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Havia uma oficina de placas na rua da cidade que, ao entardecer, parecia um aquário de cores: vinis fluorescentes, rolos de lona, impressoras que cuspiam imagens e um dono, Álvaro, que recitava números como se recitasse poesia. Para ele, a contabilidade não era apenas um expediente; era o mapa secreto que permitia traduzir a matéria prima — tinta, chapa, horas humanas — em negócios que sobrevivessem ao vento das encomendas e às oscilações do mercado.
Na narrativa de uma empresa de comunicação visual, cada job é um pequeno romance: nasce com um briefing, cresce com especificações técnicas, tem personagens — designer, operador de plotter, fornecedor de substrato — e pede um orçamento que contemple alma e custo. A contabilidade, aqui, deve assumir dois papéis: o do contador como arquiteto fiscal e o do analista como um velho capitão, guiando o fluxo de caixa por águas que mudam de maré.
Tecnicamente, o ponto de partida é o reconhecimento correto da receita: distinção entre prestação de serviço e venda de mercadoria. Muitas oficinas fazem ambos: projetam e instalam (serviço), vendem placas prontas e materiais (mercadoria). A emissão de nota fiscal apropriada — NFS-e para serviços, NF-e para mercadorias — define bases tributárias distintas (ISS versus ICMS), influenciando regimes de apuração (Simples Nacional, Lucro Presumido, Lucro Real). A escolha do regime é estratégica; altera a carga tributária, obriga a escrituração diversa e modifica obrigações acessórias.
O coração operacional pulsa no controle de estoque e na apuração do custo dos jobs. Insumos como vinis, tintas, perfis de alumínio e chapas compõem o estoque de matéria-prima; há ainda peças em processo, sobressalentes e produtos acabados. Recomenda-se sistema de custeio que permita rastrear a composição do custo por job: ficha técnica (BOM), horas de máquina, mão de obra direta, e rateio dos custos indiretos (energia, aluguel, depreciação de plotters). A depreciação de equipamentos é essencial — impressoras e cortadoras são ativos imobilizados cujo custo deve ser apropriado ao longo da vida útil para refletir desgaste e subsidiar decisões de manutenção ou troca.
Fluxo de caixa é a narrativa prática: prazo de pagamento a fornecedores, prazo de recebimento dos clientes, antecipação de recebíveis e capital de giro. A contabilidade gerencial fornece indicadores para cortar ou regar investimentos: margem de contribuição por job, markup adequado (considerando impostos e riscos), DSO (days sales outstanding) e giro de estoque. A provisão para devedores duvidosos protege o resultado; retenções de tributos na fonte e obrigações trabalhistas — FGTS, INSS, 13º, férias — impactam a liquidez e exigem planejamento.
No plano fiscal, há sutilezas: serviços de comunicação visual podem sofrer retenções de ISS por tomador e implicar no recolhimento de PIS/COFINS e CSLL conforme o regime tributário. Se a empresa comercializa material impresso, pode incidir ICMS. O contador, além de quantificar tributos, atua na conformidade: emissão correta das notas, escrituração digital e envios de obrigações como SPED Fiscal e EFD Contribuições quando aplicáveis.
A narrativa se adensaria se falássemos de contratos de subcontratação — quando se terceiriza impressão ou instalação — que exigem controle rigoroso de custos e provisões para garantia. Garantias e retrabalhos são causas frequentes de erosão da margem; reservar provisão e registrar ordens de serviço detalhadas minimiza surpresas. Sistemas ERP ou mesmo planilhas bem desenhadas que integrem OS, estoque, financeiro e faturamento transformam a contabilidade de um relato pitoresco em instrumento de previsibilidade.
A estética do negócio convive com a técnica: a formação de preço precisa integrar custo direto, rateio de custos indiretos, tributos e margem desejada; o desconto concedido deve calcular-se não por impulso, mas por análise de lucratividade por job. Indicadores de performance — margem bruta, margem por projeto, DSO, ciclo financeiro — funcionam como métricas de qualidade para um gestor que, como Álvaro, queira virar noite sem perder o rumo.
Ao fechar o livro no fim do mês, a contabilidade fornece o espelho: demonstrações como balanço e DRE dizem onde a oficina ganhou ou perdeu fôlego, se o capital de giro é suficiente para temporada de encomendas ou se é preciso renegociar contratos. Mas o conto não termina ali: a contabilidade preventiva, com planejamento tributário lícito e gestão de riscos, abre caminhos para expansão — aquisição de equipamentos, contratação de equipe criativa, entrada em novos mercados.
Assim, a contabilidade em empresas de comunicação visual é, ao mesmo tempo, poesia técnica e mapa operacional. É a voz que traduz em números a dança das cores, o compasso das máquinas e a arte do atendimento, para que o ofício resista, prospere e continue a colorir fachadas e histórias.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
1) Quais tributos são mais relevantes para comunicação visual?
Resposta: ISS (serviços), ICMS (venda de mercadorias), PIS/COFINS, IRPJ/CSLL conforme regime; encargos trabalhistas também pesam.
2) Como precificar um job corretamente?
Resposta: Calcular custo direto (materiais, mão de obra), ratear indiretos, incluir tributos, margem desejada e risco de retrabalho.
3) Inventário e controle de estoque: dicas práticas?
Resposta: Fichas técnicas por produto, código de lote, reordem mínimo, contagem cíclica e integração com OS/ERP.
4) Qual regime tributário escolher?
Resposta: Depende do faturamento, margem e perfil (mais serviço ou venda). Simples para simplicidade; analisar simulações com contador.
5) Como reduzir riscos financeiros?
Resposta: Planejar fluxo de caixa, prazo de recebimento alinhado ao fornecedor, provisão para inadimplência e precificação com margem de segurança.

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