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QUESTÃO XIV F Se a alma humana é imortal[347] f E PARECE QUE SERIA CORRUPTÍVEL. 1. Pois é dito em Eclesiastes 3,19: "Os homens e os brutos morrem; é igual a condição de uns e outros". Mas ao morrer os animais, morre sua alma. Logo, quando morre homem, corrompe-se sua alma. 2. Ademais, corruptível e incorruptível diferem em gênero, conforme dito no livro X da Metafísica.[348] Mas a alma humana e a alma do animal não diferem em gênero, pois tampouco homem difere do animal em gênero. Portanto, a alma do homem e a do animal não diferem segundo corruptível e incorruptível. A alma do animal, por sua vez, é corruptível; e assim a humana não é incorruptível. 3. Ademais, diz Damasceno[349] que anjo recebe imortalidade por graça, não por natureza. Ora, anjo não é inferior à alma. Logo a alma não é naturalmente imortal. 4. Ademais, prova 0 Filósofo, no livro VIII da Física,[350] que primeiro motor é de virtude infinita, pois move por tempo infinito. Se, portanto, a alma possui a virtude de durar por tempo infinito, segue-se que sua virtude seriainfinita. A virtude infinita, no entanto, não está numa essência finita; e assim tem-se que, se a essência da alma fosse incorruptível, seria infinita. Isto, porém, é impossível, pois só a essência divina é infinita. Logo a alma humana não é incorruptível. 5. Poder-se-ia dizer, porém, que a alma é incorruptível não por essência própria, mas pela virtude divina. Mas em sentido contrário: aquilo que não compete a algo por essência própria, não lhe é essencial. Ora, "corruptível" e "incorruptível" predicam-se essencialmente de tudo aquilo que por estes termos se designe, como diz Filósofo no livro X da Metafísica.[351] Portanto, se a alma é incorruptível, é necessário que seja por sua própria essência. 6. Ademais, tudo que existe, ou é corruptível, ou incorruptível. Logo, se a alma humana, segundo sua natureza, não é incorruptível, tem-se que, segundo sua natureza, seria corruptível. 7. Ademais, todo incorruptível possui a virtude de que exista sempre. Se, portanto, a alma humana fosse incorruptível, seguir-se-ia que possuiria a virtude de existir sempre. Logo, não possuiria ser após não ser, que é contrário à fé. 8. Ademais, diz Agostinho[352] que, assim como Deus é a vida da alma, também a alma é a vida do corpo. Mas a morte é a privação da vida. Logo, pela morte a alma se priva e se tolhe. 9. Ademais, a forma não possui ser senão naquilo em que existe. Se, portanto, a alma é forma do corpo, ela não pode existir senão no corpo; logo, perece quando perecido corpo. 10. Poder-se-ia dizer, porém, que que se afirmou acima acerca da alma é verdadeiro na medida em que ela é forma, mas não segundo sua essência. Mas em sentido contrário: a alma não é forma do corpo per accidens; se fosse, 0 homem seria ente per accidens, visto que a alma constitui homem na medida em que é forma do corpo. Ora, que quer que compita a algo, mas não per accidens, lhe convém segundo sua essência. Logo, ela é forma segundo suaessência. Assim, segundo ela é forma, é corruptível, e segundo sua essência, será corruptível. 11. Ademais, as coisas que convêm num só ser encontram-se de tal modo que, corrompida uma delas, corrompe-se a outra. Ora, a alma e corpo convêm num só ser, isto é, no ser do homem. Logo, uma vez corrompido corpo, corrompe-se a alma. 12. Ademais, a alma sensível e a racional são, no homem, uma só segundo a substância. Mas a alma sensível é corruptível. Logo, também é a racional. 13. Ademais, a forma deve ser proporcional à matéria. Ora, a alma humana está no corpo como uma forma na matéria. Logo, como 0 corpo é corruptível, também a alma será. 14. Ademais, se a alma pode separar-se do corpo, é necessário que haja alguma operação sua sem corpo, uma vez que nenhuma substância é ociosa. Mas nenhuma operação pode dar-se na alma sem corpo nem mesmo o inteligir (que mais pareceria convir ao caso), porque não há inteligir sem os fantasmas, como diz Filósofo.