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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO Prof. Phillipe Martins CONTEÚDO DO SEMESTRE - Conceito de Constituição e de Direito Constitucional. - Classificação de Constituição. - História do Constitucionalismo. - Constitucionalismo antigo e moderno. - História Constitucional Brasileira. - As Normas Constitucionais. - Hermenêutica Constitucional. - Princípios constitucionais. - Princípios fundamentais do Estado Democrático de Direito. - Teoria dos Direitos Fundamentais. - Poder Constituinte. - Nacionalidade. - Direitos políticos e partidos políticos. 1.TEORIA DA CONSTITUIÇÃO • Conceito de Constituição – “É a reunião das normas que organizam os elementos constitutivos do Estado.” (José Afonso da Silva) - Direito Constitucional Geral; - Direito Constitucional Especial (ou positivo); - Direito Constitucional Comparado. 1.1 MOVIMENTO DO CONSTITUCIONALISMO - Constituição dos EUA de 1787 e francesa de 1791. 1.2 OBJETO DO DIREITO CONSTITUCIONAL 1.3 Espécies 2.CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO • CONCEITO SOCIOLÓGICO (Ferdinand Lassale); • CONCEITO POLÍTICO (Carl Schmitt); • CONCEITO JURÍDICO (Hans Kelsen); - Teoria da Força normativa da Constituição (Konrad Hesse); - Teoria da Sociedade aberta aos intérpretes da Constituição (Peter Haberle); - Teoria da Constituição simbólica (Marcelo Neves). Soma dos fatores reais do poder. Decisão Política Fundamental. Norma Jurídica pura – Lógico jurídico e jurídico-positivo. Quanto à forma - Constituição escrita; - Não-escrita. 3.CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 3.CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES Quanto ao conteúdo - Material (ou substancial); - Formal. Quanto à origem - Constituição democrática, promulgada, popular ou votada; - Constituição outorgada. - Pactuada, mista ou dualista. - Constituição cesarista, bonapartista ou plebiscitária. 3.CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES Quanto ao modo de elaboração - Constituição dogmática; - Constituição histórica. 3.CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES Quanto à estabilidade, alterabilidade ou mutabilidade - Constituição imutável; - Constituição fixa; - Constituição rígida; - Constituição flexível; - Semi-rígida ou semi-flexível. 3.CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES • Quanto à extensão - Constituição breve, concisa ou sintética; Ex. Constituição dos EUA de 1787, até hoje vigente. - Constituição longa, prolixa ou analítica. Ex. Constituição brasileira de 1988. 3.CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES • Quanto à finalidade - Constituição-garantia; Ex. Constituição dos EUA. - Constituição-dirigente; Ex. Constituição brasileira de 1988. - Constituição balanço; Ex. Constituições soviéticas de 1924, 1936 e 1977. 3.CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES • Quanto ao objeto - Constituição liberal; (Ex. Constituição americana de 1787) - Constituição social.(Ex. Constituição mexicana de 1917) 3.CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES • Quanto à concordância entre normas e realidade - Constituição normativa; Ex. Constituição dos EUA. - Constituição semântica; Ex. CF brasileiras de 1937 e 1967 (com a emenda de 1969). - Constituição nominal; Ex. CF brasileiras de 1891, 1934 e 1946. 3.CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES • Preâmbulo; • Parte dogmática; • Disposições transitórias. 4. ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO E 1988 Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. PREÂMBULO REVISÃO (EJEF - 2006 - TJ-MG – Juiz) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal vem adotando, quanto ao valor jurídico do preâmbulo constitucional, a teoria da: a) relevância jurídica; b) relevância jurídica direta; c) irrelevância jurídica; d) relevância jurídica indireta. REVISÃO (EJEF - 2006 - TJ-MG – Juiz) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal vem adotando, quanto ao valor jurídico do preâmbulo constitucional, a teoria da: a) relevância jurídica; b) relevância jurídica direta; c) irrelevância jurídica; d) relevância jurídica indireta. REVISÃO (CESPE / CEBRASPE - 2021 - AL-CE - Analista Legislativo - Consultoria Técnica Legislativa) No que concerne a conteúdo, a constituição que estabelece preceitos cuja matéria não é constitucional classifica-se como: a) flexível. b) formal. c) eclética. d) semirrígida. e) analítica. REVISÃO (CESPE / CEBRASPE - 2021 - AL-CE - Analista Legislativo - Consultoria Técnica Legislativa) No que concerne a conteúdo, a constituição que estabelece preceitos cuja matéria não é constitucional classifica-se como: a) flexível. b) formal. c) eclética. d) semirrígida. e) analítica. REVISÃO (INSTITUTO AOCP - 2021 - SANESUL – Advogado)“A Constituição, segundo a conceituação de [...], seria, então, a somatória dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade.” Esse excerto exterioriza a ideia do conceito de Constituição no sentido a) sociológico. b) político. c) jurídico. d) culturalista. e) NDA REVISÃO (INSTITUTO AOCP - 2021 - SANESUL – Advogado)“A Constituição, segundo a conceituação de [...], seria, então, a somatória dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade.” Esse excerto exterioriza a ideia do conceito de Constituição no sentido a) sociológico. b) político. c) jurídico. d) culturalista. e) NDA. NORMAS CONSTITUCIONAIS 5.1 Normas Constitucionais quanto a sua eficácia: • Normas de Eficácia Plena: Ex: Art. 5º, inciso XXXV da CF – “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”; • Normas de Eficácia Contida (redutível ou restringível). Ex: Art. 5º, inciso XIII da CF - “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;” Normas-regras: Normas-princípios: Alta carga valorativa, alto grau de abstração e generalidade, multifuncionalidade e aplicação “na medida do possível”. Baixa carga valorativa, descrição de fatos determinados, unifuncionalidade e atende a regra do “tudo ou nada” 5. NORMAS CONSTITUCIONAIS NORMAS CONSTITUCIONAIS • Normas de Eficácia Limitada. Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; Normas de Princípio Institutivo: Arts. 113, 131, 192. Normas Programáticas: Art. 215. 218. 5. NORMAS CONSTITUCIONAIS RESUMO Normas constitucionais de eficácia plena Possuem eficácia jurídica Aplicabilidade imediata e eficácia social plena. Normas constitucionais de eficácia contida (redutível ou restringível) Possuem eficácia jurídica Aplicabilidade imediata e eficácia social redutível por lei ou conceitos abstratos. Normas constitucionais de eficácia limitada de princípio institutivo. Possuem eficácia jurídica Aplicabilidade mediata e eficácia social limitada, dependendo de regulamentação do legislador. Normas constitucionais de eficácia limitada de princípio programático (normas programáticas) Possuem eficácia jurídica Aplicabilidade mediata e eficácia social limitada, dependendo de regulamentação do legislador. 6.1 Conceito – Poder capaz de estabelecer normas constitucionais. 6. PODER CONSTITUINTE Teoria do Poder Constituinte (Abade de Sieyès) – “O que é o Terceiro Estado?’’ - 1789 6.2 Natureza jurídica: Corrente positivista: Caráter absoluto, sem limites (poder de fato). Corrente jusnaturalista: Legitimidade nas normas de direito natural (poder de direito). Poder político: Parte da própria vontade de um povo ou nação. •Titular = Povo •Exercício = Representantes 6. PODERCONSTITUINTE 6.3 Titularidade x exercício • Poder Constituinte material e formal • Poder Constituinte histórico e revolucionário • Poder Constituinte fundacional e pós-fundacional • Poder Constituinte originário e derivado 6. PODER CONSTITUINTE 6.4 Espécies 6.5 Poder Constituinte Originário (Características) • Inicial – inaugura uma nova ordem jurídica; • Ilimitado juridicamente – sem limitações do Direito Positivo anterior; • Incondicionado – sem necessidade de seguir formas e procedimentos determinados; • Permanente – não se esgota após a criação da Constituição; • Extraordinário – É fato incomum, ou seja excepcional. 