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INTRODUÇÃO Vamos criar o sucesso apesar de tudo! “Os indianos dizem que a vida é desse jeito porque Deus diz somente uma palavra: sim. Porém, Deus não diz ‘sim’ a tudo que nós pedimos, pois ele não é um pai super-protetor, que dá tudo que o filho pede. Deus diz ‘sim’ apenas àquilo EM que acreditamos”. ecidi escrever esta série de textos porque ando preocupado com o pessimismo que tem assolado nosso país. Infelizmente, muitas pessoas vêm se escondendo atrás de problemas por estar paralisadas de medo. É preciso deixar a acomodação de lado e encarar sua vida com determinação. Você poderia me dizer: D - Roberto, e a crise? Ora, nesses mais de 30 anos de trabalho não me lembro de ter começado um período sem a perspectiva de uma crise no horizonte. Mesmo nos anos 70, quando realizamos o chamado “milagre brasileiro”, a impressão era de que os problemas nunca acabariam. Aliás, você certamente já percebeu que um monte de gente faz dos problemas um drama e, por causa do desânimo das outras pessoas, ganha dinheiro. Enquanto isso, os desanimados caem em depressão, perdem o emprego e até a empresa. Esse enredo soa familiar não é? Mas é preciso entender que nem pessimismo nem otimismo são sinônimos de realismo! Diante de uma tempestade, você pode: • Ficar sentado, arquivar seus projetos, reduzir os investimentos e perder tempo e oportunidades preciosas. • Ou enfrentar as intempéries sem dramas e sair logo da chuva, como qualquer trabalhador que precisa cumprir sua jornada diária numa fábrica, independentemente das variações do tempo. Eles sabem que, se abandonarem suas lavouras, o mato vai tomar conta delas. Antigamente, as montadoras, os supermercados e vários outros setores costumavam formar cartéis para fazer acordos. A idéia era ficar em casa esperando a tempestade ir embora e aguardar o momento do sol voltar a brilhar. Então, saíam às ruas de novo. Esse era um tempo em que a nossa economia era superprotegida e os grandes acordos transformavam as situações de emergência em oportunidades de enormes ganhos. As empresas, em vez de baixar preços, diminuíam a produção, aumentavam o preço e ganhavam uma margem de lucro muito maior. oje, vacilar pode ser fatal. Você lembra quando as feiras-livres aumentaram os preços astronomicamente no começo do Plano Real, em 1994, e os supermercados, percebendo a oportunidade, criaram seus maravilhosos departamentos de hortifrutigranjeiros? Pois bem, as feiras-livres nunca mais se recuperaram. Será que as feiras- livres ou os responsáveis por elas tinham idéia do que poderia acontecer se aumentassem o preço? H Apesar de todas as dificuldades, e sei que não são pequenas, precisamos levantar todas as manhãs dispostos a lutar por nossos sonhos com a consciência de que as oportunidades serão aproveitadas se estivermos preparados para aproveitá-las. Sei que a vida pode estar muito difícil para você, mas gostaria de lhe dizer: não importa quantas vezes alguém cai; importa se numa dessas quedas a pessoas desiste de se levantar. Lembre-se de que o desânimo leva muita gente a acabar com a dúvida do chefe sobre quem deve ser demitido! Saiba que o pior inimigo e o melhor amigo estão dentro de nós. São eles que nos levam ao sucesso ou ao fracasso. Por vezes, é preciso tomar decisões drásticas, como pedir concordata, antes que as dívidas somem mais que o patrimônio; demitir funcionários, como parte da reorganização da fábrica; ou mudar projetos, por conta da entrada de um novo concorrente no mercado. Empurrar o problema com a barriga gera uma bola de neve de proporções assustadoras e traz conseqüências ainda mais graves. Saber tomar as decisões desagradáveis deve fazer parte do repertório de qualquer líder de verdade. A economia brasileira ainda precisa de muitos ajustes. Falta muito para construirmos o país que queremos. Mas não devemos esperar que o Brasil se arrume para então realizarmos nossos sonhos, porque corremos o risco de encontrar todos os espaços ocupados pela concorrência. Portanto, acorde! Vá para a rua! O mundo não parou porque estamos em meio a mais uma crise! O número de oportunidades é sempre igual ao número de problemas! Tenho percebido que continua grande o interesse em investir em nosso país. Os campeões estrangeiros sabem que temos espaço para crescer. Por isso, estão chegando em número cada vez maior, oferecendo oportunidades e pesadelos para todos. Os leões brasileiros, por sua vez, continuam a criar diferentes rumos para seus negócios e, em meio às crises, acordam mais cedo para buscar soluções. Para você, que esta à frente de uma empresa, é fundamental sempre estar pensando no crescimento da sua organização. Os empresários que se acomodarem pagarão um preço muito alto.Lembre-se de que diminuir a produção só faz sentido quando investimos em marketing, estabelecemos uma intensa atividade de pesquisa em novos produtos, treinamos funcionários e reorganizamos os sistemas de trabalho. Não se pode ter a ilusão de que o mundo adormece para esperar sua decisão. Por mais incrível que possa parecer, o Brasil vai voltar a crescer em breve porque, apesar de todos os problemas, os verdadeiros brasileiros nunca se entregam. Tem sido assim ao longo dos séculos e vai continuar a ser dessa maneira. or isso, está na hora de parar de reclamar, acusar e dar desculpas para o fracasso! A crise existe para você e para seus concorrentes. Quem não tiver competência e garra para superar as dificuldades vai arranjar mais um problema. P Veja o exemplo do cinema nacional, que estava praticamente adormecido e, em menos de dez anos, reergueu-se a ponto de concorrer ao Oscar. Isso mostra nossa força, nossa capacidade de realização. E por que isso não pode acontecer em outras áreas? Acreditar em nosso potencial não é ser alienado, mas sim realista. Ser alienado é negar a existência de chuvas e trovoadas no meio do caminho. Tempestades existem aqui, nos Estados Unidos, na Europa, na Ásia e, cada vez mais, farão parte de nossa paisagem. Temos de conviver com as tempestades sabendo que o principal em tudo isso é acreditar em sua capacidade de se desenvolver, acreditar em seu potencial e acreditar que você vai aprender uma maneira para as coisas darem certo. Vitórias são resultado da sua capacidade de se aprimorar As vitórias são conseqüência do aprimoramento de nossas competências. Enquanto muitos acusam o governo e culpam o mercado, os clientes, os concorrentes, o patrão pelos maus resultados alcançados, outros se esforçam para desenvolver novas habilidades, pois sabem que a solução para os problemas está neles mesmos. Falência e desemprego não são problemas somente do Brasil. De acordo com dados de 1999 do Small Bussines Office (órgão que cuida das pequenas empresas nos Estados Unidos), em alguns estados americanos a mortalidade das novas empresas iguala-se à do Brasil – e a economia deles vai de vento em popa! O desemprego na Alemanha e na França é maior do que o nosso. Essas dificuldades existem em todos os países e não adianta desanimar. Neste momento, ser realista significa também agir, parar de reclamar, estudar novas opções de negócios e buscar formas criativas de destruir os obstáculos, mantendo o otimismo. É o que estamos propondo nessa série de dez fascículos. Vamos falar, por exemplo, de felicidade,mas de um tipo diferente de felicidade. O maior desafio hoje não é simplesmente mudar o comportamento, mas sim mudar a atitude. O profissional brasileiro precisa aprender a ter uma dimensão diferenciada de seu trabalho. Precisa compreender que o funcionário não é remunerado para estar na empresa das 8 às 18 horas, mas sim para garantir resultados. Temos de assumir, e entender, que fracassos e sucessos são conseqüências diretas do nosso esforço. Nesses fascículos, você vai conhecer histórias de pessoas que