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Gestão de instituições públicas de
educação
Você vai entender os fundamentos operacionais do cotidiano das escolas públicas, a fim de praticar o
planejamento como forma de aprimoramento do processo de aprendizagem na construção de um sistema
de educação inclusivo.
Profa. Luciane Porto Frazão de Sousa
1. Itens iniciais
Propósito
O conhecimento sobre os fundamentos operacionais do cotidiano das escolas públicas é fundamental para a
execução de um planejamento que promova o processo de aprendizagem de todos os estudantes em um
sistema educacional inclusivo, bem como o diálogo entre as diferentes interfaces do cotidiano escolar.
Objetivos
Reconhecer os conceitos básicos de gestão pública que fundamentam a interlocução administrativo-
pedagógica.
Identificar a estrutura de um sistema educacional inclusivo.
Aplicar estratégias educacionais que potencializem a aprendizagem de todos os estudantes.
Introdução
A discussão sobre as ações efetivas que resultem em práticas inclusivas, para além da formulação de leis e
documentos, vem atravessando o tempo sem fornecer uma luz sobre o que possa estar dificultando o
processo. É comum alguns profissionais indicarem que as estratégias são superficiais e não atingem a
globalidade do contexto educacional. 
Observando os estudos acerca da problemática que dificulta a implementação de uma educação para todos, a
ênfase maior esteve naqueles que enfocam a formação de professores. O professor, por ser considerado o
detentor do processo de ensino-aprendizagem (em sala de aula), era também responsabilizado sozinho pelo
sucesso ou fracasso da educação.
Ao se dialogar sobre os princípios da educação inclusiva, a concepção de escola e sua estrutura para apoiar
esse processo indicam que outros aspectos do cenário escolar devem ser merecedores de atenção. Entre os
diversos agentes pedagógicos que contribuem para o processo de tornar a escola mais inclusiva, o gestor é
uma figura que, ao realizar o intercâmbio entre o sistema educacional e a comunidade educativa, estabelece o
clima da organização escolar.
O gestor apontado precisa ter sua dimensão educativa valorizada. A dimensão educativa corresponde à
característica que deveria associar-se ao caráter administrativo da organização escolar, pois, para a
implementação de propostas que venham acarretar mudanças na escola, a burocratização da função não
pode prevalecer. O caráter educativo do papel do gestor compreende uma atuação que revela a filosofia
educacional, a organização da política pública e as relações entre estudantes e professores e entre
estudantes e estudantes no cotidiano escolar.
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1. Planejando o dia a dia
A gestão no cotidiano escolar
Observe neste vídeo as perguntas sobre comunidade educativa mais frequentes na internet.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Relações do cotidiano escolar
Quando nos debruçamos sobre o cotidiano de uma escola, é muito comum olharmos unicamente para a
relação de aprendizagem que acontece somente entre professores e estudantes. Essa dinâmica, por vezes,
colabora para uma compreensão da escola como palco de uma percepção tradicional de educação. 
Professor que ensina Estudante que aprende
Ao lançarmos um olhar mais profundo sobre as relações que compõem o processo de ensino-aprendizagem,
podemos identificar diferentes atores, assim como mapear funções e atribuições.
A partir dessa percepção das relações cotidianas, uma proposta diferenciada de aprendizagem pode ser
construída.
A aprendizagem não acontece somente quando há livro, papel e um professor ensinando um
conteúdo; a aprendizagem também ocorre na forma como as pessoas se comunicam, no trato com a
comunidade de pertencimento e na funcionalidade do conhecimento partilhado. Por esse motivo,
todas as pessoas/profissionais são importantes para a escola.
Do portão de entrada da escola ao gabinete da gestão, podemos contemplar uma organização do espaço
escolar de modo a operacionalizar os diferentes modelos de aprendizagem e a caracterização dos
instrumentos pedagógicos. Aqui estão exemplos da organização do espaço escolar a partir de 3 pontos de
vista. Confira!
Funções administrativas
Destacam-se o acolhimento aos estudantes e as atribuições de
higienização e manutenção da escola, que ofertam uma ambiência que
traduz a filosofia educacional.
Funções técnico-pedagógicas
Destaca-se a enorme responsabilidade do professor ao traçar as
principais abordagens realizadas ao estudante.
Funções técnico-organizacionais
A figura do gestor emerge de maneira a orquestrar as necessidades da
escola e as metas a serem alcançadas. 
Gestor como agente de integração na escola
O alcance pedagógico da gestão deve estar presente em todos os âmbitos. 
No estabelecimento de políticas, no planejamento e na avaliação.
Na articulação com a comunidade escolar.
Na destinação e alocação de recursos.
No estabelecimento de prioridades.
No respeito à liberdade e à individualidade.
Na defesa dos interesses do coletivo escolar e na defesa das necessidades dos estudantes.
O gerenciamento das políticas de educação demanda uma escola com boa estrutura física e de recursos
humanos, que cria e assegura condições pedagógico-didáticas, organizacionais e operacionais que propiciem
o bom desempenho dos professores em sala de aula, de modo que todos os alunos sejam bem-sucedidos na
aprendizagem escolar.
Certamente, as práticas de gestão são meios para o alcance de um resultado de sucesso na aprendizagem,
porém carregam consigo uma dimensão educativa. A dimensão educativa corresponde ao caráter de atuação
na interlocução entre professores e alunos, propiciando uma mudança de postura e prática a partir do
cotidiano escolar e do conhecimento educacional que fundamenta a prática pedagógica.
A importância da gestão reside no fato de que sua atuação estabelece o tônus da integração na escola. 
Em outras palavras, promove a unidade da ação educativa,
viabilizando o desenvolvimento dos recursos humanos da
escola a fim de que sejam alcançados os objetivos
propostos, numa demanda de diversidade que dê a todos a
oportunidade de obter sucesso em suas trajetórias de
aprendizagem.
O gestor, portanto, configura-se na perspectiva de
coordenação e orientação, provendo esforços para que a
escola disponibilize as melhores situações, tendo como
foco o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e
atitudes nos professores da organização.
Divisão de trabalho dos gestores
Para entender a participação e a divisão de trabalho dos gestores, é preciso conhecer os profissionais que
fazem parte da gestão. Antes, o conceito de gestão na esfera das escolas (públicas ou privadas) abrangia
diversos papéis e funções profissionais, hierarquizando e estratificando as tomadas de decisão, impedindo
uma ação integrada e uma visão do aluno em sua totalidade. Essa postura dos papéis também impedia uma
visão global do espaço escolar, burocratizando a organização da escola.
Veja alguns dos diversos papéis e funções profissionais que faziam parte da gestão. 
Diretor Diretor adunto (ou vice-diretor)
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Supervisor pedagógico Orientador educacional
Coordenador
Segundo Lück (2000), o processo educativo necessitava de uma divisão de trabalho para que as pessoas
pudessem ter um bom desempenho. As funções da administração da escola, da supervisão escolar e da
orientação educacional faziam-se presentes para cumprir esse papel. Na administração, o diretor, com sua
capacidade de liderança, era responsável pela qualidade do ambiente e do clima escolar. Veja o que, segundo
Lück, compete ao diretor!
É possível perceber que, a partir dessa postura, há uma divisão clara de quem administra e de quem se utiliza
dos recursos da escola. Não são mais todas as escolas que apresentam essa divisão de trabalho.
Relatórios e dados para governos
Instrumentos de coleta e análise educacionais
No contexto da instituição escolar, a estruturação com base em princípios, regulamentos e responsabilidades
é fundamental para estabeleceruma base sólida na gestão pedagógica e democrática.
Democracia sugere participação, consciência reflexiva e ação. Essa participação implica oportunizar espaços
para que todos os atores/autores tenham acesso às informações e conhecimentos e para que ocorram
decisões (coletivas) em prol dos direitos de todos.
Administrativamente 
“Organização e articulação de todas as
unidades componentes da escola; controle
dos aspectos materiais e financeiros da escola;
articulação e controle dos recursos humanos;
articulação escola-comunidade; articulação
da escola com o nível superior de
administração do sistema educacional;
formulação de normas, regulamentos e
adoção de medidas condizentes com os
objetivos e princípios propostos; supervisão e
orientação a todos aqueles a quem são
delegadas responsabilidades” (2000, p. 17).
Pedagogicamente 
“Dinamização e assistência aos
membros da escola para que promovam
ações condizentes com os objetivos e
princípios educacionais propostos;
liderança e inspiração no sentido de
enriquecimento desses objetivos e
princípios; promoção de um sistema de
ação integrada e cooperativa;
manutenção de um processo de
comunicação claro e aberto entre os
membros da escola e entre a escola e a
comunidade; estimulação à inovação e
melhoria do processo educacional”
(2000, p. 17-18).
Atenção
Para que sejam tomadas decisões em prol dos direitos de todos, faz-se necessária a consciência
reflexiva — que definimos como processos cognitivos de resolução de conflitos baseados na realidade e
com finalidade para atender plenamente a essa realidade. Essa consciência reflexiva é necessária para
que se propicie o “alargamento” das relações com as informações apresentadas e os rumos cotidianos
que as decisões acarretam. A ação somente acontece como prática se a participação e a consciência
reflexiva forem entendidas para este fim. Caso contrário, os espaços de reflexão acabam por ficar
esvaziados e não retornam à coletividade a ponto de gerar mudanças. 
Perpassando o processo no qual a consciência reflexiva se torna ação e compromete a participação, os
gestores podem traduzir a ação em gestão participativa. Segundo Lück (2000), a gestão participativa é
entendida como forma de envolvimento de todos os agentes escolares, proporcionando a melhoria do espaço
pedagógico. Portanto, os professores, de forma geral, e os gestores (particularmente diretores e
coordenadores pedagógicos) deveriam estar prontos para fazer dos encontros com os aprendizes espaços
para aumentar sua participação no processo educacional e, consequentemente, uma aprendizagem para a
participação, e não adaptação social.
Denominamos adaptação quando basta ao indivíduo acomodar-se ao que já foi estabelecido, sem nenhuma
alteração do cenário.
Instrumentos para monitoramento do processo educacional
Na modelagem de uma gestão participativa, cabe pensarmos nos instrumentos que dialogam com a
comunidade e alinham possibilidades de monitoramento do processo educacional de cada escola.
Em relação à produtividade educacional, o primeiro documento interessante é o projeto político pedagógico
(PPP).
O objetivo do PPP é definir a filosofia, a missão, os valores e as metas de uma instituição de ensino.
O projeto político pedagógico (PPP) é um documento que orienta as ações da escola e estabelece uma
direção clara para o desenvolvimento de suas atividades pedagógicas. Esse documento necessita ter a
participação de todos os atores escolares para que a comunicação possa ser fluida e as metas sejam
alcançadas.
De posse do PPP, a instituição escolar necessita regular como as metas serão alcançadas e o espaço escolar
será gerenciado. Para tanto, o regimento escolar é o documento no qual é registrado todo o funcionamento, a
estrutura, a organização e as normas de uma instituição de ensino. As regras contidas nele regem as esferas:
administrativa, didática, pedagógica e disciplinar da escola. A escola tem autonomia para elencar as
prioridades de cada esfera a ser contida no regimento, lembrando que as instituições públicas devem
compartilhar as orientações mais amplas das esferas governamentais.
Em relação à produtividade educativa, os instrumentos de
monitoramento envolvem o desempenho dos estudantes.
Uma excelente ferramenta é o relatório de desempenho, no
qual o desenvolvimento do relatório deve ser composto por
todas as informações sobre o rendimento do aluno, ou seja,
o que ele alcançou ao longo do ano e também aquilo que
não conseguiu alcançar.
Vale a pena registrar, também, as medidas e intervenções
adotadas para estimular o desenvolvimento do aluno.
Identificar as lacunas no processo significa trabalhar com
evidências concretas, e esse é um recurso ideal para compreender o tempo de desenvolvimento de cada
estudante.
No sistema educacional brasileiro, as avaliações de aprendizagem fazem parte de uma estrutura que tem
como objetivo proporcionar aos agentes educacionais e à sociedade uma visão clara dos resultados dos
processos de ensino e aprendizagem e das condições em que são desenvolvidos. Dentre as avaliações
nacionais de ampla escala e divulgação, estão:
 
