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RELAÇÃO ENTRE O TIPO DE ELEMENTO CONSTRUTIVO UTILIZADO NA ALVENARIA E O CONFORTO TÉRMICO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO

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RELAÇÃO ENTRE O TIPO DE ELEMENTO CONSTRUTIVO 
UTILIZADO NA ALVENARIA E O CONFORTO TÉRMICO NO 
AMBIENTE CONSTRUÍDO 
 
Lisiane do Rocio Bueno, Mariana Stadnick de Medeiros, Otávio Augusto 
do Nascimento, Yago dos Santos Martins 
 
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ – UTFPR. 
Departamento Acadêmico de Construção Civil (DACOC), Disciplina 
Ciência dos Materiais, Curitiba – PR- Brasil 
 
 
RESUMO 
A busca pelo conforto térmico tem sido uma preocupação da construção civil. 
Isso se dá principalmente em função da maior consciência ambiental por parte 
da sociedade e da crescente busca pela eficiência energética. Para atender 
essa nova demanda da construção civil, as técnicas empregadas devem ser 
mais elaboradas, pois além da busca pela redução do gasto energético, deve-
se procurar um sistema que proporcione economia de gastos, rapidez e 
facilidade na execução com uma maior qualidade. Devido a esses fatores, 
técnicas como o uso de painéis de concreto pré-moldados, sistema framing e a 
utilização de fachadas ventiladas tem contribuído na melhoria do conforto 
térmico do ambiente. Entretanto, para se atingir um melhor desempenho, deve-
se levar em conta o sistema construtivo como um todo, aliado ao tipo de clima 
na qual a edificação está inserida. 
Palavras-Chave: Conforto térmico; Construção Civil; Desempenho térmico; 
Alvenaria; Eficiência. 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
Todo ser vivo que se move, por instinto, procura se abrigar em locais com 
ambientes favoráveis. Os seres humanos não são diferentes. Aprenderam a 
manipular o fogo em prol do maior conforto térmico e com o passar do tempo, 
aprimoraram suas técnicas. 
Hoje em dia em função da consciência ambiental e da busca pela 
eficiência energética, tornar um ambiente agradável tornou-se um desafio 
maior, já que as técnicas empregadas devem ser mais elaboradas. Tais 
técnicas envolvem principalmente: emprego do material, montagem, custo de 
construção, custo de manutenção e principalmente gasto energético. 
Existem várias maneiras de reduzir o consumo energético em domicílios, 
empresas, comércio, etc. Tanto maneiras tradicionais como apagar a luz 
quando em desuso, quanto com o emprego de materiais sofisticados para que 
seja desnecessário o uso de aparelhos para o aquecimento e resfriamento. 
Vários diagramas determinam a eficiência das construções e exigem que 
o exterior não seja mais confortável do que o interior de um abrigo. O diagrama 
de Fanger, por exemplo, utiliza diversas variáveis como calor humano, umidade 
e temperatura do ar para alcançar a condição climática ideal (RUAS, 1999). 
Para isso são realizadas diversas pesquisas buscando diminuir a necessidade 
do uso de fontes externas. 
O presente trabalho tem por objetivo o estudo, através de pesquisas na 
literatura, da relação de materiais utilizados na construção e o conforto térmico 
proporcionado. 
 
2. CONFORTO TÉRMICO 
Segundo Ruas (1999), o conforto térmico pode ser definido como a 
sensação de bem-estar sentidapor uma pessoa. Essa percepção é influenciada 
pela temperatura do ar, umidade relativa, temperatura radiante além do 
vestuário. O conforto térmico pode ser entendido também como o equilíbrio 
entre o calor produzido pelo corpo e o calor liberado para o ambiente que o 
envolve. Para alcançar esse equilíbrio é preciso que o metabolismo trabalhe 
para que a temperatura esteja estável, compensando a perda de calor para o 
ambiente. Isso significa que quanto maior for o trabalho desse sistema para 
manter a temperatura interna do corpo, maior será a sensação de desconforto 
(RUAS, 199) e consequentemente menor será a produtividade e a qualidade de 
vida do indivíduo. 
De acordo com Melo (2007), para uma edificação ser considerada 
eficiente termicamente, deve apresentar consumo energético mínimo e ainda 
assim apresentar um ambiente confortável para os usuários.A eficiência 
energética de uma edificação também vai depender das trocas térmicas entre 
esta e o ambiente externo. 
Portanto é extremamente importante que o ambiente que envolve as 
pessoas seja adequado termicamente para melhor situação de bem estar, essa 
é uma preocupação notável na construção civil. 
Devido à crescente preocupação com a economia energética e com o 
conforto térmico, foram criadas normas e diretrizes a fim de garantir uma 
melhoria no desempenho térmico das edificações. A norma NBR 15.575 : 2010, 
que entrou em 2013, por exemplo, estabelece que a temperatura interior deve 
ser menor do que a exterior no caso do verão, e o contrário no inverno. 
Além de atender à norma, hoje em dia busca-se a utilização de métodos 
que ofereçam rapidez e praticidade à obra, tal como a implantação de mantas 
de PVC para impermeabilização de coberturas e pisos, que, além da facilidade 
de manutenção, oferece resistência aos raios UV. Há também os materiais que 
oferecem isolamento térmico, como o poliuretano, lã de vidro, lã de rocha, entre 
outros, que podem ser utilizados para manter a temperatura regular no 
ambiente. 
O método construtivo é um fator que pode melhorar o desempenho 
térmico da edificação, uma vez que falhas e a baixa qualidade na execução 
podem diminuir a eficiência da técnica aplicada. Um método construtivo que 
pode ser empregado visando ao melhor conforto térmico é a utilização de 
sistemas pré-moldados, pois esse sistema passa por uma seleção de 
qualidade, estrutura e montagem anterior à execução da obra, além de acelerar 
o término da construção e evitar o desperdício de materiais. 
 
