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SISTEMAS ADESIVOS
- Por conta da adesão, temos a possibilidade de fazermos pequenos incrementos de resina composta sem nenhum preparo cavitário prévio como o amálgama precisa, por exemplo. 
- Adesão x Coesão
Adesão é colar uma coisa em outra. Tem uma estrutura, uma cola e um material. Se refere a dois materiais unidos. Adesão química, física e mecânica.
Coesão é a resistência que existe entre as partículas de um mesmo material. É um mesmo corpo.
Se eu tentar separar a resina do dente e romper onde fica o adesivo, é adesão; se romper partes da resina ou dente, é coesão.
Adesão mecânica: depende da penetração microscópica de um material em outro diferente. Existem irregularidades na superfície, como poros, e nesses poros vai ocorrer a penetração de um agente adesivo que vai formar uma interface/conexão, resultando em um micro-embricamento/sobreposição mecânico, e aí temos a adesão mecânica funcionando.
- Condicionamento ácido, com ácido fosfórico: promove aumento da rugosidade da superfície dos prismas de esmalte e aumento do tamanho do micro-espaço entre os prismas. 
- Smear Layer (lama dentinária): não existe naturalmente no dente; é provocada pelo CD durante o preparo cavitário. A presença dela prejudica a adesão do material restaurador. 
É uma camada que se forma a partir de detritos e dentina desorganizada após o preparo cavitário e que se localiza sobre a dentina remanescente. Gerada principalmente após utilização de instrumentos rotatórios, ou seja, é uma camada que se deposita sobre a dentina formada a partir de detritos de dentina, restos de ponta diamantada, óleo lubrificante da alta rotação etc. 
Condicionamento ácido total: é quando fazemos o condicionamento ácido em esmalte e em dentina, utilizando ácido fosfórico a 37% (entre 35% e 40%, mas o usual é 37%) durante 30 segundos em esmalte e 15 segundos em dentina. 
Começa, sempre, fazendo o condicionamento ácido em esmalte: aplica tudo no esmalte e, quando finalizar (já deve ter passado uns 15 segundos) aplica em dentina e deixa agir por 15 segundos, totalizando 30s no esmalte e 15s na dentina. Depois remove tudo de uma vez só.
Formação da camada híbrida: as restaurações melhoraram sua adesão com a formação dessa camada. 
É uma camada que se forma entre a dentina e o sistema adesivo, que depois faz a ligação com a resina composta. 
Por que ela é tão importante? Por que ela se forma apenas na dentina? 
Só se forma na dentina porque esmalte e dentina são coisas diferentes. São tecidos que têm comportamentos diferentes porque tem composição diferente. 
O esmalte é 96% mineral; é muito mais inorgânico que a dentina. Sendo assim, o comportamento dele é diferente. A composição é diferente, é um tecido mais inativo, que tem uma impermeabilidade maior, além de estar mais distante da polpa (e estando mais distante da polpa, o risco de qualquer tipo de sensibilidade, a depender do ácido/substância que seja utilizado para o tratamento dele é menor). 
A dentina é 70% mineral, 18% de conteúdo orgânico e 12% de água. Então tem um tratamento diferente, porque o comportamento dela é diferente. É um tecido mais ativo, mais permeável (tem túbulos) e mais próximo da polpa (então não é tudo que pode aplicar no esmalte que pode aplicar na dentina, sem nenhum tipo de dano ou irritação na polpa).
 Principais desafios para conseguir adesão da dentina: composição, presença de túbulos e canalículos e presença da smear layer. 
Obs.: para restauração de amálgama a presença da smear layer é boa, pois ela vai atuar como uma proteção obliterando os túbulos. Mas, para restaurações de resina ela atrapalha porque interfere na adesão. 
O coeficiente de expansão térmico-linear da dentina normalmente é muito diferente dos materiais restauradores, e esse é um dos problemas para se substituir a dentina. A substituição do esmalte é mais tranquila. 
