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Meio Ambiente Artificial - Trabalho

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Meio Ambiente Artificial
O meio ambiente artificial é o construído ou alterado pelo ser humano, sendo constituído pelos edifícios urbanos, que são os espaços públicos fechados, e pelos equipamentos comunitários, que são os espaços públicos abertos, como as ruas, as praças e as áreas verdes. Embora esteja mais relacionado ao conceito de cidade o conceito de meio ambiente artificial abarca também a zona rural, referindo-se simplesmente aos espaços habitáveis, visto que nele os espaços naturais cedem lugar ou se integram às edificações urbanas artificiais.
O patrimônio artificial possui relevância tão extremada, que seu estudo e disciplina ultrapassam os limites do Direito Ambiental e se alocam juntamente com outro ramo da ciência jurídica, o Direito Urbanístico.
De fato, o ambiente urbano comporta uma série de relações que precisam estar em efetivo equilibro para que a ordem se mantenha e todos seus elementos ajam dentro do papel esperado. Diferente dos ecossistemas naturais, o ambiente urbano não é capaz de absorver seus próprios resíduos, nem tampouco de existir sem afetar o meio ao seu redor.
Com o intenso processo de urbanização brasileira surgiram várias dificuldades que não foram corretamente enfrentados pela política pública de ordem e planejamento do espaço urbano.
 Os mencionados problemas se respaldam quanto à migração da população rural para as cidades e, consequentemente, ocasionando especulação imobiliária, tendo em vista o grande número de pessoas que passaram a buscar meios de acesso à moradia que não eram atendidos pelos serviços públicos, como por exemplo, áreas periféricas, irregulares e sujeitas a problemas de riscos ambientais. Assim, criou-se um quadro em que as cidades brasileiras passavam a terem seus territórios divididos em uma área legal (atendiam os padrões da legislação) e outra ilegal (não abrangiam planos públicos).
Diante desta problemática, surge a necessidade do Poder Público regularizar uma legislação urbanística, com princípios e regras próprias. A partir daí o Direito ambiental artificial foi incluído na atual Constituição Federal Brasileira em um capítulo específico que trata de normas urbanísticas, em seus artigos 182 e 183.
Ferramentas do Operador do Direito:
- CF/88 (art. 182, 183, art. 21 inc. XX);
- Estatuto das Cidades (Lei ordinária no: 10.257/01);
- Plano Diretor (Obrigatório nas cidades com mais de 20 mil habitantes);
- Lei 12.608/12 (Institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil e autoriza a criação do Cadastro Nacional de municípios com área suscetíveis à ocorrência de deslizamento de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos);
- Lei 12.587/12 (Política Nacional de Mobilidade Urbana);
- Lei 12.836/13 (Padrões e uso de tecnologia que reduzam impactos ambientais e promova economia de recursos minerais;
CF/88. Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
§ 1º - O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§ 3º - As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I- parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
CF/88. Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1º - O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2º - Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
§ 3º - Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
	jus aquisição de propriedade imóvel pela posse prolongada, tranquila e sem interrupção, durante o prazo legal estabelecido para a prescrição aquisitiva.
Art. 21. Compete à União:
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos;
Função social - Imóvel Urbano x Imóvel Rural
Ao contrário da propriedade rural, a Lei Maior não definiu diretamente os requisitos para que a propriedade urbana atenda a sua Função social, apenas diz que será alcançada quando respeitar às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Função social no imóvel rural
CF/88. Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I – aproveitamento racional e adequado;
II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos seus trabalhadores.
E a função social na propriedade Urbana? Como se cumpre?
Para se aferir se determinada propriedade urbana cumpre ou não a sua função social, é indispensável que seja analisado se o plano diretor municipal vem sendo respeitado pelo proprietário.
Caso o proprietário de área urbana incluída do plano diretor não a utilize conforme a Função Social, ou seja, em descumprimento ao plano diretor, poderá o município exigir o adequado aproveitamento mediante lei específica, sob pena da adoção sucessiva das seguintes medidas, previstas no §4.o, do art. 182, CRFB.
I – parcelamento ou edificação compulsórios;
II – IPTU progressivo no tempo pelo prazo de cinco anos consecutivos, vedada a concessão de isenções ou de anistia relativa à tributação progressiva;
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública, com prazo de resgate de até 10 anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas.
