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Resumão - III

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PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS – ART. 43 CP 
 
As penas restritivas de direitos são penas alternativas às privativas de 
liberdade, expressamente previstas em lei, com a finalidade de evitar o 
encarceramento de determinados criminosos, autores de infrações penais 
consideradas mais leves, buscando a ressocialização através de restrições a 
certos direitos do indivíduo. 
Possuem natureza jurídica de sanções penais autônomas e 
substitutivas. A doutrina as considera substitutivas haja vista que derivam da 
permuta que se faz, após a aplicação da pena privativa de liberdade na 
sentença condenatória. 
Em outras palavras: Não há um tipo penal prevendo, em seu preceito 
secundário, uma limitação de fim de semana, por exemplo. Dessa forma, o juiz, 
ao aplicar a pena privativa de liberdade, pode substitui-la, seguindo o mesmo 
prazo. 
ATENÇÃO! Os requisitos das Penas Restritivas de Direitos estão 
elencados no Art. 44, ponto muito cobrado em questões, razão pela qual 
recomendo a leitura do referido artigo de lei. 
Penas como a de prestação de serviços à comunidade ou a entidades 
públicas devem ter a mesma duração das penas privativas de liberdade, haja 
vista que não há outro parâmetro (os tipos penais não dispõem sobre o prazo 
das penas restritivas de direitos). 
Assim, necessita o juiz aplicar a pena privativa, dentro dos critérios de 
individualização, para, depois, substituí-la pela restrição de direitos. 
 
APLICAÇÃO DA PENA 
FIXAÇÃO DA PENA – 
DECORAR Art. 59 CP! 
A fixação da pena consiste, segundo a doutrina, em um “processo 
judicial de discricionariedade juridicamente vinculada. Em palavras mais 
simples, trata-se da fixação da pena aplicável ao caso concreto, em que o juiz 
utiliza de seu convencimento (discricionariedade) mas com fundamentos 
(vínculo jurídico) para dar efetividade prática ao princípio constitucional da 
individualização da pena. 
Adoção do sistema trifásico ou sistema Nelson Hungria 
• Segundo o art. 68, a pena-base será fixada atendendo-se ao critério do 
art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias 
atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. 
Ao fixar a pena o magistrado passará pelas três fases da chamada 
dosimetria da pena: 1) A fixação da pena base (Art. 59), 2) a consideração de 
atenuantes e agravantes (Art. 61) e 3) A aplicação de causas de aumento e 
diminuição de pena. 
1ªFASE: Pena-base 
• O CP não estabelece o quantum de aumento que será feito para cada 
circunstância judicial negativa. 
• O aumento fica a critério do sentenciante, desde que devidamente 
fundamentado. 
• Não basta afirmar “a culpabilidade é acentuada” 
• Cada uma das circunstâncias judiciais deve ser analisada e valorada 
individualmente. Não pode ser feita referência genérica a todas elas. 
• Fração de aumento comumente utilizada: 1/6 
• Fração recomendada para teses defensivas: 1/8 
STJ: “A ponderação das circunstâncias judiciais não constitui mera 
operação aritmética, em que se atribuem pesos absolutos a cada uma delas, 
mas sim exercício de discricionariedade vinculada, devendo o Direito pautar-se 
pelo princípio da proporcionalidade e, também, pelo elementar senso de 
justiça.” 
É importante estudar sobre as circunstancias do art. 59 bem como as 
atenuantes e agravantes e concurso entre ambas previstas nos arts. 61 a 67, 
que vão ser analisadas na segunda fase da dosimetria. 
SEGUNDA FASE DA DOSIMETRIA – Verificar a existência de 
atenuantes e agravantes e concurso entre ambas; Lembrar que o Juiz nesta 
fase ainda se limita pela pena cominada em abstrato (Não poder passar o 
máximo de pena prevista no tipo e nem reduzir abaixo do mínimo). 
PRESTAR ATENÇÃO NA REINCIDÊNCIA! (Art. 63 e 64 do CP). 
TERCEIRA FASE DA DOSIMETRIA – Finalmente o Magistrado não 
ficará limitado à pena cominada em abstrato. Poderá majorar além do máximo 
de prevista no tipo e reduzir abaixo do mínimo. Nesta fase ele deverá verificar 
se no tipo penal pelo qual está condenando o réu há alguma causa de aumento 
ou de diminuição de pena ou até mesmo se há alguma causa de aumento ou 
de diminuição genérica, como por exemplo, a redução de pena de um a dois 
terços derivada da tentativa (art. 14, parágrafo único, do Código Penal). 
DICA: Todas as causas gerais ou especiais de aumento ou diminuição 
da pena são identificadas porque estabelecem uma referência fracionária ou 
numeral a uma pena preexistente, por exemplo, um quarto da pena, metade da 
pena, de um a dois terços, o dobro, o triplo etc. 
Estabelecida a pena definitiva: 
• Será fixado o regime inicial de cumprimento (art. 33, § 2º, do CP) 
•Deve ser verificada a possibilidade de substituição da pena privativa de 
liberdade por restritiva de direitos (art. 44 do CP) 
•Deve ser verificada a possibilidade do sursis (suspensão condicional da 
pena, art. 77 do CP).

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