souberam transformar destinos e terá acesso a idéias de grandes pensadores. Serão momentos de prazer. Porém, o mais gratificante para mim será ver você colocar essas idéias em prática na sua vida e trabalhar duro para criar mais sucesso em sua carreira – e assim ser mais um exemplo de campeão em um país que precisa retomar sua vocação de vencedor. Como sempre, torço para que seus sonhos se transformem em realidade. Com o carinho de sempre, Roberto Shinyashiki. Além das dificuldades O estado de ânimo é fundamental para decidir batalhas. Em 1999, assisti à palestra do ex-prisioneiro de guerra norte-americano, Gerald Coffee. Ele contou o seguinte sobre seu período de cativeiro: - Eu nunca duvidei de que sairia vivo daquele inferno; não sabia quando, mas estava seguro de que voltaria para casa e encontraria de novo minha família. Tinha certeza de que meu estado de espírito seria fundamental para continuar vivo. Porém, mais do que tudo, decidi que, se fosse morrer, alguém teria de me matar. Eu não cometeria suicídio e iria dar muito trabalho aos meus inimigos. Num momento como esse, a capacidade de lutar, apesar de todos os obstáculos, vai diferenciar aqueles que fazem a verdadeira opção por ir além das dificuldades da vida. Culpado ou inocente Certa vez, no Oriente Médio, um homem foi injustamente acusado pelo assassinato de uma mulher. Na verdade, o legítimo culpado era um poderoso político que procurou um bode expiatório para seu erro. No dia do julgamento, o clima era devastadoramente tenso, pois, em caso de condenação, o castigo seria a forca. O juiz, que procurava a condenação do réu, disse: - Quero lhe dar todas as chances de um julgamento justo e deixarei a decisão em suas mãos. Vou escrever num pedaço de papel a palavra culpado e em outro a palavra inocente. A que você pegar será seu veredicto. Mas, sem que ninguém percebesse, o juiz escreveu culpado nos dois papéis. A condenação parecia inevitável. O réu, quando se aproximou para escolher o papel, pressentiu o que estava acontecendo e rapidamente pegou um dos papéis e o engoliu. A multidão ficou atônita. O que aconteceu? Será que ele ficou maluco? Tranqüilamente, ele então falou: - É muito fácil descobrir o resultado da minha escolha, é só olhar o papel que sobrou e vocês saberão o que estava escrito no papel que eu engoli. Imediatamente o rapaz foi libertado. Quando tudo parecer impossível, mantenha a serenidade e lute para encontrar uma solução. Se você analisar com cuidado, vai perceber que as respostas estão à sua disposição. Cada problema traz em si mesmo a semente da solução. Deus sempre diz sim Já viajei algumas vezes para a Índia para conversar com os mestres daquele país. Os indianos dizem que a vida é desse jeito porque Deus somente diz uma palavra: sim. Porém Deus não diz sim a tudo que pedimos, pois ele não é um pai super-protetor; que dá tudo que o filho pede. Deus diz sim apenas àquilo em que acreditamos. Quando um indivíduo pensa “Eu vou ser demitido”, advinha o que o Pai diz? Sim! E Ele ajuda a pessoa a conseguir sua demissão. Quando alguém pensa “Minha empresa vai quebrar”, Deus também diz sim, e é capaz de arrumar muitas encrencas para esse empresário. Mas quando a pessoa pensa “Vou aproveitar este momento para crescer mais ainda”, o Criador diz sim e dá um jeito de facilitar a vida dela. Viver é a arte de transformar crenças em realidade. Só existe um inimigo a ser combatido: o medo. E ele mora dentro de nosso coração. O pessimismo só satisfaz os perdedores. Enquanto houver uma ponta de esperança, lute. Muita gente se pergunta por que os economistas erram tanto. A resposta é simples: porque suas previsões dependem da reação das pessoas. São como as previsões dos médicos quanto ao tempo de sobrevivência de um paciente com câncer... A possibilidade de acerto depende muito da reação da pessoa. Alguns pais, por exemplo, quando descobrem que seus filhos têm síndrome de Down, os abandonam, ao passo que outros lutam pelas crianças, transformando as expectativas dos médicos. Alguns empresários, quando percebem uma diminuição drástica nas vendas, perdem a força, enquanto outros reorganizam suas empresas e procuram novas soluções para seus clientes. Quando, na Segunda Guerra Mundial, os alemães começaram a bombardear a Inglaterra, os analistas militares previram a queda do Império Britânico em poucos meses. Na lógica dos fatos, o desfecho era inevitável: A Alemanha tinha melhores aviões, bombas mais poderosas e pilotos mais bem treinados. O que mudou o rumo dos fatos foi a perseverança de Winston Churchill, primeiro-ministro inglês na época. Ele exortou os pilotos da Força Aérea Britânica a não desistir da luta, fez discursos inflamados inspirando o povo inglês e conseguiu virar o resultado da guerra. Resultado: os pilotos ingleses cresceram na frente de combate. A população apagava as luzes deixando os alemães no escuro total. Todos cuidaram de todos e os ingleses fizeram os analistas engolirem suas previsões. Uma célebre frase de Churchill resume bem o significado dessa história: “nunca tantos deveram tanto a tão poucos”. As previsões dos economistas são tão importantes como as do tempo para os agricultores e as das condições das estradas para os caminhoneiros. Elas devem ser levadas em conta como um mapa, não como um empecilho ao trabalho. Imagine se um motorista deixasse de viajar sempre que soubesse que há problemas na estrada! Ele morreria de fome! Não deixe as previsões catastróficas o desanimarem. Porque as influências sobre o que está acontecendo são infinitas e a situação muda a cada dia. E também porque seus concorrentes não vão ficar esperando o sol sair para buscar novas opções de negócio. Afinal, a tempestade não vai deixar de existir só porque você não tem coragem de enfrentá-la. Para aqueles que dormirem num momento como esse, acordar poderá ser o início de um pesadelo. Não basta ler, é preciso praticar Nesses fascículos, você vai encontrar artigos de professores universitários, empresários e consultores com as melhores idéias para enfrentar esta época de caos. Você vai conhecer histórias que vão inspirá-lo a dar um passo além, na direção de seus sonhos. Também vamos conversar sobre as transformações que têm levado nosso planeta a uma nova era. No entanto, mais importante do que tudo que apresentaremos aqui é sua participação. É fundamental que você reflita sobre as idéias apresentadas: discuta as questões com seus amigos, colegas de empresa, irmãos, companheiros, buscando ampliar seus conhecimentos. Depois de refletir e analisar, coloque seus projetos em prática, porque é somente por intermédio de suas ações que seus sonhos vão se concretizar. PARTE 1 Bem-vindo à era do caos Este é um tempo que se caracteriza pela dualidade e superposição de estados: num mesmo horizonte é possível vislumbrar nuvens de crises e raios de oportunidades. A escolha é sua! té poucos anos atrás, o mundo era muito previsível. Os negócios eram administrados de uma única maneira e o sucesso era o resultado de muito esforço. Em geral, quando o indivíduo nascia, sua vida já estavadefinida, com começo, meio e fim. Hoje isso mudou. O mundo tem a inconstância de um vulcão ativo, o que faz profissionais de todas as áreas serem desafiados o tempo todo. Garra e determinação já não são mais suficientes para enfrentar os contínuos desafios. Precisamos de muito mais. Estamos em plena era do caos e poucas pessoas se dão conta disso. A Estabilidade e acomodação são, atualmente, palavras proibidas no vocabulário das empresas. Todos nós precisamos ter a ousadia de um Cristóvão Colombo, que saiu para desbravar novos horizontes sem medo do desconhecido. Essa disposição para o novo é exigida de nós, pois as transformações são intensas e quem não mudar vai ficar para trás. Pense nos novos empreendimentos que surgem todos os