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CLASSIFICAÇÕES Regras x Princípios PRINCIPIOS REGRAS Grau de Abstração Elevado (amplos e gerais) Reduzido (específicos e detalhados) Função Orientar, fundamentar e inspirar o sistema jurídico Prescrever condutas diretas Aplicação Exigem interpretação e ponderação “Tudo ou Nada” (se a situação se encaixa, a regra se aplica) Conflitos entre regras 1° Hierarquia. 2° Especialidade. (+especifico) 3° Critério Temporal. (mais nova prevalece sobre a antiga) (atenção: se ela for modificada, conta o tempo da modificação) Conflitos entre princípios Se aplica somente a ponderação (olhando sempre a situação de fato) (ex: liberdade x intimidade) Classificação das constituições 4.1 Origem 1. Outorgadas: Imposta de maneira unilateral (ex: 1824) 2. Promulgadas/democrática/popular: Feita em Assembleia Constituinte. (tem participação do povo, pois elegem uma Assembleia) 3. Cesaristas/bonapartistas: São elaboradas por um ditador ou grupo e posteriormente submetidas à ratificação plebiscito ou referendo (a participação do povo é secundária) 4. Pactuadas/dualista: Nascida através de um pacto estabelecido entre grupos antagônicos. 4.2 Forma 1. Escrita: Formadas por um conjunto de normas textuais. 2. Não escrita/costumeiras/consuetudinária: Tem fontes normativas diversas, sendo baseada em costumes, hábitos e tradições (ex: Inglaterra) 4.3 Estabilidade/Mutabilidade 1. Rígida: Quórum qualificado (3/5). (diferente que as leis infraconstitucionais) 2. Flexível: Quórum de maioria simples (mesmo que as leis ordinárias) 3. Semi-Rigidas: Rígida + Flexível. 4. Imutáveis: Não permite nenhuma alteração. 5. Super-rígidas: Alexandre de Moraes – Cláusulas Pétreas. 4.4 Extensão 1. Analítica: É ampla. (direitos, garantias, políticas públicas e organização do Estado) 2. Sintética: É breve (organização do Estado, direitos e garantias) deixando o resto para as infraconstitucionais. 4.5 Conteúdo 1. Material: Leva em consideração o conteúdo da norma para identificar se é ou não Constituição. Logo, pode-se dizer que é classificado como Constituição o texto que compreende normas fundamentais e estruturais do Estado (organização, direitos e garantias etc.) 2. Formal: Considera apenas a forma, independentemente do seu conteúdo. Assim, tudo o que está na Constituição é considerado norma constitucional, não sendo necessário que disponha sobre temas tidos como constitucionais. 4.6 Finalidade 1. Garantia: Garante o mínimo (organização, direitos e garantias) 2. Dirigente: Mais do que o mínimo, diz o que o Estado tem que fazer (mínimo + políticas públicas) (projeto de Estado) 4.7 Maneira de criação 1. Dogmática/Sistemática: Elaborada de uma só vez. 2. Histórica: É não escrita e tem um processo lento de formação. 4.8 Representação da realidade 1. Normativa (pretende ser): A Constituição funciona e é respeitada na prática. 2. Nominalista: A Constituição não funciona completamente na prática, mas serve como um ideal a ser alcançado. 3. Semântica: A Constituição é uma ferramenta para legitimar o poder existente, sem qualquer compromisso com a realidade ou com ideais futuros. PODER CONSTITUINTE 1. Conceito É o poder de elaborar a primeira ou a nova Constituição de um Estado soberano (originário) ou reformar um texto constitucional existente (derivado) Instaura, modifica ou mantém uma constituição. 2. Divisões Poder Constituinte Originário: Instaura, editando a Constituição com o intuito de romper a antiga ordem jurídica, criando um novo Estado (organização legal e política) O Poder Constituinte Originário é inicial, autônomo, ilimitado juridicamente, incondicionado, soberano na tomada de suas decisões e permanente (mesmo com a criação da Constituição o Poder Constituinte é permanente, pois caso há quebra abrupta da ordem jurídica, o Poder Constituinte sairá do estado de latência) 1.1 Histórico (Fundacional) Estrutura pela primeira vez o Estado soberano (1824) 1.2 Revolucionário (Não fundacional) São as manifestações posteriores que criam um novo Estado através da ruptura com o regime anterior e implantação de outra ordem jurídica. Poder Constituinte Derivado O Poder Constituinte Derivado deve obedecer às regras colocadas e impostas pelo originário, sendo, nesse sentido, limitado e condicionado aos parâmetros a ele impostos. 