- Fatores modificadores que podem influir na adesão da restauração
Fatores que dependem da superfície, dos adesivos, do biomaterial, do profissional e do fabricante. 
Fatores dependentes da superfície
· É preciso que o adesivo tenha íntimo contato com a superfície;
· A superfície precisa estar limpa e úmida (Não secar demais a superfície, pois dificulta a adesão, ao diminuir a resistência adesiva);
· Alta energia superficial, para que as ligações aconteçam;
· Rugosidade superficial para que tenha o imbricamento mecânico.
Fatores em relação ao adesivo
· Baixa tensão superficial;
· Ângulo de contato favorável para que tenha um espalhamento maior e uma molhabilidade maior;
· Estabilidade dimensional: que não expanda e não contraia demais;
· Resistência mecânica, afinal ele vai ser submetido à mastigação;
· Biocompatibilidade.
Fatores em relação ao biomaterial
· Fácil manipulação e aplicação;
· Técnicas adesivas confiáveis;
· Compatível com os materiais com os quais irá aderir. Vamos supor que vamos cimentar, com cimento resinoso, um pino. O pino tem que ter adesão com o cimento, o cimento com o pino, e o cimento com o dente. 
Fatores em relação ao profissional
· Conhecimento do material;
· Conhecimento da técnica;
· Realização correta dos procedimentos. 
Fatores que atrapalham a adesão
· Contração excessiva do adesivo (adesivo nada mais é do que uma resina bem fluida);
· Smear Layer;
· Capacidade de molhamento – adesivo que não tem um bom molhamento, que não espalha direito;
· Coeficiente de Expansão Térmico-Linear muito diferente do CETL dos tecidos dentários;
· Forças oclusais que não sejam normais, como forças parafuncionais, como bruxismo acentuado – esse paciente vai conseguir deslocar qualquer restauração direta ou indireta. 
Classificação dos Adesivos
· Por gerações;
· Pela necessidade ou não de condicionamento ácido prévio;
· Pelo tipo de sistema de ativação dele (como a polimerização acontece);
· Pela técnica de utilização do sistema adesivo.
MAIS IMPORTANTES
Adesivos de 4ª Geração
· Remoção da Smear Layer e desmineralização da dentina subjacente;
· Técnica do condicionamento ácido total – esmalte e dentina. Na dentina, removia toda a smear layer, desmineralizava a dentina subjacente (que estava embaixo da smear layer), e essa dentina desmineralizada que era o substrato para adesão. 
· É o que consegue melhor resultado.
Composição dos adesivos de 4ª geração:
· Ácido fosfórico 37% (lavado após o condicionamento) – o condicionamento ácido é no esmalte e na dentina;
· Solução de monômeros acídicos: primer. É o segundo líquido: primeiro passamos o ácido, depois o primer e por último o Bond.
Uma parte do primer se conecta a dentina, porque tem mais afinidade com a matéria orgânica, é mais hidrofílica; e outra parte que é hidrofóbica que tem mais afinidade com a resina fluida, que é o Bond. Esse é o papel do primer na adesão.
· Resina fluida com ou sem carga: Bond.
Funções do condicionamento ácido do Esmalte:
· Limpar;
· Remover a Smear Layer;
· Aumentar a rugosidade microscopicamente;
· Aumentar a energia de superfície;
Funções do condicionamento ácido do Esmalte:
· Aumentar a porosidade intertubular para infiltração de monômeros (primer);
· Remoção completa da smear layer;
· Desmineralização da dentina que está embaixo da smear layer e exposição das fibras colágenas dentinárias;
· Desobstrução e ampliação da luz dos túbulos dentinários.
Isso para que o primer possa penetrar, impregnar as fibras colágenas e penetrar nos túbulos dentinários para fazer a formação da camada híbrida. 
