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Quando Mariana abriu sua pequena indústria de móveis sob medida, sentiu-se à vontade com a linguagem das tábuas, das medidas e dos vernizes, mas completamente à deriva diante das siglas e alíquotas do fisco. Foi nesse momento que a contabilidade do Lucro Presumido entrou na narrativa de sua empresa — não como um personagem abstrato, mas como um enredo prático que decidiria, trimestralmente, o destino do caixa e das estratégias de preço.
Descritivamente, o Lucro Presumido é um regime tributário simplificado pelo qual a base de cálculo do imposto de renda pessoa jurídica (IRPJ) e da contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) é determinada por percentuais fixos aplicados sobre a receita bruta, variando conforme a atividade econômica. Em vez de apurar o lucro efetivo através de toda a contabilidade analítica, o fisco aceita uma presunção de lucro: um atalho que reduz a complexidade da apuração, mas que impõe escolhas estratégicas ao empresário.
Na prática contábil, isso significa que o contador aplica as “percentuais de presunção” sobre a receita bruta para compor as bases de IRPJ e CSLL. Em seguida, sobre essas bases incidem as alíquotas respectivas (por exemplo, IRPJ à alíquota básica de 15% e CSLL à alíquota geral de 9%), com eventuais adicionais conforme legislação (como o adicional de IRPJ quando a parcela extrapola determinado limite anual). Paralelamente, empresas no Lucro Presumido geralmente recolhem PIS e COFINS no regime cumulativo, com alíquotas conhecidas por 0,65% e 3%, respectivamente — tributos calculados diretamente sobre a receita, sem direito a créditos na forma não-cumulativa. Além desses, persistem obrigações acessórias: notas fiscais, livros fiscais e contábeis, declarações eletrônicas e apurações trimestrais que exigem organização documental.
Narrativamente, imagino a rotina da pequena indústria de Mariana: a cada final de trimestre, ela recebe do contador um resumo quase ritualístico — receita bruta do período, percentuais aplicáveis, bases para IRPJ e CSLL, valores de PIS/COFINS e o montante a recolher. Em um dos trimestres, ao comparar o lucro contábil efetivo com a presunção aplicada, ela percebeu uma discrepância. Os sofás planejados venderam bem, mas as margens foram comprimidas por promoções e aumento do custo da madeira. O resultado real havia ficado abaixo da presunção: pagou mais imposto do que se estivesse no regime de Lucro Real. Essa experiência a levou a uma decisão consciente: revisar preços e controlar custos, ou avaliar migração de regime.
Do ponto de vista contábil, o Lucro Presumido não elimina a necessidade de boa contabilidade; ao contrário, exige transparência e registros que suportem a operação e as apurações. Lançamentos de receita, provisões, conciliações bancárias e controle de estoques continuam essenciais, pois a Receita Federal pode exigir comprovações e cruzamentos entre informações fiscais e contábeis. Para empresas com venda intermitente, receitas financeiras relevantes ou regimes especiais (substituição tributária, isenções setoriais), a interação entre tributos e contabilidade torna-se complexa, demandando análise técnica.
A escolha do regime é estratégica. O Lucro Presumido tende a ser vantajoso quando a margem operacional real é igual ou superior à margem presumida definida pela legislação; nesse cenário, paga-se imposto sobre uma base menor que o lucro real, preservando caixa. Inversamente, quando o negócio opera com margens reduzidas — por commodities, alta concorrência ou investimentos pesados —, a presunção pode onerar mais do que o Lucro Real, onde se tributa o lucro efetivo e há possibilidade de dedução de despesas comprovadas. Há também fatores práticos: o Lucro Presumido costuma reduzir a complexidade de apuração e o custo de conformidade, atraindo empresas que preferem previsibilidade tributária.
Contabilmente, a apuração é trimestral. O contador calcula a receita bruta do trimestre, aplica os percentuais de presunção conforme a atividade, e gera os lançamentos e guias para recolhimento de IRPJ e CSLL. Simultaneamente, apura PIS/COFINS no regime cumulativo e cuida das obrigações acessórias mensais e trimestrais. Em termos de controles internos, recomenda-se manter relatórios que demonstrem a composição da receita, faturamentos por cliente, notas fiscais emitidas e contratos, para suportar eventual fiscalização.
Ao final, a contabilidade do Lucro Presumido é tanto técnica quanto narrativa: técnica nas regras e percentuais; narrativa na história que conta sobre cada empresa — suas escolhas de preço, sua eficiência operacional, sua relação com o mercado. Mariana aprendeu que tributar não é apenas cumprir alíquotas, mas interpretar números para guiar decisões. O regime não é destino fixo; é opção que deve ser revisitada sempre que o enredo econômico da empresa mudar — crescimentos, retrações, investimentos e mudanças de produto podem transformar uma escolha vantajosa em onerosa. A contabilidade, nesse cenário, é a voz que descreve o passado e sugere caminhos para o futuro.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
1) O que é a base de cálculo no Lucro Presumido?
Resposta: É o valor obtido ao aplicar percentuais legais sobre a receita bruta, usado como referência para calcular IRPJ e CSLL.
2) Com que frequência se faz a apuração?
Resposta: A apuração é trimestral; os tributos são calculados a cada trimestre com base na receita do período.
3) Quando o regime é vantajoso?
Resposta: Geralmente quando a margem de lucro real é igual ou superior à margem presumida — traz previsibilidade e menos complexidade.
4) A empresa precisa manter contabilidade completa?
Resposta: Sim; registros contábeis e fiscais são obrigatórios para comprovação e atendimento às obrigações acessórias.
5) PIS/COFINS são calculados como?
Resposta: Normalmente no regime cumulativo (empresas no Lucro Presumido), com alíquotas de 0,65% (PIS) e 3% (COFINS) sobre a receita.

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