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Contabilidade Gerencial e Controladoria

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CONTABILIDADE GERENCIAL E 
CONTROLADORIA 
Prof. Jorge Marcelo Wohlgemuth, Me. 
 2 
 
 
SUMÁRIO 
 
CAPÍTULO I 4 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS.....................................................................................................................4 
TERMINOLOGIA CONTÁBIL.....................................................................................................................7 
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO ....................................................................................8 
ATIVIDADES EXECUTADAS PELO PROFISSIONAL DA CONTABILIDADE..........................................11 
a) ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL.........................................................................................................12 
b) ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS CONTÁBEIS............................................................................13 
RAMOS DA CONTABILIDADE ................................................................................................................23 
 
II. ASPECTOS CONCEITUAIS SOBRE CONTROLADORIA 24 
CONTROLADORIA COMO ÁREA DE CONHECIMENTO .......................................................................24 
CONTROLADORIA COMO UNIDADE ADMINISTRATIVA......................................................................25 
CONTROLADORIA NO SETOR PÚBLICO..............................................................................................26 
FUNÇÕES EXECUTADAS PELA CONTROLADORIA ............................................................................26 
ANÁLISE DE BALANÇOS .......................................................................................................................27 
TÉCNICAS DE ANÁLISE ....................................................................................................................29 
ANÁLISE VERTICAL ......................................................................................................................29 
ANÁLISE HORIZONTAL.................................................................................................................30 
CÁLCULO E INTERPRETAÇÃO DE ÍNDICES...............................................................................30 
ÍNDICES DE LIQUIDEZ..................................................................................................................31 
ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO.....................................................................................................34 
ÍNDICES DE PRAZOS MÉDIOS.....................................................................................................35 
ÍNDICES DE RENTABILIDADE ......................................................................................................37 
CÁLCULO DO CUSTO DO PRODUTO/SERVIÇO ..................................................................................41 
TERMINOLOGIA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS .......................................................................42 
FATORES DE PRODUÇÃO ...........................................................................................................44 
A) MATERIAIS ................................................................................................................................44 
B) MÃO-DE-OBRA..........................................................................................................................49 
C) GASTOS GERAIS......................................................................................................................50 
D) DEPRECIAÇÃO .........................................................................................................................50 
CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS.......................................................................................................53 
 3 
SISTEMAS DE CUSTOS ....................................................................................................................54 
CUSTEIO DIRETO OU VARIÁVEL.................................................................................................54 
CUSTEIO PADRÃO........................................................................................................................55 
CUSTEIO ABC................................................................................................................................55 
CUSTEIO POR ABSORÇÃO..........................................................................................................55 
ESTUDO DE CASO 1 .........................................................................................................................55 
Solução: ..............................................................................................................................................58 
ANÁLISE DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO E DO PONTO DE EQUILÍBRIO .......................................65 
ESTUDO DE CASO 2 .........................................................................................................................67 
Solução: ..............................................................................................................................................67 
DETERMINAÇÃO DO PREÇO DE VENDA .............................................................................................69 
ALAVANCAGEM OPERACIONAL E FINANCEIRA .................................................................................72 
ESTUDO DE CASO 3 .........................................................................................................................73 
ESTUDO DE CASO 4 .........................................................................................................................74 
FLUXO DE CAIXA ...................................................................................................................................75 
ORÇAMENTO .........................................................................................................................................78 
OBJETIVOS DO ORÇAMENTO..........................................................................................................79 
CONCEITOS ORÇAMENTÁRIOS ......................................................................................................80 
ESTRUTURA DO PLANO ORÇAMENTÁRIO ................................................................................81 
ESTUDO DE CASO 5 .........................................................................................................................81 
SOLUÇÃO...........................................................................................................................................82 
ASPECTOS CONCEITUAIS SOBRE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA..................................................84 
TÉCNICAS DE MATEMÁTICA FINANCEIRA .....................................................................................84 
EXEMPLO.......................................................................................................................................86 
O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO ...........................................................................................88 
FLUXO DE CAIXA DESCONTADO ................................................................................................88 
 
III. EXERCÍCIOS 90 
 
 
 4 
CAPÍTULO I 
 
Nesse capítulo serão apresentados os conceitos e teorias da Ciência Contábil. 
 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
A contabilidade é uma ciência social que estuda a riqueza patrimonial das entidades, sob os 
aspectos quantitativos e qualitativos, tendo como objetivos a geração de informações e a explicação dos 
fenômenos patrimoniais, possibilitando o controle, a análise, a avaliação, o planejamento e a tomada de 
decisão. A área de atuação da contabilidadecompreende qualquer pessoa física ou jurídica que tenha seu 
patrimônio definido e delimitado. O patrimônio também é objeto de estudo de outras ciências, tais como a 
Economia, o Direito e a Administração. Entretanto, estas outras ciências estudam o patrimônio sob 
aspectos diferentes daquele estudado pela Contabilidade. O patrimônio é uma grandeza real cuja 
constituição deve ser conhecida e que se transforma e evolui sob a atividade humana. 
 
No início da civilização, os grupos sociais procuravam bastar-se a si mesmos, produzindo os 
materiais que necessitavam ou se utilizando daquilo que poderiam obter facilmente da natureza para sua 
sobrevivência. As transformações que ocorreram, no decurso dos séculos, fizeram as sociedades se 
organizar, até chegar ao modelo que se conhece atualmente. Aqui entra a função da contabilidade de 
avaliar a riqueza do homem e compreender os acréscimos ou decréscimos dessa riqueza. 
 
O homem age em função da satisfação de suas necessidades. Neste sentido, destacam-se 
dois aspectos: a) o homem é levado a atuar em associação com outros homens, sendo “forçado”, dessa 
forma, a viver em sociedade; e b) através do processo de divisão do trabalho, o homem não mais se 
dedica diretamente a obter os elementos que se tornam indispensáveis para atender suas necessidades, 
mas aplica seus esforços em atividades particulares, gerando assim sua contribuição à sociedade e 
recebendo, em contrapartida, uma retribuição compensatória que lhe permite adquirir os bens ou serviços 
de que necessita. 
 
Da associação entre indivíduos que conjugam, na vida em sociedade, esforços e recursos, 
resultou a formação de organismos especiais, com patrimônio independente do patrimônio dos indivíduos 
que os compõe. Estas entidades têm por objetivo a obtenção, a transformação, a compra e a venda de 
bens ou serviços; gerando e movimentando riquezas para seus proprietários como objetivo meio e objetivo 
 5 
fim. Visto tais entidades privadas terem seu próprio patrimônio, há necessidade da contabilidade 
acompanhar e registrar a sua evolução, dentro de regras definidas pela sociedade onde estão inseridas. 
 
O homem ao praticar atos de natureza econômica, através de ações administrativas sobre um 
determinado patrimônio carecerá de informações sobre os aspectos qualitativos e quantitativos bem como 
as variações sofridas por ele. Cabe à contabilidade suprir aos interessados com estas informações, 
através do estudo do patrimônio econômico e financeiro, observando seus aspectos específico e as 
variações por ele sofridas. Todos aqueles que tenham interesse na avaliação da situação e da evolução 
do patrimônio das entidades são considerados usuários da contabilidade. Permitir que os usuários 
conheçam e avaliem a situação econômica, financeira e patrimonial das entidades, num sentido estático, 
bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras, é o objetivo fundamental da contabilidade. 
 
No mundo contemporâneo, as entidades são fundamentais para o desenvolvimento econômico 
e social das nações. Das organizações depende toda a sociedade, bem como o poder público que busca a 
arrecadação de tributos e conseqüentemente a manutenção da soberania, o desenvolvimento e a 
sobrevivência do estado. A globalização da economia e das relações de negócios internacionais cria as 
condições necessárias para o progresso ou o retrocesso das entidades. Qualquer que seja o objetivo da 
entidade administrada, social ou econômico, ela possuirá sempre um patrimônio em movimentação, que 
requer a contabilidade para o seu estudo e controle. Quando a entidade tem objetivo econômico, o 
controle do patrimônio apresenta características especiais, pois o meio e o fim da entidade é a riqueza, 
sendo da maior importância à administração econômica. 
 
Quando a entidade tem fim social, a administração não se resume no aspecto econômico, nem 
este é o mais importante. É, porém, indispensável qualquer que seja a natureza da atividade, pois todas 
elas têm a riqueza como um meio. A administração econômica nessas entidades é, entretanto, apenas um 
meio e não o seu fim, como ocorre com as entidades com fins lucrativos – empresas. 
 
As entidades públicas (primeiro setor) são aquelas que constituem a República Federativa do 
Brasil. Segundo o artigo 1º da Constituição Federal de 1988, a República Federativa do Brasil é formada 
pela união indissolúvel de seus Estados, Municípios e do Distrito Federal. As entidades privadas (segundo 
setor) formam o que usualmente se chama de “mercado”. 
 
