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MINISTÉRIO DA SAÚDE CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL VIGILÂNCIA E CONTROLE DE ZOONOSES, ARBOVIROSES E COMBATE A ANIMAIS PEÇONHENTOS Brasília - DF 2025 MINISTÉRIO DA SAÚDE CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL VIGILÂNCIA E CONTROLE DE ZOONOSES, ARBOVIROSES E COMBATE A ANIMAIS PEÇONHENTOS Brasília - DF 2025 Tiragem: 2ª edição –2025 – versão eletrônica 2025 Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Elaboração, distribuição e informações: MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde Departamento de Gestão da Educação na Saúde Coordenação-Geral de Ações Estratégicas de Educação na Saúde Esplanada dos Ministérios Bloco O, 9º andar CEP: 70052-900 – Brasília/DF Tel.: (61) 3315-2596 E-mail: sgtes@saude.gov.br Secretaria de Atenção Primária à Saúde Departamento de Saúde da Família Esplanada dos Ministérios Bloco G, 7º andar CEP: 70058-90 – Brasília/DF Tel.: (61) 3315-9044/9096 E-mail: aps@saude.gov.br Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) SRTVN 701, Via W5 Norte, lote D, Edifício PO 700, 7º andar CEP: 70719-040 – Brasília/DF Tel.: (61) 3315.3874 E-mail: svsa@saude.gov.br CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE - CONASEMS Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Anexo B, Sala 144 Zona Cívico-Administrativo CEP: 70058-900 – Brasília/DF Tel.: (61) 3022-8900 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Av. Paulo Gama, 110 - Bairro Farroupilha CEP: 90040-060 – Porto Alegre/RS Tel.: (51) 3308-6000 Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte. Coordenação-geral: Cristiane Martins Pantaleão – CONASEMS Érika Rodrigues de Almeida - SGTES/MS Fabiano Ribeiro dos Santos - SGTES/MS Felipe Proenço de Oliveira - SGTES/MS Hisham Mohamad Hamida – CONASEMS Luciana Barcellos Teixeira – UFRGS Organização: Núcleo Pedagógico do Conasems Coordenação técnica e pedagógica: Andréa Fachel Leal - UFRGS Carmen Lucia Mottin Duro - UFRGS Diego Gnatta - UFRGS Diogo Pilger - UFRGS Fabiana Schneider Pires - UFRGS Kelly Cristina Santana - CONASEMS Luis Carlos Nunes Vieira de Vieira - SGTES/MS Marilise de Oliveira Mesquita - UFRGS Marta de Sousa Lima - CONASEMS Patricia da Silva Campos - CONASEMS Valdívia França Marçal - CONASEMS Elaboração de conteúdo -1ª edição: Débora Cristina Modesto Barbosa Revisão de conteúdo - 2ª edição: Layana Pachêco de Araújo Albuquerque Revisão técnica: Andréa Fachel Leal – UFRGS Diogo Pilger – UFRGS Luis Carlos Nunes Vieira de Vieira - SGTES/MS Michelle Leite da Silva – SAPS/MS Patricia da Silva Campos – CONASEMS Ranieri Flávio Viana de Sousa – SVSA/MS Designer educacional: Alexandra da Silva Gusmão – CONASEMS Gustavo Henrique Faria Barra – CONASEMS Diagramação e projeto gráfico: Aidan Bruno - CONASEMS Alexandre Itabayana - CONASEMS Caroline Boaventura - CONASEMS Icaro Duarte - CONASEMS Lucas Mendonça - CONASEMS Ygor Baeta Lourenço – CONASEMS Wellington Tadeu Aparecido Silva – CONASEMS A coleção institucional do Programa Mais Saúde com Agente pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: http://bvsms.saude.gov.br Ficha Catalográfica Brasil. Ministério da Saúde. Vigilância e controle de doenças transmitidas por vetores, zoonoses, e combate a animais peçonhentos [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. – Brasília: Ministério da Saúde, 2025. xxxx p. : il. - (Programa Mais Saúde com Agente; E-book 27). Modo de acesso: World Wide Web: Incluir link ISBN xxxxxxxxxxxx 1. Sistema Único de Saúde - SUS. 2. PNAB e Redes de Atenção. 3. Política Nacional de Vigilância em Saúde. I. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. II. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. III. Título. Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS xxxxxxxxx Título para indexação: Healthcare agent workers' Fundamentals CDU xxx Colaboração: Aline Ale Beraldo-SVSA/MS Ana Carolina Mota de Faria - SVSA/MS Ana Julia Silva e Alves - SVSA/MS Daniela Riva Knauth - UFRGS Darwin Renne Florencio Cardodo -SVSA/MS Demetrius Brito Viana - SVSA/MS Dennys de Souza Mourão - SVSA/MS Diego Gnatta - UFRGS Eliane Ignotti - SVSA/MS Etna de Jesus Leal - SVSA/MS Flávio Santos Dourado - SVSA/MS Gabriela Porto Marques - SVSA/MS Geovani San Miguel Nascimento -SVSA/MS Gilberto Gilmar Moresco -SVSA/MS Jaqueline Martins -SVSA/MS Kauara Brito Campos -SVSA/MS Lanusa Gomes Ferreira - SGTES/MS Lidsy Ximenes Fonseca - SVSA/MS Lucas Edel Donato -SVSA/MS Lúcia Regina Montebello Pereira -SVSA/MS Natiela Beatriz de Oliveira -SVSA/MS Matheus Santos Melo-SVSA/MS Marília Lavocat Nunes -SVSA/MS Mércia Sindeaux Frutuoso -SVSA/MS Priscilla Costa de Bogado-SVSA/MS Ciodaro-SVSA/MS Rafaella Albuquerque e Silva-SVSA/MS Rejane Teles Bastos – SGTES/MS Rosângela Treichel S. Surita – CONASEMS Swamy Lima Palmeira-SVSA/MS Assessoria executiva: Conexões Consultoria em Saúde Ltda Coordenação de desenvolvimento gráfico: Cristina Perrone – CONASEMS Revisão linguística: Roberta Ker Elias Aline Ferreira de Almeida Fotografias e ilustrações: Biblioteca do Banco de Imagens do Conasems Imagens: Envato Freepik Normalização: Luciana Cerqueira Brito – Editora MS/CGDI Valéria Gameleira da Mota – Editora MS/CGDI 4 QR CODE Sempre que surgir o QR CODE, aponte a câmera de seu celular para acessar o conteúdo. Você também pode clicar sobre ele com o botão direito do mouse para abrir em uma nova aba ou navegador. COMO NAVEGAR NESTE E-BOOK Antes de iniciar a leitura do material, veja, aqui, algumas dicas para aproveitar ao máximo os recursos disponíveis. SUMÁRIO: uma forma rápida e fácil de acessar os capítulos. Quer retornar à lista do sumário? Basta clicar no ícone no canto superior da página. OLÁ, AGENTE! Este é o seu e-book da disciplina Vigilância e controle de zoonoses, arboviroses e combate a animais peçonhentos. Aqui, você vai refletir sobre temas muito importantes para a saúde da população, como a fonte de infecção, a forma de transmissão, os vetores principais e, claro, as ações de prevenção e controle. Nesse cenário, a Vigilância em Saúde e o estudo das zoonoses ganham destaque. A proposta é integrar diferentes saberes, setores e conhecimentos profissionais para construir estratégias que ajudem a prevenir e controlar doenças e agravos que afetam a saúde pública, ou seja, esse é um trabalho em conjunto! Além disso, você verá que essas ações ficam ainda mais eficazes quando são feitas de forma articulada, envolvendo outros setores e saberes profissionais com uma visão ampliada, em uma perspectiva da abordagem de Uma Só Saúde, proporcionando um olhar ampliado para os problemas de saúde e estratégias mais assertivas para a solução e a antecipação de intervenções que reduzem problemas evitáveis. Para alcançarmos esse patamar de reflexão, resgataremos alguns conceitos já trabalhados aqui no curso. Vamos abordar as doenças e os agravos, sendo a doença entendida como enfermidade ou estado clínico, podendo representar um dano significativo para os seres humanos. Algumas dessas doenças que são transmitidas entre animais e pessoas são chamadas de zoonoses. Portanto, vamos estudar as interações mais relevantes entre o espaço geográfico (território), as principais doenças e seus vetores e hospedeiros, visando compreender melhor a ocorrência e os riscos dessas doenças e agravos junto à comunidade. A disciplina está organizada em sete temas, com foco nas zoonoses de relevância para a Saúde Pública e nos principaismembro da família Flaviviridae, mais especificamente do gênero Flavivirus, o mesmo gênero dos vírus da Dengue, da Febre Amarela e da Zika, mas tem como vetor, principalmente, os mosquitos do gênero Culex (pernilongo), apesar de existirem outros gêneros também infectados. Culex é um vetor de grande densidade nacional, potencializando, assim, o contágio e transmissão. A FNO apresenta várias linhagens, mas apenas os vírus das linhagens 1 e 2 foram associados a surtos significativos em humanos. 67 68 “A linhagem 1 é subdividida em três sublinhagens, incluindo: Sublinhagem 1a, abrangendo os isolados africanos, europeus, americanos e do Oriente Médio; SubLinhagem 1b compreende cepas da Austrália; e a Sublinhagem 1c, compreende isolados de vírus da Índia” (BRASIL, 2023, p. 831). É uma arbovirose que apresenta a maioria dos casos com sintomas leves de febre passageira, podendo chegar a casos mais graves com sinais de acometimento do Sistema Nervoso Central (SNC) ou Periférico. Os casos graves são mais frequentes em pessoas com 50 anos ou mais. O ciclo de transmissão do vírus na natureza envolve aves silvestres e mosquitos, sendo que a FNO pode infectar humanos, equinos, primatas, entre outros mamíferos, apesar de algumas espécies de aves atuarem como reservatórios e amplificadores do vírus. O ser humano e os equídeos são considerados hospedeiros acidentais e terminais, pois, uma vez infectados, devido à viremia de curta duração e baixa intensidade, não conseguem infectar os mosquitos. A transmissão para o ser humano ocorre pela picada do mosquito infectado pelo repasto sanguíneo em aves infectadas, conforme representado na Figura 4. 69 Figura 4 - Ciclo epidemiológico e a transmissão do vírus da Febre do Nilo Ocidental (FNO) O Culex apresenta ciclo de vida semelhante ao do Aedes aegypti: ovo, larva, pupa e adultos, com a diferença de que, para haver o desenvolvimento da larva, o criadouro deve ter grande quantidade de material orgânico. Ou seja, encontram-se larvas de Culex em reservatórios poluídos, com água barrenta, e em esgotos (BRASIL, 2016). São as fêmeas do Culex que transmitem a doença, ocorrendo a infecção, obrigatoriamente, à noite, preferencialmente durante o repouso ou ao anoitecer (BRASIL, 2016). Algumas medidas de proteção: uso de repelentes, uso de tela em janelas, redução dos criadouros, melhoria de saneamento básico e controle químico e biológico dos criadouros que não possam ser descartados. Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde, 2023. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_v2_6ed.pdf. Acesso em: 08 set. 2025. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_v2_6ed.pdf 70 A Febre do Mayaro é uma arbovirose infecciosa febril aguda, transmitida por mosquitos silvestres, principalmente do gênero Haemagogus (Haemagogus janthinomys), que são mosquitos que apresentam hábitos estritamente diurnos e vivem nas copas das árvores (BRASIL, 2021). Agente etiológico: é o vírus Mayaro (MAYV), da família Togaviridae, do gênero Alphavirus. Ciclo epidemiológico: é semelhante ao da Febre Amarela Silvestre, sendo os primatas os principais hospedeiros do vírus e o ser humano considerado um hospedeiro acidental. Estudos têm demonstrado que outros gêneros de mosquitos podem participar do ciclo de manutenção do vírus na natureza: como Culex, Sabethes, Psorophora, Coquillettidia e Aedes. Além disso, outros hospedeiros vertebrados, como pássaros, marsupiais, xenartras (preguiças, tamanduás e tatus) e roedores, podem atuar com amplificadores na manutenção do vírus em seu ambiente natural (BRASIL, 2022). Essa arbovirose geralmente evolui com quadros clínicos benignos, sendo endêmica na região amazônica (Região Norte e Centro-Oeste) e em áreas de mata, rural ou silvestre. Já a Febre do Oropouche é uma arbovirose que causa febre, cefaléia seguida de mialgia, e pode evoluir, raramente, para Meningite. Você já ouviu falar na Febre do Mayaro e na Febre Oropuche? FEBRE DO MAYARO E NA FEBRE OROPUCHE 25 Sintomas: os sintomas duram poucos dias, mas podem ocorrer recaídas. Forma de transmissão: o vírus Oropouche (VORO) é transmitido principalmente pelo mosquito da espécie Culicoides paraensis (borrachudo, maruim ou pólvora), mas também já foi identificado na espécie Culex quinquefasciatus (muriçoca ou pernilongo). As principais epidemias foram registradas na região da Amazônia, nos estados do Pará, Acre, Maranhão, Tocantins e Rondônia. Os casos mais recentes de notificação datam de 2017. Tanto a Febre do Mayaro, quanto a Febre do Oropouche não são contagiosas, ocorrendo a transmissão apenas pela picada de mosquitos infectados com os respectivos vírus. A febre do Mayaro e a Febre do Oropouche compõem a lista nacional de doenças de notificação compulsória imediata, conforme Portaria de Consolidação nº 4, de 28 de setembro de 2017 (BRASIL, 2017e). Forma de transmissão: não há vacina para imunoprevenir as arboviroses Mayaro e Oropouche. As medidas de prevenção consistem em evitar o contato com áreas de ocorrência e/ou minimizar a exposição à picada do vetor, seja evitando a exposição em áreas de mata, sobretudo sem proteção, durante o período de maior atividade do mosquito transmissor da doença, usando roupas compridas e repelentes para ajudar a evitar contato com o vetor silvestre e diminuir o risco de infecção, cortinas e mosquiteiros, principalmente em áreas rurais e silvestres e, se possível, evitando a exposição em área afetada (com transmissão ativa) (BRASIL, 2022). 71 03 ZOONOSES: Febre Maculosa, Peste, Hantavirose e Leptospirose Bia Nesta temática, iremos tratar das seguintes zoonoses: Febre Maculosa, Peste, Hantavirose e Leptospirose. Acompanhe! Você percebeu o aumento no número de roedores (ratos silvestres e urbanos) e carrapatos na comunidade? Camila Ontem observei que, além das capivaras e gambás, que já costumam ficar na área, agora trouxeram três cavalos. Segundo os moradores, eles estão sendo usados para transportar material reciclável. Bia Como se não bastasse o acúmulo de entulho, restos de comida e outros materiais nos terrenos, agora temos mais um fator para considerar. Com a chegada desses novos animais, precisaremos reavaliar nossas orientações e estratégias de controle. Camila Precisamos efetivar o manejo ambiental. 73 Algumas zoonoses, como Peste, Leptospirose, Febre Maculosa e Hantavirose, ganharam repercussão no Brasil por serem monitoradas por programas nacionais de vigilância e controle do Ministério da Saúde. Essas doenças são consideradas de grande importância devido ao seu potencial de impacto na Saúde Pública. Quando avaliamos especificamente as ricketsioses, observamos que são zoonoses causadas por bactérias da família Rickettsiaceae, pertencentes ao gênero Rickettsia, e que causam a Febre Maculosa. Pensando no ser humano como hospedeiro, as bactérias do gênero Rickettsia são os únicos agentes etiológicos transmitidos por carrapatos. Os carrapatos, principalmente da classe Arachnida, têm como hospedeiro diversas espécies de anfíbios, répteis, aves e mamíferos, sendo divididos em três famílias: Ixodidae, Argasidae e Nuttalliellidae. No Brasil, existem duas formas de Febre Maculosa causadas por bactérias do gênero Rickettsia. A Febre Maculosa Brasileira (FMB) é causada por Rickettsia rickettsii e tem alta taxa de letalidade, podendo atingir 60% nos casos não tratados. Já a Febre Maculosa por Rickettsia parkeri (FMRP) é causada pela cepa Mata Atlântica de Rickettsia parkeri (e, possivelmente, R. parkeri sensu stricto), apresentando sintomas mais leves e sem registros de óbitos (BRASIL, 2022a; BRASIL, 2024a) Forma de transmissão: a principal forma de transmissão da Febre Maculosa ocorre pela picada de carrapatos infectados, principalmente do gênero Amblyomma (conhecidocomo carrapato-estrela). 74 Esses ectoparasitas possuem mecanismos de perfuração e penetração da pele, permitindo sua fixação prolongada no hospedeiro. Esse fator contribui para sua importância como vetores na transmissão de diversos patógenos aos seres humanos e outros animais. Os carrapatos são artrópodes ectoparasitas hematófagos responsáveis pela transmissão de um elevado número de agentes etiológicos relacionados a zoonoses, afetando tanto a saúde humana quanto a de animais domésticos e silvestres (BRASIL, 2022). Eles ocupam a segunda posição entre os vetores de doenças, ficando atrás apenas dos mosquitos/insetos. É importante ressaltar que, uma vez infectado, o carrapato permanecerá portador do patógeno durante toda a sua vida. Não ocorre transmissão inter-humana e é incomum a transmissão materno-fetal, sendo o tempo de aderência das ninfas do carrapato importante para a transmissão da doença. Outro ponto importante é a participação de animais como cães, equídeos (cavalos), roedores (capivara) e marsupiais (gambá) e roedores (ratos silvestres e urbanos) para que o carrapato tenha contato com a pessoa em seu peridomicílio. As enfermidades transmitidas por carrapatos têm um caráter zoonótico, em que o ser humano é um hospedeiro acidental, ou seja, a manutenção da circulação desses agentes patogênicos não depende do ser humano para existir. A distribuição sazonal dos carrapatos vetores e de seus hospedeiros vertebrados, assim como o comportamento humano, influenciam diretamente o risco de exposição a carrapatos infectados. 75 O que é um hospedeiro amplificador? É um animal que, em determinadas condições, pode sofrer um crescimento repentino da sua população, que resulta no aumento expressivo da quantidade do agente infeccioso presente no ambiente (THRUSFIELD, 2004). Um exemplo importante é a capivara, porque: É importante destacar que estudos demonstram que a capivara pode se infectar apenas uma vez durante a vida, e esse período é chamado de “bacteremia” ou “rickettsemia”. Durante cerca de 10-15 dias, a bactéria circula no sangue, permitindo que carrapatos não infectados adquiram o patógeno ao se alimentar da capivara. Após esse período, esse roedor desenvolve imunidade e não transmite mais a bactéria (SOUZA et al., 2009). É altamente suscetível à infecção – quando picada por um carrapato infectado, a bactéria se multiplica no seu sangue. Não apresenta sintomas – diferentemente dos humanos, a capivara raramente manifesta sintomas, o que facilita sua convivência com a infecção. Atrai e alimenta carrapatos – como vive em grupos e tem grande circulação em áreas de mata e beira de rios, acaba servindo como um "banco de sangue" para os carrapatos. Ajuda na transmissão – quando um carrapato não infectado se alimenta de uma capivara infectada, ele adquire a bactéria e pode transmiti-la para outros animais ou pessoas na próxima picada. Esse processo faz com que a população de carrapatos infectados aumente, elevando o risco de transmissão da Febre Maculosa para seres humanos que frequentam essas áreas. 76 Depois dos insetos (dípteros), são os carrapatos que apresentam maior importância como vetores de doenças humanas. Então vamos conhecer um pouco mais sobre a FMB (Rickettsia rickettsii), que é considerada a ricketsiose mais prevalente e reconhecida no país. Trata-se de uma doença infecciosa febril aguda que, apesar de ocorrer de forma esporádica, apresenta alta letalidade (próximo a 50%). Sua transmissão concentra-se nas regiões Sul e Sudeste, tanto em áreas urbanas quanto rurais (BRASIL, 2022). A transmissão acontece por meio da picada do carrapato infectado, principalmente pelo “carrapato- estrela” (“carrapato-de-cavalo” ou “rodoleiro”), do gênero Amblyomma sculptum, antigo A. cajennense, A. aureolatum e A. ovalee), também conhecido como “micuim”, e os principais hospedeiros que ajudam a manter sua população na natureza são cavalos e capivaras (SOUZA et al., 2009; SZABÓ; PINTER; LABRUNA, 2013). VOCÊ SABIA? 77 Uma vez infectado, o carrapato poderá transmitir a doença durante sua vida (18 – 36 meses). Além da Rickettsia rickettsii, a Febre Maculosa pode ser adquirida pela Rickettsia parkeri, que, na cepa Mata Atlântica, se caracteriza por uma doença com manifestações clínicas mais brandas (sem relato de óbitos). O hospedeiro adquire imunidade, possivelmente duradoura, contra a reinfecção após infectado. Para que ocorra a transmissão da doença, é preciso que o carrapato infectado permaneça por, pelo menos, de 4 a 6 horas no ser humano. Os meses de maior atenção são os meses entre abril e outubro, período de aumentos das atividades dos carrapatos (larval e ninfa), destacando-se o mês de outubro como de maior incidência. O ciclo biológico do carrapato é apresentado na Figura 5. A doença acomete, predominantemente, homens entre 20 e 49 anos, com histórico recente de exposição a carrapatos e/ou contato com áreas e animais amplificadores/transportadores desses vetores. Isso inclui áreas de mata, rios e cachoeiras, onde há presença de equídeos (cavalos), roedores (capivaras) e marsupiais (gambás). 78 Figura 5 - Ciclo de transmissão da Febre Maculosa: ciclo transovariano do carrapato e hospedeiros Fonte: USP, 2024. Ciclo Transovariano – Transmissão por carrapatos • O ciclo se inicia com o adulto infectado, que transmite o agente infeccioso para os ovos. • Os ovos infectados originam larvas infectadas. • As larvas se alimentam de mamíferos silvestres, mantendo o ciclo. • Após o repasto sanguíneo, as larvas se transformam em ninfas infectadas, que continuam o ciclo ao se alimentarem de novos mamíferos. • As ninfas evoluem para novos adultos infectados, que podem tanto reiniciar o Ciclo Transovariano quanto transmitir o agente infeccioso ao ser humano (hospedeiro acidental). 79 O tratamento é feito por meio de antibioticoterapia. Para melhor manejo dos casos e vetores/hospedeiros, é importante realizar uma análise de risco, a partir da classificação das áreas infestadas (aquelas nas quais a investigação de foco de carrapato tenha identificado carrapatos do gênero Amblyomma) em: Área de transmissão, Área de risco, Área predisposta e Área de alerta, segundo ensaio soroepidemiológico e com validade preestabelecida. Para saber mais sobre a Febre Maculosa, acesse o guia do Ministério da Saúde: Febre maculosa - aspectos epidemiológicos, clínicos e ambientais. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. Os sintomas são inespecíficos, podendo ser confundidos com outras doenças: febre elevada, dor de cabeça, dor no corpo, mal-estar generalizado, náuseas e vômitos. 80 https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/febre-maculosa/febre-maculosa-aspactos-epidemiologicos-clinicos-e-ambientais.pdf https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/febre-maculosa/febre-maculosa-aspactos-epidemiologicos-clinicos-e-ambientais.pdf O carrapato pode transmitir a bactéria em qualquer fase do desenvolvimento? Seja na fase de larva, ninfa ou adulta, o carrapato pode transmitir a bactéria. No entanto, pelo fato de que as larvas e ninfas são mais difíceis de serem vistas, pois suas picadas são menores e menos dolorosas, isso faz com que essas fases sejam as mais propensas à transmissão do microrganismo sem serem percebidas. Adultos também podem picar os seres humanos, entretanto, são maiores, e a sua picada é mais dolorida, sendo, portanto, mais perceptíveis (BRASIL, 2022). 81 O manejo ambiental é a melhor alternativa para o controle da doença e do número de vetores, e isso é feito por meio de ações educativas junto à população e aos profissionais de saúde. A alternativa de maior impacto é a redução do contato do ser humano com potenciais vetores. Além disso,é necessário o controle vetorial/reservatórios. Nas ações de Vigilância Entomológica, é fundamental conhecer os agentes etiológicos circulantes, os reservatórios e os hospedeiros, bem como identificar as áreas de risco para adequar as medidas de prevenção e controle. A equipe de saúde deve estar apta a desenvolver ações de educação em saúde, auxiliando a população a entender melhor o ciclo da doença, sua forma de contágio e sua prevenção. Como nem sempre é possível ficar distante das áreas afetadas, a orientação sobre o uso de barreiras físicas, quando estiverem em áreas infestadas, pode ser importante. VALE DESTACAR! Após conhecer um pouco mais sobre a FMB, que tal vermos quais as medidas de manejo e controle mais adequadas? 82 Para a prevenção em áreas afetadas, recomenda-se o uso de barreiras físicas para minimizar o contato com carrapatos. As principais medidas incluem: uso de roupas claras e de mangas compridas, facilitando a visualização de carrapatos; uso de calças compridas, inserindo a parte inferior dentro das botas e vedando com fita adesiva dupla-face para impedir a entrada dos carrapatos; inspeção frequente do próprio corpo, especialmente após caminhadas em áreas infestadas; remoção cuidadosa de carrapatos, utilizando uma pinça, evitando esmagá-los com as unhas, pois isso pode liberar bactérias e contaminar áreas lesionadas da pele. Para adequar as orientações à população, é essencial realizar uma análise de risco da área, classificando as regiões infestadas em: Área de transmissão, Área de risco, Área predisposta e Área de alerta. Essa classificação permite implementar medidas preventivas eficazes e direcionadas (BRASIL, 2022). Quer saber mais sobre a análise de risco? #SAIBA MAIS Clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. Consulte o guia do Ministério da Saúde: Febre maculosa - aspectos epidemiológicos, clínicos e ambientais. 83 https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/febre-maculosa/febre-maculosa-aspactos-epidemiologicos-clinicos-e-ambientais.pdf https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/febre-maculosa/febre-maculosa-aspactos-epidemiologicos-clinicos-e-ambientais.pdf Apesar do foco ser o manejo ambiental, há situações em que produtos químicos também podem ser usados, como no caso de notificação da circulação de Febre Maculosa em áreas com alta população de carrapatos e com relatos frequentes de parasitismo em humanos. A partir da identificação das áreas de risco e da ocorrência comprovada de casos, a Vigilância Epidemiológica deverá atuar ativamente para evitar novas ocorrências. As ações educativas, na sociedade, certamente representam importantes ferramentas para o controle das doenças causadas pelos ectoparasitas que se disseminam na comunidade. Como foi visto na teleaula, uma vez instalado na comunidade, o controle precoce desses ectoparasitas determinará a disseminação dessa doença na população. Todo caso suspeito de Febre Maculosa requer notificação compulsória e investigação, por se tratar de uma doença grave. Um caso pode significar a existência de um surto, o que impõe a adoção imediata de medidas de controle. A notificação da Febre Maculosa deve ser registrada no SINAN por meio do preenchimento da Ficha de Investigação da Febre Maculosa. O que pode ser feito para o controle da população de carrapatos? 84 85 A Febre Maculosa Brasileira (FMB) é uma doença de notificação compulsória. orientar sobre as medidas específicas a serem implementadas; informar acerca da transmissão da doença e as atividades que devem ser realizadas. Compete à equipe de zoonoses: fornecer informações acerca do ciclo do carrapato; e Vamos pensar. Com o aumento do desmate e a ampliação de áreas dos condomínios (mata ciliar) com presença de capivaras e de locais de pasto sujo contendo cavalos, quais estratégias utilizar para reduzir o risco de contágio por Febre Maculosa? Saiba mais! Consulte a Ficha de notificação/investigação. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. http://www.ccms.saude.gov.br/asaudebateaporta/pdfs/dermatologia_atencao2.pdf http://www.ccms.saude.gov.br/asaudebateaporta/pdfs/dermatologia_atencao2.pdf Acesse, também, o Instrucional de preenchimento da ficha de notificação/investigação. Clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. Para tratarmos das próximas zoonoses, é importante falar dos roedores. Alguns roedores ganharam notoriedade por atuarem como vetores e/ou reservatórios nas doenças que trataremos a seguir: Hantavirose, Leptospirose e Peste. Roedores são mamíferos pertencentes à ordem Rodentia, com grande capacidade de adaptação e sobrevivência em situações adversas de clima e altitude (sinantrópico). Das três espécies consideradas sinantrópicas, apenas a ratazana possui maior relevância para a saúde pública. As três espécies de ratos urbanos são Rattus norvegicus (ratazana ou rato de esgoto), Rattus rattus (rato de telhado ou rato preto) e Mus musculus (camundongo). Tanto a Hantavirose quanto a Peste e a Leptospirose são doenças que têm o roedor como seu principal reservatório, mas, no caso da Hantavirose e da Peste, os reservatórios são os ratos silvestres, e da Lepstospirose, são os animais sinantrópicos, domésticos e selvagens. 86 http://www.portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/Febre%20Maculosa/Febre_Maculosa_v5_instr.pdf http://www.portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/Febre%20Maculosa/Febre_Maculosa_v5_instr.pdf 87 O agente etiológico da Hantavirose é o vírus RNA, pertencente à família Orhtohantavirus, gênero Hantavirus. Os hantavírus possuem como reservatórios naturais algumas espécies de roedores silvestres, que podem eliminar o vírus por suas excretas durante toda a vida sem adoecer. Nas Américas, a Hantavirose se manifesta sob diferentes formas, desde doença febril aguda não específica até quadros pulmonares e cardiovasculares mais graves, denominados Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus (SCPH), que se apresenta com alta taxa de letalidade (40%). A doença acomete mais homens com idade entre 20 e 49 anos, e os residentes/visitantes/trabalhadores da zona rural possuem um maior número de casos registrados. A Hantavirose é registrada em todas regiões brasileiras, sendo Sul, Sudeste e Centro-Oeste as que concentram o maior número de casos confirmados. Ao analisar os fatores ambientais relacionados ao aumento dos casos de Hantavirose, dois aspectos se destacam: o desmatamento desordenado e a expansão urbana sobre áreas rurais. Além disso, a expansão de áreas agrícolas favorece o crescimento descontrolado da população de roedores silvestres, aumentando o risco de transmissão da doença. A Hantavirose é uma zoonose viral aguda, cuja infecção em humanos se dá pela inalação de aerossóis das excretas (urina, saliva e fezes) de roedores silvestres. HANTAVIROSE Para a prevenção da doença e o controle dos vetores, é fundamental a adoção de medidas como: • a redução de fontes de abrigo, de acesso e de alimentação de roedores, diminuindo ao máximo todos os resíduos que possam servir de proteção e abrigo para os roedores no peridomicílio; • eliminar todas as fontes de alimentação internas e externas às habitações (como comida de cães e gatos); e • impedir o acesso dos roedores às casas e aos locais de armazenamento de grãos. Seguindo as orientações repassadas pelo Guia de Vigilância em Saúde (2024c, volume 3 p., 2021., 1.048), são medidas de prevenção e controle para a Hantavirose: evitar o contato da população com reservatórios (ratos silvestres) e realizar o controle dos reservatórios por meio de estratégias de antirratização. 62 88 Enfatizam-se as ações voltadas ao saneamento e à melhoria nas condições de moradia, tornando as habitações e oslocais de trabalho impróprios à instalação e à proliferação de roedores, com terrenos limpos, destinação adequada a entulhos e alimentos devidamente estocados/fechados. Essas ações podem ser associadas às desratizações focais (no domicílio e/ou no peridomicílio), quando extremamente necessário. A utilização de produtos à base de compostos fenólicos, solução de hipoclorito de sódio a 2,5%, lisofórmio, detergentes e álcool etílico a 70% ajudam na eliminação do vírus no ambiente. A Figura 6 sintetiza algumas medidas práticas para reduzir a possibilidade de contato e contágio. 62 Figura 6 - Como evitar a Hantavirose Fonte: EPAGRI - SC (s.d.). Disponível em: https://www.epagri.sc.gov.br/hantavirose-veja-como-evitar-a-doenca-transmitida-por- roedores-silvestres/. Acesso em: 09 set. 2025. 89 https://www.epagri.sc.gov.br/hantavirose-veja-como-evitar-a-doenca-transmitida-por-roedores-silvestres/ https://www.epagri.sc.gov.br/hantavirose-veja-como-evitar-a-doenca-transmitida-por-roedores-silvestres/ Como evitar a doença – medidas de prevenção contra doenças transmitidas por roedores: Nunca descansar em locais fechados com restos de alimentos ou grãos. Armazenar insumos suspensos em estrados, depósitos/paióis afastados de casas, lavouras e matas. Dentro de casa, colocar toda a comida em sacos ou caixas fechadas, numa altura de, pelo menos, 40cm do piso. Fechar aberturas e fendas com mais de 0,5cm para evitar o acesso de roedores em casas e anexos. Manter a vegetação rasteira em um raio de, pelo menos, 40m ao redor das construções, evitando abrigo e proteção ao roedor. Manter a área em volta de casas, galpões e alojamentos sempre limpa, sem mato, pneus velhos ou entulhos. O plantio de capim e outros grãos deve ser feito a, no mínimo, 40m de distância da residência. Ao ventilar e limpar os ambientes fechados, usar máscara respiratória com filtro P3. Colocar as pilhas de lenha em estrados suspensos do chão. Se não houver coleta regular, enterrar o lixo orgânico a, pelo menos, 30m das construções. Manter limpo o local onde vivem os animais, recolhendo sempre a sobra de comida. Ambientes que permanecem fechados por algum tempo e apresentem sinais da presença de roedores devem ser abertos e ventilados por, no mínimo, 30 minutos. Se possível, evitar contato direto com roedores ou com suas fezes e urina. 90 91 Consulte a Ficha de notificação/investigação da Hantavirose. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. Consulte, também, o Instrucional de preenchimento da ficha de notificação/investigação da Hantavirose. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. Consulte, ainda, o Manual de vigilância, prevenção e controle das hantaviroses. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. Leia o Boletim Epidemiológico volume 56 nº4: Hantavirose no Brasil - 2013 a 2023. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. http://www.portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/Hantavirose/Hantavirose_v5.pdf http://www.portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/Hantavirose/Hantavirose_v5.pdf http://www.portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/Hantavirose/Hantavirose_v5_instr.pdf http://www.portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/Hantavirose/Hantavirose_v5_instr.pdf https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hantavirose/publicacoes/anexo5.pdf/@@download/file https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2025/boletim-epidemiologico-volume-56-n-4.pdf https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2025/boletim-epidemiologico-volume-56-n-4.pdf https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hantavirose/publicacoes/anexo5.pdf/@@download/file 92 Analise o infográfico Hantavirose: o que você precisa saber. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. Acesse o site do Ministério da Saúde e consulte o Guia de Vigilância em Saúde volume 1 - 6ª edição. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. LEPTOSPIROSE Os períodos de maior concentração de chuvas podem causar enchentes, principalmente em áreas invadidas e comunidades com saneamento básico inadequado. É preciso ter atenção, pois essa é a condição ideal para a disseminação da Leptospirose. Acesse o site do Ministério da Saúde e consulte o Guia de Vigilância em Saúde volume 3 - 6ª edição. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svsa/infograficos/hantavirose.png https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svsa/infograficos/hantavirose.png https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vigilancia/guia-de-vigilancia-em-saude-volume-1-6a-edicao/view https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vigilancia/guia-de-vigilancia-em-saude-volume-1-6a-edicao/view https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hantavirose/publicacoes/guia-de-vigilancia-em-saude-volume-3-6a-edicao https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hantavirose/publicacoes/guia-de-vigilancia-em-saude-volume-3-6a-edicao Gerusa Júlio Vamos abordar a Leptospirose. É verdade. Apesar de lá ainda ser uma área de risco, já temos bons resultados em relação às ações de prevenção e controle. Gerusa Sim, avançamos muito com o manejo integrado de roedores. Júlio Isso é verdade! 93 Se fosse um tempo atrás, ficaríamos bem preocupados com os casos de Leptospirose após essa chuva toda e o alagamento da comunidade. 94 É uma doença endêmica, que se torna epidêmica quando os períodos chuvosos causam enchentes em locais de aglomeração populacional, com condições inadequadas de saneamento e presença de roedores infectados. Esse cenário é característico das capitais (regiões metropolitanas) do Brasil. Quer saber mais? A Leptospirose é uma zoonose que tem como agente etiológico a bactéria helicoidal (espiroqueta) aeróbica obrigatória, do gênero Leptospira. Os trabalhadores diretamente envolvidos com limpeza e desentupimento de esgotos, garis, catadores de lixo, agricultores, veterinários, tratadores de animais, pescadores, magarefes, laboratoristas, militares e bombeiros estão entre as pessoas mais suscetíveis a terem Leptospirose. É importante saber que, no Brasil, a Leptospirose ocorre durante todos os meses do ano e em todas as regiões do país, mas, nos meses mais chuvosos, a doença ganha notoriedade devido ao aumento expressivo de casos e sua alta letalidade. A Leptospira interrogans é considerada a espécie patogênica mais importante, estando os sorotipos (sorovar) Icterohaemorrhagiae e Copenhageni relacionados aos casos humanos mais graves. Os roedores urbanos das espécies Rattus norvegicus (ratazana ou rato de esgoto), Rattus rattus (rato de telhado ou rato-preto) e Mus musculus (camundongo ou catita) são os principais reservatórios, pois eles não adoecem e eliminam a leptospira no ambiente por toda a vida. Já outros animais, como caninos, suínos, bovinos, equinos, ovinos e caprinos, são hospedeiros como nós humanos, mas, além de poderem adoecer, também podem transmitir a Leptospirose pela urina. A Leptospirose Canina também representa um sério problema sanitário devido à proximidade estabelecida entre os seres humanos e os cães. O ser humano é apenas hospedeiro acidental e terminal dentro da cadeia de transmissão. É preciso ter atenção, pois o contato direto com a urina do animal infectado através da água e da lama de enchentes favorece a transmissão da doença. Devido a isso, o Ministério da Saúde divulgou a Nota técnica Nº 138/2022-CGZV/DEIDT/SVS/MS, que reforça estratégias de detecção, monitoramento eresposta para o enfrentamento da Leptospirose durante inundações e situações de desastres naturais. Clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE para acessar a Nota técnica nº 138/2022. 95 https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/notas-tecnicas/2022/nota-tecnica-138-2022-estrategias-para-enfrentamento-da-leptospirose-durante-inundacoes.pdf https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/notas-tecnicas/2022/nota-tecnica-138-2022-estrategias-para-enfrentamento-da-leptospirose-durante-inundacoes.pdf Essa doença acomete mais frequentemente pessoas entre 20 e 49 anos residentes de áreas urbanas e rurais com precárias condições de infraestrutura e sujeitas a enchentes, inundações e alagamentos. As atividades de prevenção e controle da Leptospirose se baseiam, principalmente, no manejo ambiental e no controle de roedores, com ênfase na melhoria das condições sanitárias e de moradia da população, minimizando sua exposição ao risco de infecção. Na Figura 7, observe a progressão clínica da Leptospirose com seus sinais e sintomas mais característicos. 62 Figura 7 - Progressão clínica da Leptospirose Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/notas-tecnica s/2024/nota-tecnica-no-16-2024-cgzv-dedt-svsa-ms. Acesso em: 09 set. 2025. 96 https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/notas-tecnicas/2024/nota-tecnica-no-16-2024-cgzv-dedt-svsa-ms https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/notas-tecnicas/2024/nota-tecnica-no-16-2024-cgzv-dedt-svsa-ms 97 O controle dos roedores deve ser feito por ações antirratização e desratização. Para a melhoria das condições higiênico-sanitárias da população, orienta-se: armazenamento adequado dos alimentos; destino adequado dos resíduos sólidos; cuidados com a higiene; remoção e destino adequado de resíduos alimentares humanos e animais; manutenção de terrenos baldios murados e livres de mato e entulhos; segregação e tratamento de animais doentes (de produção ou companhia); cuidados com suas excretas e desinfecção permanente dos locais de criação. Quanto às vias de transmissão Não consumir água sem tratamento (potável, filtrada, fervida ou clorada); desinfetar as áreas domiciliares potencialmente contaminadas, com solução de hipoclorito de sódio (1 copo americano de água sanitária para 1 balde de 20 litros de água); uso de EPI (Equipamentos de Proteção Individual) limpar áreas alagadas ou com lama, reduzindo o risco de exposição de ferimentos às águas/lama de enchentes ou outra situação de risco; e imunização de animais domésticos (cães, bovinos e suínos) com vacinas de uso veterinário. 98 Quer saber mais sobre as medidas de prevenção e controle da leptospirose? Veja o folder disponibilizado pelo Ministério da Saúde. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. Consulte a Ficha de Notificação/Investigação da Leptospirose. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. Consulte, também, a instrucional de preenchimento da ficha de notificação/investigação da Leptospirose. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. Acesse o site do Ministério da Saúde sobre o lançamento do projeto para teste rápido de Leptospirose. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/leptospirose_como_previnir_2011.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/leptospirose_como_previnir_2011.pdf http://www.portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/Leptospirose/Ficha_Leptospirose.pdf http://www.portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/Leptospirose/Ficha_Leptospirose.pdf http://www.portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/Leptospirose/Leptospirose_v5_instr.pdf http://www.portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/Leptospirose/Leptospirose_v5_instr.pdf https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2020/fevereiro/ministerio-da-saude-e-fiocruz-lancam-projeto-para-avaliar-implantacao-de-teste-rapido-para-leptospirose https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2020/fevereiro/ministerio-da-saude-e-fiocruz-lancam-projeto-para-avaliar-implantacao-de-teste-rapido-para-leptospirose 99 A Peste é uma doença infecciosa aguda, transmitida por picada de pulgas infectadas. No Brasil, a Peste foi introduzida em 1899 e, atualmente, é mantida como enzootia entre os roedores silvestres nos focos naturais remanescentes, localizados no Nordeste e na Serra dos Órgãos, no estado do Rio de Janeiro. Vamos falar sobre a Peste agora? PESTE As pulgas, pertencentes à ordem Siphonaptera, são vetores biológicos da Peste Bubônica, transmitindo a bactéria Yersinia pestis. Elas possuem um aparelho bucal picador-sugador e se alimentam de sangue. Tanto as fêmeas quanto os machos são hematófagos. Aproximadamente, 94% das pulgas parasitam mamíferos e 6% parasitam aves, sendo os roedores os hospedeiros preferenciais em 74% dos casos. O artrópode ingere o sangue do hospedeiro bacterêmico e o bacilo multiplica-se no seu estômago, preenchendo a parte anterior do canal intestinal, o proventrículo, determinando o fenômeno de “bloqueio” (BRASIL, 2016). As pulgas “bloqueadas” são as que possuem maior capacidade de infectar, principalmente pela regurgitação que provocam ao tentarem se alimentar, infectando o hospedeiro. Os gêneros que apresentam maior relevância no Brasil são: Pulex, Xenopsylla, Ctenocephalides, Polygenis, Craneopsylla, Tunga e Adoratopsylla (BRASIL, 2016). 100 A Peste pode se manifestar sob três formas clínicas: É uma doença de alta letalidade, se não tratada corretamente, e tem o ser humano como hospedeiro acidental, infectado ao invadir áreas com presença de roedores reservatório. Bubônica A transmissão ocorre pela picada de pulgas infectadas, estando concentrada em regiões específicas do Nordeste e na Serra dos Órgãos, no estado do Rio de Janeiro. Septicêmica Pneumônica Quer saber por que a peste era conhecida como “peste negra”, “febre do rato” e “doença do rato”? Consulte o Manual de vigilância e controle da peste. Clique aqui ou aponte a câmera do seu celular para escanear o QR CODE. As atividades de vigilância, prevenção e controle da Peste são desenvolvidas rotineiramente nas regiões pestígenas. Um dos aspectos mais relevantes na programação, além dos inquéritos em carnívoros, é a identificação de locais com infestação de pulgas, o que fornecerá os melhores indicadores para o acionamento das medidas de controle. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_controle_peste.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_controle_peste.pdf É importante evitar entrar em ecossistemas de roedores silvestres e pulgas. A vigilância de rotina: consiste na coleta regular de amostras de sangue e exame por técnicas sorológicas (que são bem mais sensíveis do que as bacteriológicas), usando como animais-sentinela os cães. Os cães devem ser os animais-sentinela de eleição por ter sido sistematicamente observado que eles produzem anticorpos antipestosos com maior frequência do que os roedores e outros carnívoros domésticos, como os gatos. Para realizar essas ações de prevenção, são necessários agentes de saúde devidamente capacitados, experientes e com EPIs a cada semestre ou, pelo menos, 1 vez ao ano, com prévia autorização do proprietário do animal suspeito. Atividades de captura e exame de roedores e pulgas também podem ser realizadas como parte integrante de estudos especiais para a caracterização de áreas focais antigas silenciosas ou de possíveis novas áreas. No entanto, esses estudos não fazem parte da rotina dos serviços, devendo, então, ser objeto de projetos específicos de avaliação epidemiológica.A desinsetização (despulização) é uma das medidas profiláticas mais eficazes no combate à Peste. Você sabe quais são as medidas de prevenção da Peste? 101 A prevenção ocorre com medidas bem simples, como: evitar adentrar ecossistemas de roedores silvestres e pulgas; evitar contato com animais sinantrópicos (são aqueles que convivem próximos aos humanos, adaptando-se ao ambiente urbano ou rural). A Peste é uma doença de notificação obrigatória, devendo ser realizada a investigação epidemiológica em até 48 horas. Nas regiões endêmicas de Peste, o monitoramento e os inquéritos funcionam como atividades de vigilância, profilaxia e controle, importantes, desde que desenvolvidos rotineiramente. Apesar das ações de controle terem uma vigilância permanente, as intervenções deverão ser eventuais. Nas epizootias (termo usado na Saúde Pública Veterinária para descrever uma doença infecciosa que afeta um número incomum de animais em uma mesma região e período, podendo levar ou não à morte), verifica-se uma circulação intensa de Y. pestis (bactéria) entre os roedores, com grande mortandade desses animais. Para evitar que a infecção atinja as pessoas, cumpre eliminar as pulgas o mais precoce e rapidamente possível. O controle das pulgas deve ser realizado antes de qualquer medida de combate aos roedores no intradomicílio. Essa abordagem evita a dispersão de ectoparasitas no ambiente. É essencial estender essa medida a todas as habitações potencialmente infestadas por pulgas. Quer saber mais sobre as formas clínicas da Peste? Clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/p/peste https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/p/peste PARASITOSES: doença de Chagas, Malária, Leishmanioses, Filariose Linfática, Raiva, Toxoplasmose, Esporotricose 04 Esta doença é uma antropozoonose de expressiva morbimortalidade e alta prevalência, causada pelo Trypanosoma cruzi, protozoário flagelado da ordem Kinetoplastida, família Trypanosomatidae e transmitido ao humano através do inseto da subfamília Triatominae (Hemiptera, Reduviidae), popularmente conhecido como: barbeiro, chupão, procotó ou bicudo (BRASIL, 2023). No Brasil, os três gêneros mais frequentes são (Figura 8). Você sabia que a doença de Chagas, é conhecida, também, como Tripanossomíase Americana? DOENÇA DE CHAGAS Figura 8 - Espécies de triatomíneos Fonte: FIOCRUZ, 2017. Disponível em: http://chagas.fiocruz.br/wp-content/uploads/2018/08/02-Manual- de-Chagas-Diagramado.pdf. Acesso em: 09 set. 2025. 104 http://chagas.fiocruz.br/wp-content/uploads/2018/08/02-Manual-de-Chagas-Diagramado.pdf http://chagas.fiocruz.br/wp-content/uploads/2018/08/02-Manual-de-Chagas-Diagramado.pdf O ambiente natural dos barbeiros é silvestre (na mata), sendo eles encontrados em ninhos de pássaros, buracos de árvores e palmeiras. No entanto, quando o ambiente natural é alterado, esses insetos podem colonizar o ambiente peridomiciliar (galinheiros, currais ou locais que sirvam de armazenamento de grãos) e domiciliar, desde que encontrem alimentos e o ambiente favorável ao seu desenvolvimento (MEIS, 2017). Dentre as mais de 64 espécies com ocorrência no território nacional, os três principais gêneros de importância epidemiológica são: Panstrongylus spp e Triatoma spp, que vivem mais associados a hospedeiros terrestres; e Rhodnius, que são predominantemente encontrados em palmeiras (BRASIL,2023). Apesar do sucesso no controle da principal espécie transmissora no Brasil durante décadas, o Triatoma infestans, outras espécies colonizadoras acabaram ocupando esse nicho ecológico, demonstrando grande importância epidemiológica. Neste sentido, diversas espécies colonizam o ambiente domiciliar, como é o caso do Triatoma brasiliensis e Triatoma pseudomaculata, na região Nordeste, e Triatoma sordida, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. 105 106 Algumas espécies são de importância regional, como Triatoma rubrovaria (Rio Grande do Sul), Rhodnius neglectus (Goiás), Triatoma vitticeps (Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo), Panstrongylus lutzi (Ceará e Pernambuco), Rhodnius nasutus (Ceará e Rio Grande do Norte) e Triatoma maculata (Roraima e Amapá) (BRASIL, 2021, p. 772). O gênero Panstrongylus e o gênero Triatoma, importantes vetores da doença de Chagas, podem ser diferenciados pela morfologia da cabeça e pelo posicionamento das antenas. Em insetos do gênero Panstrongylus, a cabeça é mais curta, com formato triangular, e as antenas estão posicionadas próximas aos olhos. Já no gênero Triatoma, os insetos possuem uma cabeça de formato cilíndrico e de tamanho médio, com antenas inseridas entre a base e o ápice da cabeça, em posição intermediária. Essa diferenciação morfológica é fundamental para o correto reconhecimento e controle dos vetores da doença. A transmissão clássica de T. cruzi ocorre principalmente pela via vetorial, na qual as fezes do barbeiro, que defeca após o repasto, entram na corrente sanguínea após o indivíduo “coçar” a lesão da picada (Figura 8), mas também pode ocorrer de outras maneiras. 62 Figura 9 - Ciclo de transmissão vetorial da doença de Chagas Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vigilancia/gui a-de-vigilancia-em-saude-volume-2-6a-edicao/. Acesso em: 09 set. 2025. Além da transmissão vetorial, você sabia que existem outras formas de transmissão da doença de Chagas? 107 https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vigilancia/guia-de-vigilancia-em-saude-volume-2-6a-edicao/ https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vigilancia/guia-de-vigilancia-em-saude-volume-2-6a-edicao/ via vertical, da mãe para o feto, que é a única forma de transmissão pessoa/pessoa da doença ; oral, pela ingestão de alimentos contaminados com parasitos, que, atualmente, é a maior causa de doença de Chagas aguda no país, principalmente na região Norte; transfusional, pela transfusão de sangue contaminado, por transplantes de órgãos ou tecidos ou por acidentes laboratoriais (contato direto com culturas de T.cruzi); outras formas acidentais, como casos de ingestão de triatomíneos por crianças, por exemplo. Outras formas de transmissão incluem: Após a infecção, o indivíduo permanece com o parasito por toda a vida, e a doença pode manifestar-se em duas fases distintas: aguda e crônica (BRASIL, 2023). A fase aguda pode ser aparente ou assintomática, caracterizando-se por sintomas como febre, mal-estar, edema e perda de apetite. O sinal de Romaña (edema bipalpebral unilateral de coloração róseo-violácea) seria um indicativo importante para o diagnóstico, no entanto, essa fase frequentemente é assintomática. Na fase crônica, a doença pode permanecer sem sintomas por longos períodos, mas, nos casos sintomáticos, afeta principalmente o coração e o aparelho digestivo. A Cardiopatia Chagásica Crônica (CCC) é a principal manifestação nesta fase, sendo a maior causa de morbimortalidade, com prevalência entre 10% e 40% dos casos (BRASIL, 2023). VALE DESTACAR! 108 Amplie seu conhecimento! Assista ao vídeo para saber mais sobre as fases aguda e crônica da Doença de Chagas. Clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. Por que é importante sabermos sobre as fases distintas da doença de Chagas? Porque cada fase tem particularidades que demandam ações diferentes. A incidência dos casos de doença de Chagas tem diminuído devido ao sucesso de medidas que alcançaram a interrupção vetorial pelo T. infestans, mas é preciso atenção, pois a transmissão da doença por outros mecanismos tornou-se alarmante. A região amazônica ainda prevalece com destaque para casos da doença de Chagas na fase aguda, porém, alterações ambientais que favorecem a adaptaçãode vetores aos ambientes artificiais estabelecem novos espaços para o aparecimento da doença (BRASIL, 2021, p. 794). Neste cenário, é importante manter a Vigilância Entomológica nos municípios, para que as situações de risco de reintrodução de transmissão vetorial seja prontamente identificadas. 