anos. E lembre-se de que cada um desses negócios, certamente, pretende alcançar o sucesso! Isso é muito bom, nos anima e nos faz acreditar que, de alguma forma, vamos vencer a competição. Mas estes são tempos diferentes. E nem tudo é o que parece. Por exemplo, a boa notícia de que temos muita gente investindo em novos empreendimentos vem acompanhada do paradoxo da nova era: nos dois primeiros anos de vida, em geral, 80% dos novos empreendimentos quebram, desfazem-se ou deixam de existir devido a erros de administração. E mais: segundo dados de 1999 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), 30% da população mundial estiveram desempregada ou subempregada nos últimos anos. Pior: a maioria dessas pessoas perdeu empregos ou funções que não existem mais! É verdade que o desemprego aumentou. Mas note: quase sempre é o dinossauro – que ainda acredita que o mundo não se modificou – ou o avestruz – que anda se escondendo – que mais está sofrendo. Se você, por exemplo, colocar um anúncio para secretária, vão aparecer 500 currículos. Mas, no processo de seleção, o provável será não encontrar nenhuma com o perfil de que sua empresa precisa, mas encontrará muitos dinossauros e avestruzes. Se você colocar um anúncio de motorista, provavelmente alguns ex-gerentes de bancos vão se apresentar. O agravo do desemprego é apenas um dado da realidade, algo que se vincula à dramática falta de profissionais competentes. Os headhunters (pessoas da área de Recursos Humanos especializadas no recrutamento de executivos para companhias) jamais ganharam tanto dinheiro em suas vidas como agora, porque nunca foi tão complicado encontrar profissionais com perfil para este novo mundo. O caos de cada dia Antigamente, o sonho da maioria das pessoas era arrumar um emprego no Banco do Brasil e ter tranqüilidade o resto da vida. Quem tinha um comércio administrava seu negócio com a tranqüilidade de saber que seu trabalho ia ser recompensado. A revolução digital, baseada na tecnologia da informação, transformou radicalmente essas relações de trabalho e tornou mais complexo o papel destinado a cada um dentro das corporações. A tranqüilidade deu lugar à estabilidade. Nosso planeta se transformou num sistema caótico e imprevisível. Você já deve estar se perguntando aonde vamos chegar com todas essa regras novas. Pois bem, já chegamos. Bem vindo à era do caos, amigo. Para sua informação, saiba que você faz parte de uma das primeiras gerações que está aprendendo a viver numa atmosfera de agitação e turbulência. Antes, o mundo era linear. Depois do número um, sempre vinha o número dois, o três, o quatro, e assim por diante. Agora não. Tudo acontece ao mesmo tempo, e não necessariamente numa ordem determinada. Hoje, a realidade é muito parecida com os jogos de videogame, com milhões de aviões atacando simultaneamente, cenários repletos de fantasmas e guerreiros destruindo e elaborando magias para colecionar novas conquistas. Certamente, o fato de sermos uma das primeiras gerações a viver nesse cenário desconhecido nos cria novas dificuldades e muitos mistérios. Pessoas com grande flexibilidade e curiosidade vão obter vantagens para si e para suas empresas nessa moderna maneira de viver. Os mais rígidos e menos abertos vão encontrar mais problemas. Mas, depois de algum tempo, também vão aprender a atuar nessa nova lógica. Precisamos ter claro o seguinte: o fato de vivermos num mundo caótico não pode fazer de nossa vida um caos – por mais que haja forças que nos empurrem para a turbulência. É possível administrar a nossa trajetória, assim como faz um adolescente atento, ágil e competente, que flutua diante dos inimigos e das adversidades presentes nos videogames, com a consciência de que a derrota numa fase vai exigir aprimoramento e atenção dobrados para a vitória na próxima partida. O único jeito de se precaver contra essa síndrome da turbulência é conhecê-la, identificá-la, saber caminhar por ela. Para isso, precisamos ter em mente que não podemos simplesmente deixar essa maneira de viver nos tornar confuso. O mundo exige uma postura inédita, um modo original de olhar. Para ser bem claro, precisamos de novos olhos. O tempo nosso de cada dia Estamos permanentemente recebendo novas informações e sendo pressionados para analisá-las e devolvê-las ao mercado com rapidez. Se comparado à velocidade do mundo atual, parece que o mundo de dez anos atrás acontecia em câmara lenta. O dilema de ter de produzir mais em menos tempo é o martírio de nossa vida. Temos muito mais o que fazer, tomar decisões no meio da neblina e muitas vezes ainda temos de mudar de rumo radicalmente no meio de um projeto. O que acaba acontecendo? bem, A maior parte das pessoas joga a toalha. Afinal, é mais simples, mais cômodo, às vezes até mesmo mais barato desistir ante às pressões. Mas esses indivíduos se esquecem de que, na verdade, hoje, estão comprando a prazo duros tempos no futuro. O aparente conforto do sossego trazido pelo “deixa para depois” tem um custo excessivamente alto para nossa vida amanhã. Não é o caso de vivermos alucinados, mas não podemos fingir que nada está acontecendo – aliás, a tendência, como sempre, é vivermos nos extremos: ou varremos a sujeira para debaixo do tapete ou nos embrenhamos de qualquer jeito no turbilhão da nova era, meio sem saber para onde ir, o que fazer com o quê; enfim, inteiramente perdidos. Como nada mais é absoluto e incontestável, precisamos aprender a encontrar o eixo de nossa trajetória. Para viver esse novo tempo, precisamos de um novo ser humano, livre das amarras do passado, revitalizado pelos desafios do presente, pronto para o sucesso da nova era. Do caos está nascendo um novo ser humano, pronto para atender às necessidades desse momento, disposto a conquistar um novo espaço, num ambiente que se movimenta e oscila entre a crise e a oportunidade. Esta é uma época diferente. Aqueles que ainda não sabem como realizar seus sonhos vêem na mudança uma ameaça que torna este mundo cada vez pior e agressivo. Daqui alguns anos, porém, vamos evoluir e poder acompanhar essas transformações com tranqüilidade, entendendo esta época como um período de muito aprendizado. Quem aprender mais rapidamente poderá desfrutar mais cedo das vitórias. Quem demorar a se adequar vai viver mais tempo angustiado. Mas no final todos aprenderemos a evoluir com a vida. Tem sido assim desde o começo dos tempos, e vai ser assim eternamente. Tudo está fora da ordem Na mitologia grega, Caos era o deus da nova ordem. Era quem transformava a desordem num novo sistema,mais coerente, até que acontecesse o próximo ataque à ordem. Do encontro entre Caos e Afrodite, deusa do Amor e da Fertilidade, nasceu Eros, o deus do Amor. Assim como na mitologia, esse movimento transformador gerado pelo Caos traz em seu âmago uma nova ordem que se impõe. Afrodite veio preencher o vazio do Caos e, junto com ele, formar numa nova ordem. Dessa união nasceu o Amor. Do mesmo modo, podemos compreender que todo momento caótico traz em si o nascimento da criatividade. Por outro lado, se o Caos é recusado, perde-se Eros e toda a energia do nascimento. Continuando a história, Eros casa-se com Psiquê e gera uma filha: Volúpia, também chamada de Prazer, que representa o desfrute de toda a mudança que se engendrou. O que podemos aprender com esse pequeno relato da mitologia grega? Ora, quando criarmos a competência de desfrutar uma nova ordem, de receber positivamente o caos, somos capazes de construir uma nova possibilidade de viver em plenitude e de amar. PARTE 2 Campeões, dinossauros e avestruzes Em qual categoria você se classifica? Leia o texto abaixo e procure elementos que possam caracterizar sua trajetória. m minhas viagens tenho percebido que o mundo hoje se divide em campeões, dinossauros e avestruzes. Os campeões correspondem a 