Prévia do material em texto
Resumo Este relatório sintetiza evidências e práticas clínicas sobre terapias sistêmicas empregadas em dermatologia com ênfase em dermatoses autoimunes. Aborda mecanismos imunopatogênicos, classes terapêuticas — imunossupressores clássicos, biológicos, inibidores de JAK e terapias adjuvantes — e aspectos técnicos de indicação, monitoramento e segurança. Propõe diretrizes operacionais para seleção e sequência terapêutica com base em fenótipo clínico, comorbidades e biomarcadores. Introdução Doenças cutâneas autoimunes (p. ex. lúpus cutâneo, dermatomiosite, pênfigo, penfigoide bolhoso, vasculites de pequenos vasos, formas graves de psoríase e liquen plano erosivo) representam desafio terapêutico devido à heterogeneidade imunológica e ao impacto sistêmico. A terapia sistêmica visa modular respostas imunes adaptativas e inatas, reduzindo autoanticorpos, citocinas inflamatórias e atividade de células T/B autorreativas. Metodologia Revisão integrativa de guidelines (EULAR, AAD, BSR), ensaios clínicos randomizados, séries de coorte e estudos de farmacovigilância até 2024. Agrupamento por mecanismo de ação e aplicação clínica, valorizando dados de eficácia, segurança e monitoramento. Fisiopatologia relevante para intervenção terapêutica Autoimunidade cutânea envolve disfunção da tolerância central/periférica, apresentação antigênica cutânea aberrante e produção de autoanticorpos ou autorreatividade T-mediada. Citocinas chave: TNF-α, IL-1, IL-6, IFN tipo I (importante em lúpus e dermatomiosite), IL-17/IL-23 (psoríase) e quimiocinas recrutadoras. Essas vias determinam escolha terapêutica: bloqueio de TNF/ILs, de vias JAK-STAT para sinais interferonais ou depleção B (rituximabe) em doenças dependentes de autoanticorpos. Terapias sistêmicas: classes e indicações - Imunossupressores clássicos: glicocorticóides (uso inicial e de controle rápido), metotrexato (modulação antiproliferativa/imunorrreguladora; indicado em psoríase e dermatomiosite), azatioprina, micofenolato mofetil e ciclosporina (atenção a toxicidade hepática/renal e efeitos hematológicos). São pilares para manutenção e para-sparing de corticosteroides. - Biológicos: anticorpos monoclonais e receptores de fusão. Anti-TNF (etanercepte, infliximabe) usados em psoríase; agentes anti-IL-17/IL-23 demonstram alta eficácia em placas e formas pustulosas. Anti-IL-12/23 e anti-IL-23 seletivos têm excelente perfil em psoríase crônica. Rituximabe (anti-CD20) é escolha consolidada em pênfigo vulgar e refratariedade a terapias convencionais. Em lúpus cutâneo refratário e dermatomiosite, biológicos dirigidos ao interferon (anti-IFNAR) e inibidores de complemento estão em avaliação. - Inibidores de JAK: tofacitinibe, baricitinibe e outros moduladores orais da via JAK-STAT mostram eficácia em dermatoses mediadas por interferon e em formas alternativas de alopecia areata. Risco tromboembólico e alterações lipídicas exigem estratificação de risco. - Terapias adjuvantes e emergentes: imunoglobulina intravenosa (IVIG) em pênfigo e dermatomiosite; plasmaférese em casos graves com alto título de autoanticorpos; terapias celulares e direcionadas a sinalização intracelular (inibidores de BTK, moduladores de neutrófilos) em desenvolvimento. Estratégias de uso e sequência terapêutica Adotar abordagem treat-to-target: definir metas objetivas (clearance, redução de área e gravidade, melhora funcional). Iniciar terapia baseada em gravidade e prognóstico: glicocorticóides para controle rápido, seguido de agente de manutenção (metotrexato/azatioprina) ou escalonamento a biológico/JAK se refratariedade ou contraindicações. Considere depleção B precoce (rituximabe) em doenças bolhosas severas. Preferir monoterapia quando possível; combinar agentes em investigação ou casos refratários com monitoramento rigoroso. Monitoramento e segurança Pré-tratamento: triagem infecciosa (HBV, HCV, HIV, tuberculose latente), vacinas atualizadas, avaliação hepatorrenal, hemograma e perfil lipídico. Durante tratamento: monitorização periódica de função hepática, contagem de células, níveis séricos de drogas quando aplicável, detecção de anticorpos anti-fármaco (imunogenicidade). Atenção a risco infeccioso oportunista, reativação viral e potencial oncogênico em uso crônico. Em gestantes e população pediátrica, preferir agentes com comprovada segurança ou manejo multidisciplinar. Biomarcadores e medicina personalizada Uso de autoanticorpos (anti-desmogleína, anti-dsDNA, anti-Mi-2), perfis de citocinas, assinatura de interferon e farmacogenética para prever resposta e efeitos adversos. Monitoramento de níveis de fármaco e anticorpos anti-drug melhora adesão e decisão de troca. Considerações econômicas e acesso Biológicos e terapias-alvo têm custos elevados; biossimilares e estratégias de descontinuação ou espaçamento de doses são alternativas econômicas. Protocolos institucionais e critérios de priorização baseados em gravidade e impacto funcional otimizarão recursos. Conclusão Terapias sistêmicas em dermatologia autoimune exigem integração entre conhecimento imunopatogênico, avaliação de risco-benefício e monitoramento estruturado. A individualização terapêutica, uso racional de biológicos e vigilância farmacológica são essenciais para maximizar eficácia e segurança. Pesquisas em biomarcadores e terapias emergentes prometem refinar seleção terapêutica e reduzir toxicidade. PERGUNTAS E RESPOSTAS 1) Quais são as primeiras escolhas em pênfigo vulgar grave? Resposta: Prednisona IV/oral para controle imediato + rituximabe para depleção B. 2) Quando considerar inibidor de JAK em dermatologia? Resposta: Em interferonopatias cutâneas, alopecia areata severa e refratariedade a biológicos. 3) Quais exames pré-terapia são mandatórios? Resposta: Testes para HBV/HCV/HIV, screening de tuberculose, hemograma, função hepática/renal. 4) Como manejar perda de resposta a biológico? Resposta: Verificar adesão, níveis séricos e anticorpos anti-drug; ajustar dose ou trocar classe. 5) Quais riscos crônicos devem ser monitorados? Resposta: Infecções oportunistas, reativação viral, alteração lipídica, toxicidade hepato-renal e risco maligno a longo prazo. 1. Qual a primeira parte de uma petição inicial? a) O pedido b) A qualificação das partes c) Os fundamentos jurídicos d) O cabeçalho (X) 2. O que deve ser incluído na qualificação das partes? a) Apenas os nomes b) Nomes e endereços (X) c) Apenas documentos de identificação d) Apenas as idades 3. Qual é a importância da clareza nos fatos apresentados? a) Facilitar a leitura b) Aumentar o tamanho da petição c) Ajudar o juiz a entender a demanda (X) d) Impedir que a parte contrária compreenda 4. Como deve ser elaborado o pedido na petição inicial? a) De forma vaga b) Sem clareza c) Com precisão e detalhes (X) d) Apenas um resumo 5. O que é essencial incluir nos fundamentos jurídicos? a) Opiniões pessoais do advogado b) Dispositivos legais e jurisprudências (X) c) Informações irrelevantes d) Apenas citações de livros 6. A linguagem utilizada em uma petição deve ser: a) Informal b) Técnica e confusa c) Formal e compreensível (X) d) Somente jargões