109 https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/REA/doenca_chagas/as%20fases%20aguda%20e%20cronica%20da%20doen%C3%A7a%20de%20chagas_1080p.mp4 https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/REA/doenca_chagas/as%20fases%20aguda%20e%20cronica%20da%20doen%C3%A7a%20de%20chagas_1080p.mp4 O(a) ACE tem um papel importante, promovendo tanto a vigilância ativa como a passiva. A equipe da UBS e o(a) ACS precisam estar envolvidos na identificação do problema para agirem e, em conjunto, alcançarem resultados ainda mais significativos no combate ao vetor. É importante destacar que, no intradomicílio, todos os cômodos devem ser investigados (realizando-se, sempre, a busca entomológica da esquerda para a direita, nas paredes internas e externas). Já no peridomicílio, devem ser vistoriados todos os anexos. O controle de populações do inseto, utilizando-se inseticidas piretroides, deve ocorrer apenas em situações específicas. Uma vez indicada a borrifação, é importante realizá-la nas paredes internas e externas do domicílio, além dos abrigos de animais ou anexos, quando tiverem superfícies de proteção (paredes) e cobertura superior (teto) (BRASIL, 2023). 110 111 Agora que você recordou as principais informações sobre a doença de Chagas, que tal listar as principais formas de prevenção que devem ser reforçadas junto à população? A prevenção da doença está diretamente relacionada ao tipo de transmissão. No caso da transmissão vetorial, é fundamental adotar medidas que reduzam o contato com o inseto transmissor, como práticas de manejo sustentável do ambiente, melhoria nas condições de moradia e reforço da higiene domiciliar. Entre as orientações para a população, destaca-se a manutenção de quintais limpos, evitando o acúmulo de materiais que possam servir de abrigo para os triatomíneos, além de manter criações de animais afastadas da residência. Deve-se evitar o uso de folhas de palmeira como cobertura para as casas, pois elas oferecem abrigo para os insetos. Medidas estruturais também são importantes, como vedar frestas e rachaduras nas paredes e instalar telas em portas e janelas para impedir a entrada dos vetores. Além disso, recomenda-se o uso de repelentes e roupas de mangas longas durante atividades noturnas e mosquiteiros ao dormir, reduzindo, assim, o risco de contato com os triatomíneos (BRASIL, 2023). FIQUE ATENTO(A)! No caso da transmissão oral, recomenda-se a intensificação das ações de Vigilância Sanitária em todas as etapas da cadeia de produção de alimentos suscetíveis à contaminação, uma vez que os alimentos não trazem um risco de caráter primário, e sim decorrente de práticas de higiene inadequadas na preparação e na conservação doméstica, artesanal ou eventualmente comercial. Como medidas físicas, é importante a instalação de fontes de iluminação distantes dos equipamentos de processamento dos alimentos, para evitar a contaminação acidental por vetores atraídos pela luz (BRASIL, 2023). 112 Na transmissão vertical, a identificação de mulheres em idade fértil com a doença e o estabelecimento do tratamento de forma oportuna, quando indicado, é uma medida eficaz para prevenir a doença por esse meio de transmissão (WHO, 2018). No entanto, no caso de gestantes, recomenda-se a testagem durante o pré-natal e, em casos de gestante sabidamente infectada, é preciso instituir o tratamento ao recém-nascido após a confirmação do diagnóstico, que deve ser realizado preferencialmente ao nascer (MURCIA et al., 2013). No caso da mãe, orienta-se o tratamento logo após o período da amamentação (II Consenso Brasileiro em Doença de Chagas, 2015), salvo em casos de gravidade da doença durante a gestação e em casos na fase aguda, cuja indicação de tratamento deve ser seguida conforme as recomendações do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Doença de Chagas (BRASIL, 2018a). Além disso, a gestante deve adotar as medidas para prevenir a infecção por outras formas de transmissão durante a gestação. E filhos anteriores de mulheres com diagnóstico da doença de Chagas devem ser testados, assim como familiares que tenham convivido em ambientes onde possa ter havido a infecção (BRASIL, 2024a). 113 Um componente fundamental na prevenção da doença de Chagas é a educação em saúde, que deve ser fundamentada em três eixos: ações de comunicação em saúde, engajamento/mobilização social e educação permanente, que devem sempre ser conduzidas em consonância com as políticas vigentes no território em questão. O inseto não deve ser esmagado ou danificado, pois isso pode comprometer sua identificação e análise laboratorial. Deve-se coletá-lo de forma segura, protegendo as mãos com luvas ou um saco plástico e armazenando o barbeiro em um recipiente plástico com tampa de rosca, garantindo que ele não escape. O que fazer caso você encontre um barbeiro em casa? Caso haja a captura de insetos em diferentes ambientes da casa, como quarto, sala, cozinha ou áreas externas, cada amostra deve ser acondicionada separadamente, em frascos rotulados com informações como data da coleta, nome do responsável, local de captura e endereço. Essas ações garantem que os triatomíneos coletados possam ser analisados por equipes de saúde, auxiliando no controle da doença e na identificação de possíveis áreas de risco (BRASIL, 2023). A Malária é uma doença infecciosa febril aguda. MALÁRIA 114 Esta doença é causada por protozoários do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada da fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles (ordem Diptera, família Culicidae), comumente conhecido como mosquito-prego. Geralmente, os sintomas da doença se manifestam com febre alta acompanhada de calafrios, sudorese, cefaléia, cansaço e mialgia, que podem evoluir para casos graves e óbito, sendo esta considerada um importante problema de Saúde Pública global. Plasmodium falciparum, P. vivax, P. malariae, P. ovale e P. knowlesi. (BRASIL, 2021a). A literatura aponta que as formas mais brandas são causadas pelo P. malariae e P. Vivax (mais prevalentes no Brasil) e as formas clínicas mais graves são causadas pelo P. Falciparum. É uma doença que apresenta gravidade clínica e elevado potencial de disseminação, além de uma densidade vetorial que favorece a transmissão, sendo que, no Brasil, aproximadamente 99% das transmissões concentram-se na região amazônica (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins). A Malária é uma doença endêmica da região amazônica, ocorrendo principalmente em áreas rurais e periurbanas. São cinco espécies que podem causar a Malária Humana: 115 Os principais objetivos do Ministério da Saúde em relação à malária são: reduzir a mortalidade e a gravidade dos casos, eliminar a doença no país e prevenir a reintrodução de sua transmissão em áreas onde foi interrompida. Para tanto, em 2022, com o objetivo de cumprir a meta de eliminar a doença até 2035, o Ministério da Saúde lançou o “Elimina Malária Brasil: Plano Nacional de Eliminação da Malária”. 116 Pensando nos criadouros, você sabe quais as condições ideais para que o mosquito anofelino se reproduza? Que tal ficar por dentro do Plano Nacional de Eliminação da Malária? Sugerimos que você leia o conteúdo Elimina Malária Brasil: Plano Nacional de Eliminação da Malária, do site do Ministério da Saúde. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. Isso depende da espécie, mas, de forma geral, trata-se de um mosquito que tem preferência por coleções de água parada,como lagoas, açudes, represas, tanques de piscicultura e barragens. Nas regiões de Mata Atlântica, onde ocorrem surtos ocasionais, tem-se como criadouros, principalmente, as plantas que acumulam água, como as bromélias, além de ocos de árvores, folhas caídas, cascas de coco e reservatórios naturais de água encontrados na floresta. https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/malaria/elimina-malaria-brasil-plano-nacional-de-eliminacao-da-malaria#:~:text=Com%20a%20Campanha%20de%20Erradica%C3%A7%C3%A3o,2014%3B%20Brasil%2C%202021 https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/malaria/elimina-malaria-brasil-plano-nacional-de-eliminacao-da-malaria#:~:text=Com%20a%20Campanha%20de%20Erradica%C3%A7%C3%A3o,2014%3B%20Brasil%2C%202021 117 A Malária é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, que se infecta ao sugar o sangue de uma pessoa contaminada com Plasmodium spp. Dentro do mosquito, o parasito se desenvolve e se multiplica no intestino do inseto, formando zigoto, oocineto, oocisto e esporozoítos, que migram para as suas glândulas salivares. Na próxima picada, o mosquito injeta os esporozoítos na corrente sanguínea humana, dando início à infecção. O tempo necessário para que o parasito complete seu ciclo dentro do mosquito varia entre 12 e 18 dias, dependendo da espécie. Esse período costuma ser mais longo para Plasmodium falciparum do que para Plasmodium vivax (BRASIL, 2021a). O mosquito Anopheles é mais abundante ao entardecer e ao amanhecer, todavia, ele pode ser encontrado em atividade durante todo o período noturno. Como acontece a transmissão entre o mosquito e o ser humano? 118 Você, como ACE, tem um papel importante para o alcance da meta de eliminar a Malária. Para tanto, é importante que incorpore, na sua prática profissional, o reconhecimento da área de trabalho com a composição e a caracterização das espécies de mosquitos ocorrentes. Além disso, a integração das ações em parceria com o(a) ACS e a UBS também são importantes para a garantia do acesso universal à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento da doença. A vigilância dos casos importados de Malária, aliada ao diagnóstico oportuno e ao tratamento imediato e correto, são medidas essenciais para o seu controle e a sua eliminação. Fortalecer e ampliar a rede de diagnóstico laboratorial existente, com a capacitação de microscopistas e de outros profissionais para a realização do teste de diagnóstico rápido é igualmente importante. É fundamental mapear as áreas receptivas (onde a presença e a densidade do vetor tornam possível a transmissão autóctone) e, assim, realizar uma tomada de decisão mais assertiva quanto às ações de prevenção, controle vetorial e avaliação dessas atividades (BRASIL, 2022a). Agora que você tem as informações sobre a Malária, vamos pensar sobre as medidas de prevenção e controle? O Plano Nacional de Eliminação da Malária (BRASIL, 2022) destaca que "quanto menor o número de casos, maior o detalhamento das informações e maior a importância da investigação". Dessa forma, além da análise da Incidência Parasitária Anual (IPA), é essencial considerar o número total de casos no município por ano, bem como a distribuição dos casos nas diferentes localidades. VALE DESTACAR! 62 Figura 10 - Direcionamento das ações segundo os cenários de transmissão Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/malaria/politicas- de-saude/elimina-malaria-brasil-plano-nacional-de-eliminacao-da-malaria#:~:text=Com% 20a%20Campanha%20de%20Erradica%C3%A7%C3%A3o,2014%3B%20Brasil%2C%202021%20). Acesso em: 09 set. 2025. 119 Esses dados são fundamentais para o direcionamento adequado das ações de vigilância, controle e eliminação da doença (Figura 10). As principais medidas de prevenção da Malária podem ser divididas em individuais e coletivas. As medidas individuais incluem o uso de mosquiteiros, roupas compridas (camisas e calças), telas em portas e janelas e repelentes, reduzindo, assim, o contato com o vetor. Já as medidas coletivas envolvem ações como borrifação residual intradomiciliar, obras de saneamento e manejo ambiental para a eliminação de criadouros, limpeza das margens dos criadouros, modificação do fluxo da água, controle da vegetação aquática, além de melhorias na moradia, nas condições de trabalho e o uso racional da terra (BRASIL, 2021b). https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/malaria/politicas-de-saude/elimina-malaria-brasil-plano-nacional-de-eliminacao-da-malaria#:~:text=Com%20a%20Campanha%20de%20Erradica%C3%A7%C3%A3o,2014%3B%20Brasil%2C%202021%20 https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/malaria/politicas-de-saude/elimina-malaria-brasil-plano-nacional-de-eliminacao-da-malaria#:~:text=Com%20a%20Campanha%20de%20Erradica%C3%A7%C3%A3o,2014%3B%20Brasil%2C%202021%20 https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/malaria/politicas-de-saude/elimina-malaria-brasil-plano-nacional-de-eliminacao-da-malaria#:~:text=Com%20a%20Campanha%20de%20Erradica%C3%A7%C3%A3o,2014%3B%20Brasil%2C%202021%20 120 Essas enfermidades são causadas por protozoários do gênero Leishmania, transmitidos pela picada de insetos flebotomíneos infectados, popularmente conhecidos como mosquito-palha ou birigui. A Leishmaniose Tegumentar caracteriza-se clinicamente por apresentar lesões cutâneas e mucosas que, se não tratadas adequadamente, podem evoluir para formas graves e deixar sequelas permanentes (BRASIL, 2017b). As Leishmanioses são zoonoses consideradas um grande problema de saúde pública e representam um complexo de doenças com importante espectro clínico. LEISHMANIOSES Por outro lado, a Leishmaniose Visceral, também conhecida como calazar, representa a forma mais grave das Leishmanioses e acomete órgãos internos importantes, como fígado, baço e medula óssea. Clinicamente, manifesta-se por febre persistente, perda de peso, aumento do volume abdominal devido à hepatomegalia e esplenomegalia, anemia, fraqueza e redução da imunidade, podendo evoluir rapidamente para quadros de gravidade acentuada com alto risco de óbito se não houver diagnóstico e tratamento precoces (BRASIL, 2014). 121 Vale ressaltar a importância da vigilância ativa e integrada para a Leishmaniose Visceral, incluindo estratégias de controle vetorial por meio de ações ambientais e químicas, manejo adequado de reservatórios domésticos, como cães, que desempenham papel fundamental no ciclo urbano da doença, além do fortalecimento dos sistemas de saúde para o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno dos casos humanos. A educação em saúde das comunidades também é considerada estratégica, uma vez que conscientiza a população sobre os riscos e as formas de prevenção, estimulando práticas individuais e coletivas de proteção. Dessa forma, tanto para a Leishmaniose Tegumentar quanto para a Visceral, as estratégias de controle dependem de ações conjuntas e integradas, envolvendo profissionais de saúde, gestores públicos, veterinários, biólogos e, principalmente, as comunidades afetadas, com o objetivo final de reduzir a incidência, a morbimortalidade e os impactos sociais associados a essas doenças. A Leishmaniose Tegumentar é uma doença crônica, infecciosa e não contagiosa, causada por diferentes espécies de Leishmania, como Leishmania (Viannia) braziliensis, L. (V.) guyanensis e L. (Leishmania) amazonensis (BRASIL, 2022). Sua transmissão ocorre por meio da picada de fêmeas infectadas de flebotomíneos do gênero Lutzomyia e acomete tanto humanos quanto animais silvestres (roedores, marsupiais, edentados e canídeos), sinantrópicos (roedores) e domésticos (cães, gatos e equídeos) (BRASIL, 2021). Clinicamente, a doençase manifesta por lesões na pele e mucosas do nariz, boca, faringe e laringe, podendo causar deformidades significativas e impactar a qualidade de vida dos pacientes. Qual a diferença entre a Leishmaniose Tegumentar e a Visceral? 122 Embora possa afetar ambos os sexos e todas as faixas etárias, a maior incidência de Leishmaniose, no Brasil, ocorre em homens. Sua transmissão está associada a atividades em áreas de vegetação, tanto por exposição ocupacional (exploração florestal, construção de estradas, usinas hidrelétricas e ecoturismo) quanto por fatores relacionados ao processo migratório e à ocupação de encostas e áreas periurbanas (BRASIL, 2017b). #SAIBA MAIS Já a Leishmaniose Visceral, também conhecida como Calazar, é uma doença sistêmica grave, causada principalmente pela Leishmania (Leishmania) infantum (BRASIL, 2023). Assim como a forma Tegumentar, sua transmissão ocorre pela picada de flebotomíneos do gênero Lutzomyia infectados. No Brasil, o cão doméstico é considerado o principal reservatório urbano, embora animais silvestres também possam atuar na manutenção do ciclo da doença (BRASIL, 2021). A Leishmaniose Visceral compromete órgãos internos, especialmente o baço, o fígado e a medula óssea, podendo ser fatal se não tratada. Essa doença acomete, principalmente, crianças e indivíduos imunocomprometidos, sendo mais prevalente em áreas urbanas e periurbanas (BRASIL, 2022). O Ministério da Saúde destaca a importância da detecção precoce e do tratamento adequado, além da implementação de medidas de controle do vetor e da redução do contato humano com reservatórios animais (BRASIL, 2023). Que tal ler mais sobre os ciclos de transmissão da leishmaniose tegumentar? Clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. 123 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_leishmaniose_tegumentar.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_leishmaniose_tegumentar.pdf Quais as medidas de controle para essa zoonose? No Brasil, a Leishmaniose Tegumentar apresenta diversidade de agentes, de reservatórios e de vetores, o que lhe confere diferentes padrões de transmissão e um conhecimento ainda limitado sobre alguns aspectos, tornando difícil o seu controle. O Ministério da Saúde (Saúde de A a Z) sintetiza as seguintes ações direcionadas: adotar medidas de proteção individual, como usar repelentes e evitar a exposição nos horários de atividade do vetor (crepúsculo e noite) em ambientes onde este habitualmente possa ser encontrado; manejo ambiental, por meio da limpeza de quintais e terrenos, para evitar o estabelecimento de criadouros para larvas do vetor. Tal medida deve ser inserida em todos os serviços que desenvolvam as ações de vigilância e controle da doença, com o envolvimento efetivo das equipes multiprofissionais para um trabalho articulado nas diferentes unidades de prestação de serviços. 124 O controle químico por meio da utilização de inseticidas de ação residual é a medida de controle vetorial recomendada no âmbito da proteção coletiva. Esta medida é dirigida apenas para o inseto adulto e tem como objetivo evitar e/ou reduzir o contato entre o inseto transmissor e a população humana e, consequentemente, diminuir o risco de transmissão da doença (BRASIL, 2017b). O controle químico está recomendado somente para áreas com: Ocorrência de mais de um caso humano de Leishmaniose Tegumentar, num período máximo de seis meses do início dos sintomas, em áreas novas ou em surto, estando esse caso associado a evidências de que a transmissão venha ocorrendo no ambiente domiciliar, isto é, que há a adaptação das espécies Nyssomyia intermedia, Pintomyia pessoai, Ny. whitmani, Migonemyia migonei ou Pintomyia fischeri ao ambiente domiciliar. Ocorrência de casos humanos de Leishmaniose Tegumentar na faixa etária inferior a 10 anos, num período máximo de seis meses do início dos sintomas entre a ocorrência de um caso e outro, estando estes associados a evidências de que a transmissão venha ocorrendo no ambiente domiciliar, isto é, que há a adaptação das espécies Ny. intermedia, Pi. pessoai, Ny. whitmani, Mi. migonei, Pi. fischeri ou Ny. neivai ao ambiente domiciliar (BRASIL, 2017b). Quando usar o controle químico? 125 a b 126 O cão é a principal fonte de infecção na área urbana, enquanto, no ambiente silvestre, destacam-se as raposas e os marsupiais. No Brasil, a sua forma de transmissão é por meio da picada das fêmeas dos vetores (L. longipalpis ou L. cruzi), infectados pelo protozoário. (BRASIL, 2021). Seu ciclo de vida pode ser visto na Figura 11. essa é uma doença crônica e sistêmica em que 90% dos casos não tratados evoluem para óbito. É causada por protozoários tripanossomatídeos do gênero Leishmania, sendo a Leishmania infantum a espécie mais comumente envolvida na sua transmissão (BRASIL, 2021). Assim como a Leishmaniose Tegumentar, o vetor da Leishmaniose Visceral é o mosquito-palha (dípteros, da família Psychodidae, subfamília Phlebotominae), principalmente Lutzomyia longipalpis. Falando sobre a Leishmaniose Visceral, Figura 11 - Ciclo de vida da Leishmania 62 Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_controle_leishmaniose _visceral_1edicao.pdf. Acesso em: 10 set. 2025. 127 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_controle_leishmaniose_visceral_1edicao.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_controle_leishmaniose_visceral_1edicao.pdf A principal forma de prevenção da Leishmaniose Visceral é o combate ao inseto transmissor. Para mantê-lo longe, a população deve aderir à prática de manejo ambiental, promovendo a limpeza periódica dos quintais, retirando matéria orgânica em decomposição e destinando o lixo orgânico ao local adequado (para impedir o desenvolvimento das larvas dos mosquitos). É importante, também, realizar a limpeza dos abrigos de animais domésticos, mantendo-os distantes do domicílio, principalmente à noite. Todo cão proveniente de área endêmica ou de onde esteja ocorrendo surto com manifestações clínicas compatíveis com a Leishmaniose Visceral Canina (LVC), como febre irregular, apatia, emagrecimento, descamação furfurácea (descamação da pele em pequenas partículas, semelhantes à farinha, farelo) e úlceras na pele – em geral no focinho, nas orelhas e nas extremidades, conjuntivite, paresia do trem posterior, fezes sanguinolentas e crescimento exagerado das unhas é considerado um caso canino suspeito (BRASIL, 2021). 128 O controle químico da Leishmaniose Visceral é recomendado imediatamente após o registro do primeiro caso autóctone em áreas onde é realizada a investigação entomológica. Além disso, em áreas com transmissão moderada e intensa, a aplicação de inseticidas de ação residual deve ocorrer durante o período do ano em que se observa um aumento da densidade do vetor, com base na curva de sazonalidade conhecida. É fundamental realizar um monitoramento contínuo da eficácia das aplicações e da população de vetores para garantir que as intervenções estejam reduzindo efetivamente a incidência da doença (BRASIL, 2024b). A eutanásia de cães é recomendada a todos os animais com sorologia reagente ou exame parasitológico positivo que não sejam submetidos ao tratamento. O controle químico é realizado por meio da utilização de inseticidas de ação residual e é a medida de controle vetorial recomendada no âmbito da proteção coletiva. Esta medida é dirigida apenas para o inseto adulto e tem como objetivo evitar e/ou reduzir o contato entre o inseto transmissor e a população humana e, consequentemente, diminuir o risco de transmissão da doença. 129 Quando é recomendado o controle químico? A Filariose Linfática (Elefantíase) é uma doença parasitária crônica. FILARIOSELINFÁTICA 131 Esta doença é causada por vermes nematoides das espécies Wuchereria bancrofti, Brugia malayi e Brugia timori, sendo transmitida ao ser humano (único reservatório) pelos mosquitos da espécie Culex quinquefasciatus, também conhecidos como pernilongo, carapanã ou muriçoca. É uma doença que desencadeia incapacidades permanentes e duradouras, acometendo, principalmente, os membros inferiores e o trato urogenital, sendo as suas principais apresentações clínicas o linfedema e a hidrocele (BRASIL, 2021). Como delimitar a área para o controle químico? Na zona rural, o controle químico será realizado em todos os domicílios da localidade onde ocorreu a transmissão. Na zona urbana, para o controle, deverá ser considerada a área previamente delimitada conforme classificação epidemiológica (2014). Não há casos confirmados de Filariose Linfática no Brasil desde 2017, sendo sua área endêmica restrita em quatro municípios da região metropolitana de Recife/Pernambuco: Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Paulista (BRASIL,2008). 131 Ficou interessado(a) em saber mais? Consulte o Manual de Coleta de Amostras Biológicas para Diagnóstico de Filariose Linfática. Clique aqui ou aponte a câmera de seu celular, escaneie o QR CODE e fique por dentro deste assunto. Leia, também, o conteúdo Brasil elimina elefantíase como problema de saúde pública. Clique aqui ou aponte a câmera de seu celular, escaneie o QR CODE e fique por dentro deste assunto. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/f/elefantiase/publicacoes/manual-de-coleta-de-amostras-biologicas-para-diagnostico-de-filariose-linfatica.pdf/@@download/file/Manual%20de%20Coleta%20de%20Amostras%20Biol%C3%B3gicas%20para%20Diagn%C3%B3stico%20de%20Filariose%20Linf%C3%A1tica.pdf https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2024-10/brasil-elimina-elefantiase-como-problema-de-saude-publica https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/f/elefantiase/publicacoes/manual-de-coleta-de-amostras-biologicas-para-diagnostico-de-filariose-linfatica.pdf/@@download/file/Manual%20de%20Coleta%20de%20Amostras%20Biol%C3%B3gicas%20para%20Diagn%C3%B3stico%20de%20Filariose%20Linf%C3%A1tica.pdf https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2024-10/brasil-elimina-elefantiase-como-problema-de-saude-publica 132 A doença pode afetar tanto humanos quanto outros mamíferos, incluindo animais de produção, como bovinos e equinos, especialmente em áreas rurais. A Raiva apresenta uma taxa de letalidade extremamente alta, próxima de 100%, pois sua progressão é rápida, levando a uma encefalite aguda progressiva que evolui para óbito em um período de 2 a 7 dias. Devido à gravidade da doença, há um forte investimento em medidas preventivas, como vacinação e soroterapia, disponibilizadas pelos serviços de saúde. A Raiva é uma doença viral transmitida principalmente por mordidas de animais infectados, especialmente cães e gatos, que carregam o vírus Rabies lyssavirus em sua saliva. RAIVA Além da transmissão por animais domésticos, a Raiva também ocorre na forma silvestre. No Brasil, os principais transmissores nessa categoria são os morcegos (quirópteros), mas outros mamíferos podem atuar como reservatórios do vírus. Entre eles, estão canídeos silvestres, como raposas e cachorros-do-mato; felídeos silvestres, como gatos-do-mato; outros carnívoros, como jaritatacas e os mão-pelada; além de marsupiais, como gambás e saruês, e primatas, como os saguis (BRASIL, 2021, p. 989). 133 No Brasil, há cinco variantes rábicas em circulação, cada uma associada a um reservatório específico. O monitoramento dessas variantes é fundamental para o controle da Raiva e a implementação de estratégias eficazes de prevenção e controle da doença. O vírus da Raiva (Rabies lyssavirus), no Brasil, apresenta cinco variantes principais, sendo cada uma associada a reservatórios específicos: • AgV1 e AgV2: isoladas de cães domésticos. • AgV3: associada a morcegos hematófagos, especialmente Desmodus rotundus. • AgV4 e AgV6: encontradas em morcegos insetívoros, como Tadarida brasiliensis e Lasiurus cinereus, respectivamente. • Variante em Cerdocyon thous: identificada no cachorro-do-mato. • Variante em Callithrix jacchus: detectada no sagui-de-tufo-branco. Essas informações são fundamentais para a compreensão da epidemiologia da Raiva no país e para o desenvolvimento de estratégias de vigilância e controle da doença (BRASIL, 2023). 