20% dos profissionais. Os outros 80% podem ser classificados em dinossauros ou avestruzes. Sinceramente, não sei qual é o pior. E Os dinossauros são pessoas pesadas, acomodadas, lentas. Estão em toda parte. Apesar do grande extermínio ocorrido na pré-história, o gene jurássico fossilizou-se em alguns membros do gênero humano. Foi o jeito que encontraram para sobreviver... Já os avestruzes são pessoas ágeis, porém usam sua inteligência para impedir que as transformações aconteçam. Coisas da espécie. Pessoas que se identificam com elas são facilmente encontradas em banheiros durante conversações de empresas. E não é raro ouvi-las dizer: - Esses caras não sabem mais o que fazer, só vivem criando moda. Estamos cheios de trabalho e eles querem inventar a roda! São indivíduos que usam a habilidade mental para sabotar as propostas de mudanças. E o pior é que acabam contaminando muitos companheiros. Qualquer coisa que soe diferente do universo dessas pessoas é tachada de inútil. Se você sabe mais que esses seres, logo é visto como esnobe, alguém que tem por hábito puxar o tapete do colega. Outro dia me contaram que tem gente que cobra hora extra para fazer treinamento fora do expediente. É possível? Pois existem pessoas assim neste mundo. Os avestruzes criam joguinhos, fazem comentários, tudo para preservar seu lugarzinho no time. claro que isso é um mecanismo de defesa. E a explicação é simples: a pessoa tem medo de não ser capaz de acompanhar as mudanças. E o melhor meio de fugir das ameaças imaginárias é desqualificar as novas propostas. Pensando dessa forma, age como um avestruz: enfia a cabeça na areia. Os pensamentos desses indivíduos funcionam É como areia movediça. A pessoa está o tempo todo se afundando em suas próprias verdades. E isso, estranhamente, lhe traz a sensação de superioridade. Os dinossauros não são tão cáusticos como seus colegas avestruzes. Muitos chegam a ser verdadeiramente ingênuos: negam toda mudança, evolução e transformação em nome do passado. A tradição, para esses bichinhos, tem peso absoluto, e qualquer tentativa de transformá-la soa como um desastre. É difícil saber o que é pior... Normalmente, o avestruz é mais resistente à mudança, mas quando se envolve já tem a flexibilidade da ação. Seu desafio é ter a humildade para aceitar orientações dos outros e ter a generosidade de se comprometer em um projeto que não foi concebido por ele. Os dinossauros têm de vencer a inércia, fazer bastante aeróbica intelectual e treinar muito para remover a obesidade cerebral. A outra espécie atuante neste planeta são os campeões. Eles mantiveram intacta toda sua força de ser humano. Em geral, estabelecem seu sucesso a partir de sua própria vocação e valores. E têm, além disso, um forte sentido de direção, porque criam sua trajetória particular, aproveitando o que existe de melhor no ambiente em que atuam. Se não sabem algo, logo buscam aprender. E melhor: ensinam o que aprendem, compartilhando o que sabem. Seu poder está em desenvolver a força de seus companheiros, e não em deter o controle sobre os outros. Seus olhos estão atentos para cada oportunidade da vida e têm o brilho dos olhos de uma criança antes de a sociedade domesticá-la. O campeão soube preservar sua beleza interior. Realiza suas metas com a força e a certeza da conquista. Quando sofre ameaças, sente medo porque manteve seu coração pleno de sentimentos e não se deixou robotizar. Mas isso não o impede de avançar sempre na direção de suas metas. Certamente, dentro de cada avestruz ou dinossauro existe a alma (adormercida) de um campeão. O maior desafio deles é resgatar sua verdadeira alma de gente, e voltar a brilhar para construir a vida com plenitude. A retomada do poder criador está relacionada principalmente à consciência das nossas possibilidades, à humildade em procurar um novo caminho e, principalmente, ao comprometimento com a mudança. Note que, quando uma pessoa se torna escrava da acomodação, ela age de forma repetitiva e totalmente previsível. Mas o ser humano que está em sintonia com o movimento da vida não tem limites. São pessoas que sabem perfeitamente quais são seus sonhos e voam além do universo para realizá-los. PARTE 3 O caminho para as estrelas! “Caminhante, não existe caminho. O caminho se faz ao caminhar.” É o que diz um lúcido poema do espanhol Antonio Machado. Mais do que nunca, a felicidade está em criar o sucesso à sua própria maneira. lcançar a glória no final de um caminho é sempre mais estimulante que o percurso que nos leva a ela. Isso porque é infinitamente mais simples imaginar campeões prontos, acabados, cheios de sucesso e energia, que se firmaram de uma hora para outra. Quando essa imagem vem à mente, a maioria das pessoas não se lembra de como foi feito o caminho que levou esses campeões a serem o que são hoje. A Na verdade, essa é a explicação para o ditado que diz que “por trás de todo o prazer há superdoses de sacrifícios, perseverança, abstinência, e muita, muita disciplina”. Afinal, se existem estrelas, é possível imaginar que haja uma estrada para chegar até elas – numa vez que as estrelas brilham para todos que se permitem olhá- las. Mas qual é o caminho, por onde ele passa? Vamos, agora, traçar um breve panorama do que significa esse percurso para as estrelas. A primeira coisa a se lembrar é que esse trajeto não está pronto. Significa que cada um terá de construí-lo, segundo sua característica, perfil, desejo e disposição. O segundo ponto fundamental é o seguinte: vá além da sua zona de acomodação e ande com suas próprias pernas para o sucesso. No trajeto, enfrente os dragões da inércia, lute contra os fantasmas do desconhecido e tome as rédeas de sua carreira em suas próprias mãos. Feito isso, considere o seguinte: a vida é a busca por uma constante expansão de fronteiras, uma eterna superação de limites. Isso sempre foi válido, mas nos dias de hoje assumir essa postura é essencial para o sucesso. Esse já é um bom argumento para tirá-lo da zona de acomodação. Só a percepção da necessidade de mudança irá impulsioná-lo em direção a um mundo melhor. E issovale para todos, especialmente para aqueles que se julgam estar seguros nas estrelas que construíram. Se você for uma pessoa bem-sucedida, terá um grave problema pela frente: as características que a levaram a ocupar a posição em que se encontra hoje não serão suficientes para levá-la onde você precisa estar amanhã. Pense em alguém bem-sucedido, mas autocrático, que controla cada detalhe de seu negócio. Imagine agora que esse indivíduo, vendo o sucesso de seu empreendimento, resolva expandi-lo e comece, então, a abrir uma série de filiais no país. De uma hora para outra, ele vai perceber que se encontra numa situação caótica, pois não confia em seus funcionários, suas equipes não funcionam integradas, os gerentes não sabem o quanto e quando podem decidir etc. É o início das adversidades. Esse empreendedor provavelmente vai procurar, nesse caso, se multiplicar e trabalhar mais ainda, até que, um dia, vêm a estafa, o estresse, o desgaste total. E, a partir daí, ele pode começar a contar: é uma questão de dias o fechamento da empresa. Parte da caminhada para as estrelas consiste, portanto, em perceber que profissionais experientes têm de ficar atentos para analisar se a experiência deles é válida para este mundo moderno, pois é um ambiente completamente diferente daquele que nossos pais viveram. Por exemplo, pense numa cozinha contemporânea. Quantos aparelhos novos existem? Vejamos: forno de microondas, multiprocessadores, triturador de lixo, máquina de lavar pratos, cafeteiras elétricas, isso sem falar nos fantásticos condimentos – hoje ao alcance de qualquer mortal -, tais como picantes molhos e temperos, comida congelada saborosa, enfim, tantas novidades, mas que, certamente, vão ficar obsoletas