As organizações não-governamentais (ong’s), formadas a partir das iniciativas de pessoas 
voluntárias, sem fins lucrativos, que se reúnem e atuam coletivamente, no sentido do desenvolvimento 
 6 
social e do bem comum, formam o terceiro setor. O Instituto Brasileiro do Terceiro Setor1 esclarece que o 
termo ONG foi usado pela primeira vez em 1950 pela Organização das Nações Unidas (ONU), para definir 
toda organização da sociedade civil que não esteja vinculada ao governo e exerça atividades de interesse 
público. 
 
O ambiente competitivo do século XXI, tanto para as empresas, quanto para as entidades 
públicas, faz com que os usuários da contabilidade tenham necessidades de informações diferentes e 
melhores. Essas mudanças decorrem do surgimento de um espaço econômico e político universal, que 
acabou com as economias nacionais e organizações isoladas, e do impacto da potencialização dos meios 
de comunicação sobre os indivíduos e os povos. 
 
A contabilidade, na execução das atividades de registro e acompanhamento da evolução do 
patrimônio das entidades privadas inseridas na sociedade, sempre foi muito influenciada pelos limites e 
critérios legais e fiscais, particularmente os da legislação do imposto de renda. Este fato, ao mesmo tempo 
em que proporcionava à contabilidade contribuições importantes e de bons efeitos, também era um fator 
que dificultava a adoção de princípios contábeis adequados. Este problema teve uma tentativa de solução 
através da Lei das SA´s (Lei nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976) que determinou que a escrituração 
contábil seguisse os princípios de contabilidade geralmente aceitos. 
 
A Lei das SA´s, que possui inspiração na legislação americana, apresenta fatores que 
dificultam a clareza e a fidelidade das demonstrações contábeis. Sendo que fidelidade e clareza são 
requisitos essenciais para a elaboração de balanços nas empresas. 
 
Buscando consolidar as mudanças sociais ocorridas no Brasil nas últimas nove décadas, em 11 
de janeiro de 2003 passou a viger o novo Código Civil, instituído pela Lei Federal, de 10 de janeiro de 
2002, publicada no Diário Oficial da União, em 11 de janeiro daquele mesmo ano, cujo projeto tramitava no 
Congresso desde 1975, revogando, assim, a Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916. A proposta originária 
da Comissão Elaboradora do projeto do Novo Código Civil produziu uma formulação apta a captar as 
mudanças de valores ocorridas no século passado e menos adequada a dimensionar os desafios do 
milênio que inicia. 
 
 
1
 Disponível no site: http://www.institutoterceirosetor.org.br/coluna_3s_150403.htm, acessado em 07/05/2003. 
 
 
 7 
Em 28 de dezembro de 2007, foi promulgada a Lei nº 11.638/07, que altera, revoga e introduz 
novos dispositivos à Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976), 
notadamente em relação ao capítulo XV que trata de matéria contábil. 
 
Em 03 de outubro de 2008 o Poder Executivo Federal enviou ao Congresso Nacional a Medida 
Provisória 449/08, que define regras sobre tributação e contabilização das alterações promovidas pela Lei 
11.638/07. Na exposiçãodos motivos da MP449/08 o Governo Federal entende que no que se refere ao 
Regime Tributário de Transição - RTT, objetiva-se neutralizar os impactos dos novos métodos e critérios 
contábeis introduzidos pela Lei nº 11.638, de 2007, na apuração das bases de cálculo de tributos federais 
nos anos de 2008 e 2009, bem como alterar a Lei nº 6.404, de 1976, no esforço de harmonização das 
normas contábeis adotadas no Brasil às normas contábeis internacionais. A Lei nº 11.638/07, entrou em 
vigor no dia 1º de janeiro de 2008, sem a adequação concomitante da legislação tributária. A alta 
complexidade dos novos métodos e critérios contábeis instituídos pelo referido diploma legal - muitos 
deles ainda não regulamentados - têm causado insegurança jurídica aos contribuintes. 
 
O processo de harmonização das normas contábeis nacionais com os padrões internacionais 
de contabilidade - objetivo maior da Lei nº 11.638, de 2007 - deve prolongar-se pelos próximos anos, 
razão pela qual, há necessidade de que o RTT não seja aplicável apenas no ano de 2008, mas também 
no ano de 2009, e, se necessário, nos anos subseqüentes, quando, então, ao se descortinar o novo 
padrão da contabilidade empresarial a ser adotado no País, possa-se regular definitivamente o modo e a 
intensidade de integração da legislação tributária com os novos métodos e critérios internacionais de 
contabilidade. Em 27 de maio de 2009 foi promulgada a Lei nº 11.941 que regulamentou a MP 449/08. 
 
 
TERMINOLOGIA CONTÁBIL 
 
A) PATRIMÔNIO: O Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações que pertencem a entidade. 
 
B) BENS: Bens são todos os elementos, materiais ou imateriais, tangíveis ou intangíveis, que 
possuem valor econômico, que pertencem a entidade e dos quais ela necessita 
para atingir seus objetivos. 
 
C) DIREITOS: Direitos são valores que a entidade tem a receber de terceiros, provenientes da 
venda ou empréstimo de mercadorias, produtos, serviços ou bens. 
 8 
D) OBRIGAÇÕES: Obrigações são valores que a entidade tem a pagar a terceiros, provenientes da 
compra ou empréstimo de mercadorias, produtos, serviços ou bens. 
 
E) PATRIMÔNIO LÍQUIDO: A equação fundamental do patrimônio de uma entidade é: 
PL = (B+D) – (OB) 
 
 
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO 
 
O Patrimônio de uma entidade assume a seguinte representação gráfica: 
aplicações origens 
OBRIGAÇÕES 
BENS + DIREITOS 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
 
O Patrimônio de uma entidade, representado como na figura acima, apresenta dois lados. O 
lado esquerdo (bens + direitos) é denominado lado das APLICAÇÕES DE RECURSOS e o lado direito 
(obrigações + PL) é chamado lado das ORIGENS DE RECURSOS. A ciência contábil preconiza que as 
aplicações de recursos são iguais às origens de recursos. Esse preceito científico é conhecido como 
método das partidas dobradas. 
 
Também se denomina o lado das ORIGENS DE RECURSOS como o lado dos CAPITAIS. 
Diferentemente do aspecto financeiro, sob o aspecto contábil, o termo Capital pode encontrar vários 
sentidos. Observando o lado dos capitais, se conclui que as entidades possuem dois tipos de capitais: 
 
a) Capitais de Terceiros 
Representam as dívidas (obrigações) que a entidade assumiu junto a terceiros. Os Capitais de 
Terceiros têm a obrigação de serem pagos pela entidade. Segundo o prazo de vencimento dos 
Capitais de Terceiros, pode-se dividi-los em dois tipos: Curto Prazo e Longo Prazo. 
 
 
 
 
 9 
b) Capitais Próprios 
Representam a diferença entre (Bens (+) Direitos) (-) (Obrigações). A primeira fonte de Capital 
Próprio de uma entidade denomina-se Capital Social, que é o investimento inicial feito pelos 
sócios. Outra fonte de Capital Próprio de uma entidade é o Lucro (R>D) gerado em cada 
exercício social. 
 
O Patrimônio de uma entidade pode assumir um dos seguintes estados: 
 
A) 
 
OBRIGAÇÕES 
 
 
 
BENS + DIREITOS 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
B + D > OB 
PL > 0 ou positivo (saldo credor) 
 
 
 
B) 
 
 
BENS + DIREITOS 
 
 
OBRIGAÇÕES 
 
B + D = OB 
PL = 0 ou nulo 
 
 
 
 
 
 10 
C) 
 
BENS + DIREITOS 
 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
 
 
OBRIGAÇÕES 
 
 
 
B + D < OB 
PL < 0 ou negativo (saldo devedor) 
 
 
D) 
 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
 
 
OBRIGAÇÕES 
 
PL = OB 
B + D = 0 (entidade não possui bens ou direitos ??) 
 
 
E) 
 
 
BENS + DIREITOS 
 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
 
B + D = PL 
OB = 0 (entidade não possui capital de terceiros) 
 
O patrimônio de uma entidade está em constante evolução. As decisões tomadas pelos 
gestores das entidades determinam essa evolução. O conjunto de decisões tomadas pelos gestores da 
 11 
entidade, em determinado período, se traduz na Gestão da entidade. A Gestão de uma entidade possui 
três aspectos: a) aspecto econômico; b) aspecto financeiro; e c) aspecto patrimonial. 
 
Quando os gestores tomam decisões, visando alcançar os objetivos da entidade, e essas 
decisões modificam o seu patrimônio, diz-se que tais decisões são fatos contábeis. Os fatos contábeis 
modificam o patrimônio das entidades no seu aspecto quantitativo, qualitativo ou nos dois. 
 