O Estatuto das Cidades – Lei nº: 10.257/01 
Estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.
Entre outras diretrizes gerais, a política urbana busca implementar a sustentabilidade das cidades, entendida como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações.
O Estatuto das cidades (Lei 10.257/01) ampliou o rol das cidades que são obrigadas a constituírem um Plano Diretor, além daquelas com mais de 20 mil habitantes:
- Cidades integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas;
- Onde o Poder Público Municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no § 4.o do art. 182 da CF/88;
- Integrantes de áreas de especial interesse turístico;
- Inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto regional ou nacional;
- Incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grandeimpacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos;
Na elaboração pelos Munícipio do seu Plano Diretor deverão ser promovidos audiências públicas e debates com a participação da população e de associações que representem a comunidade, garantidos a publicidade e o acesso às informações 
A Lei municipal que aprovar o Plano Diretor deverá ser revista, pelo menos, a cada dez anos.
Fixa o conteúdo mínimo de um Plano Diretor;
O Plano Diretor deve regular o direito de preempção, outorga onerosa do direito de construir, operações urbanas consorciadas, sistema de acompanhamento e controle.
Conhecendo o Estatuto das Cidades
Art 4o lista uma série de instrumentos que poderão ser utilizados, além do plano diretor, como o: zoneamento ambiental, o tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano, a instituição de unidades de conservação, o estudo prévio de impacto ambiental (EIA) e o estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV).
Usucapião Coletiva
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1º - O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2º - Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
§ 3º - Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Essa modalidade de aquisição da propriedade é dirigida à população de baixa renda, como menciona a lei, embora esta não defina o que se entende por baixa renda. A definição ficará por conta do juiz no caso concreto. O estatuto menciona também que pode haver soma de posses, para o prazo ser atingido, desde que ambas as posses sejam contínuas (artigo 10, parágrafo 1º).
Mesmo que a ação de usucapião coletivo tenha sido proposta por uma associação de moradores como menciona a lei, há necessidade de identificá-los, pois de outro modo não há como se constituir o condomínio. Interessante apontar, como anotado, que a sentença que declarar o usucapião coletivo não identificará a área de cada possuidor, porque institui um condomínio indivisível. Quando se tratar de região urbanizada, porém, é conveniente que sejam descritas as vias públicas e logradouros.
O Estatuto da Cidade, para garantia do direito a cidades sustentáveis, prescreveu as seguintes diretrizes:
I - Direito à terra urbana: distribuição dos habitantes em determinado espaço territorial e a forma que serão distribuídos;
II - Direito à moradia: direito a espaço delimitado (específico) de conforto e respeito as regras constitucionais de intimidade;
III - Direito ao saneamento ambiental: vinculo o ente federativo a assegurar as condições mínimos para garantir a saúde dos habitantes da cidade;
IV - Direito à infraestrutura urbana: reflete “direito material metaindividual organizado a partir da tutela jurídica do meio ambiente artificial, revele a necessidade de uma ‘gerência’ da cidade por parte do Poder Público municipal vinculada a planejamento previamente discutido não só com o Poder Legislativo mas com a população, com a utilização dos instrumentos que garantem a gestão democrática das cidades, explicados nos arts. 43 e 45 do Estatuto da Cidade exatamente no sentido de integrar juridicamente as cidades ao Estado Democrático de Direito
V - Direito ao transporte: reflete os meios necessários para livre circulação da pessoa humana dentro do perímetro municipal;
VI - Direito aos serviços públicos: humanização e isonomia na prestação de serviços públicos;
VII - Direito ao trabalho: espelho nas prescrições do art. 6º da CF (piso vital mínimo);
VIII-Direito ao lazer;
1. (Juiz do Estado da Bahia 2012/CESPE) Em relação à política urbana, assinale certa ou errado
a) O plano diretor é obrigatório para cidades com mais de 20 mil habitantes e para aquelas que integrem áreas de especial interesse turístico, entre outras situações definidas em lei.
B) O Estatuto da Cidade é norma federal que fixa diretrizes gerais para a política de desenvolvimento urbano, cuja execução, conforme repartição constitucional de competências, cabe aos estados.
C) A lei que instituir o plano diretor, instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana, só poderá ser revista depois de decorridos cinco anos da sua promulgação, a fim de evitar pressões de especulação imobiliária.

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