[353] Ora, não há fantasmas sem corpo. Logo, a alma não pode separar-se do corpo, senão que se corrompe, estando ele corrompido. 15. Ademais, se a alma humana fosse incorruptível, só seria porque é intelectiva. Mas parece que inteligir não lhe convém; pois aquilo que é mais elevado de uma natureza inferior imita de certo modo a operação de uma natureza superior, mas não a alcança. (Assim como símio imita de certo modo a operação do homem, mas não a alcança.) E, de modo semelhante, parece que, como homem é 0 mais elevado na ordem das coisas materiais, imitaria de certo modo a ação das substâncias separadas intelectuais (que é 0 inteligir), mas não a alcançaria. Assim, nenhuma necessidade parece haver de afirmar que a alma do homem é imortal. 16. Ademais, ou todos os entes de uma espécie alcançam a operação que é própria desta, ou ao menos a maior parte deles. Mas pouquíssimos homensalcançam ser inteligentes. inteligir, portanto, não é a operação própria da alma; e assim não é necessário que a alma humana seja incorruptível pela razão de que seria intelectual. 17. Ademais, diz Filósofo, no livro I da Física,[354] que todo finito se consome, se algo lhe é retirado sempre. Mas bem natural da alma é um bem finito. Como, portanto, por qualquer pecado diminui-se bem natural da alma humana, parece que ela por fim se tolheria totalmente. E assim pode ocorrer que a alma humana se corrompa. 18. Ademais, a alma se enfraquece com enfraquecimento do corpo, como é evidente por suas operações. Logo, ela também se corrompe com sua corrupção. 19. Ademais, tudo que provém do nada é reversível ao nada. Ora, a alma humana é criada do nada; logo é reversível ao nada. E assim tem-se que a alma seria corruptível. 20. Ademais, permanecendo a causa, permanece efeito. Mas a alma é causa de vida do corpo. Se, portanto, a alma sempre permanecesse, parece que corpo sempre viveria; e isto é claramente falso. 21. Ademais, tudo que é per se subsistente é algo concreto situado num gênero ou espécie. Mas a alma humana, como parece, não é algo concreto, e tampouco se situa numa espécie ou gênero, como se dá com indivíduo ou a espécie, porque ela é apenas forma, e estar num gênero ou espécie convém antes ao composto, não à matéria nem à forma, exceto por redução.[355] Logo, a alma humana não é subsistente per se; e assim, corrompido o corpo, ela não pode permanecer. MAS EM SENTIDO CONTRÁRIO: 1. Há que se diz em Sabedoria 2,23: "Deus criou homem inexterminável, e fez à sua imagem e Donde se pode compreender que homem é inexterminável, isto é, incorruptível, por ter sido feito à imagem de Deus. E eleé imagem de Deus segundo sua alma, como afirma Agostinho no livro Sobre Trindade.[356] Logo, a alma é incorruptível. 2. Ademais, tudo que se corrompe possui contrários, ou é composto de contrários. Mas a alma humana carece absolutamente de contrariedade pois também aquelas coisas que são contrárias em si não são contrárias na alma: pois as razões dos contrários não são contrárias na alma.[357] Logo a alma humana é incorruptível. 3. Ademais, os corpos celestes são denominados incorruptíveis, pois não possuem aquela matéria dos geráveis e corruptíveis. Mas a alma humana é absolutamente imaterial (o que é evidente pelo fato de que ela recebe imaterialmente as espécies das coisas). Logo, a alma é incorruptível. 