Os fatos contábeis, além de modificarem os bens, direitos e obrigações das entidades, 
modificam, também, as receitas e despesas. 
 
RECEITAS: Representam os ganhos que a entidade aufere e tendem a aumentar seu 
Patrimônio Líquido. 
 
DESPESAS: Representam os gastos que a entidade tem e tendem a diminuir seu Patrimônio 
Líquido. 
 
LUCRO: Ocorre quando as receitas são maiores que as despesas num determinado 
período. 
PREJUÍZO: Ocorre quando as receitas são menores que as despesas num determinado 
período. 
 
Exercício social é a parcela da gestão compreendida em cada um dos períodos administrativos. 
Está disciplinado no artigo 175, Parágrafo Único, da Lei 6.404/76 e na legislação fiscal orientada pela 
Secretaria da Receita Federal. 
 
A denominação corrente do conjunto de Bens e Direitos de uma entidade é ATIVO e do 
conjunto de Obrigações é PASSIVO. 
 
ATIVIDADES EXECUTADAS PELO PROFISSIONAL DA CONTABILIDADE 
 
Independentemente da organização em que trabalhará, o profissional da contabilidade 
executará, essencialmente, duas atividades: a) escrituração contábil e b) elaboração e interpretação de 
relatórios contábeis. 
 
 12 
a) ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL 
 
A escrituração é uma técnica contábil que consiste no registro de todos os fatos contábeis que 
modificaram o patrimônio da entidade, tanto no aspecto quantitativo, quanto no aspecto qualitativo. 
 
A escrituração contábil deve ser mantida em registros permanentes (Livro Diário e Livro 
Razão), em idioma e moeda corrente nacionais, em forma mercantil, devendo ser observados métodos e 
critérios contábeis uniformes no tempo, com obediência às disposições legais pertinentes e aos princípios 
de contabilidade geralmente aceitos. 
 
A escrituração contábil e a emissão de relatórios, peças, análises e mapas gerenciais e 
demonstrações contábeis são de atribuição e responsabilidade exclusiva de Contadores e Técnicos em 
Contabilidade legalmente habilitados, ou seja, inscritos no CRC e em situação regular. 
 
A empresa, independentemente de seu porte ou natureza jurídica, tem de manter escrituração 
contábil completa, no Livro Diário, para controlar o seu patrimônio e gerenciar adequadamente os seus 
negócios. Não se trata exclusivamente de uma necessidade gerencial, o que já seria uma importante 
justificativa. A escrituração contábil consta como exigência expressa em diversas legislações.O Código Civil, que entrou em vigor a partir de janeiro de 2003, menciona a obrigatoriedade de 
seguir um sistema de contabilidade. 
 
Para as entidades manterem a escrituração contábil exigida pela legislação, é necessário o 
entendimento do conceito de conta contábil. Conta contábil é a denominação que se dá para cada um dos 
elementos que formam o Patrimônio das entidades. 
 
O conjunto de contas contábeis necessárias para o acompanhamento da evolução dos 
componentes patrimoniais e para a apuração do resultado de uma entidade é chamado de Plano de 
Contas. O plano de contas é formado pelas seguintes partes: a) elenco de contas; b) função das contas e 
c) funcionamento das contas. 
 
O elenco de contas é a relação ordenada com todas as contas contábeis utilizadas e 
necessárias para a realização da escrituração dos fatos contábeis da entidade. A função das contas é a 
descrição da finalidade desempenhada na escrituração contábil. O funcionamento das contas estabelece a 
relação de cada conta com as demais e evidencia como ela se comportará diante da escrituração contábil. 
 13 
b) ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS CONTÁBEIS 
 
As demonstrações contábeis são conseqüentes da escrituração contábil, devendo nela estar 
respaldadas. Pode-se classificar os relatórios contábeis em obrigatórios e gerenciais. 
 
A Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404-76, de 15-12-76), alterada pela Lei 11.638 de 28 
de dezembro de 2007, aplicável extensivamente às demais sociedades, estabelece que, obrigatoriamente 
ao final de cada exercício, a Diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia: 
 
1 – Balanço Patrimonial; 
2 – Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados; 
3 – Demonstração do Resultado do Exercício; 
4 – Demonstração dos Fluxos de Caixa; e 
5 – Notas Explicativas. 
 
No caso de companhias de capital aberto, a Lei 11.638/07 determina a elaboração da 
Demonstração do Valor Adicionado. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) diz que, além dessas 
demonstrações, as empresas de capital aberto devem elaborar a Demonstração das Mutações do 
Patrimônio Líquido. 
 
a) Balanço Patrimonial 
 
A Lei 6.404/76, art. 178, § 1º e § 2º, determina que o Balanço Patrimonial – que é um dos 
principais relatórios contábeis – tenha a seguinte estrutura: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 14 
ATIVO PASSIVO 
 
ATIVO CIRCULANTE 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 
 ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
 INVESTIMENTOS 
 IMOBILIZADO 
 ( - ) DEPRECIAÇÕES ACUMULADAS 
 INTANGÍVEL 
 
 
PASSIVO CIRCULANTE 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 CAPITAL SOCIAL 
 RESERVAS DE CAPITAL 
 AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL 
 RESERVAS DE LUCROS 
 ( - ) AÇÕES EM TESOURARIA 
 ( - ) PREJUÍZOS ACUMULADOS 
 
 
O balanço patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, quantitativa e 
qualitativamente, numa determinada data, o patrimônio e a composição do patrimônio líquido da entidade. 
Conforme determina o artigo 178 da Lei nº 6.404-76, “No balanço, as contas serão classificadas segundo 
os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da 
situação financeira da companhia”. 
 
Essa demonstração deve ser estruturada de acordo com os preceitos da Lei nº 6.404-76 e 
segundo os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade. 
 
A Lei das SA’s estabelece, em seu artigo 178, §1º, que, no ativo, as contas serão dispostas em 
ordem decrescente de liquidez, e, dentro desse conceito, as contas de disponibilidades são as primeiras a 
serem apresentadas no balanço, dentro do ativo circulante. Seguem-se os direitos realizáveis no curso do 
exercício social subseqüente e aplicações de recursos em despesa do exercício seguinte. 
 
A seguir, a descrição de cada grupo: 
 
ATIVO CIRCULANTE - São os recursos financeiros que se encontram à disposição imediata da 
entidade, compreendendo os meios de pagamento em moeda e em outras espécies, os 
depósitos bancários à vista e os títulos de liquidez imediata. 
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO - Serão classificadas contas da mesma natureza das 
do ativo circulante, porém realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os 
 15 
derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, 
diretores, acionistas ou participantes no lucro, que não constituíram negócios usuais na 
exploração do objeto da companhia. 
 
INVESTIMENTOS – São as participações permanentes em outras sociedades e os bens e 
direitos que não se destinem à manutenção das atividades da companhia ou empresa. 
 
IMOBILIZADO – São os bens e direitos, tangíveis e intangíveis, utilizados na consecução das 
atividades-fim da entidade. Bens tangíveis são aqueles que têm corpo físico, tais como terrenos, 
máquinas, veículos, benfeitorias em propriedades arrendadas, direitos sobre recursos naturais, 
etc. Bens intangíveis são aqueles cujo valor reside não em qualquer propriedade física, mas nos 
direitos de propriedade legalmente conferidos aos seus possuidores, tais como: patentes, 
direitos autorais, marcas, etc. 
INTANGÍVEL – São os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à 
manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio 
adquirido. 
 
PASSIVO CIRCULANTE - São as obrigações conhecidas e os encargos estimados da 
empresa cuja liquidação se espera que ocorra dentro do exercício social seguinte, ou de acordo 
com o ciclo operacional da empresa, se este for superior a esse prazo. 
 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE - São as obrigações conhecidas e os encargos estimados da 
empresa cuja liquidação deverá ocorrer em prazo superior a seu ciclo operacional, ou após o 
exercício social seguinte. 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO - O patrimônio líquido representa os recursos próprios da entidade, e 
seu valor é a diferença entre o valor do Ativo e o valor do Passivo (Ativo - Passivo). Desta 
forma, o valor do patrimônio líquido pode ser positivo, negativo ou nulo. O patrimônio líquido é 
dividido em: 
CAPITAL – São os investimentos efetuados na empresa pelos proprietários e os decorrentes de 
incorporação de reservas e lucros. 
RESERVAS DE CAPITAL – Contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal 
e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância 
destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de 
 16 
debêntures ou partes beneficiárias e o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de 
subscrição. Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção monetária do 
capital realizado, enquanto não-capitalizado. 
AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL - Serão classificadas como ajustes de avaliação 
patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de 
competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do 
ativo (§ 5o do art. 177, inciso I do caput do art. 183 e § 3o do art. 226 desta Lei) e do passivo, em 
decorrência da sua avaliação a preço de mercado. 
RESERVAS DE LUCROS - Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas 
pela apropriação de lucros da companhia. 
AÇÕES EM TESOURARIA - As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como 
dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua 
aquisição. 
PREJUÍZOS ACUMULADOS – Representam o saldo remanescente dos prejuízos líquidos, 
estes apresentados como parcela redutora do Patrimônio Líquido. 
 