134 Figura 12 - Ciclos epidemiológicos de transmissão da Raiva Ciclos epidemiológicos de transmissão da Raiva Ciclo aéreo: envolve morcegos hematófagos, que podem transmitir o vírus da Raiva diretamente aos seres humanos ou a outros animais (silvestres, rurais e urbanos). Ciclo silvestre: ocorre entre animais silvestres, como macacos, raposas e outros mamíferos, que podem transmitir o vírus para os seres humanos. Ciclo rural: ocorre entre animais de criação, como cavalos e bovinos, que podem ser infectados por morcegos ou outros animais e, eventualmente, transmitir o vírus ao homem. Ciclo urbano: envolve, principalmente, cães e gatos, que podem contrair o vírus da Raiva e transmiti-lo ao ser humano, especialmente em áreas urbanas. Fonte: BRASIL. Ministério da Agricultura e Pecuária, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-anim al/programas-de-saude-animal/raiva-dos-herbivoros-e-eeb/raiva. Acesso em: 10 set. 2025. A doença apresenta quatro ciclos de transmissão (Figura 12): urbano, rural, silvestre aéreo e silvestre terrestre, sendo o ciclo urbano passível de eliminação, devido às medidas efetivas de prevenção (pelo homem e pela fonte de infecção). https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/raiva-dos-herbivoros-e-eeb/raiva https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/raiva-dos-herbivoros-e-eeb/raiva As regiões Norte (27%) e Nordeste (53%) têm destaque no percentual de casos de Raiva, enquanto a região Sul e alguns estados da região Sudeste (Rio de Janeiro e São Paulo), além do Distrito Federal, estão sob controle. 135 Já no reservatório silvestre, não se tem a precisão, podendo permanecer por longos períodos. No ser humano, a progressão da doença oscila de dois a 10 dias, após o período de incubação, com prognóstico negativo: óbito. Portanto, é fundamental que você, como ACE, adote, em conjunto com a Equipe da UBS e os(as) ACS, medidas de prevenção e controle para evitar casos de Raiva em seres humanos. A evolução da doença é muito rápida no reservatório urbano/doméstico, sendo o período de transmissibilidade do cão/gato para o ser humano de dois a cinco dias antes do aparecimento dos sinais clínicos e durante toda a evolução da doença (a morte do animal acontece entre cinco e sete dias após o aparecimento dos sintomas). As principais medidas são: investigar todos os casos suspeitos de Raiva Humana e Animal, assim como determinar sua fonte de infecção. realizar busca ativa de pessoas sob exposição de risco ao vírus rábico. determinar as áreas de risco para Raiva. monitorar a Raiva Animal, com o intuito de evitar a ocorrência de casos humanos. realizar as campanhas de vacinação antirrábica de caninos e felinos. propor medidas de prevenção e controle. realizar ações educativas de forma continuada. 136 Por ser uma doença imunoprevenível, é fundamental a imunização segundo o calendário vacinal e o uso da profilaxia de pós-exposição em tempo oportuno (o mais breve possível). Todos os indivíduos expostos ao vírus rábico pela mordedura, lambedura ou arranhadura provocada por animais transmissores da Raiva devem procurar o serviço de saúde, ser avaliados e, se necessário, receber vacina antirrábica e/ou soro. Lembrando que a vacinação deve ser realizada seguindovetores responsáveis pela transmissão e disseminação destas doenças e destes agravos. Estude este material com atenção, buscando relacionar as informações apresentadas com sua prática profissional. Participe ativamente: assista às teleaulas, explore a aula interativa e realize as atividades propostas para consolidar seu aprendizado. Bons estudos! Quanto ao agravo, ele pode ser definido como qualquer dano à integridade do indivíduo provocado por algumas circunstâncias nocivas, como nos casos de acidentes por animais peçonhentos. E qual o seu papel nesse contexto? Você, Agente de Combate às Endemias (ACE), tem um papel fundamental nas ações educativas, na prevenção de doenças e agravos à saúde e em ações de cuidado na comunidade em que atua. ACE | Agente de Combate às Endemias ACS | Agente Comunitário de Saúde APS | Atenção Primária à Saúde BVSMS | Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde CCZ | Centros de Controle de Zoonoses COFEN | Conselho Federal de Enfermagem EPI | Equipamentos de Proteção Individual FMB | Febre Maculosa Brasileira FMRP | Febre Maculosa por Rickettsia Parkeri FNO | Febre do Nilo Ocidental IB| Índice Breteau IIP | Índice de Infestação Predial IPA | Incidência Parasitária Anual ITR | índice Tipo de Recipiente LIRAa | Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS LPI | Locais Prováveis de Infecção LT | Leishmaniose Tegumentar OMS | Organização Mundial da Saúde PNH | Primatas Não Humanos SCPH | Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus SINAN | Sistema de Informação de Agravos de Notificação SNC | Sistema Nervoso Central SUS | Sistema Único de Saúde UVZs | Unidades de Vigilância de Zoonoses VORO | Vírus Oropouche LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS PRINCIPAIS SINTOMAS DOS ARBOVÍRUS: DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA CICLOS EPIDEMIOLÓGICOS (SILVESTRE E URBANO) DA FEBRE AMARELA NO BRASIL FIGURA 03 CICLO EPIDEMIOLÓGICO E A TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA FEBRE DO NILO OCIDENTAL (FNO) FIGURA 04 69 CICLO DE VIDA DO AEDES AEGYPTI FIGURA 01 35 FIGURA 02 41 64 LISTA DE FIGURAS CICLO DE TRANSMISSÃO DA FEBRE MACULOSA: CICLO TRANSOVARIANO DO CARRAPATO E HOSPEDEIROS FIGURA 05 79 PROGRESSÃO CLÍNICA DA LEPTOSPIROSE ESPÉCIES DE TRIATOMÍNEOS FIGURA 08 CICLO DE TRANSMISSÃO VETORIAL DA DOENÇA DE CHAGAS FIGURA 09 107 COMO EVITAR A HANTAVIROSE FIGURA 06 89 FIGURA 07 96 104 LISTA DE FIGURAS DIRECIONAMENTO DAS AÇÕES SEGUNDO OS CENÁRIOS DE TRANSMISSÃO FIGURA 10 119 CICLO DE VIDA DA LEISHMANIA FIGURA 11 127 CICLO BIOLÓGICO DO TOXOPLASMA GONDII APRESENTAÇÕES CLÍNICAS DE ESPOROTRICOSE HUMANA FIGURA 14 CICLO SILVESTRE DE TRANSMISSÃO DA FEBRE DO OROPOUCHE FIGURA 15 196 CICLOS EPIDEMIOLÓGICOS DE TRANSMISSÃO DA RAIVA FIGURA 12 134 FIGURA 13 141 147 LISTA DE FIGURAS CICLO URBANO DE TRANSMISSÃO DA FEBRE DO OROPOUCHE FIGURA 16 197 QUADRO COMPARATIVO: INFLUENZA, FEBRE DO OROPOUCHE E MPOX QUADRO 02 DESCRIÇÃO DA TRANSMISSÃO DAS ARBOVIROSES DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA, SEGUNDO VIA VETORIAL, VERTICAL E TRANSFUSIONAL QUADRO 01 42 203 LISTA DE QUADROS SU M ÁR IO DOENÇAS TRANSMITIDAS POR VETORES E ECTOPARASITAS 01 14 ARBOVIROSES: DENGUE, ZIKA, CHIKUNGUNYA, FEBRE AMARELA, FEBRE DO NILO, FEBRE MAYARO E FEBRE OROPOUCHE 02 29 ZOONOSES: FEBRE MACULOSA, PESTE, HANTAVIROSE E LEPTOSPIROSE 03 72 PARASITOSES: DOENÇA DE CHAGAS, MALÁRIA, LEISHMANIOSES, FILARIOSE LINFÁTICA, RAIVA, TOXOPLASMOSE E ESPOROTRICOSE 04 103 ANIMAIS PEÇONHENTOS 05 151 SU M ÁR IO ATIVIDADES DAS UNIDADES DE VIGILÂNCIA DE ZOONOSES 06 176 VIGILÂNCIA, MANEJO E CONTROLE DE ANIMAIS VERTEBRADOS E INVERTEBRADOS DE RELEVÂNCIA PARA A SAÚDE PÚBLICA 07 181 INFECÇÕES VIRAIS EMERGENTES 08 190 RETROSPECTIVA 09 204 REFERÊNCIAS 10 206 01 DOENÇAS TRANSMITIDAS POR VETORES E ECTOPARASITAS Gerusa Júlio RESGATANDO CONCEITOS Podemos discutir esses casos e realizar um planejamento de atividades conjuntamente, considerando a territorialização, de forma articulada e integrada. O que você acha? Gerusa Assim, poderemos entender melhor as reais necessidades da população para fazermos uma intervenção mais assertiva. Mas será preciso resgatar alguns conceitos antes de falarmos das doenças e do esperado. Júlio Para realizarmos um trabalho conjunto e complementar, que impactará na prevenção e no controle de doenças e agravos, precisamos ter um ponto de partida. Que tal começarmos por resgatar alguns conceitos, como agente etiológico, vetor e hospedeiro? 15 Vamos conversar um pouco sobre algumas zoonoses que são endêmicas no nosso território? 16 O trabalho conjunto e complementar entre os ACE e os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) “é estratégico e desejável para identificar e intervir oportunamente nos problemas de saúde-doença da comunidade, facilitar o acesso da população às ações e serviços de saúde e prevenir doenças”, sendo um dos fatores essenciais para conseguirmos atender às reais necessidades de saúde da população e, consequentemente, impactar os indicadores de saúde referentes às principais zoonoses que acometem a comunidade (BRASIL, 2019, p. 19). Integrar significa discutir as ações considerando a realidade local, o território e as prioridades, com compromisso com a saúde da população, incorporando o planejamento, a definição das prioridades e as atribuições dos envolvidos para que se tenha um cuidado efetivo, pautado na qualidade de vida (BRASIL, 2019). Qual a importância de saber o modo de transmissão das doenças e seu agente de transmissão? O modo de transmissão é o elemento introdutório dessa discussão, visto que traz à tona a forma com que o agente infeccioso se transporta ao hospedeiro, ou seja, como ocorre esse contágio. Assim, abre-se um espaço para trabalharmos quem são esses agentes infecciosos e seus vetores, e como se dá essa interação e como é a distribuição e a frequência da doença. O conhecimento da história natural de uma doença nos permite prevenir, tratar e entender toda a sua evolução, assim como a importância de cada intervenção, conforme o momento da evolução dessa doença, prevenindo-a, manejando-a e controlando-a. Assim, passamos a ter condições de refletir sobre a nossa prática profissional, principalmente no que se refere às ações de vigilância, prevenção e controle. Está aí o nosso grande objetivo com essa disciplina. 17 18 Que tal começarmos falando sobre vetores? Você lembra o que são vetores? A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem ressaltado, em suas publicações, a relevância das doenças transmitidas por vetores, já que essas doenças repercutem, de forma significativa, nas taxas de morbimortalidade e são problemas de saúde pública (BRASIL, 2024c). VETORES São seres vivos invertebrados que possuem a capacidade de transportar organismos patogênicos (agente etiológico/agente infeccioso de uma doença). Eles fazem a articulação entre o agente etiológico e o hospedeiro, produzindo a infecção de pessoas ou animais. No caso de zoonoses é quando são inseridos animais vertebrados como reservatórios no ciclo de transmissão do patógeno. As doenças vetoriais e as zoonoses são amplamente disseminadas no país, exigindo a implementação de programas específicos para um manejo adequado, abrangendo a vigilância de fatores de risco, bem como o controle de vetores e reservatórios animais. Vamos focar nosso conteúdo nessas ações, pois é neste cenário que você, ACE, faz o mapeamento das áreas de risco, a Vigilância Entomológica, a Vigilância Epidemiológica, a avaliação das ações realizadas e fornece orientações e ações direcionadas ao controle dos vetores e dos riscos de contágio das doenças. A abordagem do conteúdo será separada por doença ou agravo e, consequentemente, pelos agentes infecciosos, vetores e reservatórios envolvidos. 19 Ah, muitas vezes, ao discutirmoso calendário vacinal e, em situações específicas, iniciada o mais breve possível, sendo ofertada gratuitamente na rede pública. VALE DESTACAR! 137 O Ministério da Saúde atualizou recentemente os protocolos de profilaxia da Raiva Humana no Brasil, com implicações diretas para os(as) ACE, que frequentemente lidam com animais potencialmente transmissores do vírus rábico. Em setembro de 2024, foi publicada a Nota Técnica nº 160/2024-SVSA/SAPS/SESAI/MS, que determina a inclusão da profilaxia pré-exposição contra a Raiva no calendário de vacinação para comunidades de difícil acesso na região amazônica (BRASIL, 2024d). Essa medida visa ampliar a proteção da população em áreas remotas e dos profissionais que atuam nesses locais, minimizando o risco de transmissão da doença. 138 Além disso, a Nota Técnica nº 8/2022-CGZV/DEIDT/SVS/MS, atualizada no mesmo período, trouxe diretrizes sobre a administração dos imunobiológicos utilizados na profilaxia da raiva, como a Vacina Raiva (VR) inativada, o Soro Antirrábico (SAR) e a Imunoglobulina Humana Antirrábica (IGHAR) (BRASIL, 2022b). Essas diretrizes foram ajustadas para otimizar o uso dos insumos, considerando a disponibilidade limitada e a mudança no perfil epidemiológico da Raiva no Brasil. A VR inativada é indicada tanto para profilaxia pré-exposição quanto pós-exposição, enquanto o soro e a imunoglobulina são recomendados para casos de alto risco, como mordidas profundas ou múltiplas por animais suspeitos de infecção pelo vírus rábico. A atualização dos protocolos reforça a importância da imunização dos(as) ACE, uma vez que esses profissionais estão constantemente expostos a situações de risco ao realizarem inspeções domiciliares, controle de vetores e manejo de animais (BRASIL, 2024c). Além da vacinação adequada, é fundamental que sejam seguidos os protocolos de biossegurança e que seja notificado, imediatamente, qualquer incidente de exposição ao vírus rábico. Com essas medidas, o Brasil busca fortalecer sua estratégia de prevenção e controle da Raiva, garantindo maior proteção tanto para a população quanto para os trabalhadores da saúde que atuam na linha de frente da Vigilância Epidemiológica. 139 Sintomas e manifestações Os sintomas da Toxoplasmose podem variar amplamente entre os indivíduos. Na maioria dos casos, a infecção é assintomática, mas quando os sintomas estão presentes, incluem linfadenopatia cervical, febre, mialgia e fadiga. Em indivíduos imunocomprometidos, como aqueles com HIV/Aids ou os que estão em tratamento quimioterápico, a Toxoplasmose pode reativar-se e evoluir para formas severas, como Encefalite e Coriorretinite. Em crianças que nascem com a infecção (Toxoplasmose Congênita), podem ocorrer sequelas graves, como comprometimento visual e neurológico. A Toxoplasmose é uma infecção causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, que possui como hospedeiro definitivo os gatos e pode afetar uma ampla gama de vertebrados, incluindo humanos. TOXOPLASMOSE A prevalência global da infecção em humanos é estimada em cerca de 60%, com variações significativas entre diferentes regiões e populações (KOTA e SHABBIR, 2024). A infecção é especialmente relevante em grupos vulneráveis, como gestantes e imunocomprometidos, devido ao risco de complicações graves. 140 Mecanismos de transmissão A transmissão do Toxoplasma gondii pode ocorrer de diversas maneiras (Figura 13), sendo as principais vias: Transmissão indireta: a ingestão de oocistos das fezes dos felinos presentes em alimentos e água contaminados é a forma mais comum de infecção. Isso pode ocorrer por meio de vegetais mal lavados ou água não tratada Animais como porcos e cordeiros podem se infectar e abrigar o parasita em seus tecidos. O consumo de carne crua ou mal cozida desses animais pode transmitir Toxoplasmose. Transmissão direta: a transmissão vertical é uma preocupação significativa, especialmente durante a gestação, quando a infecção da mãe pode ser transmitida ao feto. Isso pode resultar em aborto espontâneo ou em sequelas graves ao bebê. Formas raras de transmissão: embora menos comuns, a inalação de aerossóis contaminados, a inoculação acidental em laboratórios, transfusões de sangue e transplantes de órgãos também são modos possíveis de transmissão. É importante destacar que essas formas são consideradas raras e não representam a via principal de contágio. 141 Figura 13 - Ciclo biológico do Toxoplasma gondii Fonte: BARBOSA, MUNO e MOURA, 2014, p. 34. Disponível em: https://books.scielo.org/id/p2r7v/pdf/souza-9788575415719-04.pdf. Acesso em: 10 set. 2025. Ciclo de vida do Toxoplasma gondii Hospedeiro definitivo: • Os felídeos (especialmente o gato doméstico) são os únicos hospedeiros definitivos. • Neles, ocorre o ciclo sexuado do parasita. • Os gatos eliminam oocistos imaturos pelas fezes no ambiente. No meio ambiente: • O oocisto torna-se infectante após 1 a 5 dias, ao amadurecer e liberar esporozoítas. • A infecção pode ocorrer por contato com água, solo, alimentos ou ar contaminados, ou, ainda, por vetores acidentais. https://books.scielo.org/id/p2r7v/pdf/souza-9788575415719-04.pdf 142 Hospedeiros intermediários: • Aves, roedores, bois, cavalos, porcos, cães e o próprio ser humano podem atuar como hospedeiros intermediários. • Nesses hospedeiros, o parasita forma cistos teciduais com bradizoítas, localizados principalmente em músculos e no cérebro. • A infecção pode ocorrer por ingestão de carne crua ou mal passada. Formas de transmissão ao ser humano: • Transmissão congênita (taquizoítas atravessam a placenta). • Ingestão de carne crua ou mal passada com cistos. • Transplantes de órgãos ou transfusões sanguíneas contendo o parasita. Quer saber mais? O nosso tema, agora, são os bebês com Toxoplasmose Congênita. O que você sabe sobre isto? A Toxoplasmose Congênita acontece quando uma mulher grávida é infectada por Toxoplasma gondii e a transmite para o bebê durante a gestação. Essa situação é preocupante, pois pode causar problemas sérios para a saúde do recém-nascido. A gravidade da infecção pode variar dependendo de quando a mãe contrai a doença durante a gravidez. Quanto mais perto do final da gestação, maior a chance de o bebê ser infectado e de ter complicações. Vejamos! 62 Os bebês que nascem com Toxoplasmose Congênita podem apresentar vários sintomas, tais como: • Problemas oculares: uma das complicações mais comuns é a Coriorretinite, que pode afetar a visão do bebê. Por isso, é importante que esses bebês sejam avaliados por um oftalmologista logo após o nascimento. • Comprometimento no desenvolvimento: alguns bebês podem ter dificuldades de desenvolvimento, como Microcefalia (cabeça menor do que o normal) e até convulsões. Isso pode afetar a vida da criança a longo prazo. • Sintomas gerais ao nascer: bebês com Toxoplasmose Congênita podem apresentar febre, icterícia (pele e olhos amarelados) e erupções na pele. Esses sintomas precisam ser observados pelos profissionais de saúde. 143 Diagnóstico e tratamento O diagnóstico da Toxoplasmose Congênita é feito por meio exames de sangue que detectam anticorpos específicos. É importante que os médicos façam uma avaliação cuidadosa para identificar possíveis problemas. O tratamento deve ser iniciado rapidamente e geralmente envolve o uso de medicamentos que combatem a infecção. Isso é essencial para evitar que o bebê tenha complicações mais sérias. 144 Os(as) ACE têm um papel fundamental na vigilância da Toxoplasmose Congênita. Isso significa que devem ajudar a identificar gestantes que possam estar em risco e orientá-las sobre como prevenir a infecção. VALE DESTACAR! 145 Prevenção e controle O controle da Toxoplasmose envolve uma combinação de estratégias de prevenção e vigilância. O Guiade Vigilância em Saúde de 2024 enfatiza a importância da educação em saúde e da conscientização da população sobre as práticas de higiene alimentar. Algumas recomendações incluem: Higiene alimentar: incentivar a higienização e desinfecção adequada de frutas, legumes e verduras, além do cozimento adequado da carne. O consumo de carne crua ou mal cozida deve ser evitado. Cuidados com gatos: a conscientização sobre os cuidados com gatos é crucial. Os tutores devem evitar que os gatos tenham acesso à carne crua e garantir que as caixas de areia sejam limpas regularmente, utilizando luvas durante a higienização e descartando as fezes de forma adequada. Vigilância e notificação: os(as) ACE desempenham um papel fundamental na vigilância e notificação de casos suspeitos de Toxoplasmose. Eles devem monitorar especialmente gestantes e imunocomprometidos, que são os grupos mais vulneráveis à infecção. A notificação de Toxoplasmose na gestação e de Toxoplasmose Congênita são obrigatórias (BRASIL, 2018b). Mobilização comunitária: é importante que os(as) ACE mobilizem a comunidade para evitar a proliferação descontrolada de felinos, alertando sobre os riscos associados a gatos errantes e incentivando a castração de animais domésticos. 146 De distribuição global, ela é causada principalmente por fungos do gênero Sporothrix (Sporothrix brasiliensis e S. Schenckii), que são encontrados amplamente no solo rico em matéria vegetal, sob condições ideais de temperatura e umidade. A infecção ocorre a partir do contato do fungo com a pele/mucosa do ser humano, que apresenta alguma lesão, trauma ou arranhadura decorrentes de acidentes com espinhos, palha ou lascas de madeira, contato com vegetais em decomposição ou traumas relacionados a animais (gatos). A Esporotricose é a micose de implantação mais prevalente no país. ESPOROTRICOSE A doença é conhecida, também, como “doença do jardineiro”, “doença da roseira” e “doença do gato”, pois o gato tornou-se fonte de infecção importante, através das arranhaduras, mordeduras e do contato com secreções de lesões cutâneo-mucosas e respiratórias de animais infectados. 147 Figura 14 - Apresentações clínicas de Esporotricose Humana Fonte: DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO - SÃO LUÍS. Disponível em: https://diariooficial.saoluis.ma.gov.br/documento/view/27059. Acesso em 01 out. 2025. . É uma doença geralmente de curso benigno, com modificações restritas a pele e vasos (úlceras, nódulos e abscessos) (Figura 14). As condições ambientais desfavoráveis (rua com pavimentação incompleta, casas com quintais com exposição ao solo, acúmulo de materiais orgânicos/decomposição), em conjunto com a presença de felinos errantes ou sem assistência adequada, favorecem a transmissão gato-ambiente-homem. Não há infecção intra-humanos e nem imunidade adquirida após infecções. A Esporotricose foi incluída na Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de Saúde Pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional. https://diariooficial.saoluis.ma.gov.br/documento/view/27059 Quanto às medidas de prevenção e controle, é importante ressaltar que, nos casos de transmissão felina, compete ao serviço de saúde (BRASIL, 2025d): Verificar se a área é endêmica ou se é um novo local de transmissão. Conhecer as características epidemiológicas do caso segundo tempo, lugar e pessoa. Realizar busca ativa de casos novos e caracterizá-los clínica e laboratorialmente. Orientar medidas de controle, conforme a situação epidemiológica da área. Para tanto, o(a) ACE e ACS deve reforçar a importância da adoção de medidas protetoras a traumas transcutâneos, como o uso constante de calçados, luvas e vestimentas adequadas, além de evitar contato com gatos doentes e gatos errantes (sem residência fixa ou tutor responsável). 148 149 As principais medidas de prevenção da Esporotricose podem ser divididas entre: Saúde ambiental Limpeza periódica de quintais. Remoção de restos de materiais de construção e detritos de matéria orgânica em decomposição. Uso de hipoclorito de sódio na limpeza de superfícies onde o animal doente foi manipulado. Destinação correta das carcaças de animais infectados (acondicioná-las em saco branco leitoso com símbolo de risco biológico e mantê-las sob refrigeração até a incineração). Mapear reservatórios no meio ambiente. Saúde animal Diagnóstico precoce. Tratamento correto e isolamento em local apropriado. Eutanásia: animais com lesões extensas e sem possibilidades terapêuticas. Saúde humana Uso de EPIs: luvas descartáveis de látex, avental descartável de mangas compridas, máscara facial N95 ou PFF2 e óculos de segurança durante atividades de alto risco, como tratamento da lesão ou administração de medicamentos aos animais. Após manipulação do animal e retirada das luvas, lavar mãos e antebraços com sabão. Atenção ao histórico médico do paciente (hábitos de vida, migrantes de áreas endêmicas etc.). Atenção à exposição ocupacional. Educação em saúde. Posse responsável. É importante destacar que a castração não é prevista pelo Ministério da Saúde como medida para o controle da Esporotricose e está fora do escopo das atribuições do SUS. Embora a castração de gatos e outros animais possa ser uma prática recomendada para o controle de populações de animais errantes e para se evitar problemas de Saúde Pública, essa ação não se relaciona diretamente com a prevenção ou o controle da Esporotricose. A responsabilidade pela implementação de políticas e programas voltados para o bem-estar animal, incluindo a castração, recai sobre outros setores governamentais, como os que lidam com o meio ambiente e a proteção animal. A nível nacional, no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, foi criada a Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais e o Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais, que têm atribuições diretas relacionadas à promoção de ações voltadas para a conservação da biodiversidade e a proteção dos direitos dos animais. Essas entidades trabalham em conjunto com municípios e estados para desenvolver programas de castração, vacinação e conscientização da população sobre a posse responsável de animais, o que é essencial para a diminuição do número de gatos errantes e, consequentemente, para a redução do risco de transmissão de doenças como a Esporotricose. A castração é uma medida importante dentro do contexto mais amplo de saúde pública e bem-estar animal, mas não deve ser confundida com as estratégias específicas de controle da Esporotricose, que são de responsabilidade dos serviços de saúde. 150 capa capítulo 05 ANIMAIS PEÇONHENTOS Os acidentes por animais peçonhentos são um problema de saúde pública no Brasil devido à sua alta incidência e potencial de gravidade. O SUS oferece antivenenos gratuitos para casos que necessitam de tratamento. Os principais animais envolvidos são: serpentes, aranhas, escorpiões, lagartas do gênero Lonomia e abelhas do gênero Apis. Os acidentes ofídicos são classificados como botrópicos (causados por jararacas, e urutus), crotálicos (causados por cascavéis), laquéticos (causados por surucucu-pico-de-jaca) e elapídicos (causados por corais-verdadeiras). Acidentes com aranhas incluem os tipos loxoscélico (causado por aranha-marrom), fonêutrico (causado por aranha-armadeira) e latrodéctico (causado por viúva-negra). Já os escorpiões do gênero Tityus são os principais causadores de envenenamento, com destaque para o escorpião-amarelo. Outros animais, como vespas, marimbondos, lacraias e arraias, também podem causar acidentes graves. A análise epidemiológica desses acidentes é essencial para orientar ações preventivas e reduzir a morbimortalidade. Em 2023, foram notificados 342.713 casos no SINAN, destacando-se os acidentescom escorpiões, que corresponderam a 58,79% das notificações, seguidos por aranhas (12,85%), abelhas (9,85%) e serpentes (9,51%). 