Enade
Enem
Saeb
Provinha Brasil
Todas elas são realizadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Orçamento e manutenção na educação pública
Alcance da Base Nacional de Educação
No cerne das políticas públicas, pensar e repensar a dotação orçamentária para cada ação implicará o
planejamento das ações. Dessa forma, o orçamento proporciona aos agentes educacionais e à sociedade uma
visão clara dos resultados dos processos de ensino e aprendizagem e das condições em que são
desenvolvidos.
Segundo a portaria MEC nº 331, de 5 de abril
de 2018, que trata do Programa de Apoio à
Implementação da BNCC, o desenvolvimento
das propostas educativas nas esferas federal,
estaduais e municipais no território nacional
necessita de assistência financeira, assistência
técnica, formação de equipes de supervisão e
acompanhamento das ações e de um plano de
trabalho condizente com a efetividade das
propostas. 
A partir da BNCC, as escolas passam a tratar o
conhecimento ofertado nas instituições como competências, e não como conteúdos hierarquizados por
disciplinas que não traduzem o cotidiano dos estudantes fora do espaço escolar. Tal mudança acarreta
remodelagem curricular, por exemplo.
Tratando-se do currículo escolar, sua funcionalidade é colocada sob análise considerando-se seu objetivo de
ser voltado para o desenvolvimento de competências básicas para a aprendizagem.
Atenção
Mais importante que discutir a pertinência dos objetivos de aprendizagem delineados no texto da BNCC
e sua pertinência nos trajetos formativos é discernir o posicionamento político desse movimento,
compreender seus interesses e avaliar os impactos nos sistemas educacionais. Isso implica considerar
suas consequências na prática docente, na autonomia dos professores, e nas ramificações dessa
decisão para os espaços de diversidade que caracterizam a singularidade brasileira. 
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Falar de BNCC e objetivos de aprendizagem pautados em competências implica lidar com a relação do
currículo com os atores locais, que trazem suas experiências particulares para a formação do sujeito. Caberá
ao gestor escolar pactuar com as secretarias de educação e seus representantes a alocação de recursos a fim
de:
 
Adquirir materiais atualizados com regularidade, que dialoguem com a formação dos estudantes.
 
Ofertar aos professores espaços de formação que contribuam para as reflexões do novo formato
curricular.
 
Ofertar aos professores lugar de fala que legitime as transformações nas práticas docentes.
 
