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Psiquiatria no Brasil 
Psiquiatria no Brasil 
Até meados do século XIX, não havia qualquer forma de assistência específica aos doentes 
mentais 
Psiquiatria no Brasil 
Os loucos costumavam perambular pelas ruas das principais cidades e vilas brasileiras, 
servindo de galhofa aos habitantes, ou então viviam segregados em solitárias ou quartos fortes 
nos fundos dos quintais das famílias mais abastadas. 
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Esse fato despertava críticas e reclamações de setores mais esclarecidos da população 
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As Santas Casas de Misericórdia das cidades maiores passaram então a recolher, ao longo do 
primeiro reinado e das regências, os insanos mentais em seus hospitais. 
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Os andares superiores eram destinados aos pacientes clínicos e cirúrgicos, enquanto que os 
"loucos" eram jogados nos porões infectos dos estabelecimentos, habitualmente situados 
abaixo dos pacientes portadores de cólera. 
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 Os mais agitados eram presos ao tronco e espancados pelos guardas. 
 Há registros dessas ocorrências 
 na Santa Casa de S. João Del Rei, em 1817, primeira referência histórica; 
 no Hospital de São Cristóvão, na Bahia; 
 no Hospital de São Pedro de Alcântara, em Recife; 
 e na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, nas primeiras décadas do século 
XIX. 
Psiquiatria no Brasil 
Dois fatos foram marcantes para o surgir dos primeiros trabalhos ligados à patologia mental 
no Brasil: A mudança da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808 e a criação do 
primeiro jornal de medicina do país 
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A corte trouxe com ela o médico cirurgião José Correia Picanço (1745-1823), lente jubilado de 
anatomia e cirurgia da Universidade de Coimbra e cirurgião-mor do reino, que ao chegar no 
país obteve do regente a criação de uma escola de cirurgia 
(A rainha D. Maria I havia sido considerada insana e afastada de suas funções pelo médico da 
corte – José Correia Picanço) 
Psiquiatria no Brasil 
O curso médico foi iniciado no hospital real militar, no mesmo local onde fora construído 
posteriormente o edifício d tradicional Escola de Medicina da Bahia. No mesmo ano um curso 
de medicina também fora criado no Rio de Janeiro. 
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 O primeiro jornal de Medicina, fundado por José Francisco Xavier Sigaud (1796-1856), 
de título “O propagador de ciências médicas” ou “Anais de Medicina, Cirurgia e 
Farmácia”, teve papel decisivo no desenvolvimento da cultura médica do país. 
 Possibilitou a reunião de profissionais da medicina contribuindo para o nascimento da 
“Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro 
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Foi sugerida a criação de uma casa de saúde ou hospício de doidos para abrigar aqueles 
trancados nos quartos de suas famílias, os que andavam livremente pela cidade e os que 
habitavam o Hospital da Santa Casa de Misericórdia. 
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As reivindicações vinham com maior força dos médicos e higienistas vinculados à sociedade de 
Medicina e cirurgia do Rio de Janeiro. 
Era uma intenção da sociedade daquela época organizar, disciplinar e normalizar a cidade em 
busca de uma salubridade da mesma 
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Segundo os médicos da época, o manicômio seria, além de abrigo para tais desvalidos, um 
campo de úteis observações muito proveitosas ao doente, acreditava-se que quanto mais se 
conhecessem as moléstias com mais habilidades seriam tratadas 
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As condições da Santa Casa de Misericórdia, principalmente no que tange à área reservada aos 
loucos era insalubre. 
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 Artigo da época escrito pelo doutor Luiz Vicente de-Simoni, publicado na Revista Médica 
Fluminense em setembro de 1839 trata da necessidade da construção de um manicômio ou 
outro estabelecimento exclusivamente dedicado aos loucos. 