152 153 A distribuição desses acidentes varia regionalmente. As regiões Norte e Nordeste concentraram quase dois terços dos acidentes ofídicos em 2023, apesar de apresentarem, juntas, apenas 36% da população brasileira. Estados como Pará, Minas Gerais e Bahia lideram em número de notificações de acidentes com serpentes. A análise epidemiológica desses acidentes é fundamental para monitorar tendências, priorizar medidas de prevenção e alocar recursos adequados, visando à redução da morbimortalidade e à prevenção de sequelas temporárias ou permanentes. Os acidentes por animais peçonhentos são de notificação compulsória imediata, devendo ser comunicados às autoridades de saúde em até 24 horas (BRASIL, 2024e). No Brasil, os acidentes por animais peçonhentos são mais comuns com escorpiões, seguidos de aranhas e serpentes. Acidentes por escorpiões ocorrem principalmente em áreas urbanas, enquanto os ofídicos (com serpentes) são mais frequentes em zonas rurais, afetando mais homens. Os acidentes escorpiônicos acontecem dentro de casa e afetam homens e mulheres igualmente, enquanto os de aranhas-armadeiras ocorrem mais nas mãos e nos pés (são agressivas). Já as aranhas-marrom, que não são agressivas, em geral, picam quando são esmagadas involuntariamente, e seu veneno se espalha pelo corpo da pessoa, causando sintomas sistêmicos. Algumas crenças populares, como o uso de torniquetes ou substâncias como borra de café, são prejudiciais e podem agravar o envenenamento. A forma correta de agir é manter a calma e levar a vítima rapidamente ao atendimento médico, preferencialmente em locais com antiveneno. A educação e a distribuição de materiais informativos são essenciais para prevenir acidentes. A principal medida é evitar o contato com animais peçonhentos, mesmo que pareçam mortos, além de conhecer seus hábitos para que sejam adotadas as medidas preventivas adequadas. 154 Clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. Acesse o site do SINAN e fique por dentro sobre o tema Acidentes por Animais Peçonhentos. Acesse, também, o site do Ministério da Saúde e amplie seus conhecimentos sobre os acidentes por animais peçonhentos. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. Ficou interessado(a) em saber mais? http://portalsinan.saude.gov.br/acidente-por-animais-peconhentos https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/animais-peconhentos https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/animais-peconhentos http://portalsinan.saude.gov.br/acidente-por-animais-peconhentos 155 Os escorpiões são vivíparos e podem se reproduzir de forma sexuada ou assexuada. Algumas espécies, como Tityus serrulatus e T. stigmurus, realizam partenogênese, permitindo sua rápida proliferação, mesmo a partir de um único indivíduo transportado para um novo ambiente. Esse fenômeno pode levar à substituição de outras espécies devido à competição. O período de gestação dura, em média, três meses. Durante o parto, os filhotes sobem no dorso da mãe e permanecem ali por cerca de sete dias, até realizarem a primeira troca de pele (ecdise). Escorpionismo é o quadro de envenenamento que ocorre pela inoculação de veneno pelo ferrão ou aguilhão, localizado na cauda de escorpiões. ESCORPIONISMO Os escorpiões pertencem ao filo Arthropoda, classe Arachnida e ordem Scorpiones. No Brasil, há quatro famílias, mas apenas o gênero Tityus, da família Buthidae, é de importância em saúde pública. Seu corpo é dividido em prossoma (cefaliotórax) e metassoma (tronco e cauda), onde se encontra o télson, que contém as glândulas de veneno e o ferrão. Após mais uma semana, dispersam-se e tornam-se independentes. Durante seu crescimento, passam por cinco mudas até atingirem a maturidade sexual. Os escorpiões possuem a característica da fluorescência, refletindo uma luz verde-ciano sob luz ultravioleta. Esse fenômeno é causado por moléculas na carapaça, mas sua função ainda não é totalmente compreendida. Algumas hipóteses sugerem que ela pode estar relacionada à captura de presas, defesa contra predadores, ou, mesmo, uma característica sem função específica. Como prevenir acidentes causados por escorpiões? 156 Segundo o Manual de Controle de Escorpiões (BRASIL, 2009b, p. 24), deve ser feito o controle apenas com o intuito de reduzir as populações de escorpiões, reduzindo-se, assim, a probabilidade de acidentes. O foco não é a erradicação. A intervenção para o controle de escorpiões consiste na busca ativa em todo e qualquer imóvel (área interna e externa), visando à captura de exemplares, ao conhecimento e ao manejo dos ambientes propícios à ocorrência e à proliferação desses animais e à conscientização da população. 157 A alta capacidade de infestação e proliferação das espécies de interesse em saúde pública deve levar ao desencadeamento de medidas de controle a partir da ocorrência, ainda que de um único exemplar, em áreas povoadas, principalmente se este for um escorpião invasor de áreas urbanas, como, por exemplo, o T. serrulatus (escorpião-amarelo). As ações de controle de escorpiões consistem em: intervenção nas áreas de risco. Fazer a distribuição espacial das ocorrências dos escorpiões no município é importante para planejar as intervenções, racionalizando custos, recursos humanos e tempo, garantindo maior eficiência nas ações de controle. Além disso, essa prática auxilia na delimitação de áreas infestadas a serem trabalhadas, no número de imóveis e no número de habitantes expostos ao risco de acidente. Como organizar as atividades de controle de escorpiões? As áreas de risco serão definidas por meio de: 1. Notificação de acidente; 2. Demanda espontânea da população; e 3. Busca ativa de escorpiões. 158 Como proceder na busca ativa? Havendo ocorrência de escorpiões, causadores de acidente ou não, no monitoramento de áreas prioritárias, deve ser realizada a busca ativa. Devido ao tipo de serviço que a busca ativa envolve – manipulação de entulho, material de construção etc, esta não deve ser realizada por apenas um profissional, sendo necessário, no mínimo, dois. Para realizar essas atividades, os profissionais devem fazer uso dos EPIs. O registro de todas as atividades realizadas deve ser feito em instrumentos próprios para cada finalidade. O técnico de saúde deve solicitar o acompanhamento do responsável pelo imóvel durante a busca ativa para que ele seja conscientizado do problema e das medidas de prevenção. TOME NOTA! Os locais escuros, úmidos e com pouco movimento, tanto na área externa como interna do imóvel, devem ser examinados com especial atenção. É essencial realizar o controle das populações de escorpiões de maneira oportuna, visando à redução do número de acidentes e, consequentemente, da morbimortalidade. Para isso, a integração dos serviços de atendimento e vigilância de saúde faz-se necessária, buscando-se aprimorar a qualidade das notificações e o monitoramento da situação epidemiológica. A ocorrência de acidentes por escorpião é de notificação compulsória no SINAN, do Ministério da Saúde, e deve ser comunicada de maneira imediata aos serviços de Vigilância em Saúde e de Vigilância e Controle de Animais Peçonhentos, quando este existir. 159 Na fauna brasileira, existem cinco famílias de escorpiões, entre estas, a Buthidae, com 60% do total de espécies, incluindo as de interesse em saúde pública. Dentro dessa família, está o gênero Tityus, que conta com as quatro principais espécies responsáveis por acidentes graves. São elas: escorpião-amarelo (Tityus serrulatus), escorpião-marrom (Tityus bahiensis), escorpião-amarelo-do-Nordeste(Tityus stigmurus) e escorpião-preto-da-Amazônia (Tityus obscurus). 160 As ações, as atividades e as estratégias de manejo e controle de escorpiões devem ser executadas de forma temporária ou permanente, em áreas pré-determinadas (áreas-alvo). Essas ações devem ser realizadas criteriosamente, de forma coordenada, por profissionais capacitados, por meio de remoção mecânica dos escorpiões (controle direto) e/ou pelo manejo ambiental (controle indireto), visando manter a população-alvo sob determinadas restrições para sua diminuição, sua contenção e/ou seu equilíbrio, propiciando a eliminação (quando possível) ou a redução efetiva do risco dos acidentes causados por esses animais para os seres humanos. Essas ações, atividades e estratégias devem estar consoantes com aquelas preconizadas pelo Ministério da Saúde e pela legislação vigente, podendo ser utilizadas tanto como medida de controle como de prevenção de acidentes causados por esses animais aos seres humanos, haja vista o fato de todo animal peçonhento ou venenoso ser potencialmente causador de acidente. Controle 161 A busca ativa consiste em vasculhar o ambiente à procura de escorpiões, removendo e afastando objetos e utensílios no peri e intradomicílio e em pontos estratégicos, como, por exemplo, em cemitérios (não se deve violar túmulos, pois essa prática constitui crime previsto no Código Penal Brasileiro). Quando encontrados os escorpiões, estes devem ser coletados com o uso de pinças de 20 cm a 30 cm, colocados em recipiente com tampa de rosca com pequenos furos, que devem ser mantidos ao abrigo do sol. Devido ao tipo de serviço que a busca ativa envolve, esta deve ser realizada por profissionais habilitados, sendo necessários, pelo menos, dois profissionais em conjunto, usando, obrigatoriamente, os EPIs adequados à atividade. Para um efetivo controle de escorpiões durante a busca ativa, é essencial o manuseio de objetos e materiais. Contudo, deve-se ressaltar que a remoção e a limpeza de lotes, terrenos ou áreas públicas competem ao proprietário do imóvel ou ao órgão de limpeza pública. Depois de finalizada a busca ativa, o setor responsável pelo controle de escorpião pode comunicar ao proprietário ou ao órgão responsável para que providenciem a limpeza do ambiente. Busca ativa 162 Quando a limpeza for realizada por órgão público, sugere-se planejar uma ação conjunta durante os procedimentos de remoção dos objetos inservíveis e dos entulhos, para otimizar o impacto das ações de controle de escorpiões e minimizar os riscos de acidente de trabalho e os riscos para a população circundante. Nesse tipo de atividade, as equipes de controle intensificam a coleta mecânica de escorpiões enquanto os procedimentos de limpeza são realizados. Deve-se orientar os funcionários responsáveis pela limpeza sobre a importância do uso de EPIs, como luvas grossas e botas de borracha. Além disso, os profissionais responsáveis pelo controle devem elucidar possíveis dúvidas do responsável pelo imóvel ou pelas áreas públicas, sendo importante conscientizá-lo quanto ao problema e às medidas de prevenção adequadas a serem tomadas. 163 Até o presente momento, não há estudos que comprovem a efetividade do uso de produtos químicos para o controle de escorpiões, não sendo, portanto, indicada esta ação pelo Ministério da Saúde. Características biológicas dos escorpiões, assim como os diversos habitats onde são encontrados em meio urbano, dificultam a utilização dos produtos químicos de modo que, efetivamente, haja a morte dos animais em quantidade, podendo, contrariamente, levar ao desalojamento destes, aumentando, assim, o risco de acidentes. Diante da não recomendação do controle químico, deve-se implementar e fortalecer o manejo ambiental para o controle populacional de outros sinantrópicos, especialmente de baratas, seu principal alimento e atrativo em meio urbano, e a eliminação dos abrigados. Somando-se a esse manejo, é fundamental a intervenção conjunta e coordenada de outros órgãos governamentais, responsáveis pela manutenção estrutural das redes pluviais e de esgotos, pela remoção de lixo e entulho e pela limpeza de terrenos e logradouros públicos. Controle químico 164 A conscientização da população é necessária para a prevenção de acidentes e a redução de danos causados pós-acidentes. Dessa maneira, o desenvolvimento de atividades de educação em saúde é de absoluta importância. Deve-se alertar a população para evitar o acúmulo de resíduos e de inservíveis, bem como manter galerias pluviais e de esgoto livres de resíduos e lixo. O acúmulo de lixo e de inservíveis possibilita a proliferação de baratas e outros insetos, que constituem os principais alimentos para escorpiões em meio urbano, favorecendo sua proliferação e instalação. Educação em Saúde 165 Para monitorar e avaliar a eficiência das ações de controle, é necessário construir indicadores que permitam estabelecer o nível de infestação domiciliar e a intensidade dessa infestação. Também é importante acompanhar, temporalmente, os indicadores de saúde, como incidência e mortalidade. Esses indicadores devem ser construídos a partir do levantamento de dados obtidos nas visitas domiciliares de busca ativa ou nos inquéritos sobre a ocorrência de escorpiões, com a participação de outros profissionais, como agentes comunitários de saúde e/ou agentes de endemias. Mesmo as áreas já controladas devem ser objeto de constante monitoramento, para se evitar que voltem a ser infestadas e que o risco da ocorrência de acidentes se eleve. Monitoramento e avaliação das ações #SAIBA MAIS Observação: consulte o Manual de Controle de Escorpiões, do Ministério da Saúde. O controle de escorpiões se dá por meio do manejo ambiental. A ocorrência de acidentes por escorpião é de notificação compulsória, e isso ajuda nas medidas de controle. O controle químico (aplicação de veneno) não é eficaz para escorpiões, uma vez que eles têm capacidade de sentir onde há veneno no ambiente, além de possuírem um mecanismo que impede a sua absorção pelo seu organismo. Assim, o efeito do veneno para se controlar escorpiões é praticamente nulo. Nesses casos, sempre que for realizado o controle químico (dedetização) para baratas, o ideal é que se tampe absolutamente todos os ralos (inclusive das pias), grelhas e caixas de gordura da casa, bem como outros locais em que foi aplicado o veneno e onde é possível existir escorpiões, a fim de evitar que esses animais saiam por esses locais para se desvencilhar do veneno ali presente. 166 Além disso, se o veneno é jogado no ralo, por exemplo, o escorpião vai procurar um local que não tenha veneno, e é nesse momento que ele mais aparece dentro das casas, aumentando o risco de acidentes. Por outro lado, para se evitar escorpiões, é preciso fazer controle do seu alimento mais comum no ambiente urbano, as baratas. • Acondicionar o lixo domiciliar em sacos plásticos ou recipientes fechados para evitar baratas, moscas e outros insetos que servem de alimento para os escorpiões. • Combater a proliferação de baratas no ambiente doméstico. Caso utilize pesticidas para o controle de baratas, dê preferência a formulações em gel ou em pó, aplicadas por profissionais especializados. • Manter jardins e quintais limpos, evitando o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e materiais de construção próximo às casas. • Utilizar calçados e luvas de raspas de couro ao realizar a limpeza em jardins e quintais. • Evitar folhagens densas, como plantas ornamentais, trepadeiras, arbustos e bananeiras, próximo a paredes e muros. Manter a grama sempre aparada. • Solicitar a limpeza periódica de terrenos baldios vizinhos, garantindo uma faixa limpa de um a dois metros junto às casas. Manejo do ambiente 167 Proteção dentro de casa 168 •Incentivar a preservação dos inimigos naturais dos escorpiões, como aves noturnas (corujas, joão-bobo), lagartos, sapos, galinhas, gansos, macacos e quatis, que auxiliam no controle da população desses animais. Clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. Assista ao vídeo O Brasil Quer Saber: Acidentes com Escorpiões. • Sacudir e examinar roupas e sapatos antes de usá-los, pois escorpiões podem se esconder neles e picar ao serem comprimidos contra o corpo. • Evitar colocar as mãos sem luvas em buracos ou sob pedras, troncos podres e dormentes de linha férrea. • Utilizar soleiras nas portas e janelas, além de telas em ralos de chão, pias e tanques. • Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e a parede. Consertar rodapés soltos. • Afastar camas e berços das paredes e evitar que roupas de cama ou mosquiteiros toquem o chão. Não pendurar roupas nas paredes. Preservação de predadores naturais https://www.youtube.com/watch?v=H35fagGWXDw https://www.youtube.com/watch?v=H35fagGWXDw 169 As aranhas são aracnídeos frequentemente confundidos com insetos, mas podem ser diferenciadas por apresentarem corpo dividido em prossoma (ou cefalotórax) e opistossoma (ou abdome), quatro pares de pernas, um par de palpos, quelíceras com ferrão inoculador de veneno e ausência de antenas. Os aracnídeos incluem aranhas, escorpiões, carrapatos e outros menos conhecidos, como opiliões, pseudoescorpiões, amblipígios e escorpiões-vinagre, que são inofensivos. As aranhas são os únicos aracnídeos que inoculam veneno pelas quelíceras e os únicos que possuem fiandeiras no abdome, responsáveis pela produção de seda. Toda aranha produz seda, seja para construir teias e capturar presas, seja para fabricar sacos de ovos ou outras finalidades. Elas se alimentam principalmente de insetos e outras aranhas, mas algumas espécies maiores podem capturar pequenos vertebrados, como sapos, lagartos e roedores. Geralmente, abrigam-se em buracos no solo, sob pedras, troncos caídos, cascas de árvores e vegetação. Em áreas urbanas, costumam se esconder debaixo de tijolos, telhas e madeiras empilhadas, podendo invadir residências e causar acidentes. ARANEÍSMO (ACIDENTES POR ARANHAS) 170 Aranhas de importância em saúde no Brasil Phoneutria (aranha-armadeira) – família Ctenidae Loxosceles (aranha-marrom) – família Sicariidae Existem mais de 50 mil espécies de aranhas conhecidas no mundo, sendo cerca de 5 mil registradas no Brasil. A maioria é inofensiva e desempenha um papel ecológico importante, ajudando no controle de insetos, incluindo pragas agrícolas e vetores de doenças. No Brasil, três gêneros de aranhas são responsáveis por acidentes de relevância para a Saúde Pública: Latrodectus (viúva-negra) – família Theridiidae Essas aranhas podem causar envenenamentos com diferentes graus de gravidade, tornando essencial a adoção de medidas preventivas para evitar acidentes e garantir a segurança da população. 171 Dicas de como prevenir acidentes por aranhas. • Manter jardins e quintais limpos. • Evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e material de construção nas proximidades das casas. • Evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbustos, bananeiras e outras) junto a paredes e muros das casas. • Manter a grama aparada. • Limpar periodicamente os terrenos baldios vizinhos, pelo menos, numa faixa de um a dois metros junto das casas. • Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, pois as aranhas podem se esconder neles e picar ao serem comprimidas contra o corpo. • Não pôr as mãos em buracos ou sob pedras e troncos podres. • Usar calçados e luvas de raspas de couro. • Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e as paredes, consertar rodapés despregados, colocar soleiras nas portas e telas nas janelas. • Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques. • Combater a proliferação de insetos para evitar o aparecimento das aranhas que deles se alimentam. • Afastar as camas e os berços das paredes. • Evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão. • Inspecionar sapatos e tênis antes de calça-los. • Preservar os inimigos naturais de escorpiões e aranhas: aves de hábitos noturnos (coruja e joão-bobo), lagartos, sapos, galinhas, gansos, macacos, quatis, entre outros (na zona rural). 172 Nos acidentes ofídicos, reconhecer a serpente agressora é fundamental para agilizar o diagnóstico, o tratamento e, consequentemente, a utilização correta do antiveneno, quando necessário. OFIDISMO (ACIDENTES POR SERPENTES) Isso também possibilita o tratamento adequado da maioria dos pacientes agredidos por serpentes sem relevância para a Saúde Pública. Mesmo considerando a importância do diagnóstico clínico para orientar a conduta na maioria dos casos, quando o animal causador for apresentado pelo paciente (por meio de uma fotografia ou do próprio animal), este deve ser encaminhado para identificação por um técnico treinado, sempre que possível. Dados do Hospital Vital Brazil (Instituto Butantan) indicam que aproximadamente 40% dos pacientes levam a serpente causadora do acidente. A conservação básica dos animais mortos pode ser realizada por imersão em solução de formalina a 10% ou álcool comum, com o seu armazenamento em recipientes apropriados e dados sobre a procedência do acidente. Conheça a diversidade de serpentes no Brasil O Brasil possui uma grande diversidade de serpentes, com mais de 400 espécies descritas, agrupadas em dez famílias. Destas, aproximadamente 350 espécies (83%) são não peçonhentas e 70-75 espécies (17%) são peçonhentas, apresentando importância médica. 173 As serpentes de maior relevância para a Saúde Pública pertencem às famílias Viperidae e Elapidae, dividindo-se em quatro grupos principais: Botrópico (Bothrops e Bothrocophias) – jararacas. Crotálico (Crotalus) – cascavéis. Laquético (Lachesis) – surucucus-pico-de-jaca. Elapídico (Leptomicrurus e Micrurus) – cobras-corais. A inter-relação entre a ofiologia (estudo das serpentes), o ofidismo (acidentes com humanos) e a toxinologia (estudo dos venenos) é fundamental para compreender e manejar os acidentes ofídicos no Brasil. A distribuição geográfica e as características das espécies mais importantes são essenciais para melhorar a identificação dos agentes e garantir o tratamento adequado. Adotar medidas preventivas pode evitar grande parte dos acidentes com serpentes. Algumas recomendações incluem: 174 Como prevenir acidentes ofídicos? Uso de EPIs: botas de cano alto, perneiras de couro, botinas e sapatos adequados podem evitar cerca de 75% dos acidentes. Horários críticos: evitar a aproximação de vegetação baixa no amanhecer e entardecer, períodos de maior atividade das serpentes. Localização do acampamento: evitar acampar próximo a áreas com grande presença de roedores, pois esses locais atraem serpentes. Manipulação segura: utilizar luvas de couro ao manipular folhas secas, lixo, lenha e palhas. Não colocar as mãos em buracos, pois cerca de 20% das picadas atingem mãos ou antebraços. Atenção ao caminho: durante trilhas, observar o caminho a ser percorrido e onde apoia as mãos. 175 Essas medidas são essenciais para reduzir a incidência de acidentes e garantir segurança, especialmente em ambientes rurais e silvestres. Cuidado: os animais peçonhentos podem MATAR! SE LIGA! Evitar proximidade com águas paradas: evitar piqueniques às margens de rios, lagos ou lagoas, assim como encostar-se em barrancos durante pescarias. Cuidado com abrigos de serpentes: atenção ao manusear pilhas de lenha, palhadas e cupinzeiros, que podem abrigar serpentes. Controle de roedores: manter a residência livre de roedores, limpando paióis e terreiros, evitando lixo acumulado e fechando buracos em muros e portas. Higienização do ambiente: não acumular entulhos,pedras, tijolos, telhas ou madeiras e manter a vegetação ao redor das casas bem aparada para evitar abrigo para serpentes e pequenos animais que as atraem. capa capítulo 06 ATIVIDADES DAS UNIDADES DE VIGILÂNCIA DE ZOONOSES 177 O que compete às Unidades de Vigilância de Zoonoses? As Unidades de Vigilância de Zoonoses, anteriormente denominadas Centros de Controle de Zoonoses, “são estruturas físicas e técnicas, vinculadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), responsáveis pela execução de parte ou da totalidade das atividades, das ações e das estratégias referentes à vigilância, à prevenção e ao controle de zoonoses e de acidentes causados por animais peçonhentos e venenosos, de relevância para a saúde pública, previstas nos Planos de Saúde e Programações Anuais de Saúde, podendo estar organizadas de forma municipal, regional e/ou estadual” (BRASIL, 2017, p.6). A transição da nomenclatura dos Centros de Controle de Zoonoses (CCZ) para Unidades de Vigilância de Zoonoses (UVZs), foi formalizada pela Portaria nº 758/2014 e atualizada pela Portaria nº 465/2023, e representa uma mudança paradigmática no Brasil. Esse novo modelo reforça a adoção de estratégias proativas, nas quais o controle das zoonoses é acionado apenas quando as medidas preventivas se mostram insuficientes. Com essa reformulação, as UVZs assumem um papel estratégico como serviços essenciais de Saúde Pública, com atribuições e competências claramente definidas pelo Ministério da Saúde. Art. 232. São consideradas ações e serviços públicos de saúde voltados para a vigilância, a prevenção e o controle de zoonoses e de acidentes causados por animais peçonhentos e venenosos de relevância para a saúde pública: I - desenvolvimento e execução de atividades, ações e estratégias relacionadas a animais de relevância para a Saúde Pública; II - desenvolvimento e execução de ações, atividades e estratégias de educação em saúde visando à guarda ou à posse responsável de animais para a prevenção das zoonoses; III - coordenação, execução e avaliação das ações de vacinação animal contra zoonoses de relevância para a Saúde Pública normatizadas pelo Ministério da Saúde, bem como notificação e investigação de eventos adversos temporalmente associados a essas vacinações; IV - realização de diagnóstico laboratorial de zoonoses e identificação das espécies de animais de relevância para a Saúde Pública; V - recomendação e adoção de medidas de biossegurança que impeçam ou minimizem o risco de transmissão de zoonoses e da ocorrência de acidentes causados por animais peçonhentos e venenosos relacionados à execução das atividades de vigilância de zoonoses dispostas neste artigo; A regulamentação das ações e dos serviços de saúde que podem ser realizados nas UVZs está descritas na Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017, que estabelece diretrizes para a vigilância, a prevenção e o controle de zoonoses e de acidentes causados por animais peçonhentos e venenosos de relevância para a Saúde Pública. Em seu Título II, Capítulo V, Art. 232, dispõe: 178 VI - desenvolvimento e execução de ações, atividades e estratégias de controle da população de animais, que devam ser executadas em situações excepcionais, em áreas determinadas, por tempo definido, para o controle da propagação de zoonoses de relevância para a saúde pública; VII - coleta, recebimento, acondicionamento, conservação e transporte de espécimes ou amostras biológicas de animais para encaminhamento aos laboratórios, com vistas à identificação ou ao diagnóstico laboratorial de zoonoses de relevância para a Saúde Pública; VIII - gerenciamento de resíduos de serviços de saúde gerados pelas ações de vigilância de zoonoses de relevância para a Saúde Pública; IX - eutanásia, quando indicado, de animais de relevância para a Saúde Pública; X - recolhimento e transporte de animais, quando couber, de relevância para a Saúde Pública; XI - recepção de animais vivos e de cadáveres de animais quando forem de relevância para a Saúde Pública; XII - manutenção e cuidados básicos de animais recolhidos em estabelecimento responsável por vigilância de zoonoses pertencente ao Sistema Único de Saúde (SUS), observando normatização vigente quanto aos prazos estipulados de permanência do animal, quando houver; XIII - destinação adequada dos animais recolhidos; e XIV - investigação, por meio de necropsia, coleta e encaminhamento de amostras laboratoriais ou outros procedimentos pertinentes, de morte de animais suspeitos de zoonoses de relevância para Saúde Pública. 