3. TIPOS DE MATERIAIS (PRÉ-MOLDADOS) 
 
3.1. Painéis Estruturais de Concreto 
A principal vantagem na utilização de um sistema construtivo com painéis 
estruturais pré-moldados de concreto é a rapidez na execução. De acordo com 
Menezes (2004), isso pode representar uma redução de custo da ordem de 
50%, se comparada à mão de obra para uma construção idêntica em alvenaria 
de tijolo, o que representa uma alternativa interessante para a construção de 
casas populares. 
Entretanto, pelo fato de o concreto ter um calor específico menor do que o 
do tijolo de barro vazado, ele aquece mais rapidamente atingindo altas 
temperaturas nas primeiras horas da manhã e a noite esfria mais rapidamente, 
causando um desconforto térmico no interior da residência. 
Segundo Menezes (2004), uma opção de solução de baixo custo para 
esse problema é a construção de parede composta (concreto - ar - concreto), 
que a partir de estudo realizado, apresentou um conforto térmico equivalente 
ao de uma casa idêntica de alvenaria de tijolos cerâmicos vazados. 
De acordo com Silva (2009) há um sistema construtivo composto por 
painéis pré-fabricados de concreto armado com plenum interno, ou seja, um 
vazio preenchido de ar entre os painéis, produzido pela Brasitherm Engenharia 
Ltda. Segundo o autor, o Relatório Técnico IPT nº 107 938-205 considera o 
desempenho térmico do sistema como nível mínimo para as zonas 
bioclimáticas 3, 7 e 8, conforme a NBR 15575-1/2013. Para que se tenha um 
conforto térmico ideal, são necessárias condições apropriadas de ventilação 
dos ambientes, sombreamento das janelas e cores adequadas nas fachadas, 
tudo isso sob orientação da empresa. 
 
 
3.2. Fachadas Ventiladas 
 
Fachada ventilada é um sistema composto por painéis ou elementos 
leves, tais como placas de vidro, granito, mármore, porcelanatos, cerâmicas 
(extrudadas, esmaltadas, grés e cotto) ou placas compósitas de metais ou 
laminados melamínicos (ROCHA, 2011), que são suspensos por ancoragens 
de alumínio ou aço inoxidável, de forma a ficarem separados da edificação, 
deixando um espaço onde a circulação de ar ocorre por convecção. Essa 
camada dear reduz os fluxos de calor entre os ambientes interno e externo, 
melhorando o isolamento térmico da edificação (GEROLA e FERREIRA, 2013) 
Segundo Rocha (2011), esse sistema pode ser utilizado para regiões de 
clima frio e quente, pois pode atuar mantendo a carga térmica dentro do 
edifício, diminuindo assim, a necessidade de calefação, ou pode promover uma 
troca térmica com o ar externo, diminuindo a passagem de calor para o 
ambiente interno e reduzindo a necessidade do uso de sistemas de ar 
condicionado. 
O emprego de fachadas ventiladas vem crescendo no Brasil devido ao 
seu desempenho térmico e eficiência na preservação de estruturas, pois atua 
como uma camada protetora, aumentando a vida útil da estrutura, além da 
agilidade na execução e a possibilidade de aplicação em diversos tipos de 
projetos. 
Gerola e Ferreira (2013) citam que um dos fatores limitantes para a 
utilização desse sistema é o custo inicial, muito mais alto que os sistemas 
convencionais de revestimento. Entretanto esse custo pode ser abatido com a 
economia energética ao longo do tempo. 
 
 
3.3. Sistema Framing 
O sistema framing (em português, moldura) substitui a alvenaria 
convencional, uma vez que utiliza molduras (em cinza, indicadas pela flecha na 
figura abaixo) e painéis pré-fabricados (área quadriculada da figura) para dar 
forma a paredes, pisos e telhados. 
 
