, eleições livres nos
países libertados e criação da ONU.
Conferência de Potsdam (1945): Punição aos nazistas, desnazificação da Alemanha,
nova fronteira da Polônia e exigência de rendição do Japão.
Tratado de San Francisco (1951): Fim oficial da guerra com o Japão, renúncia a
territórios e reconstrução com apoio dos EUA.
Plano Marshall (1947): Ajuda econômica dos EUA para reconstruir a Europa e frear o
comunismo.
Bretton Woods (1944): Criação do FMI, Banco Mundial e adoção do dólar como
referência global.
Divisão da Alemanha (1949): Formação da Alemanha Ocidental (capitalista) e Oriental
(socialista); início da Guerra Fria.
Julgamentos de Nuremberg (1945–46): Condenação de líderes nazistas por crimes de
guerra e criação de base legal internacional.
OTAN (1949): Aliança militar liderada pelos EUA contra a ameaça soviética e expansão
comunista.

Mais conteúdos dessa disciplina