No caso de o PatrimônioLíquido ser negativo, será demonstrado após o Ativo, e seu valor final 
denominado de Passivo a Descoberto. 
 
b) Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados 
 
A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará o saldo do início do período, os 
ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial, as reversões de reservas e o lucro 
líquido do exercício, as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao 
capital e o saldo ao fim do período. 
 
Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da 
mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que 
não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes. 
 
A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do dividendo por 
ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se 
elaborada e publicada pela companhia. A DLPA apresentará a seguinte estrutura: 
 
 17 
 
 
c) Demonstração do Resultado do Exercício 
 
A demonstração do resultado é a demonstração contábil destinada a evidenciar a composição 
do resultado formado num determinado período de operações da entidade. A demonstração do resultado, 
observado o princípio da competência, evidenciará a formação dos vários níveis de resultados, mediante 
confronto entre as receitas e os correspondentes custos e despesas. A seguir, a descrição de cada 
elemento: 
 
RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS - A Lei nº 6.404-76, em seu art. 187, determina 
que a demonstração do resultado do exercício deverá discriminar a receita bruta de vendas e 
serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos, bem como a receita líquida 
das vendas e serviços. As vendas deverão ser contabilizadas pelo valor bruto, incluindo o valor 
dos impostos. Estes impostos, bem como as devoluções e os abatimentos, deverão ser 
contabilizados em contas individualizadas, que serão tratadas como contas redutoras das 
vendas. 
 
DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA - São representadas pelas contas de vendas canceladas, 
abatimentos e impostos incidentes sobre vendas. 
a) Vendas Canceladas é conta devedora que deve incluir todas as devoluções de vendas. 
Correspondem à anulação de valores registrados como receitas brutas de vendas e serviços. 
 18 
b) Abatimentos e descontos sobre vendas e serviços são aqueles concedidos 
incondicionalmente. 
c) Impostos incidentes sobre vendas devem ser deduzidos da receita bruta de vendas. A receita 
bruta deve ser registrada pelos valores totais, incluindo os impostos sobre ela incidentes, com 
exceção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). 
 
CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS - A apuração do custo dos produtos vendidos está 
diretamente relacionada aos estoques da empresa, pois representa a baixa efetuada nas contas 
dos estoques por vendas realizadas no período. 
 
DESPESAS/RECEITAS OPERACIONAIS – São as despesas pagas ou incorridas para vender 
produtos e administrar a empresa; e dentro do conceito da Lei nº 6.404-76, abrangem também 
as despesas líquidas para financiar suas operações; os resultados líquidos das atividades 
acessórias da empresa são também considerados operacionais. O art. 187 da Lei nº 6.404-76 
estabelece que, para se chegar ao lucro operacional, serão deduzidas as despesas com as 
vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, 
e outras despesas operacionais. 
 
PARTICIPAÇÕES EM RESULTADO - O artigo 189 da Lei nº 6.404-76 estabelece que do 
resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos 
acumulados e a provisão para o Imposto de Renda. O artigo 190 da Lei nº 6.404-76 dispõe que 
as participações estatutárias de empregados, administradores e partes beneficiárias serão 
determinadas, sucessivamente e nessa ordem, com base nos lucros que remanescerem depois 
de deduzida a participação anteriormente calculada. 
 
Dessa forma, O Demonstrativo do Resultado do Exercício apresentará a seguinte estrutura: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19 
1. Receitas de Venda de Mercadorias 
2. ( - )Deduções da Receita Bruta 
 Vendas Canceladas 
 Abatimentos e Descontos 
 Impostos sobre Vendas 
3. ( = ) Receita Líquida 
4. ( - ) Custo das Mercadorias Vendidas 
5. ( = ) Lucro Bruto 
6. ( - ) Despesas Operacionais 
 Despesas com Vendas 
 Despesas Administrativas 
 Despesas Financeiras deduzidas das Receitas Financeiras 
 Resultado Participações Sociais 
7. ( = ) Resultado Operacional 
9. ( + / - ) Resultado Não-Operacional 
10 ( = ) Resultado antes das Provisões Tributárias 
11. ( - ) Participações e Contribuições 
12 ( = ) Lucro/Prejuízo Líquido do Exercício 
 
d) Demonstração dos Fluxos de Caixa 
 
Denomina-se fluxo de caixa de uma organização ao conjunto de ingressos e desembolsos de 
numerário ao longo de um período determinado. O fluxo de caixa consiste na representação dinâmica da 
situação financeira de uma empresa, considerando todas as fontes de recursos e todas as aplicações em 
itens do ativo. Sinteticamente, o fluxo de caixa é o instrumento de programação financeira, que 
corresponde às estimativas de entradas e saídas de caixa em certo período de tempo. Esse instrumento 
possibilita: planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros da empresa. 
 
O objetivo do fluxo de caixa é dar uma visão das atividades desenvolvidas, bem como as 
operações financeiras que são realizadas diariamente, no grupo do ativo circulante, dentro das 
disponibilidades, e que representam o grau de liquidez da empresa. A otimização dos fluxos de caixa 
reduz, automaticamente, a necessidade de capital de giro, sendo, portanto, interesse da empresa buscar 
essa otimização. 
 
 20 
As operações para produzir e comercializar os produtos/serviços exigem recursos. Esses 
recursos exigem contrapartidas financeiras, ou seja, pagamentos em dinheiro. A diferença entre os valores 
recebidos pelas vendas dos produtos/serviços e os valores pagos pelos recursos utilizados forma a 
geração operacional de caixa de uma empresa. O fluxo financeiro ou fluxo de caixa de uma empresa é a 
movimentação da geração operacional de caixa, acrescido das movimentações financeiras de 
investimento e financiamento. 
 
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é um relatório que complementa as análises 
obtidas a partir do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). A DFC pode 
ser apresentado de duas formas: a) Método Direto e b) Método Indireto. 
 
O método direto é a forma de apresentação da DFC que resgata exatamente os valores 
movimentados no controle do caixa. No método indireto, parte-se do lucro líquido o exercício (apresentado 
na DRE) e a ele são feitas adições e exclusões. No capítulo II serão apresentados modelos de ambos os 
métodos. 
 
e) Notas Explicativas 
 
Complementam as demonstrações financeiras e devem apresentar informações sobre a base 
de preparação das demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e 
aplicadas para negócios e eventos significativos. Devem, ainda, divulgar as informações exigidas pelas 
práticas contábeis adotadas no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das 
demonstrações financeiras e fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações 
financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada. 
 
De acordo com a Lei 6.404/76, as notas explicativas devem: 
 
I - apresentarinformações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das 
práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos; 
II - divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não 
estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras; 
III - fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações financeiras e 
consideradas necessárias para uma apresentação adequada; e 
IV - indicar: 
 21 
 a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, 
dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou 
riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo; 
 b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes 
 c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações 
 d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros 
e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; 
 e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo; 
 f) o número, espécies e classes das ações do capital social; 
 g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; 
 h) os ajustes de exercícios anteriores; e 
 i) os eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam 
vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia. 
 
f) Demonstração do Valor Adicionado 
 
Demonstra o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos 
que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo 
e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída. 
 
A seguir um modelo de DVA: 
 
 
 22 
g) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 
 
A demonstração das mutações do patrimônio líquido é aquela destinada a evidenciar as 
mudanças, em natureza e valor, havidas no patrimônio líquido da entidade, num determinado período de 
tempo. A referida demonstração está prevista no art. 186, § 2º, da Lei nº 6.404-76. A Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM), mediante a Instrução CVM nº 059-86, tornou esta demonstração e sua publicação de 
caráter obrigatório, para as companhias abertas, em substituição à demonstração dos lucros ou prejuízos 
acumulados. A DMPL apresentará a seguinte estrutura: 
 
 
 
Além dos relatórios contábeis obrigatórios, citados anteriormente, existe o Balancete de 
Verificação, como relatório gerencial. A elaboração do Balancete de Verificação está disciplinada na 
Norma Brasileira de Contabilidade Técnica (NBC T) 2.7. Segundo o Conselho Federal de Contabilidade, o 
Balancete de Verificação deverá ser elaborado, no mínimo, mensalmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23 
RAMOS DA CONTABILIDADE 
 
A contabilidade como ciência possui ramificações, cada uma delas estudando um enfoque 
específico sobre o patrimônio das entidades. Pode-se destacar os seguintes ramos da contabilidade, 
dentre vários: 
 
Contabilidade Pública 
Estuda o patrimônio de organizações públicas, ou seja, aquelas que não tem por fim o objetivo 
econômico. 
 