Figura 1. Ilustração dos componentes do sistema frame. Fonte: O autor. 
Os sistemas framing mais utilizados e famosos são o wood frame (que 
utiliza madeira como matéria prima) e o steel frame (que usa aço). Há, 
também, uma variação que usa placas de PVC, mas esta ainda está na fase de 
testes. 
Tanto no wood quanto no steel frame, o conforto térmico se dá na escolha 
dos materiais utilizados nos painéis e/ou nos materiais utilizados para 
preencher o vão entre eles. A associação desses materiais é a chave para 
garantir que não se perca ou se ganhe calor, dependendo da ocasião. 
O gesso é um dos principais materiais utilizados na fabricação de painéis. 
Popularmente conhecido como drywall, apresenta, como sua variação mais 
conhecida, o gesso acartonado (placa de gesso revestida de papel 
acartonado). 
A lã de vidro é utilizada tanto como painel quanto como material de 
preenchimento. O material, que transfere calor por condução, pode minimizar o 
efeito das fontes externas de calor. Porém, isso depende da interação com 
outros fatores, como a predominância de fontes de calor externas ou internas, 
a ventilação dentre outros (MARIANE, 2011). 
O alumínio possivelmente seja o isolante térmico mais conhecido pela 
sociedade em geral e adapta-se a praticamente todo tipo de telhado ou parede. 
No entanto, apesar de barato e fácil de instalar, tem alguns pontos negativos 
que pesam em sua escolha, como, por exemplo, a fragilidade e a necessidade 
de instalá-lo em um local de fácil acesso, uma vez que resíduos (poeira) podem 
diminuir sua eficiência. 
 
 
4. CONCLUSÃO 
A eficiência energética em edificações é um tema em alta no ramo da 
construção civil. Para atingir um bom desempenho térmico na edificação, deve-
se levar em conta o sistema construtivo como um todo – paredes, cobertura, 
piso, ventilação – juntamente com o tipo de clima na qual a obra está inserida. 
Portanto não é uma solução trivial, mas depende de planejamento, estudos do 
projeto e das tecnologias existentes a fim alcançar um bom desempenho. 
Como foi demonstrado ao longo desse artigo, a preocupação com 
soluções sustentáveis para o conforto térmico vem aumentando cada vez mais, 
e com isso técnicas passaram a ser desenvolvidas para atender essa 
demanda. De acordo com pesquisas, atualmente uma boa forma de unir 
sustentabilidade, conforto térmico, barateamento de custos, diminuição dos 
desperdícios e agilidade na construção, é a utilização de materiais pré-
fabricados, que passam por uma linha de seleção, qualidade e planejamento 
antes de serem implantados nas obras. Essa crescente maneira de pensar está 
conquistando várias construções e é a maior tendência construtiva, pois 
promove redução dos resíduos, possui relação custo/benefício favorável e com 
a adequação correta da temperatura, resulta em economia energética. 
 
5. REFERÊNCIAS 
ANANDA METAIS LTDA. Perfil Steel Frame e telha termoacústica garantem 
conforto em residência. Estudo de Caso: Perfis Steel Frame e Drywall / 
Telhas Metálicas / Cond. Reservas do Engenho – Piracicaba (SP). AECweb. 
Disponível em www.aecweb.com.br. Acesso em agosto de 2013. 
MELO,ANA PAULA. Análise da influência da transmitância térmica no 
consumo de energia de edificações comerciais. Dissertação (Mestrado) – 
Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2007. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575-1: 
Edificações habitacionais — Desempenho Parte 1: Requisitos gerais. 2013 
CUNHA, Eduardo Gralada.Conforto Térmico – Acústica Arquitetônica. Sino-
ItalianEcologicaland Energy EfficientBuilding– SIEEB, Módulo 2012. 
GEROLA, Giovanny. FERREIRA, Kelly. Como especificar fachadas 
ventiladas. Revista AU – Arquitetura e Urbanismo. Ed. 231, jun. 2013. 
MARIANE, Aline. Subcobertura em lã de vidro X subcobertura em alumínio. 
Revista Guia da Construção, Ed. 129, abr. 2011. 
MENEZES, Carlos Antonio Angelim de. Conforto térmico em casa de painéis 
pré-moldados de concreto. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de 
Engenharia Mecânica, Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2004. 
ROCHA, Ana Paula. Fachada ventilada. Revista Téchne. Ed. 176, nov. 2011. 
RUAS, Álvaro César. Conforto Térmico nos ambientes de trabalho. Livro – 
FUNDACENTRO, 1999. 
SILVA, Fernando Benigno. Painéis estruturais de concreto armado. Revista 
Téchne. Ed. 148, jul. 2009.

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