Segundo ele na Santa Casa de Misericórdia: 
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“A parte reservada aos doentes mentais no Hospital da Santa Casa continha em um corredor 
estreito, situado sob uma sala destinada às aulas da faculdade. Os enfermos mentais ficavam 
separados dos outros doentes do hospital apenas por um assoalho de tábuas sem forro. O local 
em que se encontravam tinha um pé direito muito baixo, e estava dividido em doze pequenas 
células, onde se acumulavam quarenta pacientes... Lá havia um tronco de madeira onde 
durante o dia , em uma casa religiosa e de caridade, prendiam os escravos do hospital que 
tinham que ser supliciados à chicote. Durante a noite, os guardas sempre se utilizavam de tão 
aviltante meio de contenção para imobilizar os doentes em acesso de delírio, por força furioso, 
aos quais também fustigam com a pretensão de acalma-los” (Paim apud De-Simoni, p. 7) 
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Atendendo apelos da época, o Imperado Pedro II funda um hospital de alienados, o Hospício 
Pedro II, ainda como anexo do hospital da Santa Casa de misericórdia da Corte. 
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Antes mesmo do início das obras do hospital no terreno da praia vermelha, foram enviados 
para uma casa reformada e adaptada, nas localidades da construção, todos os doentes da 
Santa Casa 
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Uma situação difícil de se gerir acabou sendo criada, devido ao estado de abandono no qual se 
encontravam e mesmo devido aos reflexos da própria doença. 
O doutor José Martins da Cruz Jobim tornou-se então responsável pela casa e é considerado o 
primeiro médico de doentes mentais do país. 
Psiquiatria no Brasil 
O Hospício Pedro II foi inaugurado em 5 de dezembro de 1852, e foi em sua época considerado 
o mais belo edifício da América do Sul. 
O fato de estar subordinado à Santa Casa fez com que dela ainda dependesse sua 
administração, mesmo em sede distinta. 
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Ficou muito tempo fora do alcance da administração pública, assemelhando-se nesse período 
mais a um convento que a um hospital. 
O domínio das irmãs era absoluto, o diretor e os médicos ficavam restritos às informações que 
as irmãs lhes davam. 
Psiquiatria no Brasil 
Somente a partir de 1884, com a instalação das cátedras de Psiquiatria nas Faculdades de 
Medicina da Bahia e do Rio de Janeiro, o estudo das doenças mentais passou a constituir um 
ramo à parte da patologia interna e não mais unido a outras enfermidades 
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Após a Proclamação da República o Hospício de Pedro II passa a ser chamado Hospital 
Nacional dos Alienados e sua administração é transferida para o estado, em substituição à 
Santa Casa de Misericórdia. 
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Juliano Moreira é nomeado para dirigi-lo. 
Sob sua direção é criado o “Laboratório de pesquisa experimental da clínica psiquiátrica do 
hospital nacional dos alienados” 
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Psiquiatria no Brasil II 
Psiquiatria no Brasil 
A teoria psiquiátrica do século XIX 
- Influência de Pinel e Esquirol no Brasil: 
- Alienação mental como desordem do comportamento (nível das paixões) que se 
insurge contra a ordem social 
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Causas morais: industrialização, enfraquecimento da religião, imoralidade dos costumes, 
vícios, degradação decorrente da divisão do trabalho, etc. 
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Reeducação do alienado pelo tratamento moral (alienado deve ser afastado das causas da sua 
doença: ambiente familiar e hábitos abandonados para eficácia do tratamento) 
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- Afastados também para segurança da família e da ordem pública 
- Hospícios brasileiros superpovoados e não medicalizados (hospícios gerenciados por 
instituições religiosas; primeiros psiquiatras não eram socialmente legitimados, não 
produziam pesquisas científicas) 
Psiquiatria no Brasil 
 A teoria da degenerescência 
- Publicação do “Tratado das degenerescências” (Morel, 1857) 
- Característica fundamental: transmissão hereditária 
- Outras causalidades físicas: intoxicações por álcool e drogasproduzindo a degeneração 
das células do sistema nervoso; epilepsia; sífilis 
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- Doença mental como desvio do tipo normal da humanidade 
- Tratamento e Profilaxia: isolamento dos degenerados e moralização das massas 
- Triunfo do organicismo: pessimismo em relação ao prognóstico das doenças mentais 
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- Degenerescência como regressão atávica à ancestralidade (degenerado permanece em 
estado egocêntrico, próprio à infância) 
- Amplo sistema assistencial para os degenerados (mesmo os não alienados, como 
sifilíticos, alcoólatras e epiléticos) 
 
(Atavismo (do latim atavus, "ancestral") é o reaparecimento de uma certa característica no 
organismo depois de várias gerações de ausência) 
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Eugenia: “ciência do melhoramento do patrimônio hereditário”; objetivo de limitar a 
descendência de anormais e aumentar a descendência de indivíduos sadios; surge na segunda 
metade do séc. XIX com Galton (Inglaterra); temor do “suicídio da raça superior”: “raças 
superiores” abstendo-se de procriar e “raças inferiores” protegidos pelo humanitarismo e 
filantropia “contra-seletiva” 
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 Galton 
 Antropologista, meteorologista, matemático e estatístico inglês nascido perto de 
Sparkbrook, perto de Birmingham, criador do termo eugenia e descobridor da 
individualidade das impressões digitais (1885) e mais conhecido pelos seus estudos de 
hereditariedade e inteligência humana. Ele estudou nas Faculdades de Birmingham e 
de Londres e na Universidade de Cambridge, mas parou antes de se formar para viajar. 
