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Aula 03 Direito Processual Penal p/ TJDFT - Técnico Judiciário (Área Administrativa) - com videoaulas Professor: Renan Araujo Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 56 AULA 03: DOS SUJEITOS DO PROCESSO: (JUIZ, MP, ACUSADO, DEFENSOR, ASSISTENTES, FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA, PERITOS E INTÉRPRETES). SUMÁRIO PÁGINA Apresentação da aula e sumário 01 I ± Introdução 02 II ± Juiz 02 III ± Ministério Público 07 IV - Acusado 09 V ± Defensor 12 VI ± Dos Assistentes 15 VII ± Dos Auxiliares da Justiça: Peritos e Intérpretes 19 Questões jurisprudenciais relevantes 22 Lista das Questões 25 Questões Comentadas 34 Gabarito 56 Olá, meus amigos! Hoje vamos estudar os sujeitos do Processo, que são aqueles que, de uma forma ou de outra, atuam no processo penal. Bons estudos! Prof. Renan Araujo Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 56 I ± INTRODUÇÃO Sujeitos do processo são as pessoas que atuam, de maneira obrigatória ou não, no processo criminal. Podem ser: x Sujeitos essenciais ± Casos devam, necessariamente, fazer parte do processo criminal. São apenas três: Juiz, acusador (MP ou querelante) e acusado (ou querelado), bem como o defensor deste; x Sujeitos acessórios (não essenciais) ± São aqueles que não necessariamente atuaram no processo, agindo somente em alguns casos. Exemplo: Assistente de acusação. Sujeito do processo não é necessariamente aquele que integra a relação processual. Sujeito do processo é toda pessoa que pratica ato no processo. A relação processual, por sua vez, é composta pelos sujeitos que possuem interesse no processo (Juiz, acusador, acusado e assistente, que faz parte da acusação). Pode ocorrer de um sujeito não possuir nenhum interesse na causa (perito, por exemplo). O interesse do Juiz se constitui na prestação da tutela Jurisdicional em nome do Estado. Os sujeitos do processo estão regulamentados nos arts. 251 a 281 do CPP. Vamos estudá-los individualmente. II ± JUIZ O sujeito processual, na verdade, é o Estado-Juiz, que atua no processo através de um órgão jurisdicional, que é o Juiz criminal. O Juiz criminal possui alguns poderes: Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 56 a) Poder de polícia administrativa ± Exercido no curso do processo, com a finalidade de garantir a ordem dos trabalhos e a disciplina. Ao contrário do que a nomenclatura possa transparecer, não está relacionada à força policial, mas ao conceito administrativo de poder de polícia (limitação ou regulamentação das liberdades individuais). Está previsto no art. 251 do CPP, dentre outros: Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e manter a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública. b) Poder Jurisdicional ± Relativo à condução do processo, no que toca à atividade-fim da Jurisdição (instrução, decisões interlocutórias, prolação da sentença, execução das decisões tomadas, etc.). Dividem-se em: b.1) Poderes-meio (atos cuja prática é atingir uma outra finalidade ± a prestação da efetiva tutela jurisdicional), que dividem-se em atos ordinatórios e instrutórios; b.2) Poderes-fins (que são relacionados à prestação da efetiva tutela jurisdicional e seu cumprimento), dividindo-se em atos decisórios (dizem o direito, condenando, absolvendo, etc) e atos executórios (colocam em prática o que foi decidido); Existem determinadas hipóteses nas quais o Juiz não pode atuar, pelo fato de se considerar prejudicada a sua condição de imparcialidade. São as hipóteses de impedimento ou suspeição. As hipóteses de impedimento estão previstas no art. 252 do CPP, e são consideradas como ensejadoras de incapacidade absoluta para atuar no processo: Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito; Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 56 II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha; III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão; IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito. Nestas hipóteses o CPP estabelece uma presunção absoluta (jure et de jure) de que o Juiz seria parcial, violando um dos deveres da Jurisdição, que é a imparcialidade. Este rol é considerado um rol taxativo (numerus clausus), não admitindo interpretação extensiva, portanto. Ocorrendo uma dessas hipóteses, o Juiz tem o dever de se declarar impedido, não podendo atuar no processo. Se não o fizer, qualquer das partes poderá arguir seu impedimento, nos termos do art. 112 do CPP. Se, por acaso, se tratar de processo nos Tribunais, nos quais o julgamento se dá através de órgãos colegiados (mais de um Juiz), o art. 253 estabelece que: Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes que forem entre si parentes, consangüíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive. CUIDADO! A Doutrina, em sua maioria, entende que este art. 253 se refere a uma incompatibilidade (e não impedimento ou suspeição). As incompatibilidades seriam situações de impossibilidade de atuação em razão de fatos que geram graves hipóteses de inconveniência na atuação do magistrado, mas que não estejam previstas como impedimento ou Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 56 suspeição. A suspeição, por sua vez, é considerada uma incapacidade subjetiva do Juiz, que pode ou não se declarar suspeito (vejam a diferença!). Caso o Juiz não se declare suspeito, as partes poderão entender que está prejudicada sua imparcialidade e arguir a suspeição, nos termos do mesmo art. 112 do CPP. As hipóteses de suspeição estão previstas no art. 254 do CPP: Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes: I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles; II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes; IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo. Entretanto, o CPP traz uma regra curiosa em seu art. 256: Se a parte, de alguma forma, der causa, de maneira proposital à situação de suspeição, esta não poderá ser declarada nem reconhecida: Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo para criá-la. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 56 EXEMPLO: Imaginem que Fulano está sendo julgado pelo crime de estupro por uma Juíza extremamente rigorosa. Entretanto, fulano sabe que o outro Juiz criminal da comarca não é tão rigoroso. Assim, fulano cria, propositalmente, uma rixa pessoal com a Juíza, de forma a arguir, posteriormente, sua suspeição, com base no art. 254, I do CPP, afim de que o processo seja remetido para julgamento ao outro Juiz. Nessa hipótese, o CPP veda o reconhecimento ou declaração da suspeição. A suspeição ou o impedimento em decorrência de parentesco por afinidade (parentesco que não é de sangue) cessa com a dissolução do casamento que fez surgir o parentesco. Esta é a regra. No entanto, existem duas exceções: a) Se do casamento resultar filhos, o impedimento ou suspeição não se extingue em hipótese nenhuma; b) Havendo ou não filhos da relação, o impedimento ou suspeição permanece em relação a sogros, genros, cunhados, padrasto e enteado (e os correspondentes femininos, é claro); Mas e se o Juiz suspeito ou impedido continuar atuando no processo, como se nada tivesse acontecido? Haverá um vício processual. Esse vício irá variar conforme o caso (suspeição ou impedimento. Se o Juiz for impedido, a Doutrina entende que o ato é inexistente, pelo fato de que o Juiz está impedido de exercer a Jurisdição naquele caso, ou seja, os atos foram praticados por Juiz sem Jurisdição. No caso de Juiz suspeito, a Doutrina entende que se trata de nulidade absoluta. Os institutos (inexistência jurídica e nulidade absoluta) são parecidos, mas possuem efeitos bem diferentes. No caso de inexistência, R�DWR�VLPSOHVPHQWH�QmR�H[LVWH��p�XP�³QDGD�MXUtGLFR´��1R�FDVR�GH�QXOLGDGH� Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 56 absoluta o ato existe, sendo apenas viciado pela nulidade. Os efeitos que decorrem são graves. No caso de inexistência, como o ato não existe, uma sentença proferida, por exemplo, sequer é considerada sentença, sendo desconsiderada. Já no caso de uma sentença nula, ela existe e produzirá efeitos caso a nulidade não seja arguida. Assim, se um réu é absolvido por um Juiz suspeito, e a decisão transita HP� MXOJDGR�� ³Mi� HUD´�� R� DFXVDGR� QmR� SRGHUi� VHU� MXOJDGR� novamente. Entretanto, se o Juiz fosse impedido, simplesmente o processo seria retomado em seu andamento, pois a sentença proferida NÃO EXISTE. O art. 274, que trata dos funcionários da Justiça, estabelece que a eles se aplicam as prescrições do CPP no que se refere às hipóteses de suspeição do Juiz: Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes estendem-se aos serventuários e funcionários da justiça, no que Ihes for aplicável. III ± MINISTÉRIO PÚBLICO O MP é o órgão responsável por desempenhar as funções do Estado-acusador no processo. É Instituição permanente, essencial à Justiça e com previsão no art. 127 da Constituição da República. O MP é o responsável por ajuizar a ação penal pública (condicionada e incondicionada), bem como fiscalizar o cumprimento da lei na ação penal privada e também na ação penal pública! 