Organizar a estrutura escolar para que as vivências dos estudantes sejam produtivas e compartilhadas em
diferentes grupos.
BNCC e gestão orçamentária
A implantação da BNCC implica diretamente as dinâmicas de gestão das escolas. Sabe-se que, desde a
promulgação da Lei de Diretrizes e Bases de 1996, as escolas gozam de relativa autonomia didático-
pedagógica,autonomia que deve estar refletida nas suas respectivas propostas político-pedagógicas.
Sabe-se também que, desde os anos 1980, as escolas públicas têm investido na formulação e no
desenvolvimento de seus projetos político-pedagógicos com as expectativas de consolidar formas coletivas e
democráticas de gestão e ganhar maior espaço no âmbito das decisões curriculares. Todas essas formulações
desembocam na sala de aula, que interliga docência, ensino e aprendizagem.
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O discurso citado se faz necessário para a compreensão das rubricas de despesas, que são toda e qualquer
verba prevista como despesa em orçamentos públicos e destinada a fins específicos. Confira!
Plano Plurianual
Principal instrumento de planejamento orçamentário de médio prazo do governo federal, esse plano
define as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública federal, contemplando as
despesas de capital (como os investimentos) e outras delas decorrentes, além daquelas relativas aos
programas de duração continuada. O PPA é estabelecido por lei, com vigência de quatro anos, e se
inicia no segundo ano de mandato de um presidente. prolongando-se até o final do primeiro ano do
mandato de seu sucessor.
Lei de Diretrizes Orçamentárias
Estabelece quais serão as metas e prioridades para o ano seguinte. Para isso, fixa o montante de
recursos que o governo pretende economizar; traça regras, vedações e limites para as despesas dos
Poderes; autoriza o aumento das despesas com pessoal; regulamenta as transferências a entes
públicos e privados; disciplina o equilíbrio entre as receitas e as despesas; indica prioridades para os
financiamentos pelos bancos públicos.
Lei Orçamentária Anual
É o orçamento anual propriamente dito. Prevê os orçamentos fiscal, da seguridade social e de
investimentos das estatais. Todos os gastos do governo para o ano seguinte são previstos em detalhe
na LOA, que apresenta também a estimativa da receita e a fixação das despesas do governo. A LOA é
dividida por temas, como saúde, educação e transporte. Prevê também quanto o governo deve
arrecadar para que os gastos programados possam de fato ser executados. Essa arrecadação se dá
por meio dos tributos (impostos, taxas e contribuições). Se for bem feita, a LOA estará em harmonia
com os grandes objetivos e metas estabelecidos pelo PPA.
Programa Dinheiro Direto na Escola
Criado no ano de 1995, atualmente é regido pela Resolução CD/FNDE/MEC nº 15, de 16 de setembro
de 2021. Essa resolução dispõe sobre as orientações para o apoio técnico e financeiro, a fiscalização
e o monitoramento na execução do programa, em cumprimento ao disposto na Lei nº 11.947, de 16 de
junho de 2009. O PDDE tem caráter suplementar e consiste na destinação anual de recursos
financeiros repassados às entidades participantes, cuja finalidade é contribuir para: o provimento das
necessidades prioritárias dos estabelecimentos educacionais beneficiários que concorram para a
garantia de seu funcionamento; a promoção de melhorias em sua infraestrutura física e pedagógica; e
o incentivo da autogestão escolar e do exercício da cidadania, com a participação da comunidade no
controle social.
Fundeb
É um conjunto de 27 fundos (26 estaduais e 1 do Distrito Federal) que serve como mecanismo de
redistribuição de recursos destinados à educação básica. Ele financia todas as etapas da educação,
desde creches, pré-escolas, educação infantil, ensino fundamental, ensino médio até a EJA, com
destaque para a inclusão de alunos em AEE (atendimento educacional especializado), que pode ser
contabilizado duplamente no Fundeb. Importante observar que a educação superior não está inserida
no financiamento do Fundeb. Ele entrou em vigor em janeiro de 2007 e se estendeu até 2020,
conforme previa a Emenda Constitucional nº 53, de 19 de dezembro de 2006, que alterou o art. 60 do
Ato de Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). Com a aprovação da Emenda Constitucional
nº 108, de 26 de agosto de 2020, o Fundeb foi aperfeiçoado e se tornou permanente e, com o Projeto
de Lei nº 4.372, de 27 de agosto de 2020, foi regulamentado.
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
Autarquia federal criada pela Lei nº 5.537, de 21 de novembro de 1968, e alterada pelo Decreto-lei nº
872, de 15 de setembro de 1969, é responsável pela execução de políticas educacionais do Ministério
da Educação (MEC). A grande missão do FNDE é transferir recursos financeiros e prestar assistência
técnica aos estados, municípios e ao Distrito Federal, para garantir uma educação de qualidade a
todos. Os repasses de dinheiro são divididos em constitucionais, automáticos e voluntários
(convênios). Além de inovar o modelo de compras governamentais, os diversos projetos e programas
em execução, com atuação forte e abrangente, fazem do FNDE uma instituição de referência e o
principal órgão de execução de políticas educacionais. 
Instrumentos de inspeção e a Base Nacional de Educação
Assista ao vídeo e confira um quiz para testar os seus conhecimentos. Vamos lá!
Conteúdo interativo
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Verificando o aprendizado
Questão 1
No caso de estudantes que estão matriculados na educação regular da rede pública, que é obrigatória a todas
as crianças a partir dos quatro anos de idade, e, ao mesmo tempo, usufruem do atendimento educacional
especializado (AEE), como deve ser organizada a sistemática educacional que diz respeito aos estudantes
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação em relação ao
orçamento do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb)?
A
Existe o entendimento de que o orçamento e toda a sistemática educacional que diz respeito ao estudante
público-alvo da educação especial devem contar com duas matrículas simultâneas do mesmo educando.
B
Há a compreensão de que o orçamento e toda a sistemática educacional que diz respeito ao estudante
público-alvo da educação especial devem incidir, apenas, com a matrícula única do educando.
C
Sabe-se que o atendimento educacional especializado (AEE) não tem relação direta com a escola regular,
ocorrendo no contraturno e que, portanto, não conta com qualquer auxílio do Fundeb.
D
A legislação que orienta o novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb)
redistribuiu as contribuições e passou a prever que o seu orçamento seja destinado exclusivamente aos
estudantes público-alvo da educação especial.
E
A sistemática orçamentária do novo Fundeb não prevê quaisquer contribuições financeiras à formação dos
estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
A alternativa A está correta.
A partir do entendimento de que, aos estudantes com deficiência, é necessário ofertar estratégias e
materiais diferenciados, que exigem maior aporte de recursos, o desdobramento do Fundeb precisa ser
diferenciado.
Questão 2
Acerca da gestão orçamentária, a partir da implantação da BNCC, podemos afirmar:
 
I – A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é o principal instrumento do governo federal para planejamento
orçamentário de médio prazo. Essa lei define diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal.
 
II – O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) é delimitado, através da fiscalização e do monitoramento,
pela Resolução CD/FNDE/MEC 15/21. Parte da destinação de seus recursos deve promover a autogestão
escolar e o exercício da cidadania.
 
III – O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) tem como principal objetivo, visando garantir
uma educação de qualidade a todos, transferir recursos financeiros e prestar assistência técnica aos estados
e municípios. Já o Distrito Federal não é abarcado pelo FNDE, pois tem legislação orçamentária própria.
 
Das afirmativas anteriores, podemos afirmar que
A
apenas I é verdadeira.
B
apenas II é verdadeira.
C
apenas III é verdadeira.
D
apenas I e II são verdadeiras.
E
apenas I e III são verdadeiras.
A alternativa B está correta.O PDDE tem caráter suplementar e consiste na destinação anual de recursos financeiros. O programa
contribui para: o provimento das necessidades prioritárias dos estabelecimentos educacionais beneficiários
para a garantia de seu funcionamento; a promoção de melhorias em sua infraestrutura; e o incentivo da
autogestão escolar e do exercício da cidadania. A afirmativa I está errada, pois a definição apresentada
refere-se ao Plano Plurianual (PPA). A LDO tem caráter de previsibilidade, com o planejamento de gastos
para ano subsequente. A afirmativa III, embora apresente corretamente a definição do FNDE, está errada
porque exclui o Distrito Federal dessa autarquia.
2. Compromissos da gestão com a inclusão
Organização das demandas e estratégias de inclusão —
diversidade
Neste vídeo, uma professora dialoga com um aluno sobre os desafios da diversidade e sinaliza a relevância
desse percurso. Acompanhe! 
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Cultura e diversidade
A Pós-Modernidade revela o reconhecimento da diversidade cultural dos grupos sociais e da multiplicidade de
dimensões presentes nos indivíduos. Aponta a substituição da lógica utilitarista pela lógica simbólica do
conhecimento e, ao retirar o padrão de sujeito, identifica que as pessoas são diferentes e propõe a
valorização das diferenças.
[…] as pessoas estão sendo ‘libertadas’ […] da sociedade industrial para a turbulência da sociedade de
risco global. Espera-se que elas convivam com uma ampla variedade de riscos globais e pessoas
diferentes e mutuamente contraditórias.
(Beck, 1997, p. 18)
Entender cultura não significa somente acompanhar conhecimentos construídos historicamente e repassados
às gerações, mas também entender a construção de hábitos, costumes, modos de pensar e como isso afeta
os membros dos mais variados grupos sociais. Tal entendimento se conecta à diversidade de manifestações
tanto globais, difundidas tecnologicamente, quanto locais.
Portanto, a diversidade tem origem na apropriação dos processos dos mais variados indivíduos e do(s)
grupo(s) ao(s) qual(s) possam pertencer; situa-se nos processos, e não em uma unidade estática. A
diversidade tem relação com o resultado, não com uma condição dada a priori. Sendo assim, o conhecimento
ofertado pelas relações e a partir delas não é condição de “uso” para um fim previsível, mas o que saber e
como saber vão ter implicações diferentes para grupos diferentes.
O significado de determinadas informações e os seus interesses sofrem interferências pelos sentidos que irão
gerar aos indivíduos. Portanto, um risco é reordenar a valoração do conhecimento de maneira a saber tratá-lo
e entender de que forma ele irá somar-se à bagagem cultural individual.
Outro risco constitui-se na própria identificação das diferenças. Não se pode mais produzir projetos únicos,
pois cada indivíduo se projeta em acordo com sua proposta de sujeito. Em relação à estrutura social, há um
empoderamento crescente dos atores sociais. É o processo de individualização, em que cada um procura
(auto)organizar-se perante os cenários, local ou globalmente, formulados.
Individualização significa, primeiro, a desincorporação, e, segundo, a reincorporação dos modos de vida
da sociedade industrial por outros modos novos, em que os indivíduos devem produzir, representar e
acomodar suas próprias biografias.
(Beck, 1997, p. 24)
Diversidade e inclusão no ambiente escolar
A escola verdadeiramente democrática deve acolher em seu seio, sem gerar exclusão ou discriminação por
insucesso escolar, a enorme diversidade de alunos com seus ritmos e modalidades diferenciados de
aprendizagem. Isso traduz-se em:
 