Contabilidade de Custos 
Estuda as operações que geram produtos ou serviços. Mensura, quantitativa e monetariamente 
o valor dos produtos e serviços produzidos a partir de insumos. 
 
Contabilidade Gerencial 
Estuda as informações úteis e necessárias para a tomada de decisão nas organizações. 
 24 
II. ASPECTOS CONCEITUAIS SOBRE CONTROLADORIA 
 
No atual contexto de competição entre as organizações, o cliente destaca o binômio preço-
qualidade na decisão de compra. Assim, a qualidade esperada pelo cliente deve ser oferecida ao menor 
preço para que haja condição de qualquer empresa fornecer aos mercados mundiais atuais. De outra 
maneira, a empresa que quiser competir deve fornecer os produtos e serviços com qualidade esperada 
pelos mercados consumidores a um preço competitivo. 
 
Muitos podem considerar a controladoria como o setor responsável, antes de tudo, por exercer 
o controle. Essa visão é equivocada, pois a controladoria é responsável pelo projeto e funcionamento do 
sistema por meio do qual se coleta e relata a informação de controle, porém o uso desta informação no 
controle real é responsabilidade da administração da organização. 
 
Além de sua responsabilidade por coletar dados, a controladoria também pode ser responsável 
pela análise de dados, por salientar seu significado à administração, e por fazer recomendações quanto ao 
que se deve fazer. Pode, ainda, fiscalizar o ajustamento às limitações de gastos impostas pela 
administração da organização. 
 
Neste sentido, a controladoria assume características como órgão administrativo e como ramo 
do conhecimento, ganhando destaque por entender a dinâmica dos fatos, planejar alternativas de ação e 
sinergizar resultados. É, finalmente, a controladoria o órgão dentro da empresa responsável pelo processo 
de gestão. 
 
CONTROLADORIA COMO ÁREA DE CONHECIMENTO 
 
A controladoria como ciência consiste num conjunto de princípios, métodos e procedimentos 
originários das ciências da administração, economia, psicologia, estatística e, principalmente, da 
contabilidade que se ocupa da gestão econômica das empresas, com a finalidade de orientá-las para a 
eficácia. 
 
Explicar as bases de sustentação da controladoria como ciência, alicerça-se em princípios, 
conceitos e metodologia de modelo de gestão e de gestão econômica. O modelo de gestão econômica 
estrutura-se com base em um entendimento da missão da empresa, do conjunto de crenças e valores da 
organização, da estrutura organizacional, da realidade operacional e das características dos gestores 
 25 
empresariais. A gestão econômica objetiva a otimização dos resultados por meio da melhoria da 
produtividade e de eficiência operacionais. 
 
A partir desses conceitos, se verifica que as empresas necessitam de uma área responsável 
pela coordenação de gestão econômica. Esta coordenação embute o estabelecimento de políticas, 
princípios e conceitos de gestão econômica além da necessária integração entre os objetivos das áreas e 
a otimização do resultado econômico global. Desta maneira, a controladoria propõe-se a ser uma área 
voltada à gestão operacional da gestão econômica. 
 
CONTROLADORIA COMO UNIDADE ADMINISTRATIVA 
 
Na condição de órgão administrativo, a controladoria, assim como todas as áreas de 
responsabilidade de uma empresa deve esforçar-se para garantir o cumprimento da missão e continuidade 
da empresa, dessa forma, tem como finalidade assegurar informações adequadas ao processo de decisão 
e direcionar esforços para que os gestores conduzam à otimização do resultado global da organização. 
 
A controladoria é uma área de responsabilidade bem definida, respondendo por atividades de 
condução do processo orçamentário, avaliação de desempenhos econômicos; apoio na concepção de 
modelos de decisão, manutenção de sistemas de informações gerenciais; subsídios à tomada de decisões 
de âmbito coorporativo; apuração e análise de custos e rentabilidade de eventos, produtos, atividades, 
área e empresa; desenvolvimento de estudos e simulações econômicas; padronização, racionalização de 
informações gerenciais. 
 
A controladoria é, por excelência, uma área coordenadora das informações sobre gestão 
econômica; no entanto, são os gestores os responsáveis pela gestão operacional, financeira, econômica e 
patrimonial de suas respectivasáreas. As atividades exercidas pela controladoria: coordenação de 
planejamentos, controle de resultados e gerenciamento de informação são fundamentais para uma gestão 
eficaz. O monitoramento de todas as atividades e resultados da empresa como um todo deve ser de 
responsabilidade da “função” controladoria. 
 
A função do Controller é uma função de assessoria. Apesar do Controller ser usualmente 
responsável pelo desenho e operação do sistema onde a informação para controle é colhida e reportada, 
o uso desta informação no controle atual é de responsabilidade do gerente de linha. 
 
 
 26 
CONTROLADORIA NO SETOR PÚBLICO 
 
O Decreto nº 5.683, de 24/01/2006 aprovou a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo 
dos Cargos em Comissão e das Funções Gratificadas da Controladoria-Geral da União. No seu art. 1º fica 
estabelecido que a Controladoria-Geral da União será o órgão central do Sistema de Controle Interno do 
Poder Executivo Federal e integrante da estrutura da Presidência da República, dirigida pelo Ministro de 
Estado do Controle e da Transparência. Terá como competência assistir direta e imediatamente o 
Presidente da República no desempenho de suas atribuições, quanto aos assuntos e providências que, no 
âmbito do Poder Executivo, sejam atinentes à defesa do patrimônio público, ao controle interno, à auditoria 
pública, à correição, à prevenção e ao combate à corrupção, às atividades de ouvidoria e ao incremento 
da transparência da gestão no âmbito da administração pública federal. Compete ainda à Controladoria-
Geral da União exercer a supervisão técnica dos órgãos que compõem o Sistema de Controle Interno, o 
Sistema de Correição e das unidades de ouvidoria do Poder Executivo Federal, prestando, como órgão 
central, a orientação normativa que julgar necessária. 
 
FUNÇÕES EXECUTADAS PELA CONTROLADORIA 
 
A controladoria possui funções que estão ligadas a um conjunto de objetivos: 
 
a) subsidiar o processo de gestão, ajudando na adequação do processo de gestão à realidade 
da empresa dentro do seu meio ambiente; 
 
b) apoiar a avaliação de desempenho, elaborando a análise de desempenho econômico das 
áreas, dos gestores e da própria área; 
 
c) apoiar a avaliação de resultado, elaborando a análise de resultado econômico dos produtos e 
serviços, monitorando e orientando o processo de estabelecimento de padrões e, avaliando o resultado de 
seus serviços; 
 
d) gerir os sistemas de informações; e 
 
e) atender aos agentes do mercado, a empresa como um sistema aberto interage com o meio 
ambiente trocando os mais diferentes tipos de recursos/produtos. 
 
 27 
Para executar tais funções a controladoria utiliza diversas ferramentas gerenciais em diferentes 
atividades empresariais e processos decisórios. 
 
ANÁLISE DE BALANÇOS 
 
As demonstrações contábeis comunicam fatos importantes sobre as organizações. Os usuários 
das demonstrações contábeis, especialmente aqueles que têm a responsabilidade pela tomada de 
decisões nas organizações, utilizam as informações apresentadas nas demonstrações contábeis. Dessa 
forma, para que as demonstrações contábeis possam cumprir seu papel de auxílio à tomada de decisões, 
é essencial que sejam úteis e confiáveis. 
 
As informações contábeis permitem que os usuários as utilizem sob dois aspectos. Quando as 
informações permitem visualizar se a organização está agindo de acordo com as políticas e planos 
traçados, estão sendo utilizadas para controlar. Outro aspecto das informações contábeis refere-se ao 
seu uso para que os gestores das organizações diminuam as variáveis envolvidas no processo decisório. 
Nesse aspecto, os usuários das informações contábeis “pensam antes” o que “executarão depois”. 
Quando as informações contábeis são dessa forma utilizadas, tornam-se instrumentos de planejamento. 
 
Várias são as características que tornam as informações apresentadas nas demonstrações 
contábeis úteis para a tomada de decisões. A informação contábil deve gerar mais benefício ao, ser 
utilizada, do que o custo para obtê-la; deve ser de fácil compreensão, possuir relevância, confiabilidade e 
consistência. Além dessas características, a informação contábil deve ser tempestiva, ou seja, deve ser 
apresentada no tempo correto. 
 
A análise das demonstrações contábeis visa determinar a evolução (ou involução) da situação 
econômica, financeira e patrimonial das organizações. Podem ser utilizados os relatórios contábeis 
previstos em lei, bem como qualquer outro demonstrativo contábil/gerencial; balancetes por exemplo. 
 
A análise financeira e de balanços não se resume, como muitos acreditam, no cálculo de 
centenas de índices. Ela trata da interpretação e da relevância desses índices, sendo um instrumento de 
avaliação e desempenho. 
 