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 Galton 
 De família rica pôde, desde jovem, viajar e escrever livros sobre temas tão díspares 
como cálculo estatístico e meteorologia. 
 Professor da Universidade de Londres, era primo de Charles Darwin (1809-1882), 
subsidiando as futuras teorias deste, realizando estudos conjuntos sobre antropologia 
e inteligência humana, orientados para demonstrar o caráter hereditário dos traços 
físicos e mentais dos indivíduos. 
Psiquiatria no Brasil 
Galton 
Notável teórico da hereditariedade formulou, então, a polêmica teoria eugênica sobre o 
aprimoramento da espécie. Usou o termo eugenia para expressar a possibilidade de 
aprimoramento da raça humana por meio de cruzamentos genéticos premeditados. 
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Galton 
Embora identificada com as ideias do nazismo, que preconizava a eugenia pelo extermínio das 
raças consideradas inferiores, sua teoria não defendia a criação de classes privilegiadas, mas 
sim a evolução positiva da humanidade em seu conjunto. 
Psiquiatria no Brasil 
Galton 
Também destacou-se em outros campos de estudo, como a psicologia e a estatística, como no 
livro sobre a teoria da regressão, o Hereditary Genius (1869). Pai do campo da eugenia, em 
probabilidade, provou que uma composição normal de distribuições normais também é 
normal. 
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Psiquiatria no Brasil 
- Perigo da mestiçagem brasileira: degeneração física e moral como consequência da 
união de raças diferentes 
- Liga Brasileira de Higiene Mental (fundada em 1923 por Gustavo Riedel): psiquiatria 
higienista pretendia promover a prevenção, a eugenia e a educação dos indivíduos 
normais. 
Psiquiatria no Brasil 
 Juliano Moreira criticava as teses da degenerescência como efeito da mestiçagem. 
 Influenciado por Pinel e Kraepelin, atribuía a degenerescência à defeito na educação 
(cita imigrantes de hábitos viciosos) e a predisposição (relativização do papel da 
hereditariedade) 
 Juliano Moreira (Salvador, 6 de janeiro de 1873 — Rio de Janeiro, 2 de maio de 1932) 
foi médico e um dos pioneiros da psiquiatria brasileira. O primeiro professor 
universitário a citar e incorporar a teoria psicanalítica no seu ensino na Faculdade de 
Medicina. 
Psiquiatria no Brasil 
Psiquiatria no Brasil 
- Textos psiquiátricos do início do século XX oscilam entre o organicismo e a influência 
do meio social 
- Com Juliano Moreira, a psiquiatria alargou o seu domínio ao tomar o anormal 
(degenerados não alienados) como seu objeto de estudo e intervenção. 