Ter professores que reconheçam as maneiras como os alunos tratam e desenvolvem seus
conhecimentos.
 
Atrelar metodologias diferenciadas de alunos capazes de acolher as diferenças existentes no espaço
escolar e capacitar os alunos.
 
Tratar a avaliação como suporte para o acompanhamento do processo de ensino aprendizagem e
verificador das barreiras encontradas.
Porém, a escola apresenta como realidade uma avaliação classificatória que hierarquiza os alunos — não em
suas possibilidades, mas através de conhecimento adquirido.
Trata-se de uma formatação metodológica de
ensino que trata os alunos como uma massa
homogênea, na qual aquele que não consegue
apresentar bom desempenho não encontra
apoio no espaço escolar. Sem falar na postura
de grande parte do corpo docente, que, de
forma inflexível e desestimulada, não consegue
estabelecer com seus alunos uma relação que
promova a aprendizagem.
No cotidiano escolar, os agentes educacionais
se encontram mergulhados em dois desafios
básicos: primeiro, legitimar a premissa da escola para todos, principalmente na esfera pública, uma vez que a
organização da instituição pública escolar deve manifestar a garantia de acesso à educação, por meio da
participação plena. Segundo, promover, em um espaço coletivo, um universo de estratégias que atentem para
as diferentes modalidades de aprendizagem, trajetórias, pessoas e objetivos individualizados de vida,
personalizando as ações pedagógicas para cada estudante.
Entendendo o contexto educativo de cada escola, falar de diversidade é falar de grupos de diferenças e
semelhanças que definem pessoas, tornando-as únicas de acordo com etnia, gênero, orientação sexual,
deficiência, religião ou nacionalidade. Para que esse processo seja vivido de forma equitativa, as escolas
podem apresentar filmes e livros, realizar visitas e expor manifestações linguísticas de diferentes origens a fim
de promover diferentes abordagens.
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Planejamento, práticas e suportes para a inclusão de PCD
Acompanhe neste vídeo uma reflexão crítica sobre a inclusão nas escolas. 
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Perspectivas educacionais no entendimento dos sujeitos capacitados
Na cultura inclusiva, todos devem ser convidados a participar de tudo o que o grupo social e seus
equipamentos possam oferecer.
Portanto, a(s) política(s) de inclusão é(são)
voltada(s) — ou deveria(m) voltar-se — para
que todos sejam capazes de capturar o que foi
culturalmente construído, bem como participar
da construção do novo, e se tornarem
cidadãos. Esse processo deve ocorrer seja pela
ação dos próprios indivíduos, seja pelas
adaptações que possam ser necessárias à sua
aprendizagem.
Contudo, há uma lacuna considerável. Trata-se
de uma lacuna entre culturas educacionais e
culturas inclusivas porque a escola ainda faz referência a um pensar em valores voltados a um padrão de
sujeito, legitimado como capaz de aprender o que a escolarização formal tem a oferecer, em detrimento de um
pensar sobre uma escola adequada e adaptada a todo e qualquer tipo de indivíduo, suas particularidades e
necessidades. Partindo desse pressuposto, a escola vivencia duas propostas educacionais. Veja!
O conflito das propostas educacionais pode atrelar-se à própria incerteza social na realização de tarefas para
cada indivíduo inserido no grupo social. Sob o aspecto econômico, o sujeito assume uma postura perante a
própria vida que o impulsiona ao sucesso, tendo um modelo como patamar. Permeando o aspecto cultural, o
sujeito não necessita de um modelo; ele pode expressar-se de acordo com a maneira como sua trajetória
pessoal se constituiu. Há espaço para o indivíduo apresentar o que o torna diferente e se ver valorizado.
Como atrelar duas concepções de sujeito em uma só sociedade? Ou seria essa a real dinâmica da sociedade?
Como a escola propõe a aprendizagem para um grupo de alunos com um tipo de avaliação, uma proposta
curricular e uma metodologia em contraposição a uma proposta que supõe tipos/formas diferentes de avaliar,
metodologias diversificadas e adaptações curriculares?
Isso não é tarefa fácil! 
1 
A proposta educacional que qualifica
alguns indivíduos como sujeitos.
2 
A proposta educacional que tenta
qualificar todos os indivíduos como
sujeitos.
Reflexão
O conceito de acessibilidade deveria estar presentede maneira automática na realidade escolar.
Podemos afirmar que nossas escolas estão prontas para permitir o acesso a todos os alunos,
independentemente de sua condição física? Ou oferecemos condições de igualdade para que o direito
básico de ir e vir seja garantido a todos, ou não podemos falar em educação inclusiva. 
Estratégias pedagógicas para o atendimento da diversidade
Em termos pedagógicos, para lidar com a diversidade, o professor precisa ser capaz de reconhecer as
habilidades de cada estudante, a fim de propor atividades nas quais a mediação promova o intercâmbio
dessas habilidades como suporte à aprendizagem de todos. O professor deve estar atento às modificações
necessárias a fim de apoiar o aluno nas situações em que não houver sucesso, sabendo que tais modificações
poderão ser individuais.
Quanto à escola em sua ação global, o atendimento à diversidade implica uma mudança na perspectiva
educacional, pois não se limita aos estudantes com necessidades educacionais especiais, mas a todos os
estudantes. Na perspectiva da educação inclusiva, a escola atende às diferenças, sem discriminar, sem
estabelecer normas rígidas para planejar, aprender e avaliar.
Assim, uma das implicações da proposta de educação
inclusiva reside em compreender que o respeito está
intrinsecamente ligado às atitudes: ações no ambiente
escolar, onde gestos e olhares podem refletir pensamentos,
ideias, valores e crenças.
Desse modo, o respeito reside na consideração de que as
atitudes, por sua vez, relacionam-se estreitamente com o
modo como interpretamos e definimos as diferenças e com
a representação que fazemos delas.
A ênfase passa a ser, então, nas respostas educativas que
as escolas devem dar no sentido de garantir a participação
social, o exercício pleno dos direitos de cidadania e a
aprendizagem. As respostas das escolas não devem ter um caráter de “maquiagem” às dificuldades
apresentadas, mas providenciar a remoção dos obstáculos à aprendizagem e, consequentemente, focar
estratégias para o alcance desse fim.
No processo de elaboração das estratégias pedagógicas para estudantes com deficiência, o
instrumento Plano Educacional Individualizado (PEI) torna-se um apoio para que os agentes
educacionais promovam a inclusão de fato e de direito. 
A finalidade do PEI é a oferta de uma modelagem de ensino personalizada para os estudantes que necessitam
de atenção e recortes diferenciados:
 
Para o acesso ao currículo escolar, fundamentando-se na caracterização da pessoa de acordo com sua
deficiência, seu conhecimento de mundo e suas habilidades acadêmicas.
 