2� 03� p� URWXODGR� SHOD� 'RXWULQD� PDMRULWiULD� FRPR� ³SDUWH� LPSDUFLDO´� (esquizofrênico isso...), pois sua função não é ver o acusado ser condenado, mas promover a Justiça (daí o nome: Promotor de Justiça), fazendo com que a verdade surja e o acusado seja culpado, se for o caso. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 56 Tanto é assim que o MP pode, inclusive, pedir a absolvição do acusado quando, no decorrer do processo, entender que a denúncia foi um equívoco e que não ficou provada sua culpa. Nos termos do art. 385 do CPP: Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada. Ao membro do MP se aplicam, no que for cabível, as mesmas hipóteses de suspeição e impedimento previstas para os Juízes. Além disso, o membro do MP não pode atuar em processo que o Juiz ou qualquer das partes for seu parente, nos termos estabelecidos pelo art. 258 do CPP: Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que Ihes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos dos juízes. Boa parte da Doutrina entende existir o princípio do Promotor Natural, de forma que o acusado teria o direito de ser processado pelo órgão do MP previamente estabelecido em Lei (sentido amplo). No entanto, diferentemente do que ocorre com o princípio do Juiz natural, a Doutrina não é unânime quanto a isto. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 56 IV ± ACUSADO O acusado é aquele que figura no polo passivo do processo criminal, ou seja, a pessoa a quem se imputa a prática de uma infração penal. Nem todas as pessoas, no entanto, podem figurar no polo passivo de um processo criminal: a) Entes que não possuem capacidade para serem sujeitos de direito. Ex.: mortos; b) Menores de 18 anos ± É hipótese de inimputabilidade que gera a ilegitimidade da parte, em razão da disposição expressa na Lei no sentido de que os menores de 18 anos respondam por seus atos infracionais perante o ECA; c) Pessoas detentoras de imunidade diplomática; d) Pessoas que possuam imunidade parlamentar. Ex: Deputados, Senadores, etc. (Essa espécie é discutível, pois em alguns casos eles podem ser sujeitos passivos do processo criminal); As pessoas jurídicas podem ser sujeitos passivos no processo criminal, pois a Constituição previu a possibilidade de se imputar à pessoa jurídica a prática de crimes (art. 225, § 3° da CRFB/88). O STF corrobora este entendimento.1 Quanto aos inimputáveis em decorrência de doença mental, desenvolvimento mental incompleto e embriaguez total decorrente de caso fortuito ou força maior, nada impede que integrem o polo passivo do processo, pois, ao final, eles serão absolvido, sendo-lhes aplicada medida de segurança (salvo no caso da embriaguez). Entretanto, devem se submeter ao processo criminal. 1 O STF entende que, atualmente, a pessoa jurídica somentepode ser sujeito passivo em processo criminal (sujeito ativo do crime, portanto) por crime ambiental, por não haver expressa previsão para outros casos. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 56 A identificação do acusado deve ser feita da forma mais ampla possível. No entanto, a impossibilidade de identificação do acusado por seu nome civil não impede o prosseguimento da ação, nos termos do art. 259 do CPP: Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado com o seu verdadeiro nome ou outros qualificativos não retardará a ação penal, quando certa a identidade física. A qualquer tempo, no curso do processo, do julgamento ou da execução da sentença, se for descoberta a sua qualificação, far-se-á a retificação, por termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos atos precedentes. O CPP prevê, ainda, que o acusado deverá comparecer a todos os atos do processo para o qual for intimado e, caso não compareça a algum ato que não possa ser realizado sem ele, o Juiz poderá determinar sua condução à força: Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença. Parágrafo único. O mandado conterá, além da ordem de condução, os requisitos mencionados no art. 352, no que Ihe for aplicável. Embora o DUW�� ���� GLJD� ³DXWRULGDGH´�� VHP� GLVWLQJXLU� DXWRULGDGH� policial e autoridade judiciária, a Doutrina entende que esse poder está restrito ao Juiz, pois o CPP fala em acusado, o que dá a entender que esta norma se aplica somente àquele que já está sendo processado judicialmente. Caso o Delegado necessite da presença do indiciado (no IP) em algum ato, deverá solicitar ao Juiz que determine a condução do indiciado. A Doutrina diverge, ainda quanto à extensão desta norma. A maioria da Doutrina entende (e o STJ também) que a condução do acusado à Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 56 força só é possível nos casos de recusa ao comparecimento a ato processual cuja presença deste seja indispensável. O acusado possui, ainda, direitos, previstos na Constituição e na Legislação infraconstitucional, dentre eles: a) Não produzir prova contra si mesmo (Nemo tenetur se detegere) ± Previsto no art. 5°, LXIII da Constituição e art. 186 do CPP (que tratam do direito ao silêncio, um dos corolários mais clássicos desse princípio); b) Direito de ser processado e sentenciado pela autoridade competente ± Consubstancia-se no princípio do Juiz Natural, e está previsto no art. 5°, LIII da Constituição; c) Direito ao contraditório e à ampla defesa ± Direito de contradizer tudo o que for dito pela acusação e se manifestar sempre após esta. Trata-se de princípio constitucional previsto no art. 5°, LV da Constituição; d) Direito à entrevista prévia e reservada com seu defensor ± Direito que decorre do princípio da ampla defesa, e está materializado no art. 185, § 2° do CPP. Muitos outros existem, previstos tanto na Constituição quanto no CPP. O CPP prevê, também, que se o acusado for menor de idade, não poderá figurar no polo passivo do processo sem que lhe seja nomeado um curador: Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á curador. CUIDADO! 4XDQGR�R�DUW������VH�UHIHUH�DR�DFXVDGR�³PHQRU´�QmR�HVWi�VH� referindo à menoridade penal (nesse caso nem poderia ser acusado!), mas à menoridade CIVIL. Durante muito tempo a maioridade civil era atingida somente aos vinte e um anos, enquanto a maioridade penal era Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 56 atingida antes, aos 18 anos. Assim, o acusado que tinha entre 18 e 21 anos, embora PENALMENTE MAIOR, não possuía maioridade civil, sendo, para estes efeitos, menor. É com relação a este acusado (Que tinha mais de 18 e menos de 21 anos) que se aplicava o art. 262. Atualmente, a maioridade civil também se atinge aos 18 anos, ou seja, não há possibilidade de haver um acusado que seja civilmente menor. Portanto, este artigo está temporariamente sem aplicação. Contudo, nada impede que futuramente a maioridade civil e a maioridade penal voltem a ser alcançadas em idades diferentes. V ± DEFENSOR A presença do defensor no processo criminal é obrigatória, e decorre do princípio da ampla defesa, previsto no art. 5°, LV da Constituição. O defensor (advogado ou Defensor Público) é quem realiza a chamada defesa técnica (a defesa prestada por profissional habilitado). Sua presença obrigatória está prevista, ainda, no art. 261 do CPP: Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor. Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo, será sempre exercida através de manifestação fundamentada. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) Vejam que o § único trata da cKDPDGD�³'HIHVD�WpFQLFD�HILFLHQWH´��R� que obriga o Defensor Público ou defensor dativo a prestar a defesa técnica de maneira eficiente, e não apenas protocolar. Isso se dá não em razão de preconceito técnico da Lei para com defensores dativos e Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 56 Defensores Públicos, mas em razão de que estes não foram nomeados pelo acusado e não estão sendo pagos por este, o que poderia gerar certa displicência. Caso o acusado não possua defensor, o Juiz nomeará um para que o defenda. Entretanto, caso o acusado, posteriormente resolva constituir advogado de sua confiança ou defender-se a si próprio (caso possua habilitação para isso), poderá destituir o defensor nomeado pelo Juiz, A QUALQUER TEMPO. Nos termos do art. 263 do CPP: Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação. O § único deste artigo, por sua vez, determina que se o acusado, a quem for nomeado defensor, não for pobre, será obrigado a pagar os honorários do defensor dativo que lhe for nomeado. Em se tratando de Defensor Público, embora estes não possam receber honorários, a lei permite (LC n° 80/94) o recebimento de honorários pela Instituição Defensoria Pública, em conta própria. Nos termos do art. 263, § único: Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será obrigado a pagar os honorários do defensor dativo, arbitrados pelo juiz. A nomeação do defensor dativo não pode ser por este recusada, salvo no caso de motivo relevante. Também não poderá o defensor abandonar o processo senão por motivo de força maior (imperioso motivo), hipótese na qual deverá comunicar PREVIAMENTE o Juiz: Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados e solicitadores serão obrigados, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, a prestar seu patrocínio aos acusados, quando nomeados pelo Juiz. Direito Processual Penal ʹ TJDFT -(2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 56 Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo senão por motivo imperioso, comunicado previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários mínimos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). E se o defensor não comparecer à audiência? Os §§ 1° e 2° do art. 265 do CPP determinam que o defensor que não puder comparecer à audiência, deverá informar este fato ao Juiz, justificando a ausência, hipótese na qual a audiência poderá ser adiada . Se o defensor não justifica a impossibilidade de comparecimento, o Juiz não adiará o ato, devendo constituir outro defensor para o acusado, ainda que só para a realização daquele ato processual: § 1o A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o defensor não puder comparecer. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). § 2o Incumbe ao defensor provar o impedimento até a abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz não determinará o adiamento de ato algum do processo, devendo nomear defensor substituto, ainda que provisoriamente ou só para o efeito do ato. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). O STJ corrobora este entendimento: (...) NULIDADE DE AUDIÊNCIA REALIZADA SEM O ADVOGADO DO PACIENTE. PEDIDO DE ADIAMENTO INDEFERIDO PELO JUIZ SINGULAR. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE QUE O CAUSÍDICO ESTARIA IMPOSSIBILITADO DE COMPARECER AO ATO. NOMEAÇÃO DE DEFENSOR DATIVO. PRESENÇA DO RÉU NA ASSENTADA. PREJUÍZO NÃO EVIDENCIADO. VÍCIO INOCORRENTE. 1. O artigo 265 do Código de Processo Penal permite que as audiências possam ser adiadas no caso de o defensor do acusado não poder a elas comparecer. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 56 2. Não tendo o advogado do acusado demonstrado a impossibilidade de comparecer à audiência previamente designada, e tendo o magistrado indeferido, motivadamente, o adiamento do ato processual, inexiste ilegalidade a ser reparada por este Sodalício. 3. O simples fato de haver sido nomeado defensor dativo ao paciente para o ato não é capaz de demonstrar os danos que teriam sido por ele suportados, até mesmo porque estava presente à audiência, o que indica que teve a oportunidade de se consultar com o profissional indicado para patrociná-lo na ocasião, bem como de solicitar que formulasse os questionamentos considerados relevantes para o deslinde da controvérsia. (...) 3. Habeas corpus não conhecido. (HC 228.280/BA, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 25/03/2014) O art. 266 do CPP, por sua vez, determina que a constituição de defensor independe de mandato, quando o acusado o indicar no interrogatório. Trata-se da chamada procuração apud acta: Art. 266. A constituição de defensor independerá de instrumento de mandato, se o acusado o indicar por ocasião do interrogatório. Por fim, o defensor se encontra impedido de atuar nos processos em que atue Juiz que seja seu parente: Art. 267. Nos termos do art. 252, não funcionarão como defensores os parentes do juiz. Este parentesco restringe-se às hipóteses previstas no art. 252, I do CPP. Além disso, pode acontecer de o defensor já estar atuando no caso quando um Juiz, parente seu, assume o caso. Nessa hipótese, quem está impedido não é o defensor, mas o Juiz. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 56 CUIDADO! Estará impedido quem entrar por último no processo, permanecendo quem já está atuando. VI ± DOS ASSISTENTES O ofendido, seu representante legal, ou qualquer das pessoas mencionadas no art. 31 do CPP (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão) poderão atuar como assistentes da acusação nas ações penais públicas (condicionadas e incondicionadas). Nos termos do art. 268 do CPP: Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31. A intervenção de qualquer destas pessoas como assistente da acusação pode se dar a qualquer momento, ATÉ O TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA: Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e receberá a causa no estado em que se achar. Entretanto, a admissão do assistente depende da análise de dois fatores pelo Juiz: a) Tratar-se o requerente de um dos legitimados para figurar como assistente. b) Estar o requerente assistido por advogado ou Defensor Público. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 56 Além disso, a admissão do assistente de acusação depende, sempre da oitiva prévia do membro do MP, não cabendo recurso contra a decisão que negar ou deferir a habilitação do assistente: Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente sobre a admissão do assistente. Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, devendo, entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão. O ofendido, aqui, não atua como autor do processo (o autor é o MP), mas como assistente do MP. Assim, duas podem ser as situações do ofendido no processo criminal: a) Atua como querelante ± Nas ações penais privadas exclusivas e na subsidiária da púbica, o ofendido atua como autor do processo; b) Atua como assistente ± Nas ações penais públicas que efetivamente tiverem sido ajuizadas pelo MP. O CPP, em seu art. 270, proíbe que o corréu (aquele que também é acusado) no mesmo processo atue como assistente da acusação. Art. 270. O co-réu no mesmo processo não poderá intervir como assistente do Ministério Público. EXEMPLO: Imagine a hipótese em que duas pessoas tentaram cometer homicídio uma contra a outra simultaneamente. Sendo julgadas no mesmo processo, ambas como rés (é claro), não pode uma pretender ser assistente de acusação do MP (com vistas à condenação do outro acusado). Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 56 O STF e o STJ, no entanto, entendem que o corréu, embora não possa se habilitar no processo como assistente de acusação, pode recorrer (apelar) para reformar a sentença que absolve o outro corréu. O assistente de acusação poderá atuar de inúmeras maneiras, propondo provas, participando dos debates, orais, etc. No entanto, as provas requeridas pelo assistente da acusação serão deferidas a critério do Juiz, após ser ouvido o MP. Nos termos do 271 e seu § 1° do CPP: Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1o, e 598. § 1o O juiz, ouvido oMinistério Público, decidirá acerca da realização das provas propostas pelo assistente. A lista de atos que o assistente pode praticar, estabelecida no art. 271 do CPP, é considerada pela maioria da Doutrina e da Jurisprudência como um rol taxativo, ou seja, somente podem ser praticados aqueles atos, e não outros que não estejam na lista. Embora não conste na lista de atos permitidos ao assistente, a Doutrina e a Jurisprudência admitem, no entanto, a legitimidade do assistente para recorrer em três hipóteses: 1) Apelar da sentença (art. 593).2 2) Apelar da sentença de impronúncia, nos processos do Tribunal do Júri (art. 416 do CPP). 3) Interpor recurso em sentido estrito quando a decisão reconhecer 2 Mesmo que se trata de sentença condenatória e a única finalidade da apelação seja MAJORAR a pena aplicada. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 56 a extinção da punibilidade do acusado (art. 581, VIII do CPP). Esta legitimidade é conferida ao assistente não pela sua qualidade de assistente, mas por ser permitido ao ofendido recorrer nestes casos, ainda que não tenha se habilitado como assistente. - O assistente será intimado para todos os atos processuais. Entretanto, se devidamente intimado o assistente não comparecer, de maneira injustificada, a qualquer ato de instrução ou julgamento, o processo irá prosseguir sem que o assistente seja intimado novamente: § 2o O processo prosseguirá independentemente de nova intimação do assistente, quando este, intimado, deixar de comparecer a qualquer dos atos da instrução ou do julgamento, sem motivo de força maior devidamente comprovado. Recentemente, com as alterações promovidas pela lei 12.403/11, foi conferida ao assistente de acusação a possibilidade de requerer a prisão preventiva do acusado! VII ± DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA: PERITOS E INTÉRPRETES Os peritos e intérpretes não possuem interesse na causa (não acusam, não julgam, não são acusados), mas contribuem para que a tutela jurisdicional seja efetivamente prestada. Estão regulamentados nos arts. 275 a 281 do CPP. O CPP regulamenta a atividade dos peritos, e equipara a estes, os intérpretes. Nos termos do art. 281 do CPP: Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, equiparados aos peritos. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 56 Os peritos também podem ser suspeitos, de forma a não poder atuar no processo. Isso acontece porque o perito TAMBÉM DEVE SER IMPARCIAL. Nos termos do art. 280 do CPP: Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes. Além disso, o art. 279 do CPP traz três vedações ao exercício da função de perito: Art. 279. Não poderão ser peritos: I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos ns. I e IV do art. 69 do Código Penal; II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sobre o objeto da perícia; III - os analfabetos e os menores de 21 anos. Entretanto, o inciso III deve ser analisado à luz do Código Civil de 2002, que alterou a maioridade civil para 18 anos (quando da publicação do CPP, a maioridade civil era de 21 anos). Assim, atualmente a vedação em razão da idade se dá somente para os menores de 18 anos. Quanto ao inciso I, ele se refere ao art. 69, I a IV do CP. No entanto, essa referência se dá ao texto original do CP. Atualmente vigora, na parte geral do CP, a redação conferida pela Lei 7.209/84, que revogou este art. 69 do CP, conferindo a ele outra redação, que não guarda qualquer pertinência com essa vedação. Assim, entende-se que esse inciso I perdeu vigência. O inciso II trata de uma hipótese de impedimento, pois no caso de o perito ter prestado depoimento anteriormente no processo ou ter nele opinada, nitidamente há prejuízo à sua imparcialidade. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 56 A nomeação do perito é ato privativo do Juiz (óbvio, dada a sua imparcialidade), não cabendo às partes intervirem nesse ato. Além disso, o perito nomeado não poderá recusar o encargo, salvo se provar motivo relevante para isso, sob pena de multa: Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do perito. Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível. Poderá ser multado, ainda, o perito que, sem justa causa, faltar com suas obrigações de auxiliar da Justiça. Estas obrigações estão previstas no art. 277, § único do CPP: Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa, provada imediatamente: a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade; b) não comparecer no dia e local designados para o exame; c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos estabelecidos. No caso de o descumprimento da obrigação ser o não comparecimento a algum ato para o qual tenha sido intimado, poderá o perito ser conduzido à força, à semelhança do que ocorre com o acusado. Nos termos do art. 278 do CPP: Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito, sem justa causa, a autoridade poderá determinar a sua condução. Bons estudos! Prof. Renan Araujo Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 56 QUESTÕES JURISPRUDENCIAIS RELEVANTES x ³1mR� Ki� QXOLGDGH� SURFHVVXDO� QD� KLSyWHVH� HP� TXH� R� assistente de acusação, por não ter arrazoado recurso interposto pelo MP após ter sido intimado para tanto, deixe GH�VHU�LQWLPDGR�TXDQWR�DRV�DWRV�SURFHVVXDLV�VXEVHTXHQWHV�´� Segundo o art. 271, § 2º, do CPP, o assistente da acusação não será mais intimado se, sendo-o, não comparecer a qualquer dos atos de instrução e julgamento. Nesse passo, ao falar em atos de instrução e julgamento, quis a norma abranger todo e qualquer ato processual para cuja prática o assistente foi cientificado, em qualquer fase do processo, e não apenas em primeiro grau ² especialmente porque o art. 269 do CPP estabelece que o assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença. Dessa forma, se é possível a admissão do assistente em qualquer tempo, antes do trânsito em julgado da sentença, não há como entender que a pena pela sua desídia tenha como pressuposto apenas a falta de comparecimento a atos processuais a serem praticados em primeiro grau. Por outro lado, embora somente ocorram atos de instrução em primeiro grau, os atos de julgamento, nesse contexto, devem ser entendidos como todos aqueles atos processuais realizados durante a tramitação do processo no qual haja a previsão de participação ou manifestação do assistente, seja em primeira instância ou em grau recursal, entre eles, o oferecimento de razões recursais. (REsp 1.035.320-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 2/4/2013.)x Assistente de acusação ± participação nos procedimentos recursais do Estatuto da Criança e do Adolescente ± impossibilidade: ³������ A Turma entendeu que, na Lei n. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 56 8.069/1990, a figura do assistente de acusação é estranha aos procedimentos recursais da Justiça da Infância e Adolescência. Assim, os recursos interpostos em processos de competência especializada devem seguir a sistemática do CPC, não havendo previsão legal para aplicação das normas previstas no CPP. Dessa forma, a disciplina estabelecida nos arts. 268 a 273 do CPP não tem aplicabilidade nos procedimentos regidos pelo ECA, que possui caráter especial, faltando, portanto, legitimidade ao apelo interposto por assistente de acusação, por manifesta ausência de previsão legal. Diante dessas e de outras considerações a Turma não conheceu do recurso e concedeu o habeas corpus de ofício, para anular o acórdão referente à apelação do assistente de acusação restabelecendo o decisum de primeiro grau. Precedentes citados: (REsp 1.044.203-RS, DJe 16/3/2009, e REsp 605.025-MG, DJ 21/11/2005. REsp 1.089.564-DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 15/3/2012.) x Assistente de acusação ± admissão ± impetração de Habeas Corpus ± impossibilidade: ³� ����� 2. O habeas corpus não constitui meio idôneo para se pleitear a anulação da decisão que admitiu a vítima como assistente de acusação, uma vez que ausente qualquer violação ou ameaça à garantia do direito à liberdade de locomoção. 3. Ademais, o artigo 273 do Código de Processo Penal disciplina, de forma expressa, o não cabimento de qualquer recurso contra a decisão que admite ou não o assistente de acusação, sendo certo que, caso evidenciada flagrante ilegalidade no referido ato, lhe restaria a via do mandado de segurança. Doutrina. 4. Recurso improvido. (RHC 31.667/ES, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 28/05/2013, DJe 11/06/2013) x Réu que atua como advogado em causa própria ± impossibilidade de acompanhamento do interrogatório do Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 56 corréu ± O STJ firmou entendimento no sentido de que o acusado não poderá acompanhar o interrogatório do corréu (a outra pessoa que também é réu no processo), ainda que este acusado esteja atuando como advogado em causa própria. Neste caso, o Juiz deverá oportunizar ao acusado constituir novo advogado, apenas para a praticado ato (acompanhar o interrogatório do corréu) ou designar defensor dativo para o acusado, caso não constitua advogado. Vejamos: Possibilidade de os interrogatórios de corréus serem realizados separadamente, em cumprimento ao que dispõe o art. 191 do Código de Processo Penal. Precedente. 2. O fato de o paciente advogar em causa própria não é suficiente para afastar essa regra, pois, além de inexistir razão jurídica para haver essa distinção entre acusados, a questão pode ser facilmente resolvida com a constituição de outro causídico para acompanhar especificamente o interrogatório do corréu. (...) (HC 101021, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 20/05/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-110 DIVULG 06-06-2014 PUBLIC 09-06-2014) Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 56 EXERCÍCIOS PARA PARTICAR 01 - (CESPE ± 2002 ± CONSULTOR LEGISLATIVO DO SENADO) Lauro está sendo acusado, em juízo, por crime que deixou vestígios, havendo a polícia arrecadado os objetos que compõem o corpo de delito. De acordo com a legislação pertinente ao caso descrito no texto, julgue o item subseqüente. Se Lauro, comprovadamente, possuir elevada renda e, ainda assim, recusar-se a contratar advogado por não ter interesse em defender-se da acusação, o juiz não deverá nomear-lhe defensor, mas decretar a sua revelia. 02 - (CESPE ± 2002 ± CONSULTOR LEGISLATIVO DO SENADO) Lauro está sendo acusado, em juízo, por crime que deixou vestígios, havendo a polícia arrecadado os objetos que compõem o corpo de delito. De acordo com a legislação pertinente ao caso descrito no texto, julgue o item subsequente. Se a vítima habilitar-se como assistente do Ministério Público, não será óbice à sua habilitação o fato de o processo já estar em grau de recurso. 03 - (CESPE ± 2012 ± TJ/PI ± JUIZ) Em relação aos sujeitos processuais, assinale a opção correta. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 56 a) O juiz deve dar-se por suspeito se possuir parente consanguíneo, na linha colateral até o terceiro grau, que esteja respondendo a processo por fato análogo sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia. b) O membro do MP possui legitimidade para proceder, diretamente, à colheita de elementos de convicção para subsidiar a propositura de ação penal, incluindo-se a presidência de inquérito policial. c) Mesmo após a vigência do novo Código Civil, faz-se necessária a nomeação de curador especial para acusado com idade entre dezoito e vinte e um anos, em respeito ao princípio da especialidade, porquanto tal exigência não foi suprimida do CPP. d) Se o advogado do réu for devidamente intimado, por meio da imprensa oficial, para a sessão de julgamento da apelação, na hipótese de adiamento, a intimação da nova data da sessão deverá ser feita pessoalmente. e) O assistente de acusação possui legitimidade para interpor apelação contra sentença absolutória, caso o MP se quede inerte após regular intimação. 04 - (CESPE ± 2012 ± TJ/BA ± JUIZ) A respeito das normas aplicadas ao MP, ao acusado e ao defensor e do disposto nas normas procedimentais aplicáveis aos processos que tramitam perante o STJ e o STF, de acordo com o entendimento dos tribunais superiores, assinale a opção correta. a) Considere que o réu constitua advogado que, devidamente intimado, não compareça à audiência de inquirição das testemunhas arroladas exclusivamente pela defesa nem apresente motivação justificada de sua ausência. Nessa situação, realizada a audiência na presença de advogado ad hoc, ocorrerá nulidade processual ante à ofensa dos interesses do acusado. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 56 b) A lei não permite que as intimações dos processos que tramitam perante o STJ e STF sejam feitas por carta registrada. c) No processo penal, os prazos são contados a partir da juntada do mandado de intimação aos autos. d) O oferecimento de contrarrazões a recurso interposto contra a rejeição da denúncia, por meio de defensor dativo, ante a não intimação do denunciado para oferecê-la, não implica ofensa a direito do acusado. e) Os órgãos do MP sujeitam-se às mesmas prescrições relativas à suspeição dos juízes,no que lhes for aplicável, implicando a sua inobservância nulidade relativa. 05 - (CESPE ± 2013 ± TJDFT ± TÉCNICO JUDICIÁRIO) Caso, em seu interrogatório, o acusado afirme que sua defesa será patrocinada por advogado particular, não haverá necessidade de o defensor apresentar o instrumento de mandato. 06 - (CESPE ± 2013 ± TJDFT ± ANALISTA JUDICIÁRIO ± ÁREA JUDICIÁRIA) O assistente de acusação poderá intervir na ação penal pública em qualquer tempo, desde que não haja trânsito em julgado da sentença. 07 - (CESPE ± 2010 ± DPU ± DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL) Nos termos da legislação processual penal vigente, admite-se, no curso regular da persecução penal, na fase pré-processual, em feito de ação penal privada, a possibilidade de habilitar-se como assistente de acusação a companheira do ofendido. Pode esta, por intermédio do advogado regularmente constituído, caso não possua capacidade postulatória, valer- se das garantias estabelecidas pela lei quanto à prova técnica pericial e Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 56 apresentar assistente técnico, na sobredita fase, a fim de acompanhar a elaboração de exame pericial de alta complexidade que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, oferecendo, desde logo, quesitos a serem respondidos pelo perito e pelo assistente técnico. 08 - (CESPE ± 2008 ± MPE/RR ± PROMOTOR DE JUSTIÇA) O ofendido ou seu representante legal poderão oficiar como assistentes de acusação, podendo propor meios de prova, apresentar perguntas às testemunhas, participar dos debates orais e arrazoar os recursos apresentados pelo Ministério Público. Poderão, ainda, interpor recursos, mas, nesse caso, será imprescindível demonstrar que promoveram sua habilitação como assistentes antes de ser proferida a sentença. 