- Ele elabora sistemas assistenciais para sifilíticos, alcoólatras, epiléticos, criminosos e 
delinquentes 
Psiquiatria no Brasil 
- A anormalidade é qualificada como deficiência, regressão do desenvolvimento do 
homem 
- A principal característica do anormal é a periculosidade, mesmo que de forma latente 
Psiquiatria no Brasil 
 Nos anos da ditadura militar – 1964 a 1985 – o que vemos é uma política pública de 
privatização do setor saúde e um aumento expressivo no número de clínicas 
conveniadas e leitos de internação psiquiátrica 
 Passou-se a comparar o hospital previdenciário conveniado do “velho e decrépito” 
hospital público. 
 “Indústria da Loucura” 
Breve Histórico da Reforma Brasileira 
Segunda metade da década de 70  combate ao Estado autoritário, críticas à ineficácia da 
assistência pública em saúde e ao caráter privativista da política de saúde do governo 
 denúncias de fraude no sistema de financiamento dos serviços e denúncia de abandono, 
violência e maus tratos a que eram submetidos os pacientes 
Breve Histórico da Reforma Brasileira 
Os pressupostos dos asilos e da psiquiatria não eram questionados, apenas seus desvios ou 
excessos 
1978  criado o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM) 
Reforma Sanitária  movimento pela reformulação do sistema nacional de saúde 
Breve Histórico da Reforma Brasileira 
Apostava-se que o aperfeiçoamento técnico e o gerenciamento honesto e competente dos 
recursos da ciência médica pela gestão pública resolveriam o problema da má assistência em 
saúde, inclusive do setor psiquiátrico 
Breve Histórico da Reforma Brasileira 
Década de 80  eleição de governadores oposicionistas em 82 
Eleição de Tancredo/ Sarney em 1984 
Neste período o movimento sanitário confundiu-se com o próprio Estado 
As iniciativas neste período foram basicamente duas: racionalização, humanização e 
moralização do asilo e criação de ambulatórios como alternativa 
Breve Histórico da Reforma Brasileira 
Críticas ao funcionamento do modelo de prestação de serviços – hospitais e clínicas 
“conveniados” 
Hospitais privados que mantêm a internação da clientela pública mediante remuneração do 
Estado 
81% dos recursos destinados à internação e 4% destinados aos ambulatórios 
Breve Histórico da Reforma Brasileira 
 Ainda na década de 80 
Amadurecimento da crítica ao modelo privativista e asilar; 
Ampliação dos atores sociais envolvidos no processo; 
Iniciativa de reformulação legislativa; 
Surgimento de experiências institucionais bem sucedidas na arquitetura de um novo tipo de 
cuidado em saúde mental 
Breve Histórico da Reforma Brasileira 
Dois eventos no ano de 1987: 
I Conferência Nacional de Saúde Mental 
Início da trajetória de desconstruir no cotidiano das instituições e da sociedade as formas 
arraigadas de lidar com a loucura 
II Encontro Nacional dos Trabalhadores em Saúde Mental 
Instituiu o lema “Por uma sociedade sem manicômios” 
Breve Histórico da Reforma Brasileira 
Movimento da luta antimanicomial 
As críticas começam a enfatizar que a própria natureza do saber, das práticas e das instituições 
psiquiátricas deve ser questionada na perspectiva da cidadania do louco, e a escolha pela 
expressão “manicômio” aponta para o fato de que não existe diferença entre o manicômio 
judiciário e um hospital qualquer 
Breve Histórico da Reforma Brasileira 
Ação na cultura: 
Convocação da sociedade para discutir e reconstruir sua relação com o louco e a loucura 
A participação dos “usuários” dos serviços de saúde mental e seus familiares nas discussões, 
encontros e conferências passa a ser uma característica marcante do processo. 