Na identificação das necessidades educacionais específicas em relação ao desenvolvimento global e à
funcionalidade do currículo.
• 
• 
 
Na elaboração das estratégias que possam permear desde a organização do espaço físico escolar até
a construção de material adaptado.
Na sequência da elaboração das estratégias, nos deparamos com as possibilidades de mediação de
aprendizagem nas quais as tecnologias assistivas são participantes ativas no suporte à cognição, à
comunicação e à mobilidade de estudantes com deficiência.
Planejamento e práticas para inclusão digital
Inovação e metodologias ativas
O desenvolvimento de oportunidades de aprendizagens e participação escolar, capazes de promover no
estudante habilidades e competências que incorrem em capacidade de superação do seu status de excluído,
quando a exclusão se torna real, é objetivo da educação. Dessa forma, determinados componentes da escola
passam a ser discutidos: corpo docente bem preparado profissionalmente, consistência do Projeto Político
Pedagógico, currículo estruturado, experiência dos professores com a metodologia e o manejo da turma,
atenção à aprendizagem dos estudantes, boa prática de avaliação, disponibilidade da equipe, entre outros.
A relação entre a inovação tecnológica e a educação a fim de promover o aprofundamento das
reflexões acerca da inclusão das pessoas com deficiência é um suporte promissor para a construção
de um sistema educacional inclusivo.
Podemos compreender a tecnologia como um produto sociocultural, assim como o é todo conhecimento
sistematizado e construído para ser aplicado à solução de problemas ou à melhoria da vida dos seres
humanos. Desse modo, quando essa utilização é feita com o fim de emancipar o estudante com deficiência,
de torná-lo mais competente para resolver suas limitações e superá-las, ou potencializar suas habilidades,
essa tecnologia é assistiva.
As tecnologias assistivas podem apoiar a ação pedagógica tanto em processos de superação de limitações
sensoriais, motoras, intelectuais e sociais quanto em processos de aprendizagem propriamente ditos. Nesse
processo, a interação proporcionada pelas tecnologias assistivas coloca os estudantes com deficiência em
conexão com o mundo, pois eles conseguem aprender e se comunicar.
Metodologias ativas
Em relação à ação docente mediada pela tecnologia, há uma forma sensivelmente lógica para tratar da relação
dialética inclusão/exclusão/deficiência. Se o professor não tem conhecimento a respeito de quais tecnologias
estão disponíveis para a educação, como poderá reconhecer quais são as aplicabilidades dessas tecnologias
como mediadoras no ensino, na aprendizagem, na reelaboração de conhecimentos existentes e na construção
de novos conhecimentos?
• 
Na sua atuação pedagógica, a opção por um recurso ou ferramenta será o destaque facilitador (ou não) da
participação do estudante com deficiência em determinada situação de aprendizagem.
Mais uma vez, o desafio encontra-se na
formação do professor e no reconhecimento
das ferramentas que ele tem no seu entorno.
Sob a perspectiva da formação, trata-se de
ultrapassar uma conduta de aprendizagem na
qual a concentração do saber esteja na figura
do professor para alinhar uma proposta de
ativismo no e para o processo de aprendizagem
em que o estudante seja o foco.
Nesse contexto, as metodologias ativas são
estratégias de ensino que têm por objetivo
incentivar os estudantes a aprenderem de forma autônoma e participativa, por meio de problemas e situações
reais, realizando tarefas que os estimulem a pensar além, a terem iniciativa, a debaterem, tornando-se
responsáveis pela construção de conhecimento. Nesse modelo de ensino, o professor torna-se coadjuvante
nos processos de ensino e aprendizagem, permitindo que os estudantes sejam protagonistas de seu
aprendizado.
Essa interação é realizada com os objetos de conhecimento proposto e, principalmente, com os pares. Chama
a nossa atenção a importância das interações no processo de aprendizagem do estudante. Além de se
possibilitar ações, trocas entre o sujeito e o objeto de conhecimento, é fundamental possibilitar trocas entre
os sujeitos, promover mediações.
A qualidade das interações é essencial para todos, mas, sobretudo, para aqueles estudantes com deficiência
que passam pelo processo de inclusão. A efetividade desse processo depende das formas de interação/
mediação, e o resultado podem ser êxitos ou fracassos, dependendo da maneira como ele é conduzido. 
Os modernos recursos tecnológico-informacionais, como o computador e a internet, hoje, figuram como os
principais recursos de informação e comunicação. 
As novas tecnologias são muito valorizadas. Cada vez mais
as relações interpessoais são intermediadas por relações
simbólicas midiatizadas, e tanto antigas como novas
tecnologias estão sendo utilizadas para transmissão de
informações em programas educacionais que atendem as
grandes demandas educativas.
Alguns pedagogos encaram as TICs (Tecnologia da
informação e comunicação) com reticência, pois são
tecnologias intelectuais que nos proporcionam novas
formas de armazenamento, processamento e redistribuição
das representações culturais, gerando novos valores, novas formas culturais que conduzem a um novo perfil
de humanidade. Essas tecnologias influem nos processos de subjetivação individuais e coletivos, mas, para
ele, não são determinantes do pensamento.
Como suporte a essas metodologias ativas,valorizando o formato colaborativo no processo de transformação
do ensino, encontramos a tecnologia digital, que pode ser exemplificada pelo(a):
 
Aprendizagem baseada em problemas
Aprendizagem baseada em projetos
Sala de aula invertida
Gamificação
Estudo de caso
Desafios da PCD na educação básica pública
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Confira no vídeo um bate-papo sobre os desafios da PCD e como a inclusão não se faz com uma simples
caneta, mas com ações diárias e atenção dedicada.
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Verificando o aprendizado
Questão 1
O conceito de acessibilidade está vinculado ao direito constitucional de ir e vir, de poder transitar pela
sociedade sem impedimentos físicos e/ou atitudinais. A tradução desse conceito para a esfera educacional
significa que:
A
a acessibilidade não traz nenhuma aplicabilidade para as escolas regulares.
B
a acessibilidade deve envolver a oferta de transporte acessível para que o sujeito com deficiência possa
chegar à escola.
C
as escolas devem apresentar espaços específicos para os sujeitos com deficiência poderem aprender.
D
os alunos com deficiência devem estudar em escolas especiais que tenham melhores recursos.
E
todo aluno tem o direito de transitar pela escola e participar das situações de aprendizagem ofertadas, e,
tratando-se do sujeito com deficiência, esse direito é potencializado pela acessibilidade.
A alternativa E está correta.
O conceito de acessibilidade amplia a visão da reorganização escolar no sentido de ofertar a todos os
alunos oportunidades equânimes, ressaltando recursos potentes para os alunos com deficiência.
Questão 2
As metodologias ativas apresentam-se como uma estratégia fundamental para se pensar uma educação que
valorize a autonomia do aluno no processo de aprendizagem. Tratando-se da condição que a escola deve ter
diante da PCD, ela pode tornar-se ainda mais eficaz na educação inclusiva.
 
Nesse sentido, sobre as metodologias ativas, podemos afirmar:
 
I – Para que ocorra a verdadeira educação inclusiva, mediada por metodologia ativas, é fator de grande
importância que o professor busque conhecer as tecnologias disponíveis nesse processo, para que tal recurso
seja facilitador da aprendizagem.
 
II – As interações, seja entre os objetos de conhecimento, seja entre os pares, são elemento fundamental nas
metodologias ativas, particularmente quando se tratando de educação inclusiva.
 
III – Alguns autores, como Pierre Lévy, veem com reticência o uso das metodologias ativas, em especial
aquelas ligadas à comunicação e à informação, por acreditarem que prejudicam as chamadas tecnologias
intelectuais.
 
