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Comércio Internacional - Capítulo 2 - Resumo

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Comércio Internacional.
Capítulo 2: Produtividade do trabalho e vantagem comparativa: o modelo ricardiano.
Dois motivos básicos pelos quais os países participam do comércio (e cada um deles contribui para seu ganho do comércio):
- Os países fazem comércio porque são diferentes uns dos outros.
Nesse sentido, cada país busca chegar a um arranjo em que cada um produza as coisas que faz melhor em relação aos demais.
- Os países fazem comércio para obter economias de escala na produção.
Sendo assim, se cada país produz somente uma gama limitada de bens, pode produzir cada um desses bens em uma escala maior e, portanto, mais eficientemente do que se tentasse produzir tudo. 
Conceito essencial dessa análise: vantagem comparativa.
Custo de oportunidade.
O comércio internacional produz esse aumento do produto porque permite que cada país se especialize em produzir o bem no qual possui uma vantagem comparativa. Um país possui uma vantagem comparativa na produção de um bem se o custo de oportunidade da produção desse bem em relação aos demais é mais baixo nesse país do que em outros. 
Conclusão essencial: o comércio entre dois país pode beneficiar a ambos se cada país exportar os bens em que possui uma vantagem comparativa.
Modelo ricardiano: modelo de comércio internacional em que este se deve somente a diferenças internacionais na produtividade do trabalho.
Necessidade unitária de trabalho: o número de horas necessárias para produzir uma unidade de determinado bem. 
Fronteira de possibilidades de produção: quando há apenas um fator de produção, a fronteira de possibilidades de produção de uma economia é simplesmente uma linha reta.
Quando a fronteira de possibilidades de produção é uma linha reta, o custo de oportunidade de um bem em relação a outros é constante. 
“O custo de oportunidade de um quilo de queijo em termos de vinho é constante”.
O valor absoluto da declividade é igual ao custo de oportunidade do queijo em termos de vinho.
 A fronteira de possibilidades de produção ilustra as diferentes combinações de bens em que a economia poder produzir. Para determinar o que a economia efetivamente produzirá, contudo, precisamos examinar os preços. 
Proposição crucial acerca da relação entre preços e produção: a economia vai especializar-se na produção de queijo se o preço relativo do queijo exceder o seu custo de oportunidade; ela vai especializar-se na produção de vinho se o preço relativo do queijo for menor do que o seu custo de oportunidade.
Podemos resumir a determinação dos preços na ausência do comércio internacional com uma simples teoria do valor trabalho: na ausência do comércio internacional, os preços relativos dos bens são iguais às suas necessidades unitárias de trabalho relativas.
Quando um país pode produzir uma unidade de um bem com menos trabalho que outro país, podemos dizer que o primeiro país possui uma vantagem absoluta na produção desse bem.
Análise de equilíbrio parcial x análise de equilíbrio geral.
Vantagem comparativa → análise de equilíbrio geral.
A curva de demanda relativa DR não necessita de uma análise tão exaustiva. Sua declividade negativa reflete os efeitos da substituição. Conforme o preço relativo do queijo aumenta, os consumidores tendem a comprar menos queijo e mais vinho, logo a demanda relativa de queijo cai.
A primeira forma de mostrar que a especialização e o comércio são benéficos é considerar o comércio como um método indireto de produção.
Exemplo numérico:
- Quando dois países se especializam na produção de bens em que possuem uma vantagem comparativa, ambos ganham com o comércio.
- Vantagem comparativa não deve ser confundida com vantagem absoluta; é a vantagem comparativa, e não a absoluta, que determina quem vai e deve produzir um bem.
Salário relativo.
Ideias equivocadas sobre vantagem comparativa:
- Mito 1: o livre comércio é benéfico somente se seu país é suficientemente forte para resistir à concorrência estrangeira.
- Mito 2: a concorrência estrangeira é injusta e prejudica outros países quando se baseia em salários baixos (argumento do trabalho miserável).
- Mito 3: o comércio explora um país e o torna pior se seus trabalhadores recebem salários muito mais baixos que os trabalhadores de outras nações.
Crítica ao mito 1:
- O ponto essencial do modelo ricardiano é que os ganhos do comércio dependem da vantagem comparativa e não da vantagem absoluta.
- As vantagens competitivas de uma indústria dependem não só de sua produtividade em relação a essa indústria estrangeira, mas também do salário doméstico em relação ao salário estrangeiro.
Mas uma vantagem competitiva baseada em salários baixos não é de alguma forma injusta? Muitas pessoas acham que sim; suas opiniões são resumidas em nossa segunda ideia equivocada.
Crítica ao mito 2:
No caso hipotético em que dois países (Local e Estrangeiro) produzem dois bens e um deles (Local) possui vantagem absoluta em ambos os bens, ainda nessa situação é possível concluir que o comércio pode ser benéfico para ambos.