Breve Histórico da Reforma Brasileira 
Instituído o Dia Nacional da Luta Antimanicomial 
Finalmente: não se trata de aperfeiçoar asestruturas tradicionais mas de inventar novos 
dispositivos e novas tecnologias de cuidado, o que exige rediscutir a clínica psiquiátrica em 
suas bases 
Revisão legislativa  em 1989 o deputado Paulo Delgado apresenta o projeto de Lei no 
3.657/89 que viria a ser conhecido como “Lei da Reforma Psiquiátrica” 
Breve Histórico da Reforma Brasileira 
O projeto original tinha basicamente 3 artigos de conteúdo: 
1) Que impedia a construção de novos hospitais e a contratação de leitos 
2) Previa o direcionamento dos recursos públicos para a criação de “recursos não 
manicomiais de atendimento” 
3) Obrigava a comunicação das internações não voluntárias à autoridade judiciária 
Breve Histórico da Reforma Brasileira 
Surgimento de novas experiências institucionais 
 bem sucedidas 
Marcos: 
1) Caps Prof. Luiz da Rocha Cerqueira em São Paulo 
2) Intervenção da Casa de Saúde Anchieta em Santos – clínica privada que foi 
desapropriada e depois se desdobrou em ações para extinguir o manicômio e a 
implementação de um programa de saúde mental organizado em torno dos Naps 
criados na cidade 
Breve Histórico da Reforma Brasileira 
1) Os Naps são estruturas abertas, regionalizadas, com responsabilidade por toda a demanda 
da região, independentemente de sua gravidade, oferecendo cuidados 24 horas, todos os dias, 
inclusive acolhimento de tipo “internação”, para o que cada unidade dispões de 
aproximadamente seis leitos 
Breve Histórico da Reforma Brasileira 
1) Os Naps trabalham com o pressuposto da cobertura universal de uma população 
especificada, residente na área urbana de referência do serviço 
“Tomada de responsabilidade”  responsabilidade do serviço sobre a saúde mental de toda a 
área territorial de referência e pressupõe um papel ativo na sua promoção 
Breve Histórico da Reforma Brasileira 
1) Território  é a ideia de que o serviço e o cuidado por ele oferecido devem ser 
“emoldurados pelas referências sociais e culturais daquela comunidade específica. 
 Para cada cliente, seu território familiar, cultural, mitológico, socioeconômico e jurídico” 
Breve Histórico da Reforma Brasileira 
2) Caps – espécie de exemplo irradiador de um novo modelo de cuidados para a psiquiatria 
brasileira. 
Clínica Ampliada – não dispensa a tradição, o saber e os instrumentos da psiquiatria, mas os 
subordina a uma nova apreensão do que seja a problemática da doença mental e do que seja o 
tratar. 
Incorpora outros saberes, procedimentos e preocupações, constituindo um “campo 
terapêutica em expansão” 
Breve Histórico da Reforma Brasileira 
 O Caps deriva da ideia de que o objeto da ação psiquiátrica não é a doença, mas a existência 
como um todo da pessoa assistida. 
Breve Histórico da Reforma Brasileira 
É preciso que a instituição ofereça condições terapêuticas: 
Acolhimento, flexibilidade, atividades terapêuticas diversificadas, nenhuma restrição 
apriorística quanto ao que é pertinente à ação institucional e ao tempo de duração do 
acompanhamento e heterogeneidade de pessoas, práticas e saberes. 
A Reforma é um processo político e social complexo, composto de atores, instituições e forças 
de diferentes origens, e que incide em territórios diversos, nos governos federal, estadual e 
municipal, nas universidades, no mercado dos serviços de saúde, nos conselhos profissionais, 
nas associações de pessoas com transtornos mentais e de seus familiares, nos movimentos 
sociais, e nos territórios do imaginário social e da opinião pública 
Conjunto de transformações de práticas, saberes, valores culturais e sociais. Avança no 
cotidiano da vida das instituições, dos serviços e das relações interpessoais marcado por 
impasses, tensões, conflitos e desafios 
LEI FEDERAL 
2001 – Lei Federal 10.216 
Redireciona a assistência em saúde mental, privilegiando o oferecimento de tratamento em 
serviços de base comunitária, dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com 
transtornos mentais, mas não institui mecanismos claros para a progressiva extinção dos 
manicômios 
Importante expansão da rede de atenção à saúde mental, passando a alcançar regiões de 
grande tradição hospitalar, onde a assistência comunitária em saúde mental era praticamente 
inexistente 
Construção de uma rede de atenção à saúde mental substitutiva ao modelo centrado na 
internação hospitalar, por um lado, e fiscalização e redução progressiva e programada dos 
leitos psiquiátricos existentes. 
RP é política oficial do governo federal 
Loucos pela vida

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