Sobre as afirmativas apresentadas, podemos definir que
A
apenas I é verdadeira.
B
apenas II é verdadeira.
C
apenas III é verdadeira.
D
apenas I e II são verdadeiras.
E
apenas I e III são verdadeiras.
A alternativa D está correta.
As metodologia ativas e sua valorização da interação no processo de aprendizagem são fundamentais para
qualquer projeto educativo que vise permitir ao aluno maior autonomia em sua trajetória escolar. Tratando-
se de atividades pedagógicas com PCD, isso fica ainda mais evidente. Muitos autores, como Pierre Lévy —
diferentemente do que nos apresenta a afirmativa III — entendem que tais metodologias, especialmente as
ligadas à comunicação e à informação, podem ser entendidas como tecnologias intelectuais, pois
reestruturam toda relação de autonomia do indivíduo no processo de aprendizagem.
3. Estratégias de planejamento para a aprendizagem
Formas de integração com as famílias
Relação entre família e escola
A educação deveria destinar-se a formar o estudante em múltiplas linguagens, ampliando os espaços
educacionais, incentivando as práticas autônomas de aprendizagem e o desenvolvimento permanente do ser
humano. Da mesma forma, deveria oferecer estratégias tecnológicas de ensino, como os recursos digitais,
tanto àqueles com maior renda e oportunidades de acesso aos recursos tecnológicos modernos quanto aos
que vivem em condições menos favoráveis, ou ainda, aos que vivem em grupos dispersos geograficamente.
As dinâmicas proporcionadas pelo uso das mídias podem garantir um ensino mais flexível e a formação básica
de qualidade, num menor espaço de tempo e atendendo uma ampla demanda de estudantes. Paralelamente
podem ser incorporadas como modelo educativo para a formação em outros níveis e modalidades de ensino,
promovendo a educação permanente dos cidadãos.
Um dos grandes desafios para o educador na
atualidade é ajudar a tornar a informação
significativa, ajudar a escolher as informações
verdadeiramente importantes entre tantas
possibilidades, a compreendê-las de forma
cada vez mais abrangente e profunda e a
torná-las parte do nosso referencial.
O estudante instrumentalizado se verá como
explorador, como pesquisador no universo de
informações, e veremos surgir revalorizadas
novas relações humanas, através da busca,
individual ou coletiva, de soluções para
problemas nunca antes considerados. Assim,
poderemos encontrar possibilidade de soluções inéditas, transpondo o velho muro que separa a escola da
vida cotidiana.
Pelos motivos citados, uma maneira de atuar de forma sustentável é envolver os responsáveis no processo de
aprender por meio da inovação tecnológica. Separamos duas sugestões de abordagens que podem ser
aplicadas com a família dos estudantes. Tome nota!
Sugestão 1
Em um primeiro plano, a escola oferecerá aos responsáveis a
possibilidade de interagir com as ferramentas tecnológicas que circulam
em nossa sociedade como um todo. Transformar a escola num serviço à
comunidade é ação de serviço público voltado para a ampliação dos
canais de aprendizagem. 
Sugestão 2
Um segundo plano para com a família consiste em ofertar aos
responsáveis possibilidades de acompanhar o currículo escolar de seus
filhos e verificar como eles estão atendendo o planejamento escolar, bem
como acompanhar a evolução do desempenho acadêmico. A
gamificação, por exemplo, traz uma abordagem que dialoga com
diferentes gerações e propõe uma participação nos processos de
aprendizagem que aproxima o conhecimento de estudantes e familiares.
Inúmeros são os ganhos de toda a comunidade escolar quando a família é participante dos processos que
envolvem o acompanhamento do processo de ensino-aprendizagem dos estudantes, o acompanhamento da
utilização das verbas públicas, o acolhimento das necessidades escolares e participa das tomadas de
decisões. Daí a importância efetiva da família na chamada vida escolar, por exemplo, por meio dos conselhos
escolares.
A escola necessita compreender que a participação da família não acontece somente quando os responsáveis
são acionados para irem à escola tomar ciência do baixo desempenho escolar de seus filhos. À escola cabe
um planejamento orgânico de atividades que permitam que a família vivencie o seu cotidiano por meio de
ações como o conselho escola-comunidade, que visa ter a representatividade de todos os atores
educacionais a fim de ofertar transparência ao processo educacional.
Uma alternativa, ainda pautada na inovação tecnológica, seria a abertura de laboratórios de informática para a
utilização dos responsáveis como recurso de aprendizagem para eles mesmos, ofertando cursos de
navegação na internet, cursos de Windows e pacote Microsoft e oficinas de games e demais recursos que
possam apoiar novas reformulações de aprendizagem.
Outra prática interessante, que vem tendo
adesão em alguns espaços escolares, é a
escola de pais. Sabendo-se que algumas
situações sociais complexas fazem com que os
estudantes tenham dificuldade de atentar para
os estudos e que alguns familiares não
encontram respostas hábeis para dialogar com
tais situações, a escola de pais torna-se um
lugar para a troca de informações e alternativas
diante dos temas tratados.
Famílias e a escola, o que
esperar?
Confira neste vídeo o que a internet anda falando sobre a questão e que perguntas têm sido propostas. 
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Acompanhamentos e estratégias relativas à evasão escolar
Assista ao vídeo e reflita sobre os desafios da evasão no cotidiano das escolas e as estratégias para evitar
esse processo.
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Vida adulta e educação
Aqui estão os princípios pedagógicos que norteiam o planejamento como instrumento para efetivação da
inclusão. Vamos conhecê-los!
1
Equidade
Assegurar que todos os estudantes se sintam acolhidos e envolvidos em situações de aprendizagem
e desenvolvimento; proporcionar a todos os estudantes experiências escolares significativas de
modo a desenvolver o respeito, a tolerância e o senso de pertencimento social; garantir a cada
estudante oportunidades educativas, independentemente de suas diferenças.
2
Pleno desenvolvimento e aprendizagem
Valorizar o desenvolvimento integral de cada estudante, em seus diferentes aspectos; favorecer as
aprendizagens escolares, fomentar o desenvolvimento de habilidades sociais pertinentes ao
contexto sociocultural; garantir que cada estudante tenha acesso e sucesso nas oportunidades
educacionais.
3
Flexibilização
Proporcionar acesso flexibilizado aos conhecimentos escolares, respeitando sua pertinência e a
relevância e os processos individuais, priorizando o desenvolvimento das habilidades de leitura,
escrita e raciocínio lógico matemático como primeiro passo para outras aprendizagens.
Evitar a evasão escolar faz parte de uma proposta emancipatória em caráter educacional que envolve a
construção de um projeto político-pedagógico que conscientize seus estudantes a se perceberem como
protagonistas e reinventores dos valores da coletividade. Para tanto, o aprendizado cognitivo é fortalecido por
meio das quatro operações matemáticas e pela apropriação do código alfabético que instrumentaliza a leitura
e a escrita.
Um dado de realidade é que, muitas vezes, após ocorrer a evasão, o estudante retoma o processo após algum
tempo afastado do espaço escolar. Uma vez traçada a programação pedagógica para a educação de jovens e
adultos (EJA), a identificação das diferentes vivências dos estudantes se configura como potencial para a
utilização de oportunidades significativas para cada situação de aprendizagem. Podemos elencar situações
domésticas como:
 
Preparo das refeições.
Organização da residência.
Limpeza da residência.
Compra de gêneros alimentícios e produtos de limpeza, em que cada situação traça um itinerário
intelectual que se encontra com o currículo previsto.
No que tange às experiências do mercado de trabalho, tanto no setor formal quanto no informal, é importante
notar que muitos estudantes da EJA precisam contribuir para o sustento de suas famílias, o que pode
influenciar na expansão de seu conhecimento e repertório intelectual.
• 
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• 
• 
Metodologias de ensino e recursos
Outro aspecto interessante na discussão sobre evasão escolar está atrelado às metodologias de ensino e aos
recursos. Em plena era tecnológica, com acesso global a uma rede de informações e conexões, não se trata
mais de discutir se as tecnologias devem ou não ser introduzidas na escola.
Constata-se que, desde a primeira infância até
as faixas etárias mais avançadas, as pessoas
estão cada vez mais em contato com as
tecnologias digitais no seu cotidiano, como
facilitadoras de comunicação, acesso à
informação, redução de custos e danos à
participação social.
Respondendo a esse movimento de respeito à
diversidade e de educação inclusiva, cabe aos
educadores e gestores apropriarem-se de:
 
Metodologias que lhes permitam aprofundar seu conhecimento e desenvolver suas habilidades.
 
Abordagens educacionais que identifiquem as necessidades emergentes da prática pedagógica.
 