179 A adoção de critérios epidemiológicos na tomada de decisão fortalece a eficácia das ações desenvolvidas, permitindo uma resposta mais ágil e precisa frente aos desafios encontrados pelo setor saúde. Assim, a sistematização dessas atividades não apenas contribui para a redução de casos em humanos, mas também promove a qualidade de vida da população e o fortalecimento das políticas de Saúde Pública. 180 Quer saber mais? Leia o Manual de vigilância, prevenção e controle de zoonoses. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. O Manual de Vigilância, Prevenção e Controle de Zoonoses Normas Técnicas e Operacionais (publicado em 2016 e ainda vigente), estabelece que todas as ações, atividades e estratégias de vigilância, prevenção e controle de zoonoses relevantes para a saúde pública, desenvolvidas e executadas pela área de vigilância de zoonoses, devem ser precedidas por um levantamento do impacto na saúde pública. Esse levantamento deve considerar diversos critérios, incluindo magnitude, transcendência, potencial de disseminação, gravidade, severidade e vulnerabilidade, relacionados ao processo epidemiológico de instalação, transmissão e manutenção das zoonoses. Dessa forma, a atuação das UVZs na vigilância, na prevenção e no controle das zoonoses é essencial para a Saúde Pública, pois garante a identificação precoce de zoonoses emergentes e reemergentes, o monitoramento de reservatórios e vetores, além da avaliação contínua de riscos e vulnerabilidades. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_prevencao_controle_zoonoses.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_prevencao_controle_zoonoses.pdf capa capítulo 07 VIGILÂNCIA, MANEJO E CONTROLE DE ANIMAIS VERTEBRADOS E INVERTEBRADOS DE RELEVÂNCIA PARA A SAÚDE PÚBLICA A vigilância, o manejo e o controle de animais vertebrados e invertebrados de relevância para a Saúde Pública é são realizados apenas em situações excepcionais, em áreas de risco iminente de transmissão de uma zoonose e por tempo determinado, pois podem implicar em risco de desequilíbrio ambiental. 182 Uma questão importante! É importante ressaltar que as ações de vigilância e prevenção de zoonoses precisam ser executadas de forma permanente, pois possibilitam a identificação oportuna de risco iminente de ocorrência desses acidentes e de transmissão de doenças à população humana. FIQUE ATENTO(A)! Que tal ler mais sobre as ações de saúde para a prevenção de zoonoses? Você sabe quais são os tipos de animais cujo controle de sua população é de relevância para a Saúde Pública? As ações de controle animal oscilam a depender do tipo de animal, podendo ser desenvolvidas de forma temporária ou permanente. Elas assumem um caráter excepcional e só podem ser realizadas quando o foco é a promoção e proteção da saúde humana, por meio da redução ou extinção da doença. Sendo assim, seu propósito é reduzir ou eliminar a transmissão de doenças e/ou risco de acidentes causados por esses animais a partir de medidas que podem ser classificadas como: de controle da população animal ou de prevenção de doenças/acidentes causados aos seres humanos. Considere que os animais, independentemente de serem domésticos ou domesticados, são consideradospossíveis fontes de infecção. 183 Manual de Vigilância, Prevenção e Controle de Zoonoses: normas técnicas e operacionais. As ações, atividades e estratégias de controle da população de animais peçonhentos e venenosos devem respeitar todas as condições a seguir: Serem executadas de forma temporária ou permanente, em área determinada (área-alvo), a fim de reduzir ou eliminar o risco de acidentes causados por esses animais ou à sua própria população. Quando realizadas sem foco na promoção e na proteção da saúde humana, não se configurarem em ação ou serviço de saúde. Poderem ser realizadas tanto como medida de controle como de prevenção de acidentes causados aos seres humanos, haja vista o fato de que, considerando o contexto epidemiológico e a relevância para a Saúde Pública, todo animal peçonhento ou venenoso é, potencialmente, causador de acidente. Serem realizadas de forma coordenada, visando manter a população-alvo sob determinadas restrições para sua diminuição, sua contenção e/ou seu equilíbrio, propiciando a eliminação (quando possível) ou a redução efetiva dos acidentes (ou do risco de acidente) causados por esses animais para os seres humanos. 184 Animais peçonhentos e venenosos As ações de controle podem ser executadas de forma temporária ou permanente, numa área determinada (área-alvo). Participam do ciclo de transmissão de doença a ratazana, ou rato de esgoto (Rattus norvegicus), o rato de telhado, ou rato preto (Rattus rattus) e o camundongo (Mus musculus). As ações, atividades e estratégias de controle da população de roedores sinantrópicos e vetores biológicos devem respeitar todas as condições a seguir: 185 Roedores sinantrópicos e vetores Serem executadas de forma temporária ou permanente, em área determinada (área-alvo), a fim de reduzir ou eliminar o risco iminente de transmissão de doenças (ou a própria doença). Poderem ser realizadas tanto como medida de controle como de prevenção de doenças aos seres humanos, haja vista o fato de que, considerando o contexto epidemiológico, a maior parte da população de roedor sinantrópico e vetores é, potencialmente, uma fonte de infecção de doenças. Serem realizadas de forma coordenada, visando manter a população-alvo sob determinadas restrições para sua diminuição, sua contenção e/ou seu equilíbrio, propiciando a eliminação (quando possível) ou a redução efetiva da transmissão (ou do risco iminente da transmissão) de doenças para os seres humanos. As ações, atividades e estratégias de controle da população de outros animais sinantrópicos devem respeitar todas as condições a seguir: Serem executadas de forma temporária, em situações excepcionais, em área determinada (área-alvo), a fim de reduzir ou eliminar a doença, apresentando como resultado o controle da propagação de alguma zoonose de relevância para a Saúde Pública prevalente ou incidente na área-alvo. Quando realizadas sem foco na promoção e na proteção da saúde humana, não se configurarem em ação ou serviço público de saúde, pois nem todo animal sinantrópico é de relevância para a Saúde Pública. Sua determinação deverá considerar a correlação entre a intervenção no(s) animal(is) e sua representatividade no controle de uma determinada doença transmitida para a população humana. Poderem ser realizadas como medida de controle de zoonose apenas em área endêmica ou epidêmica, ou seja, apenas em área de reconhecida transmissão para determinada zoonose de relevância para a Saúde Pública. Assim, é infundado realizar medidas específicas de controle de população de animais unicamente visando à prevenção de zoonoses. Serem realizadas de forma coordenada, visando manter a população-alvo sob determinadas restrições para sua diminuição, sua contenção e/ou seu equilíbrio, propiciando a eliminação (quando possível) ou a redução efetiva da transmissão (ou do risco iminente da transmissão) de doenças para os seres humanos. 186 Outros animais sinantrópicos Quais são as ações diretas de controle? Se a ação for numa área de risco (área determinada a partir da análise da distribuição espacial e temporal de casos de Leptospirose) ou área-programa (locais de ocorrência endêmica e epidêmica de Leptospirose), deve ser realizado o controle de roedores em caráter permanente, pelo menos até que ações de manejo ambiental ou de infraestrutura urbana reduzam significativamente o risco de infecção da população humana, evitando, assim, o efeito bumerangue (aumento do número de roedores infestantes em determinada área onde foi praticada a desratização de maneira errada). As ações temporárias devem ocorrer nas áreas de ocorrência esporádica, visando prevenir a ocorrência de novos casos. Mas o que é esse manejo integrado de roedores urbanos? Segundo o Manual de Vigilância, Prevenção e Controle de Zoonoses: normas técnicas e operacionais (2016, p.65): É um conjunto de ações voltadas à praga-alvo a ser combatida e ao meio que a cerca, com o propósito de promover o controle e/ou até a erradicação. 187 Que tal saber um pouco mais sobre roedores sinantrópicos? 188 Inspeção do local infestado; Identificação de espécie(s) infestante(s); Medidas preventivas e corretivas (antirratização - educação em saúde); Adoção de medidas de controle (desratização), favorecendo, assim, um controle mais eficaz em reduzir, a níveis toleráveis, a infestação por roedores. 1 2 3 4 São quatro componentes a serem seguidos: A desratização visa à eliminação dos roedores por meio de métodos: mecânicos, como ratoeiras, gaiolas etc.; biológicos, como gatos e predadores naturais; e químicos, como raticidas/rodenticidas, que serão nosso foco. Neste caso, haverá a aplicação de iscas ou substâncias tóxicas em suas tocas ou nos ambientes infestados. Cada espécie de roedor demanda uma estratégia distinta. A esses produtos dá-se o nome de raticidas ou rodenticidas. Controle de ratazanas: aplicação de pó de contato no interior das tocas ou aplicação de blocos Impermeáveis (iscagem por pulso) próximo aos abrigos (dentro de bocas de lobo, das caixas de inspeção e de gordura e dos postos de visita). Controle de rato de telhado: uso de isca granulada, preferencialmente acondicionada em caixas porta-iscas. As iscas sempre devem ser aplicadas nas rotas de passagem dos ratos ou próximo a seus abrigos. Com o uso de caixas porta-iscas, será necessário mais tempo (1-2 semanas) até os ratos começarem a se alimentar (neofobia). É importante não remover a caixa do local. Controle de camundongos: uso de iscas rodenticidas em caixas porta-iscas. 190 capa capítulo 08 INFECÇÕES VIRAIS EMERGENTES Bia Vamos, agora, tratar das seguintes doenças virais: Influenza, Febre do Oropouche e Monkeypox (MPX). Acompanhe! 191 Você percebeu o aumento no número de pessoas com sintomas gripais na comunidade?Camila Ontem observei várias pessoas se queixando de febre, dor no corpo e cansaço. Além disso, ouvi falar de um caso suspeito de Monkeypox na região. Bia Com as mudanças climáticas e a intensificação das chuvas, temos um ambiente propício para a disseminação de vários vírus. Precisamos reforçar nossas ações de prevenção. Camila Além do aumento de casos de Influenza, precisamos ficar atentos às zoonoses, como a Febre do Oropouche, transmitida por mosquitos. Com a quantidade de água parada na região, o risco de proliferação de vetores aumenta muito. 192 A Influenza, conhecida popularmente como Gripe, é uma infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório. INFLUENZA Altamente transmissível, essa doença pode levar a complicações graves, especialmente em grupos de risco, como idosos, crianças, gestantes e pessoas com comorbidades. A Influenza é causada por um vírus da família Orthomyxoviridae, que possui três tipos principais que infectam humanos: Influenza A, Influenza B e InfluenzaC. Os vírus Influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais, sendo o Influenza A o principal causador das grandes pandemias, devido à sua capacidade de sofrer variações genéticas significativas. 193 influenza A é subdividido em subtipos, com base nas proteínas de superfície hemaglutinina (H) e neuraminidase (N). Influenza B é geralmente associado a surtos sazonais e menos propenso a causar pandemias. Influenza C causa infecções mais leves e ocorre com menor frequência. Formas de transmissão: ocorre principalmente por meio de gotículas respiratórias expelidas ao falar, tossir ou espirrar, mas também pode acontecer pelo contato com superfícies contaminadas, seguido do toque no rosto, especialmente na boca, nariz ou olhos. Sintomas da Influenza: incluem febre alta, calafrios, dor de garganta, tosse seca, coriza, fadiga e dores musculares. Em alguns casos, podem surgir complicações, como pneumonia viral ou bacteriana secundária, especialmente em indivíduos do grupo de risco. A doença também pode causar complicações neurológicas, cardíacas e respiratórias, tornando essencial a adoção de medidas de prevenção. Prevenção: baseia-se em medidas de imunização e higiene, como vacinação anual, que é atualizada para cobrir as cepas mais prevalentes. Outras medidas preventivas incluem higiene das mãos, lavagem regular com água e sabão ou uso de álcool em gel, etiqueta respiratória ao cobrir a boca e o nariz com o braço ao tossir ou espirrar, evitar aglomerações, especialmente durante surtos, e o uso de máscaras em ambientes fechados ou quando estiver doente. Evitar o contato próximo com pessoas infectadas e desinfetar superfícies de uso comum também são medidas eficazes na redução da transmissão. 194 Tratamento: é sintomático (conforme os sintomas apresentados pelo indivíduo) e inclui repouso, hidratação adequada e uso de medicamentos para aliviar os sintomas, como analgésicos e antitérmicos. Em casos graves ou para indivíduos pertencentes a grupos de risco, podem ser utilizados antivirais específicos, conforme orientação médica. O acompanhamento médico é fundamental para evitar complicações, especialmente em crianças pequenas, idosos e imunocomprometidos. Assim, você, ACE, desempenha um papel essencial na prevenção da Influenza. Cabe a você orientar a população sobre medidas preventivas, como a importância da vacinação, além de observar, identificar e comunicar à equipe de saúde casos suspeitos e sinais de possíveis surtos da doença nas comunidades. Sua atuação é essencial para reduzir a disseminação do vírus, minimizar o impacto da Influenza na Saúde Pública e garantir a proteção de grupos mais vulneráveis. Agora, recapitule os sintomas, o tratamento e a importância da vacinação contra a Influenza! Clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE para assistir ao vídeo. https://www.youtube.com/watch?v=DYUF85QIP8I https://www.youtube.com/watch?v=DYUF85QIP8I 197 Figura 16 - Ciclo urbano de transmissão da Febre do Oropouche Fonte: site oficial de Einstein Hospital Israelita. Disponível em: https://www.einstein.br/doencas-sintomas/febre-do-oropouche. Acesso em: 11 set. 2025. Sintomas: são parecidos com os da Dengue e de outras arboviroses que incluem febre de início súbito, cefaleia intensa, mialgia, artralgia, fotofobia, náuseas e vômitos. Em alguns casos, podem surgir erupções cutâneas e sinais sugestivos de meningite viral, como rigidez na nuca e dor de cabeça persistente. A maioria dos casos apresenta evolução benigna, mas os sintomas podem ser debilitantes e comprometer a qualidade de vida dos pacientes (BRASIL, 2023). https://www.einstein.br/doencas-sintomas/febre-do-oropouche 195 A febre Oropouche é uma doença provocada por um arbovírus pertencente ao gênero Orthobunyavirus. FEBRE DO OROPOUCHE Esse arbovírus foi identificado, no Brasil, pela primeira vez em 1960, a partir de uma amostra de sangue de um bicho-preguiça capturado durante as obras da rodovia Belém-Brasília. Desde então, têm sido registrados casos isolados e surtos da doença, principalmente na região amazônica, onde é considerada endêmica, afetando tanto populações urbanas quanto rurais. Estudos indicam que a transmissão está em expansão para outras regiões do país, tornando essencial a adoção de medidas de Vigilância Epidemiológica e controle vetorial (BRASIL, 2023). O principal vetor da Febre do Oropouche é o mosquito Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora. O ciclo de transmissão da doença ocorre de duas formas: silvestre e urbana. No ciclo silvestre (Figura 15), animais como bichos-preguiça e macacos atuam como hospedeiros do vírus Oropouche. Além do C. paraensis, outros mosquitos, como Coquillettidia venezuelensis e Aedes serratus, podem carregar o vírus. No ciclo urbano (Figura 16), os seres humanos são os principais hospedeiros, e o C. paraensis continua sendo o vetor primário. 196 Figura 15 - Ciclo silvestre de transmissão da Febre do Oropouche Fonte: site oficial de Einstein Hospital Israelita. Disponível em: https://www.einstein.br/doencas-sintomas/febre-do-oropouche. Acesso em: 11 set. 2025. O mosquito Culex quinquefasciatus, comum em áreas urbanas, pode, ocasionalmente, atuar como vetor secundário. A transmissão ocorre quando esses vetores picam um hospedeiro infectado e, após um período de incubação, disseminam o vírus para outros hospedeiros suscetíveis. https://www.einstein.br/doencas-sintomas/febre-do-oropouche 198 Prevenção: envolve medidas de controle de vetores e proteção individual. As medidas de proteção individual envolvem evitar a exposição às picadas do vetor em áreas com ocorrência da doença, por meio do uso de roupas compridas, sapatos fechados e aplicação de repelente nas partes expostas do corpo. Entre as medidas coletivas, destacam-se a instalação de telas de malha fina em portas e janelas, a limpeza de terrenos e criadouros de animais, além do recolhimento de folhas e frutos caídos no solo. É importante ressaltar que o inseto transmissor do Oropouche se prolifera em matéria orgânica em decomposição. Tratamento: atualmente, não há tratamento antiviral específico para a Febre do Oropouche. O manejo é sintomático, incluindo repouso, hidratação e uso de analgésicos e antitérmicos para aliviar os sintomas. O uso de medicamentos contendo ácido acetilsalicílico deve ser evitado devido ao risco de complicações hemorrágicas. A identificação precoce dos casos e o monitoramento de possíveis surtos são essenciais para reduzir o impacto da doença na população. O trabalho dos(as) ACE é fundamental no controle da Febre do Oropouche, que devem atuar diretamente na identificação de áreas de risco, na orientação da população sobre medidas preventivas e na adoção de estratégias para o controle vetorial. A Vigilância Epidemiológica desempenha um papel crucial na detecção precoce de surtos, permitindo respostas rápidas para conter a disseminação do vírus e minimizar os impactos da doença na saúde pública. 199 A Mpox é uma doença infecciosa causada pelo Mpox vírus (MPXV), pertencente ao gênero Orthopoxvirus e à família Poxviridae. MPOX É fundamental destacar que os primatas não humanos, como os macacos, não são os reservatórios naturais do vírus. Assim como os seres humanos, esses animais também podem ser infectados. Embora o reservatório natural do MPXV ainda não tenha sido identificado com precisão, os principais suspeitos são pequenos roedores, como esquilos, que vivem em florestas tropicais da África Central e Ocidental (BRASIL, 2025c; OPAS, 2024). No Brasil, o primeiro caso foi confirmado em junho de 2022. Desde então, até agosto de 2024, o país registrou quase 12 mil casos confirmados e 366 casos prováveis de Mpox. A taxa de letalidade da doença, no Brasil, é de 0,14%, com 16 óbitos contabilizados entre 2022 e agosto de 2024.A média de idade dos pacientes que evoluíram para óbito é de 31 anos, variando de 26 a 35 anos (AGÊNCIA BRASIL, 2024). 200 Trata-se de uma doença zoonótica viral cuja transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com pessoas infectadas pelo MPXV, materiais contaminados com o vírus e animais silvestres (roedores) infectados. Formas de transmissão: a transmissão entre seres humanos ocorre, principalmente, por meio do contato próximo e prolongado com pessoas infectadas (beijos, abraços ou relação sexual). As principais formas de contágio incluem: Contato direto com lesões na pele, erupções cutâneas, crostas ou fluidos corporais, como sangue e secreções; Contato com objetos e superfícies contaminadas, como roupas, roupas de cama e toalhas; e Exposição a secreções respiratórias, especialmente em situações de convivência próxima e prolongada com a pessoa infectada. Essas formas de transmissão ressaltam a importância de medidas rigorosas de higiene e precaução em ambientes com casos suspeitos ou confirmados. Sintomas: incluem febre, dor de cabeça intensa, linfadenopatia (inchaço dos linfonodos), dores musculares, fadiga e uma erupção cutânea característica. Essa erupção evolui de máculas para pústulas e crostas, sendo predominantemente distribuída no rosto, nas extremidades e na região anogenital. O quadro clínico pode ser semelhante ao da Varíola Humana, embora apresente menor taxa de mortalidade. A maioria dos casos é autolimitada, mas complicações como infecções secundárias, envolvimento respiratório e encefalite podem ocorrer, especialmente em imunossuprimidos (BRASIL, 2024). 201 Principal forma de proteção contra a Mpox: adoção de medidas preventivas. Dentre as ações recomendadas, destaca-se evitar o contato com animais que possam ser portadores do vírus. Também é fundamental evitar o contato direto com pessoas que apresentem suspeitas ou confirmação da doença. O isolamento de pacientes infectados é essencial para conter a transmissão, devendo ser mantido até que todas as lesões tenham cicatrizado completamente. Medidas como higiene frequente das mãos com água e sabão ou álcool em gel também são fundamentais para reduzir o risco de infecção. Para profissionais de saúde e cuidadores, o uso de EPIs, como luvas e máscaras, é altamente recomendado. A conscientização da população sobre sinais, sintomas e formas de transmissão da Mpox é essencial para a prevenção da doença. Tratamento: Atualmente, não há um tratamento específico amplamente disponível para a Mpox. O manejo clínico é voltado para o alívio dos sintomas e a prevenção de complicações. A imunização com vacinas derivadas da varíola pode oferecer proteção cruzada e é considerada uma estratégia preventiva para grupos de risco em locais com alto índice de transmissão. Alguns países já adotaram a vacinação para populações prioritárias, como profissionais de saúde e indivíduos com risco aumentado de exposição (OPAS, 2024). Que tal compararmos estas doenças? 202 Apesar dos benefícios da vacinação contra a Mpox na prevenção de formas graves da doença em grupos vulneráveis, é importante destacar que ela não representa a principal forma de prevenção. Atualmente, a vacinação em massa da população não é recomendada, considerando-se suas características específicas. A estratégia adotada prioriza a proteção de indivíduos mais vulneráveis ao agravamento da doença. Assista ao vídeo do Ministério da Saúde MPOX: saiba mais sobre a doença e o cenário atual no Brasil. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. https://www.youtube.com/watch?v=Nu9gRFQ3zX4 https://www.youtube.com/watch?v=Nu9gRFQ3zX4 203 Quadro 2 - Quadro comparativo: Influenza, Febre do Oropouche e Mpox Característica Influenza Febre do Oropouche Mpox Agente etiológico Vírus da família Orthomyxoviridae (Tipos A, B e C) Vírus Oropouche orthobunyavirus (Peribunyaviridae) Vírus Monkeypox (Orthopoxvirus) Modo de transmissão Gotículas respiratórias, contato com superfícies contaminadas Picada do mosquito Culicoides paraensis (maruim) e Culex quinquefasciatus Contato direto com lesões, fluidos corporais, objetos contaminados e gotículas respiratórias Sintomas principais Febre alta, tosse, coriza, fadiga, dor de cabeça e dor muscular Febre, dor de cabeça intensa, mialgia, artralgia, fotofobia, náuseas e vômitos Febre, linfadenopatia (inchaço dos linfonodos), erupção cutânea evoluindo para crostas Grupos de risco Idosos, crianças, gestantes, imunossuprimidos e pessoas com doenças crônicas Populações expostas a áreas endêmicas e trabalhadores rurais Profissionais de saúde, imunossuprimidos e pessoas com contato direto com infectados Complicações Pneumonia viral/bacteriana, insuficiência respiratória Sintomas neurológicos leves em alguns casos Infecções secundárias, cicatrizes permanentes, complicações em imunossuprimidos Prevenção Vacinação anual, higiene das mãos, etiqueta respiratória, evitar aglomerações Controle de vetores, eliminação de criadouros, uso de repelentes e telas protetoras Isolamento de casos, uso de EPIs, higienização frequente das mãos Tratamento Sintomático; em casos graves, antivirais como Oseltamivir (Tamiflu®) Sintomático (analgésicos e antitérmicos); evitar uso de ácido acetilsalicílico Sintomático; em casos específicos, antivirais como Tecovirimat Distribuição geográfica Global, com surtos sazonais Regiões tropicais da América do Sul, especialmente na Amazônia Principalmente na África Ocidental e Central, com surtos registrados em outros continentes Notificação compulsória? Apenas casos graves e surtos Sim, em áreas endêmicas Sim, pelo Ministério da Saúde Fonte: elaborado pelo autor. 09 RETROSPECTIVA 205 Nessa disciplina, estudamos diversas doenças, seus agentes etiológicos, principais vetores e agravos, com destaque para aquelas que apresentam maior relevância sanitária no contexto da Saúde Pública. Ao longo desse processo, vimos como as ações educativas têm papel fundamental no controle das doenças que se espalham nas comunidades. Você, ACE, é protagonista nesse trabalho. Sua experiência na aplicação das ações educativas discutidas aqui é essencial para transformar a realidade local, promovendo mudanças positivas e fortalecendo uma educação que gera saúde no SUS. Agora, é sua vez! Participe das atividades propostas, exercite o seu protagonismo e coloque em prática todo o conhecimento adquirido. E lembre-se! Você deve, sempre, buscar informações sobre essa temática para recordar, refletir e ampliar seus conhecimentos. Faça a diferença na vida das pessoas em sua comunidade! Até a próxima disciplina! REFERÊNCIAS 10 AMATO, N. V. et al. Parasitologia: uma abordagem clínica. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p. 456. BURTON, G. R. W.; ENGELKIRK, P. G. Microbiologia para Ciências da Saúde. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 444 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Controle de vetores: procedimentos de segurança. Brasília, 2001. 208 p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/controle_vetores.pdf. Acesso em: 25 fev. 2025. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Diretrizes gerais para o trabalho em contenção com material biológico. Brasília, 2004. 60 p. Disponível em: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/contencaocomagentesbi ologicos.pdf. Acesso em: 25 fev. 2025. BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de vigilância e controle da peste. Brasília, 2008a. 92 p. 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Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_liraa_2013.pdf. Acesso em: 10 fev. 2025. 