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Briny Rangel

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Tecnologia de Informação Plataformas de Previsão de Demanda de Transporte Aéreo
A interseção entre ciência de dados, engenharia de software e economia do transporte configura hoje o núcleo estratégico das companhias aéreas e dos operadores aeroportuários. Plataformas de previsão de demanda de transporte aéreo — entendidas como sistemas integrados de coleta, tratamento, modelagem e distribuição de previsões sobre fluxos de passageiros e carga — evoluíram de ferramentas estatísticas reativas para ecossistemas cognitivos capazes de antecipar comportamentos, estimar incertezas e suportar decisões operacionais em tempo real. Este editorial científico-descritivo analisa os componentes arquitetônicos, as técnicas analíticas predominantes, os desafios metodológicos e os imperativos éticos e organizacionais que definem essas plataformas.
Arquitetura e fontes de dados
Uma plataforma moderna articula múltiplas camadas: ingesta e harmonização de dados (ETL/ELT), armazenamento escalável (data lakes/warehouses), motores analíticos (batch e stream), módulos de explicabilidade e APIs de integração. Fontes heterogêneas alimentam o pipeline: reservas (PSS/GDS), bilhetes emitidos, check-ins, dados de carga, preços, rotas, capacidade (assentos e frequências), condições meteorológicas, indicadores econômicos, eventos locais e globais (p. ex., feiras, feriados), além de sinais não tradicionais como pesquisas online, redes sociais e mobilidade urbana. A qualidade e a latência desses dados moldam a fidelidade das previsões.
Modelagem: do clássico ao neural
Historicamente, modelos ARIMA, decomposição sazonal e regressões múltiplas dominaram a previsão em transporte aéreo. Contudo, o incremento de dados e a necessidade de captura de não linearidades e interdependências espaciais levaram à adoção de métodos de machine learning e deep learning — como gradient boosting (XGBoost, LightGBM), redes neurais recorrentes (LSTM/GRU), Transformers temporais e modelos espaciais-temporais que incorporam grafos (GNNs) para redes de rotas. Abordagens híbridas que combinam modelos estatísticos para sazonalidade e ML para efeitos exógenos têm se mostrado eficazes. A previsão probabilística, via modelos de quantis, bayesianos ou por ensembles estocásticos, tornou-se imprescindível para mensurar risco e orientar decisões de overbooking, precificação dinâmica e despacho de aeronaves.
Feature engineering e causalidade
A construção de variáveis representativas — incorporando elasticidade-preço, lead time de compra, perfil por canal de venda e efeitos de eventos — é tão crítica quanto o algoritmo escolhido. Além disso, a compreensão causal, não apenas correlacional, é essencial: intervenções de política tarifária, mudanças de capacidade ou choques exógenos (p. ex., pandemias, crises geopolíticas) exigem frameworks que permitam simular contrafactuais e medir impacto marginal. Ferramentas de causal inference (diferenças em diferenças, instrumental variables, causal forests) ganham relevância na tomada de decisão estratégica.
Avaliação e explicabilidade
Métricas tradicionais de erro (MAE, RMSE, MAPE) são complementadas por medidas probabilísticas (CRPS) e por KPIs de negócio (receita perdida, custo de cancelamento, ocupação por classe). A explicabilidade técnica e operacional — por meio de SHAP, LIME ou regras contrafactuais — é mandatória para que planners e revenue managers confiem nas recomendações e para atender exigências regulatórias. Transparência sobre incerteza permite decisões conservadoras em cenários de alto risco.
Operacionalização e integração
Plataformas de previsão não existem isoladamente: elas devem integrar-se a sistemas de gestão de receitas, planejamento de rede, despacho de tripulação e operações aeroportuárias. Resposta em tempo real depende de arquiteturas de streaming (Kafka, Flink) e de modelos que suportem atualização contínua (online learning). A adoção de APIs padronizadas e microserviços facilita a implantação em ambientes multinacionais e a reutilização por múltiplas unidades de negócio.
Desafios e riscos
Entre os desafios técnicos estão a heterogeneidade e o viés dos dados, o overfitting em cenários voláteis, e a necessidade de robustez a eventos raros. No âmbito organizacional, a resistência à mudança e a dependência de expertise humano para interpretar resultados podem limitar o valor. Há também riscos éticos e de privacidade: modelagens que inferem perfis comportamentais podem levar à discriminação de passageiros ou à práticas de precificação opacas. Governança de dados, auditorias de modelos e políticas de privacidade são imprescindíveis.
Sustentabilidade e resiliência
Previsões mais acuradas contribuem para eficiência de frota, redução de voos subocupados e otimização de conexões, impactando emissões e custo operacional. Em contrapartida, elas devem incorporar variáveis de curto e longo prazo relacionadas a mudanças climáticas e à volatilidade do mercado. A resiliência dos modelos — capacidade de reagir a choques e relembrar padrões antigos quando apropriado — é uma métrica de sucesso tão relevante quanto a precisão pontual.
Perspectivas futuras
A convergência de modelos multimodais (texto, imagem, séries temporais), o uso de digital twins de rede aérea e a padronização de protocolos de interoperabilidade prometem elevar o nível de tomada de decisão. Entretanto, o sucesso dependerá menos de tecnologia isolada e mais da governança, da integração entre equipes técnicas e comerciais, e da cultura organizacional orientada a experimentação controlada. Plataformas de previsão de demanda, quando concebidas como plataformas de decisão, tornam-se instrumentos centrais na gestão sustentável e resiliente do transporte aéreo.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
1) Quais dados são mais críticos para previsões confiáveis?
Resposta: Reservas históricas, ocupação, preços, capacidade, eventos e dados exógenos (economia, clima). Qualidade e baixa latência são essenciais.
2) Modelos tradicionais ou machine learning — qual escolher?
Resposta: Híbridos. Modelos estatísticos capturam sazonalidade; ML captura não linearidades e efeitos exógenos. Ensembles aumentam robustez.
3) Como tratar eventos extremos (pandemias, greves)?
Resposta: Uso de cenários contrafactuais, transferência de aprendizado, modelos bayesianos e incorporação de fontes alternativas para rápida reavaliação.
4) Que métricas avaliam melhor uma plataforma?
Resposta: MAE/RMSE para precisão, CRPS para previsões probabilísticas e KPIs de negócio (ocupação, receita, custo de irregularidade).
5) Quais são os principais riscos éticos?
Resposta: Viés de dados levando a discriminação, precificação opaca, e falhas de privacidade. Governança e auditoria de modelos são obrigatórias.

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