em pouco tempo. Isso para ficar num só aspecto da vida moderna. Pense no comércio, em que a concorrência se torna cada vez mais feroz: pequenos estabelecimentos têm de enfrentar as grandes redes de supermercados, farmácias, magazines, megastores – as quais, por seu lado, possuem um custo fixo tão elevado que, se não tiverem um imenso volume de vendas e um controle férreo de seus gastos, vão entrar direto no vermelho. Afinal de contas, não é um mundo fácil para ninguém. Ir além do conhecido Agora pense em que espécie de revolução estamos vivendo: a Revolução Digital, que está provocando um impacto similar ao que a Revolução Industrial provocou no século passado. Basta você analisar o contexto: antes, as mudanças aconteciam a partir da adoção de uma nova linha de montagem. Atualmente, verifica-se o contrário: é uma espécie de linha de desmontagem que está em curso. O trabalhador braçal é hoje contratado para apertar botões. Só que isso requer que ele saiba o momento exato de acionar o botão. Noutro instante preciso, um outro trabalhador irá acionar um sensor de verificação de falhas. E assim por diante. Perde-se o controle absoluto que havia antes, em que todo o processo era facilmente monitorado. A Revolução Digital aconteceu por causa de uma transformação na maneira que lidamos com as informações e as processamos. Na maior parte das vezes, atualmente, trabalhamos em um ambiente virtual, que é a tela do computador. Isso implica mudança de paradigmas. Ou seja, não dá mais para raciocinar em termos de lápis e papel. É preciso trabalhar com o que já está pronto e, a partir daí, construir e criar coisas novas. Essas informações anteriores são estratégicas para o caminho que se está construindo. A empresa moderna está no âmago da Revolução Digital. Ela simplesmente não existe se não estiver conectada com o mundo. O grande drama, como dizem no Japão, é que “na garupa do sucesso vem sempre o fracasso.” As pessoas que são bem- sucedidas hoje, em geral, acreditam que esse esquema vai continuar dando certo. E não vai. O tempo todo é preciso estar consciente disso. Tudo isso nos leva a um pensamento: temos de assumir a responsabilidade pela nossa carreira. Eis a essência do percurso. Seria ótimo que o governo ajudasse o trabalhador a se aprimorar. Mas não é o que acontece. O trabalhador japonês, por exemplo, tem dezessete anos, em média, de estudos. Os trabalhadores dos Estados Unidos e dos Tigres Asiáticos têm de doze a treze anos de estudos, e o trabalhador brasileiro apenas cinco anos e meio – segundo pesquisa do IBGE de 1999. É uma grande defasagem. Quando se entra numa fábrica para debater essas questões, percebe-se o quanto é complicado mudar. Para que haja fábricas de alta tecnologia – e o Brasil necessita muito disso –, é necessário gente com capacidade de operação. As instituições que deveriam cuidar disso no Brasil estão fazendo muito pouco para ajudar o profissional a se desenvolver. O governo não está comprometido com a evolução do profissional na intensidade necessária, assim como não está a maioria dos sindicatos e empresas. Muitos empresários ainda vêem o treinamento de seus funcionários como desperdício de dinheiro. Já que as empresas, o governo e os sindicatos estão ausentes, o trabalhador tem de assumir a responsabilidade por sua empregabilidade. Ou seja, por sua capacidade de continuar a atuar no mercado. Resumindo: mais do que nunca, seu sucesso depende de você. Talvez,. agora, você tenha vontade de me perguntar: - Mas Roberto, eu já tenho tanta coisa para fazer e ainda por cima vou ter de cuidar da minha carreira? Sim! A responsabilidade de evoluir profissionalmente é toda sua. Procure entender melhor a situação e ser mais próativo em relação a sua carreira. Até quando adiar o controle da sua carreira? O mundo atual não permite acomodação. O mesmo raciocínio usado numa relação afetiva deve ser aplicado quando se fala em empregabilidade. Antigamente, as pessoas se casavam para sempre. Hoje não. As relações são tumultuadas. Noventa por cento dos relacionamentos amorosos (namoros, casos, amizades coloridas, casamentos etc.) terminam em um ano. Ou seja, não existe estabilidade nem mesmo nos afetos. Como seres humanos que somos, precisamos manter acesa e ativa nossa capacidade de sedução. Por quanto tempo? Enquanto estivermos vivos. O mesmo ocorre no trabalho. O emprego vitalício acabou e, portanto, nada mais é estável. Se isso está acontecendo, você tem de estar preparado para novas conquistas. O indivíduo que se acomoda acaba identificando-se, na verdade, com os limites do cargo que ocupa. Outra questão que favorece a acomodação no percurso proposto é a nossa maneira de enxergar a política em nosso país. Perceba que O assunto favorito da imprensa brasileira é política. E não é à toa. O tempo todo ficamos olhando para Brasília, esperando soluções mágicas, ordens que nos digam o que fazer. Precisamos aprender que a saída para nossos problemas não está em Brasília, mas no mercado, e ele não se restringe apenas a São Paulo e Rio. O mundo todo tem clientes carentes de opções. Em muitos momentos, nos identificamos com o “País do Vamos Esperar”. Esperamos por Brasília, esperamos para ver o que vai acontecer, esperamos o carnaval passar, a Semana Santa, o próximo feriado, o pacote fiscal, a ordem na casa. E as coisa não acontecem. É tempo de mudar, porque é tempo de mudanças. Usar a cabeça e tomar a carreira pelas mãos é o início da conversa. Deixe Brasília de lado e vá atrás dos seus sonhos. O desemprego existe na França,na Alemanha e até no Japão, que era considerado o país dos empregos vitalícios. quebras de empresas são comuns mesmo numa economia crescente como a dos Estados Unidos. Por isso, é hora de caminhar com suas próprias pernas, conhecer melhor o mercado, identificar as demandas, necessidades e anseios de seus clientes atuais e futuros, posicionando-se em acordo com sua vocação. Não esqueça simplesmente o passado, mas dê a ele um propósito mais adequado, pensando nos novos tempos que estamos vivendo. Reveja sua estratégia, repense sua formação e esteja pronto para se aliar ao time dos campeões. Quando todas as peças se encaixarem, você terá um caminho pronto, somente seu, feito durante seu caminhar. Mas atenção: não se esqueça de desfrutar a viagem. Construir o sucesso é um passeio cheio de mistérios, surpresas e aprendizagem, que nos proporciona muita felicidade. Quase tanto quanto chegar ao destino. Se isso acontecer, você será feliz, inevitavelmente. PARTE 4 A felicidade e a competência Um novo conceito está no ar: para ser feliz é preciso ser competente. Você sabe o que isso significa? É a essência da nova ordem, em que o ser humano complementa o trabalho com seu lazer, e vice-versa. preciso entender que a felicidade não é algo que só acontece quando saímos de férias, vamos a uma festa ou recebemos o pagamento no fim do mês. Temos que dar um jeito de sermos felizes todos os dias. Para isso, precisamos entender o significado da felicidade. É Normalmente, as pessoas acham que só rico é infeliz. Nos roteiros das novelas que passam na televisão, somente as pessoas que querem ascender economicamente é que sofrem. É como se quem não se preocupa com dinheiro não precisasse sofrer. Parece até que a pobreza é uma vacina contra os problemas! Na verdade, a infelicidade não escolhe classe social. Assim como o empresário que perde seu negócio não consegue ser feliz, o sujeito que não tem dinheiro para pagar a escola do filho também não é, e muito menos a pessoa que sonha permanentemente com o fantasma da demissão. Todos são infelizes, simplesmente porque não conseguem materializar seus sonhos. E a base da felicidade é exatamente esta: sentir-se realizado todos os dias. Mesmo que você ainda não tenha alcançado todos os seus objetivos, o fato de estar construindo