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Adote regras claras e implemente rotinas rígidas: essa é a primeira lei da contabilidade de franquias. Estruture o plano contábil com a mesma disciplina com que se organiza uma unidade franqueada; registre receitas, custos e obrigações de forma segregada e rastreável; padronize procedimentos para que cada relatório reflita a realidade operacional e jurídica do sistema. Aponte desde já a tese que sustento: a contabilidade bem desenhada não é custo — é instrumento estratégico que assegura conformidade, previne litígios e orienta decisões de crescimento.
Defina responsabilidades: determine o que cabe ao franqueador e ao franqueado. Explique e documente contratos, taxas iniciais, royalties, publicidade e repasses. Classifique corretamente as receitas: as taxas iniciais recebidas pelo franqueador costumam configurar contraprestação por serviços futuros ou reconhecimento de uma licença. Registre-as segundo o CPC (normas brasileiras alinhadas ao IFRS): diferencie o reconhecimento imediato do diferimento quando houver obrigações de desempenho a serem cumpridas. Assim, evite reconhecimento prematuro que inflará resultados e conduzirá a ajustes contábeis posteriores.
Implemente controles sobre royalties e faturamento. Determine prazo e base de cálculo — percentual sobre vendas brutas ou valor fixo — e exija relatórios padronizados das unidades. Crie sistemas de conciliação entre notas fiscais emitidas, extratos bancários e declarações de franqueados. Requeira documentos de suporte: relatórios de PDV, folhas de pagamento, comprovantes de compras e notas fiscais de fornecedores. Audite com periodicidade adequada: auditorias internas rotativas reduzem risco de inconsistências e fortalecem a confiança mútua.
Registre ativos intangíveis com critério. Para o franqueado, despesas com aquisição de direitos e treinamentos podem compor ativo intangível e ser amortizadas conforme vida útil estimada; para o franqueador, marcas e know-how já desenvolvidos possuem tratamento contábil distinto. Adote políticas de avaliação e impairment: revise anualmente o valor recuperável de ativos intangíveis, pois a franqueabilidade é dependente de performance econômica e mudanças no mercado. Use critérios objetivos para estimar vida útil e documente as premissas.
Controle o fluxo de caixa e o balanço de pagamentos. Mantenha provisões para tributos, contribuições sociais, provisões trabalhistas e contingências legais. No Brasil, observe a incidência de tributos federais, estaduais e municipais sobre cada fluxo: royalties, serviços e venda de mercadorias podem ter tratamentos fiscais distintos (ISS, PIS/COFINS, ICMS, IRPJ/CSLL). Consulte rotinas tributárias e, quando necessário, assessore-se com especialista para evitar autuações. Registre provisões com conservadorismo e reveja estimativas periodicamente.
Padronize relatórios gerenciais. Exija das unidades indicadores de margem por produto, ticket médio, break-even, tempo de retorno de investimento e encargos corporativos. Converta dados contábeis em inteligência: use balanço e DRE não apenas como obrigação, mas como painel estratégico para identificar unidades deficitárias, oportunidades de redução de custos e necessidade de suporte operacional. Integre contabilidade, financeiro e operações em reuniões periódicas para alinhar números e ações.
Implemente controles internos robustos. Separe funções críticas — geração de vendas, conciliação bancária e aprovação de pagamentos — e documente fluxos. Treine franqueados sobre obrigatoriedade de emissão fiscal e conservação de documentos. Estabeleça cláusulas contratuais que permitam ao franqueador auditar livros e sistemas; contudo, respeite direitos e privacidade, mantendo relações de governança e transparência, não de controle absoluto.
Adote tecnologia. Utilize ERPs que permitam consolidação de dados por franqueado, automatização de lançamentos e geração de demonstrativos padronizados. Automatize o cálculo de royalties e repasses publicitários. A tecnologia reduz erros manuais, acelera fechamentos e possibilita análises em tempo real — fator decisivo para tomada de decisão em rede.
Argumente a favor da ética contábil: a transparência reforça a marca. Franquias baseadas em práticas contábeis obscuras enfrentam risco de desgaste reputacional, perda de franqueados e dificuldades de financiamento. Por outro lado, redes com contabilidade consistente atraem investidores, facilitam expansão e sustentam valuation adequados. Portanto, invista em governança corporativa, em descrições claras de responsabilidades e em auditorias independentes quando o crescimento requerer capital externo.
Conclua implementando um ciclo contínuo de melhoria: planeje, execute, verifique e ajuste. Produza políticas escritas — política de receitas, política de ativos intangíveis, política de provisões — e atualize-as conforme normas contábeis e mudanças legislativas. Considere a contabilidade de franquias como mapa que orienta a travessia do negócio: quem lê e segue o mapa chega ao destino com menos desgaste e mais segurança. Faça da contabilidade uma bússola e da disciplina contábil a arquitetura da expansão.
PERGUNTAS E RESPOSTAS:
1) Como reconhecer a taxa inicial paga pelo franqueado?
R: Avalie se representa obrigação futura do franqueador; se sim, diferir e reconhecer à medida que o serviço é prestado; se não, reconhecer imediatamente conforme CPC/IFRS.
2) Royalties são receita imediata?
R: Reconheça royalties por competência, conforme vendas reportadas; registre como receita recorrente do franqueador no período a que se referem.
3) Como tratar despesas de abertura do franqueado?
R: Capitalize como ativo intangível quando gerar benefícios futuros comprováveis; caso contrário, deduza como despesa operacional.
4) Que controles reduzem fraudes em franquias?
R: Separe funções, concilie vendas x depósitos, audite periodicamente, padronize relatórios e use sistemas integrados para trilha de auditoria.
5) Quais normas contábeis aplicar no Brasil?
R: Aplique CPCs alinhados ao IFRS (ex.: CPC sobre receitas e intangíveis) e observe legislação tributária local; busque assessoramento especializado quando necessário.