4. Ademais, diz Filósofo[358] que intelecto é separado da maneira como perpétuo é do corruptível. intelecto, por sua vez, é parte da alma, como ele mesmo afirma. Logo a alma humana é incorruptível. Z RESPONDO. Deve-se dizer que é necessário que a alma humana seja absolutamente incorruptível. Para torná-lo evidente, devemos primeiro considerar que que é per se consequente a algo, não pode ser removido deste algo; assim como, do homem, não se pode remover que seja animal, e tampouco se remove do número que ele seja par ou ímpar. Mas é evidente que ser é consequente per se da forma:[359] de fato, cada um tem 0 ser segundo sua forma própria, e por isso de nenhum modo se pode separar da forma ser. Assim, os compostos de matéria e forma corrompem-se pela perda da forma, da qual ser é consequente. Ora, a forma mesma não pode corromper-se per se, mas corrompe-se per accidens, na medida em que, estando corrompido composto, a forma carece do ser que mediante ela composto possuía; e isto se dá quando a forma é de tal tipo que não seja possuidora do ser, mas seja apenas aquilo peloqual composto tem ser. Mas se a forma for de tal tipo que seja possuidora do ser, é necessário que ela seja incorruptível: pois ser não pode ser separado de algo que possui, senão enquanto deste algo lhe seja separada a forma. Ora, se aquilo que possui ser é a própria forma, é impossível que este lhe seja separado. Ora, evidentemente é este caso, a saber: que princípio pelo qual homem intelige é uma forma que possui em si ser, e não somente aquilo pelo qual algo existe. Pois inteligir, como prova Filósofo no livro III Sobre a Alma,[360] não é um ato realizado por órgão corporal. Não se poderia encontrar nenhum órgão corporal que fosse receptivo a todas as naturezas sensíveis; principalmente porque recipiente deve estar despojado do recebido, assim como a pupila carece de cor. Ora, todo órgão corporal possui alguma natureza sensível; no entanto intelecto, pelo qual nós inteligimos, é cognoscitivo de todas as naturezas sensíveis. Logo, é impossível que sua operação, que é 0 inteligir, seja exercida por algum órgão corporal. Donde transparece que intelecto possui operação per se, na qual não se comunica com 0 corpo. Mas cada coisa opera segundo ela é: as que possuem per se 0 ser operam per se; já as que não 0 possuem per se não operam per se por exemplo, não é calor que esquenta per se, mas aquilo que é quente. Portanto, fica claro que princípio intelectivo pelo qual homem intelige possui um ser que se eleva para além do corpo, e não depende dele. Torna-se também evidente que tal princípio intelectivo não é algo composto de matéria e forma, pois as espécies são nele recebidas de modo totalmente imaterial. Isto se afirma pelo fato de que intelecto é [receptivo] dos universais, que são considerados em abstração da matéria e das condições materiais. Resta, portanto, que princípio intelectivo pelo qual homem intelige seria uma forma possuidora de ser; donde é necessário que seja incorruptível. E é isto que também diz Filósofo:[361] que intelecto é algo divino e perpétuo. Mas já foi demonstrado, nas precedentes questões, que princípio intelectivo pelo qualhomem intelige não é nenhuma substância separada; é antes algo formalmente inerente ao homem, que é a alma, ou mesmo parte da alma. Assim, do que foi mencionado, resta que a alma humana seja incorruptível. Portanto, todos os que propuseram que a alma humana se corrompe suprimiram algo das demonstrações prévias. De fato, alguns, que afirmam que a alma é um corpo, propuseram que ela não é uma forma, antes algo composto de matéria e forma. Já outros, que afirmam que intelecto não difere dos sentidos, propuseram, por consequência, que ele não possui operação senão por um órgão corporal; deste modo, não possui um ser que se eleve para além do corpo, e por isso não seria uma forma possuidora de ser. Já outros propuseram que intelecto pelo qual homem intelige é uma substância separada. Todas as propostas acima apresentadas