207 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/controle_vetores.pdf http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/contencaocomagentesbiologicos.pdf http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/contencaocomagentesbiologicos.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_controle_peste.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_controle_peste.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_notificacao_investigacao_toxoplasmose_gestacional_congenita.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_notificacao_investigacao_toxoplasmose_gestacional_congenita.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_liraa_2013.pdf BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Diretrizes nacionais para prevenção e controle de epidemias de dengue. 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Acesso em: 25 fev. 2025. 208 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_nacionais_prevencao_controle_dengue.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_nacionais_prevencao_controle_dengue.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_prevencao_controle_hantaviroses.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_prevencao_controle_hantaviroses.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_controle_leishmaniose_visceral_1edicao.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_controle_leishmaniose_visceral_1edicao.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/biocontencao_gerenciamento_risco_ambientes_alta_contencao.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/biocontencao_gerenciamento_risco_ambientes_alta_contencao.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_prevencao_controle_zoonoses.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_prevencao_controle_zoonoses.pdf https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/doenca-de-chagas/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-doenca-de-chagas-_-relatorio-de-recomendacao.pdf/view https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/doenca-de-chagas/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-doenca-de-chagas-_-relatorio-de-recomendacao.pdf/view https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/doenca-de-chagas/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-doenca-de-chagas-_-relatorio-de-recomendacao.pdf/view BRASIL. Ministério da Saúde. Manual sobre Medidas de Proteção à Saúde dos Agentes de Combate às Endemias. Volume 1: Arboviroses Transmitidas pelo Aedes aegypti. Brasília, 2019. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_protecao_agentes_e ndemias.pdf. Acesso em: 25 fev. 2025. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Ações Estratégicas de Epidemiologia e Vigilância em Saúde e Ambiente. Guia de vigilância em saúde: volume 1 [recurso eletrônico]. 6. ed. rev. Brasília, 2024a. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vi gilancia/guia-de-vigilancia-em-saude-volume-1-6a-edicao/view. Acesso em: 25 fev. 2025. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Ações Estratégicas de Epidemiologia e Vigilância em Saúde e Ambiente. Guia de vigilância em saúde: volume 2 [recurso eletrônico]. 6. ed. rev. Brasília, 2024b. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vi gilancia/guia-de-vigilancia-em-saude-volume-2-6a-edicao/view. Acesso em: 25 fev. 2025. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Ações Estratégicas de Epidemiologia e Vigilância em Saúde e Ambiente. Guia de vigilância em saúde: volume 3 [recurso eletrônico]. 6. ed. rev. Brasília, 2024c. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vi gilancia/guia-de-vigilancia-em-saude-volume-3-6a-edicao/view. Acesso em: 25 fev. 2025. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Emergências em Saúde Pública. Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis Plano de contingência nacional para mpox por nova cepa viral [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Emergências em Saúde Pública. Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis – Brasília : Ministério da Saúde, 2025. 209 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_protecao_agentes_endemias.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_protecao_agentes_endemias.pdf https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vigilancia/guia-de-vigilancia-em-saude-volume-1-6a-edicao/view https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vigilancia/guia-de-vigilancia-em-saude-volume-1-6a-edicao/view https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vigilancia/guia-de-vigilancia-em-saude-volume-2-6a-edicao/view https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vigilancia/guia-de-vigilancia-em-saude-volume-2-6a-edicao/viewesse tema, tendemos a pensar que o vírus, a bactéria ou o parasito estão sempre dentro do vetor. Mas é importante ressaltar que isso pode ocorrer de forma diferente. Você se lembra do conteúdo da aula Noções de Microbiologia e Parasitologia do curso? Vamos resgatar alguns elementos sobre o parasitismo que você estudou lá? Então, apenas para relembrar, o agente etiológico é considerado o agente infeccioso responsável por causar doenças infecciosas com potencial de transmissão para outros seres vivos, da mesma espécie ou não, e o hospedeiro é uma pessoa ou animal vivo que, em circunstâncias naturais, permite a subsistência e o alojamento de um agente infeccioso (BRASIL, 2024c). O parasito tem uma dependência do hospedeiro e fica alojado internamente nele, como no caso de vermes e protozoários. Fonte: NEVES, 2008. ENDOPARASITAS Parasito vive na parte externa, sobre o hospedeiro (na pele ou pelo), como o carrapato e a pulga. Fonte: NEVES, 2008. O parasitismo é a relação desarmônica entre espécies diferentes, sendo que um (parasito) se beneficia e o outro (hospedeiro) é prejudicado. Esse fenômeno ocorre, basicamente, de duas formas: Antes de prosseguir a leitura, tente se lembrar de alguns outros parasitos que você conhece e procure classificá-los como ectoparasitos ou endoparasitos. Todos esses que você pensou apresentam a mesma gravidade à população humana? Veremos que não. ECTOPARASITOS 20 Temos duas ectoparasitoses, que são importantes por sua frequência na população, mas que não causam grandes complicações ao ser humano. Conseguem se lembrar quais são? As duas principais ectoparasitoses são: As duas doenças têm maior frequência na infância, sendo de fácil transmissão, principalmente pelo período de contato próximo e duradouro de crianças nas creches e escolas, podendo, assim, acometer várias pessoas da mesma família ou instituição. Outro aspecto compartilhado pelas duas doenças é que, apesar de terem alta transmissibilidade, apresentam baixa letalidade e baixa taxa de complicações importantes. PEDICULOSE (piolho) ESCABIOSE (sarna) Agora que você já resgatou alguns conceitos, que tal conhecermos um pouco mais sobre a pediculose e a escabiose? 21 As mulheres são infestadas com mais frequência do que os homens, provavelmente devido ao contato mais frequente cabeça com cabeça. A pediculose se manifesta como uma infestação por piolho na cabeça e no corpo humano, Pediculus humanus (P.h). Existem duas subespécies, o piolho da cabeça (P. h. capitis) e o piolho do corpo (P. h. humanus) (VERACX; RAOULT, 2012). Eles são ectoparasitas cujos únicos hospedeiros conhecidos são os humanos. 22 Os piolhos do corpo também são cosmopolitas, mas são menos comuns e geralmente vistos em cenários de pobreza, guerra e falta de moradia. Crianças em idade pré-escolar e primária, de 3 a 11 anos de idade, são infestadas com mais frequência. O tamanho e a quantidade de cabelos estão relacionados com a infestação de piolhos, por isso a indicação de cortar o cabelo como medida de controle. A pediculose do couro cabeludo não está relacionada com o tamanho dos cabelos, mas sim com o diâmetro e o espaçamento entre os fios de cabelo, tendo preferência pelos mais espessos e os mais densamente implantados. Assim, ao contrário da falsa crença de que "quanto mais cabelos, mais piolhos", seria de interesse enfatizar que o P. h. capitis é um habitante normal do couro cabeludo, e não dos cabelos (NEVES, 2016). Apesar de encontrarmos a pediculose, causada pelo P. h. capitis com mais frequência em meninas, vale a pena verificar se é mito ou verdade que: 23 24 Por serem ectoparasitas, os piolhos de cabeça conseguem sobreviver fora do couro cabeludo por até, aproximadamente, dois dias, pois apresentam uma dependência metabólica apenas parcial, mas não conseguem “voar” para outro hospedeiro. Sendo assim, sua transmissão ocorre, preferencialmente, pelo contato direto com os cabelos da pessoa infestada. Acesse o material do Ministério da Saúde: Atenção Primária Prisional - Guia Prático: Dermatologia e saiba mais. Clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. A maioria das infestações de piolhos é assintomática. Quando os sintomas são notados, eles podem incluir uma sensação de cócegas, de algo se movendo no cabelo, coceira, causada por uma reação alérgica à saliva do piolho, e irritabilidade. Infecção bacteriana secundária pode ser uma complicação (VERACX; RAOULT, 2012). https://www.gov.br/senappen/pt-br/assuntos/noticias/atencao_primaria_prisional_guia_dermatologia.pdf https://www.gov.br/senappen/pt-br/assuntos/noticias/atencao_primaria_prisional_guia_dermatologia.pdf Ao passar o pente fino em cabelos de pessoas com pediculose, para retirar o parasito e as lêndeas, é importante massagear o cabelo com óleo ou azeite. Se possível, massagear o cabelo com óleo/azeite antes de passar o pente fino. Isso imobilizará o parasito, fazendo com que a extração seja mais eficaz (NEVES, 2008). 25 O controle/tratamento da pediculose, causada pelo piolho da cabeça (P. h. capitis), consiste, basicamente, em lavar os cabelos com shampoos e aplicação de loções específicas para pediculose, além de realizar a remoção total dos parasitos e seus ovos (lêndeas). Todas as pessoas de convívio frequente com a criança também devem ser examinadas e tratadas, se necessário (NEVES, 2016). Outro mito e verdade importante de ser discutido é: 16 Você sabe quais são os cuidados necessários para controlar a pediculose? Assista ao vídeo do Núcleo Telessaúde Estadual do Rio Grande do Sul intitulado: Quer saber mais sobre Cuidados com a pediculose: o piolho. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. E a escabiose? O que é? O agente etiológico da escabiose é o Sarcoptes scabiei, ácaro da sarna humana, que é endêmico em países em desenvolvimento por sua disseminação ter associação com pessoas de menor poder aquisitivo (maior aglomeração), condições sanitárias precárias e compartilhamento de objetos contaminados. O contágio ocorre, essencialmente, de duas formas: contato direto, íntimo e duradouro com pessoa infectada ou contato duradouro, frequente e íntimo com objetos contaminados, como roupas, lençóis e toalhas compartilhados. Apesar do termo estar em desuso, devido às características pejorativas, a escabiose ainda é popularmente conhecida como sarna e, em algumas regiões do país, como pereba, curuba, pira e quibá (BRASIL, 2005). 26 https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/13384/1/Telessauders_pediculose.mp4 https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/13384/1/Telessauders_pediculose.mp4 54 Os ácaros adentram na pele e causam erupções, comuns nas mãos, nos pulsos, cotovelos, joelhos, peito e pênis. A coceira intensa, pior à noite, é o principal sintoma, mesmo em áreas sem ácaros visíveis. Em imunocomprometidos, idosos ou institucionalizados, a escabiose crostosa forma crostas espessas com muitos ácaros, mas pouca coceira. Complicações podem surgir de infecções bacterianas secundárias. A sarna que acomete gatos e cachorros não é a mesma sarna que acomete humanos. Embora os ácaros responsáveis pela escabiose em animais domésticos possam, eventualmente, atingir pessoas, essa infestação é acidental e temporária, pois o parasito não consegue completar seu ciclo de vida no organismo humano. IMPORTANTE! Quer saber mais sobre o modo de transmissão? Acesse o material do Ministério da Saúde: Atenção Primária Prisional - Guia Prático: Dermatologia. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. 27 https://www.gov.br/senappen/pt-br/assuntos/noticias/atencao_primaria_prisional_guia_dermatologia.pdf https://www.gov.br/senappen/pt-br/assuntos/noticias/atencao_primaria_prisional_guia_dermatologia.pdf Outro ponto importantehttps://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vigilancia/guia-de-vigilancia-em-saude-volume-3-6a-edicao/view https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vigilancia/guia-de-vigilancia-em-saude-volume-3-6a-edicao/view MURCIA, L. et al. Risk factors and primary prevention of congenital Chagas disease in a nonendemic country. Clin Infect Dis, v. 56, n. 4, p. 496–502, 2013. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23097582/. Acesso em: 25 fev. 2025. NEVES, D. P. Parasitologia Humana. 13. ed. São Paulo: Atheneu, 2016. REY, L. Parasitologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 888 p. SVOBODA, W. K. 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Clique aqui e responda à pesquisa. VERACX A, RAOULT D. 2012. Biologia e genética de piolhos da cabeça e do corpo humanos. Tendências em Parasitologia. 28: 563-571. BRASIL. Ministério da Saúde. GUIA DE BOLSO DO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA: DOENÇAS NEGLIGENCIADAS [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Ministério da Educação. – Brasília: Ministério da Saúde, 2022. 43 p.: il. ISBN 978-65-5993-230-6. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_saude_escola_doenças_n egligenciadas.pdf BRASIL. Ministério da Saúde/Ministério da Educação. CADERNO DE SAÚDE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL- Programa Saúde na Escola. VERSÃO PRELIMINAR, Brasília/DF-2015. Secretaria de Educação Básica _ Ministério da Educação. SEB/MEC. / Secretaria de Atenção à Saúde _ Ministério da Saúde. SAS/MS. Disponível em https://mecred.mec.gov.br/recurso/360526 BRASIL. Ministério da Saúde/Ministério da Educação. CADERNO DO GESTOR DO PROGRAMA DE SAUDE NA ESCOLA - PSE / Ministério da Saúde, Ministério da Educação. – Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 68 p.: il. ISBN 978-85-334-2233-9 Disponível em https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_gestor_pse.pdf 219 https://customervoice.microsoft.com/Pages/ResponsePage.aspx?id=00pVmiu1Ykijb4TYkeXHBcuyUSjBpEtCq8T0cY9k8jBUN0NRS0FYWVhDWjBKT1FUUUM5OFRLOVNPMS4u http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_saude_escola_doen%C3%A7as_negligenciadas.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_saude_escola_doen%C3%A7as_negligenciadas.pdf https://mecred.mec.gov.br/recurso/360526 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_gestor_pse.pdf Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde bvsms.saude.gov.br Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde bvsms.saude.gov.bré adotar medidas como: lavar as roupas de banho e de cama com água quente (pelo menos a 55°C); aderir ao uso individualizado de roupas, toalhas e lençóis; e cortar as unhas. A probabilidade de contágio das pessoas mais próximas (integrantes da família, creche e instituição) é grande, sendo também importante a investigação e o tratamento dos comunicantes. 28 O tratamento tanto da pediculose quanto da escabiose é feito por meio de medicações tópicas e orais. Não são doenças de notificação compulsória, mas, pela alta contagiosidade, é importante que a pessoa seja afastada das atividades até iniciar o tratamento, assim como é fundamental que a população saiba dos cuidados necessários (BRASIL, 2005). Manter a doença sob controle é o grande objetivo, pois, assim, evitam-se os surtos. Agora que revisamos os principais conceitos, é hora de avançar! Vamos seguir juntos nesta jornada de conhecimento. Para começar, nosso próximo passo é entender melhor as arboviroses. Vamos lá? ARBOVIROSES: Dengue, Zika, Chikungunya, Febre amarela, Febre do Nilo, Febre Mayaro e Febre Oropouche 02 Nesta temática, abordaremos as principais arboviroses, reconhecidas como problemas de Saúde Pública no país, nas quais sua atuação como ACE, em parceria com o(a) ACS, é essencial para a prevenção, o controle e a orientação da comunidade. 30 Ambos desenvolvem ”atividades de promoção da saúde, de prevenção de doenças e agravos, em especial aqueles mais prevalentes no território, além de Vigilância em Saúde, por meio de visitas domiciliares regulares e de ações educativas individuais e coletivas” (BRASIL, 2017a). Este é um campo de atuação compartilhado, no qual o(a) ACE também executa “ações de controle de doenças utilizando as medidas de controle mecânico, químico, biológico, manejo ambiental e outras ações de manejo integrado de vetores”, quando necessário (BRASIL, 2017a). Iniciaremos a discussão pelas arboviroses urbanas, que têm como vetor o mosquito Aedes aegypti, seguidas das arboviroses de transmissão silvestre. Algumas arboviroses têm destaque nas discussões sobre doenças transmitidas por vetores, como Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela, devido à sua emergência e reemergência no país e por serem problemas de saúde pública mundial. Vejamos! As arboviroses apresentam algumas características em comum, como sintomatologia semelhante, mesmo vetor e formas de transmissão similares, mas também apresentam características distintas, como grau de gravidade, letalidade e prevalência, que precisam ser conhecidas, pois impactarão no manejo dos casos. Os serviços de saúde e os profissionais neles atuantes precisam estar atentos a essas características, pois isso ajudará na adoção das medidas mais assertivas para a prevenção e o controle da doença. VALE DESTACAR! 31 Alguns vírus conseguem entrar no sistema nervoso e afetar o cérebro e os nervos do corpo. As manifestações neurológicas associadas a infecções virais prévias por arbovírus representam uma realidade no Brasil. Dentre as principais complicações neurológicas observadas em pacientes infectados, destacam-se encefalite, meningoencefalite, mielite e síndrome de Guillain-Barré (SGB) (BRASIL, 2023). Mas por que esses insetos são de importância para a Saúde Pública? 32 Você sabe o que são arboviroses? As Arboviroses são doenças causadas por vírus transmitidos por artrópodes hematófagos, sendo que a maioria dos arbovírus de importância em saúde pública pertencem aos gêneros Flavivirus, Alphavirus ou Orthobunyavirus, que são transmitidos a partir da picada de insetos. Destaca-se, neste cenário, a Dengue, a Chikungunya e a Zika como vírus neuroinvasivos de maior interesse epidemiológico no Brasil (BRASIL, 2017a). Esses insetos são os principais vetores de arboviroses de ciclo urbano (Dengue, Chikungunya e Zika) de alta prevalência e alto risco para a população. A identificação do inseto vetor se faz necessária para que os programas de vigilância e controle das populações de insetos sejam realizados corretamente e de forma eficaz, assim como as orientações para a prevenção e o manejo ambiental. O Brasil, como país de extensão territorial importante, com presença de vegetação tropical e clima quente, além de apresentar cidades populosas, com aglomerados urbanos invadindo espaços rurais e áreas de mata, torna-se o local com as principais características para a disseminação desses insetos. 33 O trabalho realizado pelo Ministério da Saúde do Brasil para a prevenção e o controle das arboviroses – Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela – ganhou destaque, em 2022, na reunião Global Integrated Arboviruses Initiative, promovida pela OMS. Que tal ler a matéria divulgada no site do Ministério da Saúde: Brasil integra debate da OMS sobre iniciativa global de controle das arboviroses? Clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. Como muitas dessas arboviroses são causadas por um mesmo vetor transmissor, vamos fazer uma divisão por vetor transmissor, para que as ações de prevenção e controle possam ser abordadas conjuntamente, e as similaridades e diferenças sejam evidenciadas. Você sabe qual é o mosquito mais relevante no Brasil, responsável pela transmissão de várias doenças urbanas, incluindo uma que não é transmitida dessa forma há mais de 80 anos? Se você pensou no Aedes aegypti, acertou! https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/marco/brasil-integra-debate-da-oms-sobre-iniciativa-global-de-controle-das-arboviroses https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/marco/brasil-integra-debate-da-oms-sobre-iniciativa-global-de-controle-das-arboviroses O Aedes aegypti é um mosquito que se desenvolve na água limpa e parada, em locais quentes, como as regiões tropicais e subtropicais. O repasto sanguíneo das fêmeas, assim como a oviposição, ocorre quase sempre durante o dia, nas primeiras horas da manhã e ao anoitecer (BRASIL, 2016). É um mosquito essencialmente urbano, cujo ciclo de vida se completa após quatro fases: ovo, larva, pupa e adultos, conforme apresenta a Figura 1. O Aedes aegypti tem papel de destaque nas ações de Saúde Pública, visto que, comprovadamente, é o principal vetor de transmissão das arboviroses urbanas: Dengue, Chikungunya e Zika, doenças essas de disseminação nacional (BRASIL, 2024a). A Febre Amarela de ciclo urbano também é transmitida pelo Aedes aegypti, mas sua transmissão em meio urbano não ocorre desde 1942. 34 35 As arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti constituem-se como um dos principais problemas de saúde pública no mundo (BRASIL, 2024a), sendo a Dengue a arbovirose urbana de maior relevância nas Américas. “As infecções por arbovírus podem resultar em um amplo espectro de síndromes clínicas, desde doença febril branda até febres hemorrágicas e formas neuroinvasivas. Entretanto, a maior parte das infecções humanas por arbovírus são assintomáticas ou oligossintomáticas (poucos e leves sintomas)” (BRASIL, 2017c, p.7). Esse é um mosquito de hábito hematófago, pertencente à ordem Diptera, subordem Nematocera, família Culicidae (BRASIL, 2016, p. 43). Figura 1 - Ciclo de vida do Aedes aegypti Fonte: RESEARCHGATE, 2025. Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/Figura-13-Ciclo-de-vida-dos-mosquitos -Aedes-aegypti-e-Ae-albopictus-Figura-adaptada-de_fig7_361998349. Acesso em: 07 set. 2025. Agora que você sabe um pouco mais sobre o mosquito Aedes aegypti e sobre arboviroses, que tal aprofundarmos seu conhecimento sobre as doenças: Dengue, Zika, Chikungunya? https://www.researchgate.net/figure/Figura-13-Ciclo-de-vida-dos-mosquitos-Aedes-aegypti-e-Ae-albopictus-Figura-adaptada-de_fig7_361998349 https://www.researchgate.net/figure/Figura-13-Ciclo-de-vida-dos-mosquitos-Aedes-aegypti-e-Ae-albopictus-Figura-adaptada-de_fig7_361998349A Dengue é uma arbovirose de destaque no Brasil e nas Américas, apresentando crescimento significativo nas últimas décadas e representando um risco importante à Saúde Pública mundial. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2024, o Brasil registrou 6,5 milhões de casos prováveis de Dengue, com 5.536 mortes confirmadas e 1.591 óbitos em investigação (COFEN, 2024). Transmissão: a transmissão da Dengue ocorre por meio da picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada pelo vírus da Dengue (DENV), pertencente ao gênero Flavivirus e à família Flaviviridae. A doença pode acometer pessoas de todas as idades, mas é mais prevalente em adultos jovens (BRASIL, 2025). Existem quatro sorotipos distintos do vírus da Dengue: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Uma infecção por um desses sorotipos confere imunidade permanente apenas contra o sorotipo específico, proporcionando imunidade vitalícia contra o sorotipo adquirido (homóloga), mas apenas imunidade parcial e temporária para outros sorotipos (heteróloga). No Brasil, atualmente, circulam os quatro sorotipos da doença (PORTAL SINAN, 2025). DENGUE 36 Recentemente, houve um aumento nos casos relacionados ao sorotipo DENV-3, especialmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Amapá e Paraná. O DENV-3 não circulava de forma predominante no país desde 2008, o que preocupa as autoridades de saúde, pois grande parte da população está suscetível a esse sorotipo. Fatores como urbanização desordenada, saneamento básico inadequado e mudanças climáticas contribuem para a proliferação do Aedes aegypti e a disseminação das arboviroses. A doença possui um padrão sazonal, com um aumento do número de casos e risco de epidemias, principalmente entre os meses de outubro e maio (BRASIL, 2025). 16 Consulte o site do Ministério da Saúde intitulado: Dengue - Situação Epidemiológica. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. Diante desse cenário, é fundamental intensificar as medidas de prevenção e controle, como a eliminação de criadouros do mosquito, as campanhas de conscientização e o fortalecimento dos sistemas de Vigilância em Saúde, para mitigar o impacto da Dengue na população. 16 Acesse o site do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e leia a notícia: Dengue aumentou 400% no Brasil em 2024 em comparação ao ano passado. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. 37 https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dengue https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dengue https://www.cofen.gov.br/dengue-aumentou-400-no-brasil-em-2024-em-comparacao-ao-ano-passado/ https://www.cofen.gov.br/dengue-aumentou-400-no-brasil-em-2024-em-comparacao-ao-ano-passado/ Acesse, também, o site Agência Brasil e leia o destaque Dengue: sorotipo 3 volta a circular no país e preocupa autoridades. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. Agora, acesse o site da Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde (BVSMS). Consulte o manual Dengue: aspectos epidemiológicos, diagnóstico e tratamento. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. Acesse o site Portal SINAN – Sistema de Informação de Agravos de Notificação e fique por dentro do tópico Dengue – Notificações e Dados Epidemiológicos. Clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. Por que a presença do sorotipo DENV4, no Brasil, é preocupante? 