 
 28 
PROCEDIMENTOS PRELIMINARES À ANÁLISE 
 
Todas as demonstrações financeiras são documentos essencialmente históricos, que informam 
o que ocorreu em períodos passados. A análise das demonstrações financeiras envolve a seleção 
cuidadosa dos dados nelas apresentados, visando a utilização desses dados para fins tomada de decisão. 
 
Para que a tomada de decisão ocorra de maneira adequada, se faz necessário o cumprimento 
de procedimentos preliminares ao processo de análise. Como primeiro procedimento pode-se destacar a 
definição dos objetivos da análise. 
 
Verifica-se que usuários diferentes têm objetivos diferentes com relação as informações geradas 
pela análise das demonstrações financeiras. Dessa forma, percebe-se que os acionistas se voltam para 
lucratividade e dividendos futuros; os credores se preocupam com a capacidade de pagamentos; os 
gestores analisam as alternativas de investimento e opções de financiamento disponíveis. È preciso que, 
antes de se iniciar os procedimentos de análise, sejam bem delimitados os objetivos da análise e a quais 
stakeholders2 serão direcionados os resultados desta análise. 
 
Após a definição dos objetivos da análise é necessária a obtenção das demonstrações 
financeiras a serem analisadas. Tal procedimento pode parecer simples, mas muitas vezes a escrituração 
contábil das organizações não está atualizada. Outro fator que poderá dificultar a obtenção das 
demonstrações financeiras a ser analisadas materializa-se quando o profissional responsável pela 
contabilidade da empresa manteve apenas registros fiscais das operações. Nessa situação, extremamente 
irregular, a empresa apresenta regularidade para fins fiscais e tributários, porém a escrituração contábil e 
elaboração de demonstrações financeiras são obrigatórias para todas as empresas nacionais a partir do 
Novo Código Civil de 2002. 
 
Finalmente, para que a análise das demonstrações financeiras gere informações úteis para 
tomada de decisão pode ser necessário a adoção de procedimentos de reclassificação. Reclassificação 
significa um reagrupamento de algumas contas das demonstrações financeiras. A reclassificação efetua 
ajustes necessários para melhorar a eficiência da análise. 
 
Como procedimentos de reclassificação podem ser citados: 
 
a) padronização de forma de apresentação e nomenclaturas das demonstrações financeiras; 
 
2
 Grupos de interesse que orbitam em torno da empresa. 
 29 
b) a conta “duplicatas descontadas” que é representada como redutora do Ativo Circulante 
deve ser reclassificada para o Passivo Circulante, devido as peculiaridades da operação 
que a originou; 
c) a conta “despesas do exercício seguinte” que é representada no Ativo Circulante é a única 
desse grupo que não se converterá em dinheiro, devendo ser reclassificada deduzindo o 
Patrimônio Líquido; e 
d) asdemonstrações financeiras analisadas foram elaboradas com o conceito contábil de curto 
prazo (circulante) e longo prazo (não circulante). Alguns objetivos da análise poderão exigir 
que operações com valores a receber ou a pagar sejam reclassificadas pelo conceito 
financeiro de curto prazo e longo prazo3. 
 
TÉCNICAS DE ANÁLISE 
 
A análise das demonstrações contábeis, no Brasil, é feita essencialmente a partir das análises 
horizontal e vertical e dos índices. 
 
ANÁLISE VERTICAL 
Tem por objetivo determinar a relevância de cada conta em relação a um valor total. Ela é 
calculada determinando-se o que cada item da demonstração contábil representa como porcentagem de 
uma determinada base. 
 
A análise vertical é a técnica mais simples e também a mais completa para a análise de 
Balanço. Ela mede proporções entre valores, ajudando-nos a determinar quais as contas de maior 
importância e relevância para a análise. 
 
Na análise do Ativo, ela mede como a empresa distribuiu ou usou seus recursos dentro do Ativo. 
É importante começar esta análise pelos principais grupos (Circulante, Permanente e Realizável L. Prazo) 
e só depois ver cada conta isoladamente (Duplicatas a Receber, Estoques, Imobilizado, etc.). O Total do 
Ativo é a base de cálculo para todas as contas do Ativo. 
 
Na análise do Passivo mais Patrimônio Líquido, ela mede como a empresa obteve os recursos 
que estão ajudando a financiar seus Ativos. É importante começar a análise pelo Patrimônio Líquido (a 
 
3
 CURTO PRAZO – Conceito contábil: valores a receber ou a pagar até o final do exercício social seguinte ou até o final do ciclo 
operacional (o que for maior). Conceito financeiro: valores a receber ou a pagar em até 360 dias. 
 
 30 
principal fonte de recursos) e depois os dois grupos de dívidas (Circulante e Exigível L. Prazo) e só então 
cada conta isoladamente. O Total do Passivo mais Patrimônio Líquido é a base de cálculo para todas as 
contas que representam origens de recursos (que sempre tem o mesmo total que o Ativo). 
 
Na análise da Demonstração de Resultados, ela mede quanto cada custo ou despesa consumiu 
das receitas e, no fim, se houve lucros ou prejuízos. A Receita Líquida de Vendas ou Vendas Líquidas é a 
base de cálculo para todas as contas da Demonstração de Resultados. 
 
ANÁLISE HORIZONTAL 
Tem por objetivo demonstrar as variações (aumentativas ou diminutivas) ocorridas em itens que 
constituem as demonstrações contábeis em períodos consecutivos. A análise horizontal compara 
percentuais ao longo de períodos, ao passo que a análise vertical compara-os dentro de um período. É 
importante destacar a necessidade de que os valores comparados estejam expressos em moeda de poder 
aquisitivo constante. 
 
CÁLCULO E INTERPRETAÇÃO DE ÍNDICES 
A análise das demonstrações contábeis dedica-se ao cálculo e interpretação de índices, de 
modo a avaliar o desempenho passado e presente das organizações, permitindo que sejam feitas 
projeções. A partir da obtenção dos índices, pode-se compará-los com outros que tenham relevância para 
a organização (concorrentes, estatísticos, financeiros etc.). 
 
Os índices são relações que se estabelecem entre duas grandezas, facilitando o trabalho de 
análise, uma vez que a apreciação de certas relações ou percentuais e mais significativa que a 
observação de montantes isolados. 
 
A análise por índices é uma das ferramentas mais utilizadas no mercado financeiro. Mas uma 
análise feita somente com índices é uma análise pobre e certamente poderá conter inúmeras falhas. Os 
índices financeiros, lidos isoladamente, não são suficientes para um julgamento adequado e uma decisão 
correta. Índices financeiros aliados à análise vertical já mostram de forma melhor a situação financeira da 
empresa. 
 
A seguir são apresentados alguns índices que permitirão a análise das demonstrações 
contábeis nas organizações: 
 
 31 
ÍNDICES DE LIQUIDEZ 
São indicadores financeiros e tentam medir a capacidade de uma organização em cumprir suas 
obrigações de curto prazo. Dizem respeito à probabilidade da organização honrar seus compromissos no 
dia e com os encargos contratuais acordados. Genericamente, podem ser sinalizadores da capacidade de 
pagamento da organização, apesar de não medir diretamente esta capacidade. Esses índices auferem a 
solidez do embasamento financeiro da empresa. São divididos em: 
 
LIQUIDEZ CORRENTE 
LC = AC 
 PC 
 
onde: LC – Liquidez Corrente 
 AC – Ativo Circulante 
 PC – Passivo Circulante 
 
Indica a solidez do embasamento financeiro da empresa frente aos seus compromissos de curto 
prazo. Expressa quantas vezes os ativos circulantes de uma organização “cobrem” os passivos 
circulantes. Uma liquidez corrente maior que 1 significa que o valor dos ativos circulantes é maior do que a 
soma dos passivos circulantes. 
 
Durante algum tempo prevaleceu a idéia de que a LC das organizações deveria ser igual ou 
superior a 1. Contudo essa regra ficou defasada a partir do momento que se percebeu a existência das 
seguintes situações: 
 
a) o conceito de curto prazo apresentado nas demonstrações contábeis é o da Lei 6.404/76, ou 
seja, valores que podem ser convertidos em dinheiro ou obrigações que precisam ser pagas até o dia 
31/12 do próximo exercício social. 
 
b) Os analistas perceberam que a LC de uma organização depende do ramo de atividade no 
qual ela opera. Dessa forma, a melhor forma de se avaliar a LC de uma organização seria compará-lo com 
o Índice Padrão do seu ramo de atividade. 
 
O principal defeito deste índice é que ele mede apenas volume. Como liquidez é a capacidade 
de pagar as dívidas dentro de seus prazos de vencimentos, muitas vezes a empresa não tem volumes 
suficientes, mas gira com muita rapidez seus ativos e suas dívidas têm prazos mais lentos. Neste caso, 
mesmo com índice abaixo de 1, a empresa tem boa capacidade de pagamento. 
 