já se mostraram falsas. Assim, resta que a alma humana é incorruptível. E disto podem-se colher indícios em dois fatos: Primeiro, da parte do intelecto: pois também as coisas que são corruptíveis em si mesmas são incorruptíveis na medida em que são percebidas no intelecto. Porque intelecto é receptivo das coisas no universal, modo segundo o qual não lhes recai corrupção. Segundo, do apetite natural, que em nenhuma coisa pode ser vão. Ora, vemos que no homem há um apetite pela perpetuidade. E isto por um motivo razoável: visto que ser é apetecível segundo si mesmo, é então necessário que, num ente provido de intelecção - e que por isso apreende ser simpliciter, e não só aqui e agora surja apetite pelo ser simpliciter, e por possuí-lo todo tempo. Donde se vê que este apetite não é vão, mas sim que homem, segundo sua alma incorruptível, é incorruptível. Z1. QUANTO AO PRIMEIRO ARGUMENTO, portanto, deve-se dizer que Salomão fala, no livro do Eclesiastes, quase como um pregador: às vezes na pessoa dos sábios, às vezes na pessoa dos tolos; e as palavras apresentadas são proferidas na pessoa dos tolos. Ou pode-se mesmo dizer que "a sorte do homem e a do animal é idêntica" no que concerne à corrupção do composto, a qual em ambos se dá por separação da alma e do corpo embora a alma humana permaneça após a separação, não a do animal. 2. QUANTO AO SEGUNDO, deve-se dizer que, se a alma humana e a do animal se situassem per se em gênero, ocorre que seriam de gêneros diversos segundo a consideração natural de gênero. Sob consideração natural, pois, é necessário que difiram em gênero corruptível e incorruptível, embora possam encontrar-se sob outra razão comum; pelo fato de que também podem situar-se num só gênero segundo a consideração lógica. Pois bem: a alma, no entanto, não se situa no gênero como uma espécie, mas como parte da espécie. Ora, ambos os compostos são corruptíveis: tanto aquele do qual é parte a alma humana, quanto aquele do qual é parte a alma do animal; e por causa disto nada impede que sejam ambos do mesmo gênero. 3. QUANTO AO TERCEIRO, deve-se dizer que, como afirma Agostinho,[362] a verdadeira imortalidade é a verdadeira imutabilidade. Ora, aquela imutabilidade que se dá segundo a eleição [divina] a saber, para que não possam mudar do bem para mal tanto a alma quanto anjo a possuem pela graça. 4. QUANTO AO QUARTO, deve-se dizer que ser é comparado à forma como algo a ela consequente per se, e não como um efeito é à virtude do agente (tal qual 0 movimento, com relação à virtude do movente). Ora: que algo possa mover por tempo infinito indica que há infinitude na virtude do movente; porém, que algo possa existir por tempo infinito não demonstra a infinitude da forma pela qual este algo existe. Pois, igualmente, tampouco fato de que a dualidade é sempre par indica a sua infinitude. Em verdade, fato de que algo existe portempo infinito mais demonstra a virtude infinita daquele que é causa de seu existir. 5. QUANTO AO QUINTO, deve-se dizer que "corruptível" e "incorruptível" são predicados essenciais, porque são consequentes à essência enquanto princípio formal ou material, não como princípio ativo; mas, em alguns, princípio ativo da perpetuidade é extrínseco. 6. E com isto evidencia-se a solução para SEXTO. 7. QUANTO AO SÉTIMO, deve-se dizer que a alma possui virtude para que exista sempre, mas não possuiu sempre tal virtude; e por isto não é necessário que sempre tenha existido, mas que no futuro nunca deixe de existir. 8. QUANTO AO OITAVO, deve-se dizer que a alma é chamada forma do corpo enquanto é causa de vida, do mesmo modo que a forma é princípio de ser: pois viver, para viventes, é ser, como diz Filósofo no livro II Sobre Alma.