Camada Híbrida
É uma mistura que acontece em nível molecular do colágeno que foi exposto durante o condicionamento ácido e dos polímeros resinosos que impregnaram esse colágeno. Ela acontece na sub-superfície da dentina condicionada quando há a polimerização dos monômeros resinosos que impregnaram as fibras colágenas. 
 
Quando fazemos um condicionamento ácido na dentina, expomos várias fibras colágenas. Ao expor essas fibras colágenas, aplicamos o primer, que vai impregnar em todas essas fibras colágenas, vai penetrar nos túbulos dentinários. Quando aplico o sistema adesivo depois do primer e polimerizo, temos uma camada que não é só inorgânica;tem fibra colágena impregnada por adesivo, portanto é uma camada híbrida: mais de um material.
OBSERVAÇÃO
Manutenção da umidade dentinária! A dentina tem que estar úmida, porque se estiver ressecada, vai haver o colabamento das fibras colágenas, porque não terá água para sustentá-las em pé.
 A dentina tem que ser seca com papel filtro, ponta de papel absorvente. Nunca secar com jato de ar;
A dentina precisa estar úmida: nem molhada, nem seca. Ela tem que ter um leve brilho sem acúmulo de líquido. 
Esses adesivos de 4ª geração são usados até hoje, e é reconhecido como o padrão-ouro de sistemas adesivos. 
Adesivos de 5ª Geração
- Tentativas de simplificar a aplicação e ganhar tempo.
- Primer + Bond no mesmo frasco: a ideia foi juntar o primer mais o bond no mesmo frasco. Então, em vez de passar o ácido, depois o primer e depois o adesivo, passa o ácido e depois já vai ter no outro frasco o primer e o bond no mesmo frasco pra passar de uma vez só. 
- Condicionamento ácido + Primer e Adesivo
Adesivos de 6ª Geração
- Adesivos autocondicionantes
- Eliminam a etapa de condicionamento ácido da dentina
- Um frasco com Ácido + Primer e um frasco com Bond.
	Faz somente o condicionamento ácido em esmalte e depois aplicaria um primer acídico na dentina e um outro frasco com o Bond. 
Dentro dos autocondicionantes, esse é o padrão-ouro. 
- Menor resistência adesiva, mas nada que comprometa a utilização desse sistema adesivo. 
- PRIMER ÁCIDO E ADESIVO (NA DENTINA, PORQUE O CONDICIONAMENTO ÁCIDO NO ESMALTE SEMPRE VAI SE MANTER). Não precisa colocar ácido na dentina, nem lavar, nem secar em excesso.
- Dois frascos
Adesivos de 7ª Geração
- Autocondicionantes;
- Frasco único: primer ácido e adesivo, no mesmo frasco. Faz o condicionamento ácido do esmalte e depois aplicar o adesivo. 
Classificação dos adesivos quanto ao condicionamento ácido:
- Autocondicionantes (6ª e 7ª geração);
- Sofrem condicionamento ácido prévio (isso em dentina, porque em todos o esmalte precisa do condicionamento ácido prévio). 
Classificação dos adesivos quanto ao sistema de ativação:
- Fotopolimerizável;
- Quimicamente polimerizados;
- Polimerização Dual (tem um início fotopolimerizável e depois a reação química continua acontecendo).
Classificação dos adesivos quanto a técnica de utilização:
- Um passo (os de 7ª geração que tem tudo dentro de um mesmo frasco);
- Dois passos 
- Três passos (ácido, primer e adesivo). 
Principais indicações do sistema adesivo
- Resina composta;
- Cimento resinoso;
- Selamento de região cervical em abfração;
- Erosões cervicais;
- Hipersensibilidade dentinária (obliterar túbulos);
- Cimentação de restaurações indiretas;
- Colagem de fragmentos dentários;
- Selamento de fóssulas e fissuras;
- Reparos (resina, cerâmica e amálgama);
- Mascarar descolorações;
- Colagem de Brackets;
- Selamento apical;
 
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