6. PODER CONSTITUINTE PODER CONSTITUINTE DERIVADO • Conceito – poder de reformar a Constituição já existente e criar constituições dos estados-membros. Características 1) Derivado (Poder de direito); 2) Subordinado (limitado juridicamente); 3) Condicionado – limitado (agir de acordo com a Constituição). Reforma Constitucional X Mutação Constitucional ESPÉCIES • Poder Constituinte derivado reformador – possibilidade de se alterar o texto da Constituição. Podem ser pontuais (emenda constitucional, art. 60 CF) ou globais (revisão constitucional, art. 3º da ADCT). • Poder Constituinte derivado decorrente – auto-organização dos Estados-membros. LIMITES MATERIAIS • Limites Materiais Expressos – Cláusulas Pétreas (Art. 60, parágrafo 4º da CF). • Limites Materiais Implícitos – Cláusulas Pétreas Implícitas. Teoria da dupla revisão: modificação dos limites constitucionais de reforma. Observação 1 : Os Direitos e garantias coletivos são cláusulas pétreas? Observação 2 : Os Direitos sociais são cláusulas pétreas? Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: EXEMPLO § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. Seria revogado Revoga-se a norma proibitiva para que a modificação possa ocorrer sem limitações. Em síntese: • Art. 60, parágrafo 1º da CF: § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. LIMITES CIRCUNSTANCIAIS LIMITES PROCEDIMENTAIS OU FORMAIS - Regras do processo legislativo (Art. 60 da CF). 1) Recepção 2) Repristinação 3) Desconstitucionalização FENÔMENOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL INTERTEMPORAL 1) (FCC - 2006 - TRT - 24ª REGIÃO (MS) - Analista Judiciário - Área Administrativa) A proposta de Emenda Constitucional será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada, se obtiver, em ambos: a) 2/3 (dois terços) dos votos de seus respectivos membros. b) 3/5 (três quintos) dos votos de seus respectivos membros. c) a maioria absoluta dos votos de seus respectivos membros. d) a maioria simples dos votos de seus respectivos membros. e) metade dos votos de seus respectivos membros. 1) (FCC - 2006 - TRT - 24ª REGIÃO (MS) - Analista Judiciário - Área Administrativa) A proposta de Emenda Constitucional será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada, se obtiver, em ambos: a) 2/3 (dois terços) dos votos de seus respectivos membros. b) 3/5 (três quintos) dos votos de seus respectivos membros. c) a maioria absoluta dos votos de seus respectivos membros. d) a maioria simples dos votos de seus respectivos membros. e) metade dos votos de seus respectivos membros. 2) (FCC - 2006 - TRT - 24ª REGIÃO (MS) - Analista Judiciário - Área Administrativa)Promulgada uma nova Constituição Federal, a legislação ordinária compatível perde o suporte de validade da Constituição antiga, mas continua válida pela teoria a) da constitucionalização. b) da desconstitucionalização. c) da repristinação. d) do poder constituinte subordinado. e) da recepção. 2) (FCC - 2006 - TRT - 24ª REGIÃO (MS) - Analista Judiciário - Área Administrativa)Promulgada uma nova Constituição Federal, a legislação ordinária compatível perde o suporte de validade da Constituição antiga, mas continua válida pela teoria a) da constitucionalização. b) da desconstitucionalização. c) da repristinação. d) do poder constituinte subordinado. e) da recepção. Hermenêutica x Interpretação – Declaratória ou constitutiva? 7.1 Princípios de hermenêutica constitucional - Princípio da unidade da constituição: as normas devem ser consideradas como partes de um sistema, e não isoladamente; - Princípio do efeito integrador: visa garantir a integração entre os setores da sociedade e a unidade política; - Princípio da justeza, correção ou conformidade funcional: respeito ao sistema organizatório funcional. (Ex. súmula 339 do STF); - Princípio da concordância prática ou da harmonização: busca a harmonia entre bens jurídicos protegidos pela Constituição. (ex. liberdade de expressão). 7. HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL 7. HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL 7.1 Princípios de hermenêutica constitucional - Princípio da força normativa da Constituição: A Constituição possui força ativa para mudar a realidade, necessitando de uma constante atualização de suas normas (não é mera folha de papel). - Princípio da interpretação das leis em conformidade com a Constituição: as normas constitucionais devem ser interpretadas em conformidade com a Constituição, jamais o inverso. - Princípio da máxima efetividade: deve-se atribuir à norma sentido que lhe garanta maior eficácia. 7. HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL - Método jurídico ou hermenêutico-clássico: considerando a Constituição como uma lei, deve a mesma ser interpretada usando métodos clássicos de hermenêutica utilizados para as leis em geral (gramatical, lógico, sistemático etc); - Método tópico-problemático: Constituição como sistema aberto. Deve partir do problema, ou seja, do caso concreto; 7.2 Métodos de hermenêutica constitucional - Método científico-espiritual: A Constituição é um instrumento de integração social e política, e assim sendo, deve o intérprete guiar-se por valores que formam a “essência” ou “espírito da Constituição”; 7. HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL 7.3 Métodos de hermenêutica constitucional - Método hermenêutico concretizador: a leitura do texto constitucional deve começar pela “pré-compreensão” do intérprete (concretizar a norma); - Método normativo estruturante: a interpretação da Constituição não deve se limitar ao texto legal. Texto legal é apenas a ponta do “iceberg’’; - Método da comparação constitucional: confronto entre pontos comuns e divergentes envolvendo sistemas constitucionais divergentes. 8. TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 8.1 Origem: limitar e controlar eventuais abusos do poder estatal. - O título II da CF/88 divide os Direitos e Garantias Fundamentais em 5 (cinco) capítulos: a) Direitos individuais e coletivos; b) Direitos sociais; c) Direito da nacionalidade; d) Direitos Políticos; e) Partidos políticos. 8. TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS • Direitos de primeira dimensão (direitos de defesa) – Final do século XVIII; • Direitos de segunda dimensão (direitos de prestação) – Início do século XX; • Direitos de terceira dimensão (transindividuais) – Final do século XX; • Direitos de quarta dimensão – globalização política; • Direitos de quinta dimensão – paz universal Liberdade Igualdade Fraternidade 8.2 Dimensões dos direitos fundamentais - Direitos civis e políticos - Direitos econômicos, sociais e culturais. - Direito à paz, ao progresso, meio ambiente saudável etc. - Direito à democracia, informação, patrimônio genético etc. 8.3 Características do direitos fundamentais: I – Historicidade: II – Inalienabilidade; III – Irrenunciabilidade; IV – Indisponibilidade; V – Universalidade; VI – Relatividade; VII – Complementaridade; VIII – Não taxatividade. 8. TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 8.4 Colisão entre direitos fundamentais8. TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Situação 1: Com receio de ser castigado pelos deuses, indígena sacrifica o seu filho portador de deficiência física. Situação 2: Passeata de pedófilos que, mesmo não praticando pedofilia, defendem leis mais brandas para a validade do consentimento de atos sexuais. Regra da proporcionalidade - Adequação: adequação dos meios ao fim buscado pelo poder público. - Necessidade: o meio pode ser substituído por outro menos oneroso? - Proporcionalidade em sentido estrito: sintonia. 8. TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 8.4 Colisão entre direitos fundamentais Exemplo 1: lei federal 14.485/22, com o pretexto de reduzir a violência doméstica, assim como os acidentes automobilísticos, venha a proibir o consumo de bebidas alcoólicas, de forma incondicional. Adequação: A lei proibitiva se adequa aos fins que se propõe, estando a mesma apta a reduzir a violência doméstica e os acidentes de trânsito? Necessidade: Seria essa lei o meio menos gravoso para alcançar os objetivos? Inconstitucional 8. TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 8.4 Colisão entre direitos fundamentais Exemplo 2: considere que uma lei X, buscando impedir novas formas de contágios de HIV, busque “prender” pessoas portadoras do vírus. Adequação: A lei proibitiva se adequa aos fins que se propõe, estando a mesma apta a reduzir novas contaminações? Necessidade: Seria essa lei o meio menos gravoso para alcançar os objetivos? Inconstitucional 9. BREVE HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES • 1824 – Constituição Imperial (Executivo, legislativo, judiciário e moderador) • Constituição de 1891 – Constituição de Rui Barbosa • Constituição de 1934 Habeas Corpus, Estado laico. Mandado de segurança, direitos sociais, Ministério Público. • Constituição de 1937 – “Polaca” Autoritarismo (Censura e pena de morte) • Constituição de 1946 – Fim do Estado Novo Teve como base as Constituições de 1891 e 1934 – Fim da pena de morte Fortalecimento das instituições. Capital do Brasil para o DF. 9. BREVE HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES • Constituição de 1967 e emenda nº 1/1969 Inspirada na Constituição de 37 (enfraquecimento do federalismo) • Constituição de 1988 – Constituição cidadã RESUMO Constituição de 1824 Outorgada Constituição de 1891 Promulgada Constituição de 1934 Promulgada Outorgada Constituição de 1937 Constituição de 1946 Promulgada Outorgada Constituição de 1967/EC. 69 Promulgada Constituição de 1988 10. DIREITOS DE NACIONALIDADE Natureza jurídica – Direito Público interno. 10.1Conceito: Sentido sociológico - Conjunto de pessoas que se unem em torno de um elemento agregador (cultura, história, costumes etc). Sentido jurídico – vínculo jurídico-político permanente que liga um indivíduo a um determinado Estado. Conceitos correlatos: - População, Povo, Nação, Natural, Nacional, Cidadão, Estrangeiro, Apátrida e Polipátrida. 10. DIREITOS DE NACIONALIDADE • Nacionalidade primária ou originária (jus soli ou jus sanguinis); • Nacionalidade secundária, derivada ou adquirida; Art. 12. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país (jus soli); 10.2 ESPÉCIES DE NACIONALIDADE Observação 1 – Pais estrangeiros, ainda que trabalhem para seu país, mas estejam por conta própria no Brasil. Observação 2 – Pais estrangeiros que estiverem a serviço de outro país. Atenção: basta que um dos pais estrangeiros esteja a serviço do país? 10.2.1 Nacionalidade primária 10. DIREITOS DE NACIONALIDADE b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; - Jus sanguinis + critério funcional Observação 1 – A mãe ou o pai brasileiro pode ser nato ou naturalizado. Observação 2 – O filho adotivo adotado no exterior também será considerado brasileiro nato. Atenção: estar a serviço do país significa desempenho de função ou prestação de serviço público de natureza diplomática, administrativa ou consular. c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; 10. DIREITOS DE NACIONALIDADE c) I - os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou (II - venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira) (jus sanguinis + critério residencial + opção confirmativa); 10. DIREITOS DE NACIONALIDADE Atenção: e como fica o caso dos nascidos entre 1994 e 2007? Art. 95 do ADCT. I - Primeira parte: 10. DIREITOS DE NACIONALIDADE II – Segunda parte: Nacionalidade potestativa (o Estado não pode recusar a condição de nacional). Observação 1 – O indivíduo deve residir em território nacional, a qualquer tempo. Observação 2 – Opção confirmativa é ato personalíssimo. - Condição suspensiva (efeitos ex tunc). 