seu próprio castelo já é suficiente para lhe trazer a tranqüilidade e a alegria de viver. Assim, é fácil compreender que o conceito de felicidade está intimamente relacionado ao conceito de competência. Para ser feliz, é preciso desenvolver a competência de realizar suas metas. Por exemplo: para ter filhos, você precisa ser um pai competente, senão as crianças apenas vão lhe dar trabalho e criar problemas. Na empresa, o raciocínio é o mesmo: Sem competência, montar um negócio pode ser um passaporte para o inferno. Quando você sabe gerenciar bem seu trabalho, ele se transforma numa fonte de realização. Infelizmente, a maior parte das pessoas vê o trabalho somente como uma fonte de sobrevivência, em vez de percebê-lo como uma possível fonte de prazer. A felicidade acontece quando você relaciona trabalho com diversão. É triste ver tanta gente lutando para sobreviver – e não estou falando apenas daqueles que ganham salário mínimo, mas, principalmente, de executivos que vivem angustiados, empresários que fogem dos cobradores, pessoas assustadas com suas vidas. É muito pouco para essa bênção que recebemos chamada vida. São pessoas que não vivem. Apenas sobrevivem, como se estivessem numa crise asmática permanente: aquela eterna falta de ar e, de vez em quando, aquele alívio rápido e passageiro. Para logo depois, o sufoco de novo. Como identificar se você está apenas sendo um sobrevivente da vida em vez de um protagonista de verdade? Bem, uma pessoa está apenas sobrevivendo quando: • Sai com alguém que não ama somente para aplacar a solidão; • Tem relações sexuais só para manter o casamento; • Está fazendo joguinhos de poder para manter o emprego; • Não consegue desgrudar os olhos da TV, com medo de escutar a voz da consciência. Chega de migalhas de vida! Chega de viver como um fugitivo olhando para os lados, com medo de tudo e de todos! O ser humano merece mais do que simplesmente completar seus dias passando pela terra. Ele merece a plenitude da vida. E a melhor maneira de fazer a felicidade se tornar parte de nossa vida é não encará-la como um prêmio de consolação. Mas como resultado da nossa capacidade de realizar nossos objetivos. E vale lembrar mais uma vez: as competências que nos levaram a chegar aonde estamos hoje não serão suficientes para nos levar aonde queremos chegar. Eu fico muito feliz quando vejo que, atualmente, o lucro obtido é, cada vez mais, fruto da capacidade das empresas em satisfazer os clientes. Pois agora, cliente e fornecedor têm de lucrar juntos. Aquele tempo de se aproveitar do cliente já passou. Quem não conseguir satisfazer seus cliente vai amargar sérios prejuízos. Veja que conceito interessante: para satisfazermos o cliente, precisamos, na maior parte das vezes, surpreendê-lo. Ou seja, o sucesso nos dias de hoje ocorre como resultado do esforço de surpreendermos o cliente. Agora, para que eu possa fazer um cliente se sentir especial, eu tenho de ser especial também. Não posso ser apenas mais um. Por isso, são campeões aqueles que se antecipam às necessidades do cliente. Se você tem projetos ambiciosos de vida, é importante pegar a onda quando ela ainda está se formando. Como um bom surfista, você deve se colocar no lugar em que a onda vai aparecer. Isso é tão importante quanto ser capaz de manejar bem sua prancha. Hoje, temos de trabalhar administrando bem o presente, mas, principalmente, criando o futuro. Isso parece simples, mas não é, porque essa idéia caminha em sentido contrário ao da nossa tendência. Em geral, as pessoas procuram a segurança de fazer o que todos estão fazendo, supondo que isso vai dar certo. É como um salão de beleza em Apucarana, uma loja de sapatos em Cuiabá e uma farmácia em Santos. Toda esquina tem uma, e a maioria dos proprietários desses negócios simplesmente ganha dinheiro para pagar as contas no final do mês. Eles, portanto, sobrevivem. Agora, atenção! Cuidado com as modas. É como investir em ações em época de alta da bolsa. Quando todo mundo está ganhando dinheiro com ações, geralmente é época de mudar de investimento, pois os lucros que tinham que ser obtidos já foram alcançados, não há mais espaço para crescer. Por isso, lembre-se: as modas sempre passam. Nessa altura do campeonato, nas grandes cidades, investir em restaurante por quilo ou em pizza para viagem é um caminho para quem quer viver sobrevivendo. A não ser que você tenha uma idéia inovadora para esses negócios. Do contrário, vai viver no sufoco e, de vez em quando, ganhar de presente uma golfada de ar... A felicidade hoje tem novas cores. Felicidade em criar empresas campeãs. Felicidade em realizar seus sonhos. Felicidade em ser competente. CASO A luta de um campeão Do sertão nordestino até São Paulo, o Deputado Federal e ex-presidente da CUT, Vicentinho, traz em sua trajetória o exemplo de um guerreiro. u gosto de pessoas especiais. Para mim, são aquelas que continuam a lutar quando a maioria já desistiu. São as que se alimentam de desafios, por ter a consciência de que, para algo diferente acontecer no mundo,têm de participar. São pessoas que não conseguem ficar paradas, pois há sempre um sonho para alimentar no coração. E Você já percebeu como é freqüente um time tomar gol na prorrogação? E sabe por quê? Porque gente normal luta para manter o resultado, mas quando o jogo está terminado cai na tentação de relaxar. Gente especial, não. Só aceita o resultado quando o juiz apita o final da partida. Quando olho as pessoas, principalmente na televisão, costumo analisá-las – até por conta da minha experiência como psiquiatra. Algumas poucas eu admiro; outras me dão raiva pelo olhar de abutre que trazem, pronto para se aproveitar da situação. Felizmente, a maioria me desperta o desejo de ajudá-las a descobrir quantos tesouros têm escondidos no coração. Todos à espera de serem revelados. As pessoas que eu admiro não me obrigam a aceitá-las em tudo o que fazem. Porém, a maneira como lutam por seus ideais, com ética (algo que continua fundamental!), força, determinação, sempre me deixa curioso para saber qual o próximo passo que elas darão, porque sei que não sossegam. Vicentinho é uma dessas pessoas que gosto de ver. Uma de suas façanhas que mais me causaram admiração foi sua decisão de entrar na faculdade. Aos 42 anos de idade, Vicente Paulo da Silva foi estudar direito e avançou mais um passo. Poderia ter se transformado num homem amargo por tantas dificuldades que passou, mas manteve o mesmo jeito de menino que o caracterizou: está sempre pronto para aprender. Criança pobre, lutou para sobreviver à paisagem árida do sertão nordestino. O menino castigado pela falta d’água transcendeu, definitivamente, as quase intransponíveis limitações impostas pela seca, tornando-se uma personalidade conhecida e admirada por milhões de brasileiros. Com muito esforço e determinação, Vicentinho conquistou o passe para a universidade em dezembro de 1998, graças à conclusão do segundo grau, feito pela televisão, através das aulas do Telecurso 2000. Poderia ter se acomodado, com a justificativa de quem já tem muito o que fazer, e colocar a culpa na pobreza do passado por não seguir estudando. Poderia também ter adiado os estudos para amanhã, porque hoje está cansado. Mas Vicentinho decidiu continuar seu caminho, passando por cima dos obstáculos. Seu carisma extrapola em muito as doutrinas políticas e partidárias que defende. Vicentinho, como ficou conhecido em todo país, conseguiu a proeza de se reunir com ministros, presidentes e representantes dos governos, aos quais ele constantemente fez oposição declarada. Sua história é um épico, como a maioria das histórias da brava gente nordestina. Ele nasceu no Sítio Maravilha, município de Santa Cruz, no Rio Grande do Norte. Como quase todos seus conterrâneos, abandonou seus estudos cedo para trabalhar no serviço de