[363] 9. QUANTO AO NONO, deve-se dizer que a alma é uma forma tal, que possui ser independente daquele do qual é forma. E isto se mostra por sua operação, como já foi dito.[364] 10. QUANTO AO DÉCIMO, deve-se dizer que, embora a alma, por sua essência, seja forma, não obstante algo pode competir-lhe enquanto ela é tal forma (isto é, forma subsistente), que não lhe compete enquanto é [apenas] forma; assim como inteligir não convém ao homem na medida em que ele é animal, ainda que homem seja animal segundo sua essência. 11. QUANTO AO DÉCIMO PRIMEIRO, deve-se dizer que, embora a alma e corpo convenham no ser do homem, que é uno, tal ser pertence ao corpo a partir da alma: a alma humana comunica ao corpo seu próprio ser, no qual ela subsiste (conforme demonstrado nas questões prévias). E, assim, eliminado corpo, permanece ainda a alma. 12. QUANTO AO DÉCIMO SEGUNDO, deve-se dizer que a alma sensível, nos animais brutos, é corruptível; mas no homem é incorruptível, visto que ela e a alma racional são idênticas em substância.13. QUANTO DÉCIMO TERCEIRO, deve-se dizer que corpo humano é matéria proporcionada à alma humana quanto a suas operações; mas a corrupção e outros defeitos sobrevêm da necessidade da matéria, como demonstrado Ou pode-se ainda dizer que a corrupção adveio ao corpo mediante 0 pecado, não mediante a instituição original da natureza. 14. QUANTO AO DÉCIMO QUARTO, deve-se dizer que que afirma 0 Filósofo, isto é, que não há inteligir sem os fantasmas, entende-se no tocante ao estado da vida presente, no qual é homem que intelige mediante a alma; já modo de inteligir da própria alma separada será 15. QUANTO AO DÉCIMO QUINTO, deve-se dizer que, embora a alma humana não alcance aquele modo de inteligir pelo qual as substâncias superiores fazem, alcança no entanto 0 inteligir de outro modo - que basta para a demonstração de sua incorruptibilidade. 16. QUANTO AO DÉCIMO SEXTO, deve-se dizer que, embora poucos alcancem inteligir de modo perfeito, todos no entanto o alcançam de algum modo. Pois é evidente que os primeiros princípios da demonstração são concepções comuns a todos, e são percebidas pelo intelecto. 17. QUANTO AO DÉCIMO SÉTIMO, deve-se dizer que de fato pecado tolhe a graça totalmente, mas nada remove da coisa a sua essência. Remove, porém, algo da inclinação ou da aptidão para a graça. E, ao passo que qualquer pecado agrega mais da disposição contrária [à da graça], diz-se que com ele algo é subtraído ao bem da natureza, que é a referida aptidão para a graça. Todavia, nunca é tolhido todo bem de uma natureza, pois nela sempre resta a potência sob as disposições contrárias, ainda que mais e mais afastada do ato. 18. QUANTO AO DÉCIMO OITAVO, deve-se dizer que a alma não se debilita ao debilitar-se corpo, nem mesmo a sensitiva como está claro pelo que afirma Filósofo no livro I Sobre a Alma:[367] que, se um velho receber 0 olho de um jovem, verá de todos os modos como um jovem. Donde se evidencia que a debilidade da ação não ocorre por causa da debilidade da alma, mas do órgão.19. QUANTO AO DÉCIMO NONO, deve-se dizer que aquilo que provém do nada é reversível ao nada, exceto se conservado pela mão do governante. Mas não por isto se chama algo de "corruptível", e sim porque possui em si algum princípio de corrupção, pois "corruptível" e "incorruptível" são predicados essenciais. 20. QUANTO AO VIGÉSIMO, deve-se dizer que, embora a alma (que é causa da vida) seja incorruptível, todavia corpo (que recebe da alma a vida) é sujeito de transmutação - e por isso afasta-se da disposição pela qual está apto a receber a vida; e é assim que sobrevém a corrupção do homem. 21. QUANTO AO VIGÉSIMO PRIMEIRO, deve-se dizer que a alma, embora possa ser per se, não possui per se a espécie, visto que é parte da espécie.

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