10.2.2 Nacionalidade secundária 10. DIREITOS DE NACIONALIDADE Art. 12, II - naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; - Naturalização tácita: Constituição de 1824 (Art. 6º, inciso IV) e CF de 1891 (Art. 69, parágrafos 4º e 5º). - Naturalização expressa: declaração volitiva por parte do interessado (ordinária e extraordinária). 10.2.2.1 Naturalização ordinária Lei 13.445/2017 (lei de migração). 10. DIREITOS DE NACIONALIDADE b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. 10.2.2.2 Naturalização extraordinária - Três requisitos: 1) Ausência de condenação penal; 2) Residência continua no Brasil por mais de quinze anos; e 3) Requerimento do interessado. Ato vinculado por parte do Estado. Observação 1 – Residência ininterrupta não pode ser confundida com permanência ininterrupta. 10. DIREITOS DE NACIONALIDADE 10.2.3 Quase nacionalidade (ou brasileiros por equiparação) Art. 12, § 1º da CF ”Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.” Condição de quase nacionais. Observação 1 – Permanecem estrangeiros. 10.3 CONFLITO POSITIVO E NEGATIVO DE NACIONALIDADE - Negativo: não possui nenhuma pátria (apátrida); - Positivo: possui mais de uma pátria. 10. DIREITOS DE NACIONALIDADE 10.4 Tratamento diferenciado entre brasileiro nato e naturalizado Art. 12, § 2º da CF “A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.” § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas. VII - de Ministro de Estado da Defesa. Preservação da linha sucessória e de substituição do Presidente da República e razões de segurança nacional. 10. DIREITOS DE NACIONALIDADE 10.5 Perda da nacionalidade § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de fraude relacionada ao processo de naturalização ou de atentado contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; II - fizer pedido expresso de perda da nacionalidade brasileira perante autoridade brasileira competente, ressalvadas situações que acarretemapatridia. § 5º A renúncia da nacionalidade, nos termos do inciso II do § 4º deste artigo, não impede o interessado de readquirir sua nacionalidade brasileira originária, nos termos da lei. 11.1 Conceito – Instrumentos por meio do qual o indivíduo vai exercer a sua cidadania. São prerrogativas ligadas à cidadania. 11. DIREITOS POLÍTICOS Alexandre de Moraes – “Regras que disciplinam as formas de atuação da soberania popular’’. 11.2 Classificação dos Direitos Políticos - Direitos políticos positivos: participação ativa dos indivíduos na vida pública estatal. Inclui o direito de votar (capacidade eleitoral ativa) e ser votado (capacidade eleitoral passiva). - Direitos políticos negativos: normas impeditivas de participação no processo político (inelegibilidades, perda e suspensão dos direitos políticos). 11.3 Direitos Políticos positivos 11.3.1 Soberania popular 11.3.1.1 sufrágio universal - Conceito de sufrágio universal: direito público subjetivo de participar da organização política estatal. Características do voto: - Direto (atenção: art. 81, § 1º, da CF/88); - Secreto; - Periódico; - Universal; - Personalíssimo; - Obrigatório; - Livre. 11. DIREITOS POLÍTICOS 11.3 Direitos Políticos positivos 11.3.1.2 Ação popular: Art. 5º, inciso LXXIII da CF/88: “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;” Quem é parte legítima para propor? nacional em pleno gozo dos direitos políticos. Observação 1 – A prova da cidadania é feita pelo título de eleitor ou documento correspondente (lei 4.717/65). 11. DIREITOS POLÍTICOS 11.3.1 Soberania popular 11.3.1.3 Iniciativa popular das leis - Âmbito Federal: Art. 61, § 2º da CF/88 “A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.” 11.3 Direitos Políticos positivos - Âmbito Municipal: Art. 29, XIII da CF/88 - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado. - Âmbito Estadual: Art. 27, § 4º da CF/88. 