 32 
Por outro lado, se o giro dos ativos for muito lento, mesmo com índice acima de 1 a empresa 
pode ter dificuldades de pagamento se suas dívidas tiverem prazos bastante curtos. Daí, a importância de 
se aliar este índice com os índices que medem prazos. 
 
LIQUIDEZ SECA 
LS = AC - estoques 
 PC 
 
onde: LS – Liquidez Seca 
 AC – Ativo Circulante 
 PC – Passivo Circulante 
 
Indica a solidez do embasamento financeiro da empresa frente aos seus compromissos de curto 
prazo, sem contar a realização dos estoques. A exclusão dos estoques do ativo circulante fornece uma 
medida ligeiramente mais refinada da liquidez da organização, na qual os estoques são, freqüentemente, 
entre os ativos circulantes da empresa, o item com menor liquidez. As restrições apresentadas à LC 
também se aplicam à LS. 
 
LIQUIDEZ IMEDIATA 
LI = disponibilidades 
 PC 
 
onde: LI – Liquidez Imediata 
 PC – Passivo Circulante 
 
Indica a solidez do embasamento financeiro da empresa frente aos seus compromissos de curto 
prazo, considerando apenas os valores já disponíveis em espécie. As restrições apresentadas à LC 
também se aplicam à LI. 
 
LIQUIDEZ GERAL 
LG = AC + ARLP 
 PC + PELP 
 
onde: LG – Liquidez Geral 
 AC – Ativo Circulante 
 ARLP – Ativo Realizável a Longo Prazo 
 PC – Passivo Circulante 
 PELP – Passivo Exigível a Longo Prazo 
 
 33 
Indica a solidez do embasamento financeiro da empresa a longo prazo, considerando tudo o 
que a empresa converterá em dinheiro e relacionando com tudo o que a empresa já assumiu como dívida. 
As restrições apresentadas à LC também se aplicam à LI. 
 
A partir da Lei 11.638/07, com as alterações na apresentação dasdemonstrações financeiras, o 
grupo Ativo Realizável a Longo Prazo passou a ser integrante do Ativo Não Circulante. Da mesma forma, 
o Passivo é dividido em Circulante e Não Circulante. O Passivo Exigível a Longo Prazo integra o Passivo 
Não Circulante. Entretanto, outros elementos também são representados no Passivo Não Circulante, como 
por exemplo, os Resultados de Exercício Futuros. O analista deve dedicar muita atenção na correte 
identificação dos valores que serão utilizados para o cálculo da Liquidez Geral. 
 
CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO 
 CDGP = PL – (ANC) x 100 
 AC 
 
onde: CDGP – Capital de Giro Próprio 
 PL – Patrimônio Líquido 
 ANC – Ativo Não Circulante 
 AC – Ativo Circulante 
 
Quando positivo, este índice mede quanto do Capital de Giro é financiado por recursos próprios. 
Neste caso, quanto mais alto for o índice, melhor. Quando negativo, ele mostra que a empresa não tem 
sobra de recursos próprios para financiar nenhuma parte do Capital de Giro. Neste caso, todo o Ativo 
Circulante é financiado por capitais de terceiros. O ideal é que os recursos próprios financiem todos os 
ativos de longo prazo (permanente e realizável) e ainda houvesse sobras para financiar parte da 
necessidade de Capital de Giro. 
 
O CDG mostra a falta ou o excesso de Patrimônio Líquido em relação ao Ativo Não Circulante. 
Outro cálculo que demonstra o Capital de Giro Próprio da empresa é apresentado através da seguinte 
fórmula: 
 
CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO 
 CDG = PL – ANC 
 
Ainda relacionado ao Capital de Giro, as organizações necessitam identificar a sua necessidade 
de capital de giro (NCG). A NCG mostra o excesso ou a falta de Ativos Circulantes Operacionais em 
 34 
relação aos Passivos Circulantes Operacionais. Como principais elementos do ACO (ativo circulante 
operacional) são destacados: clientes, estoques, adiantamentos a fornecedores, outros créditos. Como 
principais elementos do PCO (passivo circulante operacional) são destacados: fornecedores, obrigações 
fiscais/sociais a pagar, adiantamentos de clientes, outras contas a pagar. Dessa forma, a NCG é 
identificada através da seguinte equação: 
 
NCG = ACO – PCO 
 
ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO 
São indicadores financeiros e tentam medir o nível e o perfil do endividamento de uma 
organização. Também indicam em que proporção a empresa utiliza, para realizar suas operações, os 
capitais próprios e os capitais de terceiros. Os principais Índices de Endividamento são: 
 
PARTICIPAÇÃO DOS CAPITAIS DE TERCEIROS SOBRE RECURSOS TOTAIS 
PCT/RT = Passivo Total 
 Passivo Total + PL 
 
onde: PCT/RT – Participação dos Capitais de Terceiros sobre Recursos Totais 
 PL – Patrimônio Líquido 
 
Indica a proporção de Capital de Terceiros que a empresa utiliza para financiar suas operações, 
em relação ao Capital Próprio. O índice máximo dessa análise será 1 e ocorrerá quando a organização 
não tiver capital próprio. Nas situações onde o Patrimônio Líquido da empresa for negativo, esse índice 
deverá ser lido como 1, pois um índice negativo ou maior do que não terá significado. 
 
PARTICIPAÇÃO DOS CAPITAIS DE TERCEIROS SOBRE PATRIMÕNIO LÍQUIDO 
PCT/PL = Passivo Total 
 PL 
 
 
onde: PCT/PL – Participação dos Capitais de Terceiros sobre Patrimônio Líquido 
 PL – Patrimônio Líquido 
 
Indica a quantidade de unidades monetárias investidas pelos acionistas, em relação às 
buscadas juntos a terceiros pela organização. Não existe índice máximo nessa análise, mas quanto maior 
for o PCT/PL, maior será a dependência da organização a capitais de terceiros. Nas situações onde o 
Patrimônio Líquido da empresa for negativo esse índice não terá significado, pois há somente capitais de 
terceiros na organização. 
 35 
Este índice trabalha com todo o Passivo. Quanto maior o volume de recursos de terceiros, maior 
é a dependência. Esta dependência vai definir o nível de riscos. Se os recursos de terceiros são naturais 
ou operacionais, o risco é mais leve. Se os recursos de terceiros são onerosos ou não operacionais, os 
riscos são mais elevados. Quando o índice for alto, os recursos próprios são insuficientes para atender as 
necessidades da empresa e ela passa a depender excessivamente de recursos de terceiros. 
 
PARTICIPAÇÃO DAS DÍVIDAS DE CURTO PRAZO SOBRE ENDIVIDAMENTO TOTAL 
PDCT/PT = PC 
 Passivo Total 
 
onde: PDCT/PT – Participação das Dívidas de Curto Prazo sobre Endividamento Total 
 PC – Passivo Circulante 
 
Indica o perfil do endividamento da empresa. O ideal desse índice é ser menor do que 1, 
significando que o endividamento da organização é de longo prazo. 
 
Vários outros indicadores de endividamento podem ser calculados e analisados. Exemplos: 
garantias do capital próprio, grau de imobilização do patrimônio líquido, endividamento sobre ativo total, 
índice de duplicatas descontadas, índice de cobertura de juros etc. 
 
ÍNDICES DE PRAZOS MÉDIOS 
Enquanto os índices de liquidez mostram volumes de recursos, os índices de prazos médios 
mostram os prazos com que a empresa realiza seus ativos e os prazos que ela tem para pagar suas 
dívidas. Os principais Índices de Prazos Médios são: 
 
PRAZO MÉDIO DE ESTOCAGEM 
PME = Estoques Médios X 365 
 CMV ou CPV 
 
onde: PME – Prazo Médio de Estocagem 
 CMV – Custo das Mercadorias Vendidas 
 CPV – Custo dos Produtos Vendidos 
 
No caso de indústrias, mede o tempo que a empresa mantém consigo os estoques desde o 
momento da compra da matéria-prima até o momento da venda do produto acabado, passando por todo o 
processo de fabricação. No resultado de comércio, é o tempo entre a compra da mercadoria e a data da 
 36 
venda. O resultado é número de dias, isto é, quantos dias a empresa demora para produzir e vender todo 
o volume de estoques. 
 
É calculada a média dos estoques do início e do fim do ano para evitar distorções no valor dos 
estoques (causados pela inflação ou por flutuações no montante dos estoques entre o início e o fim do 
ano). Como os estoques, após serem vendidos, são registrados como Custo dos Produtos Vendidos ou 
Custo das Mercadorias Vendidas, compara-se na fórmula a relação entre estoques existentes (Estoques 
Médios) com os estoques já vendidos (CPV ou CMV). 
 