- O custo menor da produção do vinho no Estrangeiro ocorre exclusivamente por causa do salário muito mais baixo. O salário menor do Estrangeiro é, entretanto, irrelevante quanto à questão de saber se o Local apresenta ganhos de comércio. 
- Não importa se o custo mais baixo do vinho produzido se deve à alta produtividade ou a salários baixos. O que importa ao Local é que é mais barato em termos de seu próprio trabalho produzir queijo e comercializá-lo por vinho, em vez de produzir vinho.
Para o Local está ótimo, mas o que dizer sobre o Estrangeiro? Há algo de errado em basear as exportações de um país em salários? Certamente não é uma posição desejável, mas a ideia de que o comércio é bom somente se você recebe salários altos é a nossa falácia final.
Crítica ao mito 3:
- Tendo em vista a perspectiva do livre comércio, o ponto central não é perguntar se os trabalhadores de baixos salários merecem receber mais, mas sim se eles estão piores exportando bens baseados em salários baixos do que estariam caso se recusassem a entrar nesse comércio depreciativo. E, ao fazer essa pergunta, devemos também interrogar: qual é a alternativa?
- Embora seja abstrato, nosso exemplo numérico aponta que não podemos dizer que um salário baixo representa exploração, a não ser que se saiba qual é a alternativa. No exemplo, os salários reais seriam ainda mais baixos caso o país Estrangeiro se negasse a ser “explorado”: o poder de compra do salário por hora de um trabalhador cairia de 1/3 para 1/6 do quilo do queijo, implicando uma pobreza ainda mais profunda.
Inclusão de custos de transporte e bens não comercializáveis
Note que a economia mundial descrita pelo modelo de vantagem comparativa com bens diversos é marcada por uma especialização internacional muito extrema. Há, no máximo, um bem que ambos os países produzem; todos os outros são produzidos ou no Local, ou no Estrangeiro, mas não em ambos.
Há três motivos principais pelos quais a especialização na economia internacional do mundo real não chega a esse extremo: 
1. A existência de mais de um fator de produção reduz a tendência à especialização.
2. Os países às vezes protegem suas indústrias da concorrência estrangeira.
3. É caro transportar bens e serviços e, em alguns casos, o custo de transporte é suficiente para levar os países à autossuficiência em alguns setores. 
Os custos de transporte podem levar à existência de bens não comercializáveis.
Bens não comercializáveis – os quais cada país produz para si mesmo. 
Evidências empíricas sobre o modelo ricardiano.
O modelo se ajusta mesmo ao mundo real? Permite fazer previsões precisas sobre os fluxos efetivos de comércio internacional?
A resposta é um sonoro sim. Não há dúvidas, porém, de que o modelo ricardiano faz projeções equivocadas em vários aspectos. 
- Primeiro, como mencionado em nossa discussão sobre bens não comercializáveis, o modelo ricardiano simples prevê um grau extremo de especialização que não observamos no mundo real.
- Segundo, esse modelo supõeque não haja efeitos indiretos do comércio internacional sobre a distribuição de renda dentro dos países e, portanto, prevê que os países como um todo sempre terão ganhos do comércio; na prática, o comércio internacional possui efeitos fortes sobre a distribuição de renda. 
- Terceiro, ele não reconhece que as diferenças de recursos entre países são uma das causas do comércio e, dessa forma, um aspecto importante do sistema comercial não é considerado. 
- Finalmente, o modelo ricardiano ignora o possível papel das economias de escala no estímulo ao comércio, o que o deixa incapaz de explicar os grandes fluxos comerciais entre nações aparentemente semelhantes. 
Apesar dessas falhas, a previsão básica do modelo ricardiano – de que os países tendem a exportar os bens em que sua produtividade é comparativamente alta – tem sido confirmada por vários estudos ao longo dos anos. 
Conclusão 
A proposição de que o comércio é benéfico é absoluta. Isto é, não existe a necessidade de que um país seja “competitivo” ou de que o comércio seja “justo”. Em particular, podemos mostrar que três crenças comumente aceitas sobre o comércio estão erradas. Primeiro, um país apresenta ganhos do comércio mesmo se apresentar, em todas as indústrias, produtividade mais baixa que seu parceiro comercial. Segundo, o comércio é benéfico mesmo se as indústrias estrangeiras forem competitivas apenas por causa dos baixos salários que pagam. Terceiro, o comércio é benéfico mesmo se as exportações de um país incorporarem mais trabalho que suas importações. 
Em suma, embora poucos economistas acreditem que o modelo ricardiano seja uma descrição completamente adequada das causas e consequências do comércio mundial, suas duas implicações principais – que as diferenças de produtividade desempenham um papel importante no comércio internacional e que as vantagens comparativas em vez das absolutas é que importam – parecem ser corroboradas pelas evidências empíricas.

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