11. DIREITOS POLÍTICOS 11.3.1 Soberania popular 11. DIREITOS POLÍTICOS 11.3.1 Soberania popular 11.3.1.4 Plebiscito e Referendo I – Plebiscito: convocado antes do ato legislativo ou administrativo (perguntas diretas: sim ou não). II – Referendo: confirmação de um tema já transformado em lei para que o povo confirme ou rejeite o ato. Lei 9.709/98 11.4 Capacidade eleitoral ativa - capacidade de ser eleitor (alistabilidade). § 1º O alistamento eleitoral e o voto são: I.- obrigatórios para os maiores de dezoito anos; II.- facultativos para: a)os analfabetos; b)os maiores de setenta anos; c)os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. § 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. 11.5 Elegibilidade - capacidade eleitoral passiva (direito de ser votado) Condições de elegibilidade (Art. 14, § 3º da CF/88). 11. DIREITOS POLÍTICOS 11.5.1 Das condições de elegibilidade (Art. 14, § 3º da CF/88) São condições de elegibilidade, na forma da lei: I.- a nacionalidade brasileira; II.- o pleno exercício dos direitos políticos; III. o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; VI - a idade mínima de: a)trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b)trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c)vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d)dezoito anos para Vereador. Importante: Vereador menor de 18 anos pode se candidatar? 11. DIREITOS POLÍTICOS 11.6. DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS 11.6.1 Inelegibilidades - As inelegibilidades são divididas em: - Absolutas: os inalistáveis (estrangeiros e conscritos) e os analfabetos (Art. 14, § 4º da CF/88); - Relativas: - Inelegibilidade em razão da função exercida (Art. 14, § 5º e 6º); - Inelegibilidade em razão do parentesco (Art. 14, § 7º ); - Inelegibilidade relativa do militar (Art. 14, § 8º ); - De previsão legal. (Lei Complementar 64/90). Inelegibilidade absoluta impedimento subjetivo. 11. DIREITOS POLÍTICOS 11.6.2 Privação dos direitos políticos 11.6.2.1. Perda dos direitos políticos (Art. 15 da CF/88); I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; 11.6.2.2. Suspensão dos direitos políticos (Art. 15 da CF/88); II.- incapacidade civil absoluta; III.- condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV.- recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. 11. DIREITOS POLÍTICOS Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: I.- caráter nacional; II.- proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; III.- prestação de contas à Justiça Eleitoral; IV.- funcionamento parlamentar de acordo com a lei. Observação 1: Liberdade e autonomia partidária. Observação 2: Financiamento eleitoral. 12. PARTIDOS POLÍTICOS Slide 1: TEORIA DA CONSTITUIÇÃO Slide 2: CONTEÚDO DO SEMESTRE Slide 3: 1.TEORIA DA CONSTITUIÇÃO Slide 4: 2.CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15: REVISÃO Slide 16: REVISÃO Slide 17: REVISÃO Slide 18: REVISÃO Slide 19: REVISÃO Slide 20: REVISÃO Slide 21: NORMAS CONSTITUCIONAIS Slide 22: NORMAS CONSTITUCIONAIS Slide 23: RESUMO Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27: 6.5 Poder Constituinte Originário (Características) Slide 28: PODER CONSTITUINTE DERIVADO Slide 29 Slide 30: LIMITES MATERIAIS Slide 31 Slide 32 Slide 33: 1) Recepção 2) Repristinação 3) Desconstitucionalização Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42: 8. TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48: 9. BREVE HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES Slide 49: 9. BREVE HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES Slide 50: RESUMO Slide 51: 10. DIREITOS DE NACIONALIDADE Slide 52: 10. DIREITOS DE NACIONALIDADE Slide 53: 10. DIREITOS DE NACIONALIDADE Slide 54 Slide 55 Slide 56 Slide 57 Slide 58 Slide 59 Slide 60 Slide 61 Slide 62 Slide 63 Slide 64 Slide 65 Slide 66 Slide 67 Slide 68 Slide 69 Slide 70 Slide 71