emergência, na construção de estradas e açudes. O ano era 1970, e a seca, como sempre, imperdoável. Foi também por esta época vendedor de pão. O caçula de uma família de agricultores que sempre ajudou o pai na árdua rotina das roças de terra rachada devido à carência de chuvas. Vicentinho migrou para São Paulo em 1976, quando começou a trabalhar numa metalúrgica. Em 1977 filiou-se ao Sindicado dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema. Em 1978, entrou na Mercedes Benz, onde permaneceu até 2002. Sempre com o pensamento no futuro, reiniciou seus estudos em 1979, concluindo o 1º grau no ano seguinte. De lá para cá, sua trajetória de lutas e conquistas tem nos mostrado sua alma guerreira: Vicentinho se tornou um dos maiores defensores dos direitos dos trabalhadores. A cronologia da década de 70, ainda manchada pela ditadura, não deixa dúvidas sobre o caráter do nosso protagonista. Em 1981, foi eleito vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema. A presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema veio em 1987 e, após o fim do primeiro mandato, foi reeleito. Em 1994, Vicentinho foi eleito presidente da CUT nacional, sendo reeleito em 1997. Toda essa vasta experiência em negociações e no intercâmbio entre os trabalhadores do Brasil e do resto do mundo lhe proporcionou fundamento para participar de vários eventos nacionais e internacionais, inclusive em palestras realizadas em faculdades, comunidades e outras instituições. De quebra, em 2002, foi eleito Deputado Federal pelo PT de São Paulo. A fertilidade de suas idéias e a determinação em suas lutas estenderam-se também para o aspecto familiar. Vicentinho é pai de sete filhos: Hudson, Hugo, Robson e Roberto, do primeiro casamento; Luana, de outro relacionamento; e Lucas e Pedro, de sua atual esposa, Roseli. E algumas pessoas vivem reclamando por não ter tempo de estudar... E outras dizem que já estão velhas para recomeçar. E muitas ainda afirmam que os trabalhadores são todos vagabundos. Pois é, somos treinados para encontrar justificativas para não superar nossos problemas. Mas há pessoas que fazem como Vicente Paulo da Silva e se tornam especiais porque perseguem seus sonhos incansavelmente, independentemente das chuvas e tempestades encontradas no caminho. Os bons ídolos são aqueles que nos mostram os caminhos para realizarmos nossos sonhos. Para mim, Vicentinho é um desses. Pense nisso. ARTIGO Aprendendo a mudar, aprendendo a aprender Velhos chavões ou novas competências? Pode ser uma difícil resposta, mas é uma verdade que precisamos descobrir. Acompanhe, neste trabalho, a importância da aprendizagem organizacional no processo de desenvolvimento das pessoas. Por Maria Tereza Fleury* omar a carreira com as próprias mãos. Não é tudo, mas é o essencial. Ter controle e entendimento sobre o que se quer ajuda muito. E é fundamental se queremos ir além de onde nossos olhos alcançam. O consultor Wagner Pandolfo costuma dizer que a maior parte das pessoas utiliza muito pouco do potencial de seus cérebros. E ele está certo. O uso que fazemos de nossas faculdades mentais não ultrapassa a casa dos 10%. E isso significa que a maior parte da nossa mente vive sob trevas, é ociosa, está adormecida. Agora pense: se com apenas 10% nós pudemos nos comunicar, trocar informações - incluída aí toda a gama de aprendizado que essas atividades exigem -, o que não seríamos capazes de fazer se nos esforçássemos um pouquinho mais, usando, quem sabe, uns 15% de nossa capacidade? Será assim tão difícil? Certamente que não. Basta nos darmos conta dessa possibilidade. T Vida é evolução. Viver é mudar permanentemente em direção a novas realizações. É simples, óbvio, e, talvez por isso mesmo, muito pouca gente leve em consideração a importância desse sentido da vida. Chega a beirar o absurdo a idéia de alguém viver sem essa conexão crucial com o significado da vida. No entanto, mais e mais pessoas e organismos de toda a espécie parecem totalmente alienados dessa dimensão. Há um interessante dito popular que ilustra com precisão a dicotomia da mudança sonhada nestes tempos: a escolha de qualquer caminho para seguir é tão perigosa quanto não escolher um caminho. Isso quer dizer o seguinte: a mudança em si, desconectada de sentido, não significa nada. É o famoso seis por meia dúzia. É preciso, portanto, encontrar conexões com a existência, a qual só faz sentido quando profundamente imbricada com o conceito de aprendizagem. A aprendizagem que se interliga ao sentido da mudança assumenovos contornos e ganha proeminência, ultrapassando os muros da academia e penetrando nas fronteiras das organizações. Nas empresas são explícitas as potencialidades de novos aprendizados. É o local mais adequado para o exercício e a difusão do saber humano. Quanto mais esse saber puder se expressar, mais aprendiz se tornará a organização, o que significa maior competitividade, agilidade, criatividade e ousadia. A recíproca é verdadeira: quanto menor o espaço de expressão e exercício dos saberes humanos, maior o grau de infelicidade geral, descontentamento e, no limite, queda de produtividade, qualidade e competitividade. Ao darmos por certo essas duas possibilidades, torna- se imprescindível estudarmos e entendermos os mecanismos que dão o tom da lógica organizacional. Em busca de um conceito de aprendizagem organizacional A aprendizagem organizacional tem suas raízes teóricas na psicologia da aprendizagem. As organizações podem não ter cérebro, mas possuem sistemas cognitivos e memória, e desenvolvem rotinas, ou seja, procedimentos relativamente padronizados para lidar com os problemas externos e internos. Essas rotinas vão sendo incorporadas de forma explícita ou inconsciente na memória organizacional. Um conceito bastante simples de organizações que aprendem foi proposto por David Garvin (1993): "Organizações que aprendem são aquelas capacitadas a criar, a adquirir e a transferir conhecimentos, e ainda modificar seus comportamentos para refletir esses novos conhecimentos e insights". Se o conceito é simples, a dificuldade se encontra na operacionalização dessa proposta no cotidiano da empresa. Portanto, como uma organização pode desenvolver uma dinâmica permanente de aprendizagem e mudança? O ser humano vem ao mundo motivado para aprender, explorar e experimentar. Infelizmente, a maioria das instituições da nossa sociedade é orientada mais para controlar do que para aprender, recompensando o desempenho das pessoas em função da sua obediência a padrões estabelecidos, e não por seu desejo de aprender. As definições mais comuns de organizações que aprendem enfatizam sua capacidade de adaptação às aceleradas mudanças que ocorrem no mundo atualmente. Entretanto, a adaptabilidade crescente constitui apenas o primeiro passo do processo de aprendizagem. O desejo de aprender vai mais adiante: é criativo e produtivo. Os funcionários de organizações voltadas para o processo de aprendizagem permanente são diferentes? Sim, pois, em primeiro lugar, conhecem a si próprios e a organização em que trabalham, seus objetivos e projetos. Sentem que há compatibilidade entre seus objetivos pessoais e os da empresa. Assim, as pessoas aprendem a trabalhar em equipe e, em especial, a respeitar a sinergia do grupo. Para isso, elas não precisam ser iguais entre si, desde que aprendam a trabalhar, não apenas seus modelos mentais, mas também outros modelos e modos de pensar. A comunicação é fundamental em organizações voltadas para a aprendizagem. Ela pode fluir entre pessoas, áreas, com vistas à formação de diferentes competências. Para tanto, as metas organizacionais devem ser explicitadas e partilhadas, de modo que se possa buscar um alto grau de consistência entre os objetivos individuais e os organizacionais. Disso nasce o comprometimento das pessoas