38 https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-01/dengue-sorotipo-3-volta-circular-no-pais-e-preocupa-autoridades https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2025-01/dengue-sorotipo-3-volta-circular-no-pais-e-preocupa-autoridades https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/dengue_aspecto_epidemiologicos_diagnostico_tratamento.pdf https://portalsinan.saude.gov.br/dengue https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/dengue_aspecto_epidemiologicos_diagnostico_tratamento.pdf https://portalsinan.saude.gov.br/dengue A circulação de mais um sorotipo do vírus da Dengue aumenta a chance de uma pessoa ser infectada por diferentes sorotipos ao longo da vida. Quando uma pessoa contrai um novo sorotipo após uma infecção anterior, o risco de desenvolver Dengue grave, e até morrer, se torna maior. A Dengue é uma doença febril aguda, que pode oscilar de casos leves e assintomáticos a casos graves. De forma geral, essa arbovirose apresenta curso de evolução benigna, mas pode causar óbito. Outro ponto importante de salientar é que a principal forma de transmissão é a vetorial, que ocorre pela picada de fêmeas de Aedes aegypti infectadas, no ciclo humano-vetor-humano. Sendo assim, a transmissão da doença ocorre a partir da picada da fêmea do mosquito vetor em uma pessoa sadia, e a fêmea do Aedes aegypti adquire o vírus, ao picar uma pessoa doente. Uma vez infectado, este vetor continua a transmitir a doença durante toda a sua vida. O mosquito Aedes aegypti adulto, que transmite doenças como Dengue, Chikungunya e Febre Amarela urbana, apresenta-se na imagem abaixo: É de cor escura Tem faixas brancas nas patas Possui um desenho em forma de lira nas costas 39 40 Seus ovos são depositados pela fêmea, nas paredes internas dos depósitos, que servem como criadouros. A fase larval do Aedes aegypti é influenciada por fatores como temperatura, disponibilidade de alimento e densidade das larvas no criadouro. As fêmeas se alimentam de sangue e depositam seus ovos, geralmente durante o dia, nas primeiras horas da manhã e ao anoitecer. Elas são atraídas por recipientes escuros ou sombreados, com superfícies ásperas, onde colocam os ovos, distribuindo-os em diferentes locais (BRASIL, 2023). Diagnóstico: O diagnóstico pode ser atrasado, pois, como as pessoas infectadas com Dengue podem demorar a procurar e a ser atendidas pelos serviços de saúde após o início dos sintomas, ou apresentar sinais clínicos semelhantes a outras arboviroses, os profissionais de saúde podem apresentar dificuldades na suspeita inicial e, consequentemente, na adoção adequada do manejo clínico. Isso pode predispor esses indivíduos à ocorrência de formas graves da doença e, de forma mais esporádica, ao óbito. Na figura 2, é possível fazer essa comparação. 41 Figura 2 - Principais sintomas dos arbovírus: Dengue, Chikungunya e Zika Fonte: BUTANTAN, 2024. Disponível em: https://butantan.gov.br/noticias/saiba-diferenciar-os-sintomas-de-dengue-chi kungunya-e-zika-e-conheca-as-possiveis-complicacoes-de-cada-doenca. Acesso em: 07 set. 2025. Outro ponto comum entre a Dengue, a Chikungunya e a Zika é que essas arboviroses podem ser transmitidas ao homem por via vetorial, vertical e transfusional, sendo a frequência de cada via diferente entre elas, conforme podemos ver no Quadro 1. https://butantan.gov.br/noticias/saiba-diferenciar-os-sintomas-de-dengue-chikungunya-e-zika-e-conheca-as-possiveis-complicacoes-de-cada-doenca https://butantan.gov.br/noticias/saiba-diferenciar-os-sintomas-de-dengue-chikungunya-e-zika-e-conheca-as-possiveis-complicacoes-de-cada-doenca 42 Quadro 1 - Descrição da transmissão das arboviroses Dengue, Chikungunya e Zika, segundo via vetorial, vertical e transfusional Fonte: BRASIL, 2024a. Dengue (DENV) Chikungunya (CHIK) Zika (ZIKV) Vetorial Mais frequente Mais frequente Mais frequente Vertical Raros Gestantes virêmicas podem provocar infecção neonatal grave (raro sede uma epidemia de Dengue cresce. Isso ocorre porque muitos dos fatores que contribuem para essa situação são provocados pelas ações humanas no ambiente urbano, como o aumento da quantidade de criadouros de mosquitos. Além disso, o aumento de temperaturas ocasionado pelo aquecimento global contribui para a mais rápida evolução do ciclo do vetor e, consequentemente, da infestação. Conforme já foi destacado, esse cenário também favorece a propagação de outras doenças urbanas transmitidas pelo mesmo vetor, a fêmea do mosquito Aedes aegypti, como a Chikungunya e Zika. Agora que você já leu sobre a principal arbovirose circulante no país, que tal conhecermos um pouco sobre a outras duas arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti? A Chikungunya e a Zika? Fonte: BRASIL, 2024a. A Chikungunya é causada pelo vírus Chikungunya (CHIKV), pertencente ao gênero Alphavirus, da família Togaviridae, que é transmitido ao ser humano por meio da picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. Essa arbovirose possui quatro genótipos: Oeste Africano, Oceano Índico (IOL), Leste-Centro-Sul Africano (ECSA) e Asiático, sendo encontrados no Brasil apenas os dois últimos (BRASIL, 2023). CHIKUNGUNYA 43 O vírus também pode ser transmitido durante o parto, por gestantes que estão em fase de viremia (período de transmissão da doença, o que pode ocasionar infecções neonatais graves) (BRASIL, 2023). A Chikungunya apresenta baixa letalidade, mas alta taxa de ataque (75%-95%). Esta taxa mede a proporção de novos casos de determinada doença, o que pode provocar epidemias, devido à densidade do vetor, à presença de indivíduos susceptíveis e à intensa circulação de pessoas em áreas endêmicas (BRASIL, 2024a). 44 No Brasil, os primeiros casos confirmados datam de 2014, nos estados do Amapá e da Bahia, mas, atualmente, essa é uma doença disseminada em todo o país (BRASIL, 2017a), apresentando três fases clínicas: • Fase aguda: dura de 5 a 14 dias, sendo caracterizada pelo surgimento súbito de febre alta (acima de 38,5°C) e intensa poliartralgia (dor em mais de quatro articulações), frequentemente acompanhada de cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor muscular), fadiga e exantema (irritação avermelhada na pele). As manifestações gastrointestinais, como náuseas, vômitos e diarreia, se manifestam especialmente em crianças. Nos idosos, a febre pode estar ausente, dificultando o diagnóstico. • Fase pós-aguda: pode durar até três meses, podendo os sintomas articulares persistir ou se agravar. Quando os sintomas persistem por mais de três meses, considera-se instalada a fase crônica. • Fase crônica: afeta significativamente a qualidade de vida dos pacientes, já que a dor musculoesquelética e neuropática estará persistente (BRASIL, 2023). Por isso o nome Chikungunya, que, em Makonde, significa “aqueles que se dobram”, descrevendo a aparência encurvada de pessoas que sofrem com a artralgia característica da doença (BRASIL, 2017a). Quanto à suscetibilidade e imunidade desenvolvida para o vírus CHIKV, acredita-se que também seja duradoura e protetora contra novas infecções, mesmo que produzida por diferentes genótipos desse vírus. TOME NOTA! A Zika é causada pelo vírus Zika (ZIKV), do gênero Flavivirus, pertencente à família Flaviviridae. São conhecidas duas linhagens do vírus: uma africana e outra asiática (BRASIL, 2024a). Essa arbovirose é transmitida principalmente pela picada do mosquito (vetorial) Aedes aegypti, mas também pode ocorrer por outras vias. A transmissão vertical acontece quando o vírus é passado da gestante para o feto, podendo causar a Síndrome Congênita do Zika, associada a malformações como microcefalia. Além disso, há registros de transmissão transfusional, embora sua relevância ainda esteja em estudo. O vírus também pode ser transmitido sexualmente, com casos documentados de infecção persistente no sêmen por meses após a infecção inicial. Apesar disso, a transmissão sexual tem impacto reduzido na disseminação global da doença (BRASIL, 2017d). ZIKA 45 A Zika é considerada uma arbovirose de manifestações clínicas leves e autolimitadas, sendo que 50% dos indivíduos infectados apresentam: exantema pruriginoso como queixa principal e, em alguns casos, artralgia, mas com menor intensidade do que a apresentada nos casos de Chikungunya (BRASIL, 2024a). VALE DESTACAR! No entanto, devido ao seu potencial teratogênico, a Zika ganhou repercussão nacional por estar associada a casos graves de malformações congênitas (casos de microcefalia entre recém-nascidos), que, inicialmente, estavam restritos à região Nordeste (2015), mas depois foram disseminados para todo o país. No Brasil, a disseminação do ZIKV tem sido associada a um aumento da incidência de manifestações neurológicas graves (BRASIL, 2017c). Não há evidências científicas que permitam assegurar o tempo de duração da imunidade conferida às pessoas infectadas pelos vírus Zika. Para saber mais sobre a transmissão vertical do vírus Zika e suas consequências, como a síndrome congênita, consulte o material do Ministério da Saúde Orientações Integradas de Vigilância e Atenção à Saúde, com foco no monitoramento do crescimento e desenvolvimento de crianças, desde a gestação até a primeira infância, considerando, também, outras infecções congênitas dentro da capacidade operacional do SUS. Clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. 46 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_integradas_vigilancia_atencao_emergencia_saude_publica.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_integradas_vigilancia_atencao_emergencia_saude_publica.pdf 47 Como realizar o combate conjunto e efetivo ao Aedes aegypti, vetor de transmissão de arbovírus? Com o envolvimento de todos os segmentos da sociedade e um trabalho conjunto com os profissionais e serviços da área da saúde. As equipes de campo (ACE e ACS) devem estar integradas às equipes dos postos e outras unidades de assistência. Um ponto importante a ser considerado é a Portaria GM/MS nº 420, de 2 de março de 2022 (BRASIL, 2022), que altera o Anexo 1 do Anexo V da Portaria de Consolidação GM/MS nº 4, de 28 de setembro de 2017 (BRASIL, 2017e), determinando que Dengue, Chikungunya e Zika são doenças de notificação compulsória, obrigando a notificação de todo caso suspeito ou confirmado ao Serviço de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Além disso, a norma incluiu a síndrome congênita associada à infecção pelo vírus Zika na Lista Nacional de Notificação Compulsória. Já os óbitos por Dengue, os óbitos suspeitos de doença pelo vírus Zika e Febre de Chikungunya em áreas sem transmissão, bem como os óbitos suspeitos de Febre de Chikungunya, Febre Amarela, Febre do Nilo Ocidental e outras arboviroses de importância em Saúde Pública devem ser notificados ao Ministério da Saúde em até 24 horas. Consulte as Fichas de notificação/investigação Dengue e Febre Chikungunya. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. Saiba mais sobre a notificação dos casos de Dengue, Chikungunya e Zika. Consulte as Fichas de notificação/conclusão Zika. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. Consulte a Instrucional de preenchimento da ficha de notificação/investigação Dengue e Chikungunya. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. 48 http://www.portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/Dengue/Ficha_DENGCHIK_FINAL.pdf http://www.portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/Dengue/Ficha_DENGCHIK_FINAL.pdf http://www.portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/NINDIV/Ficha_conclusao_v5.pdf http://www.portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/NINDIV/Ficha_conclusao_v5.pdf http://www.portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/Dengue/Instrucional_DENGUE_CHIK.pdfhttp://www.portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/Dengue/Instrucional_DENGUE_CHIK.pdf 49 Os dados sobre os exames específicos disponíveis no Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) devem ser acrescentados às análises do SINAN, no sentido de se identificar a taxa de positividade para cada uma dessas arboviroses, evitando que se subestime a real situação do local. Além disso, o monitoramento detalhado dos arbovírus circulantes deve ser realizado de modo permanente, com o objetivo de detectar oportunamente a circulação viral de Dengue (sorotipos), Chikungunya e Zika. As medidas de Vigilância em Saúde contemplam ações diferenciadas, estabelecidas de acordo com a situação epidemiológica do município, do nível da infestação pelo Aedes aegypti e da circulação DENV, CHIKV e ZIKV em cada área. É importante que se compare a ocorrência de casos no ano em curso por semana epidemiológica, com a transmissão esperada para o local, e que se analisem as notificações de Dengue, Chikungunya e Zika de forma integrada, avaliando-se qual doença provavelmente predomina na localidade. Consulte a Instrucional de preenchimento da Ficha Conclusão Dengue e Chikungunya. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. http://www.portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/NINDIV/Ficha_conclusao_v5_instr.pdf http://www.portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/NINDIV/Ficha_conclusao_v5_instr.pdf 50 Essa atividade é de fundamental importância, uma vez que a alternância dos sorotipos de Dengue e a introdução/reintrodução/predominância desses arbovírus estão relacionadas à ocorrência de epidemias. Ressalta-se que a Vigilância Laboratorial será empregada para atender às demandas da Vigilância Epidemiológica, visto que não é o seu propósito o diagnóstico de todos os casos suspeitos em situações de epidemia (BRASIL, 2024a). As principais medidas para o controle da transmissão das arboviroses preconizadas pelo Ministério da Saúde são a prevenção e o controle das populações do mosquito transmissor, conscientizando as pessoas sobre os riscos da evolução da doença e o manejo ambiental de espaços propícios a criadouros de vetores. 51 Os(as) ACE realizam ações de bloqueio de transmissão a partir da ocorrência dos primeiros casos em determinada localidade, por meio da aplicação de inseticidas. As ações de controle vetorial englobam, também, medidas individuais, como o uso de telas e repelentes pelos indivíduos durante o período de viremia. Pensando no controle do vetor, os municípios são caracterizados como: Município não infestado (não foi observado o estabelecimento de população de vetor de forma disseminada em seu território); Município infestado sem transmissão de Dengue, Chikungunya e/ou Zika (apresenta disseminação e manutenção do vetor nos imóveis); Município infestado com história prévia de transmissão de Dengue, Chikungunya e/ou Zika (BRASIL, 2023). Assim, a partir da caracterização epidemiológica do município, utiliza-se as ações preconizadas para avaliação e controle da situação vetorial. 52 Realizar Vigilância Entomológica contínua para monitorar indicadores e redirecionar ações, incluindo o uso de armadilhas. Aplicar larvicidas em recipientes que não possam ser eliminados ou manejados. Intensificar o controle para reduzir mosquitos adultos ao serem detectados os primeiros casos. Implantar vigilância ativa e virológica, com unidades sentinelas para monitorar a circulação viral. Notificar e investigar 100% dos casos suspeitos, coletando material para exames laboratoriais. Enviar amostras para biologia molecular, isolamento viral e sorotipagem de Dengue. Investigar, imediatamente, óbitos suspeitos para a adoção de medidas assistenciais. Realizar busca ativa de casos suspeitos em locais frequentados pelos pacientes. Agora, considere que você, ACE, atua em um município infestado com história prévia de transmissão de Dengue, Chikungunya e/ou Zika. Quais ações devem ser realizadas rotineiramente, independentemente de período epidêmico? Elaborar ou atualizar planos de contingência.. Capacitar equipes de vigilância, controle de vetores e assistência. Monitorar a situação epidemiológica para detectar mudanças no padrão de transmissão. (BRASIL, 2023, pág.761) O Ministério da Saúde incorporou, em dezembro de 2023, a vacina contra a Dengue ao Sistema Único de Saúde (SUS). O esquema vacinal consiste em duas doses, aplicadas com um intervalo de três meses (BRASIL, 2024a). Você, ACE, desempenha um papel fundamental na promoção da vacinação e na conscientização da população. Suas principais ações incluem: Educação em saúde: informar a comunidade sobre a importância da vacina, esclarecendo dúvidas e combatendo a desinformação. Mobilização comunitária: incentivar a adesão à vacinação por meio de visitas domiciliares e reuniões com os moradores. Identificação e encaminhamento: durante as visitas, orientar pessoas elegíveis a procurarem os postos de saúde para receber a vacina. Combate à desinformação: refutar fake news e fornecer informações atualizadas sobre a imunização. Assim, a atuação do(a) ACE, em conjunto com outros profissionais de saúde, é essencial para ampliar a cobertura vacinal, reduzir os casos graves e evitar surtos da doença. Você sabia que já existe vacina contra a Dengue no Brasil? Se você quer saber mais, leia a notícia Vacina 100% nacional contra Dengue terá produção em larga escala a partir de 2026. Clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/noticias/2025/02/vacina-100-nacional-contra-dengue-tera-producao-em-larga-escala-a-partir-de-2026 https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/noticias/2025/02/vacina-100-nacional-contra-dengue-tera-producao-em-larga-escala-a-partir-de-2026 Camila Júlio Acompanhe, agora, o caso: O índice de infestação predial Sim, mas precisamos intensificar as ações, pois houve um aumento significativo dos casos de Dengue, Chikungunya e Zika. Camila Que tal reforçar a busca ativa e orientar a população sobre a eliminação de criadouros? Júlio Ainda bem que já iniciamos essas ações na comunidade. O índice de infestação predial tem sido um indicador essencial para direcionar nossas estratégias. Hoje, temos ações voltadas para a Dengue ou alguma outra arbovirose? 54 55 Uso de indicadores O uso de indicadores é fundamental para identificar as ações mais efetivas e o impacto no controle dos vetores. Esses indicadores são fundamentais para o planejamento de ações e o aperfeiçoamento a partir da comparação com meses ou anos anteriores. Podem ser usados os índices de infestação vetorial (resultados do LIRAa/LIA - Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti/Levantamento de Índice Amostral), dados de monitoramento entomológico por meio de armadilhas e dados de notificação de casos ou resultados dos exames laboratoriais. Como realizar o Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) para calcular o Índice de Infestação Predial? O LIRAa deve ser realizado principalmente antes do início do verão, antecedendo o período de maior transmissão e favorecendo, assim, o fortalecimento das ações de controle vetorial nas áreas de maior risco. O Levantamento pode ser realizado, também, antes do início dos ciclos de tratamento focal e após a realização de determinadas intervenções de controle vetorial, de acordo com a capacidade operacional do município. O LIRAa é um método de amostragem que possibilita a criação dos índices de Infestação Predial (IIP), Breteau (IB) e de Tipo de Recipiente (ITR). Os critérios para a amostra em cada município consideram: densidade populacional e número de imóveis e de quarteirões existentes. O número de quarteirões que irá compor a amostra éobtido pela divisão do número de imóveis da amostra (máximo de 450) dividido por um quinto do tamanho médio do quarteirão. 56 “A inspeção será iniciada pelo primeiro imóvel, com deslocamento no sentido horário, contando-se quatro imóveis após o primeiro, para, a seguir, inspecionar o sexto imóvel (segundo da amostra) e assim sucessivamente, inspecionando-se um imóvel a cada cinco, o que corresponde a 20% dos imóveis existentes no quarteirão sorteado” (BRASIL, 2013a). É importante ressaltar que contemplam a inspeção tanto casas quanto terrenos. A classificação dos índices de infestação por Aedes aegypti é assim realizada: • Classificação satisfatória, se o valor fore Controle Vetorial. 62 Visto que as ações são, em sua maioria, relacionadas ao vetor, elas são aplicáveis às demais doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti abordadas aqui. Foi publicado pelo Ministério da Saúde um documento que atualiza as diretrizes para ações de vigilância e controle do Aedes aegypti, incluindo orientações técnicas para a aplicação de novas estratégias e tecnologias para reduzir a infestação pelo mosquito e o risco de infecção, tais como a estratificação de risco intramunicipal, o monitoramento entomológico por ovitrampas, a borrifação residual intradomiciliar, a utilização de estações disseminadoras de larvicidas e a liberação de mosquitos infectados pela bactéria Wolbachia. As novas diretrizes precisam ser adaptadas às realidades locais e devem, necessariamente, envolver a população, os distintos setores governamentais internos e externos à saúde e, notadamente, os(as) ACS e ACE, para o alcance do êxito esperado. https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/dengue/diretrizes-nacionais-para-prevencao-e-controle-das-arboviroses-urbanas-vigilancia-entomologica-e-controle-vetorial.pdf/view https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/dengue/diretrizes-nacionais-para-prevencao-e-controle-das-arboviroses-urbanas-vigilancia-entomologica-e-controle-vetorial.pdf/view https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/dengue/diretrizes-nacionais-para-prevencao-e-controle-das-arboviroses-urbanas-vigilancia-entomologica-e-controle-vetorial.pdf/view 63 Provavelmente, você pensou na Febre Amarela, e é isso mesmo! A Febre Amarela é uma doença viral aguda, de elevada letalidade nas suas formas graves, tornando-se uma zoonose de grande importância nacional, mas que, graças a medidas eficazes, como a vacinação, teve seu último registro de caso urbano, no Brasil, em 1942, na cidade de Sena Madureira no Acre. Você conhece alguma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti que, atualmente, só tenha transmissão na forma silvestre? Seu agente etiológico, o vírus da Febre Amarela, é um arbovírus do gênero Flavivirus, da família Flaviviridae, que é transmitido ao ser humano por artrópodes (vetores), da família Culicidae. Nas Américas, temos dois ciclos de transmissão: “o urbano, no qual o vírus é transmitido pelo Aedes aegypti ao ser humano , que é o hospedeiro principal, sendo uma transmissão pessoa/mosquito/pessoa; e o silvestre, em que o vírus circula entre mosquitos silvestres (Haemagogus janthinomys e Haemagogus leucocelaenus) e primatas não humanos”, sendo o ser humano um hospedeiro acidental (BRASIL, 2001). Febre Amarela Figura 3 - Ciclos epidemiológicos (silvestre e urbano) da Febre Amarela no Brasil Ciclo de transmissão da Febre Amarela Ciclo silvestre: • Ocorre entre macacos e mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. • O ser humano pode ser infectado ao adentrar áreas de mata onde circula o vírus. Ciclo urbano: • Envolve o mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus entre pessoas em áreas urbanas. • O ser humano infectado pode ser fonte de infecção para outros humanos por meio da picada do mosquito. Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_manejo_clinico_febre _amarela.pdf. Acesso em: 08 set. 2025. A infecção do mosquito ocorre quando ele pica um macaco ou ser humano infectado, mas não há transmissão entre macaco/pessoa/pessoa, sendo assim, seu ciclo de vida é composto por um ciclo intrínseco (na pessoa) e outro extrínseco (no vetor), como representado na Figura 3. 64 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_manejo_clinico_febre_amarela.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_manejo_clinico_febre_amarela.pdf Os mosquitos são considerados os verdadeiros reservatórios do vírus da Febre Amarela, pois, uma vez infectados, permanecem assim durante toda a vida (BRASIL, 2021). A Febre Amarela é uma doença endêmica no Brasil, principalmente na região amazônica, onde o ciclo silvestre acomete os Primatas Não Humanos (PNH), que são considerados os principais hospedeiros (amplificadores do vírus) e desenvolvem a doença assim como o ser humano. É uma zoonose monitorada por programas nacionais de vigilância e controle do Ministério da Saúde, visto que, tendo um Plano de Contingência para Resposta à Febre Amarela, com ações e estratégias para contenção, que engloba ações direcionados a surtos e epidemias, como atividades das Vigilâncias Epidemiológica, Entomológica e de epizootias em PNH, imunização, diagnóstico laboratorial e comunicação. Como seu ciclo urbano tem um grande potencial epidêmico, devido às características ambientais, climáticas e vetoriais, é preciso manter as orientações de prevenção e controle do vetor (BRASIL, 2020). Assim como descrito nas demais arboviroses que discutimos até agora, que também têm o Aedes aegypti como vetor, o papel do(a) ACE é essencial para realizar a visitação aos imóveis para a busca e a eliminação de focos do vetor, pesquisando focos de larvas, garantindo a eliminação dos criadouros, orientando moradores sobre sinais, sintomas, formas de infecção, prevenção e controle, realizando mobilização junto à população e aos demais profissionais da APS, assim como realizando trabalho conjunto com ACS para o monitoramento e a identificação de índices de pendência e circulação viral, para aplicação oportuna das medidas de prevenção e controle. 65 Venha conhecer todo o contexto histórico da evolução da Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela e entenda a importância da prevenção e do controle dessas doenças no Brasil! É preciso manter o controle vetorial, seguindo as mesmas ações contidas nas Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue, para reduzir o risco de transmissão da Febre Amarela Silvestre e Urbana para a população humana (BRASIL, 2021). Consulte o Plano de contingência para resposta às emergências em Saúde Pública: Febre Amarela. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. Consulte, também, o Plano de contingência para resposta às emergências em Saúde Pública por Dengue, Chikungunya e Zika. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. Quer saber um pouco mais sobre o contexto histórico da evolução da Febre Amarela? Consulte o Manual de manejo clínico da Febre Amarela. Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE. 66 https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/febre-amarela/plano_contingencia_emergencias_febre_amarela_2_ed-1.pdf/@@download/file/plano_contingencia_emergencias_febre_amarela_2_ed.pdf https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/dengue/plano-de-contingencia-para-resposta-as-emergencias-em-saude-publica-por-dengue-chikungunya-e-zika/@@download/file/plano_contingencia_dengue_chikungunya_zika.pdf https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/febre-amarela/plano_contingencia_emergencias_febre_amarela_2_ed-1.pdf/@@download/file/plano_contingencia_emergencias_febre_amarela_2_ed.pdf https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/dengue/plano-de-contingencia-para-resposta-as-emergencias-em-saude-publica-por-dengue-chikungunya-e-zika/@@download/file/plano_contingencia_dengue_chikungunya_zika.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_manejo_clinico_febre_amarela.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_manejo_clinico_febre_amarela.pdf Você sabe qual outro mosquito que atua como vetor de arbovírus e causa a Febre do Nilo Ocidental (FNO)? É o pernilongo! Vamos entender melhor esse importante transmissor? FEBRE DO NILO OCIDENTAL (FNO) Pois bem, a FNO é uma infecção viral aguda, causada por um arbovírus