Como o processo de produção é um ciclo, PMC de “x” dias não significa que a empresa irá 
vender seus estoques somente após esse período de dias. Na verdade, seus estoques são vendidos 
todos os dias. O índice mede apenas o tempo médio que os estoques permanecem dentro das instalações 
da empresa. Vários fatores podem contribuir para que uma empresa tenha prazos médios de estocagem 
elevados: 
a) excesso de compra de matérias-primas ou mercadorias; 
b) ineficiência no processo de produção; 
c) dificuldade de venda ou mercado em crise; 
d) produção maior que o volume de vendas; ou 
e) produto que exige longo tempo de produção. 
 
PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO DE VENDAS 
PMRV = Clientes Médios X 365 
 ROL 
 
onde: PMRV – Prazo Médio de Recebimento de Vendas 
 ROL – Receita Operacional Líquida 
 
A empresa não recebe todas as duplicatas no mesmo dia. Ela recebe duplicatas todos os dias ou 
todas as semanas. O índice vai mostrar o tempo médio que ela demora para receber todas as duplicatas, 
incluindo eventuais atrasos. 
 
PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO DE COMPRAS 
PMPC = Fornecedores Médios X 365 
 CMV ou CPV 
 37 
onde: PMPC – Prazo Médio de Pagamento de Compras 
 CMV – Custo das Mercadorias Vendidas 
CPV - Custo dos Produtos Vendidos 
 
A empresa não paga todas as duplicatasno mesmo dia. Ela paga duplicatas todos os dias ou 
todas as semanas. O índice vai mostrar o tempo médio que ela demora para pagar todas as duplicatas, 
incluindo eventuais atrasos. 
 
CICLO FINANCEIRO 
O ciclo financeiro mostra quanto tempo a empresa demora entre a compra da matéria-prima (ou 
mercadoria, no caso de comércio), a venda do produto e o recebimento da duplicata. Esta primeira parte 
mostra, então, quanto tempo a empresa demora para receber em R$ os seus ativos (estoques + 
duplicatas). Deste local, diminui-se o tempo que ela tem para pagar suas principais dívidas operacionais, 
ou seja, quando ela faz o desembolso de R$. A diferença é o ciclo financeiro. O principal defeito do ciclo 
financeiro é que ele mede apenas os prazos e não mede os volumes em R$ que são recebidos ou pagos. 
 
Se positivo mostra que a empresa precisa de recurso para financiar por algum tempo seus ativos 
operacionais. Se negativo mostra que a empresa consegue financiar seus ativos operacionais com os 
recursos (fontes) operacionais de terceiros, resultantes dos prazos normais de sua atividade. 
 
ÍNDICES DE RENTABILIDADE 
As organizações que atuam no sistema capitalista de mercado têm as seguintes características: 
a) foram constituídas por empreendedores que nelas investiram recursos; 
b) a partir do investimento feito pelos acionistas, tais organizações irão produzir produtos ou 
serviços que serão comercializados; 
c) o resultado das operações de comercialização dos produtos ou serviços deve gerar ganhos 
aos acionistas (lucro); 
d) o lucro é a remuneração que a organização dá ao capital investido pelos acionistas; 
e) os acionistas analisaram várias alternativas antes de se decidirem por um investimento; e 
f) essa análise contemplou os seguintes elementos: liquidez, rentabilidade e risco/segurança. 
A partir dessas considerações, fica evidente que os resultados gerados pelas organizações 
devem ser analisados, objetivando que os acionistas avaliem se o retorno do seu investimento é 
satisfatório ou não. Essa análise tem características especiais, visto que trata de um elemento de difícil 
conceituação, mas de fácil percepção: o valor. 
 38 
Valor pode ser comparado à existência humana: não se conceitua a existência ou a presença 
das pessoas, apenas se percebe essa presença. A percepção do valor é individual e a contabilidade 
precisa gerar informações para cada categoria interessada em entender o retorno que a organização dá 
aos seus acionistas pelos investimentos recebidos. Para fins didáticos, os indicadores de rentabilidade 
serão divididos em três categorias: a) tradicionais; b) voltados à geração de caixa; e c) orientados para o 
valor. 
 
INDICADORES TRADICIONAIS 
São indicadores que tentam medir a força de ganhos das organizações. Servem como medidas 
especialmente da efetividade do gerenciamento das organizações. São eles: 
 
RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO – RETURN ON INVESTMENT 
 
ROI = Lucro 
 Investimento 
 
O ROI mostra a taxa de retorno que o acionista tem em relação ao investimento feito por ele na 
organização. 
 
A informação gerada pelo ROI é de extrema importância para tomada de decisões relacionadas 
à permanência, redução ou incremento dos investimentos nas organizações. Entretanto, o ROI apresenta 
duas limitações que devem ser entendidas a fim de não proporcionarem interpretações equivocadas: 
 
a) os conceitos de LUCRO e INVESTIMENTO em contabilidade são diversos. O Demonstrativo 
do Resultado do Exercício apresenta o lucro bruto, lucro operacional, lucro líquido. O investimento inicial 
que o acionista faz na organização contabilmente é chamado de Capital Social, mas quando a 
organização adquire um maquinário, por exemplo, esse maquinário é contabilizado no Ativo Permanente 
Imobilizado e também é considerado um investimento. 
 
b) O lucro sob o aspecto contábil é a diferença entre receitas e despesas. Ele nasce quando a 
organização apresenta um valor de receitas superior ao valor das despesas. Entretanto a contabilidade 
segue, para elaborar as demonstrações contábeis das organizações, os Princípios Fundamentais de 
Contabilidade (PFC). Dois desses princípios afetam diretamente o lucro das organizações. 
 
 39 
O PFC do custo como base de valor determina que as operações devam ser registradas pelo 
seu valor de custo, ou seja, pelo seu valor histórico. O PFC do regime de competência determina que as 
receitas e despesas sejam contabilizadas nos períodos em que elas ocorreram, independentemente de 
terem sido recebidas ou pagas. 
 
RETORNO SOBRE O ATIVO - RETURN ON TOTAL ASSETS 
 
ROA = Lucro 
 Ativo 
 
Esse indicador mostra a eficácia da organização no emprego de seus ativos para geração de 
lucros. As mesmas limitações do ROI são verificadas no ROA. 
 
RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO - RETURN ON EQUITY 
 
ROE = Lucro 
 PL 
 
Esse indicador mostra a remuneração dos investimentos dos acionistas. As mesmas limitações 
do ROI e ROA são verificadas no ROE. 
 
MARGEM 
 
MARGEM = Lucro 
 Receita Líquida 
 
Esse indicador mostra a representatividade do lucro em relação às vendas líquidas das 
organizações. 
 
GIRO DO ATIVO 
 
GIRO = Receita Líquida 
 Ativo 
 
 40 
O Giro do Ativo é um indicador de eficiência. Mostra a efetividade das organizações em gerar 
vendas a partir de seus ativos. 
 
INDICADORES VOLTADOS À GERAÇÃO DE CAIXA 
São indicadores que tentam medir a força de ganhos das organizações, corrigindo as distorções 
geradas pelo uso dos PFC do custo como base de valor e do regime de competência. O principal deles é o 
EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization). EBITDA corresponde ao lucro 
antes de despesas financeiras, dos impostos e da depreciação e amortização. 
 
A eliminação das despesas financeiras permite que sejam consideradas no resultado apenas as 
despesas necessárias à manutenção regular das atividades da empresa. É uma forma de se visualizar, 
por exemplo, qual teria sido o resultado apurado se a companhia não tivesse de incorrer em juros de 
empréstimos. A eliminação da depreciação e amortização, que não afetam o fluxo financeiro, permite que 
se tenha uma idéia mais apropriada do fluxo de caixa gerado pelo resultado. 
 
INDICADORES ORIENTADOS PARA O VALOR 
São indicadores que levam em consideração o custo do capital investido na empresa, revelando 
efetivamente quanta riqueza foi gerada no período determinado. São maneiras de medir a eficiência com 
que a empresa usou o capital dos acionistas e instrumentos motivacionais para os gestores tomar as 
melhores decisões possíveis relacionando diretamente remuneração e desempenho. Dentre esses 
indicadores destaca-se o EVA® (Economic Value Added) e o MVA® (Market Value Added)4. 
 
Para entender o conceito de EVA® e MVA® deve-se primeiro definir um conceito que tem 
recebido considerável atenção pela contabilidade: o Custo da Oportunidade. 
 
Os investidores que possuem recursos disponíveis encontram várias alternativas de 
investimento. Essas alternativas apresentam níveis diferentes de liquidez, rentabilidade e risco/segurança. 
Quando os investidores selecionam uma das alternativas de investimento, abrem mão das demais 
alternativas. Nesse sentido, a comparação entre o investimento feito e as alternativas rejeitadas pode 
oferecer relevantes elementos para avaliar a decisão. Dessa forma, pode encontrar o valor do Custo da 
Oportunidade através da seguinte fórmula: 
 
Custo da Oportunidade = (rendimento alternativo) – (lucro do investimento)

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