Tecnologias que possam ser usadas para assistir os estudantes, auxiliando-os a se desenvolverem,
aprenderem e participarem efetivamente da vida em sociedade.
Ao pensar no papel da educação para o público jovem e adulto, um dos aspectos recai sobre a dificuldade de
terem suas necessidades pedagógicas atendidas ao longo do processo de escolarização, ocasionando
repetições e evasões escolares.
Por conta disso, uma questão premente é a
defasagem idade/ano escolar dentre aqueles
que persistem na continuidade aos estudos,
seja por meio dos segmentos educacionais
lineares, seja por meio do programa de
educação de jovens e adultos.
Para o contexto apresentado, a educação
interventiva é a ação pedagógica que apoia a
construção de ambientes favoráveis do saber,
uma vez que dialoga com espaços de vida e de
trabalho dos estudantes com e sem deficiência
em conjunto com o espaço escolar.
Esse diálogo não se resume a uma aula-passeio ou atividades extraclasse, mas há uma interlocução, por meio
de projetos, com as experiências de vida dos estudantes.
Promoção da cultura da paz
Pacificação da educação
Quando falamos em um projeto político-pedagógico que investe na inclusão, este deve deixar de forma
explícita como trabalhar os conteúdos, como garantir o tempo necessário para que todos aprendam, como
fomentar a cooperação, o diálogo, a solidariedade, a criatividade e o espírito crítico, como propor inovações
tecnológicas e pedagógicas e garantir formas alternativas de avaliação.
Esse projeto político-pedagógico deve refletir uma escola para todos e estar intimamente ligado à palavra 
adaptação, pois, para atingir um desenho universal, temos que basear nossas ações na modificação da tarefa,
do método e do próprio ambiente visando promover a independência e a funcionalidade a partir do momento
em que o indivíduo se acomoda a uma nova situação.
• 
• 
• 
Em uma proposta de ensino colaborativo, os
estudantes vão experimentando vivências que
contribuem para sua formação pessoal, e não
só acadêmica. As interações proporcionadas
pelas situações de aprendizagem fazem com
que os estudantes aprendam a lidar com
diferentes modelos familiares, diferentes
formas de aprender, diferentes formas de ser e
estar no mundo. É um exercício de convivência
coletiva com diferentes gêneros, etnias, credos
e corpos.
Em uma proposta de compreender a diversidade de corpos presentes na sociedade, a aproximação do
conceito de corporeidade perpassa, sobre diferentes aspectos, por vivenciar possibilidades de
autoconhecimento, sendo um ser complexo e único no mundo. Em outras palavras, o sujeito é o único capaz
de testemunhar sua própria existência, mergulhado em uma complexa rede de inter-relações no processo de
construção de sua vivência singular.
Nesse sentido, podemos compreender que estamos imersos em uma complexa teia em que incertezas,
regras, teorias e conceitos buscam maximizar uma aproximação com os comportamentos e atitudes dos seres
humanos. Para tanto, precisamos identificar o primeiro conceito, o conceito de corporeidade, como a ideia de
que corpo é sujeito da cultura, sendo o corpo uma forma de estabelecer relação interpessoal com outro corpo,
e esse mesmo corpo estabelece uma relação interpessoal com o meio em que vive. Dessa forma, o conceito
de corporeidade nos ajuda a identificar o corpo em movimento, pois é através do movimento que podemos
nos situar no mundo.
Ao identificarmos os movimentos corporais nas diferentes inter-relações com os grupos sociais presentes,
apontamos caracterizações diversas para as posturas e atitudes presentes nas relações humanas. A partir das
formas que os corpos podem apresentar, partindo desde um padrão orgânico que envolve a estética dos
corpos até um padrão social que envolve o comportamento, linguagem, é possível observar relações mais ou
menos includentes.
A cultura de paz refere-se a um conjunto de valores, atitudes e comportamentos que rejeitam a
violência e evitam conflitos, visando à promoção do bem-estar, da cooperação e do diálogo. Na
educação, a inserção de uma cultura de paz torna-se essencial, especialmente em contextos em
que conflitos baseados em religião, política ou outros fatores são prevalentes. 
A seguir, iremos explorar como a gestão de escolas públicaspode promover uma cultura de paz por meio de
dois estudos de caso distintos. 
Estudo de caso 1: Zona rural e conflito religioso
Contextualização - Em uma zona rural marcada por conflitos religiosos,
uma diretora de escola pública enfrenta o desafio de criar um ambiente
de aprendizado pacífico e inclusivo.
Intervenção - A diretora iniciou programas de sensibilização, enfatizando
a importância do respeito e do entendimento mútuo entre diferentes
crenças religiosas. Foram organizadas sessões de diálogo inter-religioso,
nas quais os alunos e a comunidade tiveram a oportunidade de aprender
sobre diferentes religiões. A abordagem pedagógica foi enriquecida com
materiais educativos que promovem a tolerância e a coexistência
pacífica.
Resultados - Houve uma redução significativa nos incidentes de conflito
religioso dentro da escola e uma maior aceitação da diversidade religiosa
entre os alunos e a comunidade.
Estudo de caso 2: Conflitos políticos e cultura de paz
pedagógica
Contextualização - Uma escola urbana é palco de intensos conflitos
políticos entre alunos e membros do corpo docente, divididos entre
direita e esquerda, chegando a vias de fato.
Intervenção - A gestão da escola, em parceria com a secretaria de
educação, adotou um conceito pedagógico estruturado para a cultura de
paz. Esse conceito foi desenvolvido com base nas teorias de pedagogos
alemães, espanhóis, ganeses e marroquinos, focando a resolução de
conflitos, o diálogo crítico e a conscientização. Além disso, foram criados
espaços de diálogo onde os alunos e professores puderam discutir
questões políticas de maneira respeitosa e construtiva.
Resultados - A escola experimentou uma transformação positiva em seu
clima, com redução de conflitos políticos e desenvolvimento de uma
comunidade escolar mais colaborativa e respeitosa.
Procedimentos para a adoção da cultura de paz nas escolas
A gestão efetiva de escolas públicas na promoção da cultura de paz é fundamental para criar ambientes de
aprendizado que sejam inclusivos e livres de violência e conflitos. Através de estratégias adaptadas às
necessidades e aos desafios específicos de cada contexto, é possível promover valores de respeito,
cooperação e diálogo crítico, fundamentais para o desenvolvimento de comunidades educacionais
harmoniosas.
A cultura de paz nas escolas é fundamental para promover ambientes de aprendizagem seguros e inclusivos.
No entanto, a incorporação dessa cultura requer um planejamento meticuloso e abordagens multifacetadas.
Observe agora os procedimentos que a gestão de escolas públicas pode adotar para efetivamente
empreender uma cultura de paz.
1º - Diagnóstico inicial
Conduzir, antes de qualquer estratégia, um diagnóstico inicial para identificar a natureza e a extensão
dos conflitos e desafios presentes na comunidade escolar.
2º - Sensibilização e formação de educadores
Treinar os educadores em competências de resolução de conflitos, empatia, comunicação não
violenta e sensibilização para a diversidade.
3º - Desenvolvimento de um currículo inclusivo
Desenvolver e implementar um currículo que valorize a diversidade, promova o respeito mútuo e
inclua conteúdo sobre a cultura de paz.
4º - Fomentar o diálogo e a participação
Criar espaços de diálogo em que estudantes, professores e pais possam expressar suas
preocupações, compartilhar experiências e participar ativamente na tomada de decisões.
5º - Implementação de projetos colaborativos
Encorajar projetos colaborativos entre alunos que promovam valores de cooperação, respeito e
entendimento mútuo.
6º - Mediação de conflitos
Estabelecer protocolos de mediação de conflitos que sejam justos e transparentes, permitindo que
disputas sejam resolvidas de maneira pacífica.
7º - Integração comunitária
Incorporar a comunidade local nos esforços da escola para promover a paz, convidando membros da
comunidade a participar de atividades e eventos escolares.
8º - Monitoramento e avaliação
Estabelecer mecanismos de monitoramento e avaliação para acompanhar o progresso e avaliar a
eficácia das estratégias implementadas.
9º - Adaptar e refinar estratégias
Adaptar e refinar as estratégias conforme necessário para garantir a sustentabilidade dos esforços de
promoção da paz.
Empreender uma cultura de paz em escolas públicas é um processo contínuo que exige comprometimento,
estratégia e adaptação. Através do engajamento de todos os envolvidos, do desenvolvimento de currículos
inclusivos, da formação de educadores e da criação de espaços para diálogo e participação, as escolas
podem se tornar epicentros de paz e respeito.
Construindo uma cultura de paz na escola
Neste vídeo, compreenderemos como a cultura de paz pode mudar momentos críticos na escola e na
sociedade. Assista!
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Verificando o aprendizado
Questão 1
É amplamente difundida a visão de que a aproximação entre as famílias e a escola é fundamental para que os
objetivos da educação e do ensino sejam alcançados. Portanto, a escola precisa pôr em prática ações que
viabilizem a sua integração com as famílias, fortalecendo o princípio de gestão participativa.
 