2.1 Reformador Modificar a CRFB através de emendas constitucionais, respeitando os limites materiais (cláusulas pétreas), processuais (aprovação em dois turnos de votação em cada casa pela maioria qualificada 3/5), formal (obediência as regras) e circunstanciais (não pode ter alteração em estado de sitio, estado de defesa e intervenção federal, sendo o período de imutabilidade) 2.2 Decorrente Autonomia do Estado-Membro para elaborar suas próprias Constituições Estaduais. 2.3 Revisor Serve para facilitar a adequação da Constituição às aspirações mais legítimas que surgissem após o decurso de certo lapso temporal (5 anos) trocando pelo voto da maioria absoluta unicameral. Poder Constituinte Difuso É a mutação constitucional, ou seja, pela alteração de significado da norma sem que se formalizem quaisquer mudanças literais na sua redação. APLICAÇÃO INTERTEMPORAL DO DIREITO CONSTITUCIONAL Recepção e Não Recepção Recepção é quando a lei anterior a nova Constituição está em conformidade com o conteúdo (matéria), já a Não recepção é quando a lei é incompatível com a nova Constituição e acaba sendo revogada. Observação: Caso se trate de lei posterior falamos sobre controle de constitucionalidade e não de recepção. O que é ADPF? Todas as normas infraconstitucionais anteriores a nova Constituição em tese são recepcionadas, mas caso há alguma divergência com a nova Constituição usa-se a ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) para verificar se ela será recepcionada ou não recepcionada. A Recepção da norma infraconstitucional Aqui pouco importa a forma da lei, o importante é ser materialmente (conteúdo) compatível com a nova constituição. pouco importando o status da norma infraconstitucional que pode até mesmo variar. CF 1 CF 2 A lei precisa ter a forma lei ordinária prevê que a mesma lei precisa ter a forma de lei complementar Mesmo se tratando de “status” / “forma” diferente, pouco importa a forma e sim a matéria. Mas atenção! Há um caso especifico onde a forma e a matéria da lei importa. Quando a matéria era originada de um ente federativo menor e passou para um ente federativo maior, como exemplo: Ente Federativo Menor (Estado) Ente Federativo Maior (União): Não Recepciona Ente Federativo Maior (União) Ente Federativo Menor (Estado): Recepciona Uma lei que fere o processo legislativo previsto na Constituição sob cuja regência foi editada, mas que, até o advento da nova Constituição, nunca fora objeto de controle de constitucionalidade, poderá ser recebida pela nova Constituição se com ela for compatível? Não recepciona, pois há vicio na origem. A recepção tem dois requisitos: Ser compatível materialmente e não pode haver vicio na origem. Inconstitucionalidade superveniente No Brasil não adotamos a inconstitucionalidade superveniente e sim a recepção/não recepção. Desconstitucionalização As normas da Constituição anterior seriam recepcionadas com status de normas infraconstitucionais pela nova Constituição, desde que apresentassem compatibilidade material com o texto superveniente. Porém, como regra geral, o Brasil não admite a desconstitucionalização. Tem como requisitos: compatibilidade material e previsão expressa Repristinação Uma norma da CF/46 não é recepcionada pela de 1967, pois incompatível com ela. Promulgada a CF/88, verifica-se que aquela lei, produzida na vigência da CF/46 (que fora revogada — não recepcionada — pela de 1967), em tese poderia ser recepcionada pela CF/88, visto que totalmente compatível com ela. Como regra geral, o Brasil adotou a impossibilidadedo fenômeno da repristinação, salvo se a nova ordem jurídica expressamente assim se pronunciar. Recepção material de normas constitucionais (obs: não estamos falando de normas infraconstitucionais e sim de normas constitucionais) Requisitos: Compatibilidade material; previsão expressa e prazo certo. ART. 1 – FUNDAMENTOS SO – CI – DI – VA – PLU Soberania – Cidadania – Dignidade da pessoa humana – Valores sociais e livre iniciativa – Pluralismo político ART. 3 – OBJETIVOS I - Construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - Garantir o desenvolvimento nacional; III - Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Tais expressões designam realidades com noções assemelhadas, mas não coincidentes. Enquanto “os fundamentos são inerentes ao Estado”, integrando sua estrutura interna, os objetivos “consistem em algo exterior que deve ser perseguido”. ART. 4 – RELAÇÕES INTERNACIONAIS I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. NACIONALIDADE I - natos: (originaria) a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; (ius solo) b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; (ius sangue) c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (ius sangue) II - naturalizados: (derivada) a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. Há distinção entre naturalizado e natos? § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. A perda da nacionalidade dos naturalizados § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: (naturalizado) I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de fraude relacionada ao processo de naturalização ou de atentado contra a ordem constitucional e o Estado Democrático II - fizer pedido expresso de perda da nacionalidade brasileira perante autoridade brasileira competente, ressalvadas situações que acarretem apátrida. § 5º A renúncia da nacionalidade, nos termos do inciso II do § 4º deste artigo, não impede o interessado de readquirir sua nacionalidade brasileira originária, nos termos da lei · extradição: o brasileiro nato não poderá ser extraditado (extradição passiva) — art. 5.º, LI; DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS Direitos x Garantias · Direitos: São os bens e vantagens previstos, como o direito à intimidade (art. 5º, X). · Garantias: São os meios ou recursos para assegurar o exercício desses direitos, como o direito à indenização por violação da intimidade (parte final do art. 5º, X). Evolução Histórica e Dimensões dos Direitos Os direitos fundamentais são históricos e evoluem ao longo do tempo. A doutrina os classifica em "dimensões", em vez de "gerações", para evitar a ideia de que uma substitui a outra. · 1ª Dimensão (Liberdade): Surgiram nos séculos XVII e XVIII com o Estado Liberal. Exigem uma abstenção do Estado (prestações negativas) para proteger a liberdade, propriedade e segurança individual. (DIREITO POLITICO E CIVIL) · 2ª Dimensão (Igualdade): Desenvolvidos no final do século XIX e início do XX. Exigem uma intervenção do Estado (prestações positivas) para garantir direitos sociais, econômicos e culturais, como educação, saúde e trabalho, buscando a igualdade material. (DIREITO ECONOMICO, SOCIAL E CULTURAL) · 3ª Dimensão (Fraternidade/Solidariedade): Emergiram após as Guerras Mundiais. Focam na proteção de interesses coletivos e difusos, como o direito ao meio ambiente equilibrado, à paz e aos direitos do consumidor, visando a solidariedade entre os povos. (DIREITO COLETIVO E DIFUSO) Características dos Direitos Fundamentais · Historicidade: São construções que mudam e se adaptam ao longo do tempo. · Inalienabilidade e Irrenunciabilidade: Não podem ser vendidos, transferidos ou renunciados, pois são inseparáveis da dignidade da pessoa humana. · Imprescritibilidade: Não se perdem com o tempo, mesmo que não sejam exercidos. · Universalidade: Visam proteger todos os seres humanos, sem distinção. No entanto, há um debate sobre se essa universalidade é absoluta, já que alguns questionam a imposição de valores ocidentais a outras culturas. · Concorrência e Limitabilidade: Podem coexistir e, em casos de conflito, ser ponderados e limitados.