com a organização, o que poderá gerar entre os grupos a importância do desenvolvimento de uma visão sistêmica do fenômeno organizacional (não é à toa que Peter Senge, um dos gurus da Learning Organization, diz que a Quinta Disciplina de uma organização que aprende é um empreendimento à visão sistêmica). As formas organizacionais que enfatizam a aprendizagem e a inovação O desenvolvimento de formas organizacionais que privilegiam a inovação é relativamente novo. Na prática, vemos duas estratégias estruturalmente diferentes. No Ocidente, e mais especialmente nos países europeus, novas formas organizacionais foram por diversos motivos desenvolvidas por empresas isoladas. Nos países asiáticos – no Japão principalmente –, o desenvolvimento ocorreu de maneira mais sistêmica. Com a globalização e as crises recentes nos mercados emergentes, alguns desses modelos mostraram, de um lado, suas falhas e, de outro, suas potencialidades. No caso dos países europeus, um dos exemplos mais conhecidos é o da Volvo sueca, indústria pioneira no projeto de novas fábricas a partir do conceito de grupos semi-autônomos. Esses grupos compreendem pessoas envolvidas em sistemas de trabalho, com espaço para negociação e decisão, o que tende a aumentar à medida que se desenvolve a capacidade do grupo para a solução de problemas e a absorção de outras funções produtivas. Grupos semi- autônomos constituem-se em sistemas de aprendizagem capazes de adquirir conhecimento e evoluir. Ocorre, no entanto, que, no início dos anos 90, a Volvo passou por uma profunda crise mercado lógica decorrente de problemas estratégicos. Seu produto era considerado pouco atraente num mercado cada vez mais competitivo. Ou seja, a questão da aprendizagem restringiu-se às fábricas e ao sistema de produção, não se configurando em um processo de aprendizagem sistêmico da organização. Em fevereiro de 1999, a divisão de automóveis da Volvo foi absorvida pela Ford. Do lado oriental, a indústria japonesa procurou desenvolver um modelo de aprendizagem e de inovação de forma integrada e sistêmica entre as instituições formuladoras de políticas (nível macro), empresas produtoras de bens e serviços (nível micro) e instituições de intermediação e suporte (nível intermediário). Durante as décadas de 80 e 90, a indústria japonesa surpreendeu a indústria dos países ocidentais com sua capacidade de inovação nas práticas de produção e de gerenciamento. Esses empreendimentos geraram nas indústrias americanas, européias e mesmo brasileiras o incentivo para sair do imobilismo, da zona de conforto das velhas práticas tayloristas- fordistas. Todas inovaram e aprenderam com a indústria japonesa. Hoje, esta última continua aprendendo, com altos índices de produtividade, porém com problemas de mercado. A necessidade de mudanças institucionais, em termos macro, se tornou premente para que o Japão vença todos os seus desafios. Aprendizagem e formação de competências Nas novas formas organizacionais que privilegiam a aprendizagem e a inovação, quais as competências necessárias para o profissional? A partir das idéias de Le Borteff (994) sobre a competência como um "saber agir responsável" reconhecido – o que implica em saber mobilizar, integrar e transferir conhecimentos, recursos e habilidades num contexto profissional –, elaboramos o quadro abaixo sobre o processo de formação de competências. Esse processo deve agregar valor econômico à organização e valor social ao indivíduo. Completa-se, assim, o ciclo da aprendizagem, transformando organizações e pessoas em eternos aprendizes para vencer os desafios de um mundo cada vez mais complexo e dinâmico. As competências do profissional Saber agir Entender o que faz sentido, indo além do prescrito: julgar, escolher, decidir. Saber combinar e mobilizar recursos Criar sinergia entre os recursos, construindo competências organizacionais e potencializando o desenvolvimentodas pessoas. Saber comunicar Compreender o outro, trabalhando e compartilhando as emoções. Saber aprender Trabalhar o conhecimento e a experiência, revendo os próprios modelos mentais, e potencializar suas competências. Saber se engajar e se comprometer Empreender e assumir riscos, buscando a consistência entre seus objetivos pessoais e os da organização. *Maria Tereza Leme Fleury é professora da Faculdade de Economia e Administração da USP (FEA/USP) na área de Recursos Humanos. Atualmente, ocupa o cargo de Diretora da FEA/USP. Autora de nove livros, Maria Tereza também escreveu inúmeros capítulos em livros e artigos publicados em revistas do Brasil e exterior. Nos últimos anos, tem ensinado e desenvolvido pesquisa em Instituições e Universidades de países como Inglaterra, França, Japão e Coréia. PARA REFLETIR O eco m filho e um pai caminhavam por uma montanha. De repente, o menino cai, se machuca e grita:U - Ai!!! Para sua surpresa, escuta sua voz se repetindo, em algum lugar da montanha: - Ai, ai, ai... Curioso, pergunta: - Quem é você? E recebe como resposta: - Quem é você? Contrariado grita: - Seu covarde! Escuta como resposta: - Seu covarde! Olha para o pai e pergunta aflito: - O que é isso? O homem sorri e fala: - Meu filho preste atenção! Então, o pai grita em direção a montanha: - Eu amo você! E percebe a resposta: - Eu amo você! Fala mais alto: - Eu admiro sua garra! A voz responde: - Eu admiro sua garra! Mais alto, ele fala: - Você é um campeão! A voz repete: - Você é um campeão! De novo, o homem grita: - O Brasil é um país de campeões! A voz responde: - O Brasil é um país de campeões! O menino fica surpreso e pergunta: - Pai, o que é isso? - Filho, as pessoas chamam isso de eco, mas na verdade, isso é vida. Não gaste sua energia querendo mudar as palavras do vento. Mude as palavras que saem do seu coração. A vida, filho, é como um espelho, não adianta querer quebrá-lo se ele mostra um rosto que não lhe agrada. Mude suas posturas, suas emoções, suas atitudes e você terá a vida do jeito que merece. Nossa vida é simplesmente o reflexo de nossas ações. Se você quer mais amor no mundo, crie mais amor no seu coração. Se você quer mais competência de sua equipe, desenvolva sua própria competência. O mundo é somente a prova da nossa capacidade. Tanto no plano pessoal quanto no profissional, a vida vai lhe devolver o que você deu a ela. Sua vida não é uma coincidência, mas conseqüência do que você é. Tem a sua cara, e é exatamente do tamanho da sua visão de mundo. Não se iluda. A empresa é o retrato do líder. Tudo o que seus colaboradores fazem é de sua responsabilidade. É você quem os contrata, orienta e treina. O trabalho deles tem sempre um objetivo: agradar você. Se eles perceberem que você valoriza a criatividade, ousam. Ao entender que você despreza a organização, se desorganizam. Quando descobrem que você é centralizador, largam tudo nas suas mãos para “alimentar” sua fome de poder e deixar que você assuma tudo sozinho. Acertos e erros começam sempre com você. Você troca de colaboradores, muda controles, grita com todo mundo, mas as situações se repetem. As mesmas. Sempre. A repetição é um aviso de que uma grande mudança se faz necessária. A única saída que realmente funciona é mudar você mesmo. Espero que estes momentos de reflexão tenham motivado você a buscar em si próprio a força para transformar sua vida para melhor. No próximo fascículo, vamos conversar sobre como turbinar sua carreira. Um sistema para ir além da garra e da determinação. Vou apresentar algumas idéias para que seu esforço se transforme em resultados e para que você se diferencie da maioria dos profissionais. Amadureça seus sonhos e vá atrás deles. Viver é a arte de realizar sonhos. E cuidado com o baixo-astral, porque ele é mais contagioso do que a gripe. Até a próxima! Carinho do Roberto Shinyashiki.
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