Uma ação que a escola deve implementar para inserir as famílias em sua gestão participativa é
A
promover a participação das famílias nos conselhos escolares.
B
nomear um grupo de responsáveis para atuar no corpo gestor da escola.
C
fazer, periodicamente, reuniões de caráter informativo com os responsáveis.
D
realizar audiências públicas para discutir as ações de prerrogativa da gestão.
E
realizar festividades na escola.
A alternativa A está correta.
O conselho escolar é uma estratégia para promover a participação da família de forma democrática e em
sintonia com outros atores da escola.
Questão 2
Considerando o papel da educação e da escola nas sociedades contemporâneas, analise as afirmativas a
seguir.
 
I. A educação em direitos humanos não favorece o conhecimento e a valorização da pluralidade cultural.
 
II. A escola deve exercitar o respeito e a tolerância e valorizar a diversidade em suas mais distintas
manifestações.
 
III. A educação é um direito em si mesmo e um meio para acesso a outros direitos.
 
Está correto o que se afirma em
A
somente I.
B
somente II.
C
somente III.
D
somente II e III.
E
somente I e II.
A alternativa E está correta.
Numa promoção de paz nas escolas, a colaboração no fortalecimento de valores humanitários desencadeia
ações positivas na sociedade.
4. Conclusão
Considerações finais
Como vimos, a gestão de uma instituição de ensino envolve diferentes fatores para cumprir sua função
primordial: disponibilizar acesso ao currículo escolar e promover aprendizagem para todos. A escola pública
foi apresentada como um espaço vivo que triangula com as políticas públicas, as culturas de inclusão e as
construções de uma práxis pedagógica assertiva para com todos os estudantes.
No tocante ao alcance das metas, pudemos identificar a organização da escola e quais as atuações dos
profissionais, assim como o necessário mapeamento dos recursos financeiros de âmbitos federal e municipal
que colaboram para o trabalho da escola.
O compromisso da gestão com a aprendizagem de todos os estudantes esteve fundamentado na pauta da
inclusão, salientando estratégias pedagógicas que priorizem os estudantes com deficiência.
E, por fim, o desenvolvimento de uma cultura de paz foi apoiado pela participação da família em diferentes
momentos, a preocupação de movimentar esforços para evitar a evasão escolar e acolher o retorno de
estudantes que desejem retomar seus estudos, não só pela oferta de recursos pedagógicos, mas também
pela solidificação de valores como solidariedade e cooperação.
Explore +
Confira as indicações que separamos especialmente para você!
 
Leia o texto Educar na diversidade, de Cynthia Duk, publicado pelo MEC, e conheça o projeto
coordenado pela Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação do Brasil.
 
Leia ainda Política Nacional de Educação Especialna Perspectiva da Educação Inclusiva, produzido
pelo Ministério da Educação, e conheça os avanços do conhecimento e das lutas sociais na
constituição das políticas públicas promotoras de uma educação de qualidade para todos.
 
Para que o diálogo sobre a temática da gestão da escola pública seja de maior pertencimento, assista ao
vídeo Gestão escolar e confira uma entrevista com o professor Henrique Zaremba da Camara, abordando
aspectos como diversidade, desafios e planejamento escolar como atravessamentos da cultura escolar e
repensados na elaboração das metas educacionais.
Referências
AINSCOW, M. Para o desenvolvimento de práticas inclusivas nas escolas: um guia de gestão. Londres:
Routledge, 1999.
 
BECK, U.; GIDDENS, A; LASH, S. Modernização reflexiva: política, tradição e estética na ordem social moderna.
São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1997.
 
BRASIL. Ministério da Educação. Plano Nacional da Educação. Brasília, DF: MEC, 2000.
 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial:
livro 1/MEC/SEESP. Brasília: Secretaria de Educação Especial, 1994.
 
• 
• 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Conselho Nacional de Educação/Câmara de
Educação Básica. Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica. Brasília, DF: MEC/SEESP,
2001.
 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Projeto Escola Viva: Garantindo o acesso e
a permanência de todos os alunos na escola — alunos com necessidades educacionais especiais. Brasília, DF:
MEC/SEESP, 2000.
 
LÜCK, H. Ação integrada: Administração, supervisão e orientação educacional.17, ed. Rio de Janeiro: Editora
Vozes, 2000.
 
RIO DE JANEIRO. In: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado na internet em: 20 abr. 2007.
	Gestão de instituições públicas de educação
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Objetivos
	Introdução
	1. Planejando o dia a dia
	A gestão no cotidiano escolar
	Conteúdo interativo
	Relações do cotidiano escolar
	Professor que ensina
	Estudante que aprende
	Funções administrativas
	Funções técnico-pedagógicas
	Funções técnico-organizacionais
	Gestor como agente de integração na escola
	Divisão de trabalho dos gestores
	Diretor
	Diretor adunto (ou vice-diretor)
	Supervisor pedagógico
	Orientador educacional
	Coordenador
	Relatórios e dados para governos
	Instrumentos de coleta e análise educacionais
	Atenção
	Instrumentos para monitoramento do processo educacional
	Orçamento e manutenção na educação pública
	Alcance da Base Nacional de Educação
	Atenção
	BNCC e gestão orçamentária
	Plano Plurianual
	Lei de Diretrizes Orçamentárias
	Lei Orçamentária Anual
	Programa Dinheiro Direto na Escola
	Fundeb
	Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
	Instrumentos de inspeção e a Base Nacional de Educação
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	2. Compromissos da gestão com a inclusão
	Organização das demandas e estratégias de inclusão — diversidade
	Conteúdo interativo
	Cultura e diversidade
	Diversidade e inclusão no ambiente escolar
	Planejamento, práticas e suportes para a inclusão de PCD
	Conteúdo interativo
	Perspectivas educacionais no entendimento dos sujeitos
 capacitados
	Reflexão
	Estratégias pedagógicas para o atendimento da diversidade
	Planejamento e práticas para inclusão digital
	Inovação e metodologias ativas
	Metodologias ativas
	Desafios da PCD na educação básica pública
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	3. Estratégias de planejamento para a aprendizagem
	Formas de integração com as famílias
	Relação entre família e escola
	Sugestão 1
	Sugestão 2
	Famílias e a escola, o que esperar?
	Conteúdo interativo
	Acompanhamentos e estratégias relativas à evasão escolar
	Conteúdo interativo
	Vida adulta e educação
	Equidade
	Pleno desenvolvimento e aprendizagem
	Flexibilização
	Metodologias de ensino e recursos
	Promoção da cultura da paz
	Pacificação da educação
	Estudo de caso 1: Zona rural e conflito religioso
	Estudo de caso 2: Conflitos políticos e cultura de paz pedagógica
	Procedimentos para a adoção da cultura de paz nas escolas
	1º - Diagnóstico inicial
	2º - Sensibilização e formação de educadores
	3º - Desenvolvimento de um currículo inclusivo
	4º - Fomentar o diálogo e a participação
	5º - Implementação de projetos colaborativos
	6º - Mediação de conflitos
	7º - Integração comunitária
	8º - Monitoramento e avaliação
	9º - Adaptar e refinar estratégias
	Construindo uma cultura de paz na escola
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	4. Conclusão
	Considerações finais
	Explore +
	Referências

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