09 - (CESPE ± 2009 ± DPE-ES ± DEFENSOR PÚBLICO) Ainda que o acusado indique seu defensor por ocasião de seu interrogatório, a constituição regular desse defensor depende do instrumento de mandato, que, nessa situação, deve ser juntado aos autos no prazo de cinco dias, se outro prazo não for fixado pelo juiz. 10 - (CESPE ± 2013 ± SERPRO - ANALISTA) A legislação brasileira adota o sistema de escolha do perito pelo próprio juiz. 11 - (CESPE ± 2012 ± PEFOCE ± TODOS OS CARGOS) São extensivas aos peritos as disposições referentes a suspeição dos juízes, como, por exemplo, a hipótese de o perito ser filho da vítima. Por outro lado, o perito, mesmo não sendo testemunha, poderá ser conduzido Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 56 coercitivamente à presença do juiz, caso não compareça nem apresente justificativa. 12 - (CESPE ± 2012 ± STJ ± ANALISTA JUDICIÁRIO ± ÁREA JUDICIÁRIA) Caso um advogado experiente, que patrocina a defesa de acusado da prática de crime hediondo, intencionalmente profira, durante a instrução criminal, injúrias contra o magistrado, e isso provoque animosidade circunstancial entre ambos, mesmo assim, nos termos do CPP, a suspeição não poderá ser declarada. 13 - (CESPE ± 2012 ± PC-AL ± AGENTE DE POLÍCIA) Segundo a orientação jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça, a participação do membro do Ministério Público na fase de investigação policial não acarreta nem o seu impedimento nem a sua suspeição para o oferecimento da denúncia. 14 - (CESPE ± 2012 ± PEFOCE ± TODOS OS CARGOS) O assistente do Ministério Público somente poderá ser habilitado após o início da ação penal pública e antes do trânsito em julgado, razão por que não se admite tal habilitação durante o inquérito policial, na execução penal nem em crime de ação privada. 15 - (CESPE ± 2013 ± POLÍCIA FEDERAL ± DELEGADO) Considere que, no curso de inquérito policial em que se apure crime de ação pública incondicionada, quando da primeira remessa dos autos ao Poder Judiciário com solicitação de retorno para novas diligências, a vítima do delito requeira a sua habilitação nos autos como assistente de Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 56 acusação. Nessa situação, o pedido deve ser negado, visto que a figura do assistente é admitida no processo somente após o recebimento da denúncia e antes do trânsito em julgado da sentença. 16 - (CESPE ± 2013 ± CNJ ± ANALISTA JUDICIÁRIO) O juiz se dará por suspeito, não caracterizando hipótese de impedimento, se seu ascendente estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia. 17 - (CESPE ± 2013 ± TJ-DF ± ANALISTA JUDICIÁRIO ± ÁREA JUDICIÁRIA) A participação de membro do MP na fase investigatória criminal não acarreta seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia. 18 - (CESPE ± 2013 ± TJDF ± TÉCNICO JUDICIÁRIO) Nos crimes de ação penal pública, não poderá o ofendido intervir no processo na qualidade de assistente, já que a titularidade da ação é do MP. 19 - (CESPE ± 2013 ± PC-BA ± INVESTIGADOR) A intervenção do ofendido é admitida na ação penal pública ou privada, podendo ele habilitar-se como assistente de acusação desde o inquérito policial e, se for o caso, acompanhar a execução da pena. 20 - (CESPE ± 2013 ± PGE-DF ± PROCURADOR) Em conformidade com o que estabelece o CPP, do despacho que admitir ou não o assistente do MP jamais caberá recurso. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 56 21 - (CESPE ± 2013 ± PGE-DF ± PROCURADOR) A jurisprudência sumulada do STF veda de modo irrestrito que o assistente do MP maneje recurso extraordinário contra decisão concessiva de habeas corpus. 22 - (CESPE ± 2014 ± PGE-BA ± PROCURADOR) O assistente de acusação, de acordo com a jurisprudência do STJ, não tem direito a manejar recurso de apelação que objetive o aumento da pena do sentenciado. 23 - (CESPE ± 2014 ± PGE-BA ± PROCURADOR) Segundo a jurisprudência do STJ, o assistente de acusação não detém legitimidade para recorrer de decisão judicial que conceda a suspensão condicional do processo. 24 - (CESPE ± 2014 ± PGE-BA ± PROCURADOR) A interveniência do assistente de acusação não é permitida no curso do inquérito policial ou da execução penal. 25 - (CESPE ± 2014 - CÂMARA DOS DEPUTADOS - POLICIAL LEGISLATIVO) No que se refere ao inquérito policial e à prova criminal, julgue os itens subsequentes. Admitido, pelo juiz, o assistente técnico, que poderá ser indicado e pago pela parte, terá este acesso ao material probatório, no ambiente do órgão oficial e na presença do perito oficial. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 56 26 - (CESPE ± 2014 ± TJ/SE ± TÉCNICO) Julgue os próximos itens, acerca da prisão temporária e das disposições do CPP a respeito do juiz. O CPP vedaao juiz o exercício de jurisdição no processo em que tiver funcionado como auxiliar da justiça seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau. 27 - (CESPE ± 2013 ± TRF5 ± JUIZ FEDERAL - ADAPTADA) Conforme previsão do CPP, a atuação do assistente de acusação, que receberá a causa no estado em que ela se encontra, é admitida enquanto não transitar em julgado a sentença, vedada a participação de corréu no mesmo processo como assistente do MP. 28 - (CESPE ± 2013 ± TRF5 ± JUIZ FEDERAL - ADAPTADA) Será configurada a suspeição do juiz, admitindo-se a recusa por qualquer das partes, quando ele tiver funcionado como juiz de outra instância, tendo se pronunciado, de fato ou de direito, sobre a questão. 29 - (CESPE ± 2013 ± TRF5 ± JUIZ FEDERAL - ADAPTADA) A atividade probatória do assistente de acusação independe do MP, sendo, por isso, dispensável a oitiva do órgão de acusação no que se refere às postulações probatórias propostas pelo assistente. 30 - (CESPE ± 2011 ± TJ-PB ± JUIZ) Conforme a jurisprudência do STJ, ao assistente de acusação não é conferida legitimidade para interpor apelação de sentença condenatória com o fim de aumentar a pena. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 56 31 - (CESPE ± 2015 ± DPU ± DEFENSOR PÚBLICO) Júlio foi preso em flagrante pela prática de furto de um caixa eletrônico da CEF. Júlio responde a outros processos por crime contra o patrimônio. A respeito dessa situação hipotética, julgue os seguintes itens. O representante da CEF poderá habilitar-se como assistente da acusação a partir da instauração do inquérito policial, não cabendo impugnação da decisão judicial que negar a habilitação. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 56 QUESTÕES COMENTADAS 01 - (CESPE ± 2002 ± CONSULTOR LEGISLATIVO DO SENADO) Lauro está sendo acusado, em juízo, por crime que deixou vestígios, havendo a polícia arrecadado os objetos que compõem o corpo de delito. De acordo com a legislação pertinente ao caso descrito no texto, julgue o item subseqüente. Se Lauro, comprovadamente, possuir elevada renda e, ainda assim, recusar-se a contratar advogado por não ter interesse em defender-se da acusação, o juiz não deverá nomear-lhe defensor, mas decretar a sua revelia. COMENTÁRIOS: A presença do defensor no processo criminal é obrigatória, e decorre do princípio da ampla defesa, previsto no art. 5°, LV da Constituição. O defensor (advogado ou Defensor Público) é quem realiza a chamada defesa técnica (a defesa prestada por profissional habilitado). Sua presença obrigatória está prevista, ainda, no art. 261 do CPP: Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor. Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo, será sempre exercida através de manifestação fundamentada. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) Vejam que o § único trata GD�FKDPDGD�³'HIHVD�WpFQLFD�HILFLHQWH´��R� que obriga o Defensor Público ou defensor dativo a prestar a defesa técnica de maneira eficiente, e não apenas protocolar. Isso se dá não em razão de preconceito técnico da Lei para com defensores dativos e Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 56 Defensores Públicos, mas em razão de que estes não foram nomeados pelo acusado e não estão sendo pagos por este, o que poderia gerar certa displicência. Caso o acusado não possua defensor, o Juiz nomeará um para que o defenda. Entretanto, caso o acusado, posteriormente resolva constituir advogado de sua confiança ou defender-se a si próprio (caso possua habilitação para isso), poderá destituir o defensor nomeado pelo Juiz, A QUALQUER TEMPO. Nos termos do art. 263 do CPP: Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação. O § único deste artigo, por sua vez, determina que se o acusado, a quem for nomeado defensor, não for pobre, será obrigado a pagar os honorários do defensor dativo que lhe for nomeado. Em se tratando de Defensor Público, embora estes não possam receber honorários, a lei permite (LC n° 80/94) o recebimento de honorários pela Instituição Defensoria Pública, em conta própria. No termos do art. 263, § único: Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será obrigado a pagar os honorários do defensor dativo, arbitrados pelo juiz. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 02 - (CESPE ± 2002 ± CONSULTOR LEGISLATIVO DO SENADO) Lauro está sendo acusado, em juízo, por crime que deixou vestígios, havendo a polícia arrecadado os objetos que compõem o corpo de delito. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 56 De acordo com a legislação pertinente ao caso descrito no texto, julgue o item subseqüente. Se a vítima habilitar-se como assistente do Ministério Público, não será óbice à sua habilitação o fato de o processo já estar em grau de recurso. COMENTÁRIOS: O ofendido, seu representante legal, ou qualquer das pessoas mencionadas no art. 31 do CPP (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão) poderão atuar como assistentes da acusação nas ações penais públicas (condicionadas e incondicionadas). Nos termos do art. 268 do CPP: Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31. A intervenção de qualquer destas pessoas como assistente da acusação pode se dar a qualquer momento, ATÉ O TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA: Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e receberá a causa no estado em que se achar. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 03 - (CESPE ± 2012 ± TJ/PI ± JUIZ) Em relação aos sujeitos processuais, assinale a opção correta. a) O juiz deve dar-se por suspeito se possuir parente consanguíneo, na linha colateral até o terceiro grau, que esteja respondendo a processo por fato análogo sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia. b) O membro do MP possui legitimidade para proceder, diretamente, à colheita de elementos de convicção para subsidiar Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 56 a propositura de ação penal, incluindo-se a presidência de inquérito policial. c) Mesmo após a vigência do novo Código Civil, faz-se necessária a nomeação de curador especial para acusado com idade entre dezoito e vinte e um anos, em respeito ao princípioda especialidade, porquanto tal exigência não foi suprimida do CPP. d) Se o advogado do réu for devidamente intimado, por meio da imprensa oficial, para a sessão de julgamento da apelação, na hipótese de adiamento, a intimação da nova data da sessão deverá ser feita pessoalmente. e) O assistente de acusação possui legitimidade para interpor apelação contra sentença absolutória, caso o MP se quede inerte após regular intimação. COMENTÁRIOS: A) ERRADA: O Juiz só seria considerado suspeito nesta hipótese caso a pessoa que respondesse ao processo análogo fosse seu cônjuge, ascendente ou descendente, nos termos do art. 254, II do CPP; B) ERRADA: O MP tem poder de investigar, realizar colheita de elementos de informação, etc., conforme entendimento pacificado no STF e no STJ, mas lhe é vedado presidir o IP, cuja presidência é exclusiva da autoridade policial; C) ERRADA: Com o novo Código Civil, a maioridade civil passou a se dar aos 18 anos, de forma que não há mais a possibilidade de réu civilmente incapaz, já que se menor de 18 anos não poderá ser réu. Portanto, o artigo que determina a nomeação de curador ao réu que tenha entre 18 e 21 anos está temporariamente sem aplicação; D) ERRADA: O STJ não possui este entendimento: PROCESSO PENAL. RECURSO ESPECIAL. REGULAR INTIMAÇÃO DO ADVOGADO DO PACIENTE PARA A SESSÃO DE JULGAMENTO DO RECURSO DE APELAÇÃO. ADIAMENTOS QUE NÃO SE EXIGEM NOVA PUBLICAÇÃO. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 56 INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO. EMENDATIO LIBELLI. ENQUADRAMENTO DE TODAS AS CONDUTAS NUM ÚNICO CRIME. RATIFICAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. PRETENSÃO DE MANTER UMA DAS IMPUTAÇÕES SUBMETIDAS À EMENDATIO. INVIABILIDADE. BIS IN EADEM. CRIME DE PREVARICAÇÃO. PRATICAR CONDUTA CONTRA DISPOSIÇÃO DE LEI ESTADUAL. NORMA NÃO SUJEITA À ANÁLISE DESTA CORTE EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL. SÚMULA 280 DO STF. Sendo o advogado do paciente devidamente intimado, pela Imprensa Oficial, para a sessão de julgamento do recurso de apelação, na hipótese de adiamento, não ocorre a nulidade por falta de intimação ante a nova data da sessão. Ao se permitir a emendatio libelli para unir num mesmo tipo penal todas as condutas imputadas ao réu, não resta outro caminho ao órgão de acusação se não pugnar pela manutenção do quadro acusatório, sob pena de admitir um bis in eadem em torno de único quadramento fático. No caso, não se afigura possível o órgão de acusação ratificar a emendatio libelli e, ao mesmo tempo, pugnar para que seja mantida uma das imputações da denúncia. O crime de prevaricação, conforme previsão do art. 319 do CPM, tem como um dos núcleos a conduta de "praticar ato contrário a disposição de lei", sendo, na hipótese, considerada a previsão de norma estadual, a qual não se sujeita à análise desta Corte. Aplicação da Súmula 280 do STF. Recurso conhecido em parte e provido, para manter a decisão do Juízo de primeiro grau. (REsp 941.367/SC, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 14/04/2011, DJe 09/05/2011) E) CORRETA: Esta é a posição do STJ: HABEAS CORPUS. LESÕES CORPORAIS GRAVÍSSIMAS. SENTENÇA CONDENATÓRIA QUE DESCLASSIFICOU A CONDUTA IMPUTADA AOS PACIENTES PARA LESÕES CORPORAIS GRAVES. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 56 APELAÇÃO DO ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO. PROVIMENTO DO RECURSO DO OFENDIDO. RECLASSIFICAÇÃO DA CONDUTA PARA O CRIME PREVISTO NO ARTIGO 129, § 2º, INCISOS III E IV, DO CÓDIGO PENAL. LEGITIMIDADE DO ASSISTENTE PARA RECORRER. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO EVIDENCIADO. ORDEM DENEGADA. 1. A legitimidade do assistente de acusação para apelar, quando inexistente recurso do Ministério Público, é ampla, podendo impugnar tanto a sentença absolutória quanto a condenatória, visando ao aumento da pena imposta, já que a sua atuação justifica-se pelo desejo legítimo de buscar justiça, e não apenas eventual reparação cível. Doutrina. Precedentes do STJ e do STF. (....)(HC 137.339/RS, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 09/11/2010, DJe 01/02/2011) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 04 - (CESPE ± 2012 ± TJ/BA ± JUIZ) A respeito das normas aplicadas ao MP, ao acusado e ao defensor e do disposto nas normas procedimentais aplicáveis aos processos que tramitam perante o STJ e o STF, de acordo com o entendimento dos tribunais superiores, assinale a opção correta. a) Considere que o réu constitua advogado que, devidamente intimado, não compareça à audiência de inquirição das testemunhas arroladas exclusivamente pela defesa nem apresente motivação justificada de sua ausência. Nessa situação, realizada a audiência na presença de advogado ad hoc, ocorrerá nulidade processual ante à ofensa dos interesses do acusado. b) A lei não permite que as intimações dos processos que tramitam perante o STJ e STF sejam feitas por carta registrada. c) No processo penal, os prazos são contados a partir da juntada do mandado de intimação aos autos. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 56 d) O oferecimento de contrarrazões a recurso interposto contra a rejeição da denúncia, por meio de defensor dativo, ante a não intimação do denunciado para oferecê-la, não implica ofensa a direito do acusado. e) Os órgãos do MP sujeitam-se às mesmas prescrições relativas à suspeição dos juízes, no que lhes for aplicável, implicando a sua inobservância nulidade relativa. COMENTÁRIOS: A) ERRADA: Não comparecendo o defensor do acusado, deverá o Juiz nomear um defensor dativo para a prática do ato, não havendo que se falar em nulidade por prejuízo à defesa, conforme entendimento do STJ; B) ERRADA: A lei permite este tipo de intimação, no art. 9º, §2º da Lei 8.038/90; C) ERRADA: Os prazos, no processo penal, são contados a partir da realização da comunicação (citação ou intimação) e não da juntada do mandado aos autos, nos termos do art. 798, §5º do CPP; D) ERRADA: Se o denunciado não chegou a ser intimado para apresentar contrarrazões a este recurso, a apresentação destas por defensor dativo implica ofensa a direito do acusado, conforme entendimento do STJ; E) CORRETA: Nos termos do art. 258 do CPP, aplicam-se aos membros do MP as mesmas prescrições relativas à suspeição e impedimento dos Juízes, e sua inobservância, conforme o STJ, constitui nulidade relativa, que depende da comprovação de prejuízo: Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que Ihes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos dos juízes. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 56 05 - (CESPE ± 2013 ± TJDFT± TÉCNICO JUDICIÁRIO) Caso, em seu interrogatório, o acusado afirme que sua defesa será patrocinada por advogado particular, não haverá necessidade de o defensor apresentar o instrumento de mandato. COMENTÁRIOS: O CPP permite, expressamente, a chamada constituição de defensor apud acta, que é aquela na qual o acusado menciona, em seu interrogatório, que o seu advogado será fulano ou beltrano. Esta previsão se encontra no art. 266 do CPP: Art. 266. A constituição de defensor independerá de instrumento de mandato, se o acusado o indicar por ocasião do interrogatório. Nesse caso, uma vez nomeado o patrono quando do interrogatório, não será necessária a procuração, que é o instrumento de mandato. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 06 - (CESPE ± 2013 ± TJDFT ± ANALISTA JUDICIÁRIO ± ÁREA JUDICIÁRIA) O assistente de acusação poderá intervir na ação penal pública em qualquer tempo, desde que não haja trânsito em julgado da sentença. COMENTÁRIOS: O item está correto, pois a habilitação de um dos legitimados como assistente de acusação é admitida até o fim do processo, ou seja, até o trânsito em julgado, nos termos do art. 269 do CPP: Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e receberá a causa no estado em que se achar. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 56 07 - (CESPE ± 2010 ± DPU ± DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL) Nos termos da legislação processual penal vigente, admite-se, no curso regular da persecução penal, na fase pré-processual, em feito de ação penal privada, a possibilidade de habilitar-se como assistente de acusação a companheira do ofendido. Pode esta, por intermédio do advogado regularmente constituído, caso não possua capacidade postulatória, valer-se das garantias estabelecidas pela lei quanto à prova técnica pericial e apresentar assistente técnico, na sobredita fase, a fim de acompanhar a elaboração de exame pericial de alta complexidade que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, oferecendo, desde logo, quesitos a serem respondidos pelo perito e pelo assistente técnico. COMENTÁRIOS: O item está errado por duas razões: Primeiro porque só se admite a figura do assistente de acusação na fase processual, vez que antes disso não há acusação; Segundo, porque só se admite na ação penal pública. Vejamos: Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 08 - (CESPE ± 2008 ± MPE/RR ± PROMOTOR DE JUSTIÇA) O ofendido ou seu representante legal poderão oficiar como assistentes de acusação, podendo propor meios de prova, apresentar perguntas às testemunhas, participar dos debates orais e arrazoar os recursos apresentados pelo Ministério Público. Poderão, ainda, interpor recursos, mas, nesse caso, será imprescindível demonstrar que promoveram sua habilitação como assistentes antes de ser proferida a sentença. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 56 COMENTÁRIOS: O item está errado, eis que a habilitação pode se dar a qualquer momento, enquanto não houver transitado em julgado a sentença. Uma vez habilitado, o assistente recebe o processo no estado em que se encontra, e se ainda houver prazo para a interposição de recurso, poderá fazê-lo, nos termos do art. 268, 269 e 271 do CPP: Art. 268 CPP - Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou na falta, qualquer das pessoas do art. 31. Art. 269, CPP: O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e receberá a causa do estado em que se achar. Art. 271 CPP - Ao assistente será permitido propor meios de prova, requer perguntas às testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, §1º e 598 do CPP. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 09 - (CESPE ± 2009 ± DPE-ES ± DEFENSOR PÚBLICO) Ainda que o acusado indique seu defensor por ocasião de seu interrogatório, a constituição regular desse defensor depende do instrumento de mandato, que, nessa situação, deve ser juntado aos autos no prazo de cinco dias, se outro prazo não for fixado pelo juiz. COMENTÁRIOS: O CPP permite, expressamente, a chamada constituição de defensor apud acta, que é aquela na qual o acusado menciona, em seu interrogatório, que o seu advogado será fulano ou beltrano. Esta previsão se encontra no art. 266 do CPP: Art. 266. A constituição de defensor independerá de instrumento de mandato, se o acusado o indicar por ocasião do interrogatório. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 56 Nesse caso, uma vez nomeado o patrono quando do interrogatório, não será necessária a procuração, que é o instrumento de mandato. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 10 - (CESPE ± 2013 ± SERPRO - ANALISTA) A legislação brasileira adota o sistema de escolha do perito pelo próprio juiz. COMENTÁRIOS: O item está correto, pois o perito judicial é um auxiliar do Juízo, alguém de confiança do Juiz e que possua os demais requisitos para assumir o encargo. Vejamos o art. 276 do CPP: Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do perito. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 11 - (CESPE ± 2012 ± PEFOCE ± TODOS OS CARGOS) São extensivas aos peritos as disposições referentes a suspeição dos juízes, como, por exemplo, a hipótese de o perito ser filho da vítima. Por outro lado, o perito, mesmo não sendo testemunha, poderá ser conduzido coercitivamente à presença do juiz, caso não compareça nem apresente justificativa. COMENTÁRIOS: O item está errado. O fato de o Juiz ser filho de uma das partes não é causa de suspeição, mas de impedimento, nos termos do art. 252, IV do CPP: Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: (...) IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito. Direito Processual Penal ʹ TJDFT - (2015) TÉCNICO JUDICIÁRIO Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo ʹ Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 45 de 56 Tal situação de IMPEDIMENTO é aplicável aos peritos. Mas, lembrando, não se trata de suspeição, e sim impedimento. Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 12 - (CESPE ± 2012 ± STJ ± ANALISTA JUDICIÁRIO ± ÁREA JUDICIÁRIA) Caso um advogado experiente, que patrocina a defesa de acusado da prática de crime hediondo, intencionalmente profira, durante a instrução criminal, injúrias contra o magistrado, e isso provoque animosidade circunstancial entre ambos, mesmo assim, nos termos do CPP, a suspeição não poderá ser declarada. COMENTÁRIOS: O item está correto.
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